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Neto et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.8, n.4) p.

157 – 186, out - dez (2014)

http://dx.doi.org/10.5935/1981-2965.20140141 Artigo Cientifico


http://www.higieneanimal.ufc.br

Distúrbios metabólicos em ruminantes – Uma Revisão

Metabolic disorders in ruminantes – A Review

José Adelson Santana Neto1*, Vinicius da Silva Oliveira2, Ana Caroline Pinho dos
Santos2, Roberta de Lima Valença3
_______________________________________________________________________________________________________

Resumo: A nutrição de ruminantes, em sua maioria, está baseada nas pastagens

tropicais, contudo, visto o inadequado manejo das pastagens e a sazonalidade desta nos

períodos de seca, torna-se necessário buscar alternativas para suprir as exigências dos

animais. A utilização de concentrados é uma opção para atender essa exigência, no

entanto o uso exagerado desses alimentos pode acarretar em desarranjos nos animais.

Dentre os principais distúrbios metabólicos encontrados em ruminantes, destacam-se o

timpanismo, a acidose ruminal, a laminite, a intoxicação por ureia, a cetose, dentre

outros. O timpanismo é o termo para distensão ruminal resultante do acúmulo de gás

dentro do rúmen. A acidose ruminal é uma enfermidade digestiva que ocorre em

animais ruminantes não adaptados quando ingerem uma grande quantidade de

carboidratos solúveis, causando um desequilíbrio entre produção de AGVs e remoção

desses pelo epitélio ruminal. A laminite é um processo inflamatório agudo ou crônico

das estruturas sensíveis do casco, que resulta em claudicação e deformidades

permanentes do casco. A intoxicação por ureia ocorre subitamente e é devido à rápida

hidrolisação da ureia em amônia e CO2 no rúmen, por microrganismos, com

consequente absorção e migração para as células, bloqueando o ciclo de Krebs,

aumentando a glicólise anaeróbica e gerando acidose metabólica e hipercalcemia

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terminal. São vários os distúrbios que acometem os animais de produção, contudo

conhecê-los e preveni-los tornam-se imprescindíveis. É fundamental ter uma nutrição

balanceada e os cuidados essenciais para minimizar as perdas de produção.

Palavras-chave: acidose, concentrados, desarranjo, timpanismo

Abstract: The ruminant nutrition, in most cases, are based on tropical pastures,
however, as the inadequate management of pastures and the seasonality of this in
periods of drought, it is necessary to find alternatives to meet the requirements of
animals. The use of concentrates is an option to meet this requirement, however the
overuse of these foods can lead to disorders in animals. Among the major metabolic
disorders in ruminants, we highlight the bloat, ruminal acidosis, laminitis, to urea
poisoning, ketosis, among others. The bloat is the term for rumen distension resulting
accumulation of gas within the rumen. Ruminal acidosis is a digestive disorder that
occurs in ruminant animals when not adapted ingest a large amount of soluble
carbohydrates, causing an imbalance between the production of VFAs, and by removing
these ruminal epithelium. The laminiteé an acute or chronic inflammation of the
sensitive structures of the hull, which results in lameness and permanent deformity of
the hoof. The poisoning occurs suddenly and urea is due to the rapid hydrolyzation of
urea into ammonia and CO2 in the rumen by microbes and consequent absorption and
migration into the cells by blocking the Krebs cycle, increasing the anaerobic glycolysis
and generating metabolic acidosis and hyperkalaemia terminal . There are several
disorders that affect farm animals, but know them and prevent them become
indispensable. It is essential to have a balanced nutrition and basic care to minimize
production losses.
Keywords: acidosis, concentrated, breakdown, wind
________________________
1
Doutorando em Zootecnia Universidade Federal da Paraíba
*
adelson@zootecnista.com.br
2
Doutorando em Zootecnia Universidade Federal da Bahia
3
Doutorando em Zootecnia Unesp/Jaboticabal
Autor para correspondência - * adelson@zootecnista.com.br -
Submetido em 4.12.2014 e Aceito em 28.12.2014

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INTRODUÇÃO No Sudeste e Centro-Oeste do

A produção animal para ser Brasil há grande produção de grãos,

eficiente necessita de um bom manejo tonando vantajoso a utilização de dietas

nutricional e sanitário, onde um está com altos teores de concentrado

interligado ao outro. A nutrição de (Fernandes et al., 2009), especialmente

ruminantes, em sua maioria, está em confinamentos, um sistema de

baseada nas pastagens tropicais, produção que tem crescido nos últimos

contudo, visto o inadequado manejo das anos (FRESCURA et al., 2005).

pastagens e a sazonalidade desta nos Entretanto o uso indiscriminado de

períodos de seca, torna-se necessário alimentos concentrados aumentam os

buscar alternativas para suprir as riscos de transtornos metabólicos nos

exigências dos animais e, animais, e tendem a limitar a produção e

consequentemente, obter um produto diminuir a rentabilidade da pecuária.

final de qualidade. É importante conhecer as

O uso de concentrados, seja ele enfermidades que acometem os

com suplemento ou no próprio bovinos, ovinos e caprinos, visto que

confinamento, são opções para atender essas doenças interferem no

essas exigências, entretanto com a desempenho animal, porém o

necessidade de aumentar a densidade diagnóstico nem sempre é fácil de ser

energética das dietas, maximiza o uso identificado, dificultando o tratamento.

