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... -

FORMULA
BRASILEIRA
Existe um compo-
nente fundamental que
diferencia a Pirelli de
outras empresas líderes
de mercado.
,
E que grande parte de
seu avanço tecnológico é
criado aqui mesmo.
O desenvolvimento e
o treinamento de jovens
talentos brasileiros são a
fórmula de sucesso do
maior fabricante de cabos
de energia do Brasil e do
mundo.

IAELLI ••
S..!"QJRANÇA EM TRANSMISSÃO OE ENERGIA ~

i
CAPA MISTICISMO
Rei Sol . . eMa man:adas
Imagine a e nergia produzida do tao6
por 10 bilhões de usmas como A história desse jogo
ltaipu. Isso é o que a Terra é tão obscura quanto
recebe do Sol- e isso também seu nome: dizem que
ê urna irrisória parcela do nasceu no anúgo
calor que essa estrela emite Egito. São 78 canas
14 divididas em arcanos
maiores e arcanos
menores . Adivinhação para uns. para
outros é uma forma de autoconhccimento 64
NATUREZA
A .oc:J•d•de .wnilua
doa cupins
Eles agem como célula~
COSTUMES
ambulantes e cada um Grilos de alegria
deles sabe e xatamente Cevada, ãgua, lúpulo e fermento: eis
qual scn\ seu papel no os componentes básicos da cerveju 70
organ ismo socia l comum

22 TECNOLOGIA
-------------------------
, A força oculta

HISTORIA O hidrogênio pode substituir o peLrólo:o


como a grande fonte de energia do mundo 74
Paasagem para o futuro
Fruto da revolução comercial na luilia .

°
o Renascimento semeia os tem~ modcmcx

------------------------- COMPORTAMENTO
3
Mundo de jeans
BIOLOGIA No mício . aquele tecido
rústico servia para cobrir
Amãquinado barracas: por acaso. com
eterno mowil &tento ele se passou a faze r a
O trabalho coordenado roupa que virou um esúlo
de seus 650 músculos
fiiZ o homem viver 80
40
SEÇÕES
Notlela.s s uperlnteressantes 8
PSICOLOGIA Perguntas superlntrlgantes 12
Jogo de COf'eS Dois mais dois 28
Pesquisas provam que cado cor ucmrctu Dito & feito 37
reações físicas e emocionai~ diferentes 52 Grandes Idéies
Telescópio
38
56
Supordlvertido 86
Livros superlmportantes 88
PERF_JJ. Superengraçado 89
Superdlvertldo/soluções 90
Newton- gênio difocit
Cartas dos leitores 91
Ele descoqriu a gravitaçtío c fundou a
moderna Oúca: cru um poço de problemas c-
58 :xJPERINTERESSANTE
ForoNASA
N• S

IUP& S
1&&1 Editora Abril
rn
Obt\Offl.;
tditor • ort.tcw: VIICTOft CMTA
Ros:»,.

O artigo sobre os cup.ins que você vai Dll•tor ct. Gnww>: .Aibtf10 f'«ifGI.I•ttO
encontrar na página 22.não é o mais importante RtOACÁO
desta edição. Temos ai, por exemplo, os mr..or: AJnwr GlittOOttt
últimos segredos do Sol , curiosas revelações f4i!Otft •
~o.~•: LWWfls
MM.. I~• b«hocca. Matm. Sttl
•ow.íf• "-PórttfM<

sobre o comportamento dos músculos ""Of. ffJ"fl. t.(io• J~~Mt


Atlltldo ~·Filio
ct.t. d. A.rtr. Molm
Art• l
~

l~o.rt
do corpo humano, ou ainda as fantásticas ~..ckw~
MMC41o da Roch.t CUmbla. HoM!o ht~io

possibilidades abertas para o dia em que CoOfcl.t"...,6e Tuto1;M.guelMOfoiftf ranctUIO


,_~,~
Qriflc;o:
(1.-v;o
GNt1t
M~" '""
.o At...c!Jm.ento lMtoof'r' SIMo ~AI\01-
pudermos usar o hidrogênio como combustível. Sf:Moot Edhotl•la
Abttl PteH • J\ldill'l Btronl <Ht"tot~,•;• Miio: ~rit~ ~.

Mas o dos cupins, para mim , é o mais to do L'*} Nov• Yorlr! OdlliO Llco~u: 'Mt: f,..sto do ~l:t
o.partomo"'o dt • Oowm~o
Alttl Q.,.,.,,~ ftol~

extraordim1rio. A cuidadosa , meticulosa $1trf'!O


$e,...koa Fototr,ftOOa • Pocito Manlrlllll O..~'-:

O cuplnzelrodli orlgem s divisão de trabalhos e tarefas vigorantes PVBUC!IDAOE

hipóteses multo curiosas nesses aglomerados de insetos já é bem c;..,."tll~


JoM Wl1 Oeco\ut tt:lco
eom.rcl•li.tii(;IO~rio~ ~rgo da "'u1pe.d.l VEJA
conhecida. Formigas, vespas, abelhas, já suficientemente ot...
CHrtontt.: R.,.. l.&
Ofl A AIOfliO S•~ d t ~:CO
.iir C•nolafiJ Atpr.senterH"' 0.11ío Catt\•
descritas no seu incessante vai-e-vem , entraram para o folclore lho elo .1\:tO'VtdO, Ctl.,o M.trcbl.
M!Qu.l Ãngttc> C.tftiO, l ull C.iiOl St""-
P.lvlo P dct OlMCrn, J~

PfOJetot Eap.c.l•l• l GfovDnni h potlto


e a literatura. As mais recentes descobertas dos cientistas Alo · Superr1.ot: Cliw.ldlo S.rtolo_,
AntoniO $oM41.,..111\0. P.auiO M.aurJCIO IM! Sôuti, flondckl V1·
M•rco Rtipr•alfl1.,..tl~

a respeito dos cupins , no entanto, fazem com que tudo aquilo já d119<ll Un)t-•rt ·
8ti1o Horl:t~•: V•)ilor CtUI ~-? Br-*lilla: GJbtrto>
Ar1'111a1 de SI: Catnpiwlea~ SW~
Grl,olek: ClffltltNI: NH:l~
sabido pareça quase nada. Não quero antecipar aqui o que você Aot1.-n'6pok GcrrtWo N!IJOn do
A. ~t• :
t•: 1-N M•na dtt OINIIro: Porto Altgtt! Elcenho Enpd.; Re-
fott•)e. ~Wviôo;

vai encontrar mais adiante, para não matar sua surpresa. Quero c)ft: ( cJn"IU.on R.
dott El•t4btC1'1
~n;
RI:Mirio Preto: inttormld•t: Salvo.
Sllv~IIO

registrar, em todo caso, que a idéia de estudar o cupinzeiro como Gtrent• dt dt h~ Pvblldd~ :
Joio Cttto$ do OCNtlr-a

Dtr110r d, Mlrll•tlne P\iWidtt dO: J• Cotl Jr


um indivíduo único , e não como um aglomerado de indivíduos que Dk-'O' do E.crrtótlo ftlo: Seb.b1JAo AU(I!t\1'
OW.tor do &c:rltO:rlo Br.,iU.t: Edgar P. T LU!l ~

vivem em sociedade , é , para dizer o mínimo, audaciosa- e, para Dtteto• d•


".,.k; Soo•b
Atl'lldtm«~to
•o Gowmoo • bctltOriot 1\iftlo-
Dff'(h~ '
Ctlot.do" ~ Ptojlftos b~
quem quiser dizer o máx:imó , de aparência muito lógica. Confira . OillflO'
CIIICUIAÇÃO
Gerte!fl Cu.ry

Inês Zanchetta, aquela do cigarro e do


cafezinho, agora empunha um copo de cerveja
de cristal fino, a 7 graus positivos, três
centímetros de colarinho ... Inês prepar:ou o


artigo sobre a cerveja que está oa página 70. e
agora só bebe estritamente de acordo com as
regras. Que são muitas e contrariam quase
tudo quanto nós, brasileiros. adoramos fazer A partir de dezembro, a Canadian de avião, tendo a seu dispor a
com a cerveja. Para mim, essas regras são coisa Inês: cervej a pelo rhual Airlines International inaugurou seu Business Class - apenas 32 poltronas,
de inglês e alemão , gente que vive sob a neve , não tem sol em sua 2? vôo semanal do Brasil para que lhe dão muito mais espaço.
vida e gosta de cerveja quente. A minha eu quero estupidamente
gelada , sim senhor. o Canadá. Além dos domingos, você E continua com conexões para todas
tem a opção de voar também às as cidades do Canadá, Estados Unidos,
Discretamente , lá oa seção de cartas, você vai encontrar o quintas-feiras. Europa, Oriente e Austrália.
desabafo da leitora Rosana Rico Garcia, preocupada porque só Sorte a sua, que passou a ter mais um Canadian. A sua nova opção
homens escrevem para SUPERINTERESSANTE. "Patece dia contando com o conforto de viajar para ir ao Canadá. Para negócios
que esse tipo é:le leitura não agrada muito às mulheres" , lamenta
Rosana. Acho que não é o caso de lamentar. Nossos indicadores
São Paulo-Rio-Toronto, sem trocar ou lazer.
mostram que SUPERINTERESSANTE agrada a todo tipo de
gente: metade dós nossos leitores está situada oa faixa entre os CONSULTE SEU AGENTE DE VIAGENS.
15 e os 25 anos; mas a outra metade se estende dos 25 aos 50. As São Paulo: Av. São Luiz, 50 • 7~ andar Rio de Janeiro: Rua da Ajuda, 35 · 29? andar
mulheres, Rosa na, seguramente estãG-aí. V.ai ver qu~ apenas- 'lei.: (011) 259·9066 Aeroporto: 945·2462 Tel.: (021) 220.5343 Aerop<mo: 398·3604
têm preguiça de escrever para nós. 'Thlex: 1135611 · CEP 01089 1elex: 2133871 · CEP 20010
Almyr Gajardonl Canadian Airlines International
Muita classe, em todas as classes
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quilôme tros entre Dnrwin. no None virada do século. O motivo é que


da Austrália. c Adelaide. no Sul. Pobre Prêmio nesses 87 anos a inflação norte-ameri- Tudo em família
eram. apesar da aparência estranha.
prosaicos automóveis - só que mo-
Nobel cana bateu nos 100 por cento- uma Sempre se acreditou. com base em
gota de água perto da inflação brasi· estudos anatômicos. que o pllrente
vidos a energia solar. Armazenada Quanto vale um Prêmio Nobel? feira. que neste século já acumulou a mais próximo do homem fosse o gori·
em células coletoras, a energia solar Em matéria de prestígio. é o máxi- astronómica variação de 3.3 bilhões la. Entretanto. novos estudos de
é convenida em eletricidade que ali· mo. ão há cientista. escritor ou ho· por cento. Os curndores da Fundação Biologia Molecular permitem dizer
menta a bateria dos carros. Durante mem de Estado que não sonhe com n ob<:l querem abrir o capital da insti- com boa margem de segurança que o
dez dias. 24 car ros atravessaram ci- honraria, concedida desde 1900. em tuição para restabelecer o valor origi· primo em primeiro grau dos humanos
dades e desertos. sob escaldames 45 • obediência ao último desejo do multi· nal do prémio. Talvez devessem é o popular chimpanzé. Essa relação
graus centlgrados, para provar que o milionário industrial sueco Alfred aconselhar-se antes com o professor de parentesco foi identificada ao com·
lsol pode ser um combustível tão Nobel. o anependido inventor da di- nortc-nmericano Robert Sollow. Afi- parar-se ma terial genético de homens.
eficiente quanto a g;lsolina. Isto é, namite. Ele mondou investir tod:a a nal. ele ganhou o Prêmio Nobel de gorilas e chimpanzés. Se as pesquisas
se o motorista não se imponar em ua fortuna e usar os juros para re- Economia do ano passado. • estiverem corretas. poderão lanÇ:~r
dirigir apenas de dia. compensar todo ;•no luminares da ·Fi· uma no''1l luz sobre a origem de ho·
A insólita competição teve um qca. Químic-o~ . Medicina c Literatura. mens e macacos. Aré recentemente.
vencedor à nltura - o none-ameri· al6m de pessoas com extraordinários achava-se que chimpanzés e gorii3S
cano Paul McCready. famoso por
inventar a bicicleta VO,!ldOm que
serviços à causa da paz. Em l968. a Ataque aos penenciam a uma famma e humanos a
Fundação Nobl:l. que administm a outra. Agoru. apoiados nos achados
atravessou o cnnnl da Mancha em hernnça. resolveu estender a premia- sintomas da Genética. os cientistas ressuscitam
l9n. O seu carro ém forma de lá· c;<io :'1 área de Economia. um3 hipótese levantada ainda nos
O Joilo-bobo é magro. forte e estlvel; o lombriga 4 todo flexi bilidade grima. chamado Sunraycer. mas ape- Pelo menos trezentos vírus di- anos 60 pelo biólogo norte-nmericano
lidado de "barata vondoru" devido ti ferentes podem causar um sim- Morris Goodman. segundo a qual to-
carapaça de coletores solares. terma· ples resfriado. Não é de es- dos siio membros de umà mesma fa·
João-bobo & lombriga nou a prova em cinco dias e me1o. tranhar. portanto. que os cien- milia - a dos hominidas. •
à velocidade máxima de 70 quilóme· tistas tenham praticamente de-
O movimento dos robós está fican- a entrad3 e saída de ar. O problema é tros por hora. A mesma sonc não sistido de encontrar a cura para
do cada vez mais sofisticado c (I prova que esse [io limita o raio de ação do !eve o carro suíço Espírito de Biel. essa doença. Em vez disso. re-
são as duas úhimas novidades no ra- lombrign n 30 metros de distância. Além de se classificar em terceiro solveram aprender mais sobre
mo. Nos Estados Unidos, cientistas Mesmo assim. devidamente equipado, lugar, o motorista teve de pagar seus sintomas. Assim. descobri--
desenvolveram um robô que jamais substituirá o homem, como o joão-bo- uma multa e os estragos que causou ram que nariz entupido e gar·
perde o equilíbrio. mesmo que alguém bo. em lugares de difícil acesso ou on· ao automóvel convencional com que ganta inflamada são provocados
tente derrubá-lo com uma rusteira. de haja perigo de vida. • colidiu nas ruas de Alice Springs. ci· pelas cininas. um tipo de proteí·
Como um joão-bobo de borracha. ele dade situada no meio do caminho. na que dilata os vasos sanguí·
balança. balança. mas não cai. O se· A corrida serviu para avaliar até A fnfllfÇão como o melhor dll festa neos.
gredo é um programa de computador Corrida ao sol que ponto o homem pode cQntar
com carros solares como altemaiii'B
As cininas são antígenos -
substâncias que ajudam o orga·
que calcula num abrir e fechar de Se o valor simbólico do premio ó
olhos a velocidade c <1 direçiao do to· Houve quem pensasse que se tm· limpa aos motores de CQrnbustiao. • mqalculável. o mesmo niio se pode nismo a identificar o vírus para a
bõ. de modo a corrigir qualquer movi- tava de um;a invasão de OVNis. • diler do valor ma terial. E ai os cálcu· produção de anticorpos. Saben-
mento que o faça perder o equillbrio. Houve quem apostasse que era uma Paul McCfNdy los indicam um problema que não ti· do disso. cientistas da Universi-
A correção se faz como num pêndulo arma secreta das superpotências. a11811e$$0U 11 nhu passado pcl:l cabeçn do velho dade do Colorado. nos Estados
- o contrabalanço restabelece o cen· Mas os veículos que recentemente Austrálla com 11 Nobel - a innaç-.io. Pois é: os imutá· Unidos. produziram um spra.1•
tro de gravidade. Com tamanha esta- disputaram uma corrida de 3 mil ~ta WMdont''
veiS 340 mil dólares (algo como 25.5 mJsal que bloqueia a [ormação
bilidade. esse robõ ajoda sem nome em cinco dlits das cininas. mas sem impedir o
milhões de cruzados. ao cãmbio de
pode segurar uma câmera com a mes- dezembro) a que cada premiado fa1, apa recimento de anticorpos. Em
ma firmeza que o homem. Magro e jus desde 19tl0. embora ainda for· breve. o medicamento começará
fone. mio lhe faltará trabalho em lu· mo:m uma bolada respeitável, com- a ser testado.
gares apertados. como cspaçonaves. pram a metade do que compravam na Está nos genes: o msls próximo 6 elo
J:l na França. nasceu o Ccmrom-3.
que antes merece ser chamado de ro-
bõ-lombriga. pois se move na horizon-
tal e na vertical. em superf!cies cónca·
SUPERINTERESSANTE EM ENERGIA
Você sabia que. em galerias ou em contato com o solo, os cabos elétricos e telefônicos sofrem o ataque~ d«~
cupins?
vas. convexas ou planas. Feito de pas- As têrmitas (cupin$) silo insetO$ xil6fago.s (alimentam-se de madci.n~) e niio d igerem o plástico, porém. utilizando-o na constroçao de
tilhas inOâveis. mede 3 metros e per· seus túnei:i. interferem no i$olamento dos cabos. provocando curto-cireuitos. As colônias de u!rmitas)em. em média, 3 a 5 anos de
corre I metro por minuto. Seu corpo vida e os tipos maia agressivos siio as espkies coptotermes e hete.rotcrmes oriundos do sudoeste d11 Mia. Hoje. n Pírelli já fabrie~~
se contraí e se alonga :I medida que o cabooi imunes à 11çio dos cupim. Um compoosto especialmente desenvolvido. contendo inseticida, isolu o cabo e maw os insetos.
fio que mravel>Sa as pastilhas controla
8 SUPIR •
-
IRELLI
~~--~~;.~~.,,:-~ '·
11' , ~. • • •• I A
de um Lentes no lixo letra deviam apertar uma tecla. Re-
sultado: os não-fumantes percebiam
Mesmo fervida!! di~:~ri<rmente. as depressa as modificac;ões. enquanto
lentes de COntatO gt: I<IIÍllOS3S ricam os fumantas às vezes nem notavam
Um dos últimos sobreviventes da rmpregnadas de sujciru. o q ue pode q uando ocorriam.
Pré-História habi ta us profundezas do até causar conjurttivite. Desde (l CO· Outro teste con~ist ia e m (luvir
distante trrq uipélago d a Nova Caledô· meço do ano. portm. os mfopes da uma hi~tóri:r c depois recontá-la: de
nia. no oceano J>acíiico. Trata-se do Califórnia podem re~olver o problc· no\IO, os não-funHrntcs saíram-se
Nawiftu macromphaffus, molusco que ma - jogando as lentes m> lixo. melhor. conseguindo lembrar-se da
vi"e dentro de uma concha cor de ma· Pois lá acabam de ser liLnÇada~ len- maioria dos episódios c relata.r cor-
drepérola com listras vermelbo-amar- tes descartáveiS que custam apenas retanlcnte as idéias mais imponan·
ronzadas. Ele é igualzinho aos seus ta· ~.5 dólares cada (ISS cruzados. ao tes. Em um terceiro teste. Os estu·
taravós de 400 milhões de anos atrás Jovens4ue fumam ficam na pior
cimbio de dezembro). Em julho. a dantes receberam a incumbência de
- mas fora isso a ciência quase nada novidade estará disponrvel em tl)d!r dirigir por uma estrada estreita. ma·
mais sabe a seu respeito. Os pesquisa- parte nos Estados Unido~. O usuá- Quem não fuma nipulando o cirmbio c o acelerador.
dores quebram a cabeça para desco·
brir. por exemplo. como eles se loco-
no faz uma espéc1e de ;1-;sinutura.
recebendo mensnlmcnu; ..:111 ca~a o
pensa melhor diante de um simulador computado-
rizado. Os que tinham fumado. pou-
movem e como se reproduzem. No ca· kit com as lentes que us~tru nc~sc co antes do inicio do teste. colidiram
so de e xemplares capturados e postos A vel ha lenda de que 11 nicotina cs·
pcriodo. timula o raciocínio acaba de virar fu· duas veze~ mais que os fuma!Hes
em aquários. ocorre a fecundação. As d~canávci~ s;io. nu verdade . que se abstivcr:rm de fumar urna
~ mas nenhum ovo é fertilizado. A cha· maça. Pesquis<ts reccmes nos Estados
iguais a qualquer leme. O segredo hora a11tes c trés vezes mais que os
~ ve do mistério pode ser a ausência de cstú no processo de produção em Unidos indicam exatamente o contrá-
Novo propulsor passa nos testes rio - em determinadas situações. os não-fumantes. •
pressão nos aquários. O Nawilus vive larga escala. que permite um preço
em profundidades de até 400 metros. muito menor. A Johnson deve lan- ru1names pensam mais dc"agar e têm
Chabu nos testes Isso complica as coisas para os Para voar sem çar ainda este uno lentes dc~aná·
reflexos também mais lentos do que
os não-fumante~. Num<~ experiência.
Mudan9a de ares
amarra programa parar ,.e1s para hipermetropm c. dcpo1s.
para astigmatismo. No Brasil. segun-
sessenta estudantes. niio-rumamcs c mata dinossauro
do o gerente da cmprc~a . Jose Ro- fumantes. foram solicitados t1 olhnr
O programa espacial americano Aviões convencionais não ficam em uma tela de computador com "ín· A mnis rece nte hipótc c ~obre a
hcrto Alegre. us lemes s.:rúo impor· extinc;iio dos d1nos:.auros há 65 mi·
corre o sério risco de ficar preso ao muito tempo no ar sem se abastece- te letras idên ticas: a c:rda mudança de
chão mais este ano. Essa previsão, rem. Mas não há nada de convencio- tadas nos próximos mcs~. pura pe- lhões de :rnos-um dos grandes enig-
para mal dos pecados. ganhou força nal no aparelho movido a microondas quenos testes de mercoJo. A hmita· mas da 1'crru (SUPE RINTERES-
justamente quando os soviéticos fes- que está sendo testado no Canadá. ç5o c que elas custariam uqu i cerca SANTE n." 3) - d i ~ c.1uc e les teriam
tejavam o recorde de onze meses no Por enquanto. o aviãozinho pnrcce de li dólares ( (i()O cruzados) cad<l. O
gasto an ual com um par de le mes Fibras também desap<trccido pC)r cu usu de mudanças
espaço do cosmonauta Yuri Ro ma- um brinquedo - mede 4 metros de
nenko. Desde a explosão da Challen- uma asa a ou tra e pesa apenas 5 qui- cmnvc ncionais (i ncluindo I) mutcri;rl
de lim peza) de"c qua~c emputitr
no Sul
ger. em 2S de juneiro de 1986. a NA- los. Mas se funcionar servirá de mode·
SA enfren ta o desafio de construir na- lo para um avião real de 40 metros de com o preço das descartáveis. como Aos poucos. os cubos de co-
ves mais seguras para transporte de comprimento e 650 quilos. que vonrâ acontece nos E~tadns Unidos. • bre usados nos entroncamentos
satélites, experiências cientificas e mi- durnnte meses. controlado por uma de telefonia da~ c-apiwis brasilei-
litares. e ainda para a ponte aérea à estaç.io terrestre. ras Vâe) CedendO fugar iJS fibras
futura estação espacial. Pois bem: ao cientistas - recen temente. três mer· O aviãozinho canadense parece ótkdS. Entre R10 de Janc1ro c
contrário das primeiras informações. gulhadores morreram na tentativa de um planador com uma plataforma São Paulo jn são mais de 1}(1 qui·
estâ dando chnbu nos testes com o estudar o molusco em seu habitat redonda equipada com antena de re- lõmetros de rede com cabos de Menos oxigênio foi insuportável
novo foguete propulsor dos ônibus natural. A alternativa é a pesca. cepção para a qual convergem as fibra ótica em funcionamento:
espaciais. Foi um vazamento no pro- Mesmo esta é dincil: os barcos pre- microondas. que irão alimen tar seu em Pçmo Alegre. a subsmuíção no ar do planeta. Depois de analisar
pulsor (booster) que causou a tragé- cisam csulr equipados com tanques motor elétrico. Desde que se mame· estará tennlnmla em po\lcos me- amostras contidas em holh~s micros·
dia da Chnllenger. de ox igênio - onde os moluscos se- nhu dent ro dos limites de emissão ses. Um cabo com 36 fibras óti· cópicas formadas na resina de árvores
Se o novo propulsor tivesse passado rão transportadQs - . redes especiais das microondas. à altitude de 2l) mil cas permite 16 280 ligações c só fossilizadas há 80 milhões de anos.
nos testes. o cnlendário da NASA co- e sua iguaria predileta - carne de me tros, e le pode voar indefinida· rem l.9 centímetro dé diitmetro. pesquisadores norte-a mericanos cons·
meçaria a correr em 2 de j unho. quan- tubarão recém-apanhado. Por tudo mente. Um aparelho desse tipo po- Um cabo de. co rc com capaci- tatarnm que o ar de antigamente con·
do a Atlantis, companheira da Chal- isso. não é de estranhar que os deria substituir em alguns casos os dade para I SOO chamfidas tem 8 tinha 50 por cento mais oxigênio que
lenger. seria lançada com uma tripula- pesquisadores raramente consigam satéli tes - obviamente muito mais centímetros de diâmetro-. Nas o de agoru. Ao rnudur a composição
ção de quatro homens. le,•ando um sa- observar seu comportamento. Dai caros. A agência espacial norte-ame· g.randes cidades. onde nflo há dos gases nn atmosfera. a~ cspéci~
télite de rastreio e retransmissão de provavelmente tenha se originado a ricana NASA. por exemplo. já está e$pac;o para novo~ dutos_ n fibta acoStumadas a uma dieta rica em oxi·
dados. Agora. tudo ficará para depois lenda de QUe seria uma rara forma de olho na experiência canadense ótica o-ará um incrível aumc.:nto génio não suportaram o novo am-
da eleição presidencial de novembro de vida. É apenas o último ··fóssil" para coletar dados sobre o composi- na capacidade do sistema. bieme e ac.1baram extintas. E:.se teria
nos Estados Unidos. • que ainda vive. • ção do ar e estrutura das nuvens. • SuJou, trocou; mas sal mais C8ro sido o caso dos dinossauros. •
'
10 SUPIIt SUP& 11
lhe são aplicadas ao longo da casca. "Por isso", explica o veterinário, A mais profunda depressão oceâni-
Ovo Por causa dessa distribuição. apertar "afirma-se que a visão de cores nos Fossa ca é a fossa das Marianas, localizada
um ovo nas extremidades equivale a cães é deficiente ou nula.·· • na região das ilhas Marianas, no ocea-
Por que, quando se pressiona fazer vários minúsculos esforços em Qual • maior profundidade co-
nhecida do oceano e até onde
no Pacifico;. 5 300 quilômetros a leste
um ovo nas extremi dades, ele não cada ponto de sua estrut.ura. Com do Havai. 1:. uma espécie de vale sub-
quebra? (Pergunta enviada por Salvador as forças diminuídas e fracionadas. o Cal~dos o homem já conseguiu 9 s·
marino, atingindo na sua parte mais
António Maciel Jünlor, Campinas. SP) ovo não quebra. De qualquer for- cer? (Marcos Paqlo Mustafá, São Pau-
. Como surgiu a numeraçio elos lo. SP)
profunda lJ 500 metros- ou sete ve-
ma. o esforço máximo a.o qual a calçados? (Júlio Ant6nio Raphaeta,
zes mais que o Grand Canyon, no rio
Devido à sua forma peculiar. o casca resiste pode ser determinado Colorado. nos Estados Unidos. O re-
ovo absorve e distribui as forças que em laboratório. Nas laterais do ovo. Ataraquara. SP)
corde de profundidade foi obtido em
como esse ·'desvio·· de forças é mí- 23 de janeiro de 1960 por Jacques Pie- .
nimo - as forças são aplicadas pra- Em H305,. para uniformizar as me- card, oceanógrafo suíço. e Donald
ticamente só em dois poníos -. didas em certos negócios, o rei Walsh, tenente da Marinha none-
elas provocam a flexão e conseqüen- Eduardo I, da Inglaterra. decretou americana. A bordo do bariscafo
te ruptura da casca. • Scooby Doo, s6 em preto e branco que fosse considerada como uma po- Trieste, submerslvel militar norte-
legada a medida de três grãos secos americano, desceram U mil metros
taxativameote que o cão seja cego pa- de cevada. colocados lado a lado. Os dentro da fossa das Márianas. •
Cães ra cores. Mas na prática é virtualmen·
te isso que acontece. Pois. no cão. na
sapateiros ingleses gostaram da idéia
e passaram a fabricar, pela primeira
É verdade que o cio só enxerga região da retina em que é maior a in· v~ na Europa, sapatos em tama- d;ivldBS os;;revs para
em preto e branco? (Cláudia Cordeiro cídéncia de raios luminosos (mácula). nhos padrão, baseados no grão de Para tirar su~sSUPERtNTRIGANTES.
de Almeida, Rio de Janeiro. RJ) predominam os bastonetes - células cevada. Desse modo, um calçado in- PERGUNTAIdo flausino Gomes. 6 '·
que dependem pouco ou quase nada fantil medindo treze grãos de cevada Ru~~t,'~575. ssoPaulO. SP.
Segundo o veterinário Herbert Ri- da luz e são adaptadas para visão em passou a .ser conhecido como tama-
Nas pontas, a força se dispersa beiro dos Santos. não se pode afirmar condições de pouca h~oninosidade. nlto 13 e assim por diante. • Plccard e Walsh após o mergulho

Batida perfeita, toque macio. controle total


são apenas algumas caracterfsticas da
melhor bola fabricada no Brasil para seu •

melhor tênis.
••
Chegou TRETORN XL. a bola profissional
e macia, que dura mais porque não tem
• ••• •• . .,:
pressão interna. resultado da evolução :~
••• I
1
ecnológica suec;;;a~··.____
.......;t;.;;. •• • ••

••
• •



.




