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EDIÇAO CONJUNTA:
INSTITUTO DA JUVENTUDE
PROJECTO VIDA
Carios Capucho Ana Leão Arranjo gráfico da capa: José Barata Julho de 1990 Distribuição gratuita
200.000 exemplares ISBN 972-597-083-7 (5@ edição revista) Depósito Legal: 25880/89
NUNO SILVA MIGUEL
OS JOVENS E A SEXUALIDADE
5.'Edição 1990
NOTA PRÉVIA
É corri agrado que se apresenta @i 5., edição revista e aumentada de um livro que provou,
dada a grande procura que tem tido, ser de grande utilidade.
0 seu autor é médico psiquiatra e tem larga experiência de contacto com jo-
fa vens. De assinalar ainda o capítulo sobre a SIDA, da autoria da Pro . Laura Ayres.
Existe uma cada vez maior consciência, por parte de adultos e de jovens, de que os
conhecimentos sobre sexualidade, longe de encorajarem a promiscuidade, antes podem
servir para desenvolver as nossas capacidades de comunicação, de entendimento mútuo, de
ternura, de sensibilidade e de responsabilidade em relação aos outros. Não esquecemos,
também, que a sexualidade influi nos nossos pensamentos, emoções, acções e interacções e,
portanto, na nossa saúde mental e física.
A educação para a sexualidade é, pois, questão muito mais ampla do que transmitir
informação sobre os órgãos genitais femininos e masculinos, a contracepção, as doenças
transmitidas sexualmente ou a SIDA, e os estudos que se multiplicam em vários países e
também em Portugal mostram que quanto mais informados maior é a responsabilidade dos
jovens de ambos os sexos face à sexualidade. A educação para a sexualidade contribuirá
igualmente para que seja eliminada toda e qualquer atitude que pretenda considerar as
mulheres numa situação de subalternidade em relação aos homens.
Não cabe dúvida que uni dos grandes obstáculos a vencer advém da falta de comunicação
entre adultos e jovens e mais urna vez são os estudos que revelam que os filhos gostariam de
conversar com os seus pais sobre estes temas, e que os rapazes encontram ainda maiores
dificuldades do que as raparigas para encetar este diálogo. Temos, assim, que garantir que as
fontes de informação sobre a sexualidade, disponíveis aos jovens, não se limitem aos amigos,
aos meios de comunicação social e à indústria de pornografia, pois a esta convém que as
mulheres não passem de objectos, sem dignidade, alma ou razão.
Julho de 1990
INTRODUÇÃO
É raro conversarem com os pais sobre questões sexuais. Eles próprios não tomam
essa iniciativa, por vergonha, e os pais também não o fazem por medo de não ter
preparação suficiente para o fazer e também por falta de à-vontade, já que a sua
própria educação sexual não os ajudou a encarar com naturalidade a sexualidade.
Este livro é uma tentativa de contribuição para melhorar essa situação. Na sua
elaboração procurou-se quejosse:
- um texto simples, organizado dumaforma esquemática, capaz defacilitar a leitura,
mesmo àqueles que não gostam de ler;
A ADOLESCÊNCIA
0 que é?
- É o período da vida em que já não se é criança mas ainda não se é adulto.
Em termos de idade isto é muito variável e acontece habitualmente mais cedo nas
raparigas. Estas costumam ter a primeira menstruação a partir dos 10 anos e os
rapazes a possibilidade da primeira ejaculação a partir dos 12.
Dizemos possibilidade porque um rapaz pode já ser adolescente sem nunca ter
ejaculado em sonhos ou na masturbação-1 ou sem ter tido relações sexuais.
Podemos no entanto dizer que a possibilidade de ejacular costuma coincidir no
tempo com o aparecimento dos pêlos axilares (e não dos pêlos púbicos, que
geralmente aparecem antes).
- Quando se pode considerar que uma pessoa já é adulta tanto biológica como
psicologicamente, sendo muito variável de pessoa para pessoa a idade em que isto
acontece.
- no corpo
- nas relações com os pais
- nas relações com os outros da’ mesma idade
- nas relações com os adultos - na família, na escola, nos grupos
do corpo
- a entrada em funcionamento dos órgãos sexuais, com o aparecimento da
nas raparigas:
nos rapazes:
márias, ou apenas duma delas (sem importância e que desaparece algum tempo
depois).
nas em circulação.
amigos»
* o gosto pelas conversas intermináveis entre amigos
- frequente inserção em grupos mais ou menos definidos, em que existem
rapazes e raparigas
- aparecimento da atracção entre rapazes e raparigas, de paixões, de
namoros, etc..
deveres
- desejo de ser reconhecido como capaz de se bastar a si próprio sem
começa a ter:
* distribuição de gordura por certas zonas
* desenvolvimento das glândulas mamárias
* aparecimento dos pêlos púbicos e axilares
* menstruação, etc..
- medo de não ser suficientemente atraente:
* na altura
* no desenvolvimento muscular
* no tamanho do pênis
* no desenvolvimento piloso (barba, pêlos do púbis, etc.)
* no desenvolvimento (que sucede às vezes) das glândulas mamárias
- medo de não ser suficientemente potente:
significado.
- medo de não ser atraente:
* o tamanho do nariz
* a desproporção do corpo (pés grandes, rabo espetado, etc.)
0 o acne
As transformações nas relações com os pais trazem um conjunto de conflitos:
por razões afectivas pelo medo das más companhias pelo medo de problemas afectivos e
sexuais o os filhos querem estar com os amigos e estar com eles à vontade.
complicações.
