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UFCD 9928

Gestão de Operações em
Acidentes Multivítimas e em
Matérias Perigosas

Sessão 9928-S2
Gestão de Acidentes com Matérias Perigosas

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SESSÃO 2

Gestão de acidentes com matérias perigosas

PROGRAMA

• Receção da chamada de socorro e despacho de meios;

• Procedimentos de segurança;

• Procedimentos de intervenção;

• Organização das zonas de intervenção;

• Isolamento da área;

• Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3.

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Objetivos específicos

Após a conclusão do módulo, os formandos devem:


• Reconhecer os procedimentos de intervenção e de
segurança nas ocorrências com matérias perigosas;
• Identificar os documentos de apoio à gestão dos acidentes
com matérias perigosas;
• Diferenciar as distâncias de isolamento e de proteção;
• Identificar corretamente as matérias presentes numa
situação envolvendo matérias perigosas.

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Receção da chamada e despacho de meios

Receção da chamada
• Situação;

• Local exato (estrada, Km, sentido,


etc);

• Vítimas (número e lesões


aparentes);

• Fatores agravantes (incêndio,


explosão);

• Libertação visual de contaminantes;

• Condições meteorológicas no local;

• Preenchimento da ficha de
notificação.
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Receção da chamada e despacho de meios

• Deve ser registado o máximo de dados possíveis para


transmitir às equipas de primeira intervenção:
 Sinais, marcas ou nomes que permitam reconhecer ou
identificar o produto;
 Zona envolvente (indústrias, habitações, etc);
 Pessoas no local que tenham mais informações ou
conhecimento do sucedido;
 Relevo e condições no terreno;
 Local de encontro das equipas de primeira
intervenção.

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Receção da chamada e despacho de meios

Grelha de ativação de meios

Para um acidente que envolva matérias perigosas, devem ser

acionados:

• 1.º alarme:

 VUCI, VTTU, VSAT, ABSC e VCOT;

• 2.º alarme:

 VUCI, VECI e VPME.

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Procedimentos de segurança

• A intervenção dos bombeiros em situação de emergência


envolvendo matérias perigosas é, essencialmente um
problema de decisão que compete a quem comanda a
operação;

• A decisão baseia-se no material de intervenção que existe e


na formação e treino do pessoal para atuar neste tipo de
ocorrência.

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Procedimentos de segurança

Não se converta em
Não se precipite
vítima

Quatro regras

Não prove, toque,


Não suponha nada
respire nem coma nada

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Procedimentos de segurança

Primeiro a chegar ao
ISOLAR local do acidente

1.ª intervenção dos


CONFINAR bombeiros

Bombeiros com
CONTER equipa especializada

Técnicos
LIMPAR especialistas

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Procedimentos de intervenção

Posicionamento de meios

• O posicionamento dos meios deve ser antecedido de uma


análise sucinta ao cenário, tendo em conta:

 Condições meteorológicas (direção e velocidade do


vento, chuva, etc);

 Características do terreno (inclinação, via pública,


recinto industrial, etc);

 Tipo de matéria presente;

 Meios e recursos disponíveis.

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Procedimentos de intervenção

Marcha das operações

• Reconhecimento (posicionamento das equipas e recolha de


informações);

• Avaliação do acidente;

• Isolamento da área;

• Estabelecimento de objetivos;

• Determinação da estratégia;

• Identificação das necessidades;

• Preparação da passagem do comando.

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Procedimentos de intervenção

Recolha de informação

• Imediata: observada imediatamente;

• Sucinta: retirada das fichas de intervenção;

• Detalhada: fornecida pelas bases de dados e fichas de


segurança da matéria;

• Peritagem: fornecida por peritos (engenheiros químicos,


ambientais, etc).

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Procedimentos de intervenção

Apoio à intervenção

• Painéis de identificação e etiquetas de perigo;

• Fichas de segurança do transporte;

• Guias de intervenção da matéria;

• Bases de dados.

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Procedimentos de intervenção

Principais ações em acidentes com matérias perigosas

• Identificar a matéria ou matérias envolvidas;


• Suprimir e cortar fontes de ignição;
• Não fumar, nem deixar fumar ou foguear;
• Manter as pessoas afastadas;
• Avisar as autoridades competentes;
• Parar o derrame, se houver meios para o fazer;
 Fazer o possível para impedir o derrame de produtos para
linhas de água, esgotos ou local que possa contaminar ou
provocar explosão;
 Estar sempre do lado de onde sopra o vento (vento pelas
costas);
 Evitar zonas baixas;
 Não entrar em contacto com a matéria derramada.
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Procedimentos de intervenção

Segurança na intervenção

Acidentes com
matérias perigosas

Atitude ofensiva Atitude defensiva

A decisão é sempre tomada pelo COS


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Procedimentos de intervenção

Segurança na intervenção – atitude ofensiva

• Intervenção direta até à supressão do acidente, que só deve


ser levada a efeito se:

 A situação o permitir;

 Existirem meios humanos formados e treinados;

 Existir equipamento especializado adequado.