desses concentrados, o que pode Dentre os principais distúrbios

acarretar maior possibilidade de metabólicos encontrados em

distúrbios metabólicos (Alves et al., ruminantes, destacam-se o timpanismo,

2003), sobretudo alterações no pH a acidose ruminal, a laminite e a

ruminal (SANTRA et al., 2003). intoxicação por ureia, a cetose, dentre

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outros. Sabendo disso, é fundamental A acidose ruminal ocorre em

ter uma nutrição balanceada e os duas formas: aguda ou crônica.

cuidados essenciais para minimizar as Na forma aguda ocorre à

perdas de produção. ingestão exagerada de alimentos ricos

Essa revisão teve como objetivo em carboidratos não estruturais e amido,

discorrer sobre os principais distúrbios que fermentam rapidamente no rúmen,

metabólicos que acometem os produzindo grandes quantidades de

ruminantes, seus sintomas, diagnósticos ácido láctico e ácidos graxos voláteis

e principais tratamentos. (AGVs), principalmente o propionato.

ACIDOSE RUMINAL Esta condição favorece a

A acidose ruminal ou acidose multiplicação do Streptococcus bovis

lática é uma enfermidade digestiva que que leva a produção de quantidades

ocorre em animais ruminantes não significativas de ácido láctico e a

adaptados quando ingerem uma grande diminuição do pH (<5,5),

quantidade de carboidratos solúveis, comprometendo as bactérias Gram

causando um desequilíbrio entre negativas(-) e protozoários.

produção de AGVs e remoção desses Quando o pH chega a valores

pelo epitélio ruminal. Quando ocorre inferiores a 5,0, o S. bovis é inibido e

uma rápida fermentação dos ocorre a multiplicação do Lactobacillu

carboidratos solúveis, há uma redução ssp e a concentração de ácido láctico

do pH em decorrência da maior aumenta significativamente no interior

produção de propionato, ocorrendo um do rúmen (OLIVEIRA et al., 2009;

aumento da população de bactérias SANTANA NETO et al., 2012).

lácticas. Na avaliação direta da população

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bacteriana do fluido ruminal, após a aguda, o fluxo sanguíneo para o trato

indução da acidose, foi verificada uma gastrointestinal é diminuído, reduzindo

modificação na flora bacteriana, assim a absorção de ácidos orgânicos do

havendo uma maior presença de rúmen. A exposição prolongada do

microrganismos Gram-positivos, sendo epitélio ruminal para altas

que em certos momentos foi observada concentrações de ácido pode resultar em

uma ausência da flora Gram-negativa hiperqueratose e paraqueratose, o que

no fluido ruminal de alguns animais. reduz a capacidade de absorção de

(MIRANDA NETO et al. 2005). ácidos orgânicos, diminuindo ainda

Segundo os mesmos autores, as mais o pH.

bactérias Gram-positivas tinham as A acidose na forma crônica,

formas de cocos e bastonetes, com o segundo Santos (2006), ocorre mais em

agravamento do processo fermentativo, vacas leiteiras por causa do alto

ocorreu o predomínio deste último e consumo de matéria seca e produção de

uma diminuição das estruturas em AGVs no rúmen. A população

forma dos cocos Gram-positivos. Com a microbiana ruminal se adapta à ração

recuperação clínica dos animais, rica em grãos e grandes quantidades de

observou-se um restabelecimento microrganismos usuários e produtores

gradual da flora bacteriana do conteúdo de lactato são detectados. Desta forma,

ruminal, voltando a predominar as o ácido láctico não se acumula, pois é

bactérias Gram-negativas ao final do metabolizado pelas bactérias

experimento. (Megasphera elsdenii e Selenomonas

Se o fornecimento de ruminantium). Com a queda do pH há

carboidratos solúveis continua, o ciclo uma redução no número dos

também irá continuar. Durante a acidose microrganismos consumidores de ácido

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lático causando um acúmulo ruminal total até CO2 e H2O e síntese de glicose

deste ácido (STROBEL & RUSSEL, no fígado, via gliconeogênese,

1986). Porém, as elevadas utilizando para tal íons H +, o que

concentrações de AGVs, principalmente produz indiretamente um efeito tampão

os ácidos butírico e propiônico, (GONZÁLEZ & SILVA, 2006;

estimulam a proliferação do epitélio das SANTOS, 2006).

papila sruminais e causa paraqueratose, Além do acúmulo de AGVs no

o que leva a uma menor absorção dos rúmen durante episódios de acidose, há

ácidos graxos voláteis e aumenta a também acúmulo de glicose no líquido

ocorrência de traumatismo e ruminal durante a acidose aguda. A

inflamações na parede do rúmen. Os presença de glicose no líquido ruminal

efeitos sobre os animais são crônicos e pode favorecer o crescimento de

insidiosos, a contínua carga ácida pode Streptococcus bovis e Lactobacillu ssp,

reduzir a eficiência metabólica e os quais promovem a conversão de

desempenho geral (SMITH, 2006). glicose/piruvato em ácido lático, o que

A mudança abrupta da dieta afeta o pH ruminal (SANTOS, 2006).

pode desenvolver acidose clínica severa A acidose ruminal pode

em ruminantes, onde o consumo de acometer varias espécies de ruminantes,

grãos é aumentado sem que ocorra uma porém os bovinos são mais susceptíveis

adaptação da população microbiana a este distúrbio.

