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ENGENHARIA MECÂNICA – Escola de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia da

Informação

Antônio Reis;
Cledir;
Genildo;
Luís Augusto;
Lucas Sacramento;
Lucas Oliveira.

RELATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS: EXPERIMENTO DE REYNOLDS

Feira de Santana
2018
Antônio Reis;
Cledir;
Genildo;
Luís Augusto;
Lucas Sacramento;
Lucas Oliveira.

RELATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS: EXPERIMENTO DE REYNOLDS

Relatório de experimento realizado em laboratório


apresentado ao curso de Engenharia Mecânica -
Escola de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia da
Informação, da Universidade Salvador - UNIFACS,
como requisito parcial de avaliação da matéria de
Mecânica dos Fluidos.
Professor: Néstor Gálvez Ronceros

Feira de Santana
2018
Resumo:
O presente trabalho analisa e demonstra, experimentalmente, os tipos de escoamento
possíveis de um fluido, água no caso, obtidos a partir da manipulação de grandezas relacionadas, se
utilizando de uma bancada didática específica ao experimento. Com os resultados calculados em
decorrência dos eventos observados, faz se uma análise comparativa, qualitativa e quantitativa, entre
os valores teóricos de referência, os princípios e leis envolvidos e os fenômenos observados.

Palavras chave: Experimento de Reynolds, número de Reynolds, mecânica dos fluidos.


Introdução

A mecânica dos fluidos consiste em parte fundamental da engenharia, desde


aplicações mais simples, como o escoamento de água em uma mangueira, até
operações complexas, como uma usina hidroelétrica, são baseados nos princípios
que esta matéria apresenta. Assim, a necessidade da aplicação vai exigir o tipo de
escoamento do fluido a ser aplicado.

Existem, basicamente, dois tipos de escoamento, a seguir:

Laminar – onde as partículas do fluido se movimentam sem grandes


agitações transversais, perfazendo uma trajetória essencialmente linear, como
superfícies planas se movimentando umas sobre as outras, tem como característica
essencial a baixa velocidade do fluido.

Turbulento – neste caso as partículas do fluido sofrem grandes


agitações transversais em decorrência da velocidade mais alta e, consequentemente,
produzem uma trajetória caótica e desorganizada, dado o seu nível energético
elevado associado a velocidades diversas no decorrer do trajeto. Desta forma, como
característica básica deste regime, temos a aleatoriedade e velocidade mais alta, em
relação ao fluxo laminar.

A literatura apresenta uma terceira condição de escoamento, que é o transicional (ou


de transição), caracterizado por um nível de agitação menor, mas não semelhante ao
laminar, no entanto caracteriza-se apenas como uma característica da transição do
regime laminar para o turbulento.

Osborne Reynolds, físico e inventor irlandês, em 1843 desenvolveu um aparato


onde se permitia visualizar os tipos de escoamento com um fluxo de água em um tubo
transparente, dentro do mesmo, por uma tubulação mais fina e com uma redução
significativa da área de secção transversal (bocal/agulha) no qual escoava um fluido
líquido (contraste) com mesmo peso especifico da água através do tubo, com vazão
constante, controlada por uma válvula na extremidade do tubo e quando esta se
encontrasse ligeiramente aberta, a tinta escoaria pelo tubo sem ser perturbada,
formando assim, um filete, demarcando a natureza ordenada do escoamento laminar.
Diagrama esquemático: Dispositivo de Reynolds

A partir disto, Reynolds distinguiu os tipos de escoamento: o laminar onde as


partículas do fluido segue linhas de movimento lineares e o corante se apresenta como
um eixo de referência. Aumentando-se gradativamente a velocidade ao longo do
experimento, o corante começa a sofrer ondulações - fluxo transicional – e à medida
em que se aumenta a velocidade, o corante se transcreve uma trajetória caótica e se
difunde por completo na água, caracterizando o fluxo turbulento. Reynolds também
determinou que o fato de o fluxo ser laminar ou turbulento depende de um número
adimensional (o qual ficou conhecido como número de Reynolds - Re), ao qual
especificou a faixa de valores pertinente e a equação correspondente, conforme se vê
abaixo:
Demonstração dos fluxos

O presente trabalho apresenta a reprodução do ensaio de Reynolds, permitindo


a visualização e o estudo dos regimes de escoamento.
Objetivos:

• Observar visualmente as características dos escoamentos laminar,


transicional e turbulento.
• Determinar experimentalmente o número de Reynolds (Re) para o
escoamento de fluidos em conduto circular;
• Efetuar análise entre os resultados e considerações observados no
experimento e indicações teóricas.