OUTRO PRODUTO IMPAR SP0RTS- TECNOLOGIA EM EVOLUÇÃO.
ame ricanos fizeram na Lua em 1969.
A matéria do Sol é o plasma.
O m~~gnetlsmo uma espécie de gás. Mas o plasma
um astro de solflr visto
por computador.
As llnh•s do
não é neutro, como os gases que se
conhecem : suas partlculas são frag-

classe •••édla ampo de força


mlfi{Jnitlco vão
mllh6esde
mentos de átomos ou moléculas e
possuem temperaturas nltfssimas. No
interior do Sol, o plasma atinge
Vista da superficie do astro-rei. a qull6metros quase 20 milhões de graus. um valor
Terra ~ um irrisóno grão de areia g1· npeço adMitro. que na superficie brilhante cai para
rando à remota distânc1a de ISO mi· ÁINs verdes 5 DUl graus. Logo acima da superfi-
lhões de quilômetros. Mesmo assim. a lndlcflm grande cie. porém. o plasma se toma multo
fltlvfdllde
ínfima parcela de luz e calor que efeti· mBgnétlca em
rarefeito e sofre a ação de podero-
vameme alcança o planeta - em vez zon•de sas forças magnéticas. Suo tempera-
de perder-se em outras dir~s no mflnchfl solar twa. então. é mais alta que na su-
espaço vazio - ~ suficiente para dar perficie brilhante. alcançando até 2
vida e movimento aos oceanos. ven- milhões de graus.
tos. Oorestas, a cad11 um e a todos
os organismos. Essa energia. que os
antigos atribuíam aos deuses. pode A ciência toma Sol Um milhão de planetas
hoje ser calculada com precisão. cabem ali - com folga
Equivale à eletricidade que seria ge- pelo astrônomo mglês John Hers-
rada por 10 bi lhões de hidrelétricas chel (1792--1871). Em 1839.
usando apenas um prato com A nave euro~i a Soho também fa-
do porte de ltaipu. N{to admira que água, ele mediu pela primeira vez rá medições constantes do cha mado
o homem primitivo das mais diversas a potência térmica do Sol. ~li­ vento solar. uma leve corrente de
lati tudes - e o já ne m tlio primitivo mou que a te mperatura de uma plasma que está constante mente se
assim - tenha adorudo o Sol sobre Uhninu de "água de cerca de 2 cen- desgarrando do Sol para espalh ar-se
todas as coisas, num culto feito de tlmetros de espessura subia. ex- pe lo espaço. O efeito mais cé lebre
re ve rê ncia e temor , n ponto de in· posta ao Sol. I grau centlgrado do vento sola r são as caudas dos co-
cluir sacrificios humanos. por minuto - uma indicação bas- metas , criadas quando estes se aque-
Dos 2 milhões de anos que jó du· tante boa de quantidade de ener- cem nas proximidades du estrela. A
ra a saga do homem na Terra. ape· ;;ia cm1tida pelo Sol. brisa eletrificada, nesse caso. desa-
nas nos últimos quinhen tos come· Mas o grande salto da cléncia grega o núcleo do cometa e empur-
çou-se a conhecer algo sobre a es· wlar JÓ tinha sido dado em 1814 ra para longe do Sol uma grande
trela que dá vida ao planeta (veja com a invenção do espectroscópio. quantidade de pó e gás liberados
quadro) . E só muitlss1mo recente· #fi inco séculos antes de Cnsto. aparelho capaz de decompor a luz dessa forma .
mente - depois da Segunda Guerra que deverá estar pronta para partir Universo - para dar uma volta . , o grego Amuágora~ disse como um pn,ma. Cada substância. Todos esses fenômenos, embora
Mundial - os astrônomos passaram em 1990. Menos audaciosa que a completa sobre si mesmo. A galáxia que o Sol era uma esfera de fer- ao -;er que1mada. tem uma espécie fascinantes. são meros espirros do
a ter uma idéia mais precisa do que Starprobe. ela pretende apenas ficar contém astros mniores e menores: o ro incandescente. Ninguém lhe de assmatura lummosa. O arco-íris gigante. cuja força real arde profun-
acontece por trás de sua face de fo- em órbita solar. Mas a rota é im· Sol fica numa pol'IÇiio de classe mé· deu ou•;dos. O homem só come- produz1do pelo espectroscóp10 de- damente em seu núcleo. É verdade
go. Mas. desde então. as descober- portnnte: a nave passará sobre o dia - tanto em tamanho como em çou a entender o Sol ma1s de 2 cifra essa assmatura na forma de que a superficie ~ às vezes sacud1da
tas não cessaram de se acumular ra- que se poderia chamar de lado ocul- brilho ou peso. Mas estA muito pró- mil anos depois. Em 1610. o ita· uma determmada combinação de por explosões violentas, gerando
pidameme, à medida que os instru· to do Sol - os seus pólos. sempre ximo: sua luz. que é a coisa ma1s liano Galileu Galilei anune~ou ter cores. Assim começou a ser conhe- erupções de plasma que se estendem
mentos de observação foram-se tor· em posição impossível de ser ob- rápida do Universo. leva apenas 01· \'Ísto ao telescópio estranhas man· ctda a composu;ão qu1m1ca do Sol. por até 200 mil quilômetros no es·
nando cada vez maiS sofisticados. servados da Terra. Depois de Ulys· to mmutos para chegar à Terra. Ao chas negras na superfície wlar. Aprendeu -se que ele contém os paço - trinta vezes o diâmetro da
Os projetos modemos são espetacula· ses, subirá a Soho, também euro- passo que a estrela ma1s prólnma. Hoje se sabe que as manchas são mc~mos elementos existentes na Terra. Mas euas línguas de fogo
res. a começar pela espen a nave-robó ~ia. cujo destino será estacionar a Alfa da constelação de Cemauro, áreas da superficie do Sol onde a Terra. mas em propor~ às vezes são relativamente tênues. apesar de
none-americana Starprobe (Investiga- uma distância fixa e segura do Sol. está a quatro anos de VJagem. mes- temperatura é menor por ação multo diferentes. Por exemplo. o compridas. No corpo do Sol. em
dor de Estrela) que em misslío suicida o suficiente para observar e analisar mo à velocidade da luz. O centro das forças magnéticas ali concen· hélio é 20 por cento do Sol: na Ter-
tradas. Mas já no século XVII a vez disso. caberiam com alguma foi·
mergulhará diretamente sobre as laba· o seu compon amento. da galáxia, em iguol p1q ue. fica a 30 ra . é menos de I por cento. ga I milhão de planetas eomo o
redas solares, transmitindo informa· descoberta de Galileu bastou para O espectroscópio. ao permitir
É uma missão de respeito: afinal. mil anos de distância.
acabar com o mito de que o Sol nosso. Esse volume te m um rnio de
ções até ser consumida . qualquer irregularidade no funciona- A nave espacial Soho, portanto. que se analisasse o interior dos 1.5 milhão de quilômet ros - 250
• era perfeito e imutável. :\tomos. ajudou a abrir caminho
mento dessa imensa usina energética será uma repórter em posição privi· Em 1834. o matemático alemão vezes maior que o raio do Terra.
pode ter conscqúências imprevísiveis legiada . Ficará atenta especialmente para a grande revolução da Flsica
Ulysses vai passar sobre Cari Gauss ( 1777-1835) teve a neste século. Na década de 30 fi. Já o núcleo solar é uma esfera de
sobre toda a vida na Terra. É por às ondas gigantes que agitam a su· brilhante idéia de usar uma bússo- cou cloro que a energia do Sol raio dez vezes me nor q ue o da pró·
o lado oculto da estrela prover a vida que o Sol é para nós perfiele solar. É um me io indireto pria estrela, mas com uma densida-
la para saber se o Sol tinha força llra fruto de colossais reações ató·
o mais importante astro do céu. em- mas e ngenhoso de saber o que está magnética como a Terra. Nos micas. Foi a primeira vez que se de extremame nte alta. Ele suporta
Essa nave deveria voar já este bora seja apenas uma das dezenas se passando nus regiões interiores anos seguintes. de faro. verificou- desconfiou de que nem o Sol nem todo o peso das ca madas externas.
ano, mas seu lançame nto foi adíodo de bilhões de estrelas que giram do Sol. Ao conl rdrio dos planetas se que não só ela existia ali como qualquer outra estrela são eter· Assim. é mais compacto que o fer·
por causa das cortes impostos ao conjuntame nte nesse grande rede- o u da Lua, as est retas mio são cor· se tomava mais forte quando o nos. E o ciclo de vida do astro· ro. Mas continua sendo um gás por-
programa espacial dos Estudos Uni- moinho que é a Via Láctea. A galá· pos sólidos. Por isso. mesmo que a Sol ficava mais carregado com as rei. determinado pela quantidade que compe nsa o esmagamento com
dos. Assim , enquanto não sai a prl· xia e m que o Sol nasceu e vive é nave Starprobe levasse um imaginá· manchas. que tanto intrigaram Ga- de combustlvel nuclear disponível. sua elevada temperatura: o calor,
meira viagem ao Sol, outras expedi· um disco de estrelas que levará ini- rio astronauta invulnerável ao fogo. lileu. Ourra inovação foi trazida pódc. enfim. ~er calculado. procurando expandir-se. contém a
ções ganham impulso. Uma delas é mngináveis 200 bilhões de anos este jamais poderia pisar na supc:rfi· gravidade da massa acima do nú·
o vôo da nave euro~ia Ulysses. bem mais de dez vezes a idade do c:ie do Sol - a exemplo do que 0$ cleo. Esse é o fantástico jogo de
16SUPB 17
te , um espírito maligno da mitologia
llofundo, da época. Que os antigos pudessem
pensar assim não surpreende. O curio-
so· é que as crendice:s do passado per-
sistem em algum lugar do presente.
Assim , em 1983 , quando ocorreu o
mais longo eclipse desta década , uma
.l enda semel hante à dos egípcios vol·
forças que mantém as estrelas por tou a assombrar os indonésios. que ti-
assim dizer de pé e em funciona- veram o privilégio de ver a ocultação
mento, numa luta perene entre o do Sol em pleno dia. D.urante cinco
seu próprio peso e o calor central. minutos , a Lua, muito mais próxima
Em 1926. o astrônomo inglês da Terra, passou à frente do astro-rei.
Arthur Eddington fez uma ousada Sua esfera de fogo, então , transfor-
sugestão sobre a origem desse calor: mou-se em um lindo disco negro, visí-
ele só podia ser gerado por um rea- vel apenas porque à sua volta perma-
tor nuclear. A comunidade científica .neceu um fino halo .de chamas - a co-
se escandalizou porque e ntão se co- E~upçõe~ de plasma deformam a corona: é o vento solar índo para o espaço rona. De acordo com os indonésios, o
nhecia muito pouco sobre as r.eações ~ol 'tinha acabado de ser devorado pe-
atômicas. Algumas _décadas mais Jar- Jo· monstro mírico Kala Rau .
de. porém. viu-se que a teoria esta-
gante vermelho, a T eHa será as- e xisl'ir tecnologi~lsufidente para fa-
va certa. O plasma no núcleo do
Sol sofre transformações semelhantes Morre uma estrela: sada em fogo brando . .Em ques- .zer essas bombás explod irem, nã"o
rão de duze!ltO.s · anos. por e/(em- na super[ície, mas dentro do astro,
Cientistas·usam o Sol
às que ocorrem na explosão de uma como um laboratório
bomba de hidrogênio e , também co-
mo neste caso, passa a e.mitir radia-
é o fim do mundo pio. a t_e mpera~ura média do pla- como seria necessário. Enfim, de-
neta va1 no mammo dobrar - e pois de algun s milha~es de anos, a
não há forma concebível de vida própria Terra se fundirá . Baforadas· Muito do interesse da ciência pelos
ção, principalmente sob a forma de Jl s estrelas empregam um siste- trela morre. Nesse caso. o " reator" eclipses vem do fato de que eles ex-
luz. e calor. (Veja o artigo " A força . . . ma curioso para gerar energia: estelar, tendo usado todos os átO· capaz de resistir a tamanha sub- tórridas e ncerrarão o espetáculo
oculta". nesta edição.) constroem áto.mos pesados a partir mos leves que: possufa, já não gera ver.são. As calotas polares·, derre- coaisumindo e e~palhando peJo es~ põem com mais nitidez o véu flame-
tendo. enchen'ío os oceanos. Boa paçó ·a matéria do Sol e de todos os jante da co.rorw. Os ci'entistas esperam
de átomos mais leves. A luz e o ca- 0 calor e a lut que serviam para aprender mais sobre os plasmas para
lor que emitem é um simples resí- conter sua própria gravidade. As· pane dos contine.ores fic.ar.á .sub- planetas, mesmo os mais distantes,
Na Indonésia, eclipse é mersa e não haveJá refúgio possí- como Ne tuno e Plutão. um dia fabricar uma imitação do rea-
duo do esforço empregado na cons- sim, o velho astro d esmorona sobre tor central do Sol. A razão é que, em-
coisa do monstro Kala Rau trução. Todos os elementos conhe- s.i mesmo . A pressão interna mo- v.el contra o calor infernal q ue se No cemro do sistema solar, e n-
esp!alhará por toda a parte. tão, restará apenas o antigo núcleo bora na corona não ocorram reações
cidos. tais como o ferro. o oxigênio. mentaneamente se eleva a níveis nucleares, ela é um bom exemplo na-
Essa radiação não é visível. pois o ouro ou o urânio. nasceram dessa fantásticos e mesmo os átomos mais "Uma v<~sta Amazônia. quente e do SoJ -uma " anã branca", no di-
úmida, ~e estenderá pelo planeta" , ter dos ·astrônomos. Quase cem ve- tural de como o plasma se comporta
ainda tem de atravessar as camadas forma: assados nas fornalhas esrela- pesados podem se formar. Mas esse sob a ação de forças .magnéticas. Pois
res. Até o aparecimento das estre- é também o seu canto do cisne. pcis imag.ina o físi<lo c.a nadense l{ubert zes menor do que a estrela Sol que
externas. um percurso longe de ser Reeves. ''Mais tarde, intermináveis lhe deu origem, desprovida de com- é exatamente por meio de grandes
curto. Estima-se que um raio de luz las, há cerca de 15 bilhões de anos, a produção de energia é tão alta
praticamente toda a matéria exis- incêndios consumirão tudo o que há bustível. ela queimará os seus res-· ímãs que os físicos tentam espremer
leve milhõe-s de anos chocando-se que destroça a estrela numa expio· os plasmas na Terra: desse modo, po-
tente estava na forma de hidrogênio são. Os seus gases. lançados ao es- de ergànico.'' Reeves imagina que tos, lentamente, como o carvão que
com as partículas de plasma até seja poss.ivel dobrar o tempo de vi- sobra de uma fogueira. Ao cabo de dem simular a enorme pressão gravi-
emergir na superfície brilhante. A - o avô de todos os outros átomos. paço, serão as sementes de uma no-
Cerca de 1 milhão de anos de- va estrela. da útil do Sol, despejando nele um mais meip bilhão de anos, a anã se tacional que age no interior elo Sol.
maior parte do trajeto, no caso do arsenal de bombas de hidrogênio. tornará negra e gelada e não volta- '·De certa forma estamos usando o
calor, é feita em forma de radiação. pois do seu nascimento. algo de O mesmo destino aguard11 o Sol.
novo aconteceu. As massas de hi- Mas sua morte não será tão espeta· de modo 11 puxar combustível novo ní a l;lrilhar. Em vez disso, a maté- Sol cómo um laboratório'' . gaba-se o
como ocorre eom a luz. Mas um das camadas externas para o ee.n- ria que a rodeava no passado terá astrônomo norte-americano Ray
pouco abaixo da superfície o calor drogênio, agrupadas pela atração <miar porque ele contém relativa,
gravitacional. c;:o.meçaram a criar mente pouca matéria. Dentro de 5 tro. onde se dào as reações nuclea- formado uma nova estrela. em ou- Smartt, membro de uma equipe de
faz com que o plasma entre em res. Mas, talvez. nunca venha a tro lugar. trinta pesquisadores especialmente en-
ebulição, à maneira da água levada estrelas e galáxias. Os átomos que bilhões de anos, ao esgotar-s~ o seu
ficaram presos nos núcleos estela- combustível. haverá um excesso fa- energia radiante carregados de elucidar os segredos da
ao fogo. Como os turbilhões de ma- .AIHifomia corona. Ele espelha o empenho exis-
téria nessa região envolvem gás e le- res, sob forte pressão. fundiram-se tal de produção energéti.ca. A ex-
sempre aos pares. E não se tratou plosão resultante será lenta. O Sol do astro tente nos tempos atuais em aprender
trificado, acabam criando poremes mais sobre o Sol. Num misto de fasci-
de ·uma simples soma: os novos apenas inchará ·como um- balão", en-
campos de força magnética. Esta. "tijolos" de matéria, contendo golindo gradualment·e os planetas fotosfera nação e espírito prático, o objetivo
por sua vez , gera as oscilações e dois átomos soldados entre si. for- mais próximos. O primeiro a ser desses pesquisadores é abrir caminJJo
ewpções extraordinárias que os as- (superfície solar)
mavam um novo eleme nto , o hé- devorado será Mercúrio, seu vizi- para o futuro. quando o espaço se tor-
trônomos podem observar. lio. O Sol provavelmente nasceu nho. Dep~is será a vez de Vênus e nar cada vez mais importante para o
Na Antiguidade. os homens se as- dos restos de outra estrela, que em seguida esta Terra. De amarelo. progresso aqui na Terra. •
sustavam terrivelmente quando o Sol por sua vez também pode rer nas- como hoje. o Sol pas~rá para la·
se apagava . . Sem saber que estavam cido assim. ranja. depois para vermelho. S1,1a Flávio Dieguez
apenas diante de um eclipse - um Trata-se portanto de um astro de superficie brilhante, enormemente
dos raros momentos em que a sombra segunda ou terceira geração. Essa expandida. terá uma temperatura
da Lua se projeta sobre a Terra - . hipótese decorre de um faro sim- mais baixa. mas emissão. total de
Para saber mais
350 000 km
imaginavam que o seu deus estava em ples: o Sol contém átomos muito calor será maior. 100 bllhóes de s6,1s,. Rvdo/1 Kippenhahn. éditora
~Jhoramemos. São Paulo, 1981 .'!.
apuros. Os sábios egípcios do tempo pesados. como o urànio, que se Portanto, antes de desaparecer Até que o Sol se apague~ Robert Jastr(Jw, Edito·
dos faraós. por exemplo, ensinavam constituem apenas quando uma cs- dentro do já então rarefeito gi· ra Francí= AlVes. Rio de Janeiro, 1980
que nesses momentos o Sol estava 10000 km A morte do Sol, John Gribbln. édilora Francisco
Atyes. Rio de Janeiro. 1983
sendo devorado por uma porca gigan-

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recido com o dos glóbulos vermelhos
Boca a bOtJa do sangue. ttue percorrem todo o orga-
nismo nutrindo as células. Certas tare-
esc fas doSe cupins soldados também têm
semelhanças com as do sangue. quan-
alimeutam do bloqueia a <~ção de agentes agresso-
res do org<tnísmo. Uma torrente de
soldados é despejada na circulação do
O cupim conto com um sistema gan- cupin1.ciro assim que o alatrnn hotrno-
glion:lr simples que reage a alguns estí- nal denuncia algum tipo de ameaça em
mu los de forma pouco perceptível e. às qualquer setor dn colônia; por exem-
vezes, incoerente. Mas a reunião de plo, quando um animal estranho tenta
um grupo deles faz aparecer uma espé- invadi r a casa de todos eles.
cie de atmosfera psfquíctt, uma von tade. Nessa situação. t)S soldados entopem
coletiva geradora de ações que exigem com seus corpos todas as vias de acesso
um certo grau de discernimento. Uma ao local da agressão. Estancam a ci rcu-
colônia de cupins. com vários milhões lação na área afetada. morrem agluti-
de indivlduos. consegue construir habi- nados e dão tempo para que. mais
tnções sofisticadas, que exigem a solu- atrás. os operários construam crostas
ção de vários problemas complicados. protetoras que isolem o intruso c cica-
Muitos estudiosos perderam tempo trizem as feridas que tornaram o supe-
rorganismo vuln cràvcl.
procurando o cent ro de comando do
cupi nzeiro. tal como os fisiologistas do •
passado que dissecuvam cadáveres pa- Esse enorme cupinzeiro e um coleti vo ou um lndl vfduo?
ra descobrir a alma das pessoas. É pro-
-
O cupim, agora alvo dll atenção de clentlstss de di versas áreas
Na revoada há mais mortes
vável que a aln111 do cupi nzeiro csteJn do que acasalamentos
encoberlll pela tr0[1tlaxia, um fenôme-
no tão estranho quanto a palavra que A trofalaxia é responsáve l por essa
lhe dá nome. hatrnonia de ações. mas não pode ser
utilizada para explicar alguns fatos que
ocorrem no cupinzeiro. Por exemplo.
Cada cupim carrega consigo o momento das revoadas de acasala-
o extrato de sua casta mento, conhecidas vulgarmente como
aleluias. Elas proporcionam o cncon-
Ela significa que um inseto social. rro de machos c fcmeas oriundos de
como é o cupim. participa de um siste- colônias diferentes. o que é muito im-
ma de alimentaçilo coletiva. que se di$- portante para o Conulccimento genéti-
tribui de individuo a indi,•íduo por co das futuras colónius. As revoadas
contatos boca a boca. Mas a trofaluxia são muito perigosas para os insetos.
não signifiCll apenas alimento. Ela lll m- A reunllo dos cupins gera a Csbeça grande. mandlbulu curvas: pois sua aglomcraç:io num único local.
bém proporcionaiJillll fotrna de comuni- vontade coleti va que os comanda assim são alguns dos soldados termllas ao ar livre. atrui os animais predado-
cação. com a transmissão de mensagens res. O morticínio é se mpre muito supe-
químicas. gota a gOta. No exato momen- rem. elas se agrupam em teci - terão recebido nos con tatos boca n rior ao número de cnsais que conse-
to em que as mandíbulas de doi~ cupins dos dive rsos. que irão desem- boca a dose dt: sccrcc;ão inibidl)na guem se unir.
se tocam. uma minúscula gotinha sedes- penhar diferentes funções nos que evita que eles se .:ncaminhem As nleluias são. porul nto. um mo-
prende da boca de um deles e passa para vári()l; órgãos. O hotrnónio para essa "profissão". mento crítico paw to<los os supcrorga-
a do outro. Uma frac;ão de segundo e o social do cupinzeiro. ao che- Se fosse apenas isso. j<í seria nismos que ir;io trocar material genéti-
recado já está pa!iSlldO. gar à boca de um recém-nasci- uma fantli.stica maneira de manter co entre s•. Os minutos são pr«:iosos.
Até agora só foi possível decifrar al- do. provoca um estimulo quí- o equilíbrio social entre as diver- justificando o fato de que todos eles
gumas das dezenas. quem sabe cente- mico em sua~ células. induzin- sas categorias de cupins. Mas o lancem <tO ar suas formas sexuadas
nas. de mensagens que uma gotinha do-a:; 11 ronstru ir o tipo de in- mecanismo é aindn mais sofistica- exatamente no mesmo momento. E es-
dessas pode conter. Uma das que fo- divíduo de que a l-olõnia !]C· do: garante. por exemplo. maior se momento é cuidadosamente prepa-
ram decifradas se parece muito com o cessita naquele momento. E a produç-Jo de opcnírios quundo a mdo. É o hormônio social que prepara
que se convencionou chamar lrormô· característica dos cupins de se colônia necessita. também. au- os indivíduos férteis para abandona-
nio social. Cadn individuo da colónia alimentarem constante e reei- mentar a produção de alimentos. rem a colõnin. Paru isso. predispõe to-
está rotulado por um hormõnio, espe- proc<~ mentc que garante o Aliás. o movimento exploratório do o superorgan ismo a esse aconteci-
cífico dn categori11 social a que pertcn· perfeito funcionamento de5se Forma alada, Isolada e protegida até a aleluia A rainha se destaca entre seus sudltos de uma legi:io de operários à pro- mento, deixando-o ugitndo como se
cc. Um cupim soldado carrega seu cx- sistcm<L. cura de alimentos é típico de um fosse um animal no cio.
trmo próprio. da mesma forma que o É ele que assegura n permanente cir- ntuncro ótimo de soldados. estes circu· suficiente destes nu sociedade. Qunn- organismo que lnnÇ"d tent:kulos ao redor As formas ahadas. prontas para o
operário ou us formas sexuadas. que culação dos hormônios sociais entre to- Iam distribuindo boca a boca o horml'l· do. pelo conrrário. não h:i soldados bas- de si mesmo. Nesse caso. os tentáculos acasalamento. ~ão enviadas a compar-
garantem a reprodução da espécie . dos o~ membros da colõnia. pelo con- nio social com a sua secreção p;triiC11· tnntes. menos recc m-nascidos recebem são muito mais precisos que o tatear timentos subterrfaneos. O canal de
A sociedade dos cupins evolui maas tato boca a boca. Na composição desse lar. que vai agir sobre os rccém-na!oel· essa secre,ção. e assim eStão livres para aleatório de uma ameba, por exemplo. acesso ao exterior pcrmunece obstruí-
ou mcno~ como as células embrioná- hornlônio ~ocial entram parcelas ínfi- dos de forma inibidora: a sccreçáo de se tornarem soldados. e niio operários. Quando transportam o alimento aos do por centenas de operários. o que faz
rias dur.ante o procc~so de crescimento mas do hotrn6nio individual de cada soldado indica que eles não d~:vcm tor· de que o organismo estar.\ bem suprido diversos setores da c:ol6nia. o~ cupins com que as formas sexutadas se compri-
de um organismo. Ao se difcrencia- casta. Quando o cupinzeiro diJ;póc de nar-se soldados. pois há um num~w nesse momento. Tanto 35Slm que cl~ operários desempenham um papel pa- mam aos milhares nas câmaras de es-
241UPU SUP& 25
pera. como se provocassem o inchaço vant agens q uando passaram a contar
das glãndulas sexuais do superorganis· com um prole assexuada para garan tir
Enterrada pela a sobrevivência da espécie. Então fica
mo. O sina l para deflagrar simultanea-
mente a revoada de todas as colônia~ Os cupins, vespa, a aranha
senl devorada,
claro que o superorganismo é a expres-
são maior de uma espécie de inseto.
talvez seja uma simples chuva de ve-
rão. Não se sabe ao ceno. Mas há um as I'CSP!JS e alndll viva, pela
fal"ia que vai
Ma.is precisamente. talvez, de uma fê-
momento em que todas as formas se-
xuadas serão acometidas por um frene-
asfo•mi~as nascer do ovo que
estB sobre ela
mea fecundada. pois a panir deln . c
até que aconteça a próxima revoada
si. Produzirão in- para acasalamento.
tensa vibração com todos os genes que
as asas. provocan- irão perpetuar a es-
do calor. O supe- pécie eStnrão sob
rorganismo fica en- os cuidados desse
tão febril. O canal dedicado e laborio-
para o exterior é so superorganismo.
desobstruido e os A questão per-
casais se precipita- manece. c é a mais
rão para fora. Co- atual para os cien-
mo se fossem o sê- tistas e pesquisado-
men oriundo da res que se ocupam
ejaculação do cu- com u vida desses
pinzeiro.ele.~ flutua-
rão por breves momentos. como um fi

A vitima vai para a urna Vespas solitárias s8o implacáveis caçadoras de I,.. Esss espécie de vespa especlallza.u em caçar aranhas
insetos. Afinal. <1ue
são eles. exatamen-
gigantesca e efêmera nuvem de insetos. te . os cupin~. as ves"
O conceito de superorganismo foi pas. abelhas , formigas. todos os in-
formulado pelo en tomologista ameri- setos chamados socia is porque vlvern
cano W. M. Whcclcr. Ele acreditou es- em vastos aglo merados onde as fun-
tar abrindo uma perspectiva incríve l ções são cuidadosamente d ivididas por
para a Biologia ao sugerir q ue cupin· castas'?
zeiros. colméias e formigueiros fossem
estudados como simples indivlduos. Eles se comportam como
em face dos mecanismos de seleção na-
tural. Afinal. a autonomia característi- células ambulantes
ca do ser vivo. que resolve sozinho
seus problemas de alimen tação. repro- Sem dúvida. é fuscinunte encumr
dução e defesa. é expressada de formá uma formiga como uma célula de um
diferente entre os insetos sociais. Ela é organismo. Célula errante. que 'anda.
substituída pela ação da.~ castas coleto- comandada a distância pela ação de
ras de alimentos. reprodutoras e de- um hormõnio social. ligada a uma le-
fensoras. Nenhum individuo atua deci- gião de outras formigas exatamente
sivamente como representante da colõ- A formlg11, um Individ uo ou iguais a ela. A tese de Wheeler fez
nia na luta pela sobrevivência. O comport.lfmento diJs vespas varia com a espécie 11pen11s um11 c6/ul11 que sndll? Larva, ninfa, adulto: a vida da vtnpa Soffstlcsaos deposltos de comida grande sucesso. sobretudo entre os es-
tudiosos da Sociobiologia. um novíssi-
mo ramo da Biologia que pretende ex-
A vida dos socializados 11 penas duas ordens de inset~ diversa~ espécie.~ solitária~. e ou· enterram o animal e dcposnam midade em que se encontravam plicar o comportamento social dos nni-
ficou mais fácU e segura lJI, formam superorganismos: os tras semi-sol itúrias. operando em um ovo sobre ele. Outras prepa- algumas colônias de vespas seme- mais a partir de fundamentos genéti-
Hymenoptem (formiga$. vespas c Vitriados níveis de org1imzação. Pa- ram cuidadosas construções de lhantes tenha feito surgir um com- cos. Contudo. mesmo eles não utilizam
àbelhas) e os Isoptera (cupins). Se ra os cientistas. são modelos pam barro. onde guardam uma ou mais portamento comunitúrio entre e las. o conceito do superorganismo em suas
Nenhum membro pode represenwr estão assim isolados na clássific-.t- estudo de como teriam sido os de- vitimas. Em todos esses casos, as Terrenos encharcadoli Ou secos em
isoladamente um modelo ou padrão pesquisas. pois nada ajudaria na solu-
ção. é sinal que os cupins diferem graus vencidos ao longo da cvolu· vespas abandonàm os ninhós antes demasia podem tê-las levado a
responsável pela evolução ou pela so- ção dos problemas de genética. com-
d()s o utros inseros sotiais como ção d~ espécie. até que chegassem mesmo do nascimento das larvas. compartilhar uma nesg:t de esp<~çó l)<>rtamenro e ·fisiologia com que se de-
brevivência da colõnia. Esse padri10 um gafanhoto de uma borbo.leta. ilo estágio atu<tl. Nesse paniculnr. o que significa que as gerações $li· para os ·eus túneis. E assim a lgu-
está contido nos genes transporrados frontam os pesquisadores que traba-
O estudo siste mático de insetos são as vespas que oferecem a ccssivas nem chegam a entrar em JTlllS se impuseram sobre as de-
lham com os insetos sociais. •
pelas formas sexuadas e só se materia- fossilizados levou os cientistas n maior variedade de estilos de vida. contatQ. Esse· hábiro só começa a mais. criando uma certa bierar-
liza após a fecundação c a conseqüente uma no(ável descobena: cupins e As espécies solitárias são caçadtl· se modificar com cerras vespas cu- quta. Essas raínhas arcaicas tc- Rober.to Muylaert Tinoco
formação de uma novu colõniu. Visto baratas foram estreitamente apa- ras de insetos ou de a r a nhas, em jas fêmeas escavam túneis ramifi- rinm. dc~sn formu. dado n primei-
desta maneira, o conceito de superor- rentados há uns trezentos milhões gera l. Cada espéc;ic dt:: v.:spu caç:•- aados, onde guardam animais pa- ro passo l!m tl ircçflo à construção
ganismo parece coerente. Mas nfao se
deve esquecer que o sucesso dos ~Huttis
de anos. Mas as causas que leva- dora captura um único tipo de víti- ralisados em todos os te rminais. elos lirandes org1mismos sociais. Para saber mais
ram as baratin has pré-históricas a mn . mas o destino desta é sempre Elas acompanham o crescimento nos quuis u.ma crescente divisão
supe rorganismos repousa sobre um se organizarem socialmente perma- o mesmo: parnlisuda pclu ferrondu, das larvas e providenciam diaria- do trabnlbo e ntre totlas as castas c Mundo · esmmho - • vlds dos cupins. Olá-
sem-número de vitórias e fracassos. vi<> R. da Cunlta. /rmflos Pongettl. Rio do JB•
necem desconhecidas até hoje. será mantida viva par11 ser devor.t· mente mais comida. de ntordll o e~tHo ele cooperação entre elas neiro, 196!
ocor ridos há milhões de anos. quando Com exceção dos cupins e das da pe la cri~ da vespa. com as necessidades. desenvolvido cuíminàram finalmen- As sarívss, FranciSco A.M. Motf(}(J(!I, Blb/Jot/JCII
insetos primitivos. machos c fémeas. se formigas - exclusÍ\•amentc socia1s Alguma~ caçadoras d!! aranha~ Alguns est udiosos admitem u hi- te na formnç.lo de verdadeiros su- Agronómfca Ceres. Sâo PsÜIÕ, 1970
dispuseram a viver em conjunto. . a~ vespas e abelhas apresentam apenas cavam um buraco no solo. pótese de que no passado a prol<i- perorganismós.
Abelha optW#ritt. colme,., tonn~. ••cl••·
befft> MtJyfBB!t TifVXIO. Editonl Mt>difma, s.to
Ro-
Os atuais superorganismos indicam Paulo. 1985
que alguns deles obtiveram grandes
26 SUPIR SUPU 27
Aqui você tem duas oportunidades I
de garantir seu futuro -. • l ~~
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RADIOTÉCNICO E TELEVlSÃO E PUBUCJTÁRIO
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/
Por Luiz S.rco
monwum-..mo~ ....""''
elo 31,.1Uiodo ondo , oplicMdo