SOBRE 0 COMPORTAMENTO:
em suportar a diferença na forma de vestir, nos cabelos, na música e nas convenções sociais
* os filhos gostam do informal, da aventura e experiências novas, e têm
SOBRE 0 FUTURO:
muitas vezes se decide na adolescência) e em certos casos o desejo de que os filhos realizem
o que eles próprios não conseguiram
40 os filhos dão importância ao presente e ao prazer actual, adiando a
o pelo medo que os pais têm de que os filhos já não gostem deles o pela culpabilidade dos
filhos em relação ao distanciamento que vão
13
As transformações nas relações com os rapazes e raparigas são acompanhadas de medos:
nados
- os rapazes têm medo de não ser suficientemente habilidosos para arranjar
uma namorada
- as raparigas têm medo de não ser suficientemente atraentes para arranjar
um, namorado.
14
As transformações nas relações com os adultos são acompanhadas de dificuldades
provenientes da inderiniçã o de direitos e deveres dos adolescentes:
pais.
15
Por que é que se fala hoje tanto na adolescência?
Porque embora sempre tenham existido crianças que se tornam adultos, essa transformação
é, na nossa sociedade:
- DIFíCIL
passagem à idade adulta (a maioridade não tem esse significado e é vivida muitas vezes
ainda numa situação de preparação para a vida adulta e de dependência familiar).
* pela duração - devido aos estudos cada vez mais longos, mantendo a
Quando este desejo é correspondido pela outra pessoa leva à formação de um par,
situação que se chama tradicionalmente namoro, embora esta palavra tenha caído
em desuso e hoje os adolescentes prefiram dizer « ando com ... » a «namoro
COM ... »
acontecido Nas mulheres e nos homens é habitual existir uma relação entre a
afectividade e a sexualidade, isto é:
numa relação afectiva. No entanto, nem sempre isto sucede, e algumas pessoas
- podem estar apaixonadas sem terem desejos sexuais, o que sucede mais
A SEXUALIDADE
mulheres ou homens
- Na reprodução: é através das relações sexuais que (salvo em casos
espe-
partilhada, em igualdade
- cimentar uma relação estável, permanenteg institucic
casamento
- conduzir à constituição de, uma família e a9
- contribuir para o bem-estar e amadurecimento psico-afectivo mas também
pode
- ser vivida apenas como uma procura de prazer à custa do outro
- na violação
- na prostituição
- na utilização sexual de crianças
- nas relações forçadas, mesmo dentro do casamento
- nas relações vividas duma forma egoista, procurando ter prazer e não
sadismo, e que geralmente é feita para consumo dos homens, diminuindo a sua
sensibilidade e o respeito pelo outro
Na infância
é próprio da idade.
permitam conhecer o corpo das outras e mostrar o próprio corpo (brincar aos
médicos, aos pais e mães).
vação)
* possam contribuir para o desenvolvimento dessas «más tendências».
Isto faz com que as crianças possam ser castigadas ou repreendidas pelos pais
quando são descobertas nestas brincadeiras, o que as deixa culpabilizadas e
traumatizadas.
21
Na adolescência
A sexualidade manifesta-se de uma forma mais intensa e clara e começa a estabelecer-se a
ligação entre a sexualidade e a afectividade. Ligaçã o que na
nossa sociedade existe de forma diferente nos rapazes e nas raparigas, como
veremos adiante.
- sonhos sexuais
- desejos e excitações sexuais
- fantasias sexuais
- masturbação
- relações sexuais
22
Sonhos sexuais
São todos os sonhos que representam uma situação sexual, mesmo que não seja uma
actividade sexual perfeitamente clara.
Estes sonhos:
- são involuntários, como todos os sonhos
- de frequência muito variável de pessoa para pessoa, podendo mesmo não
existir
- acompanhados de excitação sexual e por vezes de orgasmo.
Embora ter sonhos sexuais e ter orgasmo no sonho seja perfeitamente normal,
uma tendência demasiada para o sexo *alguns rapazes têm medo que ejacular a dormir seja
anormal ou faça mal à saúde, ou têm vergonha que as mães ou outras pessoas percebam que
eles ejacularam.
aparecem
nas raparigas habitualmente duma forma menos intensa (veremos mais adiante
porquê) e relacionados com a sua vida afectiva o nos rapazes habitualmente de
uma forma mais intensa, e ligados aos
mais diversos estímulos, muitas vezes sem qualquer relação com a vida afectiva.
Fantasias sexuais
São muito variáveis de pessoa para pessoa, têm um papel importante na nossa
sexualidade
23
Masturbação
É qualquer processo que uma pessoa utiliza para se excitar e atingir o orgasmo.
Na maior parte das vezes isso é feito estimulando manualmente duma forma ritmada as
zonas mais sensíveis dos órgãos sexuais.
cia-os
- aumentava o tamanho do pênis dos rapazes e do clítoris nas raparigas
- prejudicava a possibilidade dos rapazes terem filhos que iriam ser feitos
24
É necessário, por isso, afirmar claramente que a masturbação não causa nem física
nem psicologicamente qualquer prejuízo no organismo. Não provoca as
alterações referidas (glândulas mamárias, pênis e clitóris), não vicia, não prejudica
os futuros filhos, não contribui para a delinquência, e tudo isto qualquer que seja a
Mas também não se deve concluir do que dissemos que um rapaz ou uma rapariga
têm obrigatoriamente, para serem normais, de sentir necessidade de se
masturbarem.
