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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRÁZ

DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Á


DISTÂNCIA

CURITIBA /PR
2017
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRÁZ

AUDRA MARILIA NÓBREGA MARTINS

DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

Trabalho entregue à Faculdade de Educação São


Braz, como requisito legal para convalidação por
competência, para obtenção do certificado de
Especialização do Curso de Docência do Ensino
Superior, conforme Norma Regimental Interna e Art.
47, Inciso 2 da LDB 9394/96.

Orientadora: Patrícia Arianne Cornelsen

CURITIBA / PR
2017
Olá,
Eu me chamo Patrícia e irei orientá-lo no desenvolvimento desse TCC! Buscarei de
forma clara apontar os elementos que precisam ser revistos para enriquecer essa
produção e a articulação das ideias apresentadas. Lembrem-se sempre que as
indicações buscam, portanto, contemplar elementos fundamentais em um trabalho
acadêmico que são obrigatórios (normas ABNT, sustentação teórica, etc).
Para otimizar a correção, segue a legenda das indicações realizadas:
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RESUMO
Este trabalho tem por finalidade esclarecer algumas questões referente a educação de jovens e
adultos no Brasil, tendo em vista que a escolarização de pessoas com idade superior para se manter
no regular, destaca se a importância dessa prática de ensino utilizada para ofertar oportunidades
tanto para as pessoas que não tiveram oportunidade de frequentar a escola na idade regular tanto
para os jovens que em idade escolar evadiram, dessa maneira o ensino de jovens e adultos acaba
por atingir um grande número de alunos matriculados porém, também tem uma crescente taxa de
evasão, pois muitos desses alunos matriculados acabam por evadir da educação de jovens e adultos
por vergonha, dificuldades em acompanhar os conteúdos, porém para diminuir esse índice as escolas
tem utilizados de metodologias que trazem o aluno para cada vez mais próximo do ambiente escolar,
assim sendo diminuindo o índice de analfabetismo e também despertando nesses adultos o interesse
pelos conhecimentos pedagógicos e influencia los ao término do EJA a prosseguirem estudando e
ate mesmo para que estes possam ingressar em um curso superior, passando sempre para esses
alunos que eles também são capazes e que o sucesso só depende deles.

Palavras-chave: Desafios da EJA. Docência Universitária. Sucesso.


1. INTRODUÇÃO

Ao longo de toda a construção histórica do Brasil, nota se a necessidade de


políticas educacionais voltadas para a educação de jovens e adultos e que seja
sobre tudo restrita ao processo de alfabetização, ressaltando que é muito recente a
determinação dessa modalidade como política pública de acesso á escolarização
básica.
Historicamente pode se observar que o Brasil fez parte de um período onde a
política educacional fazia parte de um processo seletivo ou seja, só participava
quem tivesse “capital ou status”, desta forma acabavam por ser excluídos desse
processo os negros e mulheres, essa realidade pode ser comprovada de acordo
com uma pesquisa elaborada por PAIVA(1983), onde e comprovava que 85,21% da
população brasileira eram “iletrados”.
Em 1925 uma reforma feita por João Alves, surgiu que foi a implantação do
ensino noturno para jovens e adultos, que tinha como objetivo atender aos
interesses das classes dominantes, mas foi em 1930, que se passou a surgir
protestos e movimentos sociais contra o , porém todos esses movimentos foram
organizados por movimentos civis que tinham como objetivo expandir o contingente
eleitoral.
Desta maneira esse trabalho irá ressaltar a implantação da educação de
jovens e adultos e todo o trajeto feito por ela até esta se tornar acessível á toda a
sociedade de um modo geral sem distinção ou qualquer outro tipo de preconceito
existente, sempre ressaltando que a educação é um dever do Estado de manter
disponível á sociedade e um direito de todos que queiram gozar de tal direito.

2. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CHEGA AO BRASIL

Segundo a Constituição Federal de 1934, ficaram instituídos no Brasil a


obrigatoriedade e a gratuidade do ensino primário em todo o território Nacional,
porém era incipiente a sua oferta, considerando os números altíssimos de
analfabetos que existiam em determinado ano. Tomando por base a população de
15 anos ou mais, pois a taxa de analfabetismo caiu cerca de 69,9%, em 1920, para
56,2%, em 1940 (FAUSTO, 1940).
Com o avanço da educação de jovens e adultos no país foi necessário á
criação de um órgão que ficasse responsável por verbas e que repasse as mesmas,
a partir desse momento criou se o (FNEP) no ano de 1942, esse programa
governamental foi criado especialmente para se tornar responsável pela educação
de jovens e adultos no Brasil, a criação desse órgão foi um grande marco na política
de educação pública brasileira (PAIVA, 1992).
Apesar da criação do (FNEP) e de todos os esforços que acontecia, a taxa de
analfabetismo ainda continuava crescente pois Havaí ainda muitos fatores que
desestimulassem as pessoas á estudar ou era á falta de vagas nas escolas,
deslocamento entre outros motivos.
Segundo COUTO (1933, p.190),
O analfabetismo é o cancro que aniquila o nosso organismo, com suas
múltiplas metástases, aqui a ociosidade, ali, o vicio, além o crime. Exilado
dentro de si mesmo como em um mundo desabilitado, quase repelido para
fora da espécie pela sua inferioridade, o analfabeto é digno de pena e a
nossa desídia indigna perdão enquanto não lhe acudirmos com o remédio
do ensino obrigatório.

Diante desse contexto em meados de 1950, passou se a criar uma nova


forma de ver a educação que passou a ter fundamentos de acordo com os
pensamentos de Paulo Freire, pois esse homem que também foi um grande
educador idealizou e construiu uma pedagogia voltada para a necessidade da
sociedade como um todo.
Neste contexto de vivencia educacional e cultura passou-se a evidenciar um
questionamento sobre a ordem capitalista e as articulações das organizações e
movimentos sociais em torno re Reformas de Base, que até então estavam sendo
conduzidas pelo então João Goulart.
Diante desse contexto afirmava PAIVA (1983, p.259),

A multiplicação dos programas de alfabetização de adultos, secundada pela


organização política das massas, parecia como algo especialmente
ameaçador aos grupos direitistas; Já não parecia haver mais esperança de
conquistar o novo eleitorado[...] a alfabetização e educação das massas
adultas pelos programas promovidos a partir dos anos 60 aparecia como
um perigo para a estabilidade do regime, para a preservação da ordem
capitalista. Difundindo novas ideias sociais, tais programas poderia tornar o
processo político incontrolável por parte dos tradicionais detentores do
poder e a ampliação dos mesmos poderia até provocar uma reação popular
importante a qualquer tentativa mais tardia de golpes das forças
conservadores.
Apesar de tantas mudanças em 1964, o governo ditador ao qual o Brasil
pertencia criou o Movimento Brasileiro de alfabetização (MOBRAL), que se
apresentava de forma de forma a doutrinar os estudantes, apresentava uma
proposta pedagógica que desconsiderada totalmente a migração rural-urbana, que
era muito frequente naquele período e se mostrava um modelo de cidade urbana
com padrões capitalistas.
Referente ao Movimento Brasileiro de Alfabetização Amaral, (2002, p.44-45)
afirma que :
Ainda que recebendo pareceres negativos dos consultores da UNESCO, os
quais criticavam as campanha de massa como uma estratégia ineficiente de
reduzir os altos índices de analfabetismo, o MOBRAL buscou provocar o
entusiasmo popular portanto concepções e finalidades como a “erradicação
da chaga social que era a existência de analfabetos” ou a consideração do
analfabetismo como causa do desemprego.

Em 1980, com a volta da democracia em todo o território nacional, foi possível


debater referente á vários temas entre eles a educação de jovens e adultos e a partir
de tamanhas discussões deu se inicio ao supletivo que tinha o Parecer 699/72, do
Conselho Nacional de educação, e que apresentava algumas mudanças em sua
grade curricular abordando a proposta do ensino regular, porém de uma forma mais
definida.
Em meados da década de 90, promulgou se uma nova Lei de Diretrizes e
Base da Educação Nacional, Lei n. 9394/96, na qual determina que o EJA passava a
ser considerada uma modalidade da Educação Básica nas etapas do Ensino
Fundamental Médio e com especificidade própria.
Segundo Shiroma (2000, p. 56),
Disseminou-se a ideia de que para “sobreviver” à concorrência do mercado,
para conseguir ou manter um emprego, para ser cidadão do século XXI,
seria preciso dominar os códigos da modernidade. Mecanicamente – e
repetindo uma velha máxima salvacionista -, atribui-se à educação o condão
de sustentação da competitividade nos anos de 1990.

