Você está na página 1de 3

ENTREVISTA INFORMAL DESIGN EXPOGRÁFICO 25.03.

2017

ENTREVISTADO: JOÃO (NOME FICTÍCIO)

QUANDO O DESIGN EXPOGRÁFICO APARECE NUMA FICHA TÉCNICA DE EXPOSIÇÃO DE ARTE EM


MACEIÓ, É COMUM QUE SEU NOME ESTEJA NELE. QUAL A SUA RELAÇÃO COM EXPOGRAFIA?

Eu trabalho com exposições de arte, realizo a curadoria, o design expográfico ou ambos.

COMO VOCÊ ENXERGA ESSA RELAÇÃO DA CURADORIA COM O DESIGN EXPOGRÁFICO?

Éimportante que o curador entenda de design expográfico, também é importante que ele seja artista
ou vivencie as mais diversas linguagens da arte. Isso também vale para o designer ou qualquer
profissional que queira exercer seu trabalho com exposições de arte.

COMO VOCÊ ENXERGA A RELAÇÃO DA EXPOGRAFIA COM O TRABALHO DO ARTISTA?

A expografia tem uma certa dependênciada qualidade do trabalho do artista que está expondo. A
ambientação não deve se destacar mais do que as artes expostas. Mas não dá para exigir trabalhos
geniais de quem não é gênio.

HÁ DIVERSOS ESPAÇOS, COM DIFERENTES ARQUITETURAS, DESTINADOS A EXPOSIÇÕES DE ARTE


EM MACEIÓ. QUAL SUA OPNIÃO SOBRE ESSES LOCAIS?

Alguns espaços são melhores do que outros para se trabalhar, mas todos têm prós e contra. A
Pinacoteca Universitária é o meu espaço preferido.

NA MAIORIA DAS EXPOSIÇÕES EM MACEIÓ, É COMUM QUE NÃO MENCIONEM O DESIGN


EXPOGRÁFICO NA FICHA TÉCNICA. VOCÊ ACHA IMPORTANTE MENCIONÁ-LO NAS EXPOSIÇÕES QUE
VOCÊ PRODUZ?

Eu acho importante, mas é comum que ele passe desapercebido na pressa da produção, ou que se
decida não mencioná-lo quando o trabalho é feito pelo próprio artista ou curador.

MUITAS DESSAS EXPOGRAFIAS SÃO FEITAS PELO PRÓPRIO ARTISTA OU PELO CURADOR. QUAL SUA
OPNIÃO SOBRE A QUALIDADE DESSAS PRODUÇÕES?

Eu sou muito crítico sobre o trabalho dos outros. Vejo muita coisa copiada. Coisas encontradas nas
redes, que funcionaram em algum lugar do mundo, mas que fora do contexto passam a ter uma
estética que não supera o comum.
POUCO É FALADO SOBRE A QUALIDADE DAS EXPOSIÇÕES EM MACEIÓ. COMPARTILHAR ESSAS
CRÍTICAS COM OS ARTISTAS OU CURADORES CONTRIBUIRIA PARA MUDAR ESSA REALIDADE?

Seria uma forma de colecionar inimigos. Em Maceió é comum as pessoas receberem as críticas como
ofensaspessoais.

DE QUE FORMA VOCÊ CONTRIBUI PARA MUDAR A REALIDADE DAS PRODUÇÕES LOCAIS?

Eu penso num modelo ideal para ser seguido como referência, mas eu nunca consegui fazer uma
exposição com os prazos e os recursos de que eu gostaria. Entretanto, as exposições que eu produzo
são um convite para que as pessoas fujam da mesmice.

QUAL O DIFERENCIAL QUE VOCÊ ENXERGA NO SEU TRABALHO?

Eu não me considero artista, mas sou muito criativo, levo isso para qualquer área que eu abrace na
minha vida. Estou acostumado a trabalhar com prazos curtos e poucos recursos. Entendo tanto de
curadoria quanto de expografia, penso em tudo ao mesmo tempo e isso de certa forma contribui
para o meu trabalho.

QUAL A RESPOSTA DO PÚBLICO SOBRE AS SUAS PRODUÇÕES?

Pouquíssimas pessoas tem a sensibilidade de entender os conceitos, os motivos e os processos por


trás das exposições.

QUAIS AS DIFICULDADES OPERACIONAIS ENCONTRADAS POR VOCÊ?

Faltam investimentos para se fazer boas exposições. Mesmo com investimentos, é preciso de tempo.
Aqui em Maceió, os convites são feitos de última hora. Costumo montar exposições em menos de
24h.

PROFISSIONAIS DE DESIGN QUE TRABALHAM COM EXPOGRAFIA PODERIAMCONTRIBUIR PARA A


MELHORIA DA QUALIDADE DAS EXPOSIÇÕES EM MACEIÓ?

Acredito que sim.Um trabalho perfeito é feito por uma equipe perfeita. O designer supriria a
inabilidade dos curadores e artistas que tentam fazer a expografia por conta própria e não
conseguem bons resultados. Entretanto, na minha opinião, os academicistas tem mais dificuldade
em trabalhar sob pressão.

Você também pode gostar