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ESCOLA DE MÚSICA
Rio de Janeiro
2017
MÔNICA COROPOS DE OLIVEIRA
Rio de Janeiro
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE LETRAS E ARTES
ESCOLA DE MÚSICA
A dissertação
Ao Deus do meu louvor - todas as músicas que fiz ou farei não conseguirão expressar a
minha eterna gratidão a Ti.
À família de origem – meus pais e minhas irmãs Aline e Patrícia – solo firme e fértil
de ricas experiências e amor incondicional.
À minha família mais linda e amada – meu esposo Renato e meus filhos Maitê e Renan
– dons preciosos, inspiração, muita alegria e realização.
Ao professor Sérgio Álvares, orientador que Deus escolheu para mim, alguém com
quem me identifiquei no pensar, no agir e no ser. Alguém que vou ter para sempre como
referência e para os projetos futuros.
À amiga Renata Schuwartz, pelos livros que já escrevemos, e os que vamos escrever.
Aos queridos Aline Silveira, Eliane Figueiredo e Robson Lelles, pela assistência e
incentivo desde o primeiro momento do curso.
Aos colegas de mestrado, em especial aos queridos João Daniel e Daniele Voiola.
1 INTRODUÇÃO 15
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA 16
1.2 OBJETO DE ESTUDO 17
1.3 QUESTÕES NORTEADORAS 18
1.4 OBJETIVOS 18
1.5 JUSTIFICATIVA 18
2. REVISÃO DE LITERATURA 20
2.1 OS PROCESSOS DE PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E AQUISIÇÃO DE 20
CONHECIMENTO MUSICAL EM SITUAÇÕES FORMAIS, NÃO-FORMAIS
E INFORMAIS NA ATUALIDADE
2.2 O ENSINO DA MÚSICA E SUA CONTEXTUALIZAÇÃO À EDUCAÇÃO 22
MUSICAL DO SÉCULO XXI NO BRASIL
2.2.1 A contextualização dos métodos 22
2.2.2 Os aparatos tecnológicos no ensino da música 24
2.3 O CONCEITO DE MUSICALIDADE ABRANGENTE 25
2.4 MUSICALIZANDO COM ALEGRIA: A PROPOSTA METODOLÓGICA E 30
SEUS DESDOBRAMENTOS
2.4.1 Breve histórico 30
2.4.2 Proposta metodológica 32
2.4.3 Musicalizando com Alegria - Materiais produzidos 47
2.4.4 Formação continuada de professores 58
2.4.5 A aplicabilidade da proposta metodológica Musicalizando com Alegria 75
com crianças: Experiências no Curso de Musicalização Infantil da Escola de
Música da UFRJ
3 METODOLOGIA 78
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 78
3.2 QUANTO À ESCOLHA DO MÉTODO CIENTÍFICO 79
CD – Compact Disc
PB – Playback
ÍNDICE DE QUADROS
Gráfico 15: Respostas à pergunta sobre planejamento das aulas de modo que teoria e 99
prática sejam contempladas.
1 INTRODUÇÃO
3
O Instituto Brasileiro de Educação Superior Continuada (CNPJ 05.118.555/0001-56) é uma faculdade
privada, sem fins lucrativos, situada na Rua Cesar Lemos, 22 - Vilar dos Teles - São João de Meriti, RJ.
4
O Curso de Iniciação Musical da EMUFRJ é um dos espaços de convergência da Pró-reitoria de
Extensão (PR5), que é o órgão responsável pela gestão das atividades de extensão realizadas pela UFRJ,
fundamental na formação dos estudantes e colaboração com os cursos de graduação e pós-graduação.
5
O WhatsApp é um software em forma de aplicativo para celulares multiplataforma utilizado para
troca de mensagens de texto instantaneamente, além de vídeos, fotos e áudios, através de uma
conexão à internet. Foi lançado oficialmente em 2009.
18
1.4 OBJETIVOS
1.5 JUSTIFICATIVA
A coragem para discorrer sobre algo pelo qual nos dedicamos há anos, nossa
paixão e missão, surgiu nas aulas do curso de mestrado, ministradas pelo orientador.
Este, dirigiu-nos a escrever, sistematizar e apresentar a proposta metodológica
denominada Musicalizando com Alegria, desenvolvida ao longo de nossa trajetória
como educadora musical, reunindo os materiais desenvolvidos, as composições para os
conteúdos da música, vivências e atividades integradas, os diversos cursos e livros
produzidos. Também, encorajou-nos na construção e redação dos referenciais da
proposta e de sua assistência à formação continuada de professores que, atuando em
diferentes campos educacionais, carecem de constante capacitação.
A pesquisa foi pensada tendo por premissa atenuar as distorções decorrentes
da fragmentação do saber existente na realidade atual e sugerindo a implementação da
proposta metodológica Musicalizando com Alegria – ou das ferramentas
disponibilizadas por ela – para a construção de pensamentos curriculares abrangentes,
os quais não sejam levados à unilateralidade e ao isolacionismo de uma só abordagem,
ou de abordagens engessadas, mas que busquem a unificação, a significação, a expansão
e integralização do ensino-aprendizagem da Música. A riqueza exploratória conseguida
pela análise de diferentes modelos vigentes, as respostas reveladoras de sujeitos/atores
de diferentes campos do ensino musical na atualidade, e a produção, análise, aplicação e
avaliação de materiais próprios – muitos dos quais ainda inéditos e ainda pouco
explorados no âmbito do ensino-aprendizagem da música, nutrem o frescor e a
esperança de um aprimoramento e significado abrangente deste ensino-aprendizagem às
presentes e futuras gerações. Acreditamos que a proposta traz novo olhar às atuais e
futuras pesquisas, pela dimensão ainda pouco explorada e com grande impacto para o
cenário da Educação Musical, apontando novos enfoques para os educadores e
pesquisadores.
20
2 REVISÃO DE LITERATURA
global e os efeitos produzidos pela escola não podem ser entendidos à parte dos fatores
e intervenções não-escolares. Um tipo de educação que sempre existiu, mas que só
começou a fazer parte com mais expansão no discurso pedagógico em meados do século
XX: a educação não-formal.
O ensino de música também acontece em múltiplos espaços e contextos
educacionais (WILLE, 2005, p. 39). Atualmente, vemos com mais clareza que a
Educação Musical não está restrita somente às salas de aula e, nas palavras de Souza
(2001b, p. 85) aos “procedimentos tradicionais a que todos nós provavelmente fomos
submetidos”. A ideia de que uma única música e a sua prática devem ser o objeto dos
cursos superiores de música não mais se sustenta, considerando a sociedade globalizada
em que estamos inseridos. Isso traz implicações diretas para o futuro professor de
música. Os ambientes extraescolares - aqueles que ensinam música sem os
“procedimentos tradicionais”, e os ambientes não-formais, reafirmam os pensamentos
de Green (1988, p. 07), quando descreve a música como uma prática social, uma
manifestação da experiência humana, e considera o indivíduo como alguém integrado
em um contexto social particular. Para a autora, a música é uma comunicação sensorial,
simbólica e afetiva (GREEN, 1987, p. 91) e, desta forma, é o resultado de pessoas que
convivem e interagem em espaço e tempo particulares, definindo-se como uma prática
significativa para as pessoas envolvidas (GREEN, 1988, p. 09 e 07).
O reconhecimento do ensino informal da música amplia nossa visão quanto
ao processo de construção musical em um indivíduo. É libertador reconhecer que a
criança chega para o aprendizado formal ou não-formal de música com experiências
trazidas em sua bagagem, e que os primeiros contatos com a música já aconteceram. O
professor – que, por sua vez, também traz sua bagagem de conhecimentos e
experiências – é, cada vez mais, aquele que aponta (novas) possibilidades, que orienta o
voo, e deve estar preparado para mudanças em seu planejamento, permitindo-se dialogar
com a bagagem trazida por cada criança, criando uma rica intercessão, que se adequará
criativamente a cada criança – no caso de aulas individuais, ou grupo.