2.1 Alfabetizações um dos desafios de inclusão

A inserção do adulto no ambiente escolar é um grande desafio para ele, pois


a partir de tal momento ele passara á superar os seus medos tais como o medo de
não aprender, o medo de errar e entre eles está a vergonha em não saber e a
evasão escolar, diante desse pressuposto é importante que os docentes estejam
preparados para auxiliar esses jovens e adultos nessa nova fase dentro do ambiente
escolar.
Segundo Pinto (1991, p. 83) “A educação de adultos visa a atuar sobre as
massas para que estas, pela elevação de seu padrão de cultura, produzam
representantes mais capacitados para influenciar socialmente”.
Nesse contexto é importante instruir o adulto analfabeto o quão é importante
que ele se alfabetize para que então possa sair de uma sociedade onde o mesmo
muitas vezes é visto apenas como uma figura social, diante desse fator afirma
PINTO “Não é o homem que eleva consigo o mundo, e sim o mundo que eleva
consigo o homem” (PINTO, 1991, p.84).
Dessa maneira é importante ressaltar que a educação de jovens e adultos
não se Diz respeito apenas no que se relaciona a alfabetização, escolarização ou
questões profissionais, mas também se relaciona com outros aspectos tais como:
sexualidade, família, sociedade, gênero, entre outros uma vez que a realidade vivida
é multirreferencial.
Dentro desse contexto é visto que a principal busca na educação de jovens e
adultos por parte dos estudantes está voltada para as questões profissionais,
segundo Castilho (2005), o trabalho apresenta como um dos principais motivos para
o retorno dos adultos a escola, paradoxalmente é também é uma das causas para
se o mesmo se evadir.
Pois é importante ressaltar que os adultos que já possuem suas famílias e
assim também seus empregos fixos enfrentam dificuldades para conciliar todas
essas questões e acabam por desistirem dos estudos.
Diante desse fator é importante que a escola acolha esse adulto e
transmitindo para ele o quão importante é a volta dele para o meio escolar o quão
ele é bem vindo à escola e quanto é importante que ele permaneça para terminar os
estudos e quem sabe até mesmo iniciar um curso superior ou técnico sempre
ressaltando que ao concluir a fase estudantil o mercado de trabalho ofertará mais
escolhas para esse adulto.
Referente á esse pressuposto afirma Haddad apud Musial (2001, p. 12)

É a necessidade de aproximar a escolarização á realidade concreta do


mundo do trabalho, não no sentido de antecipar propostas
profissionalizantes, mas no de contemplar no currículo o cotidiano das
práticas de trabalho e emprego a que são submetidos á maioria dos alunos
que frequentam classes de EJA.
Nesse contexto é importante que se faça um trabalho metodológico com mais
práticas voltadas ao mercado de trabalho para assim conscientizar esses educando
o quão é importante para eles que se conclua os estudos e que a partir desses
novos horizontes serão possíveis.
Segundo GADOTTI (2008),

A educação de jovens e adultos precisa resgatar os princípios freirianos de


educação que nega a concepção bancaria de ensino e por isso considera a
escola não somente um espaço na qual se trabalha conteúdos, mas um
espaço também crítico e criativo, preocupado em educar as pessoas para a
possibilidade de sonhar outro mundo possível, mostrando claramente que a
escola é um espaço de luta e esperança.

Diante desses fatores é importante esclarecer ao adulto que o EJA é um


aliado dele que está disponível para ajuda lo a crescer cada vez mais tanto pessoal
quanto profissionalmente e que a presença desse aluno é de suma importância no
ambiente escolar, é preciso ser acolhedor com os educandos do EJA, pois estes já
passaram por tantas dificuldades e no momento que decidem voltar a estudar
precisam de apoio e incentivos.

