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Fichamento, trabalho, território e Cultura

Vários autores

 Editora: Cortez; Edição: 2007 (24 de outubro de 2007)


 Idioma: Português
 ISBN-10: 8524913460
 ISBN-13: 978-8524913464

Esse período, a ideologia municipalista é elevada a condição de principio programático


das elites governamentais e de peça importante da estratégia de nation-building então
adotada, o falo é que, na pratica, a Era Vargas caracteriza por uma profunda centralização
política, administrativa e financeira, levada ao seu auge com' a Constituição de 1937, que
restringe enormemente a autonomia municipal (Meio, 1995; 89)

Em verdade, o paradoxo entre o ideário municipalista e a prática hegemônica a partir de


1930, notadamente com o Estado Novo, encontra justificativa na crítica que as elites no
'poder dirigiam ao conceito de representação. Predominava uma concepção corporativa
de representação política e dentro desta visão o município estava orgânica e
simbioticamente entrelaçado com o poder central, sem mediação das instâncias
territoriais é político-partidárias que distorciam essa identidade de fins entre os dois
pólos. Portanto, o município emerge como uma instancia comunitária e, portanto,
pré-política, que acomoda a coletividade das famílias e seus valores ainda não distorcidos
pelas instâncias de representação.

Articulada às criticas ao centralismo e à perda de autonomia das instancias subnacionais


durante o Estado Novo, a tradição municipalista r surge como um apelo doutrinário
relevante durante à redemocratização 1945, vindo a ter forte penetração na Constituição
de 1946, atingindo o seu auge mobilizatório durante este período. (Pag. 68)

Castro (1988) Aponta duas características fundamentais que balizaram as relações


intergovernamentais nesse período. A primeira diz respeito a processo crescente de
urbanização que muda a face do poder local no pai Ao lado disso, há um aumento do
discricionário poder central, garantido partir de uma nova engenharia institucional, que
redefine os mecanismo de submissão do poder local ao nível decisório central,
permitindo a proliferação de mecanismos informais de transferência de recursos, dos
quais se utilizam principalmente os municípios maiores e mais dotados tecnicamente
mente e, portanto, com maior poder de barganha política.(Pag. 69)

A democratização, em especial a retomada de eleições diretas pai Fitados os níveis de


governo, e a nova fórmula de compartilhamento de r, cursos fiscais entre os entes
federativos prevista na nova Carta redesenha profundamente as relações
intergovernamentais entre nós.

O falo é que a Constituição Federal de 1988 definiu um novo pacto federativo que
resultou em grandes transformações quanto à transferência de capacidade decisória,
funções e recursos da União para os estados fundamentalmente, para os municípios. Mas
esta descentralização de caráter municipalizante acarretou a indefinição das competências
e atribuições dos estados, criando um vazio no que se refere a medidas que atenuem i
desigualdades regionais. Com efeito, tais mudanças requerem um processo de transição
em que a instituição de novas relações intergovernamentais estão condicionadas pela
capacidade de negociação de diversos conflitos e interesses, como também dependem de
redefinição de objetivos e reforma administrativa das agencias governamentais, que agora
possuem novas atribuições.
(Pag. 70)

Além dos arranjos territoriais e intergovernamentais, cada federação de caminhos


históricos próprios e de variados atributos econômicos e socioculturais que conformam
uma nação. O que está na base da estruturação e manutenção de um pacto federativo é
sempre a regulamentação de compromissos e propósitos mútuos, sem a perda relativa dos
dite lentes espaços territoriais e identidades culturais particulares.
(Pag. 71)

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