LINGUAGENS
MACEIÓ/AL - 2014
Referencial Curricular da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino do Estado de Alagoas
LINGUAGENS
LINGUAGENS
Prof.ª Esp. Edluza Maria Soares de Oliveira
PROFESSORES COLABORADORES
CAPÍTULO 1 Nadeje Fidelis Moraes Joseth da Silva
Rosaura Soligo Kátia Mª do N. Barros
Ademir da silva Oliveira Socorro Quirino Botelho Laura Luiza Vieira da Silva
Gilberto Geraldo Ferreira Suzille de Oliveira Melo chaves Lucia Mota da Silva
Irani da Silva Neves Magda Valéria F. Torres
Ivone Britto Santos CAPITULO 4 e 5 Magna Cristina de O. Silva
Maria Alcina Ramos de Freitas Maria das Graças Santos Reis
Maria da Paz Elias da Silva Ademir da Silva Oliveira Maria do Rosário F. de Lima
Maria Vilma da Silva Adriana da Silva Costa Moura Maria do Socorro S. B. Leitão
Rosaura Soligo Adriana nunes Paulino Maria Gorete Duarte da Mata
Zezito de Araújo Agamenon L. do Nascimento Maria Ivanilda Pereira Pacheco
Aldenir Oliveira Pereira Maria Myrian V. Damasceno
CAPÍTULO 2 Ana Paula Freire de Carvalho Maria Vilma da Silva
Antônia Vitória de A. Santos Maurício Lemos Albuquerque
Ademir da Silva Oliveira Ariane dos Santos Silva Nádia Gomes de Araújo
Ana Márcia Cardoso Ferreira Auda Valéria do N. Ferreira Nailze Monteiro Pinto da Silva
Ana Maria do Nascimento Silva Beatriz Soares Leite Newman Kátia O. do Nascimento
Ângela Maria Ribeiro Holanda Cássio costa de Lima Newton Moreira P. Júnior
Carmem Lúcia de Araujo Paiva Oliveira Cicero Alves dos Santos Oziete Fernandes L. da Silva
Claudiane Oliveira Pimentel Fabrício Claudia Gonçalves da Silva Paula Elizandra de O. Silva
Cristine Lúcia Ferreira L. de Mello Cleide Ferreira Quitéria Alves C. de Melo
Fernanda de Albuquerque Tenório Crystal França Amorim de Almeida Regina Lúcia Buarque da Silva
Gilberto Geraldo Ferreira Dêbora Ernestina de L. e C. Sarmento Rejane Pereira Lima Leite
Irani da Silva Neves Denize Marta C. Ferreira Ricardo Lisboa Martins
José Raildo Vicente ferreira Eder Farias de Medeiros Rosaura Soligo
Josilene Pereira de Moura Silva Ederaldo Jerônimo da Silva Roseane Rocha de Souza
Laudicéa Eurides Ivo Elisabete Silva F. de Melo Sarah Houly Simões
Maria Alcina Ramos de Freitas Fabiana Fagundes Bonm Tânia Maria Ferreira Marques
Maria de Jesus Machado Fábio Jorge Ferreira Pinto Valéria Campos Cavalcante
Maria do Socorro Quirino Botelho Gedalva Quieroz Brito Vânia Márcia Costa Guedes
Maria José da Rocha Siqueira Gedida Cassiano da R. Lopes Vera Cristina Engracio Borges
Maria Luciana Leão Ciríaco Gedivaldo Messias Bastos Vicentina Dalva L. de Castro
Maria Margareth Tenório Geralda Barbosa Melo Walmira Santiago Pinheiro
Nadeje Fidelis de Moraes Gilson Lima da Silva
Quitéria Pereira de Assis Gutemberg Gurgel gomes CAPÍTULO 6
Ricardo Lisboa Martins Hélio Oliveira da Silva
Sílvia Souza Igor Augusto da S. de Vasconcelos Ana Márcia Cardoso Ferreira
Valéria Campos Cavalcante Ilson Barbosa Leão Júnior Aristóteles Lamenha da Rocha
Zezito de Araújo Inalda Pereira Edvaldo Albuquerque dos Santos
Ivana Márcia R. C. Amorim Elaine Cristina S. de Oliveira
CAPÍTULO 3 Jacira Cavalcante Oliveira José Flávio Tenório de Oliveira
Jeane Cristina R. do Nascimento Juliana Souza Cahet
Kátia Maria do Nascimento Barros Joelma Caetano Lopes Maria Vilma da Silva
Maria Betânia Santos de Moraes José Flávio Tenório de Oliveira Renata de Souza Leão
Maria Vilma da Silva Josefa Pollyanne L. da Costa Roohelmann Pontes Silva
FĖİ ĖI Î ĠĖT Î Í Ė ĞÎ Í İ Ĝ
Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos
Bibliotecária Responsável: Almiraci Dantas
A316r
ALAGOAS. Secretaria de Estado da Educação e do Esporte - SEE
226p.
Vislumbramos com este documento uma educação escolar que considere a realidade dos
estudantes, as diversidades que permeiam a sociedade e, consequentemente, a valorização, e
ampliação dos saberes historicamente construídos pela humanidade.
Sumário
Capítulo 1
LINGUAGENS
1
Texto organizado pela equipe da Gerência de Organização do Currículo Escolar – GEORC com a colaboração da Profa. Dra. Rosaura Soligo - Instituto Abaporu de
Educação e Cultura.
2
DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez. p. 89-102.
3
In Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001.
4
Texto construído pela equipe de técnicos pedagógicos da Superintendência de Políticas Educacionais – SUPED/SEE-AL.
Capítulo 2
LINGUAGENS
10
Texto organizado pela equipe de técnicos pedagógicos da Superintendência de Políticas Educacionais – SUPED/SEE-AL, a partir do Referencial Curricular da Educação
Básica para as Escolas Públicas de Alagoas - RECEB - SEE-AL/2010.
11
LDB art. 29 e 30, art.22 das DCNGEB e no art. 5 das DCNEI.
12
Lei nº 11.274, 2006.
relações entre eles. Nessa fase, a brincadeira estéticas, sociais, históricas, linguísticas,
é uma das principais formas pelas quais matemáticas etc). Nesse processo, o lúdico,
crianças se dispõem a aprender. Ao brincar, presente no faz-de-conta, nas brincadeiras,
por meio do faz-de-conta, elas usam o mundo nos jogos e na fantasia, é pressuposto
da fantasia como forma de interação com seu fundamental no desenvolvimento das
mundo real. crianças pequenas e, portanto, deve ser
Vale lembrar que independente- considerado como elemento propulsor da
mente da faixa etária, as diferentes formas de aprendizagem.
linguagem, o brinquedo e a interação social As instituições de Educação Infantil
s ã o e l e m e n t o s e s s e n c i a i s p a ra o devem criar procedimentos avaliativos de
desenvolvimento da criança, pois possibilitam acompanhamento do trabalho pedagógico e
sua ação na realidade e promovem a do desenvolvimento das crianças, garantindo
construção das aprendizagens básicas para a a observação das atividades, utilizando
compreensão do mundo que a cerca. múltiplas formas de registros através de
Ao estruturar o currículo da documentação específica, sem objetivo de
educação infantil é necessário considerar a seleção, promoção ou classificação.
