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re/escrituras c ade 203 Para Wagner, meu companheiro devia, Para Tago e Cael, meus fos quedo Para meus pais, ldo Dodera, que me ensnaram altar pelos meus eae. 1. ENSANIDO A HISTORIA 14) SOBRE RUINASE CATASTROFES ‘A ieia de uma era de eplogos e de supostos “fins” ‘tem sido um dos grandes temas do nosso séclo em diferentes ‘ampos do saber: na politica, na socilogia, na filosofi, na hhinéria, bom como no campo mais especfico, ¢ de maior interes do present esrudo,nahistra da arte ena rodusso aucsia comremporines, ‘Uma dis manifesagSes mais emblemétias dessa Aliscussio € 0 artigo O fim da hindria,esrco em 1989, «, postesiormente, em 1992, o livro Ofim da histria eo timo ome, ambos do norte-ameicano Francis Fukuyama, O ‘efor principal de Fukuyama neses textos fo de elaborar ‘uma lina de abordagem da hist a fim de defender a ese de que o capitalismo constitu ocoroamento da hiscéea da Ihumanidade; de que a humanidade teria atingido, no final do culo XX, © panto culminante de sua evolugio com © trun da democrcia liberal ocidental sobre todos os demais ‘sntemas eat ideologiaeconcorrentes ‘Dentro de perspectiva opostae contri 20 pensi- mento preensioso e caeado na visto de histria universal de Francis Fukuyama, 0 gedgraf brasileiro Milton Santos de- fendeo inicio da hiss. Ao conteisio do que eanto se disse, a histrianio acabou: ela apenas comes ¢ ese inicio tem Inna a com ore ila nur dos excluidos, sinaliza Sancos (2000) a UeJeque a endo camo dehini ol vile ecm deen pabenmmiersrcer ees Srten ib denme [he en Shemale nts rca ates ts enla data opt eons conn dr omen dag io foi apenas na arena polite, contudo, que as te ses sobre o eplogo possves“ecomeyos” coroam os de- bates. Dentro do escopo da Filosofia e da Sociologia env. ssamosdseusoesemelhants. Nos anos 1980, por exemplo, © fil6sofo francés Jean-Francois Lyotant (1993) define ¢ -moderno como "as incredulidade em tlagSo 3s mecanar, Fatas”. Com iso ele queria dizer que os grandes exquemas xplicativos teriam caido em deserédito © que no have, sla mals garanias para certezas, dado que a cian jé nto podera ser considrada como Fone da verdade ‘Menos radical é Zygmunt Bauman (2001), que uti. 24 crno “igudo” para descrever acura de nose temp ‘Sua eoncepgao tem rates em uma imager cuhads hi tog sKeulo © meto pelos autores de O Manito Comanira para descrever a sociedade burguese: “ido que é sla desmancha no a, tudo que €sagrdo & profinade, os homens 5 alent forgados see tar com sentido mais sbros suas eas condgbs de vida “ua elsfo wero outros homens Mary apud Beran, 1986p. 88, 9 Desoto hae combats Dernier os slid, disolveraquilo que persite no tempo einfenso & sua pasagem ou imune 2o seu fxo €0 ‘ptt da nova fase na hiss da moderidade: 0 etme pai i am tu cranes pore dren tonal gps ces do tee dpc cielo atone oes oniate pia pmclonpioeaan chon Foie ar yo ere i ‘a fr yore ap rim 207. 1) nen aes aa Le ee eee Seas eee Soc e ee es a aaa ae Cees Sor ceo eee oe ae Soe area aan Lucene ne cae Sea a aie ent eae ee Sore eae See formate Py soe eae Saaices “ De um lado es pretenss universe ea sda sdesmasaids, ja pela exinencia de ultuns que sion Jonge deena com o msl csc Porqucomodo"taicional'deteconarahisradaae pe eid los cractrticspcns increas ‘Mo dar mas in dos mover desdobramenton sce ea omesaram suri depois do fim do mademamo no costo desartes Satacl, 2009), "Nie por acs pose veifcar masse de produ le pro {es no campo itrico que cco pensiment gence uroetnrin, xpeciamene de arr radiados oy ours Pais cootinems que nfo oeuropeu, Pars mos dees Aor o pensamento cures So do mand «pu do proprio m om episemes que nosso propise ‘dental sia impeditia a compreen- undo em que vives ¢ (1a cpesodo epi een inp ma ex fen de episemdog canal en ta nse Soi dado nrc compar ope lo e» cel nial pase pl ase Eula hp ces lanes oping 2 Esa (Molo. Pigoaelon hago ‘lconielpbewondatcerGapulactn Gabe restr, dentro do contexto