....-...,...........
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au.rn""' cOfthee...,....tOI em
"-
lOlM.,,~
lntiHIIOIHOU~~

comunocacM.--
~-N$-do
.........,_,_...,
"96nc~• elo pubic- ou mesmo
v '
O leitor Luis Carlo Ve1ga escrc·
\eu a SUPERINTERESSAN·
TE: ··Para que qualquer pessoa ex•s·
casamentos entre parentes próximos.
tenha sido mais comum do que esta-
única c mmilscula semente. A l'atu·
rez:t. sabmmente. mcumbe-~e de CVI·
--..-Oottudo..,
Vtdeoc-KMr. t~tektfcw ..V.
c.~~toat*Q N#Ofçe>daa
P0t CGnlA otópnL Os m6dulosde
ntudo em vfdeovão fucarseus
cOI'II'I«..tnentO& iluscnndo a rN:tfna
I )

mos habituados a acreditar. Somos tar que a bela amapola se transfor· O>plociÇ.,.I ciO D<OfoUO< com ncaueza d• imagens.
ta hoje. houve dua) pessoas pam ge· mais aparentados uns com os outros me numa catástrofe. e para ISSO re-
rá·la. o pa1 c a mãe. Para gerar es·
se pai e essa mãe foram necessárias
do que pensamos. apesar das visi-
''eis diferenças de crença. ideologia.
corre a truques bem simplc). A
maioria dessas semente~ ca1 em solo
,. I
quatro pessoas: pni e mãe parn o cor da pele. traços culturais. lingua. não apropriado para seu desenvolvi- •t
pai. pa1 e mãe pom o mãe. Consi· perfil econômico. Como parece ingê- mento. outras sào destruídas pelO\> ESTUDE PELO MElODO
dcrando uma durnçáo média de 25 nuo o homem que procura se con- animab. outras. ainda. são sufocada.\ TRADICIONAL OU COM AS
anos pnra cada geração. verificamos vencer de que. não sendo galho da pelas plantas que com elas vão d1s·
que do ano zero até agoru jd se mesma árvore. não é, também. ár- putnr o direito à vida. AULAS DE APOIO E
passaram 79 gerações. Isso nos leva vore da mesma floresta . É assim que se m1mté m o cquili· MEMORIZAÇÃO EM VIDEO
à conclusão. absurda. de que 11 exis· brio ecológico, indispensáve l ;, so•
tência de uma únic11 pessoa em 19!17 as há ainda muitas outras li- brevivl!nciu de todas as espécie~. ve·
exigiu o mcrivel número de 2 7~ (302
sextilhóes) de pessoas no nno zero",
M ções a aprender com grandes
números desse tipo. No seu livro
getais ou animais. Inclusive do ho·
mem, que teima em ignoruc todru.
O cálculo matemático está correto. Brincando dr Macemálica. o cientista as advertências que recebe da Natu·
mas c claro que esse número é um ab· russo Y.I. Pe kelman comenta pro- re:z.a sobre o pengo que rcprcsenw
surdo. Se todas essas pessoas ficassem b lemas parecidos em relação à re- para todos os viventes o romp1men·
em pé. lado a lado, c calculando que produção de plantas e animais. Ve- to desse equilrbrio em qualquer pon·
os pés de cada umH ocupassem 550 jamos apenas um exemplo sugestivo: to da cadeia. Os exemplos têm sido
centímetros quadrado~. elas precisa· se germinassem com sucesso todas muitos. e todos muito s•gmfiCàii\'O>
riam de uma ãrea de aproximadamcn· as 3 mil sementes que ocorrem nu- Poderia cnar. ao acaso. os pard.an
te 16 qumtilhóes de qu•lõmetros qua· ma úmca amapola. uma Oor de for- que fornm levados para o Havaí. o..
drados . Algo ass1m como 30 b1lhóes te colorido avermelhado. ela produ· coelhos na Austrália. a :t\C serpen·
de vezes a superfiac to tal da Terra. ai ziria no verão sei!Uinte 3 mil novas
~
tária levada a Jamruca par.t acabar
contados contmentc~. ilhas. mares. plantas. Se continuarmos a 1maginar com as cobrns. os mangustos que
oceanos. nos. lagos c tudo quanto que todas as sementes germinarão foram logo depo•s mtrodUZJdOl> no
mais houver. sem nenhuma falha. bastariam cinco mesmo pai . Corte e I Beleza
O própno leitor sugere uma res· verões para que toda a superficie da CostuHI ·- .. da r.tJiher
posta plausível para essa questão es· Terra ficasse cobena de amapolas, oram tentativas de ehminar o
. pantosa: casamentos consangulneos.
~entre parentes próx•mos. trouxeram
impedindo a sobrevivência de qual-
quer outra espécie vegetal.
F excesso aparente de "Uma espe·
cie de ammal damnho 1mponando
Sempre na vanguarda, buscando constantemente novos e modernos métodos de ensino, o Instituto Universal Brasile1ro esré
colocando à suadisposiçJo, com exclusivodada. mais uma opçAo para você tirar o melhor proveito do seu curso; slo as
~ a base da pirâmide. construída para É um fantástico potencial de vida um predador estranho àquele mettl aulas de:
Reforço e Memorização em VIdeocassete!
~ trás. às suas re~u~ proporções. Isso e por isso mesmo é difícil acreditar ambiente. O an1mal daninho foi eh· Através desse método, você poderá, caso dese1ar, adqu11ír o seu curso com fita de vldeo e assist i-la no conforto da sua res1dêncla, ou
~ faz crer que a endogamia. ou esse~ que ele esteja concen trado em uma minado em todos esses exemplos. sem fita, pelo método tradicional de ensino por correspondência, Já consagrado em 47 anos de atividade da nossa Escole.
rna~ os prcdadorcb se tornaram um ~importante lembrar que ao optar pelo curso aem fite você teré a matéria completa, permitindo total aproveitamento. As aulas em
problema mtlior e mais diflcil de videocassete são mais um recurso Inédito de apoio e llxoçêo que o Instituto lhe oferece.
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você terá direito de assistir a fita nas Unidades de ensino do Instituto.
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homem em buscn do suber. Elo é UNIDADE SÃO PAULO · Centro: Av. Alo Branco, 78 1 l~sq, cl Av. Ouquo
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t..lpa)
• r=- -
I
;;;;I~TO~I;,;SA-;:-;;R:;.L;;O-
Av. Rio Branco, 7B1 • Cx. Postal 5058 • SDo Paulo· CEP 01000
-
dos quais qualquer solução aparente
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para um problema se transforma Ed. Maleta
Senhor Diretor: Peço enviar-me GAATIS o folheto completo sobro o
Incalculável de
antepassados no
num problema ainda maior c mais
difícil de solucionur. 1
UNIDADE SALVADOR: A. Marujo• do Brasil, 5·B. Ed. Andr• t.ulz, Bairro
Tororó
I curso de ...................................................................,......... .
tlndicar o curso doujadol
ano zero. Mas
a Natvreza escreve Faça você também como mais de 2 milhões de pessoas I O Com fita O Sem llta
Nome ..............••.........••...••••••.••..•••...•••........•..•..••....••..•••••.• ,
certo mesmo quando
usa linhas tortas
Lutz Barco 6 ptalessot da EIIICOia de Comcn-
caç6es e Arfes d11 Unl~adll de 5.fo Paulo
que 1á estudaram no
INSTITUTO UNIVERSAL BRASILEIRO I Rua .................................................................. N~ ..............•....
1940-1987
47 ANOS DE EXPERilNCIA DEDICADOS AO ENSINO I C.EP .......... ~---·--·· SêHrro ....................... Cx. ~Sl'll •••• • .•.••.••.• ,.
Ctdade ...... ...................... ..•••...•.•. ...•••• .•• •• Estado .••••••.•••••••

RENASCIMENTO

Itália, 1400: a revolução comercial


cria novas classes, abre as cidades e impõe outra
mentalidade. Os efeitos sobre a
cultura e a ciência são imediatos e profundos. É a
explosão do Renascimento,
que lança a semente do mundo moderno

olbar mostra segu·


rança. O corpo.
uma nudez sem pu·
......~
~·~;:;:~
~
---II:;J!IS~~ . O riente e traziam consigo
uma nova visâo de mundo,
baseada na valorização da
dor. A musculatura. realidade material, em con-
rel~'lada. uma anatomia per· traste com a religiosidade
feita. A figura toda ~ uma profunda da Idade Média.
procura de graça e beleza. A Estabelecendo representa-
estátua é de um personagem ções nos paises orienta.is. in-
bíblico. Davi, o pastor que vestindo na construção de na-
virou rei de Israel por volta vios c no desenvolvimento do
do ano 1000 a.C. Mas sua tran.s ponc terrestre. eles
forma lembra antes um jo- compravam no Oriente. para
vem deus pagão da mitologia vender na Europa, matérias-
grega. A beleza ~ fonementc primas, como minerais para
idealizada, mas ainda assim tinturas. produtos de luxo,
indiscutivelmente humana. como seda c brocados. e es-
Sob a rigidez do mármore. há peciari:~s, como cravo e ca-
palpitação de vida. Diante do nela, utilizados na conserva·
Davi de Micbelaogelo, cscul· ção e tempero dos alimentos
pido na virada do ~ulo FlonMÇ~~. skulo XV: • nova rlqiJUII agita • cJdMie e na produção de remédios.
XVI, não há dúvida de que O enorme dinheiro acumula·
se está contemplando um mundo difc· res {oram poetas c prosadores italia· do, administrado por novos métodos
rente do da Idade Média. nos como Petrarca (1304-1374) e Boc· de contabilidade. era depois multipli-
De fato, desenhista soberbo. pintor, caccio (1313-1375), pintores como cado várias vezes. por meio de ativi-
escultor. arquiteto e poeta, Michelan- Giouo (1266-1336) e Masaccio dades bancárias. com empréstimos a
gelo Buonarroti (1475-1564) foi uma (1401-1428). juros. e manufatureiras. com a pro-
das maiores expressões do Renasci· Por volta do final do século XV. o dução de tecidos. mineração. siderur·
mento- essa grande convulsão cultu· movimento atravessou os Alpes para gia c metalurgia.
ral que sacudiu a Europa durante os atingir a Alemanha. a região que cor· Com esses recursos econOmic:os. ob-
• séculos XV e XVI e abriu caminho responde atualmente à Bélgica e Ho- tinham ainda dos prlncipes governao·
aos tempos modernos. Qua ndo Mi· landa. c a Suiça. Ramificou-se tam· tes a concessão para cobrar tarifas
chelangelo terminou a obra. em abril b6m pela Fra nça. Inglaterra, Espanha aduanei ras e cu nhar moedas. Subordi-
de 1504. o Renascimento já havia e Ponugal. Sua força irresistível vinha nada à burguesia. surgia também uma
completado um século na h álí a. Foi. de profundas transformações econô- nova c numerosa classe de assalaria·
antes de tudo. um poderoso movimen· micas conduzidas por uma nova classe dos. que trabalhavam juntos nas pri-
to anístico e literário, mas com gran· social urbana em ascensão - a bur- meiras oficinas ou separados. cada
Pfl'*i'WO des repercussões na filosofia e nas guesia mercantil. Na Itália. esses mer- qual em sua casa. recebendo dos-pa-
t:ullutel, IIO ciências. no pensamento polftico. na cadores haviam enriquecido de ma.nei- rrões matérias-primas e ferramentas e

30 . . . .
- moda e nos costumes. Seus precurso· ra fantástica graças ao comércio com o enrregando-lhes o produto acabado.
SUf& 31
telismo na versão consagrada pela
lgreja medieval.
Por outro lado, se admirava o passado
clássico, o homem renascentista tinha
também a consciência de que o estava
ultrapassando. A febril exploração dos
mares - que le,·ou o português Banolo-
meu Dias a atingir a ponta meridional da
Era uma verdadeira revolução na vida África ( 1487), o genovês Cóstóvão Co-
européia., com a decadência das fecha- lombo a alcançar a América (1492), o
das e hierarquizadas corporações de português Vasco da Gama a chegar à [o-
anesãos, que monopolizavam a pro- Lutero destronou o /11tlm dia (1498) e também o português Fernão
dução industrial na Idade Média. de Magalhães a circunavegar a Terra
Também os camponeses autônomos ( 15 19-1522) - e:ocerceu um tremendo
passavam a dedicar pane de seu tem- impacto no Renascimento. Ficava cla-
po ao trabalho assalariado pelo siste- ro que havia muito mais maravilhas
ma doméstico. no mw1do do que haviam pensado os
Por outro lado. a crescente deman- gregos.
da de alimentos e matérias-primas pe- O desenvolvimento das cidades na
las cidades em expansão levava ·tam- época renascentista ampliou o lugar
bém a uma transformação na produ- ocupado pela cuhurn. Antes, o co nhe-
ção agrícola. Esta se voltava cada vez Lorenzo de Medlc/ consagrou
cimento estava confinado às raras uni-
mais para o mercado e, portanto. dei- Florença como 11 CBpltal... versidades e aos mosteiros. Agora, a
xava de ser fechada e auto-suficiente. multiplicação das universidades. junto
O lugar de honra na estrurura social, - do RMJtscimenfD, sagulndo com a invenção da imprensa de tipos
ames ocupado pela nobreza latifun- a obra de seu sv6 Coslmo llii.!Si:s.: móveis pelo alemão Johannes Gu ten-
~&Jiavel fundou a nova Polftlc11 Colombo mudou s geogreffa
diária, era agora disputado pela bur- bcrg (1400-1468), permitia uma difu-
guesia ascendente. Na Itália. a mais Vl . que tentou conquistar toda a Itália Umberto Eco. ou assistiu ao mme ba- são muitissimo maior do conhecimen-
ilustre famOia da nova classe de co- para si e fazia da conspiração e assas- seado nele. reve uma brilhante amos- to. A laboriosa atividade do copista
merciames enobrecidos foi a dos Me- s!nio de seus opositores sinistras obras tra da veneração quase religiosa do sã- medieval. que reproduzia a mão os
dici. que governou Florença do século de arte. E Niccolõ Machiavelli bio medie,·aJ pelo filósofo grego Aris- preciosos manuscritos gregos e lati nos,
XV ao XVII. ( 1469-1527), o fundador da ciência po- tóteles (384-322 a.C.). A obra de Aris- era substituída com enorme vantagem
Giovanni (1360-1429), o fundador lítica moderna, via em Cesare o ideal tóteles formava uma verdadeira enci- pelo tmbalho dos impressores.
da família. havia enriquecido graças do príncipe renascentista e nele depo- clopédia do saber humano. Nela se en-
ao comércio com o Oriente e ao mono- sitou sua esperança de unificação da contrava de tudo: Matemática e Lógi- Os eruditos latin.i zavam
pólio da produção de alumínio. que Itália. O que a impediu foi a rivalida- ca. Física e Metafisica. Medicina e As-
obteve d9 papa. Somente no ramo de entre as <:idades-Estado e a política tronomia, Ciências Naturais e até o próprio nome
têxtil. empregava mais de JO mil tra- papal. Psicologia, Politica. Ética e Estética.
balhadores. distribuídos por 300 in- Embora se baseasse mais na especula- Do ponto de vista cultural, um dos
dústrias - números para nenhum em- ção do que na observação direta da na- resultados mais espetaculares da Re-
presário moderno pôr defeito. Com o Os papas da época: cultos,
tureza. era para o mundo das coisas forma protestante foi a tradução da Bi-
dinheiro e uma habilidosa politica de ambiciosos e mundanos concretas que ela se voltava, A Igreja blia, do latim para o alemão. por Mar-
casamentos, seus descendentes exer- relutou muito em aceitar esse corpo de linho Lutero ( 1483- 1546) e o amplo
ceriam enorme influência em toda a Cultos. humanistas, mundanos e Gutttnberg, com sua prensa de tipos conhecimentos. Aristóteles teve que movimento de educação inspirado pela
política européia. tornando-se prínci- ambiciosos ao extremo.• os grandes pa- móveis, difundiu as novas Idéias ser. de certa forma, cristianitado por idéia de que todo fiel deveria ser capaz
pes e papas. pas renascentistas não eram suficien- filósofos como Siio Tomás de Aquino de ler e interpretar por conta própria
Sob o governo de Cosi mo de Medici temente fortes para promover eles tão em Atenas. no século IV a.C. Sob (1224-1274). antes que sua obra se as Escrituras Sagradas. No mundo da
(1389-1464), filho de Giovanni, e prin- mesmos a unificação do país. mas a direção de Marsilio Ficino transformasse numa segunda Sibila da grande cultura, porém. o latim conti-
cipalmente de Lorenzo. o Magnífico eram fortes e ardilosos o bastante pa- (1433-1499), a Academia tornou-se Idade Média. nuava a se r a língua oficial. Um dos
(1449-1492). neto de Cosimo. Floren- ra impedir que outro o fizesse. Para- durante o governo de Lorenzo o mais Assim, o aristote lismo tornou-se. traços mais caracterlsticos da época.
ça foi a capital do Renascimento. Ar- doxalmente. a pulverização da Itália importante centro de irradiação cuJtu- pouco a pouco, um congelado sistema aliás , era a existência de uma multina-
quitetos. escultores e pintores. como representou um forte estimulo ao Re- ral do Renascimento. Ajudado por f;Usa do Renascimento. A Idade Média de dogmas, verdades prontas e acaba- cional comunidade de eruditos que
Donatello. Brunelleschi. Gbiberti e nascimento. Em lugar de um único um grupo de eruditos bizantinos. fugi- teria sido um periodo de completo es- das. em que havia um lugar para cada dominavam o saber clássico e não só
Filippo Lippi. patrocinados por Cosi- cenrro de atração, representado em dos de Constantinopla após a ocupa- qummento da herança cultu ral da An- coisa. Cada coisa devia estar no seu lu- se expressavam em latim como tinham
mo - ou Bouicelli, o próprio Miche- outros países pela corte real , vários ção da cidade pelos turcos. em 1453. tiguidade.. Rompendo radicalmente gar e nenhum espaço exisria para a ino- seus próprios nomes lati.nizados.
langelo e Leonardo da Vinci, protegi- centros. como Florença. Roma. Vene- Ficíno realizou um imenso trabalho de com o obscurantismo medieval, o Re- vação - um espelho da organização Eles formavam o que o escritor hún-
dos por Lorenzo - . davam à corte za e Milão. disputavam c patrocina- tradução e comentário das obras de nascimento - daí o seu nome - seria social da época. Foi justamente co ntra ga ro Arthur Koestler ( 1905-1983) de-
dos Medici brilho. prestígio e sofisti- vam a cultura. Ter a sua volta um pu- Platão e seuneguidores. A biblioteca o renascer da cu.ltura clássica . Essa in- esse sistema petrificado que o homem nominou a ·'República das Letras'' e
cação incomparáveis, que compensa- nhado de artistas e intelecruais bri- da Academia reunia enorme coleção terpretação é amplamente contestada culto do Renascimento se rebelou , es- fon1m a própria alma do Renasci men-
vam em muito as origens plebéias da lhantes era prova de presrígio para os de manuscritos gregos. pela pesquisa histórica do século XX. timulado pelas formidáveis transfor- to. Para esses homens. a demolição do
familia. O Renascimento foi também príncipes c papas da época. A obsessão do homem culto renas- Nem a Idade Média foi. em toda a sua mações materiais que o desenvolvi- sistema escolástico representava uma
uma época de políticos refinados - e Nos jardins do palácio Medici, Co- cen tista por tudo que viesse da Anti- duração, um período de rrevas nem o mento burguês colocava diante de seus enorme liberdade de pensamento, a
destituídos de escrúpulos. simo fundou em 1440 a Academia Pla- guidade clássica greco-romana levou Rénascimento representou uma ruptu- ol hos. O platonismo da Academia flo- possibilidade de uma especulação inte-
Homens como Cesare Borgia tônica. copiada da famosa escola de os historiadores dos séculos XVlll e ra total com a Idade Média. rentina. altamente espiritual e mistico, lectual sem limites. A verdade já não
(1475-1507) . filho do papa Alexandre Filosofia ao ar livre mantida por Pia- XlX a uma imagem tão fácil quanto Quem leu o Livro O nome da rosa. de era antes de tudo uma reação ao aristo- devia ser procurada nos livros de Ads-
32 SUPIIl SUPIR 33
tóte1es. mas na grande obro do nnture·
za. Ocorre que a destruição do c1~ncaa
aristotélica deixou o Renascamcn to
desprovido de uma ci~ncia SIStcmall.ro·
Uma arte centrada no homem
da. Os sábio da época estavam des· O Renascimento foi, em primetro lugar, um movamento
lumbrados demais com a mfinita 'a ri e· artístico. Mais do que qualquer outra coisa, o que ficou daquela
dade das coisas deste mundo p.1ra <.c época foram suas vigorosas imagens - das quais estão
dar ao árido trabalho de ~astemnuz.tc;-o~o aqui alguns exemplos. Em temas cristãos ou da
dos no,.os conhecamenux.
Antiguidade greco-romana, a arte passou a ter o homem como
Eles procura\'llm por toda a pane a
dh·erstdade. lança' am-sc il a\Cnturosa medida de tudo. sem esquecer a própria condição humana
exploração de mundos desconhcC1dos. do artista Deixando para trás o anontmato dos
cria\'lUII jardins botãmco> e Jardtru. artistas medievais, os pintores passaram a assumtr
zoológ•cos. ooleCJona'-'3m mincraa • plenamente sua individualidade - a ponto de ptntarem
disseca,'llm cadá' cres humanos c dc auto-retratos de agudíssima observação psicológica
animais. mediam o mo,.1memo do~ a\·
tros. escre,.iam mmuciosn> dCSCTiçóes
das mais dh crsas ali\ idades profiss10·
nais e técmcas. mas seu. tratado~ nfio
ultrapassa' am ainda o cstág.to dos ca·
tálogos. O alemão Lconhard Fuch~
(1501-1566). por exemplo. C>crevcu c
arrolou em ordem nlfubéticn ccrcu de
quinhcma~ plnmas. Foi incapu.t. po·
rém. de formular qualquer teoria sobre
a vida vegetal.

Um tempo em que a magia e •Alegoria da


primavera,
o heametismo eram moda Sandro
Bottlce/11,
1478:05
As exceções sao o monumental hvro motivos do
de anatomia do belga André Vesálio qultdrosão
(151+15~). o~ lmmoni corporisfnbrt- tlr.dosds
ca (A o rganização do-corpo humano). mitologia
e o li\•ro de cosmologaa do polonés N i· grega
oolau Copémioo (1473-1543). D~ r~•·o·
lwionibus orbium co~ltstwm (A rc,o·
lução das esferas celestes). ele. o có·
nego Copérruoo afirma,a. c:ontrannn·
& Venu$ de Urblno. Tizl11110 Escola d@ ~
do as teorias dommantc:~. que o Sol -
V-'1/o, 1538: o Renascimento Atenas
e não a Terra - esta,·a no centro do reJoma a nudez como tema (dftalhe),
Cosmo. Ant~. o alcm.io N•colau de RaffaJo
Cusa (1401-1 4~) Já havia d ito que o Sanzio,
• A virgem dos rochedos.
Sol era apenas o centro de um MStema. l..onardo dJI Vfncl. 1506:
1511:
e não do Um,erso. nova vslorlzaçAo da paisagem Pbltiío e
As ideias de Cusa annuencmram o fi. Arfsló(fia
lósofo italiano Giordano Bruno são as
(1548-16()1)). Ele afirma'" extsurcm no figuras
centnJ/s
Universo infinitos mundos habitados.
como a Terra. Mas nem Cusa nem
Bruno eram astrônomo~. c sua) c:ora·
josas hipóteses pcrmuncc:crnm men"
especulações. A grande sistc matizaçúo
científica na qual iria se basear o pcn·
sarnento moderno foi um produto do •Auto-
retrato,
século XVII. Mas ai já nllo se pode fn· Albr«ht
lar e m RenascimCIHO. No período rc· OOrer,
nasce mista. assistiu-se u um e norme 1498: o
interesse pela magia c pelo hennetis· artista é
mo. A idéia de um Renascimento ba- o maior
nhado em ciência. e m oposiçào n uma nome da
Idade Média mi tica e supersu ctosa. é Re!ISSC*IÇ8 & Jeremias. detaiiHt do teto da Cape/a
outro estereótipo que nüo resisuu à aleml Slstlrw_ Mlchelangtllo Buona"oll, 1512
pesquisa histórica
34 SUta· 35
Um trabalho ma1s orientado para a
ciência, embora dispersivo , como o de
Leonardo da Vinci (1452-1519). per·
maneceu inédito. Para os homens cul·
tos do Renascimento. já que Aristótc·
les não era mais a autoridade suprema.
Nofflme então tudo era possfvel. E fo1 com ócu·
o nome da rosa. los de mágico que procuraram ler o li·
baseado no vro da natureta. Quando. em 14ó0. um
livro de ao se pode O casamento é uma ca-
Umberto Eco, agente de Cosimo de Medici trouxe· contemplar sem
lhe da Maced6nia um manuscrito gre· deia tão pesada que pa-
~JN»-Se uma paixão. Quem
go com catorze dos quinz.e tratados ra carregá-la são neces-
d ara amostra contempla desapaixona-
da veneração que conSlituram o Corpus llrm1eticum. sárias d uas pessoas e às
dos sábios
medievais por
Alfstôteles
isso causou enorme sensação. O texto
era atribuldo a um autor mitológico,
Hermes Trismegisto. ou Hermes "T~
Vev:s Grande". slntesc do deus egípcio
damente não contempla.
,_,_
~l.l.állol­

&rmr.-pontn>
vezes três.

