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a) Tanques
Tanques são reservatórios cilíndricos, estacionários, com capacidade volumétrica maior
que 250 litros, que se destinam à armazenagem de produtos.
Os tanques, quanto à classe de pressão podem ser definidos como:
Tanques Atmosféricos: Tanques verticais projetados para operar com pressão
manométrica interna desde a pressão atmosférica até 6,9kPa (1psig), medida no topo do
tanque. A norma internacional de projeto, fabricação, montagem e inspeção destes
tanques é API 650.
Tanques de Baixa Pressão: Tanques verticais projetados para operar com pressão
manométrica interna superior a 6,9kPa (1psig) até 103,4kPa (15psig) medida no topo do
tanque. A norma para projeto, fabricação, montagem e inspeção destes tanques é API
620.
Existem outros tanques, tais como os tanques horizontais de superfície que são
normalmente construídos conforme a norma UL-142 e operam a uma pressão máxima
de 6,9kPa (1psig) podendo chegar a uma pressão máxima de 17,2kPa (6,5psig) quando
possuírem alívio de emergência. Além destes existem os tanques subterrâneos
construídos conforme as normas UL-58 ou UL 1316. Não são comuns em refinarias ou
plantas petroquímicas. São presença certa em distribuidoras de derivados de petróleo e
postos de gasolina, por isto não fazem parte do nosso estudo.
Portanto, como podemos observar, os tanques são fundamentais para permitir boa
flexibilidade para as operações e garantir a continuidade do processamento de petróleo.
a.5) Materiais
O material mais empregado na fabricação de tanques de armazenamento é o aço-
carbono, normalmente o aço ASTM A 36. O emprego de outros materiais é raro.
Contudo, encontram-se tanques de pequeno porte de alumínio e aço inoxidável, e de
polímeros especiais para produtos químicos diversos.
Tendo em vista a corrosão atmosférica do aço em ambiente industrial, a corrosão em
contato com o fluido armazenado, água acumulada no fundo, etc., os tanques são
sempre revestidos externa e internamente com pintura ou películas protetoras
adequadas.
a.6) Diques
A finalidade do dique é conter um possível vazamento grande, com ou sem incêndio,
evitando dessa forma que se alastre para outras áreas. Por norma de segurança, todos os
tanques destinados a armazenar produtos inflamável, tóxico ou químico, são dotados de
diques. A norma brasileira NBR 7505-1 define os parâmetros para a construção dos
diques de contenção, fixando não só as condições para construção de um ou mais
tanques em um único dique, como estabelecendo as distâncias mínimas entre tanques,
entre tanques e ruas, entre tanques e edificações e etc. Além disto, esta mesma norma
estabelece que todos os diques deverão ter acesso por, no mínimo, duas ruas para
combate a fogo.
De um modo geral quando o vaso de pressão é construído conforme a norma alemã tem
espessuras compatíveis com os vasos construídos conforme a divisão 2 do código
ASME Seção VIII.
Você pode pensar que o ideal seria então construir um vaso de pressão calculado
conforme a divisão 2 e inspecionado conforme a divisão 1. É claro que isto não é
recomendado. Cada código ou norma deve ser utilizado integralmente, desde a seleção
dos materiais, passando pelo cálculo, pelas tolerâncias de fabricação, pela extensão dos
ensaios não destrutivos e pelos critérios de inspeção e aceitação de descontinuidades.
b.2) Construção
Consistem em um casco cilíndrico fechado nas extremidades por dois tampos,
normalmente semi-elipsoidais, torisféricos ou ainda hemisféricos, em posição vertical
ou horizontal, mais os seus diversos acessórios. O comprimento e o diâmetro do vaso
são determinados em função dos cálculos de separação de fases ou do tempo de
residência do produto sendo processado. Podem ser também esféricos ou elipsoidais,
utilizados para armazenamento de gases liquefeitos em alta pressão.