Os processos de produção, transmissão e aquisição de conhecimento
musical são constituídos social e culturalmente, envolvidos nas manifestações externas
(atividades cívicas, militares, religiosas, de trabalho, de diversão), em conjunto com as
manifestações sociais, psicológicas e filosóficas. Para Green (1988), a Educação
Musical participa na construção e manutenção de ideologias sobre o valor da música e,
nos dias atuais, deve buscar desconstruir as superioridades e inferioridades atribuídas a
um determinado padrão musical em relação a outro. Unindo-se a este pensamento,
22
Froehlich (2007) alerta sobre a ameaça que certos processos de ensino podem causar a
um grupo de pessoas quando se afirma um estilo musical em detrimento de outro. Green
(2001) destaca a mudança de relações entre pessoas de diferentes grupos sociais com a
música, destacando, por exemplo, a inclusão da música popular nas escolas inglesas em
finais do século XX, onde, por muito tempo, o ensino privilegiou as músicas ligadas à
chamada alta cultura.
Diz-nos Weffort (1995) que "não fomos educados para olhar o mundo, a
realidade, a nós mesmos. Nosso olhar cristalizado nos estereótipos produziu em nós
paralisia, fatalismo, cegueira" (WEFFORT, 1995, p.13). Concordando com este
pensamento, Silva (1992), destaca a preocupação demasiada dos professores com os
métodos e técnicas em um verdadeiro endeusamento destas, como se a educação
pudesse melhorar a partir da metodologia de ensino. Para Silva, as tradicionais
estruturas curriculares e suas divisões em departamentos (ou áreas) e disciplinas têm
promovido a fragmentação do conhecimento, desintegrando o processo educativo e a
própria visão do ser humano e de suas aptidões. Saviani (2007) descreve o fim do
século XX e início do século XXI reconhecendo que grande parte dos educadores
cederam “ao canto de sereia das novas pedagogias nomeadas com o prefixo neo - novas
ideias associadas à descrença no saber científico e à procura de soluções mágicas, onde
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(g) Sempre que possível, buscar a integração da família ou pessoas próximas ao aluno
ao seu aprendizado;
(h) Apresentação visual dos sinais musicais, mesmo que sem grandes explicações dos
mesmos;
(i) Introdução da escrita musical, que poderá ser, a priori, experimental e,
posteriormente, tradicional;
(j) Solfejo, leitura rítmica e leitura de partituras, promovendo desafio,
experimentação, criação;
(l) Trabalho rítmico através de todo tipo de percussão (corporal, instrumentos de
percussão, instrumentos alternativos);
(m)Incentivo à composição e improvisação, com movimentos corporais, com palavras
e sons vocais, solfejo, variações sobre um tema;
(n)Interpretação musical no instrumento, buscando expressar sentimento e coloridos
sutis desde as primeiras peças;
(o) Integração da música com outras linguagens da arte, formas de expressão, como a
linguagem falada e a dança;
(p) Sensibilização para a música (criação e audição), mostrando um caminho de
conhecimento e prazer através da experiência musical pessoal.
O ensino via redes pode ser uma ação dinâmica e motivadora. Mesclam-se
nas redes informáticas- na própria situação de produção e aquisição de
conhecimentos – autores e leitores, professores e alunos. As possibilidades
comunicativas e a facilidade de acesso às informações favorecem a formação
de equipes interdisciplinares de professores e alunos, orientadas para a
elaboração de projetos que visem à superação de desafios ao conhecimento;
6
Palavra inglesa que significa teia ou rede. Nome pelo qual a rede mundial de computadores internet se
tornou conhecida a partir de 1991, quando se popularizou devido à criação de uma interface gráfica que
facilitou o acesso e estendeu seu alcance ao público em geral.
25
7
O inegável impacto do uso da WEB e seus recursos, como as redes sociais
8
e, especificamente, o Facebook , atesta a modificação da sociedade e sua forma de
aprender e buscar este aprendizado. As capacidades cognitivas como raciocínio,
memória, capacidade de representação mental e “percepção estão sendo constantemente
alteradas pelo contato com os bancos de dados, modelização digital, simulações
interativas, etc.” (BRENNAND, 2006, p.202). Quantos às dificuldades e limitações,
elenca-se a participação desigual dos usuários, a má compreensão na redação de
algumas postagens, comunicação, ausência de apoio institucional e de planejamento
estratégico e sequencial das atividades e tema, entre outras. Contudo, assim como
afirma Bohn (2009), as redes sociais possibilitam o estudo em grupo, a troca de
conhecimento e a aprendizagem colaborativa, trazendo motivação ao professor de
9
Música, que se envolve e se encanta com esta nova forma de Pedagogia Musical .
A Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), quando usada de
maneira coerente, pode beneficiar a aprendizagem, abrindo novas possibilidades ao
exercício intelectual e promovendo diferentes formas de construção do conhecimento.
Partindo deste pressuposto, podemos aplicá-la no âmbito do ensino da música para
alunos, nas gravações de aulas, nos registros e edição de composições e arranjos dos
alunos, na montagem de bases instrumentais para o trabalho de prática de conjunto, para
fixação de conteúdos através de exercícios programados, nos exercícios de percepção
musical e no uso das multimídias que enriquecem a aula envolvendo os alunos nas aulas
e demais projetos.
7
Nome pelo qual a rede mundial de computadores internet se tornou conhecida a partir de 1991.
8
Rede social lançada em 2004. Este termo é composto por face (que significa “cara” em português) e
book (que significa livro), o que indica que a tradução literal de Facebook pode ser: "livro de caras".
9
Proposta, projeto, método ou metodologia no ensino da música ( ou na musicalização).
10
É uma abordagem cientifica que visa a unidade do conhecimento e procura estimular uma nova
compreensão da realidade, articulando elementos que passam entre, além e através das disciplinas. Do
ponto de vista humano, é uma atitude empática de abertura ao outro e ao seu conhecimento. O objetivo da
26
13 14 15
Yale Seminar ; (d) the Juilliard Repertory Project ; (e) the Tanglewood Symposium ;
16 17
(f) the Harvard Project Zero ; e (g) the Hawaii Curriculum Project , entre outros.
Aperfeiçoado por Álvares (2015), o conceito de Musicalidade Abrangente
está fundamentado debaixo de seis pressupostos conceituais: (a) The Comprehensive
Musianship; (b) A Taxonomia de Bloom; (c) A Psicologia da Gestalt; (d) O saber não-
proposicional; (e) Os conceitos de educação formal, informal e não formal e (f) O poder
da cultura, conforme descritos, a seguir:
12
A partir da necessidade comprovada de formação dos professores no Young Composer Projectfoi
criado, em 1963, o Contemporary Music Project, que oferecia formação aos professores através de
seminários e oficinas relacionados ao conceito de Musicalidade Abrangente, com o objetivo de promover
a compreensão da música contemporânea, investigando formas de incentivo à criatividade e a
incorporação desta nos currículos.
13
Ocorreu de 17 a 28 de junho de 1963, na Universidade de Yale. Foi uma das primeiras conferências de
desenvolvimento apoiadas pelo governo federal americano, reunindo profissionais de diferentes origens
para discutirem melhorias na educação musical.
14
Foi estabelecido em 1964 para a Juilliard School of Music, com a função de pesquisar e coletar músicas
adequadas para classes de jardim da infância, buscando deixar uma herança musical significativa nas
crianças, com o uso do folclore, repertório interessante para a faixa etária, que envolvesse e encantasse as
crianças, buscando qualidade nos arranjos apresentados a elas.