Toth, inventor do cálculo e da escrita. e


do deus grego Hermes, mensageiro e de·
IJm dpo multo tentar dos segredos dos deuses. As doenças são os j u-
ros que se paga pelos
É muito mais difícil ma-
tar um fantasma do que
prazeres. uma realidade.
Sua ousadia abriu caminho
para os tempos modernos Meu invento não é
O próprio nome latino que adotou John Ray
já era um exagero: Thcophmstus 1627·1705 Vfrglnla Woa/1 par a St!r vendido. Pode
Naturallsts "'!JI6s 1882·1941
Philippus Aureolus Bombastus Paru· Na verdade. tratava-se de u m escrito fi.scrittxa "'!!- ser explorado Cllgum
celsus. Não se sabe se u palnvm Pa· dos pri meiros séculos da era cristil, ori- Todos querem vol tar tempo como diversão,
raoelsus queria dizer "superior a Col· ginário provavelmente de A iexandria. à na tureza, mas nin- mas não te m ne nhum
sus", o célebre médico romano do
século l. Mas não há dúvida de que
no Egito. o grande centro da cultura
Todos os homens nas-
. .
cem aguats. mas essa c a
. guém que ir a pé. I rei a q ua lq ue r parte. futuro come rcial.
Theophrastus von Hohenhetm, como helenlstiea. Com caráter misterioso, os desde que seja para a
manuscritos combinavam filosofia gre· última vez que o são. , . , . Kol/y Augufl• Lum,.,.
foi batizado. se considerava superior frente. 11162· 111$4
a qualquer medalhão da An11gu1da· ga e hclenfstica (Pitágoras, Platão, Abtaham Uncoln I~· ltwenlor lr/MtON
Aristóteles, Plotino etc.). cabala (o ~•JHIIOPMfldo David Uvingstone (t:tw a-·~
de. Esse personagem tipicamente rc· I/IO!M865
v.,~.- 1813-1873 , _ "Pff/f~HWI
nascentlsta nasceu numa famflia de misticismo judaico) e elementos cris- Pre5Kienla doiJ
bplorador lngljs
~ l.bdi>S
médicos. em Einstedcln. Sulça. em Para<»lso: abaixo as convenções tãos. Seu corpo englobava Matemática
1493. Depois de estudar nas untvcr>i· e Alquimia, Astronomia e astrologia.
dades de Basiléia (Sulça) e Ferrara undo etrurgiões·barbeiros em suas magia e vúrias formas de ocultismo. A O mata-mosquito.s queimar alguns
(ttália), tomou-se um Robtn Hood classes. Com a mone do protetor idéia central era a de uma afinidade Os magos podem con-
seguir pela fé mais do colchões e peças
da mediana. cobrando honorános Froben. teve de abandonar a cidade mística enue o mundo e o homem. Quando Oswaldo Cruz
exorbttantes dos ncos c tratando ex - não sem antes queimar em praça sendo este capaz de descobrir elemen· que os médicos pela de roupa. enquanto
pobres de graça. púbhca o ttlebre cânon de medicina prometeu. em 1902. mata os mosquitos?"
tos divinos dentro de SI . verdade.
Seu espinto anticonvenaonal e tn· do persa Avicena (980-1037). Dai pa· Pela tradução de Fietno. o d1retor da acabar com a febre O cientista fo1 claro:
cansável curiostdadc. ahás. ~ur· ra a frente. até sua mone. em 1541. Academia Platônica. esses escmores GlordMJo- amarela no Rio de "Se fizer isso.
preendem mesmo pelos padrões
atuais. Condenava eom estardalhaço
perambulou de lugar em lugar. como
uma espécie de cavaleiro andante do
exe rceram enorme influência no Re· ,__ 1~1600
Janc1ro em três anos. quando o combate a~
nascimento. mexendo com as anes. as o combate à doença era mosquitos acabar com
as ciências tradietonaiS. ao mesmo anticonvencionalismo. ciéncias e a Filosofia. Seu principal fetto com o ISOlamento
Alquimista. ao lado dos ~quatro ele- a febre vão dizer
tempo que procurava aprender com herdeiro foi o sufço Paracelso (veJa li~ doentes c a que1ma
os camponeses outros métodos de mentos fundamentais.. enunciados no A Bíblia ensina a amar que foi aquela
pensamento grego dássico - terra. quadro). Ele pode ser considerado o nossos inimigos como de colchões. roupas medida que produziu
cura. Bebedor de marca maior. vcn·
cia os camponeses em monumentais água. ar e fogo - , reconhecia "três mais acabado representante de um mo· c obJetos por eles usados. resultados. e não esta...
mento na História da civilização que, amamos nossos amigos '•
competições etnicas nas tabernas, de· princlpios básicos.. - sal. enxofre c talvez porque sejam as Acrcdttava-se que Saiu do gabinete c
pois. passava a noite dttando seu~ mercúrio - , que estariam presentes, sem romper drasticamen te com o pas· o contágao se uesse
sado, plantou uma semente de exube· mesmas pessoas. ainda ouvtu Rodrigues
tratados. em diferentes proporções. em todas as pelo contato direto. manifestações em AJves comentar:
O fato de ter salvado a vida dl) in· substâncias. O sal, simbolizado pelas rância c ousadiu da qunl nasceria o
cinzas que sobrevivem ao fogo. seria mundo moderno. • Vittatio Oe Slt:8 Oswaldo Cruz mudou praça pública. levantes " E impossfvcl q ue
fluente editor Johnnnes Froben c de 1902·1974
ter curado tam~m o escritor c fíló· responsável pelo estado sólido: o enxo- Jo•é Tadeu Arsnte• Ater e diretor de """''"" #MIWO
tudo: causando militares contra esse moço mio tenha
sofo hum anista Erasmo de Rottcr· f1'e, que desaparece ao queimar. pela uma grande agiwção , o governo. Inquieto. o razão". Ainda bem que
dam ( 1466·1536) assegurou-lhe, em natureza inflamãvel das coisas; e o mer- mondou acabar com os presidente R odrigues pelo me nos e le
1527, o cargo de médico municipal e cúrio, que se volatiliza, pelo estado lf. O con hecimen to não é focos de mosqu itos. Alves insinuou confiou: tres anos
professor de Medicina em Basilóia. quido e gasoso. Uma força geradora sempre claro. ainda que para ele os verdttdeiros a Oswaldo C ruz: depois não havia
Logo, porém. entrou em atrito com universal. o arqueu, combinaria os três as idéias o sejam. trnn~missorcs da doença. "Para acalmar a
as autoridades acadêmicas. rccusan· princlpios. De uma falha dela se origi- mais febre amarela
do-se a apresentar seu~ documentos nariam as doenças. Paracelso é reco- Foi uma gritaria situação. o senhor não no Rio de
Gollfried Whilhelm Leibn~
de qualificação, fazendo conferencias nhecido como um dos precursores da 1648-17/IS geral: protestos. poderia mandar Janeiro.
em alemão em vez de latim e admi· homeopatia. R6solo e matem.1bee . -

36 SUfER suna 37
l
A penicilina deixou de procurá-los: ·os
laboratórios já não pJeci·
savam de melões, pois es-
deos. partículas de DNA
(ácido desoxirribonucléi-
co) situadas no citoplas-
LQcavam o Penicillium no- ma das células bacteria-
Uma das mais poderosas armas da Medicina la/um em grandes tanques nas. Os plasinídeos car-
contra as infecções foi descoberta por acaso: no mofo de uma de fermentação , de onde regam informações gené-
e~raíam o medicamento ticas de um microorga-
cultura de bactérias que estragou uma pesquisa em quantidade suficiente nismo a outro e são res-
para que os Aliados ga- ponsáveis l'el<~. produção,
á sessenta anos. um simpático se- velho de guarda-chuva, para fazer ex- em determinados casos.
H nhor escocês, de cabelos grisa-
lhos e olhos azuis, trabalhava oo labo-
periências. Foram dez anos de tentati-
vas frustradas, até que, em 1938 , dois
nhassem a _guerra também
contra as infecções. Hoje,
os métodos se aperfeiçoa-
de eozirilas especiais qui
bloqueiam a ação dos
ratório do Hospital St. Mary, em Lon- colegas de Fleming, o australiano Ho· ram m uito máis: já exis· antibióticos.
dres. Durante dias, ele observou o' ward Florey (1898-1968) e o alemão te)l1 seis variedadeS de pe- Cristms de penici lina vistos pelo microscoplo Esta descoberta permi-
comportamento de uma cultura de naturalizado inglês Ernst Boris Chain nicilina sintética fabricada tiu melhorar as novas ge-
Staphylocc.ccus aureus, o temível baci- (1906-1979) , junto com colaboradores em laboratório. crianças, os antibiótic,os da família ra~õe~ de antibióticos. Mas não eli-
lo que causa infecção general.izada. da Universidade de Oxford, consegui- das tetraciclinas costumam enfraque- mmou o circulo vicioso. Enquanto
Podsso, não pôde conter um gesto de ram obter 1 grama de penicilina pura. ovas descpbertas não tardaram. cer os ossos e . manchar o esmalte os cientistas tratam de supe;-ar a re-
impaciência ao perceber certa manhã
que, apesar de todas as precauções,
A persistência de Fleming a·cabaria re-
compensada. Além de ser agraciado
N Ainda durante a guerra, em 1944, dentário. Consumidos por gestantes,
o bioquímico russo naturalizado norte- tendem a pro.vocar má-formação dos
sistência dos plasmídeos; as bactérias
acumulam forças para se defender
sua experiência literalmente mofara. com o título de sir pelo rei Jorge VI. americano Selman Waksman embriões. dos novos atacantes.
·o calor excepcional do verão que der· ele, junto com Florey e Chain, ga· (1888-1973) anunciou a descoberta da
reteu os londrinos naquele agosto de uso indiscriminado de antibióti- Medicina não ficou parada des;
1928 também foi o responsável pelo
nhou o Prêmio Nobel de Medicina em
1945 pela descoberta e aplicação do
estreptomicina, o antibióti.co que age,
entre outras moléstias, contra a tuber- O cos tem outro lado nocivo - A de a épQca em que Fleming,
falecido em 1955 aos 74 anos, pro-
nascimento do fungo verde de mofo antibiótico. culose. Em 1952, Waksman também induz um aumento no número .de
na placa das bactérias. ganbou o Prêmio Nobel de Medicina. bactérias resistentes. Como numa curava objetos mofados para extrair
Mas Alexander Fleming - este era nquanto Florey e Chain isolavam Foi ele, por sinal, quem cunhou a pala- guerra interminável, os cientistas fungos em quantidade suficiente pa-
o nome do pesquisador escocês, na
época com 47 aoos - não se deixou
Alexander Fleming, pai da penicilina
E a penicilina em Oxford, estourou
e que designa uma das armas mais po- a Segunda Guerra Mundial. Ironica·
VJa antibiótico, do latim "contrário" e ériam armas cada vez mais destrutí-
do grego " vida", para designar os me· vas, enquanto os microorganismos
ra fabricar penicili.na. Os laborató-
rio$ descobriram novos antibióticos e
desanimar por causa do acidente. Ao derosas de que a Medicina dispõe pa- mente, a carnificina em que mergulhou dicamentos fabricados a partir de subs- fazem armaduras éada vez mais resis· souberam produzi-los em grande
contrário, soube aproveitá-lo. Perce- ra salvar vidas. o mundo funcionou como estímulo ao tâncias vivas que combatem outras tentes. Numa população de bilhões quantidade. Diante da resistência
beu que as bactérias morreram por desenvolvimento do remédio, pois, pa- substâncias vivas. Existem hoje cente- de bactérias, sempre existirão aque- das bactérias. criaram remédios aio-
causa do fungo Penicillium noratwn. s estatísticas do Departamento -ra c.urar tantos soldados 'feridos, o fun· nas deles. ó sanitarista Oswaldo Ca- las capazes de resistência a antibióti- da mais espertos. A mais recente
Depois de isolá-lo, Fleming descobriu
que de continha uma substância capaz
A de Saúde dos Estados Unidos go de onde se extrai a penicilina passou
mostram que nos quinze anos após a a ser procurado por toda parte. Logo
-margo; superintendente da Fundação cos. Quando se usa o remédio, as
para o Remédio Popular, dé São Pau· bactérias vulneráveis morrem, en-
geração, em vez de matar a bacté-
ria, inibe as enzimas que lhe dão
de matar muitas das bactérias comuns entrada em cena d.os antibióticos fo· os laboratórios farmacêuticos desco· lo, calcula que haja trezentos antibióti- quanto as resistentes se multíplicam, condições de resistir ao antibiótico.
que infectam o homem. Essa substân- ram salvos da morte precoce 1,5 mi- briram a surpreendente fonte de onde cos em uso - o que não quer dizer que passando às novas gerações a imuni- A Medicina está em vantagem na
cia, que Fleming chamou penicilina, lhão de norte-americanos. No Hospi- poderia ser produzido em grandes outros mais nao tenham sido isolados. dade adquirida aos antibióticos. batalha contra as
doenças infeccio-
impede a produção das moléculas de tal Emílio Ribas, em São Paulo. que quantidades- melões podres·. No Brasil, e.s tão em três de cada dez Até a década de 60. os cientistas sas. Mas a guerra ainda oào está
'
acreditavam que a resistência ocorria ganha. •
carbono que formam a membrana da trata exc.lusivamente de doenças infec· Por causa dos melões, uma funcio· receitas médicas.
bactéri'a . Quando esta se divide, sua to-contagio!;as, as· mortes por febre ti- nária do laboratório Northern RegiQ· Os antibióticos, porém, têm os de- apenas por causa de mecanismos ·de
parede vai ficando cada vez mais fina fóide baixaram de 14 por cento para nal Research foi considerada excên· feitos de suas virtudes. Podem des- seleçao· genética. Atualmente se co- Para saber mais
até estourar, deixando escapar o cito- 0,7 por cento no mesmo período. trica pelos quitandeiros da cidade de truir, junto com as bactérias inde.se- nhece outro mecanismo· muito mais
plasma do interior. Fleming cbegou a ser motivo de pia- Peoria. em Illinois, Estados Unidos. jáveis, a flora intestinal do paciente. importante, que consiste na transfe- Manual de droges e so/uç6Bs, Nafm8 d8 Sil-
Foi assim, praticamente por acaso, da, pois, na ânsia de dar um sentido Ela sempre procurava as frutas mais Também podem provocar alergias, rência de fatores de resistência de va Staut, Maria Oorys Emmy Menap/JO 0U18Jl,
·que o mundo ingressou na era dos an- prá:t:ico a sua descoberta, comprava vel,has e estragadas das quitandas. In· atacar os rins, perturbar o fígado, o uma bactéria para outra da mesma Msrta Janete Mulaffi Brigano. Edítota P9dagóg;.
tibióticos - palavra inventada treze qualquer .objeto mofado .que visse pe- felizmente para os vendedores, de· aparelho digestivo e a composição do geração. O papel-chave nesta opera- ca e Universitália, São Pauto. 1986
anos depois da descoberta de Fleming la frente, até mesmo galochas e tecido pois de alguns meses a funcionária sangue. Quando administrados a ção é representado pelos plasmí-

VHF É O SISTEMA DO PRESENTE.


VHF+UHF EO SISTEMA DO FUTURO. •
ATB.ERJNKEN OPERA COM OS DOIS.
medida que são usados. Até quando
Esempre , , Multo
museu/o me
se está doJlllindo , os músculos se
mantêm num estado de pequena con-
~Acho lronren8·
.musculoSollo.máXImo,
• IM GIIM . . ,
a mesmísstma lembra pouco
cérebro.
Além disso,
tração , mais conhecida como tônus
muscular. Em pacientes de paralisia
infantil, por exemplo, o múscu lo nem
atividade eststlcamanta,
pesBOlfsmulto
.SC(jUer SUStenta essa ligeira contração
- dan.ifieado, o nervo não consegue
musculosas transmitir-lhe a ordem. Sem o exercí-
As fibras podem ser milimétricas, nio estão
como as dos músculos dos dedos. ou cio aonstante do tônus, o músculo aca-
comnada , ,
ter até 10 centímetros de comprimen- ba p,or se atrofiar.
to, como as dos. músculos da coxa; cada fibra muscular segue a· lei do
mas são sempre finíssimas, com um mdo-ou-nada: ou se contrai ao máxi-
diâmetro nunca maior do que 1 déci- mo ou S!ê ignora o estímulo nervoso.
Joyce P. .cowttch,
mo de milímetro. 33«~o•,
Apesar disso, ninguém se movimenta
As fibras musclllares surgiram com colunl.m dó /Orf!jl aos trancas como uma caricatura de
Follla de S.Pa~lo robô. {sso porque, em primeiro lugar,
es p.rimeiros seres vivos que tinbam de
se deslocar em busca de água ou cômi- as fibras de um mesmo músculo se ex-
da ou ainda para se re_produzir- por- citam em <graus diferentes: algumas ,
tanto, aniinais pluricelulares. que.apa- jeto de acordo com a d'istãncia· em mais sensíveis, iniciam a contração 4
receram na Terra há 570 milhões de que se encontra dele. O dispositivo milésimos de segundo após um estí·
anos. É a contração de múscules espe- que usa para isso é uma estreita faixa muJo; outras fibras respondem num quer nunca é obra de um único mús-
ciais 'q ue faz as lulas e águas-vivas ex- de fibras muscularés atrás da íris - o período muito maior, caso o cérebro culo. No exemplo de' dobrar o braço,
pulsar os jatos de água que as impul - disco colorido do olho. Ao se con- insista na ordem. Outro fator impor- ao mesmo tempo em que o bíceps se
sionam. Já eom o aparecimento dos trair , aumenta a curvatura do cristali- tante é o número de células nervosas contrai, um músculo oposto - o trí-
vertebrados. a musculatura passou no , uma espécie de lente natural. A motoras que o cérebro escalou para ceps - se estende. E, quando o braço
também a cumprir uma tarefa essen- CUFVatura acentuada é necessária para levar a ordem ao músculo , assim co- abaixa, é o tríceps que se contrai, pu-
cia l - sustentar o. esqueleto. se enxergar de _perto. Por isso, ·certas· mo o numero de fibras que cada urna xanc:!o o antebraço para 'fora e obri·
A forma e o tamanho de um múscu- atividades, como a leitura prolonga- dessas .células nervosas. por sua vez. gando o bíceps a se estender. O mús-
lo variam conforme a sua função . A da . podem "cansar" a vista, ou seja, controla. culo contraído de qua.lquer movimen-
muscu latura humana , que representa cansar esses músculos que ficam con- to chama-se agonista; o estendido é
40 por cento do peso do corpo. foi traídos por muito tempo. Eis também Para tomar um cafezinho, antagonista. Todo músculo dança con-
herdada dos outros mamíferos e preci- por que focalizar um ponto distante é forme a música , ou seja, pode ser tan-
45 estímulos por segundo to agonista como antagonista - de-
sou sofrer adaptações para manter o um colíriq para os .olhes: a curvatura
tronco em pé- essa tão envaidecedo- precisa diminuir e os músculos se es- pende do movimento.
r-a peculiaridade humana. As mãos , li- tendem. As mínimas gradações de movimen· Num movimento, há também mús-
vres do solo, tiveram de modificar os to dos dedos de um músico instrumen- culos que se contraem apenas para
músculos típicos dos quadrúpede.s, a tista, por exemplo. apenas são possí- fixar um membro ou o tronco inteiro
Lucélia Santos pode ter veis porque seus nervos motores con- e, dessa maneira, dar uma base · de
fim de P.Oder fazer movimentos com-
plexos e elaborados. mais fibra que Maguila " Gosto de um tis /co 11tlet1co. trolam um número limitado de fibras. sustentação ao músculo que de fato
quando os ·m úsculos nem Ê claro que em situações muito espe- se desloca. Por exemplo, ao cerrar o
No fundo. todo músculo faz o mes- são fl~cldos nem a/tsram os
míssimo movimento, que é contrair- Apesar de toda a sua importância, ciais o cérebro pode pe rder tempora- punho, aparentemente só os múscu-
contornos nàturals do corpo. ' ' Tenhohorrordepessoas
se. Alguns músculos, porém, não o s músculos involunt'ários são mino- Quem pen_sa que o lmpoitsnte
riamente esse incessante controle so- excess~tfl musculosas. F_aço los da mão e dos dedos trabalham;
obedecem à vontade de seus donos ria. No corpo humano, predominam é sar multo forte timnlna com bre os movimentos. Quando a mão to- g lnástlcs com o n111/or mas, se os músculos do antebraço
conscientes. São os músculos chama- os quase 500 músculos voluntários um aspecto artificial. ca uma superfície quente. nervos sen- culdtido para não ftcar pal'fiC/da não ficassem bem contraídos para se-
sitivos da pele e dos próprios múscu- gurar o pulso, este se dobraria junto
dos lisos ou involuntários, que funcio-
nam sob as ordens do sistema nervo-
que atendem aos comandos do siste-
ma nervoso central. Como possuem
Melhor, s6 um pouquinho_' '
los dão o alarme; diante disso, antes comum~~ti ' ' com os dedos. Para a contração. um
so autônomo do organismo. São cer- estrias microscé picas, também são Plltrlcla Amorlm, 1S anós;
mesmo de verificar o que aconteceu Llllsn Wllle Ffbe, :U .,.,., múscu lo precisa de energia. Essa
111/ata do Clube dfl Reg1ttas FlatMngo, - a mão encostou numa panela e se Jom•llsr., _ . , , _ do energia é liberada com a quebra de
tos bizarros músculos inv.o luntários, chamados estriados. Existe ainda um Globo Economia
e~~m,., or.al/elre de nareç•o queimou - . o cérebro ordena uma moléculas da substância adenosina
por exemplo, que deixam uma pessoa terceiro nome para eles: esqueléticos.
arrepiada de frio. Com apenas 1 milí- porque terminam em forma de ten- contr-ação súbita de todas as fibras da- trifosfato (ATP).
metro de comprimento, ficam junto dões, que são como cordas de fi bras quela parte do corpo. O resultàdo se- O estímulo nervoso possui deter-
da raiz dos pêlos, que se eriçam mais fortes , agarradas a ossos. O quantidade de fibras que tinha ao nas- rá um movime nto espasmódico. ciso uma ação isométrica, ou seja, ca- minada eletricidade que, em contato
quando ocorre a contração. Com os músculo cardíaco, o mais importante cer. O que elas fizeram ao longo da ·um músculo. não precisa de duas paz de manter a contração sem causar com uma substância gelatinosa que
pêlos arrepiados como os de um gato de. todos. é considerado um tipo à vida e à custa de muito exercício foi ordens: basta que lhe mandem con- movimento. O cérebro con·s egue essa banha o múscu lo, encaminha uma
em noite fril). o homem estaria mais parte porque, embora seja es triado. desenvolver-se. Mesmo enrre pessoas trair-se. A extensão ocorre natural- proeza bombardeando o músculo com partícu la de cálcio para dentro das
protegido do clima. Essa função não se contrai graças a um sistema nervo- diferentes não bá grandes diferenÇi\S: meme quando cessa a ordem de con- cerca de 45 estímulos por segundo - fibras; o cálcio. então. ativa enzimas
faz mais sentido. pois no processo de so próprio. tra~ào. Assim, o· popular bíceps - uma ordem que deve se fundir com próprias do músculo que quebram a
nos músculos· de Magui lá e nos equi-
evolução o h<iinem deixou de ser um Qualquer cjue seja o .músculo , suas valénfes de Lucélia Santos. o número músculo da frente do braço - se co.n· outra, se m dar tempo para o músculo ATP. A única questão é haver molé-
bicho peludo. fibras jã está() formadas a pànir da d e fibras é pratfcamente igual - pode trai e diminuí a distância entre os os- se estender. Finalmente, a ação ex- culas de ATP em quantidade sufi-
Mas quase todos os músculos invo- sexta semana de vida intra-.uterina. A até ser que, em dado músculo , a suàve sos., usando as articulações do coteve- cêntrica é quando se abaixa ·a xícara. ciente. O fisiologista Turfbio Leite,
luntários são fundamentais, como os partir de então, cada fibra pode cres. Lucélia tenha mais fibra que o temjvel lo: essa é uma ação concêntrica, que Mais uma ve·z o cérebro cont·rola o professor da Escola Pau lista de Me-
ciliares do olho. O olho humano po- cer isoladamente. Mas o número de fi- Maguila. qualquer pessoa executa no mero ges- movimento interrompendo gradual- dicina , ensina que existem três fontes
de ser eompar.ado a uma máq uina fo- bras será sempre igual. Um atleta Músculos parecem gostar de t:r:aba- to de levar uma xícara aos lábios. Já mente os estímulos às fibras. de ATP. A primeira seria uma espé-
tográfica que precisa focalizar um ob- musculoso de 20 anos possui a mesma lho, pois ficam mais ágeis e fortes à para segurá-la ria altura da boca é pre- Na realidade, um movimen to qual- cie de estoque particular do músculo.

42 SUPER svftlt .43


A segunda é a glicólisc: reações den- quisadores supõem que a prática de
tro do músculo transformam a glic<l· determinado esporte pode transfor-
se das fibras ou a trazida pelo san-
gue em ATP e ácido láctico. Esta é
O melhor da malhaçao mar uma fibra tipo I em tipo 2 e vi-
ce-versa. Mas isso nunca foi observa-
uma substância inibidora que. ao se do na prãlica. "Nascemos com a
acumular nas fibras. causa tanta dor proporção de fibras I e 2 determina-
que a pessoa não agüenta mais con· da'· .- diz o flSiologista Turlbio Leite.
trair o músculo. IAvanfllr·se é m11ls um - - - -etxlominels "o que significa que temos predispo-
"Esse processo··. explica o profes· trablflho de lroqco
quedrado lomber sição genética para esportes rápidos
que de pem11s. Os ou de resistência. ..
sor Tunôio. " produz grande quanti- mOscufos lllttmJfs da
dade de energia, mru. por tempo li- Qualquer reação para prodU2lr
cou se estendem. o :=-~~hit'eo médio A TP no músculo acaba liberando mui-
mitado. Por isso. é um metabolismo vasto e o reto se
para atividades que exigem velocida· contnJem - com /ssQ
:..g11ute1o máximo to calor. São os músculos. ponanto.
de. .. Os atletas atenuam os efeitos as pefTIJ!Is se n tlcam, os responsáveis pelos 36 graus cenli·
do ácido láctico e por isso suportam e s 6. A força {JIJI1J grados do corpo humano - a tempe·
melhor um acúmulo d:t substância. t~rguer-se é mesmo ratura ideal para que o organismo fun·
Mas quem não é atleta cede à dor e dos músculos do cione direito. Quando o clima ameaça
logo pára. Do contrário. corre o ris- abd6menedo baixar essa 1emperatura, o cérebro
glútt10, enqusnto 11 manda os músculos se agitarem. É
co de sentir uma cãibra. a contração contração dos
involuntária do músculo cansado, quando as pessoas tremem de frio.
músculos do qusdrsdo
que serve de sinal de alerta. ~ claro Outra responsabilidade dos múscu·
lombar msntém o
que as cãibras também atacam em equlffbrlo do Ginástica seróbfC8: longe da chatice do " um, dOI$, trls, quatro " los é a postura corporal. Músculos
plena madrugada, quando se eStá corpo, delx•ndo a enfraquecidos fazem a coluna des-
quieto. dormindo. Mas ai o proble- co/uns rsta m belo corpo. receita a O r· ~e
pencar para algum lado. Por exem-
ma é neurológico - uma ordem
eq uivocada para o músculo se con-
U ganização Mundial de Saúde.
consiste em ter boa capacidade
parar. senão os músculos
'despencam". Não é bem assim.
É verdade que os músculos arma-
plo. a lordose (acentuação da curva·
tura lombar) é conseqüê ncia de mús-
trair a roda velocidade. provocada cardiorrcsplratória. força . nexibili- zenam tudo o que é ruim - co· culos abdominais fracos. incapazes
muitas ve~es por estresse psicológico. No lnsfllnte d11 f11rg11da
dade c obesidade sob controle. mo toxinas - por muito tempo e de sustentar as vlsceras: esuts então
de um11 corrida, os caem sobre o osso da bacia que. por
músculos d11 pema se Atrás desse idea.l estão as multi· não guardam o que é bom, ou
dôes que f reqüentam academias se)a. o condicionamento fasico. sua vez. joga todo o seu peso sobre
Os músculos se agitam e contrsem: o panturrllhs, a coluna lombar.
pera erguer o C81canhar; de ginástica. Mas não existe nada Para manter-se em fonna, a pes·
a gente treme de frio o quedrlceps torna o de novo nesses saltilantes anos soa não deve interromper a gi-
( "11Etxores dos dedos, do
/ CHIIho reto; o glúteo pulso e do cotovelo 80. No século passado, começou nástica: 30 por cento de tudo o Quem joga tênis tem ossos
Quando o mal é meramente muscu- 11 os laterais estendem a aparecer a ginástica tal como é que conquistou em um ano de
os qulldrls, Os músculos mais largos no braço
lar, uma massagem local ajuda de conhecida. Do ideal de civilização malhaçiio na academia vai-se em-
imediato. Ela provoca mecanicameme do braço diio o Impulso gluteo difundido pelos ingleses no seu bora em apenas três ou quatro
à fren111 Plffll o corpo, Mesmo quem não tem vocação para
o relaxamento do músculo contraído com 11 aj uds dos
vasto império fazia pane a apti- semanas de vida sedentária. Mas
e. ao ativar a circulação no lugar. aju- abdomlnafs e ainda dos
d~o física_ o pior que pode acontecer - e atleta olimpico deveria tirar o máximo
da o sangue a espalhar o ácido láctico. músculos das cos111s da coxa .. A grande novidade é que ho- acontece - é os músculos volta- proveito dos músculos que a natureza
As massagens para aliviar a tensão je a Educação Física tem muito rem a ser o que emm antes da lhe deu. Está provado que músculos
funcionam da mesma maneira. Pob. mais base científica... observa o ginástica. ''Nunca ficam pior do fortes evitam o tão doloroso endureci-
quando a mente faz verdadeiras acro- professor Mauro Guiselini. da que isso". consola o professor mento das articulações - c também
bacias por causa de um problema USP. "Existem áreas de estudo Guiselini. doenças graves como a osteoporose
e sóleo novas. como a F'tsiologja do Es- Mais tio que a musculação. a ou desmineraliz.ação dos ossos. Sem-
qualquer, a pessoa fica litemhncnte
tensa - culpa das ordens do cérebro forço. E. gra_Ças à Biomecãnica. ginástica aeróbica. que chegou ao pre se soube, por exemplo, que os
para con1rair certos músculos que. co- que mostra quais músculos páni· Brasil nos primeiroS' anos 80. é o músculos do braço direito de um te-
mo em toda ginástica. ficam nli gas- cipam de cada movimento. pode· grande sue~ de público. Não é nista destro são mais desenvolvidos
tando energia pam manter a tcns.'ío e se tirar mel,hor proveito dos exer- para menos: está provado que le- que os do braço esquerdo. O que se
acumulando o ácido lfíctico. Impedir que o cicios.'' A ciência. ponanto. aca- var o coração à freqüência de descobriu faz pouco tempo é que tam-
A úl1ima fonle de ATP. o metabo· b11mbo/ê C8fa é bou esclarecendo muT1a coisa. El 130 batimentos por minuto. du- bém os ossos do braço direito desse
lismo acróbio. é o oxígcnio 1razido sincronizar o condena o uso de hormõnios con- rao te 20 a ,30 mmu tos. três vezes teuista são mais largos. Amigamente.
pelo sangue, que produz a substância treblllho dos sumidos por haUerofilistàS - que por semana . é o suficiente para acreditava-se que. com o passar dos
músculos da coxa. Ulo-costel lomber ajudam a desenvolver os múscu- manter a bomba em excelente es· anos. os músculos deviam ser poupa-
em reações qulmicas com a glicose.
gfúteo, abd6men, dos. Nada mais errado. Todos devem
Nesse caso. a "sobra". gás carbónico cintura e ainda
médio los. mas causam impotência se- tado. "A aeróbica .. , apro~·a Gui-
e água. é eliminad;~ na expiração. coluna lombar- gluteo máximo lCUal. Por ou1ro lad9. derrubou a selinl. " tem a vantagem de utili- dánçar. andar, nadar. Enfim. o segre-
Esse é o me1abolismo que mais se I todos esses entram idéia de que pessoas muito mus- zar o música como um elemento do de tratar bem os músculos é saber
extensor de tascle lata culosas não têm flexibilidade. fundamental. tirando da gi nástica que ninguém pode se dar ao luxo de
usa no dia-a-dia: não produz veloci- ~ no rebo/11do. Quando •
dade. mas tem a vantagem da resis- l! o corpo ginga para Com exercícios de alongamento a chatiCe do rum. dois, três. qua- ficar parado. •
tência. Todo músculo possui dois ti· S 11 dlreltll/ os fascla lata para músculos e tendões , um for- tro '. Além de reforç~r o coração, Lúcis Helena de 01/velrs
pos de fibras: as de tipo 1. que de· ~ múscu}os desse tíssimo culturista pode •er o jogo condicioná os outros músculos e
senvolvem mais o metabolismo aeró- i lado se contraem e de cin1ura de um bailarino. desenvolve a coordenação moto-
bio; e as de tipo 2. que realizam me- it os ds esqusrd11 se Outra idéia riscada é a de que ra. é:. p<manto. um exerdcio
lhor o metabolismo da glicólise. Pes- iii t~stendiJm. Otlpols~
quem faz muita gi nástíca nunca completo."
::~ é o Inverso
Cominuana p6gino 51
44 SUHit .,SUP& ....51
A cor pode esti mular ou tirar
PSICOLOGIA o apetite. Nestas quatro fotos. o
prato é rigorosamente o mesmo.
mas a co.r de fundo faz a diferença