2.2. O perfil do educando na educação de jovens e adultos

Na educação de jovens e adultos é importante conhecer o perfil do educando


assim como também é importante conhecer sua história de vida, para que se possa
haver o entendimento de que esse adulto pode não saber ler e escrever, porém este
traz conhecimentos e experiências de vida que são incalculáveis de tamanha
importância, pois foram essas experiências que levou esse adulto a se afastar da
escola.
A EJA tem como um de seus princípios pedagógicos levar sempre em
consideração o perfil de seu educando para que assim possa ser feito um trabalho
diferenciado e que o acalente diante das dificuldades a serem enfrentadas no
ambiente escolar.
Tanto os jovens e os adultos que ingressam no ensino do EJA apresentam
objetivos pessoais e profissionais para se concluir essa etapa assim procurando
resultados mais positivos e fragmentados para a conclusão dessa fase, por isso os
horários da escolarização do EJA devem ser dinâmicos para que os adultos que
trabalham também possam usufruir desse beneficio.
Portanto é importante ressaltarmos que a cultura compreende

Desde a mais sublime música ou obra literária, até as formas de destruir se


a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os
costumes, os hábitos, os sistemas morais, sociais, as crenças as formas de
trabalhar (SACRISTAN, 2001,p. 105).

Desta maneira pode se afirmar que o perfil dos alunos que frequentam a
educação de jovens e adultos são em sua maioria trabalhadores proletariados,
desempregados, dona de casa, jovens, idosos, são todos alunos com suas
diferenças culturais, etnia, religião e crenças com um objetivo em comum buscar
uma qualificação melhor através do ensino.
O aspecto do aluno que trabalha e que muitas vezes precisa faltar acaba por
se lamentar, pois para ele faltar significa uma perca de uma parte de todo um
processo que o ajudaria em sua valorização tanto pessoal quanto profissional,
dentro desse aspecto é preciso buscar uma reflexão sobre o papel da escola, do
professor e dos educandos frente as suas práticas de frente com a finalidade real
sobre os objetivos a serem atingidos.
Segundo GADOTTI (2000)

Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições de


vida que estão na raiz do problema do analfabetismo. O desemprego, os
baixos salários e as péssimas condições de vida comprometem os seus
processos de alfabetização [...] o analfabetismo é uma expressão pobreza,
consequência inevitável de uma estrutura social injusta.

Dessa forma entende se que o trabalho compreende uma forma de produção


da vida material a partir da qual se produzem distintos sistemas de significação, ou
seja, e a forma em que o homem transforma a natureza e transforma se a si mesmo.
Assim sendo a transformação e a produção sócia cultural contribui para á formação
do individuo.

A ênfase no trabalho como principio educativo não deve ser reduzida á


preocupação em preparar o trabalhador para atender ás demandas do
industrialismo e do mercado de trabalho nem apenas destacar as
dimensões relativas á produção e ás suas transformações técnicas
(ARROYO, 2001, p. 25).
Desta forma é importante ressaltar que a escola acaba por criar um vinculo
com o educando influenciando assim na construção histórica e em sua formação
perante á sociedade, assim oportunizando esse educando á melhores condições de
vida.

2.3. As funções da educação de jovens e adultos

O ensino fundamental é obrigatório e oferecido pela rede pública de educação


para as crianças de 7 á 14 anos, em uma relação idade/série escolar, portanto o alto
índice de reprovações acabam por comprometer o fluxo escolar perante o quadro
sócio educacional, que assim sendo continuam a reproduzir excluídos e assim
mantendo pessoas sem escolaridade obrigatória.
A cultura histórica curricular tem automaticamente privilegiado de uma forma
uma quanto mecânica a instrumentização dos saberes com uma lógica disciplinar
que tende a limitar a possibilidade de uma aprendizagem.
Para ARROYO, (2001, p. 144) é importante que:

Democratizar o saber, a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o


educando a aprender o significado social e cultural dos símbolos
construídos, tais como palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados
da capacidade de propiciar-nos meios de orientação, de comunicação e de
participação.