criança como um ser social, integral e, Nessa perspectiva, o processo de
principalmente, como um ser em desenvol- construção das propostas pedagógicas das
vimento, o que significa ampliar suas instituições de educação infantil precisa
oportunidades de descoberta, investigação, considerar a realidade social em que as
compreensão e explicação das relações que crianças estão inseridas, as necessidades de
constituem o mundo em que vive. Cabe ao desenvolvimento e aprendizagem da infância
professor, cuidar, amparar, intervir, conhecer e as intenções institucionais com relação à
as crianças, proporcionando, assim, formação humana das crianças.
experiências significativas de vida, Em síntese, o currículo da educação
assegurando as condições de desenvolvi- infantil é um conjunto sistematizado de
mento e de aprendizagem para todas as práticas corporais, culturais, ecológicas e
crianças. sociais, nas quais se articulam os saberes e as
Para tanto, as atividades direciona- experiências das crianças, de suas famílias,
das para as crianças pequenas precisam dos professores e demais profissionais e de
respeitar seus tempos e considerar seus suas comunidades. Sendo assim, deve
espaços de socialização e de aprendizagem, priorizar elementos e processos que garantam
criar o maior número possível de experiências as condições básicas para a aprendizagem e o
e descobertas, sem, com isso, estabelecer desenvolvimento das crianças, desenvolvidos
rotinas rígidas ou atitudes opressivas às em campos de conhecimentos/experiências,
características próprias dessa fase de articulados entre si, de forma interdisciplinar,
desenvolvimento (alegria, curiosidade, atendendo as especificidades etárias e
espontaneidade, irreverência, iniciativa etc.). necessidades individuais das crianças.
O currículo da educação infantil deve
ser organizado de forma a propiciar a 2.2 Ensino Fundamental
construção das aprendizagens básicas
essenciais à criança para uma melhor O ensino fundamental é o período de
compreensão e interação no mundo em suas escolarização obrigatória que atende às
diversas dimensões (espaciais, ecológicas, crianças e aos adolescentes na faixa etária de
Educação Infantil e nos anos iniciais que não estudantes. O conhecimento acumulado ao
possuem habilitação conforme a legislação longo da História deve ser transmitido a cada
em vigor. geração, de maneira sistematizada e crítica,
A integração entre a Educação problematizado de modo a produzir
Profissional e o Ensino Médio constitui avanço condições da organização da sociedade e da
na possibilidade de oferta final da Educação apropriação das conquistas da civilização
Básica ao viabilizar as condições de humana. A escola de hoje tem que dialogar
conclusão da escolarização básica e acesso com recursos e paradigmas clássicos e os
ao espaço profissional. A articulação entre o emergentes da vida contemporânea,
Ensino Médio e o Ensino Técnico de nível Médio atentando para as políticas afirmativas
obedece à política que pretende resgatar e (diversidades) e de inclusão. Para tal, o
aprimorar um modelo de formação que currículo deve possibilitar identificações entre
permita aos estudantes concluir o Ensino o capital das experiências e o formal
Médio com qualificação profissional. educativo.
A g a ra n t i a d o s D i re i t o s à As Diretrizes Curriculares do Ensino
Aprendizagem e Desenvolvimento é Médio (2012) estabelecem o compromisso do
assegurada aos cidadãos pelo Estado currículo como um conjunto necessário de
B ra s i l e i ro , at ra v é s d o s s a b e re s e saberes integrados e significativos em
conhecimentos, experiências e práticas atendimento às diversas juventudes no
acumuladas pela humanidade, bem como as prosseguimento dos estudos, para o
presentes na vida cotidiana. As diferentes entendimento e ação crítica no mundo da
Diretrizes Curriculares afirmam que ciência, da cultura, da tecnologia e nas
expectativas de aprendizagem não significam diversas dimensões do trabalho, visto que,
conteúdos obrigatórios de currículo mínimo, para considerável parte dos jovens, a escola e
mas, sim, devem ser um conjunto de o trabalho são realidades combinadas e
condições para acesso, permanência e cotidianas. As DCNEM preconizam também a
aprendizagem na escola para evitar que, mais educação como direito e qualidade social,
uma vez, os estudantes das classes sociais além dos referenciais/conceituais, nos
historicamente excluídas sejam penalizados aspectos orientadores da oferta e da
por não realizarem aquilo que deles se espera. organização; os referencias em seus
As Diretrizes Curriculares Nacionais conceitos básicos do currículo, de sua
Gerais para a Educação Básica apontam para organização, sua oferta e tratamento,
um novo conceito de um projeto de educação especificidades regionais, e dos eixos
orgânico, sequencial e articulado em suas integradores das Áreas de Conhecimentos:
diversas etapas e modalidades, interdisciplinaridade e contextualização.
compreendido como um direito subjetivo de O Ensino Médio é constituído por
todo cidadão brasileiro, concretizando as Áreas de Conhecimento (Linguagens,
disposições da Constituição Federal e da LDB. Matemática, Ciências da Natureza e Ciências
A concepção de currículo disposta Humanas) favorecendo a comunicação entre
nas DCNs é representada por um conjunto de os saberes e conhecimentos, preservados os
valores e práticas que proporcionam a referenciais próprios de cada Área, e podem
produção e a socialização de significados no ser tratados como componentes curriculares
espaço social contribuindo para a construção de maneira integrada, respeitando os direitos
d e i d e n t i d a d e s s o c i o c u l t u ra i s d o s à aprendizagem e desenvolvimento, em
14
DCNGEB, Art. 26º § 2º e 3º
15
Lei 9.394/96, DCNGEB, 2010, art. 27 e 28, Parecer CNE-CEB 11/2000 e Resolução CNE-CEB 01/2000), Parecer CEE-AL 13/2002 e Resolução CEE-AL 18/2002 e a
Proposta Pedagógica para a Educação Básica de Jovens e Adultos (SEE/AL, 2002).Orientações para Implantação e implementação do Ensino Fundamental e do Médio na
Modalidade da Educação de Jovens e Adultos por períodos letivos semestrais na Rede Estadual de Ensino 2012
16
Resolução 18/2002 – CEE/AL
19
LDB, art. 59, § 2º garante o atendimento aos portadores de necessidades especiais e a Lei 10.098/00 garante a acessibilidade, Lei nº 10.436/02 reconhece
a LIBRAS como linguagens, resolução CNE/CEB nº 02/01 institui as Diretrizes Curriculares para Educação Especial.
20
Texto construído por Carmem Lúcia de A. Paiva Oliveira – técnica pedagógica da SUGER e Cristine Lúcia ferreira L. de Mello – técnica pedagógica da SUGES.
21
LDB (Lei 9394/96). Disponível em: . Acesso em 28/02/2014.
22
Decreto nº 5.622/2005. Disponível em . Acesso em 25/02/2014.
23
PETERS, Otto. A educação a distância em transição. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2004.