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Procedimentos de intervenção

Segurança na intervenção – atitude defensiva

• Não intervir diretamente, mas retirar vítimas, evacuar e isolar a


área;

• Opção a ter em conta quando em presença de matérias


perigosas, cujas características colocam a vida humana em
elevado risco e na ausência de equipamento especifico
adequado.

• Considera-se, sempre:

 Evacuação;

 Isolamento da área.

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Procedimentos de intervenção

Organização das equipas

• 1.ª equipa a chegar ao local:


 Faz avaliação e reconhecimento;
 Faz o isolamento inicial de toda a área;
 Prepara todo o material;
 Prepara o terreno para a chegada da equipa
especializada.

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Procedimentos de intervenção

Organização das equipas

• Equipas que intervêm nos cenários de matérias


perigosas:
 Equipa de reconhecimento e intervenção;
 Equipa de material;
 Equipa de proteção.

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Procedimentos de intervenção

Equipa de reconhecimento e intervenção

• É responsável pela intervenção na

zona de maior perigo;

• Define a zona de perigo.

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Procedimentos de intervenção

Medições e isolamento de áreas

• As medições da atmosfera devem ser efetuadas:


 A três níveis;
 Durante 15/60 segundos, conforme equipamento;
 Em vários locais (cinco pontos);
 Com dois equipamentos de medição (quando
existem).

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Procedimentos de intervenção

Equipa de material

• Responsável por preparar a equipa


de reconhecimento e intervenção;

• Responsável por preparar e entregar


todo o material necessário à
intervenção.

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Procedimentos de intervenção

Equipa de proteção

• Responsável pela montagem das


linhas de proteção;

• Em algumas situações pode efetuar


o isolamento inicial;

• Responsável pela montagem do


corredor redutor de contaminação;

• Responsável pela descontaminação


de emergência.

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Procedimentos de intervenção

Meios de proteção

• A montagem dos meios de proteção deve ser:

 Obrigatória;

 Realizada pela equipa de proteção;

 O seu funcionamento pode anteceder a entrada da

equipa de intervenção.

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Procedimentos de intervenção

Equipas especializadas

• As equipas especializadas estão organizadas de modo a

cumprirem as seguintes atividades:

 Reconhecimento e intervenção;

 Material;

 Proteção;

 Descontaminação.

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Procedimentos de intervenção

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Procedimentos de intervenção

Meios a estabelecer

• Linhas de água;

• Linhas de espuma com

agulheta de baixa expansão:

 AFFF;

 Polivalente.

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Organização das zonas de intervenção

Zonas de intervenção (ou de trabalho)


 Zona 0, vermelha ou quente (zona de sinistro)

Em redor da fonte, sendo definida pelos valores medidos


pela equipa de reconhecimento e intervenção.

 Zona 1, amarela ou morna (zona de apoio)

Em redor da zona 0, é composta pelo corredor de entrada e


pelo corredor redutor de contaminação, definindo-se pelo
comprimento deste.

 Zona 2, verde ou fria (zona de concentração e reserva)

Em redor da zona 1, sem largura específica, nem estrutura


física definida na sua transição interior.
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Organização das zonas de intervenção

VTTU 2 - fria

VUCI
1 - morna

Corredor redutor de 0 - quente


contaminação

Corredor de entrada

VPME

Sentido do vento
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Isolamento da área

Distâncias de segurança
• As distâncias de segurança devem ser consultadas nas
fichas e guias de intervenção da matéria;

• Devem-se considerar as seguintes distâncias:

 Distância de isolamento;

 Distância de proteção.

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Isolamento da área

Distância de isolamento
• É a distância radial medida em todas as direções, aplicada a
partir da fonte do derrame ou emissão, definindo um círculo
designado por zona de isolamento;

• Área perdida por contaminação / Zona 0 ou quente.

Zona de Isolamento

Distância de
isolamento
No mínimo 50m

Derrame

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Isolamento da área

Distância de proteção
• É uma área angular na direção do vento e aplicada a partir
da zona de isolamento;

• Zona dentro da qual se devem tomar medidas de proteção


e segurança para a preservação da saúde pública e das
equipas de intervenção.

