Dito isso, o que se pretende não é a polarização das duas expressões artísticas, ou
ainda a pretensa superioridade de uma das duas, muito pelo contrário, pretendemos
demonstrar como as condições materiais e históricas contribuíram para a Literatura a adaptar-
se ao Cinema de maneira que se originaram gêneros híbridos, como é o caso do nouveau
roman de Marguerite Duras, mescla de romanesco com técnicas de roteiro. E, ainda como
afirma Erick Felinto sobre as mudanças ocorridas tanto pelo Cinema quanto pela Literatura:
1
Trabalho elaborado para a disciplina de Literatura e Novas Tecnologias, ministrada pelo Prof. Dr. Marcelo
Bueno de Paula, no ano letivo de 2018.
2
Graduanda do 3º ano do curso de Bacharelado em Letras, da UEMS – UUCG.
No campo da literatura, sua maior contribuição foi uma vasta reelaboração do
próprio conceito de literariedade, na qual passa a adquirir importância central
precisamente o problema dos suportes materiais das narrativas literárias. A literatura
deixa de se caracterizar única e exclusivamente como uma arte do texto impresso e
passa a ser pensada como prática cultural e estética ligadas às suas diversas
materialidades históricas (o pergaminho, o livro, o hipertexto computadorizado etc)
(p. 414).
REERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época da possibilidade de sua reprodução técnica. In:
Estética e sociologia da arte. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
(Filô/Benjamin).
FELINO, Erick. Cinema e tecnologia digitais. In:
KUSSLER, Leonardo Marques. Técnica, tecnologia e tecnociência: da filosofia antiga à
filosofia contemporânea. Kínesis, São Paulo, v. 7, n. 15, dez. 2015, p. 187 – 202.