25
Mas é importante ter em conta que
- a prostituição é degradante para o homem que compra e para a mulher que se
vende
- as prostitutas não são geralmente autónomas
outras, e que dificultam a sua saída, e para quem vão a maior parte dos lucros da
sua actividade.
As diferenças na atitude e comportamento sexual em raparigas e rapazes
Estas diferenças não são devidas apenas às diferenças biológicas entre mulheres e
homens, mas são consequência dos critérios diferentes utilizados na educação
afectiva e sexual das raparigas e dos rapazes e que cria numas e nos outros
atitudes e comportamentos inadequados.
Nas raparigas:
seus sentimentos
- desenvolve a capacidade da rapariga para se tomar atraente e desejada
- reserva apenas para os rapazes a possibilidade de iniciativa para UM
29
ESTE TIPO DE EDUCAÇÃO TEM POR CONSEQUÊNCIA SER FREQUENTE ENCONTRAR NAS
RAPARIGAS
«fácil»
- desejo de corresponder positivamente às iniciativas de aproximação dum
rapaz e medo de que ele apenas esteja sexualmente interessado -desejos em relação a um
rapaz e medo de que esses desejos sejam,
sexuais
- desejos e excitação sexuais e medo de que sejam anormais ou dema-
siados
- desejo de que os rapazes se interessem mais por elas do que pelas outras
QUASE PODERíAMOS DIZER QUE AS RAPARIGAS QUEREM «0 AMOR, SE POSSíVEL SEM SEXO»
Nos rapazes:
como necessidades
- reprova o desejo e prazer sexual nas raparigas
- estimula a ousadia e habilidade do rapaz no seu relacionamento com as
raparigas
- reserva apenas para os rapazes a possibilidade de iniciativa para um
ESTE TIPO DE EDUCAÇÃO TEM POR CONSEQUÊNCIA SER FREQUENTE ENCONTRAR NOS
RAPAZES
o desejo de ter um corpo e maneira de ser perfeitamente masculino e orgãos sexuais normais
e o medo de parecer efeminado, de ter um pênis pequeno ou
qualquer outra característica sentida como podendo ser pouco masculina o desejo de ser
potente e o medo de ser ou vir a ser impotente o desejo de ser totalmente heterossexual e o
medo de ser ou vir a tomar-se homossexual
31
- o desejo de ser capaz de agradar e conquistar uma rapariga e o medo de ser pouco atraente
ou pouco habilidoso junto das raparigas
- o desejo de satisfazer a mulher na relação sexual, o que o «confirma»
de que estes sejam ou pareçam ser mais viris, mais potentes, mais hábeis, mais
experimentados.
desejo de afirmação:
* masturbação mais frequente em momentos de maior ansiedade
* querer ter relações sexuais o mais cedo possível, o maior número de
xuais.
No entanto esta diferença nas atitudes sexuais das raparigas e dos rapazes é cada vez menor.
As raparigas começam a ter uma atitude mais favorável em relação à sexualidade e os
rapazes começam a dar importância maior à qualidade afectiva das suas relações sexuais.
32
A Homossexualidade
Chama-se homossexual a uma pessoa que se sente sexualmente atraída por pessoas do
mesmo sexo. Há mulheres homossexuais e homens homossexuais.
chamam-se bissexuais
- podem ter um comportamento homossexual apenas em situações em que
não é possível ou é mais difícil ter relações heterossexuais (prisão, serviço militar,
internatos) mantendo, quando se encontram numa situação normal, um
comportamento apenas heterossexual.
Alguns adolescentes têm também relações homossexuais sem serem ou irem ser no futuro
homossexuais. Isso deve-se:
pessoa
- à maior frequência de amizades entre adolescentes do mesmo sexo no
início da adolescência
- à maior inibição que os adolescentes têm em relação aos adolescentes do
No entanto, quando isto acontece os rapazes, principalmente, sentem-se muito culpabilizados, e aumenta o
seu medo de virem a ser homossexuais, pelo que uma conversa com um adulto esclarecido, em quem
tenham confiança, pode ser útil.
os homens
- tem havido uma evolução no sentido de haver uma maior tolerância em
relação à homossexualidade.
33
Hoje já praticamente ninguém considera a homossexualidade como um crime ou vício. Umas
pessoas consideram que é uma doença (que em certos
- têm direito a ser respeitadas, como pessoas que são, mas não devem:
lectuais, etc.
- têm direito a viver a sua sexualidade.
34
IV
OS óRGÃOS SEXUAIS
Os rapazes e raparigas não são iguais no seu corpo. As diferenças são muitas, mas a mais
importante é a dos seus órgãos sexuais:
nascem.
A função sexual
que se exprime nos desejos, fantasias, sonhos, num prazer especial a que chamamos
excitação e que pode levar a um prazer maior chamado orgasmo. É uma função permanente
do homem e da mulher ao contrário do que se passa com os animais e que, embora muitas
pessoas não saibam, se mantém também na terceira idade.
É por esta função que um homem e uma mulher podem, pela relação sexual, viver
fisicamente o amor que os une.