15
Conferência que aconteceu de 23 de julho a 2 de agosto de 1967, em Tanglewood, Massachusetts. Foi
patrocinada pela Music Educators National Conference (MENC) em cooperação com outras instituições,
com o objetivo de discutir e definir o papel daeducação musicalna sociedade americana contemporânea e
fazer recomendações para melhorar a eficácia da instrução musical. Os documentos produzidos foram
publicados nas edições de março e abril de 1967 do Music Educators Journal, e forneceram uma base
filosófica para futuros desenvolvimentos na educação musical por exigirem que a música fosse colocada
no núcleo do currículo escolar, que a profissão de educação musical deve contribuir com suas habilidades,
proficiências e insights para ajudar na solução de problemas sociais urgentes e que os programas de
formação de professores devem ser ampliados e aperfeiçoados para proporcionar aos professores de
música, a habilitação para ensinar em cursos de todas as faixas etárias.
16
O Harvard Project Zero surgiu em 1967 para estudar e buscar melhorar a educação artística e existe até
os dias de hoje. Ao longo dos anos, tem mantido uma agenda que inclui publicações e investigações
sobre a natureza da inteligência, compreensão, pensamento, criatividade, pensamento interdisciplinar,
multi-cultural e ética.
17
Teve início em 1968, sob o patrocínio do Hawaii Curriculum Center, em Honolulu, com o objetivo de
criar um programa educacional contínuo e supervisionado de Educação Musical para as crianças das
escolas públicas do estado. Foram testados e criados materiais necessários às escolas para a realização do
programa. O currículo é baseado em sete conceitos básicos: tom, ritmo, melodia, harmonia, forma,
tonalidade e textura, que foram apresentados sob a forma de um currículo espiral (o aluno revisita o tema
várias vezes ao longo de sua formação) e classificado pela Taxonomia dos Objetivos Educacionais
(Taxonomia de Bloom).
28
18
É uma teoria da aprendizagem e corrente pedagógica que afirma que a aprendizagem está relacionada
com a interação do indivíduo com o meio. Foi desenvolvido por Jean Piaget, no início da década de 1920,
tendo como ícones o psicólogo russo Lev Vygotsky e a argentina Emilia Ferreiro. Esta última
desenvolveu o Construtivismo no campo da alfabetização de crianças.
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enfatizam, entre outros pontos, (a) a percepção do mundo a partir da construção da mente
humana, (b) o conhecimento como um processo de síntese através da experiência,
(c) a geração, transmissão e interpretação dos signos, (d) a atenção dada aos âmbitos
não-científicos, como a arte, o misticismo e a religião, (e) o interesse por uma
experiência cultural globalizada e de diversidade musical, (f) as múltiplas maneiras
de se fazer ou perceber a música. O saber não-proposicional leva-nos à reflexão
sobre o significado e potencial da música e seus contextos filosófico, da criação
musical, da prática interpretativa e da bagagem trazida por cada indivíduo a partir
de suas experiências e sua história.
(e) Os conceitos de educação informal, formal e não formal – Diferentes contextos de
ensino da música - desde o familiar e sem intencionalidade (educação informal),
àqueles em que há algum, tipo de organização, mas sem a propósito de certificar
(não-formal), até o institucionalizado (educação formal). Os indivíduos estão
rodeados por estes três contextos, pois eles acontecem a todo momento e
reabastecem os modos de vida e a construção de conhecimento.
(f) O poder da cultura – A cultura, sua função pública, a política cultural e a relação
direta entre cultura e desenvolvimento gera um poder que interfere na construção
da(s) música(s), pois sustenta, cria e recria as sociedades, sendo parte controladora
dos comportamentos, e, conforme diz Álvares (2006) interfere nos processos de
produção, transmissão e aquisição de conhecimento musical segundo os conceitos
de saber proposicional e não-proposicional.
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Ciência que tem como objeto todos os sistemas de signos (incluindo os ritos e costumes) e todos
os sistemas de comunicação vigentes na sociedade.
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Enfatiza a aprendizagem por meio do fazer.
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Álvares confirma:
Práticas interpretativas individuais e coletivas, teoria e análise musical,
composição e improvisação, metodologias pedagógicas e aspectos históricos
e sociológicos da música são subáreas convenientes para um aprofundamento
especializado, mas corre-se um risco de excessiva fragmentação em prol de
um aperfeiçoamento muitas vezes isolacionista. (ÁLVARES, 2015, s/p).
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Implica sobre as formas de relação entre os diversos povos e culturas, língua, raça, religião, hábitos
etc., como também das manifestações materiais de suas atividades, costumes, as crenças e as tradições de
uma sociedade, que são transmitidas de geração em geração e que permitem a continuidade de uma
determinada cultura ou de um sistema social.
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Mônica Coropos nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, no ano de 1970. Aos dez
anos de idade, ingressou no Curso Técnico da Escola Nacional de Música, hoje, Escola
de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ingressa no curso de Licenciatura
em Educação Artística – Habilitação em Música, na mesma universidade, no ano de
1988. Durante seus estudos de música, o que mais a atraía era aplicar o que aprendia,
ensinando as pessoas mais próximas, seja na família, escola ou igreja. Após a conclusão
do curso, inicia formalmente sua trajetória profissional, lecionando em escolas
particulares e, posteriormente como servidora pública municipal, na Secretaria
Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
As composições inéditas que criava para as aulas que ministrava, tornaram-
se o grande diferencial de sua carreira no magistério. Aliadas a atividades dirigidas, os
conteúdos eram ensinados de forma abrangente e significativa o que despertou a
atenção dos colegas de profissão e de especialistas em educação, que a requisitavam
para encontros, palestras, congressos e troca de experiências. Por causa disto, a
produção de materiais didáticos para professores e alunos foi um passo natural no
processo e, mais recentemente, a comunicação via internet.
Consciente de que o conhecimento precisa ser vivido e testemunhado pelo
agente pedagógico, a fim de que este seja sujeito de sua história, e motivada a pesquisar,
conhecer e mudar "o que está condicionado, mas não determinado" (FREIRE, 2003,
p.53), a proposta metodológica Musicalizando com Alegria é, portanto, resultado de
anos de pesquisas e vivências na área de Educação Musical, mas, sobretudo, da crença
de que o ensino da música de forma abrangente – por sua essência diferenciadora, pode
orientar a formação musical da criança, contribuindo imensamente para a formação de
um ser humano saudável emocionalmente, criativo, cheio de vivências em sua bagagem
musical, tendo a certeza de que os conteúdos se encontram relacionados às vivências
sociais dos alunos. É, também, um convite aos professores que entendem a necessidade
de estar em constante formação. É uma proposta aberta, que não tem a pretensão de
substituir os métodos e metodologias existentes, mas adota os processos de educação
visando a sua constante mutação através da escuta – do mundo, das sociedades, dos
professores e dos alunos, através de planejamento participativo, visando a construção de
alicerce bem embasado para o presente e estudos de música futuros, a de atender às
diferentes demandas, formações e campos de atuação. Visa contribuir com a formação
do professor licenciado em música para atuação nos diferentes espaços de ensino e
aprendizagem da área, bem como a formação continuada dos professores de música
atuantes na educação básica, a formação musical do pedagogo em atuação, a formação
32
23
Termo técnico para um conjunto de práticas pedagógicas que abordam a questão da aprendizagem pelos
alunos sob uma perspectiva diferente das técnicas clássicas de aprendizagem, tais como aulas discursivas,
onde espera-se que o professor "ensine" e o aluno "aprenda". Na aprendizagem ativa, entende-se que o
aluno não deve ser meramente um "recebedor" de informações, mas deve se engajar de maneira ativa na
aquisição do conhecimento, focando seus objetivos e indo atrás do conhecimento de maneira pró-ativa.
37
24
Escala usada para identificar estudantesque pudessem precisar de ajuda extra na
suaaprendizagemescolar.