ruminal. Quando isto ocorre, varias Sendo mais frequentes em

mudanças acontecem no ambiente bovinos mantidos em sistemas de

ruminal que leva aos sintomas clínicos. confinamento e alimentados com dietas

As rotas metabólicas de ricas em amido. Existem também

utilização do lactato são duas: oxidação diferenças entre zebuínos e taurinos,

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algumas pesquisas apontam que o ovino esta produção pode chegar a 16

zebuíno é mais sensível à acidose. litros por dia, enquanto os bovinos

Os zebuínos no processo de produzem cerca de 10 vezes mais. A

evolução passaram a ter uma dieta à saliva funciona como um determinador

base de gramíneas tropicais, ricas em da fermentação ruminal, já que quanto

carboidratos fibrosos não sendo, maior sua produção, maior será o pH

portanto, adaptados à dieta rica em ruminal e uma maior produção de

carboidratos solúveis. Porém Maruta & acetato será observado. A maior ou

Ortolani (2002), não encontraram menor produção de saliva vai depender

diferença na determinação de acidose do tipo de alimento oferecido a estes

ruminal entre a raça Jersey (Bos taurus) animais.

e a Gir (Bos indicus). Tais resultados O tipo de alimentação é uma

são diferentes aos encontrados por ferramenta importante na determinação

Taylor et al., (1969); Brawner et al., da capacidade tamponante, pois a

(1969) e Hentges (1970) citados por secreção de saliva é estimulada pela

MARUTA & ORTOLANI (2002). Os mastigação e ruminação. Dietas com

autores concluíram que a acidose maior proporção de volumoso

ruminal foi marcante e idêntica em estimulam a mastigação e ruminação,

ambas as raças estudadas, não fazendo com que uma maior produção

ocorrendo diferenças também nos de saliva chegue ao ambiente ruminal,

valores de pH e nas concentrações de cerca de 70% do líquido ruminal pode

ácido láctico total e de seus isômeros no ser proveniente da secreção salivar

suco ruminal. (DIRKSEN, 1981). Essa relação entre a

Ovinos e bovinos apresentam produção de ácidos da fermentação

uma elevada produção de saliva, no ruminal e a de saliva é importante, já

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que a composição da saliva contém altas entre 2 e 4 anos. Estes animais eram, em

concentrações de solutos tamponantes boa parte, reprodutores e matrizes,

com capacidade de neutralizar os ácidos submetidos, na maioria (89,4%) a

orgânicos produzidos no rúmen práticas de manejo intensivo. Verificou-

(SANTOS, 2006). se que na dieta havia uma

Segundo Santos (2006), na disponibilidade de concentrado rico em

forma aguda do distúrbio, há um carboidratos, e com o acesso súbito ao

aumento exacerbado na osmolaridade alimento com níveis elevados desses

ruminal, causado principalmente por carboidratos, provocou acidose

conta da redução do pH ruminal, o que ruminalnesses animais, além da

pode ocasionar um fluxo de água para o mudança no manejo sem prévia

rúmen. Na maioria dos casos de acidose adaptação.

ruminal a desidratação é observada em Miranda Neto et al. (2005)

animais acometidos por este distúrbio estudaram as manifestações clínicas e as

como em relatos de casos descritos por alterações nas características do fluido

OLIVEIRA et al. (2009) e SILVA et al. ruminal em caprinos submetidos à

(2009). acidose láctica induzida

Em um estudo retrospectivo da experimentalmente, e encontraram uma

acidose láctica em caprinos e ovinos, perda de peso corporal que variou de

Vieira et al. (2006), analisou 631 ovinos 0,5 a 2,5 kg entre os animais induzidos.

e 223 caprinos. A enfermidade foi Uma forma de amenizar ou

diagnosticada em 34 ovinos (5,4%) e 4 eliminar os efeitos da acidose ruminal é

caprinos (1,79%), apresentando uma o fornecimento de fibra na dieta de

maior frequência em fêmeas que em animais em estado acidose subaguda,

machos, ambos eram adultos com idade com isso o conteúdo de FDN aumenta,

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o incremento de FDN resulta em uma dieta, sem que esteja sobre restrição

diminuição de carboidratos altamente alimentar, para evitar um consumo

fermentáveis como, por exemplo, amido excessivo em curto período de tempo.

e açucares. Com isso há uma Uma forma de reduzir a

diminuição dos carboidratos não incidência de acidose ruminal é utilizar

estruturais no rúmen e aumenta a aditivos alimentares como os

fermentação da celulose, hemicelulose, antibióticos ionóforos, monensina

pectina e outros componentes do FDN. sódica e a lasalocida, sendo uma pratica

O aumento dos microrganismos comum não só para diminuir a

celulolíticos diminui a produção de incidência desse distúrbio, mas

lactato e o pH. principalmente por melhorar a

A prevenção da acidose ruminal eficiência alimentar (SANTOS, 2006).