24
Plano Estadual de Educação. Disponível em: <www.educacao.al.gov.br>. Acesso em: 25/02/2014.
povos bem como dos seus valores diversidade sexual coloca. Já não podemos
civilizatórios. A educação escolar quilombola mais ignorar o grito das pessoas que são
está fundamentada na vivência e organização discriminadas por conta de preconceito e
coletiva, valores ancestrais; na relação com a discriminação traduzidos no nosso cotidiano
terra e com o sagrado, os quais precisam ser nos altos índices de assassinato, por
incorporados no espaço escolar das escolas possuírem uma orientação sexual diferente do
quilombolas e das que atendem estudantes grupo.
quilombolas. Os modelos impostos pela
É dever do Estado articular meios sociedade de ser feminina ou masculino têm
para que esses estudantes quilombolas como referência o biológico. No entanto, as
tenham suas especificidades atendidas no expressões humanas, assim como toda
espaço escolar, bem como acesso, natureza, têm múltiplas individualidades que
permanência e conclusão de seus estudos, se expressam, apresentando assim novas
permitindo o exercício de uma política configurações de gênero. Com relação às
25
equânime para melhor qualidade educacional identidades de gênero , outro fator
e de vida das populações quilombolas. importante é a diversidade sexual, isto é, como
nos relacionamos afetivamente, como
2.4.6 Educação para as Relações de amamos, se amamos pessoas do mesmo
Gênero e Sexual sexo, ou do sexo oposto, devem ser
considerados nos trabalhos pedagógicos
Para trabalhar nos espaços de para oportunizar uma visibilidade real e
educação devemos partir da realidade e, para positiva para todas as expressões efetivas.
tanto, necessitamos entender e refletir as A educação não pode dar
variadas formas de vida expressas nas continuidade a esse extermínio de pessoas,
diversidades que emanam do individual e simplesmente por terem formas de expressar o
compõem o coletivo das salas de aula. feminino e o masculino de modo particular e
Nossas bases legais de avanço estão diferente. Essas pessoas desde pequenas são
f i n c a d a s e m a c o rd o s n a c i o n a i s e violentadas; sequer junto as suas famílias têm
internacionais, tratados, normas, e em acolhimento e proteção e em muitos relatos,
educação, no documento final de conferência dizem ser o espaço mais violento.
nacional de educação entre tantos outros, A formação de educadoras/es ainda
cujo objetivo é promover uma cultura de não tem uma política de transformação dessa
direitos e respeito às diversidades e todas as percepção condenando muitas crianças e
possíveis expressões da subjetividade. jovens à negação de compreensão de suas
A s v a r i a d a s e x p re s s õ e s d a identidades comprometendo a saúde física,
diversidade exigem novos comportamentos, mental e negando o direito constitucional da
métodos, valores e costumes para o trato em educação.
sala de aula, isto tudo alicerçado em estudos e A educação pública no Estado e
pesquisas para que todo investimento possa Alagoas pode e tem obrigação de ser um lugar
refletir na qualidade da prática pedagógica. de respeito às diversidades, isto é, um espaço
A Rede Estadual de Ensino de Alagoas em que as identidades são sempre relacionais,
necessita responder às demandas que a onde possamos ousar produções curriculares
educação para relações de gênero e para ouvir denúncias e anseios. Necessita-se,
25
A forma de expressar a condição de gênero (entre masculino e\ou feminino)
para isso, criar espaços de estudos onde a dividida pela metade entre o proprietário e o
liberdade, a criticidade e o respeito ao trabalhador – e em corte de cana nas usinas de
diferente possam fazer parte do cotidiano da Alagoas, Bahia, Minas Gerais e na construção
escola. Ou melhor, a escola deve ser um civil.
espaço onde sentimentos e pensamentos Após centenas de anos de
possam ser socializados e ouvidos. aproximação com a civilização europeia, os
É necessário constituir espaços de indígenas no nordeste têm na religiosidade um
reflexão pedagógica e curricular em que dos seus mais importantes elos culturais.
crianças e jovens tenham oportunidades para Seus ritos formam a concepção que eles têm a
discutir sua realidade, observando as respeito do mundo, nos seus mais diversos
diferenças e as identidades, como processo aspectos notadamente os de natureza
de produção social, que estão presentes na espiritual. Tais celebrações acontecem em
sala de aula, mas que são ignoradas, espaços físicos próprios fechados à visitação
reprimidas e o resultado inevitável é a pública e exclusivas aos indígenas e seus
explosão de conflitos e hostilidades convidados. O cristianismo se faz presente
adoecendo todas as pessoas envolvidas desde a época da colonização aos dias atuais,
nesses processos cotidianos. na tentativa de promover a integração
cultural.
2.4.7 Educação Indígena Nas sociedades indígenas, os mais
velhos sempre tiveram um papel importante na
Os povos indígenas se relacionam transmissão dos conhecimentos aos mais
com uma estrutura política, econômica e jovens, são eles os responsáveis pelo relato
cultural própria e, ao mesmo tempo, das histórias antigas, da memória, das
necessitam das relações externas para re s t r i ç õ e s d e c o m p o r t a m e n t o , d a s
existirem enquanto povo alagoano. É neste concepções de mundo. E são agentes de
contexto que a escola assume papel ligação da memória histórica de grupo, que se
relevante. A educação formal tem também um efetiva por meio das diversas práticas e ritos.
propósito profissional, transrrelacionando a Sendo assim, é possível verificar a capacidade
história dessas populações na tentativa de que os povos indígenas têm de manter viva a
(re)construir uma educação capaz de projetar sua história e memória, mesmo quando estas
um futuro com os povos indígenas pautado no estiveram silenciadas e se insiste em ignorá-
respeito às diferenças étnicas. las ou diminuí-las.
A maioria dos povos indígenas em A Educação Indígena, até meados do
Alagoas vivem na área rural ou próximo às século XX, pautou-se na catequização e
cidades de Joaquim Gomes, Porto Real do integração dos indígenas da União e em
Colégio, Pariconha, Inhapi, São Sebastião, assimilá-los e incorporá-los à sociedade
Feira Grande, Traipú e Palmeira dos Índios. nacional, invisibilizando-os. Em 1970, o
Desenvolvem atividades profissionais assim movimento indígena começou a tomar forma,
como a grande maioria do/a(s) organizando-se para discutir a Educação
alagoano/a(s). Os homens geralmente Escolar, exigindo mudanças, abrindo espaços
trabalham com uma agricultura e pecuária de sociais, políticos para que fossem garantidos
subsistência – quando possuem terra os direitos indígenas na legislação brasileira.
suficiente e adequada para isso – contudo, a A partir da década 1980, o Brasil passou a
grande maioria trabalha em fazendas vizinhas reconhecer que é um país constituído por
como mão de obra paga ou meeira – produção diversidades de grupos étnicos, o que motivou
a instituição de leis específicas que desses povos e a garantir o respeito pela sua
contemplam os direitos dos povos indígenas, integridade. Nesse sentido, a educação passa
bem como o reconhecimento e a manutenção ser um instrumento fundamental para
das especificidades culturais, históricas e assegurar a efetivação desses direitos.
linguísticas como elementos essenciais à As Diretrizes Curriculares Nacionais
educação escolar indígena. da Educação Escolar Indígena foram
Atualmente há 11 povos indígenas em aprovadas em 14.09.1999, por meio do Parecer
Alagoas reconhecidos oficialmente pelo 14/99 da Câmara Básica do Conselho
Estado, como os Kariri-Xocó, Karapotó, Nacional de Educação.