38
➢
CRIANÇAS ATÉ 3 ANOS:
➢
CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS:
➢
CRIANÇAS DE 8 A 11 ANOS
(e) Percepção dos sons musicais, organizando-os pelo timbre, altura, duração,
intensidade, andamento, textura (combinação dos sons) e articulação;
(f) Vivenciar a leitura e o registro de criações próprias e/ou coletivas por meio de
cifras e diferentes tipos de notação;
(g) Conhecer, manusear e tocar diversos instrumentos musicais;
(h) Desenvolver a expressividade através do canto coletivo e da prática de conjunto;
(i) Desenvolver a independência auditiva, sendo estimulada a cantar em cânones e a
duas vozes;
(j) Desenvolver a capacidade de criação de divisão vocal para melodias;
(k) Ouvir e reproduzir diferentes produções e estilos musicais, através do canto ou de
um instrumento, identificando quantos e quais instrumentos e/ou vozes que
compõem uma determinada música ou trecho de uma obra;
(l) Conhecer e apreciar a História da Música Brasileira e Geral, pesquisando os
acontecimentos e os principais nomes da música.
➢
Para a descrição do significado da Música e seus benefícios: A música é boa; A
música alegra meu coração; O que é música?; Música de todo jeito;
26
Todas as letras e algumas partituras destas músicas estão no anexo.
44
➢
Para trabalhar sobre a Pauta Musical: Pauta 1; Pauta 2;
➢
Para trabalhar sobre Melodia e Harmonia/Acorde: Melodia; Acorde;
➢
Para trabalhar Staccato: Staccato x Legato; Staccato;
➢
Para trabalhar o Som e suas qualidades: Rap do Som; Altura; Intensidade; Timbre;
Duração;
➢
Para trabalhar o nome das Figuras de som e suas respectivas Pausas: As figuras e
as pausas;
➢
Para socialização (afetividade): Hora do abraço; Vamos conhecer; Você é
importante;
➢
Para trabalhar Pulsação e Ritmo: Passa a bola;
➢
Para desenvolver a parte psicomotora: Movimento 1; Movimento 2 (Bate, mexe,
pula).
HUUUUM
HUUUM
HUUM
PÃO
BOLO
CHOCOLATE
(SILÊNCIO DO “PÃO”)
FRANGO
46
PIZZA
BRÓCOLIS
MACARRÃO
PÊSSEGO
BO (SILÊNCIO DO “LO”)
(SILÊNCIO DO “BO”) LO
aquisição do aluno, a fim de reforçar o conteúdo ministrado nas aulas, servindo de fonte
de consulta e incentivo durante a semana, através das músicas e demais recursos
disponíveis nos CDs, conforme Quadro 3:
O DVD armazena mais de quinhentos itens, que são organizados por pastas
temáticas, com conteúdo para os diversos campos de ação do educador, recursos para a
musicalização, como desenhos para colorir, cartazes para imprimir, textos, partituras,
folhas com exercícios de Teoria Musical, planos de aula, apostilas, slides com as letras
de todo o repertório da proposta, vídeos, áudios, projetos e um curso de Musicalização
Infantil em cinco módulos. É uma ferramenta de fácil manuseio, compatível com vários
leitores de mídia, para que o professor possa utilizar sistematicamente, em suas
pesquisas ou nas aulas.
O Quadro 4, a seguir, traz a pormenorização das pastas e do conteúdo do
DVD:
53
PASTA CONTEÚDO
1. Apostila de Arranjo
Apostilas Diversas
2. No mundo do som
1. Grades com arranjos para bandinha
2. Bandinha com sucatas
Bandinha
3. Imagens dos instrumentos da bandinha
4. Repertório p/ bandinha rítmica com partitura não-convencional
1. Os benefícios da música
Benefícios da Música
2. O valor da música segundo Campbell
1. Partituras coloridas
Boomwackers e Handbells
2. Imagens relacionadas
1. Alfabeto Braille
Braille 2. Sinais básicos de musicografia em Braille
3. Repertório com partitura em Braille
1. Partituras folclóricas
Cancioneiro
2. Arranjos para vozes iguais
Citações Mônica Coropos Slides com trechos de falas e pensamentos da autora
1. Veja quanto som
2. Rap do som
Composições
3. Altura
Em
4. Intensidade
MP3
5. Timbre
Bônus
6. Duração
7. Relaxamento
Composições em PPT Todo repertório dos CDs em slides (PowerPoint)
1. Aleluia
2. Kyrie
Composições 3. Vogal A
Inéditas 4. Vogal E
5. Vogal I
6. Vogal O
Dia do Músico Slides alusivos à importância do músico
Partituras e/ou slides para trabalhar a escala:
1. A plantinha que eu plantei
Escala 2. As sete notas musicais
3. Minha canção (Chico Buarque)
4. Uma escada vou subindo/vou descendo
Expressões Slides com imagens para trabalhar as expressões e emoções
Festas e Programas Programas para Natal, Dia das mães, Dia da família, Dia das crianças
Flauta Doce 33 imagens com partituras e posições da flauta doce soprano e contralto
Folhas Pautadas Dois tipos de folha pautada
História da Música 21 imagens com tópicos da História da Música geral e brasileira
Instrumentos e
Vídeo com o tema: Como o piano é por dentro
Curiosidades
1. Apostila Musicalizando com Alegria
Materiais Fotocopiáveis 2. Imagens com figuras e sinais musicais
3. Apostila de musicalização para baixar
Materiais Coletados Da Diversas imagens, atividades e partituras coletadas da internet para
Internet consulta, suporte e inspiração para aulas
Mural Ideias e imagens de decoração de sala, porta e murais da sala de aula
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PASTA CONTEÚDO
Quatro módulos para formação continuada do professor
Módulo 1: Nomes da educação musical; O que é musicalizar; O
som e suas qualidades; Repertório autoral sobre o conteúdo
Módulo 2: Sinais de Intensidade; Elementos da música; Pauta;
Claves; Notas musicais; Repertório autoral sobre o conteúdo;
Apresentação das células rítmicas com ‘apelidos”; Leitura rítmica;
Corpo e movimento.
Curso Módulo 3: Repertório autoral para os diversos momentos da
De aula; Exemplo de planos de aula; Figuras de som e pausas; Nomes da
Musicalização Educação Musical; Atividades para musicalizar no berçário, crianças de
Mônica 4 e 5 anos, 6 a 8 anos e 9 a 11 anos; Bandinha rítmica; Dinâmica; Notas
Coropos suplementares; Leituras e solfejos escritos ou não na pauta.
Módulo 4: Atividades para musicalizar adolescentes, crianças
portadoras de necessidades especiais e terceira idade; Programa de curso
para Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e Ensino Fundamental 2;
Repertório para cada atividade e faixa etária do módulo; Circuito de
atividades para reforçar o aprendizado.
Módulo 5: Cânones; Vocalizes; Instrumentos musicais;
Repertório para o encerramento da aula.
Nomes Slides com uma breve exposição do pensamento e fotos de alguns dos
Da principais nomes da Educação Musical: Schaeffer, Willems, Dalcroze,
Educação Orff, Kodály, Willems, Swanwich, Suzuky, Villa Lobos, Sá Pereira,
Musical Liddy Mignone, Cacilda Borges Barbosa, José Eduardo Gramani,
Ermelinda A. Paz.
Diversas imagens com sugestões de atividades para o ensino das notas
Notas Musicais musicais tais como: peixinhos, cartões, dados, etc; Folhas com
exercícios para nomear as notas das claves de sol, de fá e de dó.
Folhas de exercícios com temas diversos para reforçar o aprendizado
Para colorir
ludicamente, com imagens para colorir.
Partituras Banco de partituras.
1. PCN Arte – 1º ao 5º anos;
PCN
2. PCN Arte – 6º ao 9º anos.
Planos de Aula Exemplos para as diferentes faixas etárias e campos de atuação.
Projetos Catálogo com 31 projetos de Educação Musical.
1. A música na infância (Mônica Coropos)
Textos Antigos
2. Entrevista com a professora Vera Jardim.
Trabalhos Manuais
Recursos visuais (apoio visual).
Relacionados
Vídeos de Mônica
9 trechos de aula com atividades dirigidas e repertório.