A função reprodutora
que permite a um homem e a uma mulher terem filhos. Habitualmente mais falada
na escola e em muitos livros de sexualidade, é muito limitada na vida de um homem
e de uma mulher. Só alguns dias em cada mês a mulher pode engravidar e apenas
até uma determinada idade. E mesmo na altura em que podem ter filhos o homem e
a mulher utilizam frequentemente processos de o evitar, para não terem muitos
filhos, não terem filhos muito seguidos, não terem filhos quando não querem ou não
podem.
36
Fig. 1 - órgãos sexuais femininos (de frente)
Legenda
1 - Trompa
2 Ovário
3 - útero
4 - Colo do útero
5 - Vagina
6 - Vulva
7 - Pavilhão
37
Legenda
1 - Clítoris
2 - Grandes lábios
3- Meato urinário
4 - Pequenos lábios
5 - Vagina
6 - Anus
Certas pessoas pensam que se pode saber se uma mulher já teve relações sexuais, ou seja
como habitualmente se costuma dizer, se é virgem, pela integridade desta membrana.
Vale a pena perceber melhor tudo isto, porque a não-virgindadejá foi considerada como
motivo suficiente para terminar um casamento, e a ausência de hemorragia na primeira
relação sexual já foi considerada como a prova de não-virgindade. Ora pode não haver
hemorragia na primeira relação sexual se o hímen tiver uma abertura um pouco maior do que
o habitual ou se for mais flexível (chama-se hímen complacente) ou se tiver havido
anteriormente uma rotura acidental do hímen (provocada por uma queda, por exemplo).
PEQUENOS LÁBIOS - são duas pregas, uma direita, outra esquerda, que rodeiam a zona do
meato urinário e a abertura da vagina. Unem-se pela sua extremidade e são zonas muito
sensíveis.
CLíTORIS - Pequena saliência na J .unção dos dois pequenos lábios; também muito sensível,
desempenha um papel importantíssimo na sexualidade feminina. Exteriormente é apenas um
pequeno relevo, mas que se toma duro e aumenta de volume durante a excitação sexual. É a
estimulação do clítoris que provoca o orgasmo na mulher. Na relação sexual o clítoris é
estimulado directamente pelo pênis ou indirectamente porque a penetração na vagina
provoca a estimulação do clítoris através do repuxamento dos pequenos lábios.
GRANDES LÁBIOS - são duas pregas maiores, exteriores aos pequenos lábios, uma de cada
lado e que fecham a vulva.
38
ESTES SÃO OS óRGÃOS NECESSÁRIOS PARA A FUNÇÃO SEXUAL, MAS HÁ AINDA OUTROS
óRGÃOS SEXUAIS FEMININOS QUE SÃO INDISPENSÁVEIS PARA A REPRODUÇÃO.
OVÁRIOS - são dois órgãos em que se produzem as células sexuais femininas (óvulos). Têm o
formato de um ovo e neles existem folículos ováricos que podem transformar-se em óvulos.
No entanto, só um pequeno número destas células se transforma realmente em óvulos, visto
que uma mulher só produz um óvulo de 28 em 28 dias, entre a puberdade e a menopausa.
óVULOS - são células especiais que quase poderíamos chamar meias células, porque só têm
metade dos cromossomas das outras células. Os cromossomas são partículas nas quais estão
gravadas as características que se podem transmitir por hereditariedade. 0 óvulo ao reunir-se
com o espermatozóide (também só com metade dos cromossomas) forma a primeira célula
do novo ser
Fig. 3 - 0 óvulo (muito aumentado)
TROMPAS - são uns canais que começam junto dos ovários por uma parte mais alargada, o
pavilhão, que servem para receber os óvulos que se soltam dos ovários e que terminam no
útero na sua parte superior. É nas trompas que se dá o encontro do óvulo e do
espermatozóide quando há fecundação.
39
Legenda
1 - Trompa
2 - Ovário
3- útero
4 - Osso da bacia
5 - Grande lábio
6 - Clítoris
7 - Meato urinário
8- Colo do útero
9 - Vagina
10 - Recto
11 - Ânus
12 - Orifício externo da vagina,
úTERO - é um órgão de forma de pera, oco e de paredes musculosas, com uma grande
capacidade de dilatação, pois é nele que o ovo se desenvolve até ao nascimento, e portanto
dilata-se o suficiente para poder conter um bebé.
0 útero tem também uma outra propriedade. A camada interior da parede do útero, chamada
mucosa, sofre transformações cíclícas, ora aumentando de espessura, preparando-se para
receber um ovo, ora reduzindo-se à sua espessura norrnal (quando o seu revestimento
interior se desprende), dando origem assim à hemorragia que constitui a menstruação.
COLO DO úTERO - é a zona pela qual o útero se liga à vagina. No centro do colo do útero
encontra-se um canal de comunicação com a vagina que permite a
passagem dos espermatozóides e por onde o bebé passa na altura do nascimento e que é o
canal endocervical.
COMO DISSEMOS ATRÁS, ESTES óRGÃOS SÃO NECESSÁRIOS PARA A REPRODUÇÃO MAS NÃO
PARA A RELAÇÃO SEXUAL, E POR ISSO UMA MULHER PODE TER RELAÇõES SEXUAIS
PERFEITAMENTE NORMAIS MESMO QUE 0 úTERO OU OS OVÁRIOS LHE TENHAM SIDO
EXTRAíDOS ATRAVÉS DUMA OPERAÇÃO CIRúRGICA.