ro que. se há cores que de\•em ser


abolidas em alguns casos. lambem
devem existir cores com excelentes
efeitos terapêuticos.
Na decoração. em geral. a escolha
de cores costuma ser deliberada. 0:.
quartos de dormir são pintado~ de
suaves tonalidades pastel. para acal-
mar e induzir o sono. J\.ias. nos mo-
téis. aonde ninguém vai exatamente:
para dormir. os quartos têm colora-
Reflexos de ondas de ções fortes. Nas escolas. che!_!ou-se à
luz, as cores têm conclusão de que o ideal é o amare·
forte influência sobre lo-claro ou mesmo o bege. Parece
correto: com mui to branco nas ela •
as pessoas. Animam, ses. as crianças tendem a sentir mo-
relaxam, provocam notonia e qualquer aula se torna
chata: os tons de azul e o verde-ela·
emoções boas e más. ro. por outro lado. fazem até mesmo
Mas, nesse jogo, a um aluno nota-lO dorn1ir em aula:
personalidade de tons fortes estimulariam a bagunça.
em vez da atenção.
cada um e os costumes
da época também
O verde ajuda os monges
desempenham um papel. do Tibete a 1neditar
As pesquisas ajudam
o homem a tirar proveito A idéia de usar cores paru obter
de todos os matizes de.terminadas reações psfquicas é an-
tiga. Os monges übetanos há milha·
erâ que estas quatro smagens res de anos enfatizam uma cor - co-
são igualmente apetitos:~s? De mo o verde. para obter harmonia -
maneira algumn - embora se conforme a meditação que pretendem
uate de fotografias de um fazer. Tem lógica: na escala cromúti·
mesmo prato. Toda a diferença está ca. que vai do vermelho ao violeta. a
no fundo. Sobre o branco. parece cor verde fic-.1 bem no meio. Nes.'i3
uma insossa refeição de hospitaL O posição estratégica. parece quente ou
verde também corta a fome. porque frio. dependendo da tonalidade. Os
chama mais a atenção que a própria tons que puxam mais para o azul. co-
comida. O violeta esfrio o pra to. So· mo o musgo. são repousantes. Já o
bre o vermelho, porém. o filé parece glandula res aumentam - dai a ten- primitivo. que se guiava- basicamente de cores [rias. Nas pesquisas sobre água que será servida ao doente à verde-limão. próximo do am11relo. é
suculento. os legumes mais tcn.ros - dência a sentir fome. Não é à toa por dois fatores: dia e noite. A clari· preferências de cores. invariavelmen· luz do Sol. sob filtros coloridos. A considerado uma cor estimulante. O
sem dúvida. esta é a foto que mnis que as lanchonetes preferem os tons dade o obrigava n estar fisicamente te a majoria das pessoas que vivem água ficaria, a.ssim, energiuda com verde médio é o perfeito equilíbno.
impressionn. Ao vé-la. alguém é bem de vermelho, laranja e amarelo na preparado para buscar alimento ou em grandes cidades escolhe o azu I uma cena cor, da qual o organismo Mas. em geral. qualquer verde dá
lutar para se defender: a escuridão - talvez numa busca nosu! lgica de estana • carente. sensação de bem-estar. e por esse
capaz de correr à geladeira ou dar decoração.
um pulo à lanchonete mais próxima. Jti as chamadas cores fTias - co· era sinônimo de sono e descanso. O tranqüilidade. Os cientistas sabem que determina- motivo é a cor que significa "Siga" no
Esse jogo de quatro pratos prova mo o violeta. o azul e cenas tonali· homem manteve até o presente essas das cores precisam ser evi tadas em semáforo: diante da luz verde. o mo-
que cor não é só belc~a - desperta dadcs de ve rde - têm efeito inver· reações fisiológicas dian te das cores Paredes brancas na classe cenas situações. Objetós de cor la- toriSta é induzido a crer que tudo C$·
reações tanto emocionais quanto fi· so. Eis por que se tem uma sensação vivas e suaves. ranja ou vermelha tendem a deixar os tá tranqüilo e ele pode avançar. O
De certa maneira. insti nth•amcnte. tomam a aula monótona doenres mentais ainda mais confusos. grita nte vermelho. porém, 1>rovoca
siológicas. Pode provocar ape tite ou de relaxamento ao se olhar o mar.
inapetência, sugedr ódio ou paixão. Essas cores. principalmente o azul, se conhece a ação das cores. Nin· Nos quartos dos hospitais modernos. sempre um choque - poi.s é a cor as-
excitar ou re laxar. Quando se rica colocam freios no metabolismo. co- guém associa emoções fortes. que Se as cores estimulam as pessoas. as paredes es1ão sendo pintadas de sociada à agressividade. às muda nças
exposto a uma luz vermelha por mo se <t pessoa estivesse prestes a fazem dispara r o coração. com tono· há quem acredite que podem até cu- cores suaves em substituição ao clás- repenúnas. às revoluções onde corre
certo tempo ou se permanece num adormecer: a pressão arterial cai. o lidades suaves e, muito menos. escu· rar doenças, cada matiz fornecendo sico branco. lsso porque o branco sangue. Não há quem ouse ignonl·lo.
ambiente onde l!ssa cor predomina. ritmo cardíaco diminui. a respiração ras. A paixão. por exemplo. é eter· energia para uma pane específica do traz Htmanha sensação de paz que. a não ser algumas pessoas ao volante,
o ritmo cardíaco aumenta. li respira· se toma mais lenta. Os cientistas namente simbolizada por corações organismo. Os indianos praticam até em pessoas deprimidas por causa de com os resultados que todo~ conhc·
ção se acelera. o metabolismo é im· acreditam que essa resposta do meta· vermelhos. Já quando se está desa· hoje a terapia cromática na sua for· doenças, pode acabar resultando nu- cem. Em matéria de cor. porém. nüo
pulsionado. Com isso, as secreções bolismo tenha surgido com o homem nimado. a te ndência é usar roupas ma tradicional e milenar. expondo o ma impressão de solidão. Parece ela- se pode pintar tudo em um único

52 SU.& IUF& S3
Acor tias roupas onde os idosos procuram levar vida
normal. ,;ajando e se di"ertindo em
11111 locais públicos. em ,·ez de se trancar

,, -./1
dentro de casa. eles tendem a usar
. roupas ainda mais coloridas.

' / I .. . Preto é ausência de luz;


por isso é a cor da morte
tom. Os mais recentes estudos mos-
tram que tudo depende do estado A cultura do um a sociedade tam·
emocio nal c da personalidade de cada bém influi nu escolha das cores. Po·
um - c principalmente dos valores a vos lrOJ?icais costumom apreciar cores
que se adere. vivas. E só lcmbror a arte plumária
O marrom, por exemplo. é sempre dos índios brasileiros.
relacionado com segurança e recato Já as sociedades do hemisfério nor-
- por ISSO os que preferem trajes te gostam de ton mais sóbrios. como
marrons silo chamados sóbrios. Con- os das milenarc~ porcelanas chinesas.
tudo. conforme o estado emocional. ~ E. numa mesma socieda-
Ctx~Wnbolo: o ~~&rmttlho
o apego ao marrom pode significar ~ de. ~ mais pobres gos·
dal»nde/rn conctstrlll
dependendo ou seu opos- ii/ÇM>; o -modo tnm de cores contrastan-
to - sensação de poder. ouro 4 riqCHWI; rou 4 tes. ma1J> do que os ricos.
excesso de confiança. ~ de flor; o msrrom Estes. muitas vezes,
Qualquer pessoa te nde ·a do "fê é sobriedsde; o apontam tons quase ra-
combinar a c:or de sua llfllnc:o do vesti do de nolvs ros. como cor de "inho e
emo<;ão com a cor que 4 pui'Ull; o verde tr8nq0111udor lilás. nus suas preferên·
está vestindo o u prcfcrin· no Nm8foro m8nds 8V8nÇ8r; §8 cias. Isso. segundo a Psi·
• nostlllg/8 do vlolet8 est~ {
do e m dndo momento. nu psdrss; ntK/8 rei8K8 cologia. significaria uma
Todos se ntem isso no msls que o n u/ do m8r, mss ~ tentativa inconsciente de
dia-a-dia. gsto ,.ro d6 sur mostrar sofisticação. A fi·
Ignoram-se as chama· 11
nnl. as chamadas cores
das cores alegres quando nobres não são tão fáceis
se está triste. buscando de ser encontradas na multicolorida
no guarda-roupa traJes es- i .
natureza
c:uros. Afinal. a escuridão ~ As "ezes. também. uma mesma si-
é nssoc1ada às tristezas. às ~ ruação é colonda de modo diferente
perdas. no medo c à mor- i! mguém passa u \•1dn o:m bra nco olho ê como um pmtor q ue m1stura em lugares diferentes. O luto nos paí-
te. A Psicologia. porém. • e preto pela simplc~ rnu'lo de tintas. forma novas cores c críu ses ocidentais é preto porque essa é a
recomenda que cada um brinque com que o olho humano núo p:lra de uma imagem multicolorida p;1ru o cor da morte - a sensação de preto
as cores. criando cont rastes. Assim. medir as ondas lumino~n~ do Sol. cérebro. é causada justamente pela ausência
quem está alegre. ao escolher tons Cada uma produ:t. uma sensação de Ele mostro u que bllstam três ti· de luz. que por sun vez é relacionada
mais cloros, intermediârios como o cor: vermelho. laranJa. nmnrclo, pos de receptores: nquelcs ~cnsíveis à vida. Mas os budisws. por exemplo.
cinzento ou mesmo os tons tristes. verde, azul·anÍI. índigo. viole ta. às ondas longas do vermelho. os usam branco nos en terros. como sím·
não co rre o risco de exacerbar ou Quando a luz alcança um obje to. que são estimulados pelo ve rde c bolo da pnz alcançada pelo mono.
senti r-se. por exemplo. agitado. este reOete alguma onlllb que aca- os que percebem as ondas curtas A preferência por e ta ou aqueJa
bam determinando a sua cor O do violi:ta. Toda onda lummOSll es- cor também está relacionada à épo-
O metabolismo dos jovens branco é a sensação produ.t1da por timula os Ires receptores. ma~ so- ca. O -.ermelho. antigamente. era
combina com tons fortes COISaS que reOetem toda a hu: um mente um com prioridade. Ass1m. símbolo de nqueza. porque a tintura
objeto preto. ao contrário. absorve na soma dos estímulos. os recepto- dessa cor paro teados era caríssima.
todas as ondas. sem rcOcur nada. res formam comprimentos de on- Eis. então. o mo11vo de ter sido a
Por sua vc~. \'C:Stir tons fortes e cor dos mantos de re1s. tapetes de
contrastnntes d:l mms colorido à vida. Na retina blí cerca de 7 m1lhõcs das ou sensaçõe~ de cor diVersas.
de cones. receptare~ c~pccinhtodos Não se chegou mndn à conclusão palácios e de ca1edrais. Hoje o sim-
quando n situação parece preta. Em boJo da riqueza é o próprio dourado
relação 11 idade. é interessante pe rce- em cores. que só trnbnlham às ela· sobre quais seriam a~ reais cores
ras. No escuro. fln1c1onum os 10 primárias para o olho: muuos cie n- do ouro. Co mudo. não importa
ber <(UC os jovens - cujo metabolis- q uem. q unndo ou onde - toda cor
mo funciona a toda - gostam dos milhões de bastonetes, receptores tistas substituem o violeta pelo
que. em maté ria de cor. Sl~ pcrcc· tem seu mome nto. Não é por me-
tons fortes, justamente os que os esti· azul. por exemplo . Também não
bem o preto c os tons de cmza. É nos que se pcrguntu o que seria do
muJam aindQ mais. Os mais velhos. se sabe o número exato de tipos azul, se nào fosse o amarelo. •
porém. combinam o passar dos anos I por isso que, em um b1cntc~ ~em de cones. Com ccneza. o olho só
com uma crescente sobriedade. Ou g iluminação. tudo pnrece o~cmzcnt:t· precisá se espccuth7ar em algumas
SCJO. preferem as cores que diminuem ~ do. O fisiolog11>to inglês Thom:B cores para sentir todo o colorido Para saber mais
ainda mais o seu ritmo metabólico. 3
Em palscs como os Estados Unidos, ª Young (ln3-1829) pro"ou que o do mundo.

54 1UP&
55
Como explodem as
supernovas
xatamcnte h:i um .mo foi obser· te densa. Os cienüstas dizem que sua No final desse proc~. o nucleo da
E vnda a maas bnlhante e m:u pró-
xima supemova que surwu nos últi·
dens1dnde volumétrica é da ordem de
uma tonelada por centímetro cúbico.
estrela se torna mstã~el. porque 3
energ1a hberadu durante as rear;óes
mos quatro séculos. Dela já falamos o que quer dizer: se. por hipótese. fi. nuclea res Já mio consegue 1mpcd1r \Ua
zéssemos um dado de jogar com a 1mplosão.
no unigo anterior (SUPERINTERES·
SANTE n. • I. ano 2). Na ve rdade. tO· massa de uma anã branca. ele pesaria
uma tonelada. sse desmoronamento é tlio \'lO-
.• ~
dos os anos os astrônomos descobrem
de 20 a 25 supcrnovas em guláxias Sendo assim densa. a anã branca
tem um poderoso campo gravitacio·
E lento que a repulsão eletrônica
normal entre os átomos jtl niio Impe-
muito distantes. Grac;as li proximida-
de, a do ano p<tssado permitiu que nal. Grac;as a este, ela vai retirando de tlue os seus núcleos ~c toquem.
fossem realizados. pela pnmeira vez. lentamente a matéria que forma a No· prática. entilo. a cmela gigante
estu dos intensos c dctnlhatlos de uma atmosfera em tomo de sua compa- se torna uma estrela de nêutrons,
supernova. utilizando os mois moder- nh eira, a estrela giganie. Quando também muito densa. Ela provoca
nos equ ipamentos mualmcntc i\ dispo- suu massa atinge um valor critico. uma ondu de choque ulo imensa que
sição dos cie nt isuas. calculado como sendo aproximada- dá origem a uma explosilo das cama·
As supcmovas observadas nas gn lá· mente 1.4 vezes a massa do Sol. a das exteriores. tão violenta que na
xias distantes são clussific:utlus crn dois anã branca implode. provocando Supcrnova 1987A foram registradas
grupos. conforme sua curva de lumi- uma verdadeira explosão nuclear. velocidades de expansão da ordem
nosidade. Nas do tipo I. u intensidade que n destrói. As cinzas que se es- de 20 mil quilômetros por segundo.
da luz aumenHI e. depo1s de chega r ao palham no meio interestelar dão ori- Os elementos smtctizados no interior
má.ximo. cai rapidamente :ué ex tin- gem a uma nebulosidade remanes- da estrela. bem como outros maiS
guir-se em cerca de 250 dms. N:as do cente da supernova. pesados. como o urún1o. espalham·ie
tipo 11. a intensidade do hu é cinco pelo meio mtcrestelar.
vezes mais rrnca. m~ a queda do bri- s supcmovas do tipo U são oriun- Ainda n!ío M conclusõc..'S defimu-
lho é muito ma1 lenta. A\ curvas de
luz de cada tipo correspondem a mo-
A das de estrelas maciças. que
apresentam estrutura muito semelhan-
vas. mas a existência do hidrogêmo c
a curvn de luz sugerem que a Super·
delos diferentes de explosão. deduti· te à de uma cebola. com camadas su- nova 1987A é do tipo 11. As prcYlSÕCS
dos pelos astrofisicos. perpostas. A camada superlicial é rica teóricas mdic:am que $Upcmovas ~
As supemovas do upo I são forma· em hidrogênio e abai.'l:o dela estão as upo dão ongcm a uma estrela de n(u-
das. na \'Crdade. por dua estrelas. outras. cada uma mais densa que a an- trons e. dependendo de sua rotaçio c
Uma. em geral. é uma estrela g1ga nte. terior. Na realidade. cada camada re- tempcrarura. tronsformam-se nuiD
com nada de espcc:.al. A outra I! uma presenttl uma etapa da formação dessa pulsar. um cxtraordmário. corpo que
anã bronca. ma•~ ou menos do tama- estrela. associada à respectiva tempe· gira muuo rap1üamente c emue mlcn-
nho ua Terra. mas cxtr.1ord1nanamen- rotura c concentração gravitacional. so Ouxo de energ1a a Intervalos e~·
traordinariamente regulares. I~ faz
de um pulsar o melhor mstrumento
para <~ferir a pcrfcic;ão do fune~ona·
mcnto dos relógios. No momento. ~»
astrônomos ngua rdnm que a camnda
gasosa que envolve a Supcmo\-a Balonlsmo: no ar uma
Pels teorls, 1987A se torne menos de nsa, pa111 nova t~o clt verão.
devo hsvor um tenlllr locoll:mr esse pulsar. Tudo 1!150
pulur onde lc v(t n acrcdltnr que nos próximos mt·
eltplodlus ses. ou mesmo unos. muitas outrm
Supernovs descobertas sc r!io fei tas em torno da
1981A. supcrnova. I
Os sstr6nomos
esperam
s~lrs
bslnr psrs o asrr&lorJO RoMJdo Ro{1frlo o. Ft..W MolJttiD • Aventura: ra~ba_,...,.
" " - do MuU4I c» ...,._ • CIMd.u .Afns..,
ComtiÇ8fB Qonuloo NlldOMI c» ~ O..VOI\oo' t C~nho·'!. .Ecn
procurll·lo T~
prot01 escondidas.
56SU.&
PERFIL

Solitário, inseguro, rancoroso, o inglês lsaac Newton foi um


cientista de talento excepcional, capaz de juntar numa só
fórmula a queda de uma maçã e o movimento dos planetas

ano de 1665 foi fatídico Universal. Muito tempo depois. ele E~tava apenas a um passo da Lei da
para os ingleses. A tacada mesmo explicaria a descobena da Gravitação Universal. A mac;ã. que
pela peste. Londres perdeu gravilação com uma anedota que fi- os ingleses tanto apreciam para fazer
75 mil de seus 460 mil ha- cou famosa. tortas. havia permitido a Newton mu·
bitantes. Ma l a epidemia serenou, Esrava sentado uma noite ao ar li- dar a concepção do Universo. mas.
um incêndio, iniciado numa padaria, vre. quando viu uma maçã cair. No ao contrário da lenda, não tinha caí-
se propagou durante quauo dias, mesmo instante. a Lua se levantava do sobre sua cabeça.
consumindo mais de treze mil casas. no firmament!). Uma pergunta atra· O que havia na cabeça de Newton
Mas. na história da ciência. 1665 fi- vessou sua mente como um relâmpa- além da formidável intuição. era uma
cou conhecido como Anm1s Mirabilis go: a força que faz a maçã cair não se- senhora neurose. resultado de uma in-
- ano maravilhoso. E isso se deveu ria a mesma que mantém a Lua em fância que parecia conspiração do des-
ao gcnio de uma só pessoa: l~aac órbita ao redor da Terra? A questão tino. Para começar. nasceu (no dia de
Newton. Com a Universidade de possuía um alcance incrível: durante Natal de L642) prematuro. minúsculo
Cambridgc fechada devido aos temo· séculos, sob o domínio das idéi:ts de c fraco. Ninguém acreditava que pu-
rcs de contágio, Newton. então com Aristóteles (384-322 a .C.). acreditava- desse sobreviver ao primeiro dia: vi-
a~nas 24 anos. se re(ugiou no cam- se que a Física terrC$trc e a Física ce· veu 84 anos. Além disso. órfão de pai:
po. na casa da mãe. no lugarejo de leste nada tinham em comum. o sitiante lsaac Newton. de quem her-
Woolsthorpe,. onde nascera. dou o nome, morrera três meses an-
No ambienre pacato da aldeia. ao tes. Quando não havia ainda comple-
passar em revista os co nhecimentos Nasceu prematuro e fraco, tado 3 anos, a mãe, Hannah. se casou
que havin adquirido na renomad~1 mas viveu 84 anos de novo, com o pastor protestante
universidade. realizou a maior proe- Barnabas Smith. Este a levou para
za intelectual já alcançada por um Mergulhou então em profundos ra· morar num a cidadezinha próxima de
C!lenusta em qualquer época - algo ciocínios: se a força de atração da Woolsthorpe e exigiu que lsaac fosse
que só teria paralelo no século XX. Terra aruava sobre a Lua. o que deixado com a avó.
com a.~ teorias de Albcrt Einstein. mantinha os planetas em órbita deve· Newton odiaria esse padrasto a vi-
Pois, em seu refúgio campestre. o ria ser uma força do mesmo ti po, da inteira. Cena vez. ameaçou quei-
jovem Newton não só inventou o exercida pelo Sol. E essa força seria má-lo. E certamente projetOu o ódio
cálculo infinitesimaL de aplicaÇ<iO tanto mais fraca quanto mais distante em todos os rívais. Brutal complexo
quase ilimitada nos mais diferentes o planeta estivesse do Sol. Panindo de inferioridade e aguda sensação
ramos da ciência. como também lan- das leis sobre o movimento planetá- de insegurança o acompanhariam até
çou os fundamentos da ótica moder- rio , estabelecidas décadas antes pelo o fim. Foi aluno medíocre. até que
na com um estudo sobre a luz e as astrõnomo e matemático alemão Jo - uma violenta briga com um colega
cores e. principalmente. esboçou sua hanes Kepler. Newton calculou que a ativou nele algum secreto talento
m:~ior contribuição ao conhecimen to força de atração varia de acordo com que o transformou no primeiro da
humano - a Teorin da Gravitação o inverso do quadrado da distância . classe. Tfmido e isolado. possuía.
IUPIIl 59