Coropos
Diversos exemplos com o uso do corpo, placas com as figuras, pausas e
células rítmicas, montagem de frases rítmicas através de palavras e/ou
Vivências Rítmicas
textos; slides e imagens de leituras rítmicas; Projeto Hora da Batucada;
cânone rítmico, exercícios para divisão proporcional de valores.
Jogos sonoros, repertório que explore os diversos sons, onomatopeias,
Vivências Sonoras
melodias cifradas, eco solfejo.
Quadro 4: DVD Musicalizando com Alegria - Ideias Pedagógicas - Volume 1
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
55
Diz Le Coadic (1996) que “a frequência e o uso de um canal, seja ele qual
for, são determinados por sua acessibilidade”. (LE COADIC, p.16). Com o advento do
WhatsApp veio o estreitamento e a continuidade dos contatos, bem como a possibilidade
de compartilhar com um número maior de interessados, as propostas e temas ligados ao
ensino da música. Cria-se, então, a partir de 2014, o primeiro grupo – dos três,
atualmente existentes - neste aplicativo, somando trezentos e quinze professores, com
postagens sobre os diversos conteúdos do currículo da educação musical. Estes
conteúdos são selecionados a partir dos seguintes critérios: (a) demanda dos professores
pelas mensagens privadas no WhatsApp; (b) atividades e composições criadas por
Mônica Coropos; (c) envio de conteúdos pelos professores que participam dos grupos.
Nas figuras 4 e 5, exemplos das falas dos professores no WhatsApp:
reagem bem à era digital e, o que se nota, é a crescente aplicação dessa ferramenta,
promovendo cada vez mais interações sociais na WEB. Cabe-nos, como educadores
musicais e pesquisadores, ampliarmos nossa ocupação aos diversos espaços nas redes
sociais, contribuindo e construindo esta possibilidade de nosso tempo.
Os grupos no WhatsApp e as redes sociais criaram uma demanda antes não
contemplada: a ampliação da rede de contatos com professores de toda parte do Brasil, e
até fora do país. Apesar de não achar a ideia boa num primeiro momento, as solicitações
para que os cursos e oficinas Musicalizando com Alegria fossem ministrados à distância
foram fortalecendo o desejo de experimentar este novo meio de ensino.
Reconhecemos vantagens e desvantagens dos cursos on-line. As vantagens
são: atender a um número maior de pessoas, o custo do curso, que pode chegar a menos
30% do valor de um curso presencial, o reconhecimento da validade dos cursos à
distância costumam ser a mesma dos presenciais na hora da avaliação do currículo, a
praticidade do aluno em ter o acesso ao curso no seu melhor horário do dia ou da
semana, podendo realizar as leituras e o estudo em dispositivos móveis, entre outras. As
desvantagens, podem ser consideradas assim por uns, e não por outros, pois o sucesso
do estudo on-line dependerá muito da disciplina e motivação do aluno para com o curso.
O que mais chama a atenção como desvantagem é a falta de socialização, por não haver
uma convivência presencial com o professor, nem com a turma.
Foi realizada uma sondagem de público e temas mais procurados, a fim de
dar início, em 2016, a dois tipos de cursos on-line: Musicalizando com Alegria e
Música no Ministério Infantil da Igreja, conforme Quadro 6:
62
AULA 2: O valor da
MUSICALIZAÇÃO
8 aulas + BÔNUS (planos de
para a Educação Cristã Infantil.
aula, vídeos, chats, fóruns,
Repertório (parte 1)
apostilas, MP3), +
CERTIFICADO (40 horas) AULA 3: O que é musicalização?
Por onde começar?
Exposição das aulas por slides.
AULA 4: Diversas maneiras de
Direito a todas as músicas em
utilizar a música com as crianças na
MUSICALIZANDO COM MP3 das aulas 4 e 7. igreja.
ALEGRIA
Atividades dirigidas e atividades AULA 5: Atividades por faixas
por faixa etária poderão ser
etárias: berçário, coro infantil,
descritas e/ou ensinadas por
bandinha rítmica.
vídeos.
AULA 6: Culto infantil. Repertório
90 dias de acesso ao curso. (parte 2).
28
Também chamado de comunidade ou board, é uma ferramenta para páginas de internet destinada a
promover debates por meio de mensagens publicadas abordando uma mesma questão.
29
Salas de bate-papo pela internet. Podem ser acessadas através de programas ou sites que oferecem
esse serviço. É uma sala virtual onde as pessoas podem conversar umas com as outras.
30
É o conjunto de programas, instruções e regras informáticas que permitem realizar atividades
específicas em um computador como, por exemplo, os programas como Word, Excel, Power Point,
os navegadores, os jogos, os sistemas operacionais, entre outros.
31
“Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment", um softwarelivre, de apoio à
aprendizagem e executado num ambiente virtual de aprendizagem, acessível através da internet ou
de rede local. Permite a criação de cursos on-line, páginas de disciplinas, grupos de trabalho e
comunidades de aprendizagem (fóruns), estando, atualmente, disponível em mais de 80 idiomas.
32
Modelo; apresentação visual.
64
33
Situado na Rua José Higino, 416 – Tijuca, Rio de Janeiro – RJ, Brasil.
65
34
A professora Daline Fernandes, foi aluna de Mônica Coropos desde os sete anos de idade, sendo
musicalizada a partir da proposta metodológica Musicalizando com Alegria. Está no último período do
curso de Licenciatura em Música pelo IBEC, sendo aluna de Prática de Ensino de Mônica Coropos, e faz
parte da Equipe credenciada Musicalizando com Alegria, sendo uma das palestrantes do EMCA.
66
PLENÁRIAS:
Mônica Coropos (RJ) - Musicalizando com Alegria: Ensinando Música através
de músicas
Marcus Vieira (PR) - MUSICOPOS/BATUCATUDO
Sérgio Álvares (UFRJ) – Ensino-aprendizagem da Música sob a perspectiva da
Musicalidade Abrangente
Thelma Sydenstricker Álvares (UFRJ) - Educação Musical na diversidade: tendências
da Pós-modernidade, saúde mental do professor e algumas considerações sobre a
Música como elemento terapêutico
OFICINAS (manhã)
Jogos musicais - Elizabeth Pavaneli (SP)
Iniciação à Musicografia em Braille – Silvane Zanovello (SP)
Educação Infantil – Daline Fernandes (RJ)
Prática instrumental – Sérgio Álvares (RJ)
OFICINAS (tarde)
Berçário – Fabiani Cruz (SP)
Canto Coral criativo – Marcos Heber Paiva e Rute Gomes (RJ)
Ensino Fundamental 1 – Fabiane Morete (ES)
Igreja – Deise Lousada (BA) e Isaías Monteiro (AM)
Surdos – Silvane Zanovello (SP)
Apresentação Musical – Grupo Vozes do Coração
Quadro 8: Programação do Primeiro EMCA 2016.
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora
69
A ideia inicial era que o EMCA seria um encontro anual, mas a repercussão
nos meios virtuais e entre os participantes de modo geral foi tão positiva que, no mês de
maio subsequente, foi realizado o segundo EMCA, desta vez, no Sul Fluminense, na
cidade de Volta Redonda, RJ.
Nestas duas edições do EMCA, o professor Marcus Vieira dividiu as
plenárias com Mônica Coropos. Na segunda edição, além da equipe credenciada geral,
ainda foi formada uma equipe credenciada local, a fim de preparar acomodações para a
recepção dos que chegariam na véspera para dormir, a alimentação, o traslado dos
palestrantes, os participantes que chegariam de ônibus especial e os materiais
solicitados para as oficinas. Para o Segundo EMCA foram usadas as dependências da
Igreja Batista Central em Volta Redonda e do Colégio Batista de Volta Redonda. As
figuras 10, 11, 12 e 13 ilustram momentos do Segundo EMCA, denominado Encontro
Musicalizando com Alegria no Sul Fluminense:
Figura 12: Plenária com o Professor Marcus Vieira, ministrando o curso MUSICOPOS.