Aconã, Tingüi-Boto, Wassu Cocal, Xucuru- O que está evidenciado na LDB é o
Kariri, Jiripancó, Karuazu, Katokinn, regime de colaboração entre as três esferas
Koiupanká, Kalancó, com 17 escolas governamentais. Excluído o Sistema Federal
indígenas atendendo a 9 povos indígenas. No de Ensino da tarefa de promover a Educação
entanto, os Karuazu em Pariconha e os Escolar Indígena, essa atribuição fica por
Kalancó em Água Branca, ambos no alto conta dos Sistemas Estaduais e/ou
Sertão Alagoano, não possuem escolas Municipais de Ensino, que em Alagoas é de
estaduais, sendo atendidos nas escolas responsabilidade do Estado.
convencionais. Nas diretrizes político-pedagógicas
Os povos indígenas e suas 17 escolas (9.2.1) do Plano Estadual de Educação
em Alagoas, reivindicam que os/as estabelece-se que a proposta de uma escola
professores/as sejam também indígenas para indígena diferenciada, de qualidade, exige das
encaminhar seu projeto educacional escolar, instituições e órgãos responsáveis a definição
como tentativa de articular as necessidades de novas dinâmicas, concepções e
do grupo com a sociedade nacional, sem mecanismos, tanto para que esta escola seja
perder de vista suas origens, suas tradições, de fato incorporada e beneficiada por sua
suas culturas, mas também se dando conta inclusão no sistema oficial, quanto para que
das modificações que acontecem em todas as seja respeitada em suas particularidades,
sociedades contemporâneas. Existem democratizando o acesso e garantindo a
indígenas com formação acadêmica em várias permanência com sucesso do/a estudante na
áreas do conhecimento, com um número escola indígena.
significativo em licenciatura. Uma pequena Diante das peculiaridades da oferta
parte de indígenas são servidore/a(s) efetivos dessa modalidade de ensino - tais como, um
ou temporários federais, do Estado de Alago- povo localizado em mais de um município;
as e dos municípios onde moram. Há um formação e capacitação diferenciada de
número reduzido de pequenos comerciantes professores indígenas exigindo a atuação de
nas cidades próximas e nas comunidades especialistas; processos próprios de
indígenas. aprendizagem - a responsabilidade pela oferta
No Artigo 2° da Convenção n° 169 da da Educação Escolar Indígena é do Estado.
Organização Internacional do Trabalho (OIT) Ao Sistema Estadual de Ensino cabe a
sobre Povos Indígenas e Tribais, explicita que regularização da escola indígena, isto é, sua
os governos deverão assumir a responsabi- criação, autorização, reconhecimento,
lidade de desenvolver, com a participação dos credenciamento, manutenção, supervisão e
povos interessados, uma ação coordenada e avaliação, como preconiza a legislação
sistemática com vistas a proteger os direitos federal.
26
LDBEN 9394/1996: art. 23, 24, 26 (nova redação - Leis 10.639/2003 e 11.645/2008), 27, 28; Resolução CNE/CEB Nº 1 – 03 DE ABRIL DE 2002 / DOEBEC: Artigos 5º e 7º; Lei nº.
6.757/2006 - PEE/AL - Capítulo IV; Resolução Nº 2, de 28 de Abril de 2008; Resolução Nº 4, de 13 de julho de 2010 - DCNGEB: Título V (Organização Curricular: Conceito, Limites,
Possibilidades), Capítulo I (Formas para a Organização Curricular); e, DECRETO Nº 7.352, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2010.
27
A identidade dos povos do campo comporta categorias sociais como agricultores familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os assentados e acampados
da reforma agrária, os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos e outros que produzam suas condições materiais de
existência a partir do trabalho no meio rural, conforme Decreto nº 7.352, de 4 de Novembro de 2010, em seu Artigo 1, Parágrafo 1º.
Capítulo 3
LINGUAGENS
28
Texto produzido pelas profa. Msc. Nadeje Fidelis Moraes e Especialista Socorro Quirino Botelho – técnicas Pedagógicas da SUPED e Profa. Dra. Rosaura Soligo -
Instituto Abaporu de Educação e Cultura.
30
Texto retirado de Orientações para Organização do Ensino Fundamental – SUPED, 2012.
31
Ver nas Orientações para organização do Ensino fundamental - SUPED, 2012.
32
O Caderno de Orientações para os Laboratórios Pedagógicos e de Aprendizagens está disponível em:<http://www.educacao.al.gov.br/educacao-basica/
ensino-fundamental>.
33
Ver nas Orientações para organização do Ensino fundamental- SUPED, 2012.
34
Resolução 08/2007 - Art. 8 – CEE/AL.
35
Texto produzido pelas técnicas pedagógicas da Diretoria de Gestão Escolar Maria Betânia Santos de Moraes, Suzille de Oliveira Melo Chaves, Kátia Maria do Nascimento Barros.
36
Para saber mais sobre a Escola em tempo integral e sobre o Programa Mais Educação, ver site www.mec.gov.br.
Capítulo 4
LINGUAGENS
37
4.1 Propósitos da Educação Básica
37
A formulação destes propósitos teve como referência os seguintes documentos: Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC, 1997), Diseño Curricular para laEscuela Primária
de laCiudad de Buenos Aires (2004) e Caderno de Orientações Para o Ensino de Língua Portuguesa e Matemática no Ciclo Inicial (Secretaria Estadual do Acre e Secretaria
Municipal de Rio Branco, 2008).
38
Texto produzido pelo Prof. Ilson Barbosa Leão Júnior – licenciado em Física, mestrando em Ensino de Ciências da Natureza e técnico pedagógico da GEORC.
39
Moura & Silva, In Fiep Bulletin - The Interdisciplinary and Regular physical and Recreational Activities Minimization in School Failure.
40
Moura & Silva, In Bulletin - The Interdisciplinary and Regular physical and Recreational Activities Minimization in School Failure.
41
Texto produzido pela Profa. Dra. Rosaura Soligo - Instituto Abaporu de Educação e Cultura.
OBJETIVOS ® ¬ CONTEÚDOS
(diferentes capacidades) (de diferentes tipos)
¯ ¯
¬ FATOS, DADOS,
INFORMAÇÕES
SIMPLES
¬ CONCEITOS,
SABERES MAIS ESPECÍFICOS
SABERES MAIS AMPLOS
PRINCÍPIOS
TEÓRICOS,
CAPACIDADES ®
TEORIAS
® ¯ ¬ ATITUDES,
NORMAS DE ¬
CONDUTA,
VALORES
¬ PROCEDIMENTO
S, HABILIDADES,
TÉCNICAS
¯
COMPETÊNCIAS ® ¬ HABILIDADES
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
DIREITOS DE APRENDIZAGEM
DIREITOS DE APRENDIZAGEM
São todos os saberes, de diferentes tipos, a serem garantidos aos estudantes.
ATITUDES
São tendências ou predisposições para atuar de certo modo, de acordo com determinados
valores, apresentadas por componente e por área, pois são aquelas favorecidas pelo trabalho
pedagógico no componente e da área.
COMPETÊNCIAS EIXOS HABILIDADES CONTEÚDOS
CONCEITUAIS
São capacidades amplas São organizadores São capacidades
relacionadas ao gerais do específicas que São os conceitos e
componente curricular componente contribuem para o fatos a serem
e à área. curricular que desenvolvimento das ensinados para
dizem respeito à competências. favorecer o
sua natureza. desenvolvimento das
habilidades e
competências previstas
a cada ano de
escolaridade.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
◦ Ser usuário proficiente de diferentes ◦ Utilizar adequadamente textos de
linguagens. diferentes gêneros, incluindo os
digitais, e portadores, tais como:
◦ Desenvolver estratégias de produção
jornais, e-mail, panfletos, encartes,
de sentido das diferentes linguagens.
entre outros, que atendam às
◦ Desenvolver competência necessidades nos variados contextos
argumentativa, posicionando-se de sociais, considerando as diversas
maneira crítica, e construtiva nas linguagens.
diferentes situações sociais.
◦ Utilizar o diálogo como forma de
◦ Reconhecer e valorizar nas e pelas mediar conflitos e de tomar decisões
linguagens as manifestações artísticas coletivas.
de seu grupo social e de outros
◦ Reconhecer e analisar os processos
grupos.
de construção de sentido nas diversas
linguagens.