pode ser feita por meio de dietas que Afonso et al. (2002), com o

não proporcione uma alta taxa de objetivo de avaliar os valores de pH

fermentação de ácidos graxos no rúmen, ruminal e produção de lactato em

evitando um manejo que altere a flora ovinos tratados com monensina sódica e

microbiana ruminal. Animais mantidos experimentalmente submetidos à

em pastejo quando confinados, devem acidose ruminal, observaram que em

ser adaptados gradualmente à nova ambos os grupos, os animais

dieta, visto que, dietas ricas em grão apresentaram manifestações clínicas de

e/ou alimentos ricos em carboidratos acidose láctica ruminal 6 horas pós-

solúveis apresentam perfil fermentativo indução. A partir deste período se

diferente do qual o animal estava observou uma diminuição significativa

acostumado. A adaptação deve ser feita do pH no fluido ruminal, que alcançou

com um aumento gradual de grãos na valores inferiores a cinco, e diferenças

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significativas entre os grupos a partir ruminal 8 horas após a indução; e

das 12h pós-indução foram constatadas, manifestações clínicas, associadas às

nos quais os ovinos tratados com a alterações laboratoriais, ocorreram neste

monensina apresentaram valores período com intensidade variada entre

superiores em relação aos do grupo os grupos estudados. Nos animais que

controle. Tal alteração coincide com a receberam a salinomicina a magnitude

diminuição na concentração do ácido do processo foi minimizada, e com isso

láctico no fluido ruminal dos ovinos que abreviou o tempo de recuperação clínica

receberam o antibiótico, a partir das 24h em relação ao grupo controle.

pós-indução, nos quais os valores foram Outros aditivos alimentares,

inferiores de forma significativa, como agentes tamponantes são

quando comparados ao grupo controle. constantemente utilizados em dietas de

As principais bactérias confinamento. A adição de 0,5% a 1,0%

produtoras de lactato, o Lactobacillus de bicarbonato de sódio na matéria seca

spp. e o Streptococcus bovis, crescem da dieta ajuda a avaliar as flutuações de

rapidamente quando dietas ricas em pH ruminal, ou por seu efeito

amido são fornecidas aos ruminantes, tamponante ou por um aumento na

no entanto, tais bactérias são sensíveis concentração de Na+ no rúmen, o que

aos ionóforos (NOCEK, 1997). afeta a taxa de passagem da fase líquida

Câmara (2008), trabalhando com (SANTOS, 2006).

o uso da salinomicina na prevenção da LAMINITE

acidose láctica ruminal experimental em A laminite é definida como um

ovinos divididos em dois grupos: o processo inflamatório agudo ou crônico

grupo controle e o que receberam a das estruturas sensíveis do casco, que

droga, apresentaram acidose lática resulta em claudicação e deformidades

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permanentes do casco. Um dos fatores Segundo Santos (2006),uma das

que contribui para o aparecimento da causas da laminite são as liberações de

doença é a alta ingestão de grãos mediadores vasoativos, como

(GREENOUGH et al., 1990). Acomete endotoxinas, histamina, tiramina e

todas as espécies de animais domésticos triptamina, durante episódios de acidose

que possuem cascos, sendo mais ruminal.

comum em equinos. Em bovinos o Esses mediadores vasoativos

aparecimento desta enfermidade é mais prejudicam a síntese de tecido córneo

comum em animais confinados no cório laminar, enfraquecendo assim a

recebendo dietas ricas em concentrado sola do casco e favorecendo o

(DIAS & MARQUES, 2001). aparecimento de hemorragias e úlceras

Quando o animal ingere uma na linha branca e nas regiões do talão e

quantidade excessiva de grãos, há um pinças.

aumento da produção de ácidos láctico As enfermidades digitais nos

no rúmen, ocorrendo destruição de um bovinos apresentam impacto econômico

número elevado de bactérias e negativo sobre a rentabilidade da

consequente liberação de suas toxinas pecuária mundial, por prejudicar a

na corrente sanguínea. A acidose locomoção dos animais acometidos por

ruminal resulta em uma lesão da esta doença, principalmente em animais

mucosa do rúmen, com consequente mantidos em pastejo, já que estes

aumento de sua permeabilidade, precisam percorrer grandes distâncias

causando uma endotoxemia e acidose diárias para encontrar alimento.

sistêmica, que leva à vasoconstrição Animais com laminite não

periférica, com diminuição do fluxo servem para monta natural, além de

sanguíneo nas lâminas do casco. reduzir o consumo de matéria seca

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interferindo negativamente na produção tratamento. Segundo Souza et al. (2006)

de carne e leite. o custo englobando o tratamento e a

A laminite acarreta perdas redução da produção leiteira no rebanho

produtivas e econômicas para qualquer de 100 vacas foi de US$ 5,269.00,

atividade pecuária, porém para a sendo US$ 95.80 o do tratamento e

bovinocultura leiteira a laminite US$52.69 o custo anual por vaca

representa grandes prejuízos alojada.

econômicos, visto que influencia de O tratamento deve ser iniciado o

maneira prejudicial na produtividade e mais rápido possível e busca remover a

consequentemente agrava a relação causa ou fator predisponente e o alívio

custo/benefício da atividade (CANESIN da dor. A primeira medida após a

et al., 2008). constatação do problema é a remoção

Cook (2002), encontrou do animal para um piquete com

prevalência média de 23% para forragem e água de boa qualidade, sem

claudicação em vacas leiteiras e custo oferta de concentrado. Analgésicos e

adicional de US$12,162.00/100 vacas anti-inflamatórios podem ser usados

confinadas, e de US$122.00/vaca/ano. visando minimizar o problema. Drogas

Ferreira et al. (2004), avaliou o analgésicas como Flunixin-meglumine e

custo total do tratamento dos 112 casos anti-inflamatórias como fenilbutazona

de lesões podais relacionadas a laminite, serão de grande valia para alívio do

que foi de US$5,005.23, representando problema (PRESTON & WILLIS,

um custo unitário de US$44.68. O 1982).