Equase certo •
.. Essa ponte de
madei ra foi
projetada por .
que se propagava no éter - subs-
-tância sutilíssima que preencheria to-
do o Universo. A ciência atual aca-
que tenha Newton. Sem
p regos, ela
se fixava
baria dando razão aos dois: embora
a hipótese do éter universal tenha
morrido virgem por encaixes sido derrubada. sabe-se hoje que a
luz realmente se comporta ora como se
fosse fonnada por part ículas ora como
porém, excepcional habilidade para onda (SUPERTNTERESSANTE n."
inventar e construir brinquedos me- 3). Mas, na segunda métade do sé-
cânicos. como relógios e moinhos de culo XVH, as diferenças científicas
vento. Se dependesse da mãe, que - Universidade entre Hooke e Newton transforma-
enviuvara de novo, Isaac trocaria os de Cambridge, ram-se em interminável desavença
livros pela administração da proprie- onde Newton pessoal.
dade que ela herdara do marido estudou, A culpa, sem dú,·ida. foi do sus-ceií-
vi veu e
pastor. Mas o diretor da escola in- aperfeiçoou
vcl Newton: o contraponto do com-
sistiu com Hannah para que deixas- suas teorias plexo de inferioridade era uma ceneta
se o moço estudar. intelectual que não adm itia a menor
Assim, em junho de 1661 . com 19 contestação. Quase· um ano depois da
anos. entrou no Trinity College, da critica de Hooke, ele continuava tão
Universidade de Cambridge. Como A casa onde nasceu: no jardim, concebeu a Teor/a da Gravitifção abalado que mergulhou em virtual iso-
estudante, primeiro, e logo como pro- lamento. Quando. finalmente. em
fessor. continuava a ser uma figura ex- 1§75. resolveu publicar o livro li de
cênu1ca. Cabelos emaranhados. meias Otica. jesuítas ingleses de Liege. na
caindo nos calcanhares, era o tipo do Bélgica. acusaram-no de erro nas ex-
gên io arna lucado - distraído a ponto periências. A polêmica durou até
de se sentar à mesa do refeitório e es- 1678. quando Newton chegou ao com-
quecer de comer. Puritano. abstêmio. plero esgotamento nervoso. Nos seis
solitário. sua vida se passava e nrre as ano seguintes. ele fugiria a qualquer
salas da universidade. A idade não o tipo de contato imeleciUal.
modificaria muilo: é quase certo que
renha morrido virgem.
Com esgotamento nervoso,
dedicou-se à alquimia
As influências: Keplet",
Galileu e "Descartes Nesse período. entregou-se ao her-
De Descartes, ele herdou ...de Ga/1/eu, uma nova ...e, de Kepler, as/eis metismo. Sua biblioteca particular
Mas a rimidez no relacionamento a Geometria Analft/ca;... concepção da Flsica... do movimento plaMIMfD continha mais de cem tratados sobre
humano era compensada por uma alquimia. muitos copiados a mão por
incrível vontade de saber. Para sorte máquina, que funcionaria para sell'!- di havia ressuscitado a idéia grega de para sucedê-lo. Newton escolheu co· ele. Seu forno de alquimista para ex-
de Newton. a grande revolução pre com base apenas no movimento que a matéria se compunl1a de áto- mo tema inicial do curso seus estu· pcriéncias com metais permaneceu
científica do século XVU já estava de suas partes. Descartes deu ainda mos - e isso seria um ingrediente dos sobre a lut e as cores. De l 670 aceso meses a fio. Sob a influê ncia da
bastante adianrada quando chegou a a Newton outro legado formidável: decisivo na receita newtoniana da a 1672. suas palestras forn.eceriam chamada "arte de transmutação dos
Cambridge. Ele afirmaria mais tar- a Geometria Analítica, novo ramo natureza . .Boyle forneceu-lhe a base material para o li,,ro r de Otictt. O metais··. também sua concepção da
de: se havia enxergado longe. era da Matemática que permitia resolver para sua considerável obra em Qui· centro de sua contribuição era uma natureza se transmudou. Ames. a
porque pudera se apoiar nos ombros problemas, até então insolúveis. pe- mica. More, finalmente. abriu-lhe a nova teoriá das cores. idéia de que a matéria pode exercer
de gigantes. Esses gigantes da revo- los métodos algébricos. porta para o mundo do hermetismo. Baseado nela. concluiu que a dis· ação a distância. como nos fenómenos
lução científica eram Jobannes Ke- Com base em Kepler, Oálileu e da tradiçao mágicá c da alquimia. O torçào cromauca produzida pelas elctrostátlcos c gravitacionais, lhe era
pler (1571 · 1630), o físico italiano Descartes. o jovem Newton pôde fa- fundador da ciência racional modernn lentes convencionais era inevitável: inaceitável: devia haver mecanismos
Galileu Galilei (1564-1642) e o filó- zer uma critica da ciência grega que cr·a. rambém. um amante do oculto. para eliminar essa perturbação das invisíveis operando no éter.
sofo e matemático francês René ainda era ensinada na universidade observações astronômicas. construiu Agora. questões enigmáticas, como
Descartes ( 1596-1650). e anotou em latim num de ~eus ca- o primeiro telescópio por reOexão. o fato de certas substâncias químicas
De Kepler. Newton herdou uma dernos: "Amicus Pfato, amicus Aris- Com uma teoria das cores, Esse foi seu passaporte para o fe- reagirem entre si e outras não . o leva-
decisiva revisão do sistema concebi- totefes, magis ami.m veritas' ' (Platão fundou a Ótica modema · chado c.lube dQS ' grandes cientistas ram a imaginar um principio secreto
do pelo polonês NicoJau Copérnico é amigo, Aristóteles é amigo, mas da época - a Royal Society. a mais regendo as simpatias c as aruipmias
(1473-1543). o primeiro a formular. amiga maior é a verdade). Três ou- • Quando a Universidade de Cam- prestigiosa entidade científica da 1n- cntTe as substâncias. Parece incrível.
ainda como hipótese matemática. a tras influências marcaram a forma- bridge fo·i fechada , devido à peste. glarerra e da Europa. Em 1671. mas a Teoria da Gravitação Univer-
teoria do movimento dos planetas ção de seu pensamento: o filósofo Newton já havia recebido o grau de Newton foi eleito· membro. Era o sal, coluna mestra da Física moderna.
ao redor do Sol - que estaria no francês Piérre Gassendi, o químico bacliarel. Reaberta dois anos depois. início da consagração. Mas havia é descendente direta da filosofia her-
centro do Universo. De Galileu. re- inglês Robert Boyle e o filósofo ele ganhou a condição de fellow, uma pedra no meio do camin]lo. mética. Para Newton. estas eram cor-
cebeu uma nova formulação da ciên- também inglês Henry More. Gassen- que lhe permítia continuar os estu- Seu nome: Robcrt Hooke. um dos reções inevitáveis no pensamento me-
cia da Mecânica, baseada no princí- dos à custa da universidade. Mais mais brilhantes cientistas ingleses e canicista. únlca forma de dar à nature-
pio da inércia. De Descartes, a con- Newton em seu laborat6rlo de alquimia. dois anos. e o catedrático de Mate- líde r da Royal Society. za urn tratamento matemático exato:
cepção mecanicista do mundo - a Conhecido como físico racionalista, e(e foi mática Isaac Barrow. que estava Ao contrário de Newton. Hooke as atrações a distância eram rigorosa-
visão da naturezá como uma grande também um amante das ciimclas ocultas abandonando o magistério. indicou-o acreditava que a luz era uma onda mente quantitativos.
60 SUPIR SUPIR 61
1 NswtDn provou que glaterra. Londres era o encerramento
as marlis u t:Htvem de sua atividade científica criadora.
Na companhia ao efeito confunlo
-411~ dll Lua
Suas preocupações intelectuais se vol-
·tavam para outra direção.l'eotou pro-
dos jovens e do Sol sobre
-116-ITYSAil
dos -nos.
var que as passagens blblicas sobre a
Sanríssima Trindade eram corrup<;ões
sentia-se bem Quando, como se
vê na posição 1,
tardias do texto original. Dedicou um
livro à interpretação das profecias de
Sol, Lua e Terra Daniel e do Apocalipse de São Jof1o.
2 esmoem
Em agosto de 1684. uma_visita do Mergulhou num estudo exaustivo e in-
alinhamento, fecundo sobre a cronologia das antigas
astrônomo Edmond Halley urou New- Isso c.usa marés
ton da concha em que se fechara. Hal- excepcionalmente
civilizações.
ley, cujo nome seria dado a um co~e­ altas. A órbita Como diretor e. depois, presidente
ta. era uma espécie de fiel escude1~0 da Lua em redor da Casa da Moeda, recebia um polpu-
de Newton. Soubera que este hav1a da Terre é do salário anual de 2 mil libras. o que
resolvido o problema da explicação fí- mostrada t:Ht fonna o transformou rapidaroeme num ho-
sicil dos movimentos planetários: foi clrcutar para mem rico. Poderia comentar-se em
cobrar a demonstração. Newton pro- facilitar 11 figura; ser um marajá da administração ing.te-
meteu atender. Da promessa resultou. na verdade, ela .sa. Mas não sossegou: voltou sua raiva
é defonnada contra os falsificadores de dinheiro,
quase três anos depois, il obra funda- ATRAÇÃO devido ã atração
mental da ciência moderna: Philoso- ...enquanto o II/6S()fO Lelbnlz
levando vários à forca. Em 1703. foi
Um dos raros amigos de Newton --- •• ---- _ GRAVITACIONAL grevl tsclonsl
phiae Noturalis Principia Mothemotica fo i seu maior rival e oposltor exercida J»IO Sol
eleito presidente da Royal-- Society.
foi o astrónomo Hal/ey... que dirigiria corno ditador até o final
( Pri11cipios matemáticos da Filosofia
natural - veja o quadro). da vida. Seus llltimos anos foram de-
Com a primeira edição ~e quatro- dicados a uma nova briga - desta
t el\tOS exemplares. financiada pelo A partir dessas três leis, Newton vez. com um adversário à altura: o fi.
próprio Halley, o_s PPillcipia. co~o a Assim narerra calculou a (orça centrípeta (de fora
para dentro) necessária para fazer
lósofo e matemático alemão Gottfried
Wilhclm Leibniz (1646-1716). Motivo:
obnl ficou conhec1da, proJCtarnm lme-
diawmente o nome de Newton. Os jo- como no céu um corpo transformar seu movi- a prioridade na invenção do cáJculo
vens cientistas fizeram dele o seu mo- Como qualquer llistória inglesa mento retilíneo e uniforme em mo- infinitesimal.
delo. Newton, de seu làdo. senlia-se que se preze. também esta envol- vimento circular. Depois chegou à
bem nessa companhia - particular- veu uma aposta. Cenário: uma ta- sua famosa Lei da G ravitação Uni- Combateu Leibniz mest11o
mente. na companhia de Fatio de berna londrina. próxima à Royat versal: cada particula de matéria do
Duillier. matemáúco suíço rcs1dente Universo atrai qualquer outra com depois que ele ntOWeU
Society. época: 1684. Animada pe-
em Londres. Depois da relação com a lo álcool. uma discussão se mstala uma força proporcional ao produto
mae, a amizade com Falio foi sua entre três celebridades: o astrôno- i de suas massas e inversamente pro- Na verdade. Newton foi o inven·
mais profunda experiência afetiva. mo Edmond Halley; o então presi- ~ porcional ao quadrado da distância tor, e Leibniz. o primeiro a publicar
Sob a inHuência da fama e do amigo, que as separa. Não se sabe se New- a invenção. Mas a polêmica era boa
começou a abandonar a solidão.
dente da Royal Society, Rol,lert
1
Hooke; e o ~ lustre arquiteto Chris-
topher Wren. O assunto. c mo Na a.celeraçâo, a lei fundamental
ton recebeu os 40 shillings de
Wren. mas seus Prirtcipia se torna-
demais para ser deixada de lado com
argumentos razoáveis. Newton redi-
convém a lntelecruais desse pqrte. ram o paradigma da Física clássica. giu pessoalmente a maior pane dos
Diretor da Casa da Moeda, Quando a sonda espacial norte-
é o mov1mento dos "Planetas ao re- A partir dessa hipótese. acres· artigos em sua defesa assinados por
levou falsários á forca centa. era possivel deduzir mate- americana Voyager abandona o sis- seus panidários. Como presidente da
dor do Sol.
Halley diz que se pode calcular a maticamente as órbitas dos plane- tema solar e. sem nenhuma propul- Royal Society. nomeou um comité
Protestante fervoroso. participou da força que mantém os planetas em tas. estabelecidas por KepleJ. E são. continua a se deslocar nó espa- " imparcial" para investigar o caso,
res1sténcia da Universidade de Caro- órbirn. Ela variaria com o inverso mais: tinha certeza disso porque ço. é o princípio da inércia que está enq uanto secretamente escrevia o re-
bridge à temativa do rei James 11 de do quadrado da distância que os se- fizera pessoalmente os cálculos. sendo mais uma vez confirmado. latório oficial com as conclusões des-
torná-la católica. Depois <.la revolução para do Sol. 1-looke argumema uns vinte ànos antes. durante u Quando. milhões de vezes todos os se mesmo comitê. Nem a morte de
incruenta de 1688. que derrubou Ja- que. se isso for verdade. serâ preci- peste de Londres: mas depo~s .se dias. os motoristas aceleram seus Leibniz o acalmou: qualquer artigo.
mes do poder, foi eleito representante so demonstrar, a partir d11i. todas desinteressara do assumo. A lrtSIS· carros, a relação entre a força pro- sobre qualquer assunto. continuava a
da Universidade na conferéncia de as leis sobre o movimento planetá- tencia de Halley o convenceu a duzida pelo motor e a aceleração ser uma boa oportunidade para espi-
Londres. que estabeleceu o acordo rio , descobertas por Kepler algo retomar o estudo. Durante três quer corpo tende a manter-se inde- do veiculo é governada pelo princí- nafrar o filósofo alemão. Somente
entre os revolucionários VItoriosos. Is- que ele próprio está ceno de poder anos. Newton trabalhou nas idéias finidamente em repouso ou em mo- pio fundamental da dinâmica. sua própna mone, em 20 de março
to lhe deu oportunidade de travar re- fazer. Wren propõe então: quem esbol;adas naquele " ano maravi- vunento reu1íneo e uniforme (prin- Quando um nadador. ao atravessar de 1727. pós fim à pcndcoga. E pen-
lações com-os notáveis do país - ~o­ resolver o problema receberá um lhoso·· de sua juventude. Quando cipiO da inércia); 2) caso uma força uma piscina. empurra com os bra- sar que dessa mente conturbada nas-
Ire eles. o filósofo John Locke. A v1da prêmio simbólico de 40 s{lillings. A finalmente publica suas conclu- externa atue. a aceleração que o ços e pernas n água para trás e re- ceu a mais prodigiosa obra cientffica
intensa da capital o atraiu. Tanto que disputa estimula Halley a viajar . a sões. em 1687. está criada uma corpo recebe é proporcional à in- cebe d11 água a força equivalente já produzida por um homem em to-
fez gestões j unto ao político Charles Cambridge. à procura do soht;\no rtova Física, simples e coerente. lcnsidade da {orça (princfpio fun- que o impulsiona. é o princfpio da dos os tempos. •
Montaguc. futuro Lord Halifax. para tsaac Newton. Q11al não é sua sur- Sua base são as três leis sobre o damental da dinâmica): 3) toda vez ação e reação que está em jogo. José Tadeu Arantes
arranjar emprego ali. Em 1696. Mon- presa quando Newton lhe diz ctuc. movimento dos corpos. apresenta- que um corpo recebe de outro uma Depois de Einstein e da Mecânica
tague conseguiu-lhe a nomeação para a realmente. já havia considerado a das no livro I dos Principia. força. ele também exerce sobre es- Quãntica. a Física de Newton já Para saber mais
diretoria da Casa da Moeda. possibilidad_e de que a fo!ça de Em linguagem atual. elas podem te uma força de mesma intensidade não explica o Universo. Mas expli-
~Mwton. coltoç.... 0. Pfi"D d<Nes, vo/1111.,. XIX.
Mudou-se finalmente para Londres. atração vanasse segundo o mverso ser assim redigidll$: I) A. menos e direção. mas de sentido contrário ca uma infinidade de fenôménos Abti CIJilUtal. Slo Pavio. 1974
Fatio havia voltado para a Suíça. ape- do quadrado da distância. que atue uma rorc;a e:«ema. qual- (princípio da ação e reação). comuns do mundo coúdiano. o Mlg~M do Co$1110. S. GrouiJff e J.P C•n~t.
sar dos protestos de Newton. que se Edilonl Pnmo/, Rio de JaMfto, 1978

oferecera aré para sustentã-lo na ln-


IUPIR 63
62 5UPIR
I rença alguma paru o carioca Namur.
! Sua história que se declara criador do primeiro ta·
rô latino-americano. um boralho de~C·

é obscura
nhado pela argentina Manha Leyros.
em cores vi\·as. bem difc rente~ dos
tons pastel do clássico baralho fran·

como onome cés. ~o nosso tem \·ida. emoção. che·


ga a suar". entusiasma-se Namur.
Existem mais de mil baralhos dife·
O que ele faz. cobrando cerca ' renteS de tarô. uma \ariedade à altura
de 4 mil cruzados a pnme1ra sc~o. do número de métodos de dispor 3\
é dar as cartas. Pois o auto-mtitula· EJriaUIII cartas - pelo menos qumhentos. Na·
"*-dtlmB mur. por exemplo, as dispõe em cin:u·
do professor é um tar61ogo. JXIr ~i­
nal o mais badalado do Rio. ou ~·
,.,.,_. lo. na forma da mandala - que em
r.rõ:Ntefol sânscrito significa circulo mág1co. Ku·
ja. um espec1alista em tarõ - o dlaetWtado cllo. por sua vez. as coloca na pMiç:ío
mistenoso baralho que. segundo ex em cor. astral. de acordo com as ca!\3~ do zo·
adeptos. faz as pessoas se conhece· \~Ma,
rem melhor e a partir dal terem díaco. Dispor a!> cartas em linhas h(lri·
eo oontrárfo zontais é o método utilizado pela taró·
uma boa idéia do que o futuro dos"IIIO(Mios
lhes reserva. cl4ulcos Ioga paulista Claudine Cardoso. Mãe
Os crentes nos podere!. do taró de três filhos. ela conta que aprendeu
e dos tarólogos formam uma es· para isso mo- a mexer com o tarô aos 7 anos, quan·
pécie em expansão. Mas o jogo é tivos tão rele· do ganhou um baralho da avó.
muito antigo. A própria palavra vantes quanto
tarô, do francês rarot, · viria do ... os dos que op-
tam pela ver· A il1teap;etaçio varia con1
velho Egito. onde o barulho te· ""·· ~ são resumida: G nhHnentu de cada um
ria surgido. significando •·roda"
ou "caminho". A história do
jogo é tão obscura como o no·
- é tudo uma
questão de cre1 Também o número de carta\ que u
me. Sabe·se que em 1392. para ler. cliente tira. o número de rododus c o
Carlos VI. rei da França. en· Naturalmente, tempo gasto na leitura variam. Para
comendou por um bom pre· o jogo de cena no Namur, que se considera hom enten·
ço ao pintor Jacquemin ato da leitura é da dedo r, doze cartas c uma rodada bas·
Gringonneur três pucotes muior importância tam. Jâ os clientes de Kucho devem
de cartas. A primcma de~· - como convém a escolher 28 cartas em quatro rodadas;
crição de um baralho de um ramo do ocultis· na última. se quiserem. podem !ater
tarõ. porém. só aparecc·u mo que tem a pre- perguntas. Claudme mterpreta no mí·
tensão de entender a nimo 44 canas. Mas nenhum dele~
séculos mais tarde. Seu
autor foi o teólogo pro-
testante franc~ c hl'llofla ·
dor Antoine Court de Gébehn ..._..._,___
1 personalidade huma- gasta menos de uma hora na opera·
~ na a partir do acaso ção. Nesse complicado jogo ao; inter·
~ de um sorte1o de car· pretações dos arranjos que a' carta~
(1725-1784). No pnmetro d<h ' tas Namur. por exem- formam variam de acordo com c:<~da
nove volumes de sua obra L~ mon· •
plo. u.~a uma mesa de pessoa e a situação que ela •·h·c em
de primrtif. Gébelin afirma que as dadc de se conhecer o futuro (\-cja an:ano vem do laum urcanu que fora. mas de quem ele finge não tampo preto. "porque as cores das determinado momento. dízcm o.. ta·
cartas do tarô foram extraída~ do quadro). quer dJZCr ~egrcdo, m1~teno. e cadl gostar. Se a carta do imperador sair c-.lrta\ se realçam. pulam e ajudam rõlogos. Por ic;so. se o ermitão (arca·
Lil'ro de Thorh (um deu.\ egípcio) Conta·se também que. anos mais um dele~ representa uma figura s.un- para oma mulher. isso pode signifí· na concentrac;ào" . como diz. Outros no IX) sarr para uma crianç-a. podera
No século XVIII. em plena Revo- tarde. Napoleão tomou.-se assíduo fre· bólica diferente. Por e~emplo. o ar· car que procura imitar o pai tarólogo' preferem rituais mais ela- simbolizar timidez; Já para um ho·
lução France-;a. o JOgo de taró tor· qüentador de Lenormand. Esse pelo cano IV (os praticante~ u~am a nu- Há uma certa carta - o arcano borados. E o caso do uruguaio cujo mern de 50 anos será símbolo de ri·
nou·sc moda nos salões pansienscs c menos sabia lidar à sua maneira com o meração romana). chamado Impera- XIII - que de tão assustadora nem apelido é Kucho e que prefere não queza inrerior.
uma certa Madcmoiselle Lenormand futuro desvendado pela taróloga: dor. simboliza o homem obJetivo, tem o nome impresso: é a figura da re,elar seu verdadeiro nome. Há 22 O enforcado (arcano XII). brinca
era o que é hoJe no Rio o professor quando as previsões o desagradavam. matenulista. organizado. morte. Mas a morte pode não .;er anos no Brasil e desde 1975 no ra· Namur. é o arcano do brasileiro. \Cm·
Namur - lia na~ carl us do tarO o mandava encarcerá-la por uns tempos. O professor Numur ensmu que o tão feia romo a pintam. Segundo mo do tar6. ele usa uma pele de pre com a corda no pescoço. Normal·
destino de gente importante da épo· tipo de homem s1mbolizudo pelo im· uma t'fBnqüilizadora interprctuc;lio, animul amarelada para cobrir a me- mente. os tarólogos não hnncum em
ca. Entre seus cliente~ c~tavam os perador gosta de ser o provedor do essa carta simboliza o renascimento, sa de rrnbulho. numa saleta pouco serviço. certamente para manter a au·
!(deres revolucionários Robespierre c A ;;NNte pode náio.ser tão lar. mas núo se detém para as transformações pelas quais a pes· iluminada. no porlio da cusa onde ra de seriedade em tomo daquilo que
Saint·Just. Diz·se que Mudemoisellc feia como a pintaan entender o que o outro estú soa estâ passando. Tudo depende de mora, no bairro do Pacacmbu. em para os mais desconfiados ntlo pu!ISn
Lenormand previu a morte dos dois do; geralmente é pfio-duro, mas quem lê o tarô e. para complico~ Suo J>nulo. de um jogo - untigo, complexo c so-
na guilhotina - o que talvez núo Boa parte do charme do tarõ, o orgulha de pagur ns contas em ainda mais as coisas, os método\ de Alto, moreno. com os traços herda- fisticado, mas apenRb um jogo. !'ara o
que ajuda a entender sua longcvidn· é também machlio c moralista derl•' leitura mudam de um tarólogo pura do~ do mãe lndiu e do pai espanhol. professor Namur, os fundumentos do
fosse uma proeza. dada a facilidade
com que se cortavam cabeças nu de. está nas próprias 78 cartas que tro de casa; un~1oso c umb1cioso, outro: há quem utilize apenas os 22 Kucho cobra uma quantia simbólica tarô ''são o pensamento mágico. n:io
França daqueles nnos. MM. se ela compõem o baralho. Elas se dividem nha com segurança: go~ta da !\ll(:tfoo arcanos maiores, por achar que isso pura ler o turó (ele diz que trabalha na racional. e a intuição"- seJa lá o que
de fato previu a decapitação. nem em dois grupos: os 22 arcanos maio- dousa (urcano 11). que \imboliu facilita a consulta e a comparação produçüo de comerciais c de cinema). isso signifique. Os tarólogo~ tomam o
com a leitura anterior. quando o JUmm~ lira carta~ para si mesmo e só cuidado de advertir ao~ mai\ dc:slum·
Robespierre nem Samt·J~t puderam res - fundamentais na interpretação mãe e a esposa. mas também
fazer qualquer co•~a pam evitá-la - - c os 56 arcanos menores:.. que 1mperatriz (arcano 111). s!mbolo cliente volta: ouLros preferem U!klf opera com baralhos que tenham atra- brados que o tarô núo \i um JOgo de
e ISSO da o que pensar \obre a utili· complementam os outros. A palavra mulher independ~nte. que todas as canas e certamente dev~m ter ,.e~.tdo o occuno Isso não faz dife· acliviohaç~o do upo bola de cmtal.

66 . . . . 67
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UPER" SIGNIFICA O QUE


HA DE MELHOR!

Aponta caminhos, mas nAo dá solu·


ções. Por isso. quem consultar um ta·
rólogo na esperança de descobrir. o
que vai acontecer no dia seguinte esta·
rá perdendo tempo.
Chegando junto
u A verdadeua inteoçio do taró".
teoriza Namur, ..~ fazer com que as
pessoas se auto-analisem. Já que as
com a tecnologia
canas mostram o que esté ocorrendo
com elas." Ele afirma que "se as pes· de ponta!
soas não souberem mudar sua re lação
com o passado , cuja resultante é o KIT MICROCOMPUTADOR Z ·80
presente, acabam se repetindo; entAo
não adianta mudar de marido, de em· que na primeira vez e m que consultou a mesma forma como o ftZCra a Oecident al Sehools ~. sempre se
prego o u de casa. pois o probloma
permanece o mesmo" . Curioso do ta·
um tarólogo ficou espantado " porq ue
e ntre tantas cartas saíam exata mente Ao que parece. o tarõ e mesmo o
D com o primeiro kit de televi·
são produzido no Brasil, novamen-
preocupou em bem informar a seu~
alu nos, antes mesmo da efetivaçllo
ró, o escritor Caio Fernando Abreu. aque las cuja interpretação tinha a ver C hing - o livro das mutaçlles te a Occidentàl Scbool~ se an- da matrícula. Afinal, num curso por
auta r de Morangos mofados, conta com o que eu estava viveneiando". surgiu na China no perlodo a nterior tecipa no mercado, agora com o lan- correspondência é importante você
d inastia Cho u ( 1150·249 a.C.) - çamento dos · cursos na área do In· saber, antecipadamente, quem silo c
formárica e do revolucionário Kh o que fazem as pessoas que prome-
como meta principul levar as ~::::0~ de Microcom puUidor Z-80. tem êxito e m seus estudos.
refletir sobre o que estilo '
Talvez por isso . u m dos fundadores
Esse futuro que não chega nunca psicun áli5e, o sul~ Carl G ustuv
(1875· 1961). tenha 5e interessado
Kit digital - Além deste mo·
demo equ ipamento, a O ccide n tal
Sendo assim, solicite pcssonlmcncc
maiores informações em nossos cs·
Schools@ possui tam bém um avan- crirórios, por telefone ou, simples·
esde o começo dos tempos. como parecem achar os que acrcdi· tarO, entre outras simbologias.
D brinca Woody Allen. o homem
vive às voltas com algumas dúvidas
tom que a vida é apenas o desenro-
lar de um destino imutável-. en-
co mo for . o fasclnio que os várias
mas de esoterismo exercem sobre
çado Kit de Eletrônica Digillll, ini-
cialmente prcvisro para 50 cxperiên·
gan do a que preço sairiam o repas-
se destas tecnologias e equipamen-
mcnre, utilizando a nossa cuixa pos-
tal com o cupom abaixo. Qualquer
cias. O número de experiências po· tos. O valor d os mesmos, se equi- que seja o meio utilizado, teremos o
insuperáveis: quem sou eu. de onde cào que valia tem conhecer algo pessoas mdepende de sexo. derâ ser ampliado, de acordo com para aos dos modelos similares pro· máximo prazer c:m lhe atender. Con·
vim- e onde será que: vamos JDntnr que não se poderá modificar? Ou. ou atividade. Os homens. na maicm~ a capacidade de assimilação e cria- duztdos em escala comercia.l. Isso, te desde: já conosco!
est:~ noite:. Amda mots do que tsso. se o futuro só fica pronto quando procuram tarólogos para saber de
o que as pessoas querem saber de acontece. como dizem os panidá- nheiro e negócios JA as mulheres
ção de: seu operador. .
sem considerar que ao concluir
... .
curso, ma1s que um usuano, vocc
o..
verdade ~ o que lhes reserva o dia rios da idéia de que são as pessoas. preocupam com o trabalho e as que._., estanl especializado numa ~ que OCC IDENTAL SCHOOLS •
de amanhã. A busca tnsaetável do a cada escolha que fazem. que vão tõn afettvas. A curiosidade que o podeo\, indush·e, lhe proporcionar AJ. Ribeiro da Silva, 700
futuro. velha como o medo e a espe- construindo sua história. então é sempre despenou nos anJStas mar~et~ conslden\vc:lS rendimentOS. Depende 01217 Sio Paulo SP
rança. faz a fehctdade dos tnrólo- possível conhecer algo que se mo- o pintor espanhol e mestre do SUCI!ea; só de: vooé!. Tdd'one: (011 ) 826-2700
gos. j9gadores de bÚZios. qutro- difica sem cessar? lismo Salvador Dali a desenhar
mantes. astrólogos. cartomantes c No fundo, muita gente inrui que bar;.lho. Info rmações d e tal hadas - Pa-
videntes de todas as categorias - não existe saída para esse paradoxo Na literatura. 11 stmbologia ra atingir o grau de credibilidade e EM PORTUGAL
quando se trata de mexer com o - do concrário. basearia cer uma nessas canas foi tema de a tnconteslável liderança no segmen- Rua D . Luis I, 7 - 6•
Krr DtGITAL AVANÇADO to de cursos técnicos especializados, 1200 i
desconhecido. Jamais algum deles bola de cristal desembaçada para frands G c!rard de Nerval
deve ter perdido dinhetro subesti· fazer a quina da Loto toda semana e do norte -americano .S. Es1e e outros kits mais, sio par- r···-· -------··-·----------- ----- --- ------------ ---· - --- ---------·
mando a credulidade olheu1. - e ainda assim freqü«:ota seus vi- ( 1888-1965). E o pmtor serg1pano tes integrantes dos cursos técnico~ •• OCCIDENTAL SCHOOLSto
imensivos. por correspondência, da • CAIXA POSTAL 30.663
O que nem sempre se percebe é dentes de esti mação. E que nesse dicado no Rio Antô nio Maia, ••
que correr atrás do futuro é fazer ato, nesse jogo, a ansiedade diante sempre retratou tema.' ligados à ctelll O cciden t a l S c b ools ', onde teo- 01051 SAO PAULO SP
como o cachorro que dá voltas dos rumos da vida e ncontra algum dice popular, decidiu come morar ria e prática se somam, dando ao
aluno plenas condições de dominar Doso;o receber gratuitamente e sem nenhum compromisso. caul!ogos Ilustrados
atrás do .próprio rabo. Nilo se craw alívio. Se o ocultista procurado não 60 anos e m outubro p róximo eom os circuitos eletrônicos em geral, do cu,.o quo aumalo a seguir.
nem de dizer que é preciso estar for um charlatão. a pessoa poderá exposição de 22 telas , onde cstaJt num c urm es paço d e te mpo.
muit.o aflito ou te r muita boa von- até sair dali com algo de valioso em pi ntados. e m bom tama nho. um a o Eletrônica o Eletrotécnica o Prog11meçio Basic
tade inocente puro ooreditor que o troca do seu tempo e dinheiro. ··se os arcant1s ma io res do tarõ. Assim, por exemplo, no curso de o Áudio e Rádio o Instalações Elétricas o Microprocessadores
futuro pode ser previsto pelo magia um tarólogo lhe diS$er que e la fan- lll• rla l.... IIIICJINiltÍ televisão P&B/Corcs, enquanto o alu· o Eletrônica Digital o Refrigeração e Ar Cond icionado o An61ise de Sistemas
ou pela ciência , ussim o u assado. O tasia muito" . exemplifico o psiquia- no fica famíliari7.ado com o fundo· o Televisi c o Programação Cobol o Software de & se
problema é outro. Se o futuro já tra Antônio Carlos Cesarino. '"cer- namc:nto dos circuitos -técnica~

está pronto e acabodo e m alguma tamente 11 pessoa vai parar para de manutenção e reparos-, tem I' Nome
misteriosa dimensão das coisns. po· pensar nisso. e tudo que ajuda a re- ainda a oportunidade de momar o ••'
dendo portanto ser conhecido por netir é bom." único televisor transistorizado, em •I Endereço
qualquer vidente cinco-estrelas - L.W. forma de kit, produzido no Brasil!
•'
.... ' Batrro
Valor do investim ento - A CS· •••
Ia altura, você deve estar se inda·
• • CEP Cidade Esuclo
COSTUMES

Uma boa porção uando o termômetro marca


30 graus, a sa lvação do brasi-
dos componentes. Em primeiro lugar
vem a cevada. cujos griios devem ser
de cevada, um é uma cerveja gelada- umidificados até que comecem a ger-
w 'a bebida oficial do verão nes- minar ou até o estágio que o mestre
pouco de arroz onde e la começou a ser fabri· cervejeiro determine. Depois, os
cacla apena.~ hã pouco mais de um sé- grãos são secados c deles se obtém o
e milho, água, culo c cuja população, ao contrário da maJte. Se o cervejeiro desejar um
lenda, não faria boa figura num even- maJte claro, a secagem será reita a
lúpulo e tual campeonato m1111dinl de levanta- uma temperatura de 80 graus e entra-
fermento: eis a mento de copos. 0 rasileiro bebe. rá na composição de uma cerveja cla-
em média. 28 litros por ano - algo ra. Mas se o cervejeiro quiser um maJ-
receita básica como I litro a cada 13 dias. Isso nos te para elaborar uma cer.·eja mais es-
deixa num modesto 14.• lugar no rall- cura, os grãos devem ser secados en-
da cerveja. Com king mundial. Os eternos campeões tre 100 e 105 graus.
são os alemães, que entornam 152 li- Para uma cerveja ainda mais escu-
muito orgulho, tros ao ano. E os maiores produtores. ra. exigem-se grãos torrados. Geral-
• • mente, em quase todos os países do
os none-americanos.
os cerveJeiros• O que o Brasil tem que os outros mundo. à exceção da Alemanha. uma
dizem que é não têm é o costume de enxugar qua- pequena pane do malte empregado é
substiruida por cereais como arroz ou
se a metade de toda a sua produção
a bebida mais anual de 3.1 bilhões de licros nos glo- milho. Os grãos são então moídos e
riosos trés meses de verão. Já no He· tranSformados em farinha à qual se
antiga do mundo. misfério None, cerveJa é coisa de be- junta água. também imponante na co-
ber o ano todo. No Brasil. as marcas loração da cerveja. Se for rica em sais
As primeiras são poucas e os tipos basicamente três de cálcio. será ideal para fabricar cer-
- normal. pilsen e escura. A cerveja vejas escuras. Graças aos avanços tec·
notícias de sua preta doce na Alemanha nem é roru· nológicos. é possível tratá-la quimica-
fabricação lada como cerveja. Ali e na Inglater-
ra , por exemplo. a variedade é tão
mente caso se queira fazer com a mes-
ma água uma cerveja clara. Essa mis-
remontam a mais grande que há tipos adequados a cada tura da água com a farinha é aqueci-
estação do ano. embora praticamente da; depois. dela sAo retiradas as cascas
de 6 mil anos os ingredientes não mudem. Na Euro- do malte e dos cereais.
pa, ao que parece, o ditado '' de amar· Adicionam-se então Oores de lú·
ga basta a vida ·• não é levado muito pulo - planta que começou a ser
ao pé da letra porque, no contrário do cuJtivada na Europn no século IX,
Brasil. a preferência é por cervejas mas só sete séculos mais tarde seria
mais amargas. aproveitada pela indústria cervejeira .
Mas. se os ingredientes são sempre Ela inOui no sabor menos ou mais

os mesmos. como é possfvel produzir amargo que se queira dar à cerveja.
tantas variedades. das menos ás mais O resultado do cozimento dessa mis-
amargas. da.s mais claras às mais escu- rura é o mosto, que uma vez filtra-
ras? E tudo uma questão de dosagem do será resfriado para receber o fer-
71
cerveja para enganar a fome. século XVI. Mesmo sem a espuma.
Importante Evidentemente, todas aquelas cer-
vejas pouco tinham a ver com as de ho-·
compreende-se o que levava os mon-
ges alemães a ingeri-la em grandes

parao sabor je. Afinal. na Idade Média, .conse-


guir que a temperatura de coztmento
quantidades na .Quaresma. Afina!.
um litro de cerveJa normal tem bast·
camente 90 por cento de água e de 3
é ol -·---~ dos ingredientes atingisse o ponto
ideal era uma dificuldade. pois uns a 5 por cento de álcool; o restante
são '~taminas. c.,rboidratos. proteí-
graus a mais ou a menos influíam
mento - microrganismos cultiva- decisivamente no sabor da bebtda. nas, aminoácidos e nutrientes como
dos e testados em laboratório. Diz- As cervejas de antigamente n!lo ti- cálcio, potássio. sódio e fósforo.
nham espuma. duda pelo lúpulo, que Também o levedo ou fermento da
se que uma cerveja tem baixa fer-
só começou a ser usado por volta do cerveja comém vitaminas B e sais
mentação quando ao fim do !?roce:
so o fermento é decantado. 1sto e,
separ~-se d? liquido; 911ando ele ~
depostta actma do bqutdo. a cerveJa
será de alta fermentação. caso de
..... ""·
algumas cervejas escuras, como a
celebrada stOtlt inglesa.
É nesse processo que os açúcares Depois de passar pela filtração
que compõem o mosto se transfor- o mosto é resfriado...
mam parcialmente em álcool e gás ...e bombeado para os tanques
carbônico; só então a bebida passa a de fermentação
ser chamada de cerveja. A palavra
vem do latim cervisia ou cerevisia e
foi empregada pelo escritor romano - minerais. Isso tudo se traduz em 450
calorias por litro. algo como duas xC-
Plínio, o Velho (22-79 a.C.). a utor da Lim~o e sa l na borda do copo 5) Verdadeiro. O sol é o maior ini- caras e meia de leite integral ou
primeira documentaç~~ escrit.a sob~e
a bebida. Mas há nottctas multo mrus
9 ou da lati nha melhoram o gosto
da cerveja.
migo da cerveja; portanto. q11anto
mais longe dele melhor. Prova disso
pouco mais de 120 gramas de queijo
suíço. Não exatamente uma refeiçào,
antigas sobre ela - e ~~. resid~ o O Verdadeiro s;1o os cascos. sempre escuros. pam mas sem dúvida de grande valia para
grande orgulho dos cerveJerros: diZer ~ Falso protege r a bebida. aplacar a fome. As propriedades nu-
que a cerveja - e não o vinho - é a trientes da cerveja são inegáveis.
bebida mais antiga do mundo. Eles se Na hora de fes teJar, é bom saber o que se bebe As garrafas devem ser guarda- 6) Falso. Só se deve segurá-la as- Além do mais , é uma bebida geral-
apóiam na descoberta de que, há
quase sete mil anos. os sumérios, um
10 das sempre deitadas. sim. Do contrário. o contato da mente de médio teor alcoólico. o