Normalmente são construídos por soldagem de chapas, embora os cilindros de gases
comerciais (oxigênio, argônio, nitrogênio, etc), que não deixam de ser vasos de pressão,
sejam construídos por forjamento.
Cilíndricos verticais
São usados para separação vapor-líquido na sucção de compressores, vasos de coleta,
vasos de condensado, etc. Não confundir com coluna ou torre.
Figura 32 - Vaso cilíndrico Vertical
Esféricos
São vasos utilizados para o armazenamento de grandes volumes de gases ou misturas
gás/líquido em locais com pouca disponibilidade para área de vasos de pressão para
armazenamento de produtos. Lembre que no caso de vasos esféricos o volume
armazenado é função do cubo do raio do vaso enquanto que nos vasos cilíndricos o
volume armazenado é função do quadrado do raio.
Veja maiores detalhes no capítulo “vasos especiais”.
b.4) Acessórios
Observe nas Figuras 34 e 35 a seguir alguns dos acessórios mais comuns dos vasos
horizontais e verticais.
Figura 34 - Vasos horizontais
Bocas de visita
São bocais em torno de Ø 20” utilizados para dar acesso ao interior do vaso para
montagem, inspeção e manutenção.
As peças seguintes normalmente estão soldadas ou acopladas aos vasos de pressão mas
não fazem normalmente parte dos vasos de pressão, quer dizer, não são calculados em
conformidade com os códigos de construção de vasos de pressão. O limite dos vasos
está indicado nas normas e são: a face externa da parede do vaso e a face dos flanges
dos bocais. Estas peças são:
a) válvulas e instrumentos de qualquer tipo;
b) flanges companheiros;
c) parafusos chumbadores;
d) material de isolamento térmico;
e) material de proteção contra fogo;
f) plataformas, escadas ou outras estruturas.
b.5) Materiais
A seleção do material a ser utilizado na construção dos vasos de pressão depende dos
fluidos, da presença de contaminantes, da temperatura de projeto, da pressão de projeto,
dos esforços mecânicos aplicados, etc.
Os aços para as partes pressurizadas devem apresentar teor de carbono não superior a
0,30%, sendo que para as chapas dos cascos e tampos exige-se que o teor de carbono,
não seja superior a 0,26%. Aços com teor de carbono superior aos limites acima
mencionados podem ser empregados somente nos seguintes casos:
a) partes não soldadas, tais como flanges cegos e tampos de bocas de visita;
b) chapas com espessura superior a 50mm.
As especificações dos materiais a serem usados nos vasos de pressão devem estar
contempladas pelo código de projeto, construção e inspeção. Assim, para os vasos
construídos conforme ASME seção VIII as especificações dos materiais aplicados
devem constar da seção II (Materiais) do mesmo código. Já os vasos construídos pela
norma alemã devem ter os materiais listados pela mesma norma.
Os aços mais comuns na construção de vasos de pressão são os aços ao carbono
(Carbon Steel - CS). São aços que tem adição dos elementos Mn e Si e, em alguns
casos, principalmente para trabalhos à baixa temperatura, têm a adição de Alumínio.
Estes aços devem atender às normas americanas e os mais comuns são: SA 285
(idêntico ao aço ASTM A 285), SA 515 (idêntico ao aço ASTM A 515) aço para
temperaturas médias e moderadas, SA 516 (idêntico ao aço ASTM A 516) aço para
moderadas e baixas temperaturas.
O código americano ainda prevê outros tipos de aço: aços de baixa liga, aços ferríticos
com propriedades aumentadas por tratamento térmico, aços altamente ligados (inclusive
os aços inoxidáveis) e ainda vasos de pressão construídos com materiais não ferrosos.
A seguir mostramos uma tabela que indica o tipo de aço a ser usado para cada
temperatura máxima de operação dos vasos de pressão.
Tabela 2 – Temperaturas limites para cada tipo de aço
Os aços de baixa liga mais utilizados são aqueles com adição de Cr (resistentes à
corrosão) ou Cr e Mo (resistentes à corrosão em temperaturas elevadas). Os aços mais
comuns desta série são os aços SA 335 (idênticos aos aços ASTM A 335).