Materiais:

Aparato de Reynolds;

Cronômetro;

Proveta;

Trena;

Corante azul de metileno;

Água;

Mangueira.
Procedimento experimental:

Bancada didática para o Experimento de Reynolds

Utilizando-se do aparato apresentado na imagem anterior, completou-se o


reservatório maior com água até 50 mm abaixo da borda, no reservatório superior
colocou-se a solução de azul de metileno diluída em água, na proporção de 0,05 g
para 500 ml de água, mantendo-se sua válvula fechada.

Após o enchimento dos reservatórios esperou-se em torno de 5 minutos para que a


agitação da água diminuísse ao máximo, a fim de não haver interferências na
execução do experimento, tal tempo foi utilizado para verificação do posicionamento
da agulha de saída do corante e verificação de válvulas e registros.
Iniciado o experimento obedeceu-se a seguinte sequência de ações:

• abriu-se a válvula de escoamento da água com uma abertura pequena


afim de se obter a menor vazão possível;
• com uma proveta graduada medimos o volume de água durante o
período de 15 segundos, por três vezes, a fim de se obter a velocidade do
escoamento;
• abriu-se , então, a válvula do azul de metileno e esta foi regulada até se
obter um filete linear no centro do tubo, caracterizando o perfil laminar do fluxo de
água.

Fluxo laminar de água


• novamente, abriu-se a válvula de escoamento da água com uma
abertura maior afim de se obter maior vazão de água;
• com uma proveta graduada medimos o volume de água durante o
período de 15 segundos, por três vezes, a fim de se obter a velocidade do
escoamento;
• abriu-se , então, a válvula do azul de metileno, logo se tinha trajetória
caótica do corante dentro do tubo, caracterizando o perfil turbulento do fluxo de água.

Fluxo turbulento de água

• por último, foi-se fechando a válvula de escoamento da água a fim de se


obter o intervalo de transição entre um fluxo e outro;
• novamente, com uma proveta graduada medimos o volume de água
durante o período de 15 segundos, por três vezes, a fim de se obter a velocidade do
escoamento;

Fluxo em transição
• A partir do diâmetro interno do tubo, da vazão do fluido, medida via
método gravimétrico na saída do tubo cristal flexível e das propriedades do fluido
(massa específica e viscosidade) fez-se a determinação de Re.

Resultados e discussões:

A visualização das regiões de escoamento foram nitidamente


caracterizadas pelo experimento, diferenciando-os como laminar, intermediário e
turbulento em função de Re, conforme literatura. Após serem realizadas todas as
medições de amostras, foi possível correlacionar as situações observadas com os
números de Reynolds respectivos.

Além disso, mediu-se as vazões volumétricas de cada amostra e


posteriormente, calculou-se a vazão volumétrica média da água e da velocidade
média do escoamento do fluido. Para tal, fez-se o uso das seguintes equações:

a) Número de Reynolds: Re = (V.D)/ μ

b) Área do tubo: A = (π.D2)/4.

d) Velocidade média do escoamento do fluido: V(m/s) = Q/A

Para os cálculos ainda foram disponibilizados alguns dados importantes, a saber:

Diâmetro do tubo = 24,1 mm = 0,0241 m

Viscosidade da água na temperatura ambiente (μ) = 1,001x 10 -6

A partir dos resultados obtidos com as medidas e cálculos, obteve-se a


seguinte tabela:
Número
Regime do Tempo Volume Volume Volume Média Vazão Velocidade de
fluido (s) I (mL) II (mL) III (mL) Volume (cm³/s) (m/s) Reynolds
Laminar 15 120 105 105 110 7,3 0,016 385,2148
Transicional 15 530 500 510 513,3 34,2 0,075 1805,694
Turbulento 15 970 980 950 966,7 64,4 0,141 3394,705

Conclusão:

Através do procedimento realizado foi possível reproduzir de forma satisfatória


o experimento de Reynolds, além de comprovar suas constatações através da
comparação visual e matemática dos tipos de escoamento e suas grandezas e
valores. Observando a equação de Reynolds, pode-se notar que quando o fluxo é
laminar, as forças viscosas do fluido estão predominando, promovendo um movimento
de baixa troca energética entre as laminas de movimento e, consequentemente, o
número de Reynolds é baixo, dado se um valor proporcional a velocidade do fluido.
Ao passo que quando o fluxo é turbulento, forças cisalhantes decorrentes de alta
velocidade das lâminas do fluido escoando, promovem intervenções e forças
transversais, gerando um movimento caótico e disforme, e assim o número de
Reynolds tem seu valor elevado.
Referências:

Brunetti, Franco. Mecânica dos Fluídos. 2ª edição. São Paulo: Pearson Prentice
Hall,2008.

Hibbeler, Russel Charles. Mecânica dos Fluídos. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2016.

https://www.r-bloggers.com/laminar-flow-with-ggplot2-and-gganimate/

https://slideplayer.com.br/slide/1538373/

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