◦ Utilizar as diferentes linguagens para
desenvolvimento do jogo
argumentativo.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
◦ Perceber nas múltiplas linguagens, com ◦ Utilizar as possibilidades de construção
suas especificidades, os aspectos de sentidos das diferentes linguagens.
socioculturais constitutivos do processo
◦ Produzir textos verbais e não verbais,
educativo.
combinando diferentes modos de
◦ Desenvolver o conhecimento ajustado de expressão, inclusive os que circulam em
si mesmo e o sentimento de confiança em ambientes digitais.
suas capacidades afetiva, física, cognitiva,
◦ Identificar as características linguísticas,
ética, estética, de inter -relação pessoal e
paralinguísticas e corporais dos
de inserção social, para agir com
diferentes gêneros orais e escritos de
perseverança na construção de
maneira ampla e crítica.
conhecimento e no exercício da cidadania.
◦ Utilizar as diferentes linguagens para
◦ Compreender e interagir em práticas
desenvolvimento do jogo argumentativo.
discursivas orais e escritas;
◦ Analisar criticamente os discursos e suas
◦ Compreender a relação entre a arte e a
implicações sociais.
leitura como forma integradora de
comunicação entre as culturas. ◦ Comparar as relações estéticas e
linguísticas de textos variados.
◦ Valorizar a linguagem em diferentes grupos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
◦ Compreender criticamente a diversidade ◦ Questionar as diferentes realidades,
de linguagem e suas possibilidades formulando problemas e propondo
soluções, por meio da utilização do
expressivas.
pensamento lógico, da criatividade, da
◦ Desenvolver visão crítica das diferentes intuição, da capacidade de análise crítica.
realidades buscando, por meio das ◦ Ler com senso crítico e responsividade,
isto é, com receptividade.
linguagens, interagir com elas de maneira ◦ Conhecer recursos linguísticos e
ética e cidadã. metalinguísticos para análise de textos
◦ Utilizar diferentes fontes de informação e multissemióticos, isto é, que apresenta
conjunto de ações concomitantes para
recursos tecnológicos para construir demonstrar uma ideia, comunicando o
conhecimentos. sentido desejado da mensagem.
◦ Reconhecer a intertextualidade como
◦ Compreender as manifestações
característica constitutiva dos textos e
sociolinguísticas nos diferentes contextos conceber as linguagens como
históricos. representações sígnicas, isto é,
relacionadas à construção de significados,
◦ Valorizar a língua materna na construção do mundo.
de conceitos e na tentativa de explicar a ◦ Reconhecer os diferentes gêneros digitais,
realidade. que atendam às necessidades do sujeito
◦ Compreender as relações entre os textos nos variados contextos sociais.
◦ Identificar as características peculiares do
literários para aproximar a arte da
hipertexto, isto é, estrutura específica de
realidade humana. organizar informações.
◦ Ampliar a capacidade de análise crítica da ◦ Conhecer os diferentes conceitos de cultura
realidade. corporal.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
◦ Desenvolver visão plural e ética com ◦ Mobilizar estratégias cognitivas para o
relação às diferenças linguísticas. trabalho com as linguagens.
◦ Perceber a dinâmica da interlocução em ◦ Confrontar opiniões sobre conteúdos
contextos escolares e extraescolares. manifestados na linguagem verbal e não
verbal.
◦ Conceber a realidade como construção
sociossimbólica, isto é, o alcance, na ◦ Dialogar com os diferentes tipos e
interação social, dos significados. gêneros textuais, digitais e
impressos que circulam nos diversos
contextos sociais.
◦ Utilizar as tecnologias da informação e
comunicação (TIC's), como ferramentas
de aprendizagem.
◦ Utilizar a arte como forma de
comunicação e possibilidade de interação.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
◦ Conceber a linguagem como entidade ◦ Trabalhar a valoração das variações
linguística, política e social constituída ao linguísticas nas relações dialógicas de
longo das interações vivenciadas interações sociais, inclusive em
socialmente pelos sujeitos, no perpassar ambientes digitais.
dos tempos.
◦ Analisar textos impressos e digitais
◦ Refletir sobre falta de alinhamento, nas identificando elementos textuais e
relações de gênero e de poder que se discursivos relativos às questões de
manifestam nas linguagens. gênero e de poder.
◦ Desenvolver estratégias de argumentação ◦ Utilizar as tecnologias da informação e
em manifestações de linguagem verbal e comunicação (TIC's), como ferramentas
não verbal. de aprendizagem.
◦ Desenvolver o respeito às diferenças na ◦ Apresentar ideias com clareza e expor
convivência social e comunitária. argumentos objetivamente.
◦ Acessar o conhecimento disponível
sobre a cultural corporal, as artes e as
línguas para melhorar cada vez mais as
capacidades de uso adequado e criativo
das linguagens.
gógica inclua o uso da tecnologia como uma responsável pelos letramentos, já que a comu-
prática social. nidade e a cidade são também educadoras. É
importante que a escola se veja como muito
O leitor deste documento pode
mais que um prédio, mas como um local para
estranhar a ênfase dada ao trabalho com as
onde as pessoas acorrem em busca de qualifi-
tecnologias para o ensino de Língua Portu-
cação, conhecimento, diploma. A escola é um
guesa, considerando o que já foi dito na intro-
lugar de trocas de experiências de aprendiza-
dução deste componente sobre a realidade
gem. Conhecer e identificar as práticas letra-
socioescolar do Estado de Alagoas. Porém,
das dos estudantes e das pessoas com quem
outras considerações ainda precisam ser fei-
se relacionam ajuda a entender o que é mais
tas sobre o uso da tecnologia. Quando fala-
significativo, quais são as questões, os temas
mos de tecnologia, não nos referimos apenas
reais apresentados pela vida comunitária ou
às digitais, que demandam infraestrutura mais
pelas circunstâncias econômicas, sociais e
sofisticada e mais custosa, mas também aos
ambientais, e também suas lacunas e necessi-
recursos de maior acesso, mesmo nas regiões
dades. Esse conhecimento facilitará a deter-
mais remotas, tais como: o rádio, a televisão, o
minação do ponto de partida, a previsão de
vídeo (acessível até nos modelos mais simples
obstáculos e auxiliará no desenho de estraté-
de telefones celulares).
gias de ensino e na mobilização de recursos
Vale lembrar que nossos estudantes para empreender a construção da educação
já participam, ao menos como receptores, de realmente transformadora almejada por
muitas práticas letradas digitais. Por exemplo, todos.
os programas de rádio e televisão indicam das
O que se propõe é um currículo orga-
emissoras, endereços de e-mail, hashtags
nicamente ligado à vida comunitária e que
(link da internet cujo título vem precedido do
para ela retorne. Insistimos numa prática mais
ícone cerquilha #), endereços de Twitter e de
solidária, generosa, humana, atenta às pers-
Facebook. Jornais e revistas impressos ado-
pectivas de vida de todos os seus partícipes,
tam design semelhante ao dos sites.
ao desenvolvimento de suas competências
A recepção passiva, entretanto, não é gerais, de suas habilidades pessoais e de suas
suficiente. É necessário que a escola promova preferências culturais.