40
Como funcionam estes órgãos?
um endócrino, que se exerce por intermédio das glândulas endócrinas e dos seus produtos -
que se chamam hormonas - e que está mais relacionado com a reprodução
0 comando endócrino
VAMOS ENTÃO VER COMO FUNCIONA 0 APARELHO SEXUAL SOB 0 PRIMEIRO COMANDO. PARA
ISSO É PRECISO SABERMOS QUE:
Glândulas endócrinas - são órgãos do nosso corpo que produzem substâncias, como as
glândulas salivares produzem saliva ou as glândulas sudoríparas produzem suor, mas que em
vez de deitarem os seus produtos para o tubo digestivo ou para o exterior, os deitam
directamente no sangue, através do qual atingem todos os pontos do nosso organismo.
- a hipófise que tem uma função de regulação das outras glândulas endó-
crinas
- os ovários que além de produzirem óvulos também produzem hormonas
- as cápsulas supra-renais que produzem testosterona, hormona que tanto
- o estrogéneo
4 - Ovário
5 - útero
6 - Colo do útero
7 - Vagina
útero
9 - Espessarnento e enrugamento da parede do útero,
C -A menstruação
0 CICLO MENSTRUAL
- o amadurecimento do óvulo;
- a produção de estrogéneos que provocam
-cervical.
A segunda parte
43
PARA ALÉM DAS HORMONAS JÁ INDICADAS, HÁ OUTRA HORMONA TAMBÉM IMPORTANTE, MAS
AO CONTRÁRIO DESTAS, RELACIONADA APENAS COM A FUNÇÃO SEXUAL, É A:
a resposta sexual
0 comando nervoso
0 segundo comando do aparelho sexual feminino, o que se exerce pelo sistema nervoso, é o
responsável pela resposta aos estímulos sexuais.
Podem ser:
0 pensamentos, fantasias, desejos, sonhos
Podem ser: o carícias nos seios e orgãos sexuais, especialmente pequenos lábios e
ção do pênis; estas transformações são provocadas pelo aumento do volume de sangue
dentro dos vasos sanguíneos destes orgãos
* erecção dos mamilos e aumento do volume dos seios.
* um prazer intenso
* um alívio de tensão pela satisfação do desejo.
célula sexual masculina - espermatozóide - quando um homem e uma mulher têm relações
sexuais
- que essa união não é possível todos os dias porque a mulher só produz
um óvulo mais ou menos de 28 em 28 dias e não produz óvulos antes da puberdade nem
depois da menopausa
- que nos ciclos irregulares, com duração variável, mantém-se a possibili-
dade de fecundação, pois há também ovulação -que essa união se dá na trompa onde os
espermatozóides - que na
relação sexual são lançados no fundo da vagina - podem chegar devido à sua mobilidade
- que essa união não depende da existência do orgasmo feminino
- que o ovo que resulte da união do óvulo com o espermatozóide se fixa
depois da menopausa
- que a resposta sexual feminina se mantêm mesmo após intervenções
B - Com circuncisão
Quais são?
PÉNIS - corpo cilíndrico que tem a propriedade de poder aumentar de volume, tomando-se
duro e apontado para a frente e para cima (a isto chama-se erecção) ou manter-se no seu
estado habitual, mais pequeno, mole e dirigido para baixo. Habitualmente não é
completamente direito, o que não tem qualquer importância.
Glande - extremidade do pênis mais alargada (e por isso chamada em linguagem vulgar,
cabeça) e muito sensível Meato urinário - situado na ponta da glande é o orifício exterior da
uretra, canal comum ao aparelho urinário e ao aparelho sexual, podendo dar saída à urina
proveniente da bexiga e também ao esperma. o Sulco balano-prepucial - sulco que limita a
glande na sua ligação com o
corpo do pênis. Aí encontram-se pequenas glândulas que produzem uma substância de cheiro
característico chamada smegma. A ausência de limpeza do sulco balano-prepucial pode dar
origem a infecção.
47
* Prepúcio - prega destinada a cobrir em extensão maior ou menor a glande, formada pela
pele que reveste o corpo do pênis. Esta pele é relativamente móvel sobre o corpo do pênis,
podendo ser repuxada, de forma a desfazer a prega e deixando a glande a descoberto. No
entanto, às vezes, o prepúcio forma uma abertura demasiado estreita que não permite a
passagem da glande quando se tenta repuxar a pele para trás. Assim a glande fica sempre
coberta pelo prepúcio o que não permite a limpeza da glande, especialmente do sulco balano-
prepucial, facilitando as infecções referidas. A esta situação dá-se o nome de fimose. Outras
vezes é possível repuxar a pele mas apenas quando o pênis está normal não sendo possível
quando está em erecção. Esta situação pode tornar a erecção e as relações sexuais dolorosas.
Se o aperto do prepúcio é muito grande toma-se necessário fazer uma operação que é o corte
do prepúcio e que se chama circuncisão, ficando então a glande sempre descoberta.
Esta operação pode ser feita em qualquer idade. É também feita por tradição, em alguns
povos, nuns logo em bebé, noutros na puberdade. Se o aperto não é muito grande pode ir
alargando com as tentativas de repuxar a
prepúcio. Se este freio é demasiado curto pode tornar-se doloroso, quer na masturbação, quer
nas relações sexuais. Por vezes sucede até que numa destas situações se faz uma pequena
ferida no freio - os rapazes dizem habitualmente rebentar o freio - que sangra ligeiramente.
Talvez por isso alguns rapazes pensam erradamente que rebentar o freio é o equivalente
masculino da rotura do hímen, ficando preocupados quando já tiveram relações sexuais e
apesar disso rinantêm o freio, situação que é absolutamente normal e até a mais frequente.