povo que habitou a Mesopotâmia,


hoje território do Iraque. tinham em
\bcê entende de cerveja? O Verdadeiro
li} Falso
mão com a garrafa altera a tempe·
mtura da cerveja.
que permite às pessoas ingerir quan·
tidades mais generosas - ao contrá·
rio do que acontece com as bebidas
suas oficinas caldeiras e cubas de ma- Cerveja gostosa é aquela que se destiladas como o uísque ou a vodca.
ceração, além de barris para trans-
Os segredos
11ma cen,eja começam
sabtr saborear
ptlrn
4 serve com o mínimo possível de
1w I!Scollla da
colarinho.
Respostas 7) Falso . Na verdade , os copos de·
vem ser de vidro bem fino o u se pos-
O teor alcoólico, determinado pe-
portar líquidos. marca - ao gosto de cada um -. pas· la quantidade de matéria-prima em-
sam pela maneira de levar as ga,.rafas O Verdadeiro l) Falso. A cerveja apenaç fornece sível de cristal, porque mantêm por pregada na fabricação de cada tipo
pura casa e termilllun 110 ato dt encher "@D Falso ao organismo um pouco mais de mais tempo o aroma c a esp11ma. de cerveja, é classificado de aco.rdo
A cerveja de antigamente proteína e hidratos de carbono.
o copo. Veja aqui se voei t/111!1/de de com a porcentagem de álcool pre-
não tinha espuma cerveja. Cada ri!Sposta cerw vale um As cervejas que não forem para
ponto. De O a 3 /JOntOs: qul!m sabe 5das em lugares
a geladeira devem sçrconserva·
escuro~ c ven tilados.
Z) Verdadeiro. Quanto mais se cha-
CQalha a garrafa. mais depressa ret~ge
8) Falso. Afinal. quem foi que dis·
se que só se come queijo com vi-
sente em cada um deles. As cerve-
jas normais e a pilsen têm teor al-
coólico médio (de 3.6 a 4.5 por cen-
Fabricavam uma bebida feitâ de você emende ele água mineral: ele 4 a nho? Quem não gosta de queijo
trigo e de um cer~al cha"'!ado .emer. 7: continue f/O bom caminho: de 8 a 4fil Verdadeiro o oxigênio. que tica entre o liquido e pode optar por azeitonas ou frios. to) , enquanto as escuras apresentam
Também os faraos eglpctos unham 10: voei ndo tem nada 11 nos I!IISÍiwr? O Falso a tampa. oxidando os compostos da embora a cerveja não seja exata- alto teor alcoólico (de 6 a 7 por
por hábito saborear em vasilhas de cerveja e alterando seu sabor. mente uma bebida que exija estô· cento). As de baixo teor alcoólico
barro uma bebida escura. feita com Cerveja preta doce é ótima pa- Nunca se deve segurar uma cer- mago bem forrado. (2,5 por cenro) são as chamadas
fragmentos de pão ferment~dos .em 1 ra mulheres que estão tlntam.en- 6 veJa pelo gargalo.
O Verdadeiro 3) Fal$o. A temperatllrB ideal para light. Como tudo na vida, a escolha
recipientes de água por vá~10~ dtas. tando, porqut: aumenta o lo:ite. tomar uma cerveja não deve ser ?) Fal$o. Você tem que escolher. Ou da marca e do tipo de cerveja é
Os judeus, duran~e .seu cauve!ro. no O Verdadeiro li] Falso inferior a 4 graus. Abaixo disso. o gosta do gosto da cerveja ou então uma questão de gosto. Mas o apura-
Egito. teriam asstmtl~do .as tecntc~s 'iEJ Falso . -' frio tira a sensibilidade das papilas bebe por obrigação e faz uma lllistura do paladar dos entendidos aconselha
Os rnelhofC;S rec1ptentes • para
de fabricação da bebtda 3 qual am-
buíam poderes medicinais. e~rre os Não se deve nunca agitar urna 7 beber cerveJa o u chope sao as
da língua e voccl não sente quase com aparência de cerveja e gosto de que um bom bebedor deve ter como
preocupação primeira tomar uma
quais proteger contra a tem1da _le-
pra. Mas serão os monges alemaes
2 garrafa de cerveja.
li] Verdadeiro
canecas de vidro.
O Verdadeiro
mais nada. limão. Quem sabe uma caipirinha
não resolve o seu dilema? cerveja de boa qualidade e não ape-
nas um liquido ligeiramente alcoóli-
do século IX os primeiros responsá- O Falso S Falso 4) Fal$o. Tudo é questão de prefe- co e gasoso, "estupidamente gela·
veis pela fabricação .de ce~eja ~m rência. mas para os entendidos ter 10) Falso. Com a garrafa em pé, a do". só para matar a sede. •
Quanto mai~ gelada. mms snbo· Comer queijo com cerveja faz mar cerveja Sém colarinho é here- pequenina parte de oxigênio que fi·
larga escala. O monvo fo1 estnta·
mente religioso: é que durante a 3 rosa a cerveJa. 8
O
maL sia. Eles sabem o que dizem: é na
espuma que est{l o aroma e é ela
cano gargalo vai demorar mais para
reagir. Portanto. o subor permane- Para saber mais
Quaresma nos monastérios medievais O Verdadeiro Verdadeiro
só se podia comer uma vez por dia. 181 Falso m Falso que evita a rápida liberação do gás. cer(\ inalterado por mais tempo. A ""rv•f• e seus mlstlrlos. Antdtl/o Hoc.lslss.
Salamandra Consul!Oria Editorial. Rio de ./aMifo,
Como a abstinência não se estendes- 1986
se aos líquidos. os monges tomavam
SUIIIIl 73
72SUPR
de energia, como em escala incom- têm três a quano vezes mais energia água. Para isso, usa-se um processo
paravelmente menor acontece nas. do que os outros, em cujas fórmulas, denominado eletrólise por. seu inven-
chamadas bombas H, ou de hidrogê- aliás, está presente. O petróleo, por tor, o físico inglês Michael Faraday
nio, que integram os arsenais nu- exemplo, é formado principalmente ( 1791-1867). Consiste em separar os
cleares das grandes potências (veja por hidrocarbonetos - coQlpostos . elementos de uma substânciafazendo
quadro). químicos de carbono e hidrogênio. O circular eletricidade por ela. Por
O hidrogênio é o elemento mais gasogênio. usado nos automóveis du- mais que se use água para fazer hi-
com um do Universo, embora só exis- rante a Segunda Gl.lerra Mundial, é drogênio. a fonte não vai secar: no
compensando desta forma o custo rt3 associado a out ras substâncias. É uma mistura de hidrogênio e monó- processo de combustão. o hidrogênio
ainda muito alto do hidrogênio. tamtiém o mais simples e leve - seu xido de carbono, cuja fonte é o car- volta a se combinar com ç oxigênio,
Além do desafio de obter hidrogê- átomo tem apenas um próton e um vão, aliás também formado de hidro- fazendo água de novo. E por isso
nio em grande quantidade a baixo elétron. Isso significa que é catorze carbonetos: q·ue, em vez de fumaça malcheirosa,
custo, é preciso saber armazená-lo vezes mais teve que o ar. Está pre- o escapamento dos automóveis a hi-
para evitar explosões - como a que sente de maneira discreta na água e drogênio só vai liberar o inofensivo
na maioria dos compostos orgânicos.
Para -os ecologistas, é vapor de água. Para os ecologistas, é
destruiu no ar em 1937 o dirigível
alemão Hindenburg, acabando com entre os quais o petróleo e o carvão, o sonbo dos sonhos o sonho dos sonhos: no mundo mo-
as esperanças daqueles que viam no e também nos animais e vegetais. vido a hidrogênio, não haverá polui-
balão de hidrogênio uma forma efi- A explosão do Hindenburg tirou do O hidrogênio é considerado um Mas o hidrogênio pode ser obtido ção do ar provocada pelo monóxido
ciente de transporte. Hoje, os balões ar o sonho dos grandes dirlgfvels combustível " quente'' ; de fato , ooo- de uma fonte limpa. ou seja, da de carbono.
são usados práticamente apenas em A tragédi a do Chal/enger mostra
meteorologia. sempre que possível a lncrfvel rapidez da combustão
movidos a hélio
- um gás raro.
ffi$\S infinitamente B IS
menos inflamável. ·• prqcesso da fusão nuclear - do libera uma quantidade fantástica de uma bomba de fissão. O recorde de
Pa ra se ter uma U qual nascem as estrelas- ainda energia. 'A primeira bomba soviéti- temperatura até agora foram os 200
idéia da veloe.ida- não foi c-o;molado pelo homem. O ca. por exemplo. alcançou uma po· milhões de graus centígrados obtidos
de com que o hi- que se domina é a fissão nuclear (de- têl)cia de 60 megatoos. o equivalen- no ano passado na Laboratório de Fí-
drogênio pega fo- sintegração de átomos de urânio). te a duas mil bombas de Hirox.ima. sica do Plasma dll Universidade de
go, basta recordar usada nas bombas atômicas e nos Com toda essa força. o hid[Qgenio Prinreton. nos Estados Unidos . . Os
as imagens da ex- reatores para a produção de energia teria 11\.esmo de servir como combus- norte-americanos usaram um equipa•
plosão do ônibus elétrica. Mas. em 1.• de no- menta de grandes dimensões
espacial Cballen- vembro de l 952. uma ilhota - o reator de teste de fusão
ger, el)l janeiro de perdida no meio do Pacifico Tokamak. destinado ao confi-
1986. serviu de cenário para a ex- namento do plasma. Esse é o
0 ChaUenger plosão da primeira bomba quarto estado da matéria -
carregava 1,8 mi- termonuclear. também cha· uma mistura de elétrons livres
lhão de litros de SI mada bomba de hidrogênio e núcleos dos átomos, que
oxigênio- hidrogê- .... ou bomba H. porque partiu constitui um pré-requisito es-
nio líquidos e bas- 12~ da fusão dos átomos desse sencial à fusão nuclear.
tou o escapamento ~ elemenro. A explosão fez par- 'Prevê-se que a temperatura
desse combustível, te do programa militar de necessária à fusão só será al·
provocado por Ambulãnciall hidrogl!n/o: combustrvel limpo Carros a gasolina: poluição no ar
conttole da energia do átomo. cançada no século XXI. Quan·
uma junta solta iniciado nos Estados Unidos do i~o ocorrer. os reator~ se
do propulsor, para causar o desastre poços ou minas, como o petróleo ou sodutos a energia de setts rios para duranre a Segunda GueFra tornatão uma fonte segura de
7.5 segundos depois do lançamen to. o carvão" . Na verdade., para fazer o os grandes centros de consumo. Só Mundial. energia. Pois. ao contrário dos
Mesmo assim, os responsáveis pelos hidrogênio - que não existe em es- depois- quando o custo dos out~os Os norte-americanos não reatores de fissão que conso-
programas espaciais continuam arma- tado puro na natureza - é nec-essá- combustíveis a càmin ho do esgota· ficaram sós por muito tempo: mem urânio 2J5, os de fusão
zenando o hidrogêniQ das naves no rio gastar mais· energia do quê será menío se tornar proibitivo - o hi· ·a União Soviética explodiu gastarão hidr.ogénie, que não
estado líquido, pois dessa forma ele obtida. Por isso, ele só será usado drogênio poderá ser empregado das sua primeira bomba em l%L. tem radiatividade. A fusão
tem muito mais energia por un idade em grande escala q uando suas quali- mais diversas mane iras, em ferro- a China em 1967 e a França também produz muito mais
de volume do que como gás compri- dades sobrepujarem essa limi tação. vias, aeroportos. hospitais, indústrias em 1968. Desde então, a pro· energia que a fissão. O físico
mido. apesar de exigir uma tempera- e casas, além, é claro, de fazer ro· liferação nuclear tornou-se a lvan da Cunha NascímentQ.
tura de 250 graus negativos. Jã no O novo combustível poderá dar automóveis. maior ameaça já conhecida à coordenador do grupo que ins-
caso dos automóveis, os testes· indi- Mas, se para o .homem o hidrogê- vida na Terra. A energia éle Reator de fusão: o problema é a temperatura talou um pequeno Tokamak
cam a vantagem dos cilindros metáli- ser armazenado em usinas
nio ainda é uma promessa, no Uni- fusão é liberada quando O$ na Universidade de São Paulo.
cos, onde o hidrogên'ío gasoso pene- verso ele é uma antiqüíssima reali· núcleos de dois isótopos do hidrogê- tívcl para reatores nucleares. O pro- dá um exemplo: "Com 1 grama de
tra de forma tão. concentrada que o A princípio, suge re Peres da Silva, dade. Há bilhôes de anos,, as estre· nio - deutério e trítio - se aque- blema é cooseguir a témperatura ne- deutério. um reator de fusão libera
volume por un idade é quase igual ao a eletricidade inevitavelmente des- las se formam medi\lnt_e reações nu· cem. colidem entre si a uma veloci- cessárià à fusão dos núcleos de deu- 100 mil quilowatts-hora de energia.
do hidrogênio líquido. perdiçada pelas usinas poderá ser cleares que o.correm no interior de • dade altíssima e acabam se combi- tério - 300 milhões de graus centí- Para produzir a mesma energia. uma
Como explica o físico Ennio Peres usada par;~ produíir e armazenar hi- nuvens ·superdensas de matérias a nando para formar um li tomo de hé- grados duran"e lO segundos. A usina como Angra 2 precisaria quei-
da Silva, chefe do Laboratório de ·drogênio. Isso permitirá, por exem- temperaturas de até .10 milhões de lio mais pesado. O proce.sso. como bomba H. para exp)odir. depende mar utna quantidade de urânio cinco
Hidrogênio da Unicamp, o combustí- plo, aproveitar o vasto potencial hi- graus. Es.~as reações transformam o se percebe na explosão da oomba H. do ealçr gerado pela explosàõ de vezes maior...
vel do futuro é' caro "justamente drelétrico de regiões como a Amazô· hidrogên io das nuvens em hélio, li-
porque não pode ser encontrado em nia. ao se transportar atràvés de ga- berando quantidades extravagantes,
76SUPIR SUPER 77
J dona de casa pode não sabe r. h1drogemo ~ a transformação de hídrogemo é oblldo do pelróleo
11 mas ao comprar marganna. óleos \iegetaiS em gorduras. O por mc1o do craqueamenlo. um
xampu. Sàbdo ou deu:rgcnre csu! óleo de coco. por exemplo. na proce~ de "luebro de rnolcculas
conrribuando paro a prÇlduçfío de presença do hidrogênio lrallsfor- de hidrocarbonetos com o auxtllo
hidrogeniQ. É que esse gás 1em a ma-sc em gordu ra e glicerina. Es- de c<Jial ~•dores - <!m geral ÓXI-
propricdnde peculiar de se combi- Sà gordura será utilizada depois dos de ferro. As refinarias u'Uim
nar com quase lodo~ os eleme mos na fnbricac;f10 de margarina o hid rogê nio para 1irnr enxofre do
- da água ao amonlaco. passan- pc1rólco bru lo. Quando combina-
do pelo carbono. com o qual for- A partir do petróleo, o do com o enxofre. o hidrogemo
ma açúcares. h1dra1os de carbono produto tem nM!nos pureza se lmnsforrna em gtls sulffdrico.
c h1drocarbonc1os. como o pel ró- rt.-sponsável pelo mau che1ro d:1~
lco. Ele ~crvc pa ra separar ou Em reações que requerem gran- refina nas.
purificar ma1enais na andús1ría de\ quanudades de hidrogcnio Mas ~ua aplicação ma1s 1mpor-
qufm1ca. na de ahmen1os. remé- com um nlvel de pureza menor. a 1an1e do pon1o de v1s1a econômi-
dios. aços. re~ana.s. explosivos cu;. mdú~lria recorre ao pe1róleo. O co e em que se esgolilm NO por
O h1drogênio puro. cento do produ10 rc11m·
obudo por proce<;sos ele- do do pclró leo .: nn 1n-
lrohliéo~. ou SCJil. pela du~1na de tenihzantes
circula~ão de elelricidnde Sem h1drogcnio não ha-
nn ógua . cn1ra na produ- . veria agricullura com
ção de gordurns c ~l ­ a mplo supone de lecno-
coais. que são n mnlérir~· logiu nvançada como se
prima de snbõcs. delcr- conhece hoje: elo: é o
gcmes. cosméucos. além re~ponstlvel pela produ·
dos ~olvcnrcs usados na c;üo de amônia . da "luaI
indúslria ICXIil. Ou1r<1 é rc lirado o ni1rogênio
aplicac;üo anduswal do dos fenilizantes.

lnfelizmen1e. o h1drogcmo b~uvel. Qualquer que ~)3


produzido por elelrólise re- a forma de produzir hidro-
presenla apenas uma gola gênio. o mundo tem pressa
de água peno das necessidades ener· professor José Robeno Moreira. da de 1ornâ-lo econômico. E o u:mpo
gélicas mundiaiS. Só paro subs1huir USP. um cmusiasta da biomassa - conta: calcula-se que um combu\11\CI
-10 por cemo do pe1rólco consumido energia obtida a panir de vege1a1s. precisa de pelo menos se1enta anos
no Brasil seria prec1so o cquivaleme como o ;llcool e1aool hidrarado da para partic1par da mc1ade do meren-
a 1rês hidrelélnca~ de llaipu ou mais cana - . 1em grandes esperanças de do .:nergé1ico mundial.
de I bilhúo de quílow:ms-hora de que o proje1o de Corumba1aí seja Sermm nccess:1rios 25 lrilhÕ<lS de
cnerg1a por dia paro produzir hidro- aprovado para a produção em grnn- lnCir~ CÚbiCO$ de hidrOJ.!êOIO SÓ pa·
gênio. Como o pais não dispõe de de escala. ra fornecer a energia equi'Valcnre ao
!amanha f:mura de cle1ricidade. 80 con<umo de gás na1ural nos Est~
por cen1o da produção nacional de O desafio é promrzir muito Umdos. na década p:~ssnda - cn-
300 m1l 1oneladas anua1s de hidrogê· quanlo 1oda a produção mundial de
nio vêm de denvados do pelrólco. e de maneira eeonõmica hidrogcnío se hmua a 2 mlhóes de
principalmenle propano - o gás de melros cúb1CO!- anuais. Como se 'e.
co21nha - e nafla. O rcs1o é hidro- Pró~imo a SIUngan. Alemanha h:í mui1o chão pela freme a1é o hi·
gemo ele1 rolhico, fornecido para in- Ocidenlal. es1â sendo construido o drogêmo 1ornar-se um combu~lhd
dúslrms de olimcn1ac;~o. farrnaceuli- Cen1ro Expcrimenlnl de Aeronâu1ica compc1i1ivo. Mas não h6 remédio
cas ou qufmicos, que requerem um c Aslront\u líca. onde células sola res l:io efícuz pam salv;tr o mundo de
produ10 mois puro (veJa quadro). 1ronsformam " luz do Sol .:m :ué HXI uma cnse de cnergi;1 - ou dn po·
A cle1ricidndc - ob1ida seja de quilowans de potência para alimen- luiç;io. •
que maneira for - é a maneirn mais wr as unidades de clcrrólise. Nlarlha San Juan Frant; •
imclígeme de conseguir hidrogc nio. O processo não é nem um pouco
Uma possibilid<~de vem sendo expe ri- econômico. mas rem a vamagem de
menlada com ~uccsso em Corumba- depender da maior fonte de energia . Para saber mais
lal. no m1crior de S{Jo Paulo. t\li a que exisrc - o Sol. A quamidade de O 111/utO ~dO mundO. .MM L -
Cesp produz I m1l melros cubicos de energu1 solar que atinge a superfície mond. - . . , MW: • ~ MIIU{JIIII, l'Mw
hidrogênio por hora pela gaseificação da Terra em dez dias é equivalente a c--. Ro<N.-v. IITS
~ 110 8r.u.ll. J<M ~ ' - ,.,.
da madeira. uma fonte de energia 1udo o que o planeia 1cm em mal~­ -·~Ro<N~lf'IP
renovada pela a~ào do homem. O ria de rese~ conhecidas de com-
78 SUPB

COMPORTAMENTO

MUNDO DE

De um tecido rústico para cobrir


barracas, surgiu a roupa mais
universal já inventada pelo homem.
Adotadas pela juventude, as
calças jeans tornaram-se símbolo
de uma nova maneira de viver

ano é 1853. Começam as hostilidades en-


tre o Império Otomano e a Rússia. que
desembocarão na guerra da Criméin.
Giuseppe Verdi compõe os acorde.~ finais
da ópera La Traviata. Uma nova Constituição é
promulgada na Argentina. A seringa hipodérmica
para injeção subcutânea acaba de ser usada pelo
médico escocês Alexander Wood. No Brasil, o
marquês de Paraná organiza o Ministério da Con·
ciliação. o Paraná separa-se de São Paulo e o ba·
rão de Mauá supervisiona os estudos parn a pri-
meira estrada de ferro. Nos Estados Unidos. ca·
rnvaoas cruzam sem cessar os terrilórios indige-
nas. em direção ao Oeste, onde fervilham as .cs·
cavaçõ~ de minas e os sonhos de riqueza. E a
corrida do ouro.
Só naquele ano. a sedução do ouro despeja 33
míl pessoas na cidade de São Francisco. na Cali·
fórnia. aumentando a população para 78 mil ha·
bitantcs. Há ouro. mas falr.a quase tudo. As
mercadorias vindas do Leste custam até cinco vc·
zcs mais caro. No meio desse tumulto. chega à
cidade um judeu alemão de 24 anos cham(ldO
Claudc Lcvi-Strauss. que desembarcara nindu
cri!mça na América para trabalhar com um cu·
nhado. O camelô Levi·Strauss traz mercadorias
que no Oeste são gêneros de primeira nccessida·
de - toldos para carroças e um tecido rústico
para cobrir barracas.
Um mineiro. os bolsos cheios de pepitas. aproxi·
ma-se do vendedor: ..0 que você tem aí?'. Ao ver

80 SUPIR SUPIIt 8;1


norte-americanas - em

Passa a idéia da tcstação que sacudiam as universida·


des nos a nos 60.
" O jeans é uma roupa-memória.
fio cor de laranja para
combinar com a cor de co-
bre das tachas. Depois de
igualdade Ele carrega abenameme a sua história
e se deixa envelhecer", teoriza o so-
ciólogo francês Daniel Friedmann.
dezoi to anos de bons e
leais serviços. em 1890 ex-
pirou a pateme para a fa-
sem que publicou recentemente Une h iStOI ·
re du blue-jeaJIS (veja quadro). Mas
bricação da calça modelo
SOl - o número do pri·
hoje em dia -não se pode associar o meiro lote de tecido im·
os anigos, faz uma careta: " Não é dis· jeans a um código único. A liberdade ponado por Levt·Strauss
so que preciso. Quero calças para o de combinações em torno dele é tanta - e os concorrentes to-
trabalho. Nenhuma delas resiste. É que se transformou em elemento-base maram de assalto o mer·
im possível e ncontrar uma que dure•·. para uma série de estilos. Assim. é cado. Mas. a essa altura.
Levi-Strauss não se abala. Põe o te- usado por tipos tão diferentes como o a pane do leão dos lu·
cido destinado às barracas debaixo Compondo • "-tu. ...e • m/1/tMicla de
jovem surfista gênero Kadu Mo liter- uxy de Msrllyn... J•M Fond• cros da companhia já
do braço e vai com o mineiro até no , o inte lectual que freqüenta festi- nem vtnha do Jeans. em·
um alfaiate. Pouco depois. seu fre- vais de cinema e o yuppi~ que admi· cavalos às mantas. O sucesso foi bora ele conu nuasse a ser fabricado.
gués sai de lá com calças novas. Diz nistra empresas. enorme. Com medo de M:r passado Foi a crise econ6m1ca de 1929. nos
a lenda que. à no ite. devidamente para trás por algum imi tador. ele pro- Estados Unidos. que transformou a
embriagado, o mineiro gabava-se O primeiro lote de te ciclo curou Le\I·Strauss e. juntos. paten· 501 e m imi tação de calça de trabalho:
nos bares de ter as calças mais re- tinhll o rúnero 501 tcaram a 10venção. com a crise. que derrubou os preços
sistentes do Oeste. Acabava de nas- A união de Lcvi-Strauss e Jacob do boi. os grandes fazendeiros do
cer algo ai nda melhor - o jeans. No princípio, o jeans não era azul , Davis não poderia ser mais bem-suce- Oeste abriram suas propnedades ao
ou. si mplesmente, o mais universal mas d e uma cor entre o bege e o mar· dida. No final de 1873. eles haviam turismo e os ricos americanos do Les·
tipo de roupa já. inve ntado pelo ho· rom-claro, pois essa era a cor da fa· produzido I 800 dúzias de peças. No te embarcaram nessa nova onda de
mem, sfmbolo e companhia de mo - zenda original. fabricada na cidade ano seguinte. 5 1!75 dllzias. Nessa êpo· lazer. As butiques chiques de Nova
vimentos que transformaram os cos- italia na de Gênova. O próprio nome ca. o jeans Levi-Strauss jl\ tinh;t as York passaram o e ncomendar a 501.
tumes e o modo de pensar de mi- jeans, por si nal, vem de Gênova, com costuras duplos c os dois arcos pes· E supleme ntos de moda e nsinavam os
lhões de pessoas neste século. as devtdas adaptações e e rros de pro· pontados nos bolsos de trás - que re· turistas a "levar roupas velhas ou
Fe ito originalmente para durar, o núncia. Mas isso durou pouco. Logo, No t~~mpo dos carros de boi ... ...era pau para toda obra prcscntavam as rnontunhas Rochosas comprar um par de macncões Levi's".
jeans supona até hoje um in·
terrninável envelhecimento.
Nos seus 135 anos de histó-
ria. já foi moda. resistiu à ventor do Jean,. Da1 para o
erosão própria à moda, pare-
ceu ter morrido e continua
Jeans JCUn$ propriamente ditO r01
um pn~~o. " Oc\CObn que
aí. movimenta ndo uma in-
dústria que costura bilhões
também é n10guém havm peMJUI..Udo a
fundo ~u ~li!Dificado na cul·
de dólares pelo mundo afora, tum contemporânea". diz o
ignorando fronteiras geográ- soctólogo. .. Achei que: esse
ficas, regimes poUticos, dife- O sociólogo f rances Damcl era um aspecto cultural de
renças de classe, sexo, idade Friedmann teve seu pnmctro nossa htMórm que merecia
e religião. Desde que o ho· encontro com uma calc;a ser estudado...
mem passou a se vestir não jeans aos 13 an~ de tdade Ao mc~mo tempo. ele 10·
só para proteger o corpo, "Eu era escotcno c rc-.oln 1r teressou a Editora Ramsay
mas também para exibir sua 115 reumões usando Jean~. em em publicar um liHO a res--
posição social. jamais houve , ·ez de bôtar o umlorme . peito do aS!.unto. Lançado
roupa capaz de passar uma lembra ele. "Isso de: certa recentemente. o produto do
mensagem tão bem-acabada maneira me valonzava, me tomava ICOS CICnll~liiS SOCIIll~. ele se dedica seu trabalho - Uma hi.Jló"o ão
de igualdade. diferente dos outros... De lá para a estudar o componamento na so- blue-jearu - já vendeu 6 mil
Nesse tempo , o jeans tor- cá. Friedmann não largou ma1~ ,uas Ciedade atual. Em fin~ de 1981. h::- exemplares na França Embom te·
nou-se uma fo rma de expres- Ncn •no• 60, Brando U SII jeans ...Jsmes DHn quem .../'IHI$1710 com Rlllllbo
ve a 1dé1a de e!>(:fever um hvro so- nha escnto 380 páginas. Friedmann
calças velhas. azullt c desbotada,. E
são - linguagenrinrimamen- 11m O Selvagem, , . . foi ... criou o tipo que ... tem algo em comum
com elas que. aos -12 ano~. passem bre o blue·Jeans. Na época. ele se acha que ficou fultondo falar da~
te identificada com a cultura por Paris em companhia da mulher encontrava nu ütlifórma fazendo vinudes mágtcas e ternpéuucas
popular moderna. Depois de conquis- Levi-Strauss adotou um tecido ainda acaso. Em 1870, o alfaiate Jacob Da· e dos dois filhos ou at ruves.\11 o~ uma pcsqut~a subrc a moda das atribuidas ao 1ndigo - n tinta usa·
tar o Oeste no ne-arnerica no e estabe· mais resistente e mais flexíve l que o vis, judeu nascido na Letônia. traba· compridos corredores que o lev11m novas técnicos de psicoterapin. co· da para tingir o jcan~ - pelas anu·
tecer-se nos lavouras e fábricas , foi ita li ano para costurar calças comprí· lhava peno de São Francisco , fabri· até a sala de trabalho. no Instituto mo a biocncrgia c u gcstultcrapia. gas civi lizaçõ~:~ que o utilintram.
adotado pelos beam iks, os chamados das. Era uma espécie de estopa bem cando mantas para cavalos e tendas de Pesquisas e Estudo• da~ Soc•cda· que pipocavam por toda u costa Ele acredita que d cor Ulul da~ cal·
rebeldes sem causa dos anos 50 - en· trançada, de algodão, fabricada na ci· para barracas. Freqüentemente, ouvin des Contemporãncas. órgilo hgado Oeste dos Estudo~ Umdos. 1-'ried· ças jeans lo1 um lntor dccistvo para
carnados no cinema por James Dean e dade francesa de Nimes - daí dením. os fregueses reclamare m de que os ao Centro Nactonal de Pesqut~a~ mann se IOtcre~>sou. tambcm. pela seu sucesso: "Século<> untes do
Marlo n Brando - e esteve. sucessiva- Essa fazenda e ra tingida com lndigo, bolsos d e seus macacões não resistiam Cientificas (CNRS) do governo ht~tória do 1udmsmo no Oeste nor· jeans. já havia tendêncm ao azul
mente, com os hipples que pregavam uma tinta vegetal azul conhecida sécu· ao peso das coisas que carregavam h· francês. 1e-amencano - c f01 ai que topou no vestuáno. suplantando o verme·
a paz e faziam o amor ao ar livre: nas los antes de Cristo. so lhe deu a idéia de prende r os boi· Ali. em me to n dezena' de ou- com a figura de Levt·Stmuss. o 10· lho. ma1~ usado antcnnrmente".
marchas de pro testo contra a guerra O uso das tachinhas de cobre nos sos com a mesma tacha de cobre que
do Vietnã e nos movimentos de con· bolsos também foi resultado de um usava para prender as correias dos
82 1UPIF 83
vitais para nós quanto os dos operá· frente, imitando a Lee. que os subs-