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 13: Foto oficial do Encontro Musicalizando com Alegria no Sul Fluminense.
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
PLENÁRIAS:
Mônica Coropos (RJ) - Musicalizando com Alegria: Proposta
Metodológica Marcus Vieira (PR) - MUSICOPOS/BATUCATUDO
OFICINAS (manhã)
Música e Movimento - Dalcroze - Sarah Pereira (RJ)
Berçário - Fabiani Cruz (SP)
Educação Infantil - Daline Fernandes (RJ)
Canto Coral Criativo - Isaías Monteiro (AM)
Apresentação de professores do Projeto Sopro Novo – YAMAHA
OFICINAS (tarde)
Gestão Cultural em Escolas de Música - Charles Viana (RJ)
Educação Musical Inclusiva – Silvane Zanovello (SP)
Igreja - Mônica Coropos e Renata Schuwartz Farias (RJ)
Jogos Musicais - Elizabeth Pavanelli (SP)
Prática Instrumental - Erasmo Romão (RJ)
Apresentação musical - Camerata Jovem - Projeto Música nas Escolas de Barra Mansa
Quadro 9: Programação do EMCA Sul Fluminense 2016. Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 16: Dinâmica com o professor Uirá Kuhlmann, ministrando a proposta Música e Movimento,
no hall de entrada da EMUFRJ. Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 17: Plenária com Mônica Coropos, com o tema: A Proposta Metodológica
Musicalizando com Alegria. Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 18: Foto Oficial do Terceiro EMCA 2017, no Salão Leopoldo Miguez, da EMUFRJ.
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
74
10h - OFICINAS
11:30h – MINICURSOS
14:40 - OFICINAS 2
aprovação dos alunos do CMI para o Curso Básico da EMUFRJ e outros. Neste tempo,
também, realizaram-se algumas apresentações externas, sendo estas para a culminância
dos semestres letivos (recitais) ou para eventos externos, tais como o Terceiro Encontro
Musicalizando com Alegria e o Encontro de Coros Infanto-juvenis 2017, conforme
Figuras 19 e 20
Figura 19: Alunos do CMI tocando violino no EMCA – 2017. Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 20: Apresentação dos alunos dos 3º e 4º anos do CMI no Encontro de Coros Infanto-juvenis,
EMUFRJ/2017 Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 21: Desenho de R., aluna do CMI, após a apresentação no Terceiro EMCA.
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
35
Modo de fazer ou de proceder.
79
O fator criatividade foi citado pela maior parte dos professores como
sinônimo de sucesso nas aulas, pois consideram que o ensino precisa ser
contextualizado, desenvolvido e trabalhado buscando atividades lúdicas, atraentes,
criativas. Reconhecem que trabalhar os conteúdos desta forma exigirá mais
atenção, conhecimento de novas metodologias, tecnologias e pesquisa. Mas
afirmam que a criatividade é a chave para “chegar no aluno”, num mundo
oferecem tantos atrativos a eles.
O planejamento das aulas não foi citado pela grande maioria dos
entrevistados. Arguidos sobre o assunto, alguns professores interpretam o “ter que
fazer o planejamento” como um regulador das ações pedagógicas. Entretanto, os
vinte por cento que citaram a elaboração do planejamento das aulas afirmam que,
quando o planejamento é bem feito, o resultado é mais eficaz e, ainda que “tenham
que fazer” para apresentação aos seus coordenadores nas escolas, o planejamento é
um facilitador das ações pedagógicas, organizando as ações educativas, os projetos
interdisciplinares e os conteúdos a serem ministrados. Relataram que, fazer planejamento
é uma questão de prática, e que, com o tempo, sentem falta quando não o fazem. Os
professores que trabalham com seus planejamentos, mostraram-se mais atenciosos à
sistematização e sequência de tudo o que desenvolvem em suas aulas.
36
O Instrumental Orff é composto por instrumentos de percussão concebidos e organizados por Carl Orff,
um dos principais pensadoresda pedagogia da música. Para a criação do instrumental, Orff se inspirou
instrumentos como o balafon africano e o gamelan asiático, e confeccionou xilofones e metalofones
pedagógicos em 3 naipes: baixo, contralto e soprano, onde as 13 teclas são removíveis proporcionando
conceito de escalas e tonalidades. Dentre os metalofones, destaca-se o glockesnpiel (em alemão, “jogo de
sinos”), um metalofone portátil. Além dos instrumentos com altura definida, há ainda maracas, clavas,
caixas chinesas, reco-recos, castanholas, blocos de dois sons (família das madeiras), triângulos, guizeiras,
pratos, pratos suspensos, pandeirolas, címbalos (família dos metais), tambores, tamborins, bongôs,
timbales, caixas de rufo e pandeiros (família das peles).
86
95%
100% 90%
90%
80% 70%
70%
60%
50% 45%
35%
40% 30% 30% 30% 30% 30%
25% 25%
30% 20%
20% 15%
10%
0%
RESPOSTAS:
Preparo/Graduação (75%)
88
Dinamismo/Carisma (75%)
Musicalidade (70%)
Afetividade (55%)
SIM 60%
NÃO 40%
80%
60%
60%
40%
40%
20%
0%
SIM NÃO
Série1
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Série1
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Série1
100% 95%
90% 85% 85%
80%
80% 70
70% % 70%
70% 65%
60% 60%
60% 55% 55%
50% 45%
40%
40%
30%
20%
10%
0%
Série1
Gráfico 8 : Respostas à pergunta 5a sobre os livros ou materiais didáticos utilizados em suas aulas.
80%
70%
60%
50%
40%
Série1
30%
20%
10%
0%
APORTE FUNDAMENTAIS
SIM 98%
NÃO 2%
120%
100%
80%
60%
Série1
40%
20%
0%
SIM NÃO
90% 85%
80%
80%
70%
70% 60%
60% 55%
50%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim. Todo tipo Sim, com
Sim, pois o Sempre. O de Sim. Gostaria Sim, certeza
aprendizado conhecimento
conceito de tem é muito de ficar principalmente iria me
que ser mais para as diferentes
Musicalidade contínuo bem-vindo informado acrescentar muito
Abrangente sobre o
abre conceito faixas etárias
infinitos de
canais Musicalidade
para o Abrangente
aprendizado
da
música
Série1
Gráfico 11: Respostas à pergunta 6b sobre a participação nos cursos e encontros de formação
continuada Musicalizando com Alegria para aplicar o conceito de Musicalidade Abrangente.
Série
1
80%
70%
60%
50% Série1
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não
Canto 85%
Percussão corporal 80%
Instrumento Melódico (flauta doce, escaleta, violino, etc) 75%
Percussão alternativa (copos, colheres, etc) 70%
Percussão instrumental 60%
Instrumento Harmônico (violão, ukulele, teclado, etc) 40%
Improvisação 25%
Canções que reforcem o conteúdo dado em aula 20%
Histórias sonorizadas 20%
100
90% 85%
80%
80% 75%
70%
70%
60%
60%
50%
40%
40%
30% 25% 20%
20%
20%
10%
0%
Série1
➢
As prevalências dos resultados para o eixo cognição, referidas nas perguntas 1 e 2
do questionário por todos os entrevistados mostram a relação entre estas
prevalências e as respostas quanto à necessidade de formação continuada,
retratadas nas perguntas 6a, 6b, 7, 8 e 9: os professores entendem a necessidade de
um efetivo tempo de preparação pessoal e de suas aulas, bem como do
investimento de tempo e recursos na formação continuada. As respostas também
expressam a contribuição que a proposta metodológica Musicalizando com Alegria
tem representado para eles.