- Internamente o pênis tem três corpos, constituídos por um tecido especial chamado eréctil,
formado por vasos sanguíneos que se podem encher de sangue. É isso que permite ao pênis
na erecção aumentar de volume e tornar-se duro.
ou menos cilíndricos que começam bastante atrás do início do pênis constituindo como que
uma raiz do pênis. Terminam na junção do corpo do pênis com a glande.
48
1 - Osso da bacia
2 - Pênis
3 - Sulco balano-prepueial
4 - Clande
5 - Prepúcio
6 - Meato urinário
7 - Freio
8- Escroto
9 - Testículo
10 - Epidídimo
11 - Canal deferente
12 - Ânus
13 - Próstata
14 - Recto
15 - Vesícula seminal
16 - Bexiga
17 - Corpo esponjoso
18 - Corpos cavernosos
19 - Uretra
Um corpo esponjoso - colocado na parte posterior do pênis no ângulo que os dois corpos
cavernosos fazem entre si. É mais estreito que os
corpos cavernosos em toda a sua extensão, com uma dilatação na ponta que constitui a
glande e prolongando-se para trás terminando por uma
dilatação que se chama bolbo do corpo esponjoso e que já fica dentro da bacia. Tem no seu
interior a uretra que se prolonga depois para trás e para cima, já não revestida pelo corpo
esponjoso, passando no meio da próstata e desembocando por fim na bexiga.
49
TESTíCULOS -glândulas sexuais masculinas, urna de cada lado, geralmente mais baixo o
esquerdo do que o direito. Têm um formato mais ou menos ovóide e são constituídos por
tubos enrolados - os tubos seminíferos em cujas paredes se encontram as células que vão dar
origem aos espermatozóides. Entre os tubos seminíferos existem conjuntos de células que
produzem uma hormona chaniada testosterona e que é a hormona sexual masculina.
ESPERMATOZóIDES - são as células sexuais masculinas. São muito mais pequenas que os
óvulos, são móveis porque têm uma cauda que vibra; são produzidos e libertados aos
milhões. Os espermatozóides saem dos testículos misturados num líquido fluído e pouco
abundante a que se juntam líquidos viscosos segregados pelas vesículas seminais e próstata -
constituindo o esperma. Tal como os óvulos, os espermatozóides sã o uma espécie de meia
célula com 23 cromossomas que contêm as características hereditárias incluindo, no caso dos
espermatozóides, a determinação do sexo da futura criança, feminino se o 23.1 cromossoma
for cromossoma X, masculino se o 23.1 cromossoma for um cromossorna Y.
50
ESPERMA - líquido que contém os espermatozóides e que é formado nos testículos, nas
vesículas seminais e na próstata. Durante a fase de excitação acumula-se na uretra, de onde
é expulso às golfadas durante o orgasmo pelas contracções rítmicas destes órgãos. E o que
se chama a ejaculação. É viscoso, esbranquiçado e liquefaz-se algum tempo depois da
ejaculação. A quantidade de esperma emitida em cada ejaculação é variável.
Há duas ideias erradas a respeito da emissão de esperma, mas muito difundidas. Uma, a de
que o esperma é uma substância que é necessário eliminar regularmente e que a sua não
emissão pode ser prejudicial ao organismo. Outra, é de que a emissão de esperma representa
uma perda de substâncias necessárias ao organismo e que a sua emissão frequente será pois
prejudicial. Utilizadas uma para justificar a necessidade de relações sexuais no homem, outra
para evitar a masturbação dos adolescentes, são ambas perfeitamente falsas.
EPIDíDIMO - É uma pequena formação que se sobrepõe a cada um dos testículos na sua parte
superior e posterior, onde terminam os tubos seminíferos e donde parte o canal deferente.
CANAIS DEFERENTES - são dois canais, direito e esquerdo, que saem do epidídimo respectivo
e se dirigem para cima acompanhados dos vasos e nervos do testículo e entram na bacia na
região das virilhas por uns orifícios próprios. Na bacia dirigem-se para trás da bexiga,
recebem o canal proveniente da vesícula seminal do mesmo lado e terminam na zona da
uretra que é envolvida pela próstata.
VESiCULAS SEMINAIS - são duas glândulas em forma de saco situadas por trás e por baixo da
bexiga e que segregam um dos líquidos constituintes do esperma.
PRóSTATA - é urna glândula que envolve a uretra na sua primeira porção, logo à
saída da bexiga e que segrega outro líquido viscoso também constituinte do
esperma.
51
Como funcionam?
No aparelho sexual masculino não existe, como existe no feminino, uma separação
entre o funcionamento sexual e o funcionamento reprodutor. 0 or-
Ora, tal como na mulher, podemos também considerar no homem dois comandos
diferentes:
-um endócrino
- outro nervoso.
0 COMANDO ENDóCRINO
0 testículo estimulado pela hipófise produz, além dos espermatozóides, testosterona que vai,
tal como na mulher, estimular o desejo sexual tomando possível a resposta sexual.
0 COMANDO NERVOSO
0 segundo comando do aparelho sexual masculino, o que se exerce pelo sistema nervoso é,
tal como na mulher, o responsável pelas respostas aos estímulos sexuais:
tamente.
52
A RESPOSTA SEXUAL A ESTES ESTÍMULOS É
* um prazer intenso
* um alívio da tensão pela satisfação do desejo.