Diante desse pressuposto pode se destacar as funções da educação de


jovens e adultos nos seguintes aspectos:
 Função reparadora, que tem como objetivo sanar o não acesso
escolar, que assim sendo acaba por impedir a conquista da cidadania plena,
nesse sentido cabe a EJA recuperar um código que muitas vezes é negado: o
direito á uma educação de qualidade.
 A função equalizadora, que tem por finalidade garantir a
oportunidade da volta daqueles alunos que interromperam seus estudos,
assim atendendo as pessoas que trabalham donas de casa, migrantes,
aposentados e encarcerados.
 A função permanente de oportunizar a todos a atualização do
conhecimento podendo então chama lá de qualificadora por ser um apelo a
educação permanente.
Nesse contexto a EJA acaba por se tornar uma promessa de melhoria para a
qualidade de vida que tende a levantar a autoestima e assim tornar possíveis
sonhos considerados impossíveis.

Não é supérfluo chamar atenção para o fato de que, precisamente a fim de


colocar indivíduos desiguais por nascimento nas mesmas condições de
partida, por ser necessário, favorecer os mais pobres e desfavorecer as
mais ricos, isto é introduzir artificialmente, ou imperativamente,
discriminações que de outro modo não existiriam... Desse modo, uma
desigualdade torna se instrumento de igualdade pelo simples motivo de que
corrige uma desigualdade anterior: a nova igualdade é o resultado da
equiparação de duas desigualdades. (CURY, 2000, p.32).

2.4. Ensino de jovens e adultos á distância

O curso de jovens e adultos quando são ofertados presencialmente oferta


uma melhor compreensão e participação por parte dos alunos até porque as
metodologias utilizadas podem ser interagidas juntamente com os alunos assim
tornando a aula mais participativa e dinâmica.
Já os cursos de educação de jovens e adultos quando são ofertados de forma
semipresencial ou totalmente á distância não permitem uma participação dinâmica
como no presencial o que muitas vezes acaba por afastar o aluno de vez.
O Decreto Nº 2.494/98regulamenta o ensino a distância, já quando se refere
ao EJA, permite se a presença de instituições públicas e privadas, exigindo, porém,
a obediência ás diretrizes curriculares, assim sendo os cursos de educação de
jovens e adultos para brasileiros que residem fora do território Nacional poder
certificados por instituições estrangeiras porém devem ser revalidados em território
Nacional.
Para PALLOFF (2002, p. 27) existem elementos que caracterizam o processo
educacional a distancia:
 A separação do professor e do aluno durante, pelo menos, a maior
parte de cada processo de instrução;
 O uso de mídia educacional para unir professor e aluno para
transmitir o conteúdo do curso;
 O oferecimento de uma vida dupla de comunicação entre professor
tutor ou agente educacional e o aluno;
 A separação do professor e do aluno no tempo e no espaço;
 O controle volitivo da aprendizagem com o estudante em vez de com
o professor.
Nesse contexto pode se entender que quando o aluno opta por estudar a
distancia ele também será responsável por seu rendimento assim este terá uma
maior liberdade para buscar o que eu realmente o interessa e assim se apresentará
com um conhecimento tão sólido quanto o do aluno que estuda na modalidade
presencial.
De acordo com MORAN (2002, p.1), a educação a distância é um processo
educacional, mediado por tecnologias, onde os professores e alunos estão
separados espacial e/ ou temporalmente.

É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente


juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por
tecnologias, principalmente as telemáticas, como a internet. Mas também
podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o
telefone, o fax e tecnologias semelhantes. (MORAN 2002, p.1)

Nesse contexto é possível afirmar que a educação de jovens e adultos


acompanhou boa parte dos avanços tecnológicos assim sendo é possível afirmar
que a internet superou a todos até por ser um meio mais econômico e mais velos o
que torna próxima a relação aluno professor.
BELLONI (2001, p. 104) descreve as tecnologias da seguinte forma;