de “ris dessa su- Povea univenalidade de valores ditada pelo pensamento eu. "océntreo, 0 foraecimentoeeonbmicoe politico de pales ¢ ‘ulturas consideradasanteriormente como petiféias come Tye veer captain np te expan tween steeraoy nals rmicatons rome tsncrerer eee an long wth captains ata eee Se ‘es ofthe stat, tthe ctickm ofboth captalsm an ta, {eas do Bras ¢ da presen, cada ve maton, de produ es ia ford dh ges apc Ear Uniden sistema de ares porno, odo um mundo iat poner snc i dein tpeandoe, mul yrs a eta de clara, como a Senso Ls ono rape ion so a dos pina, Bor te ldo, no compo da ers de ae, encom eee geste dee ua een is “iina do ao tio (Dan, 200) Eo mn do marado pee pluridade ar, dfene princes ‘ke se lad em que dines deur oe fn de ua sli dels cua uma dein de “bon ae? ter aplead tveraiment De Bo, muda dos ct aim como aguas emprecdias por Ronin Kraus (200), pa agi fre le noma de contin pres, eum Franc poi cm lan ina gemdoicada rca de are pesca pages de lenene Greer dos fore e pprats ca ia mer Peal Scho pr ax 8 nm ele Pa tis Na OR onlin Kus deem 1 i deur doloamen de tn vido pra pas um oka quencorpor« Mb, 2 anna lo exe a ngage. Ciena esrar deta more do cone de cbjc asic avin dat manifetagies da art conceal, de procs de deat no campo da ane c dt fc partcavas nos a 1960. Ex Tr don be, trbleadn em 1999, Feria Galle, dstnds 0 ema da one” dapat pon po ahem da nd be ie relma parce coor opin na elo com tba dear 2» + Accenese 2 bere , ous mis no campo dane wi ana oe sea samira ae for ae del, fe ane mv omen prc lun Gomi, ‘pont psn prego nce og lo processo c da mobilidade em seu fazer. ee No por sa aor come Of ‘Mente no liveo MediaArthisories (2007), she nove laren an a Incorpo em eu dia liver Grau, espcial- rocuraram desen- dace no sentido 8 produsio em novas mii Reconhocendo a iportinca cece nao clr, eel discus ‘cla da midi arte dent don cm imerculuras daria da ae eda mis ete pra apr vers hit, esos inerdicpinres (Gr, 2007, 1), onan uma ede peinttonn ‘une icine manda cacao a enn tad mse ncn diggs Pn lene ean Jules anole secs a TASS et Se bo arf rs ce of ma a fe ou car, ctundconensat crane 4 participa, a impermantncia as priticascolaboraivas © relacionas em seu fies , por fim, mat aio fnalmente, Douglas Ciimp em Sobre as ruinas der Maseus (2005) decara a morte das Insttuigoes eae propriamente dos museus. Nese texto ele se relee A ruina da fegio muscoldgica de representa a arte ‘como um sistema homogénco, pretensamente univer, ea histria ds ate como sua clasifcasio ideal ‘De fata é perceptivel que iimeros pensadores ola- cara em debate, a paride perspectivas diversas, idea de ‘um suposto fim. Acrdito que o dscurso cera do fim, con- tudo, sca no campo da histéras da hiséria da arte, da arte ‘ou da tea no deve ser entendido denro de uma perspec: tiva apocaliptica, a menos que a palvra “fin sir, aqul, de esimalo para aquilo que entendemos como mudanca, como exerciio de deslocamento para novas confguragSes partie dav desteritoiliagbes empreendidas no mundo ‘conemporinco, Neve setido, menos do que incorporar a ideia de que ahistbria da ace acabou,aceditamos, parata- seando Milton Santos, na ideia de outa escricura da hiss tia da ree que poss incorporarolhaesdiversos em relagio 40s hogeménicos: ese €0 sentido mais gral do conceico de relescrtura que pretendemos desenvolver 20 longo do presente liv. 12) AHISTORIA NO CONTEXTO DA CULTURA DAS MIDIAS [Noss elagfo com ahistria sempre pasou poralgum tipo de medio, sejaela oral excita, porém, que parece caacterinas noua época éa saturagi,o exceso, simularo, 6 pastiche, a velocidade na produgio de imagens mediadas ela tid aléo de seu carter onipresetee invasive noe contests pico eprivad De fio, a pereepo que remos do mundo, de seus Scontecimentos ¢ de nés mesmos, tem sido transforms fadcalmontno contexo acuta da vistalidae mien Pare Paul Vieiio (1993), vivemos cm uma socedade iy Sauecimento, sem futuro, sem passado © xem durngos cre uma