➢
As perguntas 3a e 3b, que arguem sobre o conhecimento do conceito de
Musicalidade Abrangente indicaram que, apesar da maioria dos entrevistados já
terem ouvido falar do conceito, sua definição ainda requer apropriação e
aprofundamento. As respostas indicam pouca integralidade ou familiaridade com o
conceito, resumindo-o a uma fórmula quase “mágica” para a solução dos
problemas em sala de aula. Falta leitura e discussões sobre o tema, e pretendemos,
nos próximos Encontros, nas redes sociais, artigos, publicações diversas, entre
outros, disseminar seu significado e contribuições para a reunificação do ensino de
música.
➢
A pergunta 4 – que trata da organização dos três eixos da Musicalidade
Abrangente, em grau de importância, traz três destaques: (a) 95% dos entrevistados
priorizaram o eixo afetividade para a dinâmica de suas aulas, enquanto (b) 85%
priorizaram o eixo cognição, ou seja, valorizaram o conhecimento acima dos eixos
psicomotor e afetividade e (c) 75% equiparam os três eixos num mesmo grau de
importância para o ensino. Não julgamos as diferenças percentuais altamente
significativas, mas estas respostas suscitam a relevância de se estudar o contexto
sócio educacional onde se está inserido, o tempo e a continuidade para o
estreitamento de vínculo entre professor-aluno, aluno-professor e, ainda, com a
instituição e/ou família e de se avaliar o aprendizado do aluno de forma holística e,
ao mesmo tempo, individualizada, para enxergarmos com clareza o eixo mais
importante.
102
➢
As perguntas 5A e 5B são sobre materiais didáticos utilizados. Ainda que 70% dos
professores usem os materiais apenas como aporte ao seu trabalho, percebemos que
os livros são ferramentas de apoio em dois sentidos: no sentido de pesquisa,
consulta, exercícios, leituras e demais atividades cognitivas, e no sentido de dar
mais credibilidade ao trabalho desenvolvido, pois muitas escolas de ensino básico,
por exemplo, tem no professor de música, alguém que a escola tem para abrilhantar
os eventos ou trazer entretenimento às crianças, não tratando este profissional e a
disciplina Música com o mesmo peso dos outros profissionais e disciplinas. Apesar
de vermos um vagaroso avanço na conquista do espaço da música como área do
conhecimento, alguns professores entrevistados disseram de sua luta em se fazer
entendido como um professor na escola, e faz do livro, não poucas vezes, uma
sustentação para fazer valer sua posição de educador musical. Ocorre que, muitos
agindo assim, acabam enfatizando suas aulas em expressas aulas de teoria musical,
no sentido de somente teorizar sobre a música, sem fazer música com os alunos.
Seja por exigência da escola, seja por um recurso de autoafirmação, o fato é que, se
mal usado, os materiais didáticos podem engessar o ensino da música, algo
totalmente contrário à Musicalidade Abrangente.
➢
A pergunta 6A revela que 98% dos entrevistados gostaria de participar dos cursos e
encontros de formação continuada Musicalizando com Alegria para aplicar o
conceito de Musicalidade Abrangente em suas aulas. Consideramos esta pergunta o
melhor momento do questionário e o achado principal para o interesse da pesquisa,
pois este resultado expressivo percentualmente mostra que a maioria dos
entrevistados demonstra conhecimento sobre dados fundamentais sobre a proposta
metodológica Musicalizando com Alegria, considerando-a de extrema relevância
para aplicar o conceito de Musicalidade Abrangente em suas práticas de ensino.
Outrossim, consideramos que a falta de informação sobre a proposta metodológica
Musicalizando com Alegria e sobre o conceito de Musicalidade Abrangente até
mesmo entre profissionais das áreas resultaram nos 2% daqueles que responderam
negativamente, o que aguçou, ainda mais, nosso interesse em difundir de forma
extensiva a proposta e o conceito em todos os meios disponíveis para torna-los
conhecidos entre o maior contingente de professores.
➢
A pergunta 6B traz a justificativa dos 98% dos entrevistados que afirmam o desejo
de participar dos cursos e encontros de formação continuada
103
➢
A pergunta 9 tratou das redes sociais pelas quais a proposta metodológica
Musicalizando com Alegria é divulgada e se relaciona virtualmente com
professores via internet. Até o término da pesquisa e averiguação dos resultados, o
Facebook liderava, com 80% do público entrevistado, seguido pelo WhatsApp
(70%), que segue em crescimento, podendo chegar à liderança em curto espaço de
tempo. O YouTube é uma ferramenta virtual que necessita de maior espaço para
armazenamento em celulares, e de um sinal de rede mais potente, por ser,
potencialmente, composto por vídeos. Deste modo, ainda consideramos expressiva
a representatividade de resultados nesta rede social (40%). Os 20% que ainda não
participam das redes sociais onde a proposta Musicalizando com Alegria se
encontra disponível, alegaram que (a) não possuem tempo para navegarem por
motivo de só terem internet somente fora de casa (no trabalho, por exemplo); (b)
não possuírem aparelhos -celulares, tablets ou notebooks, por exemplo – de boa
qualidade para baixarem aplicativos e (c) não sabiam da existência destes meios
disponíveis para um contato mais próximo à proposta metodológica Musicalizando
com Alegria.
➢
A pergunta 10 buscou traduzir em resultados a forma com que os professores
entrevistados organizam seu planejamento das aulas, contemplando nestas aulas a
teoria e a prática. A maioria dos professores (85%) respondeu que prioriza a vivência
musical para, depois, inserir a teoria do que se vivenciou. Este modelo concorda com o
que a prática metodológica Musicalizando com Alegria acredita: que a experiência
deve preceder a teorização, e que uma aula onde o conceito de Musicalidade
Abrangente é observado deve ser diversificada, prazerosa, significativa e criativa.
Preocupou-nos a resposta de 60% dos professores que afirmaram alternar teoria e
vivência em dias diferentes de aula, pois sabemos o quanto são complementares, e
devem andar juntas. Uma aula de teoria musical sem prática não é, necessariamente,
aula de música. Curiosamente, os resultados ainda comprovaram que 55% dos
entrevistados repetem os modelos conservadores de ensinar a teoria para, somente
depois, inserir a prática, que foi entendida por estes, como sinônimo de “fazer
exercícios”. Em outro extremo,
40% dos professores que responderam o questionário não se obrigam a fazer
nenhum momento teórico com seus alunos: acreditam nas aulas eminentemente
práticas para o aprendizado musical. Os 15% dos entrevistados que afirmaram
que, no momento em que iniciarem sua docência procurarão equilibrar prática e
teoria em ao planejarem suas aulas.
105
➢
A pergunta de número 10 - última pergunta do questionário semiestruturado –
utilizamos alternativas organizadas em escala, de maneira que o respondente
indicasse o seu posicionamento diante da pergunta. Deste modo, averiguamos que
85% dos professores elegem o canto como uma das práticas que mais utiliza,
vindo, a seguir, a percussão corporal um recurso recorrente para a prática de ensino
da música. Os instrumentos musicais, sejam melódicos, alternativos, percussivos
ou harmônicos oscilaram, em ordem decrescente, de 75% (instrumentos melódicos)
até 40% (instrumentos harmônicos). A improvisação – prática muito incentivada
pela proposta metodológica Musicalizando com Alegria – esteve presente em 25%
das respostas. Apenas 20% dos professores dizem utilizar canções para o reforço
dos conteúdos ministrados bem como as histórias sonorizadas, alegando serem
carentes deste tipo de recurso.
Após a discussão dos resultados, nossa avaliação indica sua relevância para
a consolidação de um ensino de música abrangente, contribuindo para as necessárias
mudanças no sistema educacional vigente, sobretudo nos cursos de Licenciatura em
Música, que formam professores que irão atuar em diversos espaços de ensino formal e
não-formal. Recomendamos um acompanhamento destes professores entrevistados para
que ampliem seus conhecimentos acerca da Musicalidade Abrangente e na
aplicabilidade da proposta metodológica Musicalizando com Alegria, como
contribuintes ao seu crescimento pessoal e profissional.