tratamento das úlceras de sola foi o de Loureiro et al. (2010),

maior custo, exatamente pelo maior compararam a eficiência dos

número de intervenções e de dias de tratamentos tópico e sistêmico com

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oxitetraciclina em vacas com dermatite intensiva para bovinos de corte abaixo

digital papilomatosa, utilizaram o dos 14 meses de idade, em função do

tratamento tópico com oxitetraciclina efeito deletério sobre a saúde dos

em pó e o sistêmico de longa ação em cascos.

16 vacas holandesas em lactação. Nas A patogenia é complexa e seu

vacas do tratamento tópico com tratamento torna-se muito difícil e nem

oxitetraciclina em pó, ocorreu redução sempre eficaz, em virtude das

das lesões e da claudicação, quando complicações causadas pela

comparadas com as do tratamento enfermidade. Se o animal for curado ele

sistêmico de longa ação. irá ficar com sequelas nos aprumos,

O melhor método para então a profilaxia sempre será o melhor

prevenção é a adoção de medidas que tratamento (MARTINS et al. 2008).

evitem a acidose láctica, que pode ser TIMPANISMO

feito através de um adequado esquema Timpanismo é o termo para

de adaptação para os animais que distensão ruminal resultante do acúmulo

receberão dietas altamente concentradas de gás dentro do rúmen. O acúmulo de

e o uso de produtos alcalinizantes pressão no rúmen pode ser suficiente

(bicarbonato ou carbonato de cálcio) na para causar danos circulatórios e em

ração ou aditivos antibióticos como os alguns casos, a morte do animal

ionóforos. Evitar o confinamento de (DAWSON et al., 1997). Também

animais muito novos também pode ser conhecida como meteorismo ruminal,

indicado para diminuir a incidência da caracterizada pela incapacidade do

doença, uma vez que Greenough et al. animal em expulsar os gases produzidos

(1990) não recomendam a alimentação através dos mecanismos fisiológicos

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normais, que acarreta um quadro de está associado com a produção

dificuldade respiratória e circulatória, excessiva de gás no rúmen,

com asfixia e morte do animal. principalmente o CO2 e metano; e o

O timpanismo acomete uma timpanismo gasoso proveniente da falha

ampla variedade de ruminantes como, na eructação por causa da obstrução da

por exemplo, bovinos, ovinos e cárdia e esôfago de origem extra-

caprinos, porém é nos bovinos que se ruminal.

tem as maiores perdas econômicas com O timpanismo espumoso é o

este distúrbio. Animais que são resultado da produção elevada de uma

mantidos em confinamentos tem espuma estável que retém os gases da

maiores chances de desenvolver esta fermentação no rúmen, condição em

doença por conta da composição da que a coalescência das pequenas bolhas

dieta rica em grão ou em algumas de gásé inibida. O conteúdo ruminal

forragens que acentua o timpanismo misturado aos gases apresenta-se com

como, por exemplo, alfafa e o trevo. aspecto de espuma, porém algum gás

Segundo Santos (2006), as livre pode estar presente. A eructação é

causas do timpanismo ruminal podem induzida pelo estímulo provocado por

ser divididas em três: timpanismo certa quantidade de gás livre presente na

espumoso, no qual a formação de região do cárdia. Todavia, se o conteúdo

espuma estável dificulta a liberação do ruminal com espuma está presente, o

gás produzido durante a fermentação animal fica incapacitado de eructar e a

ruminal e sua presença próxima à região pressão intrarruminal aumenta

da cárdia impede a abertura e o reflexo (RADOSTITS et al., 2007). Em animais

da eructação; o timpanismo gasoso, que mantidos confinados, sua prevalência é

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maior do que a forma gasosa, contudo o (JONES, 1997). O tipo de dieta é de

índice de mortalidade é baixo grande importância para o tipo e forma

(NAGARRAJA et al., 1998). do crescimento microbiano, já que o

O timpanismo espumoso pode excesso de concentrado permite que

ser a causa de morte em 1% dos bovinos bactérias ácido-tolerantes, como o

confinados, sendo esta forma a mais Streptococcus bovis, se proliferem e

comum entre os ruminantes, que pode produzam quantidades excessivas

ser causada pela acentuada ingestão de demucopolissacarídeos, aumentando a

leguminosas frescas de alta viscosidade do fluido ruminal e

digestibilidade sem adaptação ou em estabilizando, assim, a espuma presente

ingestão de dietas ricas em grãos, que no timpanismo espumoso (CHENG et

ocasiona uma menor produção de saliva al., 1998).