o que se convencionou chamar de inclusão
digital, que significaria, idealmente, participar
da rede mundial de computadores como pro- 4.6.1.1 Organização do conhecimento
tagonistas e usá-la para a melhoria da quali- Escolar de Língua Portuguesa
dade de vida. Isso porque ser letrado é fazer
parte de diferentes práticas sociais que usam a
escrita como sistema simbólico e como tec- Os quadros do componente curricu-
nologia. lar Língua Portuguesa que apresentamos a
seguir foram elaborados considerando que o
Há também muitas portas para o exer-
conhecimento está dividido em três grandes
cício estético nas tecnologias atuais, que a
áreas: Linguagens, Ciências da Natureza e
escola deve aproveitar, pois, afinal de contas,
Ciências Humanas. Essas áreas organizam-se
os estudantes já trazem para a escola uma
e interligam-se em disciplinas sem, no entan-
grande bagagem, um grande repertório disse-
to, as diluírem ou eliminarem. Isso significa
minado pela mídia.
que reconhecemos o caráter disciplinar do
É necessário, portanto, que a escola conhecimento, mas também que cada disci-
não se veja como a única promotora ou única plina, na sua especialidade, contribui para o
desenvolvimento das competências gerais do respeito pela fala e escuta do outro, perceben-
aluno. do a sala de aula como um espaço onde cada
sujeito tem o direito legítimo à palavra; (b) com-
Nossos quadros estão organizados
petências, ou seja, capacidades amplas cons-
da seguinte maneira: 6º ao 9º anos do Ensino
truídas a partir de conhecimentos, atitudes e
Fundamental e 1ª a 3ª séries do Ensino
aptidões que habilitam alguém para vários
Médio. A opção por essa sequenciação não
desempenhos da vida; (c) eixos: oralida-
significa que a proposta curricular se constitui
de/escuta, leitura, escrita e análise linguísti-
de grades de conteúdos e objetivos prefixa-
ca; e conteúdos. Os conteúdos estão dividi-
dos. É importante frisar, antes de mais nada,
dos em (a) habilidades, ou seja, capacidades
que o que se vê nos quadros são diretrizes nor-
específicas dos estudantes, possíveis de
teadoras dos currículos e de seus conteúdos
serem ensinadas (equivalentes a conteúdos
mínimos; cabe, assim, à escola (coordenado-
procedimentais) e (b) conteúdos conceituais,
res pedagógicos e professores), em constante
ou seja, temas, conceitos, princípios teóricos,
análise e reflexão da sua realidade escolar,
fatos etc.
fazer as adequações necessárias, adiantando
ou postergando conteúdos e adaptando-os. Finalmente, vale ainda ressaltar que o
Mais importante que a sequenciação proposta ensino baseado em competências e habilida-
é o compromisso com a concepção de educa- des, da forma como foi acordado nos limites
ção linguística aqui desenhada. deste documento, pressupõe o trabalho peda-
gógico com os objetos de estudo de forma
A estrutura dos nossos quadros com-
integrada, e não estanque. Dessa forma, os
preende como direitos de aprendizagem do
itens dos quadros estão amalgamados, sendo
componente curricular Língua Portuguesa as
que essa divisão se justifica somente pela
(a) atitudes, aquilo que se espera em termos de
necessidade de explicitação que, em um qua-
resultado do trabalho com as competências e
dro curricular, é inevitável.
habilidades do componente. Por exemplo:
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Leitura e Procedimentos de Estudo: se as habilidades de estudo não tiverem sido trabalhadas no Ensino Fundamental, recomenda-se que sejam ensinadas em quaisquer anos do Ensino Médio.
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Leitura e Procedimentos de Estudo: se as habilidades de estudo não tiverem sido trabalhadas no Ensino Fundamental, recomenda-se que sejam ensinadas em quaisquer anos do Ensino Médio.
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· compreender arte nos aspectos histórico, PCN-Arte, à pequena carga horária destinada
cultural e social e sua influência nas mudanças ao componente curricular e à ausência de
sociais e os fatores que interferem na obra de espaços adequados para o desenvolvimento
arte; de atividades específicas das diversas lingua-
gens artísticas.
· reconhecer a mídia como laboratório de arte No que se refere à importância do
no sentido de oferecer referência para expe- ensino da Arte, encontramo-nos, no momen-
riências como desenho, pintura, gravura, no to, em uma situação paradoxal: a Educação
processo de criação; Básica demanda professores com uma
formação genérica e polivalente que o Ensino
· respeitar e valorizar a diversidade de mani- Superior, especializado, não supre.
festações artísticas locais e regionais; O que fazer? Reafirmamos a necessi-
dade da presença de professores especialis-
·reconhecer a Arte como instrumento de tas e espaço curricular para as quatro lingua-
socialização, comunicação, aproximação e gens, visto que cada uma se diferencia da
humanização da pessoa; outra em sua forma de operar sobre o mundo.
Porém, por se tratar de iniciativa inviável
· expressar e reproduzir experimentos plásti- dentro da atual estrutura educacional do país,
cos, artísticos e folclóricos, valorizando as a proposta é que o professor de Arte trabalhe a
expressões da arte do povo brasileiro e partir da linguagem específica na qual realizou
produzir e reproduzir trabalhos de artes, sua formação superior, desenvolvendo
utilizando diversos materiais gráficos e atividades que incluam, sempre que possível,
plásticos, sobre diferentes superfícies, as outras linguagens artísticas.
identificando características e estilos. Outra questão a ser enfrentada se
refere aos eixos de aprendizagem, baseados
A pesar de que, atualmente, o ensino na pedagogia triangular presente nos PCN-
de Arte está voltado para as linguagens de Arte e em Ana Mae Barbosa: fazer, ler e contex-
Música, Dança, Teatro e Artes Visuais, somente tualizar. Foi o caso do acento no fazer em
em 2008 o ensino dos conteúdos da música época em que se pregava a livre expressão dos
passou a ser obrigatório, com a aprovação da educandos e que disseminou uma visão de
Lei Federal 11.769. arte voltada somente à subjetividade, sem
muita conexão com o mundo concreto.
Os Referenciais Alagoanos Atualmente, vivemos um período em que o
foco recai em uma contextualização superfici-
Ainda que presente na história da al, reduzindo as aulas de Arte a um acúmulo
educação brasileira desde as atividades acrítico de informações, numa espécie de
pedagógicas desenvolvidas pelos jesuítas no linha histórica da Arte, desprezando a cons-
tempo da colônia, a Arte ainda procura formas trução e leitura de processos e objetos artísti-
de inserção em nossos currículos, conforme cos. Pouca importância se deu, historicamen-
expusemos acima. te, às atividades voltadas à leitura, à fruição e à
As dificuldades referem-se principal- apreciação da obra, o que procuramos
mente à compreensão insuficiente da impor- sublinhar neste documento, preocupados que
tância das artes em nossa vida cotidiana, à estamos com a recepção acrítica de objetos
formação dos professores nem sempre artísticos, principalmente àqueles produzidos
desenvolvida a partir das recomendações dos pela indústria cultural.
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Marta de Moura Costa - Universidade Federal de Alagoas - marta.costa@uol.com.br
Edluza Maria Soares de Oliveira - Secretaria de Estado da Educação e do Esporte – Alagoas - feliceazul@yahoo.com.br
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Neste modelo, as disciplinas se justapõem de forma simultânea, desprovidas de relação entre elas, com objetivos múltiplos e diversos, porém, sem nenhuma
cooperação entre si.
48
Neste modelo, há um agrupamento de disciplinas afins, isto é, do mesmo campo do conhecimento, de modo que suas relações e a cooperação existente possam
transparecer naturalmente, porém, não há coordenação entre elas.
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4.6.4.1 Organização do Conhecimento Escola de Educação Física
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Orientações Didático-
metodológicas
Capítulo 5
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5.1 A questão metodológica
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Texto produzido pela Profa. Dra. Rosaura Soligo - Instituto Abaporu de Educação e Cultura.