106
CONSIDERAÇÕES FINAIS
muitas vezes sem questionar sua aplicação e sem a esperança ou a força para romper
com o caráter de fragmentação do saber; (b) o licenciado em música sai dos bancos do
curso de graduação com grandes lacunas no aprendizado. Foi observado um
desequilíbrio entre a fundamentação teórica em detrimento dos estágios práticos e que,
em todas as etapas da formação superior, os futuros professores enfrentam restrições ao
aprendizado da própria prática docente. Há uma preocupação com a bibliografia, que é
desproporcional a observações e prática de campo de como ensinar. Os alunos clamam
por um curso de licenciatura em música mais focado em didáticas, métodos e práticas
de ensino.
Quanto à possibilidade de se buscar a (c) reunificação dos saberes
fragmentados em disciplinas durante a formação do educador musical quando este
começa a atuar como professor em sala de aula, a pesquisa concluiu que, por conta das
lacunas no aprendizado no curso de graduação, o professor recém-formado tem o
complexo desafio de saber promover o ensino de música no ambiente de ensino formal
e/ou não-formal no qual ele é inserido e, ainda, de buscar autonomia e criatividade para
agir e ensinar, ao invés de repetir os modelos educacionais aos quais foi submetido,
sendo um professor não-reflexivo dos modelos e informações atuais. Os entrevistados
desabafam dizendo que algo precisa ser feito mas, enquanto não se faz, são eles é que
tem de “enfrentar a sala de aula, e que isso dá medo”.
Por fim, na resposta para a questão norteadora (d) como a proposta
metodológica Musicalizando com Alegria poderia ser útil ao ensino abrangente da
música, fomentando, através da prática pedagógica, o ensino musical integralizado,
averiguou-se que todos os entrevistados estão dispostos e abertos a discutirem as
metodologias inovadoras de ensino, e veem na Prática Metodológica Musicalizando
com Alegria uma proposta “lúcida, aplicável, equilibrada e contextualizada”, que pode
37
ser bem aceita pelas crianças da chamada “geração alpha ”, que tem por característica,
estarem rodeados em demasia pela tecnologia, porém muito mais independentes, atentas
e observadoras que as crianças que as antecederam, e com habilidade de adaptação a
novas tecnologias. A utilização das mídias, dos cursos on-line e das redes sociais tornam
a proposta atual e atraente ao aluno, e é uma ferramenta importante para o professor
para que este acompanhe as novas demandas do ensino, acompanhe as expectativas e
também as necessidades dos dias atuais, sem abrir mão dos elementos importantes ao
ensino da música.
37
Geração de crianças nascidas a partir de 2010.
108
38
Reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, especialmente nas
relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais
do processo cognitivo; teoria do conhecimento.
109
39
A professora Cláudia de Paula Teixeira tem como tema de sua dissertação em Maestria em Ciencias de
la Educación: A musicalização como fator essencialmente colaborativo na educação. Estudo de caso do
curso de formação continuada intitulado "Musicalizando com Alegria” de autoria da educadora Mônica
Coropos, pela UNIVERSIDADE IBEROAMERICANA – UNIBE, Asunción – Paraguay, 2017.
40
Dialogismo é o que Mikhail Bakhtin define como o processo de interação entre textos, a polifonia.
110
REFERÊNCIAS
ADEODATO, Ademir. Ué, mas eles não vão aprender a tocar? Analisando
representações sociais sobre o ensino de música na escola regular e suas
contribuições para a inclusão de Crianças em vulnerabilidade social.(Dissertação
Mestrado em Música). Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, 2012.
COSTA, João Daniel Cardoso da; SILVA, Gabriela Salgado Coelho da; SOUZA
1999. Disponível em
http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_1999/ANPPOM%2099/CO
NFEREN/SALVARES.PDF. Acesso em 04 de outubro de 2014
BOYD, D. Social network sites: public, private, or what? Knowledge Tree, n. 13,
2007.
BURNARD, P. The individual and social worlds of children’s musical creativity. In:
CARICOL, Kassìa. Panorama do ensino musical. São Paulo, 2012. Disponível em:
http://www.amusicanaescola.com.br/pdf/AMUSICANAESCOLA.pdf. Acesso em
02/jul. 2015
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APÊNDICES
118
A MÚSICA É BOA
A MÚSICA É BOA
A MÚSICA FAZ BEM
TODO DIA EU CANTO UMA MÚSICA
SE ANDO DE CARRO A PÉ OU DE TREM
A MÚSICA ALEGRA O MEU CORAÇÃO
A VIDA É UMA LINDA CANÇÃO
SE TIVER A MÚSICA
QUE GRANDE EMOÇÃO!
O QUE É MÚSICA?
PAUTA 1
PAUTA 2
SE A CLAVE É A DE SOL
CANTO MI, SOL, SI RÉ, FÁ
PARA AS LINHAS
EU JÁ DISSE
QUE O "MEU SOL SE REFAZ!"
SE A CLAVE É A DE SOL
VOU CANTAR: FÁ, LÁ DÓ, MI
NOS ESPAÇOS DESSA PAUTA
VOU DEIXAR "FALAR DE MIM!"
SE A CLAVE É A DE FÁ
CANTO SOL, SI, RÉ, FÁ, LÁ
PARA AS LINHAS
DESSA PAUTA
CANTO "SÓ SE O REI FALAR!"
SE A CLAVE É A DE FÁ
VOU CANTAR: LÁ, DÓ, MI, SOL
É BEM FÁCIL DECORAR
SE FALO QUE "LÁ DORME O SOL"
125
MELODIA
ELEMENTO DA MÚSICA
QUE ALEGRA O NOSSO DIA
É TÃO BOM CANTAR UMA MELODIA UMA NOTA
APÓS A OUTRA
EM PLENA SINTONIA
É TÃO BOM CANTAR UMA MELODIA PODE SER
NA CANÇÃO
OU ATÉ INSTRUMENTAL
SE VIER DO CORAÇÃO
VAI FICAR SENSACIONAL
ELEMENTO DA MÚSICA
QUE ALEGRA O NOSSO DIA
É TÃO BOM CANTAR UMA MELODIA
ACORDE
MENINO, MENINA,
VOCÊ SABE UM ACORDE FORMAR?
SÃO VÁRIOS SONS QUE, JUNTINHOS,
HARMONIA VÃO TOCAR!
SÃO VÁRIOS SONS QUE, JUNTINHOS,
HARMONIA VÃO TOCAR!
UM SOM? NÃO É NÃO!
DOIS SONS? TAMBÉM NÃO!
TRÊS SONS EM DIANTE: “TÁ” BOM!
STACCATO X LEGATO
STACCATO
RAP DO SOM
ALTURA
INTENSIDADE
TIMBRE
DURAÇÃO
AS FIGURAS E AS PAUSAS
SEMIBREVE, MÍNIMA,
SEMÍNIMA, COLCHEIA:
E JÁ VAI TERMINAR!
SEMICOLCHEIA, FUSA, SEMIFUSA, NO AR:
MUITOS RITMOS APRESENTAR!!!
HORA DO ABRAÇO
VAMOS CONHECER
VOCÊ É IMPORTANTE
PASSA A BOLA
MOVIMENTO 1
ABAIXO, LEVANTO, PULO NUM PÉ SÓ! COM BRAÇOS PRA CIMA RODANDO
ATÉ PARAR! EU ANDO, EU PARO E OLHO PARA TRÁS... CRIANÇA ALEGRE É
ASSIM QUE FAZ!
APÊNDICE C - PARTITURAS
130
131
132
ANEXOS
133
QUESTIONÁRIO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu_________________________________________________________
certifico que, e estando suficientemente esclarecido sobre o destino das
respostas do questionário, estou de pleno acordo com os dados a serem
coletados para a realização da pesquisa, autorizando a publicação das
respostas, sem a divulgação do meu nome.