Ao contrário da mulher, o homem não pode ter dois orgasmos seguidos. A seguir a um
orgasmo tem uma fase de diminuição de desejo e de excitação -
fase refractária - após a qual pode voltar a excitar-se e então ter novo orgasmo.
- formação de espermatozóides
- produção significativa de testosterona.
Ao contrário do que sucede na mulher, este funcionamento perdura durante toda a vida do
homem, que assim mantém, embora sujeito ao processo gradual de envelhecimento de todo
o organismo, não só a sua capacidade sexual (como a
Conclusões
que é possível pela união da célula sexual masculina - o espermatozóide - com a célula sexual
feminina - o óvulo -que essa união é, da parte do homem, sempre possível a partir da
homem.
embora sujeita ao processo normal de envelhecimento de todo o organismo. Não existe assim
paragem de produção da hormona que estimula o desejo sexual masculino - a testosterona -
produzida principalmente nos testículos.
54
v
A GRAVIDEZ E 0 PARTO
Quando a célula sexual masculina, isto é, um espermatozóide (1), encontra uma célula sexual feminina, isto é, um óvulo
(2), pode dar-se a fecundaçã o (3). 0 óvulo fecundado vai fixar-se na parede do útero (4), começando então a formar-se o
embrião, isto é, o novo ser.
existem no óvulo
- fixa-se, como se fizesse ninho - por isso se chama nidação - na
parede do útero.
56
Progressivamente, o ovo vai-se transformando, e a certa altura temos:
cheia de vasos sanguíneos chamada placenta, através da qual o ovo recebe o oxigénio e
alimentos do sangue da mãe, que corre nos vasos do útero
- um cordão - cordão umbilical - constituído por duas artérias e uma
veia que fazem a ligação entre a placenta e o feto, dando-lhe oxigénio e alimentos e
recebendo dióxido de carbono e produtos a eliminar.
Fig. 10 -A criança no útero materno
e é o período mais sensível do feto a todos as influências externas doenças da mãe, tomada
de medicamentos, etc.
- aos 4 meses todos os esboços dos órgãos estão já formados, o feto mede
bebé prematuro.
57
Quando uma mulher engravida, há um conjunto de transformações no
seu corpo, algumas das quais lhe permitem perceber esse facto
Ao longo de toda a gravidez a futura mãe deve ser assistida por um médico e
deve procurar
Mas, salvo em casos especiais, pode continuar a fazer a sua vida normal e
pode continuar a ter relações sexuais
Fig. 11 - Posição habitual da mãe durante o parto.
58
0parto dá-se habitualmente ao rim de nove meses e é bom que o pai
possa estar presente:
útero
Fig. 12 - 0 parto.
59
Após a saída do bebé, este continua ligado à placenta (que se encontra ainda no
interior do útero) pelo cordã o umbilical. Deve-se então:
A preparação da mulher para o parto, pela explicação dos seus mecanismos e pelo
treino da descontracção e respiração, ajuda muito a que o parto decorra bem, sem
aflição e sem dores exageradas. É o que se chama « o parto sem dor».
0 parto deve ser realizado num hospital, maternidade ou clínica em que haja
possibilidade de evitar:
7 - Saída da placenta
60
Imediatamente após o parto o bebé deve ser colocado junto da mãe e
deve permanecer junto à cama da mãe durante toda a estadia na
maternidade.
Está provado que uma relação carinhosa entre a mãe e o bebé, com
contacto pele a pele e a amamentação ao peito desde a altura do
nascimento favorecem uma boa relação futura entre a mãe e o filho.
Por vezes, por a cabeça do bebé não passar na bacia da mãe ou por o bebé
se encontrar em perigo, é necessário fazer urna cesariana - extracção do
bebé por intervenção cirúrgica através da parede do abdónien.
Nem sempre que uma mulher engravida o processo continua até ao parto. A
gravidez pode ser interrompida
Involuntariamente
Voluntariamente
urna parteira.
61
vi
A CONTRACEPÇÃO
É também utilizada - ou deveria ser - sempre que uma mulher e um homem têm relações
sexuais, sem estarem interessados em constituir, em conjunto, uma família.
Em princípio, os adolescentes que têm relações sexuais, não estão em condições de constituir
uma família e por isso é fundamental que utilizem um método eficaz de contracepção.
62
Para compreender os vários métodos de contracepção é preciso lembrar que:
para o efeito
- sobre o espermatozóide:
dedeira que se enfia no pênis no início das relações sexuais e que impede o
contacto dos espermatozóides com o aparelho sexual feminino.
63
0 DIAFRAGMA - «rodela» de borracha que a mulher aprende a
colocar no fundo da vagina para revestir o colo do útero, antes da relação sexual. Impede a
passagem dos espermatozóides da vagina para o útero.
.1
65
MÉTODO DO MUCO - permite determinar a altura da ovulação pela alteração da
consistência do muco cervical, que passa para a vagina e que a mulher pode
aprender a reconhecer.
sobre o ovo:
1
Nem todos os métodos podem ser usados por todas as pessoas. Deve-se
escolher o método que mais convém a cada caso.
E assim os adolescentes que têm relações sexuais devem procurar uma consulta de
Planeamento Familiar ou um médico que os ajude a escolher um método contraceptivo que
possam utilizar.
67
k\
Vil
AS DOENÇAS
Tal como os outros aparelhos do corpo humano, também o aparelho sexual e reprodutivo pode
ser atingido por doenças ou perturbações do seu funcionamento.