e consequentemente uma maior O timpanismo espumoso ocorre

produção de espuma. Animais que principalmente nas primeiras horas de

produzem menos saliva são mais pastejo com a alta taxa de degradação

susceptíveis, pois o bicarbonato salivar do alimento, leguminosas temperadas

funciona neutralizando os ácidos que tem uma maior fragilidade da

ruminais, e mantém o pH ruminal a parede celular em comparação com

níveis que não promovem a formação leguminosas tropicais. Diante de uma

de uma espuma estável com base na menor resistência, o processo de

desnaturação das proteínas solúveis. mastigação e ataque microbiano

Mucoproteínas presentes na saliva subsequente ao material vegetal causa

tendem a aumentar a viscosidade do uma rápida liberação ruminal dos

líquido ruminal, enquanto que as constituintes intracelulares, carboidratos

mucinas salivares têm um efeito oposto e proteínas solúveis, principalmente

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solúveis, que desempenham um papel A ingestão de plantas tóxicas

importante no desenvolvimento do que refletem na formação de neoplasias

timpanismo espumoso. do trato digestório, como a samambaia

Dalto et al. (2009), analisando (Pteridium aquilinum) podem interferir

achados de necropsia de vacas da raça na regurgitação do alimento, o que

Holandesa que foram transferidas de um causa obstrução do esôfago e

piquete de campo nativo para uma timpanismo ruminal (TOKARNIA et al.

pastagem consorciada de Trifolium 2000; SANTOS, 2006). Rissi et al.

repens (trevo-branco) e Trifolium (2005), avaliaram a intoxicação

pratense (trevo-vermelho), das 66 vacas espontânea por Baccharis coridifolia

8 foram a óbito depois de pastejarem em bovinos e sinais clínicos discreto de

durante a noite. E concluíram junto às timpanismo. Galiza et al. (2011),

evidências de que as plantas haviam constataram a presença de timpanismo

sido consumidas pelos bovinos no como diagnóstico de intoxicação

piquete e associada com os achados experimentalmente com 40g/kg de peso

macroscópicos, comprovam a animal de Portulaca elatior em

ocorrência de timpanismo por ingestão caprinos.

de leguminosas pelos bovinos. Estes A presença de taninos nas

autores afirmam que as principais plantas parece reduzir a formação de

alterações observadas foram aumento de espuma e a severidade do timpanismo

volume abdominal, protrusão de reto, ruminal. É postulado que os taninos

vagina e edema da cabeça e língua formam complexos insolúveis com

protrusa, fígado com coloração pálida e proteínas das plantas e outras

baço levemente aumentado de tamanho. substâncias que favorecem a formação

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de espuma estável. Portanto plantas com grande parte, etiologia similar àquela da

maiores concentrações de taninos acidose ruminal (SANTOS, 2006).

tendem a reduzir a formação de espuma O tratamento convencional que

no rúmen (SANTOS 2006). Em revisão consiste na administração oral de

realizada por Barry & Mcnabb (1999), antiespumantes, em alguns casos

as concentrações de taninos clínicos, apresenta resultados poucos

condensados em torno de 0,5% na MS satisfatórios, obrigando a realização de

da dieta podem evitar a ocorrência de intervenção cirúrgica.

timpanismo espumoso, em razão da O tratamento depende das

redução na degradabilidade ruminal da circunstâncias em que ocorreu o

proteína. timpanismo, se espumoso ou de gás

O timpanismo gasoso acontece livre, e se há ou não risco de vida. As

devido ao acúmulo de gás livre que se medidas são: trocarte e cânula (para

associa a obstrução do esôfago e cárdia perfurar o rúmen promovendo

que pode ser mecânica, patológica ou eliminação do gás, caso não obtenha

metabólica. O timpanismo gasoso é, resultado é necessário a realização da

geralmente, secundário à ingestão ruminotomia), e agentes

excessiva de grãos na dieta. Isso antiespumantes, óleos surfactantes

promove a produção de grandes sintéticos, seu efeito consiste em

quantidades de ácidos graxos voláteis, o diminuir a tensão superficial da espuma

que reduz o pH ruminal e facilita o (BLOOD, 2000).

desenvolvimento de bactérias Bretschneider et al. (2010),

produtoras de acido lático. Dessa recomendam para medidas de controle

maneira, o timpanismo gasoso tem, em do timpanismo: a utilização de

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leguminosas com estado avançado de monensina. O aumento do pH ruminal

maturidade, aumento da proporção de pode reduzir a estabilidade das bolhas

fibra na forragem madura e aumento da de espumas o que favorece a remoção

resistência da parede celular à ruptura dos gases por eructação (SANTOS,

durante os processos de digestão, 2006).

reduzir o risco de timpanismo; a Em casos extremos, ocorre a

utilização de pastos consorciados, necessidade de se fazer rumenotomia de

embora as leguminosas representam emergência ou então o uso de trocárter

uma baixo percentual da composição para evacuação do gás. Coutinho et al.

botânica da pastagem, o risco de (2009), avaliaram os tipos de

timpanismo está presente, embora tratamentos utilizados e sua eficácia nos

provavelmente com uma intensidade e casos de timpanismo espumoso em

frequência mais baixa; o murchamento bovinos onde os procedimentos era o

das pastagens para corte; e a utilização abate, procedimento clínico e cirúrgico.