Distância de protecção

É a área de ½ Distância de
protecção
evacuação da na direcção
ZONA do vento
população e
DE
de previsível PROTECÇÃO
contaminação.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Dispositivo Integrado de Operações Nuclear, Radiológico,


Biológico e Químico

MISSÃO: Garantir uma adequada, expedita e eficaz

mobilização de meios e recursos, humanos e técnicos,

passíveis de, coordenadamente e sob um comando único,

responder às situações de proteção e socorro que envolvam

agentes NRBQ.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Forças e serviços

• Autoridade Nacional de Proteção Civil;


• Câmaras municipais;
• Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa;
• Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto;
• Companhia de Sapadores Bombeiros de Setúbal;
• Companhia de Sapadores Bombeiros de Coimbra;
• Corpo de Bombeiros de Santa Maria da Feira;
• Força Especial de Bombeiros;
• Restantes corpos de bombeiros.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Competências
• Ao Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, Batalhão
de Sapadores Bombeiros do Porto, Companhia de
Sapadores Bombeiros de Setúbal, Companhia de Sapadores
Bombeiros de Coimbra e Corpo de Bombeiros de Santa
Maria da Feira:
 Ao nível do reconhecimento:
 Avaliação e identificação;
 Definição da estratégia indicada ao incidente.
 Ao nível da intervenção:
 Definição do perímetro de trabalho de acordo
com informação disponível;
 Deteção, identificação e monitorização
permanente;
 Recolha e transporte de amostras NRBQ, em
colaboração com as entidades competentes.
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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Competências
• Aos restantes corpos de bombeiros (CB):

 Despachar para o local da ocorrência, e pela forma mais


expedita, os meios de socorro considerados mais
adequados e apetrechados com os equipamentos de
segurança apropriados;
 Transmitir de imediato ao respetivo CDOS todas as
informações disponíveis sobre a ocorrência em causa;
 Proceder às eventuais ações de busca, resgate e
socorro;
 Apoiar, sempre que necessário, as forças de segurança
em eventuais operações de evacuação de populações
da área afetada.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Organização do Comando, Controlo e Comunicações

• Aplicam-se às situações de proteção e socorro decorrentes

de incidentes com NRBQ, os procedimentos em matéria de

gestão de operações previstos no SIOPS e na DON

1/2010;

• Dependendo da dimensão efetiva ou estimada da

ocorrência, o CNOS pode chamar a si a gestão direta da

mesma, nomeando um elemento para a função de COS.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

• Havendo razões objetivas para tal, e desde que a ocorrência


em causa seja classificada pelas forças de segurança
competentes como um incidente tático-policial, estas poderão
chamar a si a gestão da mesma, mantendo-se contudo o
dispositivo no âmbito da proteção e socorro responsável pela
componente da gestão das consequências na vertente “safety”;

• Nestes casos, o elemento que assumia a função de COS passa


a articular-se diretamente com o elemento das forças de
segurança responsável pela operação, integrando o Posto de
Comando do Incidente (“security”).

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

• Foram desenvolvidos procedimentos operacionais e de


coordenação para diferentes âmbitos de intervenção (AI):
reconhecimento, deteção e avaliação;

• Associado à especificidade de cada tipo de risco NRBQ, para


efeitos de resposta operacional num AI específico, foram
desenvolvidos procedimentos operacionais para:
 Nuclear e Radiológico;
 Biológico;
Cabe ao COS, em cada instante, a
 Químico. garantia da escrupulosa
observação dos procedimentos
operacionais.
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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS)

• No quadro das operações de resposta a emergências


envolvendo agentes NRBQ, assume-se como fundamental
proceder, de forma rápida e expedita, a uma avaliação da
situação e a um reconhecimento do local do incidente.

ERAS NRBQ
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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

ERAS NRBQ

• Têm como tarefa proceder a uma rápida avaliação da


situação em causa e a um reconhecimento do local do
incidente, reportando, pelas vias mais expeditas ao escalão
superior o resultado da sua intervenção;

• A informação recolhida pelas ERAS NRBQ constituirá, na


maioria dos casos, fator determinante para o acionamento
dos meios complementares de intervenção, assim como
para o processo de tomada de decisão.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Relatórios
• A Ficha de Notificação Inicial (FNI) é um documento de
preenchimento faseado:
 O recetor do primeiro alerta apenas deverá
preencher os campos da Ficha com os dados que
lhe sejam disponibilizados no momento do
contacto e de imediato enviar cópia (em formato
de papel e em formato digital) ao CDOS da área
da ocorrência;
 Esta ficha de notificação inicial poderá ser
rececionada no CB através do CDOS.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Alerta

Centrais Centrais Centrais


112 CB FSS

Ficha Notificação Inicial (FNI)

CDOS

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ERAS NRBQ

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

A Ficha de Reconhecimento (FR) deverá ser sempre usada pelas


45 | 49 ERAS mobilizadas para os TO

Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

Relatórios

• A Ficha de Intervenção

(FI) deverá ser sempre

usada por todas as

equipas de intervenção

mobilizadas para os TO.

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Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 3

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Revisões

• Receção da chamada de socorro e despacho de meios;

• Procedimentos de segurança;

• Procedimentos de intervenção;

• Organização da zona de intervenção;

• Isolamento da área;

• Diretiva Operacional nacional (DON) n.º 3.

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