Você está na página 1de 4

DEUSA DIANA: UMA EVOLUÇÃO ICONOGRÁFICA DA OBRA DE LEOCÁRIOS E

TICIANO VECELLIO

Discente Juliana Bento dos Santos1

INTRODUÇÃO
A Deusa romana da caça2, de todas as luas que guiam as mulheres, das matas, da magia,
dos partos, a personificação da noite, filha de Júpiter (deus do dia) e Latona (deusa do anoitecer)
e irmã de Febo (deus da música, das luz e da poesia). Norteada de mistérios das profundezas
feminina, foi seguida e adorada por diversas gerações de mulheres sendo considerada mãe das
bruxas e odiada em outros contextos como a idade média, que repreendia qualquer mulher que
adorasse personagens com aspectos de energias masculinas. Há dezenas de obras artísticas que
trazem a representação de Diana, entre elas, aqui nessa pesquisa, trataremos da Diana de
Versalhes feita pelo artista Leocares e A morte de Acteon de Titiano. Ambas são representadas
de diferentes formas durante a História da Arte, a primeira no período Helenístico, esta no
Renascimento.

1
Trabalho referente a N1 de História e Teoria da Arte I, ofertada pela Faculdade de Artes Visuais e ministrada
pelo professor Henrique Duarte Feitoza
O PERÍODO HELENISTÍCO E DIANA DE VERSALHES
A escultura Diana de Versalhes é de extrema importância para a história da arte quando
se trata do estudo da cultura helenistíca. Vinda de um contexto histórico da expansão do império
de Alexandre Magno, que fundiu diversas culturas orientais conquistadas com a greco-romana
na finalidade de acabar com o império da macedonia através da instauração de uma nova
cultura. Nesse período, o escultor ateniense Leocares produziu uma escultura de bronze de 2
metros provavélmente no século 325 a.C. Porém, a obra foi perdida sendo novamente
reproduzida no mármore no séc 2 d.C pelos romanos.
A obra mostra Diana em caça e possui um ritmo causado por meio do detalhamento das
vestimentas, que é uma túnica presa na cintura para dar maior liberade a movimentação,
remetendo a reprodução perfeita da realidade que os gregos queriam atingir. A princípio a Diana
segurava um arco, porém o braço teve de ser refeito para dar maior sustentabilidade.
Representando um postura de caçadora ao lado de seu animal espiritual, Diana esta prestes a
pegar um flecha, olhando atenta. Hoje a escultura é esta preservada no Museu do Luvre em
Paris.

O PERIODO RENASCENTISTA E A MORTE DE ACTEON

A era da volta dos clássicos, do avanço nas ciências, do individualismo e


antropocentrismo: O renascimento, cultural e cientifico que muda a trajetória da humanidade,
após anos de intenso ataque a ciência feito pela idade média. Nesse período, a história esta em
constantes mudanças, os comércios se intensificam junto a expansão marítima e o crescimento
das cidades. Dessa forma a nova classe (os burgueses) começam a busca por representações
dessa nova era, os artistas começam a serem financiados por mecenas – bancários que investiam
na produção artísticas para reafirmar sua posição de poder – e então renasceram a arte clássica,
os gregos que representavam os valores parecidos com a nova sociedade.

Dentre diversos artistas renascentistas, Ticiano foi um dos principais representantes da


escola veneziana renascentista, interessado em pinturas de mitos gregos e romanos, criou a
pintura, A morte de Acteon ( 1559-1575 ). A obra conta o mito de Diana e Acteon, no qual
Acteon ao se perder na caça encontra ninfas e a deusa tomando banho nuas, elas entçao
percebem a presença de um homem as espiando, furiosa Diana o transforma em um servo e faz
com que os cachorros de caça de Acteon o coma.

Na pintura, Diana está prestes a atingir a flecha em Acteon, que esta sendo atacado pelo
cães. Também há a representação do servo na cabeça dele recordando a transformação da
Deusa, a pintura apresenta uma dramaticidade um tanto quanto cinematográfica, pois o
movimento é bastante presente por meio dos cachorros que correm para atacar o homem, e das
vestimentas, como da própria postura dos personagens na pintura.

CONCLUSÃO

A mulher ainda é representada como frágil, desatenta, pecadora e com uma única função
na sociedade: a da maternidade. Nisso, o resgate de obras a deusas tão antigas que representam
a força e os aspectos contrários do que é imposto, é essencial para a pesquisa acadêmica em
artes e para a sociedade repensar os valores e os arquétipos hoje seguidos. As obras apesar de
serem de períodos diferentes, apresentam uma dramaticidade e um caráter transcendente.

REFERÊNCIAS

"Renascimento - Idade Moderna" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2019. Consultado


em 24/10/2019 às 16:55. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/ef2/renascimento/

http://www.nationalgallery.org.uk/paintings/titian-diana-and-actaeon

https://www.learnreligions.com/diana-roman-goddess-2562631

Collignon, Maxime. Manual of Mythology in Relation to Greek Art. Kessinger Publishing, 2003. p. 94

Você também pode gostar