68
As perturbações da função sexual podem ser:
- na mulher:
- no homem:
- na mulher:
tarde, podendo mesmo não surgir devido à ansiedade que o atraso pode
provocar.
69
As perturbações da função reprodutora que causam, portanto, esterilidade
podem ser:
- na mulher:
aborto ou tuberculose
* mal formação do útero - impedindo a nidação do ovo
* maior ou menor acidez das secreções vaginais, que diminuem a vitali-
- no homem:
* inexistência de espermatozóides
* espermatozóides anormais, que não têm vitalidade suficiente para atin-
emissão de espermatozóides.
Os casos de esterilidade
É importante notar que a esterilidade, tanto na mulher como no homem não implica
necessariamente nenhuma perturbação sexual. Um homem ou uma mulher podem
ser estéreis e terem uma função sexual normal.
70
As doenças transmitidas sexualmente
tempo
- têm aumentado, preocupantemente, nos últimos anos
fácil
* pela maior frequência das relações sexuais com diferentes parceiros
- a sífilis
- a blenorragia ou gonorreia («esquentamento»)
- as vaginites por triconomas ou por cândidas
- o herpes
- os piolhos do púbis («chatos»)
- o SIDA (Síndroma de Imuno-Deficiência Adquirida).
Quando uma pessoa tem, ou pensa ter, uma doença transmitida sexualmente deve:
- ir rapidamente ao médico
- não ter relações sexuais
- prevenir as pessoas com quem teve relações sexuais recentemente.
71
VIII
A SIDA
0 que é a SIDA?
72
Normalmente, os primeiros sintomas são:
Mas atenção, só um exame médico completo poderá confirmar se se trata de SIDA ou não,
visto que todos estes sintomas acima descritos são comuns a outras doenças.
- sangue
- esperma
- fluido vaginal.
- contacto sexual
- injecção endovenosa com agulhas e seringas contaminadas
- transfusão de sangue contaminado ou administração de derivados do
videz ou parto.
73
Quem pode contrair a SIDA?
Embora a doença possa afectar qualquer pessoa, ela manífesta-se mais frequentemente nos
grupos populacionais que a seguir se indicam:
um parceiro sexual
- heterossexuais, principalmente os que têm vários parceiros sexuais
- consumidores de droga que se injectam
- prostitutas/os
- parceiros sexuais de todos os grupos acima mencionados
- crianças nascidas de mães infectadas
- hemofílicos (que foram sujeitos a transfusões de sangue infectado, an-
e agulhas de outros.
Mas, antes de usares o preservativo verifica se está em boas condições. Utiliza-o só uma vez
e a seguir deita-o fora.
74
Não partilhes escovas de dentes, lâminas de barbear, seringas e agulhas bem como outros
objectos cortantes.
Exige a máxima higiene em qualquer local onde se utilizem objectos susceptíveis de provocar
o aparecimento de sangue. E atenção: podes dar sangue, uma vez que isso não constitui
qualquer perigo de contágio para ti.
A SIDA não deve constituir motivo de pânico; no entanto, não penses que a SIDA só pode
acontecer aos outros.
0 contacto social (abraçar, acariciar, apertar a mão, etc.) com uma pessoa seropositiva ou
doente com SIDA não é contagioso, pelo que não se deve evitar. Pelo contrário, esse contacto
é importante para que a pessoa não se sinta marginalizada.
75
4
Ix
A TOXICODEPENDÊNCIA
Há ainda que ter presente que uma das formas de transmissão do vírus que provoca
a SIDA é por injecção na veia com seringas já contaminadas por outros
toxicodependentes.
0 tabaco pode ser considerado uma droga porque causa dependência e prejudica a saúde.
Mas quando falamos de droga referimo-nos normalmente a substâncias que tendem a tornar-
se o centro da vida de uma pessoa, o seu único objectivo, desejo, interesse. Os fumadores de
tabaco não vivem para fumar. Os toxicodependentes vivem para a substância de que são
dependentes.
76
0 álcool é também uma droga?
Essa distinção entre drogas leves e drogas duras é uma distinção pouco clara e pelo
menos discutível. Parece ser uma distinção que parte da ideia de que certas drogas
não dão dependência, ou dão uma dependência tão ligeira que é compatível com o
seu uso ocasional. Ora, se é verdade que há pessoas que consomem
ocasionalmente certas drogas, como o haxixe, também há pessoas profundamente
dependentes do haxixe e que não vivem para outra coisa e que, apesar do haxixe
não dar dependência física, organizam toda a sua vida à volta do consumo desta
substância.
Ou seja, como sendo uma coisa cujo único inconveniente é fazer mal à saúde.
1- A Adolescência ......................................................... 6
11- A Afectividade .......................................................... 17
111- A Sexualidade ........................................................... 19 IV - Os órgãos
Sexuais ...................................................... 35 V - A Gravidez e o Parto ....................................................
55 VI - A Contracepção ......................................................... 62 VII - As
Doenças ............................................................. 68 VIII- A SIDA .................................................................
72
IX - A Toxicodependência ................................................... 76
Para mais informação sobre sexualidade, contracepção, SIDA ou
toxicodependência fala para a:
11'*nha , berta
Tel. 7267766 de Lisboa e 491212 do Porto
Todos os dias, das 12.00 h às 24.00 h e pelo Apartado 4294- 1507 Lisboa
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