sociedad incesamentematcada pela velocdade¢ plo tempo real e porto, impregnada pela imponibidade ‘qualquer nacratva hse feo instal ds tecomuncasts, que emit vlan bra pone de es sas dope ‘ocedade dum “ovo xm faut cum tenets | edad acta d ise , pom, daa un inept qulqucs pel set snag ‘masta pets de mem (iio 998 9 os} on tayo pe i meen ian as ne man eget an Scene aa anne ed erbrein ce Gr hacen cage ecm Seal camanon Somena a Pesce oe age ai ein ee as as ens tom wn ga ase Sood Sins ca t e Bn as prespecdents¢ no No por ao, enjumin ‘Sebastes ata coin ns yn pr nde res ie ee reece Posi docetneines ¢ diergs mnt Ces quando dana poder ones Mad gue come “o-qu fo, com um pad nee Bada via as Dano deve peer o neko de esis pea conan do popo Mari de rac € paral mints do pada Ape de nk ip © {sade um pasado ado cio" ~ ao pede devia © ‘amp His no set de eit noes 2 ale tds pe modems que en de ocean at “fistrc. Nowo defi, newe const, €¢ de extent tmamera noo defend” 0 capo hic sem ec Ibanmolda hpi iri (Slimane So, 2005) ai dec apa, cme um conmaponto ao modelo de more ds Hinde que ea im diferentes campos do saber 2 longo da charada pire Imedeae. Ao dala com penton como Waker Benji qs De princplmen x nat un thar pursalguascraeginariic dacomerporneade, ‘cones de feria me como uta postiidade— em Inia et vio poli qu tm erat ote alidade de pena hadi epeiinente + hia daar a obra de ae dentro da penpeciva da difengs: tna diregaempre sor dia dour? nara, de “out ht, onc sgprdo ponte conc de fest, em pope nea prin, corpo, pores pre da oped di ‘enre! Repctir diferente significa cxatamente der compreender ‘ogdo de uma escrtura que, para lém da nosio de identidade dake de uma pretensarpresetasio mimétia do pasado, 6 vist como uma agio de producto da diferenca. 2. HISTORIA COMO Mini Wales Benjanin um fsogtomins, um pnadr gue sere hi por mio ce maine "Booey aati sic ib es nn Cok sr svioms Busan ak. rane de aoe Faognimica em seu tabi Genentech “ Biogomis jinn é ua spec de pcs das images no vento eimologe dears oo init de mages pres de hit Ball 1394 42, Fo ding pul ssa re gee fo es ge npr ngs Tmands ont coda como pans de ai, scemon seu no sé mods dca de cera nage mas tnd cos gute rages amas no sede. proper oni cpuconone, tivenos dent decanpe dna 2) ARQUEOLOGIA DAS IMAGENS TECNICAS ‘Actimologa da palavra cinema deriva do grego bi irado grego bine. ‘mactmateseriphein, que signa aesrita do movimenta Nesse sentido uma das discusses mais prementes quando se dscuteo cinema & 0 de tentar achat sua origem e, geralmen- ‘ess origem ver acompanada peas invenges pelos dis- positivos téenicos que posibiltaram a criagie ea simulacso da imagem em movimento ‘Se quisermos i loge, podemos citar as pincuras nas cavern realzadas pelos homens primitives que, de acordo ‘com alguns estdioos, é podem Ser consideradas metioras das sesbes de cinemas: [el hoje or ents queseddicam ao estudo da cura do periodo mapilalenese io tm dvds: nososane- sds iam vera prs Finer sesex de "cinema © Assisi cla Maia das images enconeads mas pares de Almira, Lacause Fontde-Gaume foram grvadas em elevo na rocha 0 seus sls pinados com cores Yar Finda A media que 0 obserador se lcomove nas reas ddncaverma, a hz de uate anera ina e obscure prt dos deen alguma linha obresem 1 B assim, & medida que o obseridor cain perante is Figures parietal, cas parece se movment em lgso ele [|e to 9 cavern parece apa em imagens drimadas (Machado, 1997.1) Apesar deo cinema ters firmado como linguagem 1 partir do fim do século XIX, pensadores no cesam de ‘poniar para a semelhanga entre a cena da cavemna de Plato ‘0 disposiivo cincmarogrifico tradicional De acondo com Platio, « mundo em que vivemos io € real, e tudo o que vemos sio cSpas projetadas — Le imagens ~ do mundo das idias~est sim o mundo teal. Para cexpicar ex idl, o sofa desrvolve seu mito da caverna. [Apesar de see bastante conhecido,& interessante relembrat

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