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possibilidades de aprender do estudante, isto 5.2 Pesquisa e letramentos
é, precisará, ao mesmo tempo, ser difícil e
possível. A perspectiva deste Referencial
Observando rapidamente as dez Curricular é também conceitualmente afinada
características relacionadas acima, pode com a tendência que vem se tornando predo-
parecer que a formulação de situações- minante nos últimos anos quanto à necessi-
problema é de uma enorme complexidade dade de ampliação do processo de letramento
para os professores, que jamais daríamos e das habilidades de pesquisa.
conta de planejá-las, o que não é exatamente Há quase duas décadas, desde a
real. O mais importante é saber que conheci- publicação dos Referenciais e Parâmetros
mento os estudantes têm (ou não) sobre o que Curriculares Nacionais nos anos 90, e de
a proposta pede. Por exemplo, a depender do forma incisiva nos recentes documentos do
grupo de estudantes, a busca de resposta para Ensino Médio – como, por exemplo, o
a pergunta “Por que está havendo aquecimen- Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) –
to global?” pode representar uma situação- são enfatizados alguns pressupostos curricu-
problema valiosa. Mas se todos já souberem lares importantes para a ampliação das
'a priori' a resposta, porque já estudaram o capacidades de leitura, estudo, pesquisa e
assunto e compreenderam as razões do letramento. Alguns deles são os seguintes:
aquecimento, será apenas uma conversa. “foco na leitura e letramento como elementos
Mesmo que aparentemente muito de interpretação e de ampliação da visão de
simples, uma proposta didática será sempre mundo, basilar para todas as áreas do conhe-
uma situação-problema se apresentar um cimento; atividades teórico-práticas que
desafio real, com um grau de dificuldade fundamentem os processos de iniciação
adequado ao conhecimento dos estudantes, científica e de pesquisa, utilizando labora-
se instigar a formulação de hipóteses e tórios das ciências da natureza, das ciências
antecipações, se mobilizá-los a buscar uma humanas, das linguagens, de matemática e
resposta (por se sentirem capazes para tanto, outros espaços que potencializem aprendiza-
mesmo que precisem discutir com os colegas gens nas diferentes áreas do conhecimento;
ou receber ajuda do professor), se puderem a t i v i d a d e s e m L í n g u a s E s t ra n g e i -
por si mesmos considerar que o resultado a ras/adicionais, desenvolvidas em ambientes
que chegaram é razoável ou válido, se pude- que utilizem recursos e tecnologias que
rem usar o que aprenderam em outras situa- contribuam para a aprendizagem dos estu-
ções. dantes; fomento às atividades de produção
O ingrediente principal de uma artística que promovam a ampliação do
prática pedagógica com esse enfoque meto- universo cultural dos estudantes; fomento às
dológico é considerar o aprendiz um sujeito de atividades esportivas e corporais que promo-
fato. Como dizia Karl Marx há muito tempo e vam o desenvolvimento integral dos estudan-
por outras razões: “de cada um de acordo com tes; fomento às atividades que envolvam
suas capacidades, a cada um, de acordo com comunicação, cultura digital e uso de mídias e
suas necessidades”. Essa máxima vale, tecnologias, em todas as áreas do conheci-
também, para a educação escolar. mento; propostas de ações que poderão estar
estruturadas em práticas pedagógicas multi
54
Texto produzido pela Profa. Dra. Rosaura Soligo - Instituto Abaporu de Educação e Cultura.
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como experiência. Portanto, é aquele proble- sistema de escrita e em que esta, sobretudo
matizador do conhecimento escolar. É o por meio do texto escrito e impresso, assume
promotor direto de um conhecimento que importância central na vida das pessoas e em
precisa ser cada vez mais significativo para suas relações com os outros e com o mundo
aquele que aprende. em que vivem.
Quando falamos de Ensino recorre- Nessa perspectiva, cabe à escola
mos a Paulo Freire, que diz de uma busca instrumentalizar os estudantes para que
tenham condições de fazer, cada vez maior e
incessante no ato de ensinar:
melhor, uso da função social da escrita,
Enquanto ensino continuo buscando,
atendendo as suas necessidades de
reprocurando. Ensino porque busco, porque
comunicação dentro e fora da escola,
indaguei, porque indago e me indago.
tornando-se, consequentemente, sujeitos
Pesquiso para constatar, constatando, mais letrados. Para formar sujeitos cada vez
intervenho, intervindo educo e me educo. 57
mais letrados Maria Vilma(2013) afirma que
Pesquiso para conhecer o que ainda não faz-se necessário realizar uma prática
conheço e comunicar ou anunciar a novidade. pedagógica que invista no desenvolvimento
(FREIRE, 1996, p.32) de capacidades relacionadas à compreensão
e à valorização da cultura escrita, que são:
A pesquisa permite que o professor · conhecer, utilizar e valorizar os modos de
redescubra formas de promover uma ciência produção e de circulação da escrita na
encantadora, um conhecimento significativo e sociedade;
ao mesmo tempo, se renova como profissio- · conhecer os usos e funções sociais da
nal. Também permite que construa um ensino escrita;
que os estudantes aprendam e confrontem · conhecer os usos da escrita na cultura
com as vivências de sua comunidade. escolar:
- saber usar objetos de escrita presentes na
cultura escolar;
56
5.2.2. Letramentos - desenvolver capacidades específicas para
escrever.
Na sociedade atual a escrita é meio
de comunicação preponderante, circula A autora afirma ainda que, para estas
através dos mais diversos suportes e capacidades serem desenvolvidas, faz-se
propósitos comunicativos, exigindo que todos necessário a escola se organizar para o
os cidadãos façam uso situado dela. A este desenvolvimento de atividades que permitam,
uso situado das funções da escrita, para de fato, o uso significativo da função social da
alguns autores (Soares, 2010; Kleiman, 2008; escrita e, consequentemente, a ampliação do
Mortatti, 2004), dá-se o nome de letramento. processo de letramento. Pois, se letramento é
O conceito de letramento aqui o “Resultado da ação de ensinar e aprender as
explicitado está diretamente relacionado à práticas sociais de leitura e escrita. O estado
língua escrita e seu lugar, suas funções e seus ou condição que adquire um grupo social ou
usos nas sociedades letradas, isto é, um indivíduo como consequência de ter-se
sociedades organizadas em torno de um apropriado da escrita e de suas práticas
56
Texto produzido pela profa. Maria Vilma da silva - licenciada em Pedagogia, especialista em Formação de professores da Educação Básica e Mestra em Educação e
Linguagem – técnica pedagógica e Gerente da Organização do currículo escolar – GEORC/SEE-AL.
57
In. Revista Eletrônica da educação de Alagoas – REDUC – ler artigo A organização de uma prática pedagógica de alfabetização sociointeracionista.