de ionóforos. Dos 60 animais atendidos, quatro

O uso de ionóforos para controle (6,67%) foram encaminhados ao abate,

de timpanismo já é uma prática bastante por causa da gravidade da condição

difundida e o ionóforo mais utilizado é clínica, dezessete (28,33%) foram

a monensina sódica. A monensina tratados clinicamente, por meio da

diminui o timpanismo por conta da administração de éster tributílico ou

retenção de partículas, a produção de suspensão de silicone e metil celulose,

gases e aumento do pH. Branine & Destes, dezesseis (94,11%) obtiveram

Galyean (1990) atribuem a redução no alta e um (5,89%) morreu. O tempo

aparecimento do timpanismo pelo médio de recuperação dos animais

aumento do pH ruminal gerados pela submetidos a essa conduta terapêutica

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foi de 3 a 4 dias. A ruminotomia foi estas fontes de NNP podem apresentar

empregada quando o tratamento riscos à saúde do animal, quando

conservador não era mais eficaz ou administrados em quantidades

quando a condição clínica representava excessivas de ureia como fonte de NNP

risco de morte para o animal sendo que (SANTOS, 2006).

trinta e três (84,62%) receberam alta, A intoxicação por ureia ocorre

onde o período de convalescença variou subitamente e é devido à rápida

de nove a dez dias e seis (15,38%) hidrolisação da ureia em amônia e CO2

morreram. no rúmen, por microrganismos, com

INTOXICAÇÃO POR UREIA consequente absorção e migração para

A ureia tem sido incluída na as células, bloqueando o ciclo de Krebs,

formulação de suplementos para aumentando a glicólise anaeróbica e

bovinos com os objetivos de substituir a gerando acidose metabólica e

proteína vegetal, de alto custo, e hipercalemia terminal. A amônia

acrescentar nitrogênio (N) em sistemas interfere também no sistema nervoso

de produção em pastejo com forragem central e periférico aumentando a

de baixa qualidade (MORAIS et al., condução nervosa e provocando quadro

2009). de tetania e convulsão, causando, entre

Ruminantes têm a característica outras complicações, atonia ruminal e

de conseguir crescer, reproduzir e meteorismo. Além do mais, como é

produzir leite ou carne sem consumir irritante do tecido pulmonar, a amônia

nenhuma fonte de aminoácidos na dieta, provoca marcante edema (SANTOS,

com apenas nitrogênio não protéico 2006; KITAMURA et al., 2010).

(NNP) como fonte de nitrogênio para A maioria dos autores acredita

crescimento microbiano, sendo que que o mecanismo de intoxicação aguda

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em ruminantes seja decorrente do quantidades pode ser tóxico para o

excesso de amônia absorvido que animal. A amônia por ser lipossolúvel

excede a capacidade detoxicadora do vai ser mais facilmente absorvida pela

fígado e tamponante do sangue. Isto parede ruminal.

ocorre principalmente em pH elevado, Na maior parte dos casos, os

devido à grande quantidade de amônia sintomas se iniciam 20 a 30 minutos

presente, que tem seu pico por volta 1 a após a ingestão da ureia, podendo, em

2 horas depois do consumo do alimento, alguns animais, este período se

o que é mais rápido quando ruminantes prolongar em até uma hora. Apatia,

ingerem fontes de proteína verdadeiras, tremores musculares e da pele,

quando há então aumento da salivação excessiva, micção e defecação

permeabilidade da parede ruminal e frequentes, respiração acelerada,

com isso há uma grande passagem de incoordenação, dores abdominais,

amônia para circulação sanguínea. enrijecimento dos membros anteriores,

Santos (2006), explica que no prostração, tetania, convulsões, colapso

rúmen o N amoniacal encontra-se na circulatório, asfixia e morte são os

forma de amônio (NH4) ou amônia sinais clínicos da intoxicação.

(NH3), porém o ambiente ruminal tem A quantidade de ureia necessária

um alto poder redox com isso a maior para provocar o quadro de intoxicação

parte do N amoniacal encontra-se na depende de diversos fatores,

forma de NH4 que não é tóxico para o principalmente velocidade de ingestão,

ruminante, porém, quanto maior o pH, pH do rúmen e grau de adaptação do

maior é a concentração de amônia animal. Geralmente, níveis de 0,45 a

(NH3) e esta sim em grandes 0,50 g de ureia/kg PV, ingeridos num

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curto espaço de tempo, provocam amino transferase (AST) e creatina

intoxicação em animais não adaptados quinase (CK), no sangue, isto sugere

(BARTLEY et al., 1976). que a intoxicação por ureia causa uma

Antonelli et al. (2004), expressiva lesão muscular.

avaliaram intoxicação experimental por Apesar de vários estudos

amônia em bovinos que receberam ureia utilizando ureia ainda não se tem um

extrusada ou granulada . Além dos limite exato de níveis de segurança na

sinais clássicos do presente estudo utilização desta na dieta, mas níveis

encontraram três novos sinais acima de 0,50 g de ureia/kg PV,

adicionais: desidratação, hipotermia e ingeridos num curto espaço de tempo,

vasos episclerais ingurgitados. Os provocam intoxicação em animais não

autores concluíram que ambas as adaptados. Em ovinos, rações de 8,5 g

formas de ureia, oferecidas em altas por dia podem ser letais em animais não

doses podem ser prejudiciais a bovinos adaptados, assim como podem existir

que nunca se alimentaram com ureia. animais com consumos de 100 g por dia

Antonelli et al. (2007), sem sintoma nenhum.

