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As cidades-estado gregas

Tempo e espaço
A partir do séc. VIII a.C., surgem na Grécia as cidades-estado, ou poleis –
pequenas cidades independentes com funcionamento político e económico
autónomo.
Tinham elementos comuns: língua, religião e atividades económicas.
Principais razões para a formação destas cidades-estado:
– o povo grego era constituído por vários povos diferentes, rivais entre si;
– o relevo muito acidentado constituía uma barreira natural que separava a
população.
Cada pólis funcionava como um pequeno país, mas não era autossuficiente.

Características físicas das cidades-estado


Englobavam três espaços essenciais:
a acrópole: zona mais elevada da cidade e consignada a aspetos religiosos;
a ágora: praça pública onde habitualmente se encontravam os cidadãos;
a zona rural: onde estavam as aldeias circundantes, campos agrícolas e
bosques.

O exemplo de Atenas e Esparta


A educação e o papel da mulher

Atenas Esparta
Até aos 7 anos, as crianças Até aos 7 anos, as crianças são
são educadas em casa pela educadas em casa pela mãe.
mãe. Dos 7 aos 20 anos, a educação é
Dos 7 aos 20 anos, os orientada para a guerra e proteção da
Educação rapazes são formados nas cidade.
mais diversas áreas As raparigas também praticam
(intelectuais e físicas), de atividades físicas, mas também
modo a serem cidadãos de aprendem como tratar da casa e da
pleno direito. família.
Exige-se que seja forte, para gerar
Tem uma posição
filhos fortes e saudáveis. Participa em
subalterna e não participa
Papel da torneios e práticas desportivas. Na
na vida política. Leva uma
mulher ausência dos homens, governa a
vida confinada à casa e aos
casa, daí terem uma educação mais
afazeres domésticos.
avançada que a dos homens.

O modelo de democracia ateniense

O modelo político ateniense é pioneiro no género, pois trata-se da primeira


democracia da história, onde os cidadãos participam da vida pública, através da
Eclésia.
No entanto, apresenta algumas limitações:
– a maior parte dos atenienses (mulheres, metecos e escravos) não eram
considerados cidadãos, logo não tinham voz política;
– a liberdade de expressão era limitada, existindo penas, como o ostracismo
ou mesmo a morte, para quem colocasse em causa as leis estabelecidas;
– Atenas praticava o imperialismo sobre os seus aliados do mar Egeu.

A organização económica e social no mundo grego: o exemplo de


Atenas

As atividades económicas
Atenas, como a maior parte das poleis, vivia da agricultura e do comércio,
procurando no exterior o que não tinha capacidade de produzir, como os cereais.
Deste modo, e tendo em conta a sua localização geográfica, desenvolve uma
economia:
– comercial, com base no comércio;
– marítima, apoiada na proximidade ao mar e no desenvolvimento da
construção naval;
– monetária, com o cunho de moeda em prata, para pagar os produtos
adquiridos.
A organização social ateniense

A sociedade ateniense estava dividida em três grupos sociais:

A sociedade ateniense estava dividida em três grupos sociais:

Cidadãos – Homens livres, maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe atenienses.


Eram os únicos a quem era permitida a posse de terra, da qual provinham os seus
rendimentos. Eram também os únicos a participar na vida política ateniense,
ocupando cargos nos organismos políticos.
Metecos – Estrangeiros autorizados a residir e a trabalhar em Atenas, onde
viviam do comércio e do artesanato.
Escravos – Era o maior grupo de Atenas, talvez cerca de metade da população,
constituído por prisioneiros de guerra, que tratavam dos trabalhos mais duros,
como a extração mineira, trabalho nos campos e atividades domésticas.

O quotidiano
Os cidadãos eram os únicos que possuíam propriedades e tempo livre.
Habitavam casas simples e dedicavam a sua vida a atividades externas: política,
desporto, lazer.
Os metecos dedicavam-se às suas atividades económicas. Viviam junto das
suas oficinas.
Os escravos viviam em função dos cidadãos e trabalhavam nas suas casas,
nos seus campos e nas suas minas.

O papel da mulher e os debates atuais


A mulher desempenhava um papel subalterno na sociedade ateniense.
Impossibilitada de participar na política da pólis, tinha uma vida confinada ao
recato da casa, sobretudo no gineceu, e os seus direitos eram muito limitados.
Tinha como funções a educação dos filhos (até aos 7 anos), tear e tecer peças de
roupa e, se pertencesse a famílias menos abastadas, vendia nos mercados.
O papel social secundário da mulher foi uma constante ao longo da história e
apenas no final do séc. XIX e, sobretudo, ao longo do séc. XX, foi conseguindo
desempenhar um papel igual ao do homem. Ganhou o direito de voto nas eleições
e o direito de poder participar diretamente na política, entre outras conquistas. No
entanto, ainda hoje se verificam situações de discriminação e desigualdade social
com base no género.

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