Os aços ferríticos com propriedades aumentadas com tratamento térmico são os aços
temperados. São aplicações raras. O aço mais comum é o SA 517 (idêntico ao aço
ASTM A 517). Estes aços têm sua utilização proibida em alguns países do mundo.
Os aços altamente ligados mais usados são os aços inoxidáveis austeníticos. As
características das chapas destes aços estão descritas na especificação SA 240 (idêntica
a ASTM A 240). A análise química de cada um dos tipos destes aços consta da
especificação citada.
Os materiais não ferrosos usados na construção de vasos de pressão são as ligas de
níquel (monel, inconel, etc), ligas de titânio, ligas de alumínio (alumínio silício e
alumínio magnésio), ligas de cobre e ligas de zircônio. São aplicações raríssimas.
b.6) Revestimentos
b.6.1) Revestimentos internos
O revestimento interno mais eficaz é a utilização de chapas cladeadas. São chapas de
aço carbono revestidas por uma chapa fina de aço inoxidável. Os dois materiais são
intimamente ligados, comportando-se como um único material. O aço carbono é
dimensionado para resistir à pressão interna e o aço inox para suportar a agressividade
do fluido.
Ainda é possível encontrar vasos em que o revestimento interno é não metálico. Este
revestimento pode ser aplicado como pintura, sendo o revestimento mais comum a
borracha clorada ou ainda, revestimento por resina reforçada com fibra de vidro. Um
exemplo de aplicação deste último tipo de revestimento são os vasos de filtro de leito de
sal. Estes vasos são utilizados no processo de fabricação do óleo diesel para remover a
água existente no combustível. O diesel passa por um leito de sal grosso para que a água
seja absorvida. Para suportar a agressividade deste meio o aço carbono precisa de um
revestimento, e tem-se optado por revestir estes vasos, com resina reforçada com fibra
de vidro.
Mais recentemente foram desenvolvidas válvulas de segurança que tanto podem servir
para líquidos como para gases. Porém, devido ao alto custo, ainda não estão sendo
usadas em larga escala.
As válvulas de segurança podem descarregar diretamente para a atmosfera ou para um
sistema fechado, neste caso quando o gás oferece risco. Na descarga em circuitos
fechados haverá sempre uma contra-pressão atuando em sentido contrário à pressão de
abertura e que deverá ser informada nos dados para a calibragem das válvulas.
Figura 37 - Esferas
b.12) Manutenção
Os vasos de pressão normalmente não requerem manutenção durante as campanhas das
unidades de processo. Entretanto a norma regulamentadora do Ministério do Trabalho
NR-13 estabelece que os vasos devem ser testados anualmente. As inspeções internas e
os testes hidrostáticos são realizados nas paradas de manutenção das plantas de processo
que ocorrem, normalmente, após 18 a 24 meses de operação contínua.
Os setores de inspeção de equipamentos das diversas empresas químicas e
petroquímicas adotam, de modo geral, a medição de espessura do costado, tampos,
botas, etc para monitorar o equipamento durante as campanhas das plantas.
c) Torres
As torres, também denominadas “colunas”, servem para realizar destilação, absorção e
retificação, extração, reações, etc.
Figura 38 – Torre (1)
c.1) Construção
Compostas de um casco cilíndrico vertical, fechado nas extremidades superior e inferior
por dois tampos, normalmente elipsoidais ou torrisféricos, formando um vaso de
pressão vertical, e por seus diversos acessórios, denominados “internos”.
A altura e o diâmetro da torre são determinados em função do volume dos vapores e dos
líquidos. Para um melhor entendimento do seu funcionamento e da função dos internos,
as torres podem ser divididas em três seções distintas:
Seção de topo
Por onde saem os produtos leves (gases e vapores). Comporta o bocal de saída de vapor,
bocal de entrada de refluxo e de seu distribuidor, demisters, entre outros.