avaliaram 12 novilhos que foram O fígado é o órgão responsável

intoxicados experimentalmente por pelo metabolismo da ureia, ele cumpre

administração intrarruminal com alta uma função importante dentro do

dose de ureia (0,5g/kg PV). Onze metabolismo das proteínas. O fígado faz

novilhos apresentaram quadro clínico a modificação de nutrientes disponíveis

típico de intoxicação por amônia, porém para formar os que não estão

um animal sucumbiu. Os animais disponíveis para a síntese de leite e para

intoxicados apresentaram alto teor de a detoxificação da amônia absorvida no

amônia e elevada atividade aspartato trato digestivo (FREETLY &

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FERRELL, 1999). Outro órgão de Alguns outros estudos

fundamental importância para demonstraram que o esvaziamento do

purificação da amônia é o rim, pois tem rúmen, através de abertura cirúrgica na

a capacidade de filtrar a amônia e íon de fossa paralombar, com aplicação de

H, eliminando-o na urina, em maior ou líquido ruminal de vacas sadias,

menor quantidade conforme o estado mostrou-se melhor ao ácido acético para

ácido-básico do animal. o tratamento de casos experimentais de

O tratamento para intoxicação intoxicação por ureia (BARTLEY et al.,

por ureia é baseado em dois princípios, 1976).

diminuir a taxa de hidrólise da ureia no Kitamura et al. (2010a),

rúmen e diminuir a taxa de absorção de avaliaram algumas formas de

NH3 pelo epitélio ruminal. A água tratamentos na intoxicação por amônia

gelada pode ser usada para o em bovinos, utilizaram para o

tratamento, quantidades de 20ª 40 tratamento solução salina fisiológica,

L/animal pode ser usada para reduzir a aminoácidos do ciclo da ureia mais

temperatura ruminal e diminuir a solução salina fisiológica e o acréscimo

atividade da uréase, com isso há uma de furosemida com aminoácidos do

redução na produção de amônia. O ciclo da ureia mais solução salina

fornecimento de uma solução de ácido fisiológica.

fraca, como por exemplo, o acido Os tratamentos a base de

acético, acidificara o rúmen, furosemida e aminoácidos do ciclo da

ocasionando a transformação de NH3 ureia promoveram melhora clínica

em NH4, diminuindo a absorção de pronunciada isto é, permaneceram em

NH3. estação, retornaram o movimento de

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rúmen e o apetite e recuperaram-se do do grupo 2 e dose única (iv) de

edema pulmonar mais rapidamente. furosemida (2mg kg-1 PV) (F); 4)

Os autores concluíram que os injeção (iv) de 5mL kg-1 PV de solução

tratamentos propostos apresentaram salina hipertônica (SSH) 7,2% nos

ação efetiva principalmente por primeiros 30min, seguida de 20mL kg-1

diminuírem a hiperamonemia, por meio PV de SSI e 4L de ASE; 5) mesmo

da maior excreção renal de amônio e tratamento do grupo 4 e dose única de

maior transformação hepática de F. No momento da convulsão, os teores

amônia em ureia. de amônia plasmáticos foram muito

Kitamura et al. (2010b), altos e idênticos em todos os

avaliaram a solução salina hipertônica e tratamentos, mas no 120 minutos, nos

isotônica e de furosemida no tratamento grupos tratados com associação de

da intoxicação por amônia em bovinos. SSH+SSI+ASE, houve diminuição

Os garrotes receberam cloreto de desse metabólito. A terapia com

amônio por infusão intravenosa até o associação de SSH+SSI+ASE aumentou

surgimento de quadro convulsivo. Os ainda o volume urinário e a excreção

animais foram tratados da seguinte percentual urinária de ureia e amônia

forma: 1) controle: infusão (iv) de durante o período crítico da 1 hora de

300mL de solução salina isotônica tratamento. Embora com efeito menor

(SSI), no decorrer de 4h; 2) infusão (iv) que o observado com SSH+SSI+ASE, a

de 30mL kg-1 PV de SSI no decorrer de SSI+ASE promoveu melhora no quadro

4h e administração de 4L de água clínico geral e, ao término do

intraruminal por meio de sonda experimento, promoveu também uma

esofágica (ASE); 3) mesmo tratamento adequada desintoxicação da amônia.

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Considerações finais Referências Bibliográficas

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se necessário conhecer as necessidades COSTA, R.G.; SANTOS, E.P.;

dos animais e atender suas exigências, FREITAS, C.R.G.; SANTOS JÚNIOR,

evitando desperdícios e exageros. Com C.M.; ANDRADE, D.K.B. Níveis de

uma dieta balanceada, os animais energia em dietas para ovinos Santa

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São vários os distúrbios que 1962-1968, 2003.

acometem os animais de produção, AFONSO, J.A.B.; CIARLINI, P.C.;

contudo conhecê-los e preveni-los KUCHEMBUCK, M. R.G.;

tornam-se imprescindíveis. Devem-se KOHAYAGAWA, A.; FELTRIN, L.P.

tomar os cuidados necessários com a Z.; CIARLINI, L. D. R. P.; LAPOSY,

utilização de altos grãos, além dos C.B.; MENDONÇA, C.L.;

animais jovens e não adaptados TAKAHIRA, R.K. Metabolismo

submetidos a um sistema de oxidativo dos neutrófilos de ovinos

confinamento, visto que os transtornos tratados com monensina sódica e

metabólicos não são perceptíveis, experimentalmente submetidos à

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