As tecnologias não são boas (ou más) em si, podem trazer grandes
contribuições para a educação, se forem usadas adequadamente, ou
apenas fornecer um revestimento moderno a um ensino antigo e
inadequado. É essencial, porém, que tenhamos consciência de que sua
integração à educação já não é uma opção: estas tecnologias já estão no
mundo, transformando todas as dimensões da vida social e econômica.
(BELLONI ,2001, p.104)

Nesse contexto é importante ressaltar que o fato do curso ser feito a distância
não significa que a única tecnologia ofertada seja a internet, mas sim devem ser
explorados outros meios tecnológicos para que o aluno aprenda a pensar sozinho e
ter ciência que a internet é uma ferramenta de aprendizagem e não um instrumento
que deve pensar por ele.
MENEGOTTO (2006, p. 19) faz uma observação sobre o uso da internet:

(...) a maior contribuição que a Internet pode proporcionar ao processo


educacional diz respeito à mudança de paradigma, impulsionada pelo
grande poder de interação que ela propicia. Os meios com os quais
interagimos hoje são de outra natureza, de modo que as metodologias
anteriormente adotadas no ensino a distância já não servem, pois não dão
conta de explorar ao máximo o potencial que esse novo meio oferece.
Assim, novas metodologias precisam surgir, levando em consideração a
potencializarão do processo de interação. (MENEGOTTO (2006), p. 19).
Dessa maneira é visto que os meios e as tecnologias envolvidas para se
estudar são muito mais velozes e potencializadas do que anos atrás, porém mesmo
assim é possível afirmar que em uma sociedade cujaestá cada vez mais presentes
em redes sociais muitas pessoas ainda não conseguem fazer uso de ferramentas
como celulares, tablets para se estudar ou seja estão presos ao submundo de que
esses aparelhos só servem para acessar redes sociais, por isso o aluno que estuda
á distância se mostra realmente interessado porque sabe fazer uso das ferramentas
que lhe pertencem em pról de seu próprio benefício.
Nesse contexto MENEGOTTO (2006), destaca a importância para o aluno ao
ter autonomia sobre o que se pretende estudar:
Nesta concepção, o professor oportuniza o acesso às informações, de
forma que o sujeito se aproprie buscando conhecê-las, experimentando o
processo de aprendizagem. Ao professor cabe mediar, problematizar,
instigar, orientar, acompanhar e articular o processo. Deve estar claro para
o professor que a ação do sujeito é fundamental no processo de
aprendizagem. (MENEGOTTO, 2006 p.45).

Sendo assim o aluno que tem autonomia sobre seus estudos ele não espera
que seu professor lhe apresente a informação pronta e acabada poisele procura
saber sobre determinado assunto e ele procura o seu professor para ambos
debaterem sobre determinado tema.

2.5 O papel do docente no ensino superior

Os professores que ingressam no ensino superior buscam através dessa


oportunidade uma condição de trabalho mais ampla, melhores recursos para se
trabalhar e também a busca por melhores salários é que em muitos casos tem
incentivado o docente a buscar novos ambientes de trabalho.
Diante desse pressuposto é possível Pimenta e Anastasiou (2002), referem se
da seguinte maneira no contexto de docência do ensino superior.
O avançar no processo de docência e de desenvolvimento profissional,
mediante a preparação pedagógica não se dará em separado de processos
de desenvolvimento pessoal e institucional: este é o desafio a ser hoje,
considerado na construção da docência no ensino superior (p.259)

Docentes que se mostram reflexivos acabam por constituírem uma carreira


um tanto mais estimulada e prazerosa, pois estes sabem aproveitar o tempo que
tem com seus alunos e sabem fazer a diferença com métodos e projetos que
realmente envolvam o educando.
Segundo Thurler (2001, s/p) a área acadêmica é constituída por docentes que
se mostram individualistas.
O individualismo não é imposto aos professores.Eles tiram ampla vantagem
dele e contribuem para reproduzir o sistema, mesmo quando o toleram mais
ou menos confusamente[...] O individualismo está inscrito, em ampla
medida, na história da organização escolar e do corpo docente. (Thurler,
2001, p.67)

A docência no ensino superior não deve se prender ao mero individualismo,


pois o docente do ensino superior deve ter ciência que dele se exige não apenas ao
domínio de conteúdos a serem transmitidos, mas esse docente deve se manter com
excelência em sua função assim como se manteria em qualquer outro emprego.