Seção intermediária
Por onde entra a carga e, conforme o caso, por onde são retirados os produtos
intermediários e refluxos. Comporta os bocais de entrada de carga e de seu distribuidor,
bocais de retiradas intermediárias, panelas de retirada total ou parcial, entre outros.
Seção de fundo
Por onde saem os produtos pesados. Comporta o volume de controle, bocais de saída
para os refervedores e o retorno, bocais de saída de fundo, de entrada de vapor, entre
outros.
c.2) Classificação quanto ao tipo e à descrição
Além de sua finalidade, os tipos de torres são definidos pelos diferentes “internos”. Os
mais importantes referem-se aos elementos responsáveis pela destilação, absorção, etc.
Estes promovem, da maneira mais eficiente possível, o contato entre o líquido que desce
e o vapor que sobe por toda a extensão da coluna. Logo, temos três classes principais:
• torres de pratos ou bandejas;
• torres recheadas; e
• torres mistas ou combinadas.
Torre recheada
São torres que contêm, ao invés de bandejas, seções preenchidas com elementos
diversos, por isso denominados “recheios”, cuja finalidade é prover uma enorme
superfície de contato líquido-vapor.
Com o desenvolvimento da tecnologia dos recheios, nos últimos anos as refinarias vêm
substituindo seções com bandejas por leitos recheados com a finalidade de reduzir a
queda de pressão e aumentar o rendimento do processo.
Recheios (packing)
Um bom recheio deve possuir as seguintes características:
• apresentar grande superfície de interface entre líquido e vapor;
• ser quimicamente inerte para os fluidos processados;
• possuir boa resistência mecânica, a fim de evitar quebras; e
• ser de baixo custo.
Recheios estruturados
São montados no interior da coluna em blocos, formados por estruturas de chapas, às
vezes corrugadas e perfuradas, dobradas e montadas, encaixadas em diferentes
geometrias complexas. Podem ser encontrados em diversos materiais metálicos e não-
metálicos. Veja a Figura 41 a seguir.
Recheios randômicos
São peças de diversas geometrias, das mais simples até as mais complexas, como as em
forma de anéis lisos ou recortados, selas, brita, malhas e telas, etc. As peças são
colocadas na seção a ser recheada de maneira aleatória até que a seção esteja cheia.
Podem ser também metálicos e não-metálicos (inclusive cerâmicos). Veja na Figura 42
as características apontadas no texto.
• Outros internos
Distribuidores
São instalados nas entradas de carga e de refluxos com o objetivo de melhorar a
distribuição do líquido sobre as bandejas ou recheio.
Para cada geometria de bandejas ou tipos de recheios, existem formas indicadas de
distribuidores. Podem ser derivações de tubos perfurados, tubos com bicos aspersores,
seqüência de calhas perfuradas, etc.
Panelas
Têm a finalidade de remover frações líquidas ao longo das seções, promovendo as
retiradas intermediárias. Estas retiradas podem ser parciais ou totais.
Chaminés
São instaladas em panelas de retirada total, permitindo a passagem do vapor da seção
inferior para a superior.
Bocas de visita
São bocais em torno de 20” utilizados com o propósito de dar acesso ao interior da torre
para montagem e manutenção.
Outros acessórios
Estão sempre presentes bocais auxiliares (para instrumentos diversos, drenos, vents, de
purga com vapor, etc.), quebra-vórtices e “saias” para suportação.
Podem ser utilizados outros acessórios como: chapas defletoras, chicanas, serpentinas e
“baionetas”, etc.
Materiais
São normalmente construídos de aço-carbono e também de aços-liga, chapas com
revestimento não-metálico e chapas cladeadas (chapa base de aço-carbono ou de baixa
liga, com revestimento de ligas especiais). A seleção depende dos fluidos, dos
contaminantes, da temperatura e da pressão, dos esforços mecânicos aplicados, etc.