Um truque de rios que fabricam .muní~s de guer-


ra". escreveu. numa carta dirigida
tituíra pelo zípe r. As tachas de co-
bre maciço são trocadas por outras,

publicidade a Leví-Strauss. o contra-almirante


W.B. Young, chefe da Intendência
da Annada.
apenas folheadas de cobre.
A desmobilização dos soldados
aumenta a clientela do Jeans. Ela
lança a moda O jeans invadiu a Europa no dia
seguinte , por assim dizer, ao da vi-
tória dos Aliados. na primavera de
irá crescer vertiginosamente na déca-
da seguinte. acompanhando o salto
no aumento da população norte-
Mas o jeans ainda não esta,•a na 1945. As primeiras IOJOS que ven- americana, e m conseqüência do pe-
moda - cro usado para temporadas diam excedentes umericanos de ríodo de prosperidade que se seguiu
no campo. portanto numa situação es· guerra foram abertas, mns 11 oferta ao fim da guerra. Mas nada nem
pecíol. Foi em maio de 1935 que um de calças não ero suficiente para ninguém fez o jeans torn ar-se o que
lance do depart amento de publicidade atender à demanda. Assim , junto é como o ator Jamcs Dean . No cé-
da Levi·Strauss fez do jeans a roupa com as recém-inventadas meias de lebre filme Juvtmtudr transviada. ele -
típica de um folclore. o símbolo de náilon para mulheres e os cigarros vestia Leví's e representava um per-
uma moda. Num anúncio publicado • Lucky Strike, Carne! e Chesterfíeld. sonagem slmbolo dos JOVens da pe-
na rcvastu Vogue - uma das mais ele·
gantes dos Estados Unidos já naquela
época - . duas damas do Leste pas· 1 o jeans passou a ser um dos artigos
mais procurados no florescente mer-
cado negro que se estabeleceu na
riferia das grandes cidades. que le-
vavam uma vida desesperadamente
monótona em meao ao conforto ma·
seia m num runcho vestidas com calça
Le,i's, Sobre o desenho. lê-se: "0
chique do Oeste foi inventado pelos
cowboys. c se você esq uecer esre prin·
Revoluçlo nos costumes: o feans vai à opera... ...e particfpa das...
1 devastada Europa do pós-guerra.
Enquanto isso. nos Estados Unidos,
a Levfs acaba com os botões da
terial e ao vazio social e afetivo_ A
morte de James Dean. em 1955 .
num desastre de carro. transfonnoa-
o numa trágica figura romântica.
cipao estnrá perdida".
O un(ancío conquistou fregueses c
despertou ainda mais· a concorrên· Exibe grifte• e modeloa
cia. No ano seguinte. pela primciru No pats da"calça Lee" para todoa o• goato•
vez em toda ;a história do vestuário.
a marca da confecção aparece no la- Jeans no Brasil é coisa sêna: 6X 'ii' cía de hoje como consumadore~ e
A partir de então. c durante qua-
do externo da roupa - em vez de de todo o vestuário fabricado no fa7edores de modas. O jean~ tend se vinte anos. os palavras jt!atJS, jo-
ser costuruda, discretamente. no in- paf~. Cerca de 100 milhões de peç<t~ que e~per.ar vem e coiiii!Staçao não mais se sepa-
tenor. Para daferenciar-se dos com· são ~endadas por ano. o que toma o Em 1956. a posse de J uscehno rariam. O começo da d~cada de 80.
petídores. a Le ví's resolveu costurur Brasa! o seg.undo maior mercado de Kubatschek na presidénC1a e \Uól no entanto. deu a impressão de
no bolso trase1ro sua célebre etique- Jean~ do mundo- os EstadOl> Uni· prome~ de fazer cínquenta ~nO\
anunciar a morte do jeans. Em
ta 'ennelha. As vésperas da Segun· dos sio o primeiro. Em 1987. a tn· em cmco põem no ar um chma de 1979, o surg~mento do S/0111! washed
da Guerra Mundial. outro lance da du~tria brasileira faturou I bilhão de mudanças. A construção de Brasaha - tecido envelhecido e desbot.a do
publicidt~de elevou o antigo macacão dólare~. dos quais 200 mil com ex· e a amplantação da indústna auto- artificialmente por meio de pedras
de trabalho a símbolo de ascensão ponaçóes. De tri nta a quarenta mo· mobilística mudam a face do pais. - fez com que o velho jeans se
social. Não se sabe por que os alu· delos chegam às lojas rodo ano. cin- Naquele ano. a Staroup lança u Fur apresentasse como algo obsoleto.
nos do segundo ano de uma univer- co dos quais emplacam. E tem mais: West. a "calça que a:esíste a tudo". Por volta de 1982. os si nais de de-
sidade do longínquo Estado de Orc- o Brasil é o único país onde se pode como diziam os anúncios. O forte cadência pareciam definitivos. As lo-
go n resolveram odOlar o jeans como ~:omprar o tecidó denim fndígo a do 1eans ainda era o trabalho, mtl\ jas fo ram tomadas por calças con·
emblema de sua condição, proibindo metro. ·para ser tTansformado em a ca lça já começava a acompanhar feccíonadas com tecidos semelhantes
o uso nos calouros. calc;t~~. camisas. saias ou vestidos. o lazer dos jovens de classe médaa. ao do jeans. mas muito mais leves.
Foi uma lo nga trajetória de~e No começo da década de 60. quem O azul cedeu lugar a cores tão di-
1953. quando a Alpargatas lançou a unha meios trazia do exterior ou versas como o ocre e o branco.
Aliados ganham a guenoa. comprova de conrrabandís\~ a\ fll· ~ o país do milagre econ6maco e d a mes famosos assinando 1eans como
pnmeara calça de brim azul. a Ro- Apareceu de tudo: calça baggy. com
o jeans Invade a Europa deio A no,'idade não ag.radou mu•· mosas calças Lee. made m U~A ditadura política - e ram~m da no Brasil. E . eofon. uma publicida- botão, sem botão. eom bolso. sem
to: o bnm era duro demaas. Numa que desbmavam. acelerada rransfonnaçlo no com· de cada vez mais p rovocativa, que
bolso. eom passadores nas pernas.
Com asso. o direito à roupa pas· t!poca em que as festas aanda eram Lee virou sinõrumo de JC:lln\ ponamento dos jovens. Fala•se a por suas alusões ao erotismo volta e elásticos na cintura. O culto do cor-
sou a representar ali uma espécie de embaladas ao som açucarado de Tanto que durante muito tempo -.e toda hora em conflito de geroç6es e meia é objeto de discussões. Uma po jogou nas ruas os agasalhos para
rito de passagem - não só um pri- Ray Conníff e as moças de boa fa· dazl3 ''calça Lee-· no lugar de JC:óln~. revolução sexual. Em 1972. ~ lança- campariha de TV do tipo do "Lou-
da a US Top._com verdadeiro it~di­ jogging. Nos Estados Unidos e na
vilégio, mas uma distinção. Se a cri- míliu usavam banlons. vestidos le- A indústria de confecções não tnr· co por Lee" , que entrou no ar em Europa as vendas de jeans caíram e
se de 29 foi um presente para o ves de saía rodada ou calças JUStas dou n perceber de que lado sopntva go blue, a primeira calça brasileira novembro último, e m que uma ga- os anúncios desapareceram das re-
jeans. a Segunda Guerra Mundial de helancn. o tecido das "ranchca· o vento - e começaram a brotar que desbota como a Lee americana. rota recebe - e parece apreciar -
Dois anos depois. a Leví's adapta o vistas e e misso ras de TV. Mas. num
foi se u passaporte para a fama. A n as" e ra no mínimo grossearo. nmrcas de jeans com forte apelo de telefonemas eróticos, recebeu for- par de anos, o blue-jeons começou
produc;fao da ca lça 501 tornou-se nos Aquele Brasíl de 55 milhões de ha- vendas aos jovens. As etiquetas Cu· corte do jeaos aos gostos nucíonais tes criticas. Defende-se E. vo Lazar. a renascer, ostentondo desta vez as
Estados Unidos "indústria essen- bitantes era mesmo muito diferente lhambeque. Tremendão e Tcrnuri· - calças justas na frente para os da McCann Erickson. agência res- mais prestigiadas griffes e com uma
cial'': só o~ operários que trabalha- do a tual: mais gente morava no nha. por exemplo. idenuficavnm o homens e atrás para as mulheres. E ponsável pela campanha: " A publi-
a Ellus introduz a moda dos stollt! variedade de modelos e padrões ca-
vam para a indústria da defesa ti· campo que nas cidades. E nem no JCuns com os ídolos da juventude cidade do jeans tem de ser van· paz de satisfazer o gosto de todo ti-
nham dareato a ela. "Para equipar Rio ou em São Paulo. com !>CU.\ da época. Roberto Carlos. Erusmo washed. guardista. Um jovem de 18 anos po de consumidor. N5o será tão ce-
nossos combatentes. a Marinha pre· pouco maas de 2 milhões de pe~­ CariOl> e Vanderléa. Depois virão as griffi!S - em ne· não vai usar o que niio for moder- do. ao que tudo indica, que o jeans
cisa de grandes quantidades suple· soa\. os JO\-ens trnbam a importân· No começo dos a nos 70. o Bnwl nhum pais do mundo há tantos no- no e descontraído'' .
deixará de ser a roupa universal. •
mentareli dessas roupas. Vossos es·
forças paro produzirem-nas são tão Suum• Veris•ímo

84SUP&
sura as

partidas. Se Eduardo
O ábaco CUBIGRAMA tivesse jogado duas
atômico Números partidas a mais do que fonnas
jogou teria jogado Faça apenas dois cortes nesta
Você tem aqui dois ábacos tantas vezes quanto figura e forme um quadrado.
com bolinhas coloridas. De Leandro. Quantas vezes
acordo com sua cor. cada cada um deles jogou?
bolinha tem um valor atómico
bem específico. que vai de
O a 9. Preste atenção. pois A soma de, três números Motos,
não há bolas de cores
diferentes com o mesmo
pares consecutivos é lSO. carros
Quais são eles?
valor. Vejamos agora qual e rodas
é o seu desafio: deduzu
o valor atômico de cad<~ No estacionamento estão
bolinha da mesma cor. Quantas 52 veículos. carros
e motocicletas.
fazendo seus d tlculos a
parti r das somas dos
vezes Joãozinho, que é um
valores das bolinha~ que jogaram craque nas comas. deu
estão na mesma colu na uma olhada e contou
vertical. apresentadas no Eduardo e l..eaodro 134 rodas. Agora ele
primeiro ábaco. Depois. disputaram um torneio quer saber quantos
faça a soma das bolinhas de xadrez durante o automóveis e quantas
das coluna~ verticais do qual jogaram dezoito motos estavam lá.
segundo ábaco.

Juntando fonnas
Junte essas figuras de tal JCito que elas formem um retàngulo
que tenha cinco quadradinhos num dos lados e seis no outro.
A: De outro mo- 1: Cidade do 1: Nome dn pn:·
do - Medida li· Peru. chave !lidcnte do Bm·
oear indocbinesa da naveguf\âo <il de 1919 J
cqul\-dlcnrc a 400 do rlt> Ama· 1'122 - Em lU·

~ 00 0000
1'0
metros ~ Circu·
lo de amizades.
8 : Conrunto de
ontcres,\Cs finnnceiro> de um
pai' - SímbOlo químico d<l
zona>- T.:m
0> pc' de bar·
ro. 2: O cnrpo
em oposiçio ao espírito - Pro-
ferir discucsos. 3: Ap:m:lho que
g:or supcnor. U:
lmponantc. fa·
milía lingllbtu:a
mdigena da Aménca - Mar·
j,!tlrct.... U"J'C!Ci:oh>tn tWrte•
I I I
tj . • • • bismuto. C: Abrcv de {óot.
mcdoda ín~lesa de comprimen·
imita os movimentos humano)
- Nome da mai• l':om<Xa da'
amcnc.ana em docurncntaç-.Jo.
111: Sobrenome do atual se·
to (invcr!.}- Cidndc otemfo na mulheres de Perón. 4. lnicifiis do cretário d:o Cultura de S:~vu·
trunl Nnpoleào venceu os alia- 26 ...presidentc dos EUA -Mal · dor - Siglu de mxa anunl
do• em IKI~ 0 : Conado reme cheiroso; - Contemplar. 5,. pngn pelos usutlrtns de auto·
- Corre para o mar. E: O no- Mâc-dc-samo no culto ooruha- móvel• - O nudco do põ~·
~~~~ de Strnvinsky - Persona- Tubo com que Sé <\~Segura a Slll· sc~;~u . IV: l'cssvn no qual a
gem de famol<O livro do cscd· da de um líqui~o de uma cuvído· voz 'c ahcra devido ~ pluuri·
tur orlandcs Swih. F: Pcncn· de. 6. Sobrenome do aurm· do li· MU - Jogo de carta' crn q~e
ccmc à .;ociedade secreta que vro O beijo do mulltt•r tlrimlw gunha o plor,'Cir<) que prim~i·
u~n como !'!(mbolos os instru· - Iniciais do dentista criudhr dn ro reúne um naipe cornplctl:>.
mcntO> QO pedreiro e do arqui- T eotia da Relatividadc - Pro· V: Ouc re mete - Iniciais uc
IC!CI- Muuo udcrcnte . G: Po· longamcnto do telhado al~m da Copémico , VI: Exrcmaçáo
de ""' bi$SCXto - Nome cari· prumada das paredes. 7: Escrc· - H:\hitn de 'C ;chmontnr de
nhoso dado no compo<itor de 1•eu com Karl Marx o Mtmifesw cnmc c:rua VIl: Rcsultullo
'"Shmpa ·· - DanÇa de rodu Comunista - Conhccidh prodU· fcli~ (pl. ) - Como foi ~ha·
Respostas na página 90 mcdícvol difundidn nu França tor de cinema•... De L:ourcnr1is mndo Mu,~lini .
c nn I nplatcrrn. - Nome antiy.o di> sibemul

86 87
Surpresas da Arqueologia
Pelo caminho
dos sábios Lição para o homem branco
Da A lquimia à Quúnica. Ana Maria Preservação do meio ambiente. Ma· tolíci~mo por influt:ncia de umn
Alfonso Goldfurb. Editora do Ullivu- nifesto do chefe SeattJe ao presidente rni,ssito francesa. virou nome daquc·
sidade dt St1o Paulo - Nova Ste/1(1, dos EUA , Editora Babel Cullllral. In que -.cria a principal cidade do
Silo Paulo. /987 E.~tndo de Washington. Foi uma •
São Paulo. /987
homenagem dos colonizadores à
Ante~ de construir equipamento~ ~un fidelidade ao trotado. Quan·
A técnica com-
fi ,. .i ~ queira do banho-
capazes de substituir ou ampliar
~us sentidos. o bomem lida,·a com
do soube da 1déia. o chefe prote~­
tou, alegando que cada vez que ai·

t ~
-'
·' maria. usada nos
laboratórios e Oib
o espaço que ocupava. com inteli·
gêncm bastante para sobreviver
guém mencionasse o nome da c1dnde
ele <enn perturbado no ~u 'IOnO
I cozinhas pan1 em perfeita harmonia com a natu·
, aquecer lentamen- reza. Talvez a melhor prova disso
eterno.
O manifesto. éle 1855. é u re5·
~

te poçOcs e ali- seja o clássico manife.$to do chefe posta de Senulc à proposta do prc·
'
' ,-·~·- me ntos. não passo Seaulc. pela primeira vez traduzido sidcntc norte-americano Franklin
de uma invcnÇl10 no Brasíl diretamente do original Pearcc de comprar as terras indlgc·
de Maria. 11 Judiu, inglês. nos. Pode ser lido ~m mciu horu
uma eglpcin he lcn izadu que viveu no O chefe indígena Seathl - mas ~crvc ele reflexão pu ru wda
inicio da era cristã. a lquimista co· ( 17CXI·I866), depois con heci ào co- a vida. E. com certeza. o mois cor·
nhecida por sua gra nde cont ribuição mo Scallle. liderou os Duwamish, reto texto csc1,1t0 até hoje abordan-
ao desenvolvime nto das práticas de Suquamish. Sarnaoisb. Skopamish c do a relação do homem com o seu
laboratório. Stakrnish. do Nordeste dos Estados ambiente.
O livro de Ana Maria Goldfarb Unidos. e foi o primeiro signatário A linguagem ~tica do manifes·
conta histOrias curiosas. como essa. do trutado de Port EJiiou. pelo to ni10 prejudica sua exatidão cien·
mas antes de tudo t um fascinante qual c~sas tribos aceitaram o bran- tlfica c: permanece surpreendente·
estudo histórico da sabedoria huma· co na região que habitavam em mente atual quando comparnda à\
troca de uma reserva. reiYmdicaçóc~ dos ecologista~ •
na . Originalmente. uma tese de do u· Sca11lc. que se converteu ao ca· A.C. •
torado - e . por mcrlvel que pareça
para o gênero. mui to gostosa de ler

- . o trabalho foi orientado por um
.•
dos papas da História da Ciéncia no
Bmsil , o professor de Oulmica Si·
mão Mathias. da Universidade de
Da pedra ao chip Tem a oensidade nccessúria às consult~
rápidas - por exemplo. q uando foi que

...
São Paulo. Acompanhada por ele,
Ana Mana trilha os caminhos percor·
Evolução na comullicação - D o sllex
ao ilfdo, Giovanni Giovonnini (orga·
apa receu o pnmei ro jornal? - . além
de histórias curiosas: o anúncio da der- •• • ..•

ridos em outras épocas pelos sábios nizador), Editora Novo Fronttira, Rio rota sofrida por Napoleão, em Water-
alquimistas que. a pretexto de "fabri· dt Jantiro. 1987 loo foi levado a Londres. em prime1rn
car ouro" ou "descobrir o elix1r da mão. por um pombo-correio de pro-
longa vida". nada m:us faziam que
exercitar o pensamen to pam ate nder
às e xigências materiais e espiri tuais
A informação e as
comu nicações es·
tão ligadas de for-
priedade da famllia Rothsehild. A IR·
formação exclusiva ajudou o~ Roth~·
child a ganhar uma bolada.
...

das sociedades em q ue viviam.
Ana Ma ria disseca o que é mágico e
o que é real e mostra que a Oulmica.
ma indissolúvel às
conquistas sociais e
tecnológicas da hu ·
O livro acena ao procurar sempre
relacionar os aspectos técnicos dn co-
mu nicação com as rea lid ades soc.ais.
. .'.

.. ••

ao contrário do <1ue se imagina, não é manidade. Foi a.~­ Como uo analisar o pape l do rádio no~
um aperfeiçoame nto mode rno da AI· sim que · Giovann i pa fses subdesenvo lvidos: "É o único
quim ia . da mesmo forma que a Histó· G iovann ini, presi- ve rdade iro meio de comun icuçi.lo de
ri a não pod e ser e nte ndida apenas co- de nte da Fede ra· massa capoz de fala r às ilimitada~ •
mo uma sucessão de fatos. Esse livro é c;ão ltaliuna dos Editores de J a mais e da massas analfabetas". Em te mpo: o
um dos estudos mnis completos sobre o agência A NSA . apresentou na Itália. em A viso-Relntio11 oder Zeitwrg. sc man ~·
assu nto editados no pais e a bibliogrn· 198-1. uma coletânea de artigos destinn- rio publicado e m F.strasburgo. na
fia que o acompanha serve de base pa· dos a resumir e consolidar a história da França. ent 1609. é o primei ro perió-
ra quem pretenda seguir a autora nessa comunicação. desde a Idade da Pedro~ dico de que se tem notícia -a infor· - Ora VlVa. professor• Encon1remos o metró maJS anugo oo munoo-
viagem à História. • mé a contemporânea era da informática. mac;ão está na página 147. •
Anll,ony de Chrl•to O livro chega em boa hora ao Brnsil. R•ch•l Regi•
IUfB 89
88 IUI'&
I Serviço ao
Números em seqüência Motos, carros e rodas Assinante
Cubigrama ·x é o número de carros com quatro rodas
X = primeiro número
X + 2 = segundo número cada um
X + 4 = tercci.ro número 52 - X ê o número de motos com duas rodas
X + X ~ 2 .._ X ..- 4 = 150 cada uma
3X + 6 = 150 +(X) + 2 (52- X) =I).( Deus so. Diz ele que de acordo com o
JX = t.S0- 6 4X ~ l().l - 2X = 134 veneno as serpentes no Brasil são Você tem alguma dúvida
3X = 144 2X = 134- 10-1 Só entendo a explicação '·científica'' divididas em três grupos. e para ca- sobre sua assinatura?
X =.1!!:! = -1.~ X = 15 do artigo &g Bang (SI n.• 2) sobre da um há um soro específico. Na
3 52- 15 = 37 a origem do Universo como o ápice realidade, são quatro grupos, pois,
O primeiro número é 4.'!, o seeundo Gitavam no estacionamento 15 automóveis e
do bobaquismo (sic). Isso cheira além das Bothrops, das Crotalus e
Utilize estes
50 e o terceiro 52. - 37 motoódetas.
mais. a ciência de. oosocômio do que das Micrurus citadas, há as Lachesis telefones:
de candidato a um prêmio Nobel. mwus, com um soro especifico, dif e- SER VJÇP DE A Tl!NDIMENTO AO ASSINANTE
Quantas vezes jogaram O ábaco atômico Então, o nada a~uto explodiu e rente dos outros. SÃO PAULO
Da$ 8:00}$ 18:00 (lninterNpto)
surgiu tudo isso? E hilariante. Fico Manoel Rodrig ues Ferreira fooc.: (011)82l$22
E = partidas jog<>das por Eduardo na expectativa de uma teoria mais São Paulo, SP RIO 0t: IANEIRO
L = partidas J<>gadas por Leandro D» S..:(K)ü 18:00 (lftltiurrupr.o)
Fooc: (011) 29S,S~
inteligente que tenha a sensatez e a RECIFE
L= E + 2 2E + 1 = 18 grandeza de reconhecer Deus <'-<>mo Existe realmente o grupo das Lacbe- Da> $:lO " I:!:lO< das J 4:00 " 18:00
E + L = 18 2E = 18 - 2 F-: (0$1) 22A.o&$)
E + E + 2 = 18 E = 16+:2 = 8 o criador desse Universo. sis. M.as e/11$ são e~tremsmente rarils, SALVADOR
tanto que o lnsütuto Butan ts nem se- ~l;(l(lis ll:OOcd.as 14~às 18:00
Al do Cardoso Fo:we: (07J)2A7·J022
Eduardo jogou oito \'Clô Goiânia, GO quer fa7, a distribuição do soro espedli- 8.ELO HORIZONTE
Juntando f ormas L= 8 + 2 = 10 Du8:30 às 12:00e d8.\.J3:30 ãs 18:00
Leandro jogou.dcz ''ezes co contra seu veneno. Acidentes com 11$ Fooo: (031)21$-:WS
@ artigo Pode a ciência crer em Deus? Lachesis são tntados com soro poliva- f'OIUO A I EGRE
Oas8:)0ti IZ:OOecla$J4!00is 18:.10
(SI n.• I), escrito por um físico inglês, lente, ou então rom o soro das " - ' (OSI 2) ll-9034
Cortando formas deixa patente a deliberação da ed.ito- Bothrops. Daí por que, na série de rrr
CIIRmeA
O;u 8-:.lOb U:OOC" da• 14:00i.t. 18:30
ria em abrir espaços para assuntos po- f 010 que ilustnl o artigo, a surucucu. for-
f - : (041) ZQ-3013
BAAsiUA
lêmieos, o que é étimo. O tema fui. ~1:30il11:00cd•~
0 0 0 0 0 0 no entanto, mal abordado. Pior fui o
malmente pertencente ao gmpo dJJS La-
chesis, aparocru j unto com 11$ Bothrops.
ll:30ti 18:00
Fon<: (06J)1;l6.<;96l

•••
fl.ORIAlWI'OLIS

• tópico do filósofo José Raimundo


C:hiappin , qtie se revelou um "cientis-
ta social " e não um pensador. Einstein
OuS:OOb 12...-()0cdu 14~.i.t IUJO

~ 9:00U
Fooe: (1)1$2) 44-'1980
COI,\NIA
II:OOc.diU 14:00i.a. 17:00

-
Fooe: (062)261-J.Jil
A/ódio Tovar
Gollinla, GO Excelente o iu:tigo de capa sobre Al-
bert Einsteio (Sl n.• 2). Parabéns ao

E Desde que nascemos somos educados


oom a idéia de que uma coisa só pode
existir se ela for ·criada pór alguém.
No entanto, essa regra não pertence à
autor por nos brindar com uma au.la
sobre poder de síntese e parabéns a
SUPERlNTERESSANTE pór praticar
um jornalismo simples, mas extrema-
natureza. , E uma regra imposta pela mente ÍJÍteligente.
Resposta,s rápidas e seguras para as dúvidas qo sociedade. Logo , a necessidade de um Allan G. Alencar
seu dia·a-dia; só no ALMANAQUE ABRIL Nele você criador só existe em nossa mente. Não Bras11ia, DF
tem tudo à mão. é Deus quem cria o l:0mem. mas é o
São 28 capítulos sobre os mais variados temas homem quem cria um deus.
e uma seção especial sobre o Brasil. Tudo junto num
Leitoras
RockBfeller C. da Silva
volume só. GCNernador Valadares. MG
Você acha o.que precisa em segundos. O ALMA· Estava lendo as cartas dos leitores e
NAOUE ABRIL tem um superindice remissivo com reparei que quase não há canas de
tudo em cima.. Cobras leitoras. Parece que esse tipo de lei-
GrátiS: Mapa·Múndi em cores, com as bandeiras tura não agrada muito às mulheres.
de todos os países e estados brasileiros. O anigo Cuidado! ()lha a cobra (SI Talvez eu seja uma exceção à regr a.
AU\AANAQUE ABRIL Abriu, achou. n.• 2) é um importante trabalho de Achei sensacional o artigo sobre Al-
NACOES 00 MUNDO tudo sobre os 170 países. divulgaçã.J e merece nossos para- bert Einstein. ·
OS FATOS QUE MARCARAM O ANO: em desta· béns. ~a~ hã nele um pequeno lap- Rosana Rico Garcia
que os acontecimentçs de maior relevo de 86187. São Paulo, SP
ESTADOS ETERRITORIOS BRASILBROS· dados
estatísticos e históric.o s sobre todos eles. He roína
O MUN DO EM QUE. VIVEMOS: aspectos geográ·
ficas, humanos e curiqsos sobre nosso planeta.
O ALMANAQUE ABRIL tem tudo isso e muito mais Gostaria de agradecer pela impor-
nas suas 768 páginas. tante reportagem que vocês fizeram
na revista n." 2. A heroína é uma dro-
ga e devemos saber mais sobre ela.

'88 U m a coisa superimportantc.


Marcelo Gomes de Almeida
Brasília, DF

SUPIIt 91
Nas

W JÁ t UM HOMEM!
::;yif,_~Em sociedades primitivas, ritos repe-
~ tidos de geração em geração marcam
'!J.J.... a passagem do jovem para o mundo
ê?~ dos adultos. Nas sociedades modernas
essa passagem se faz na adolescência, um perío-
do difícil. Saiba o que os próprios jovens pensam
dessa experiência inevitável.
DRlT ISH
AlRWAYS
AP RESENTA
O SEU
NOVO PERFIL

É DE DOER
Há milhares de anos a humanidade
vem sofrendo, mas só recentemente a A.LÕ, ALÕ \fARCIA. 'os
medicina começou a ter boas explica- 1~:tt:i';Se tudo correr bem, 2010 será o ano em
~ ções para tanta dor. O que existe de ver- "( que os terráqueos porão os pés em ~ar-
dade em algumas dores doerem mais que outras? te. Conheça o complicado esquema que
Afinal, para que serve a dor? Sem dor de cabe- ~ envolve essa aventuradeexploraropla-
ça, você vai conhecer as respostas para tudo isto neta vermelho, tão próximo na imaginação, mas
e ainda receber uma boa notícia: 99 por cento das 140 vezes mais longe do que a Lua.
dores têm cura.
, ÉFOGO
1fttablPi'Tão difícil quanto foi para o homem
~ aprender a fazer o fogo. tom sido
hoje apagá-lo de maneira rá-
pida. Devorador de vidas c
patrimônios, especialistas têm es-
quentado a cabeça para fazer com
que o fogo seja melhor con- '-~~~
trotado e custe menos a A pamr de fevereiro. você tem 111•1s 11111 çr.111dc mnuvu pHJ vcl.lr com J Oruish Airways. o Bcx:i111; BRITISH AIRWAY
todo mundo. 747. Isso mesmo. A Bricish A1rways va1 colO<'n o 747 em tod~X o. ~us três vóm >CJII~n;us direros p3~
Londres. Até porque o 747 tem o perfil que t<><lu brJ~IIc~ro fllhl~. 111m l'>pa<;o mtcmo. com maior confor-
10 rua os plSS2gciros. E dentro dele vocr- Vai St' \Urpn.'C'mler COIIl • 110\ J cb~ CXl'CUtiva Club World.
Pense Grande.

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De Prof"lss lon.ais Para ProfiSSionais.

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