2.6. A formação acadêmica do docente

O docente que exerce sua função no ensino superior além de ter por
coerência o dever de dominar seu conteúdo, o mesmo deve se apresentar como
reflexivo critico, pesquisador, criativo, inovador assim dominando e articulando as
teorias que propõe á seus alunos.
Pois diante desse contexto cabe ao docente despertar em seus alunos o
incentivo a pesquisas, ao buscar o novo e o enxergar novos horizontes para que
cada aluno que receba esses intermédios de seus docentes possam se tornar
sujeitos críticos assim tornando se responsáveis por suas conquistas.
Sobre a competência didática Demo (1998, p.13) faz a seguinte abordagem.
Entendemos por competência a condição de não apenas fazer, mas de
saber fazer e sobretudo de refazer permanentemente nossa relação com a
sociedade e a natureza, usando com instrumentos crucial o conhecimento
inovador. Mas que fazer oportunidades, trata se de fazer se oportunidade.
(DEMO,1998,p. 13)

Diante desse contexto torna se imprescindível que as universidades façam


investimentos nas formações de seu corpo docente para que esses investimentos
possam refletir na potencialidade e desenvolvimento de seus alunos.
Nesse pressuposto é importante ressaltar que o docente universitário deve
portar uma boa bagagem assim podendo oferecer mais a seus alunos essa
bagagem deve ser repleta de conhecimento e experiências para que essas possam
ser repassadas a seus alunos e assim auxilia lós no processo de ensino
aprendizagem.
Para Cunha (2006, p.259)
Todos os professores foram alunos de outros professores e viveram as
mediações de valores e práticas pedagógicas. Absorveram visões de
mundo, concepções epistemológicas, posições políticas e experiências
didáticas. Os professores só alteram suas práticas quando são capazes de
refletir sobre si e sobre sua formação (CUNHA, 2006, p.259).

Para Veiga (2010), o termo “formação” é um elemento integrante do processo


de desenvolvimento profissional do professor universitário e de aperfeiçoamento de
seu “fazer” didático-pedagógico. Nesse pressuposto é possível ressaltar alguns
aspectos tais como: O profissionalismo dos professores, o compromisso social,
domínio de conteúdos, refletividade, competência para se trabalhar em grupo.
Nesse contexto o docente deve se portar como mediador, orientando e
auxiliando seus estudantes na busca e conquista de uma formação profissional,
assim sendo sempre que possível atuar com incentivos diante as dificuldades e
mostrando para os alunos que são através das dificuldades vencidas é que se vem o
sucesso.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste contexto do trabalho realizado é possível notar que a educação de


jovens e adultos tem toda uma essência e uma história que deve ser preservada e
ampliada, pois é através de projeto de educação que se foi colocado em prática
anos atrás que muitas pessoas enxergaram à oportunidade de voltar a escola e
buscar aquilo que lhe foi tirado que é o direito a educação o direito de saber ler,
escrever e interpretar.
A educação de jovens e adultos apesar de sofrer várias críticas é uma das
formas mais nobres de oferecer a oportunidade de se aprender para uma pessoa
quegostaria muito de ter frequentando o ambiente escolar, porém não teve essa
oportunidade, é dever do Estado proporcionar uma educação de qualidade para
todos que apresentem interesse em aprender seja ele criança, adolescente, jovem,
adulto ou idoso todos tem o direito de saber.
Neste contextofoi possível abordar a importância de um docente universitário
que seja preparado para desenvolver sua função, pois este é responsável por expor,
impor e até mesmo incentivar um aluno a não desistir diante das dificuldades.
REFERÊNCIAS

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desenvolvida pela APEART no Paraná: recontando sua história e seus princípios,
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ARROYO, Miguel Gonzáles. A educação de jovens e adultos em tempos de


exclusão. Revista Alfabetização e Cidadania, São Paulo: RAAAB, n. 11, abr. 2001.

BELLONI, Maria Luiza. Educação à distância. São Paulo: Autores Associados,


2001.

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