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êxito escolar no presente e no futuro”. que dão uma determinada ordem lógica às
Se a situação de estudo estiver ideias para favorecer o entendimento do que é
relacionada à História, por exemplo, será tratado.
importante que os estudantes saibam lidar Para que os estudantes compreen-
com textos de diversos gêneros em que os dam esses textos é preciso saber lidar com
conhecimentos históricos estão presentes, o eles, é preciso saber estudá-los. E, para tanto,
que exigirá, entre outros aprendizados, será preciso receber ajuda para aprender a:
conhecer suas diferentes formas de • relacionar as informações novas com os
organização para poder compreendê-los, conhecimentos prévios sobre o assunto;
construir sentidos e aprender com eles. • resolver dificuldades de compreensão
Esses gêneros são cartas, diários de encontradas durante a leitura;
viagem, notícias de jornais e revistas, • discutir aspectos relevantes;
certidões, leis, fichas de identificação pessoal, • reorganizar informações para recordar o que
documentos pessoais, letras de músicas foi aprendido: marcar a página onde se
populares e de hinos, gráficos e tabelas, encontra a informação; registrar a fonte
crônicas de costumes, propagandas de pesquisada para que, caso necessário, se
produtos/eventos e são também os textos possa recorrer novamente a ela; sublinhar o
que figuram nos livros didáticos. E para que os que for relevante; fazer comentários na
estudantes possam ter familiaridade e se margem dos textos; anotar o que for preciso;
relacionar adequadamente com esses textos, resumir; fazer esquemas; fichamentos;
será preciso conhecê-los na escola, o que paráfrases; ou mesmo ler outros textos que
significa que é tarefa dos professores dos ajudem a compreender melhor o que está
diferentes anos/séries e componentes sendo estudado.
curriculares garantir o acesso a eles. Essas são habilidades que, de certa
Dentre a variedade de gêneros que os maneira, apoiam a leitura e fazem da escrita
estudantes precisam aprender a ler, há alguns uma poderosa ferramenta para aprender a
prioritários, que são os predominantemente estudar, além do que, a ampliação dos
expositivos: textos cuja finalidade é fazer diferentes letramentos e da capacidade de
compreender um assunto, apresentar um pesquisa passa necessariamente pela
tema novo ou expor um conceito em que o conquista dessas habilidades.
autor apresenta informações sobre um
conteúdo supostamente desconhecido ou 5.4 A gestão de sala de aula e as
pouco familiar aos leitores, com as modalidades organizativas59
explicações necessárias para favorecer o
entendimento do que é tratado. Em geral, A prática docente é uma prática de
quem produz esses textos pretende ensinar gestão em que o professor se configura num
algo pela escrita – como ocorre com os que se gestor de sala de aula, que motiva e
encontram nos livros didáticos. desencadeia atividades didático-
Os gêneros de natureza expositiva pedagógicas. Assim, é o professor que toma
possuem uma forma própria de organização decisões frente aos processos de ensino e de
das informações e apresentam recursos aprendizagem (LIMA, 2009). Dentre os muitos
linguísticos e marcadores textuais específicos encaminhamentos e tomadas de decisão
59
Texto produzido pelo prof. Ricardo Lisboa Martins – licenciado em Filosofia e Matemática, mestre em Educação Matemática – técnico pedagógico da Superintendência
de Políticas Educacionais.
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Texto produzido pela Profa. Dra. Rosaura Soligo - Instituto Abaporu de Educação e Cultura.
61
Essas formas (ou modalidades) de organização dos conteúdos são defendidas por Delia Lerner e constam do texto “É possível ler na escola?”, presente no livro Ler e
escrever na escola - o real, o possível e o necessário (Artmed, 2002).
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preciso se arriscar, que os erros fazem parte que os estudantes possam entender o mundo
do aprendizado e que todos poderão contar em que se inserem do ponto de vista da ação
com o professor para ajudá-los em suas pela participação ativa nas práticas sociais de
tentativas. letramento e de pesquisa64 inseridos no dia a
- envolver os estudantes no processo de dia de cada um.
reflexão e definição de projetos, normas de Nesse contexto, o professor tem o
conduta, regras, materiais, espaços e adapta- papel fundamental de promotor das ações
ção de atividades, valorizando possibilidades que favorecem o uso da língua em contextos
que tragam desafios adequados aos conheci- (os mais variados, próximos e possíveis do
mentos do grupo. real) para que os estudantes possam efetiva-
- favorecer a articulação entre os saberes e mente participar de processos interativos
fazeres conquistados na área de Linguagens envolvendo o uso da língua estrangeira e a
com o que há disponível na comunida- reflexão sobre os valores transmitidos por
de/cidade: bibliotecas, internet, feiras meio dessa língua.
populares, museus, centros culturais e espor- Concretamente, esse tipo de trabalho
tivos, clubes etc. somente pode ser levado adiante se partirmos
- desenvolver práticas interdisciplinares do texto como elemento agregador tanto dos
adequadas e combater a ideia, por vezes conhecimentos circulantes quantos dos
habitual nas escolas, de que os componentes valores válidos para uma determinada socie-
curriculares da área de Linguagens devem se dade em determinada época. Entretanto,
submeter a objetivos e necessidades dos para dar conta da complexidade de informa-
demais componentes curriculares. ções que circulam entre nós, devemos expan-
dir o conceito de texto para além do escrito e
Metodologia – Língua Estrangeira considerar também as produções orais e
visuais.
Neste Referencial Curricular, propo- Por exemplo, ao olharmos um outdo-
mos uma perspectiva metodológica que leve or na rua, imediatamente, sabemos que é uma
em consideração os interesses dos estudan- propaganda feita por alguém que tem algo a
tes, as necessidades dos professores de oferecer a outras pessoas (nós, consumido-
língua estrangeira e as perspectivas contem- res). A reação que temos a essa propaganda
porâneas de justiça social, cidadania e pode variar do completo desinteresse pelo
inclusão. Para levarmos a cabo esta proposta, produto até a imediata ida a uma loja para
dois eixos são fundamentais: o primeiro eixo adquirirmos a mercadoria anunciada.
focaliza o trabalho com perspectiva do Esse conhecimento implícito que
letramento e o segundo se apoia na possibili- temos sobre esse tipo de texto (propaganda,
dade na motivação pela curiosidade fomen- produzida por alguém, endereçada a outro,
tada pela pesquisa dos estudantes para a como objetivo de nos fazer comprar, decisões
construção de seu conhecimento. Em outras que tomamos com base nisso) faz parte do que
palavras, o fazer metodológico precisaria denominamos trabalho com gêneros textuais
priorizar propostas que valorizem o diálogo, a do ponto de vista dos letramentos. A proposta
negociação de sentidos, as discussões é oferecer a possibilidade de construir signifi-
críticas e reflexivas, o trabalho em equipe para cados por meio de questionamentos, alguns
64
Salientamos que entendemos pesquisa como procedimentos que façam com que os estudantes busquem informações extras além das veiculadas em sala de aula, que
se tornem curiosos e acessem outros canais onde possam obter mais informações sobre os assuntos tratados no componente Língua Estrangeira, de preferência de
forma orientada.
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LINGUAGENS
dos quais podem ser: qual é a função do tor)? Que recursos (linguísticos, sonoros,
gênero, como ele é composto, quem o produ- visuais) são trazidos pelo texto que nos dão
ziu (locutor), quem são os interlocutores indicações desse direcionamento?
(ouvintes, leitores, etc.) visados e os não 4. Qual é o contexto desse texto? Que recur-
incluídos, de que forma as informações são sos (linguísticos, sonoros, visuais) são utiliza-
apresentadas, que outros textos compõem o dos no texto para a construção desse contexto
sentido desse texto (intertextualidade), que de sentido?
recursos linguísticos o locutor utilizou para 5. Quais são as partes do texto? Que caracte-
dar coerência, coesão e sentido às partes do rísticas de linguagem oral, escrita, visual estão
texto, que ações são esperadas dos interlocu- apresentadas no texto? Qual é o nível de
tores, por que essas ações são esperadas. formalidade do texto? Que recursos (linguísti-
Para que isso seja possível, alguns cos, sonoros, visuais) são utilizados para dar
procedimentos podem ser utilizados no coesão ao texto?
processo de desenvolvimento das habilidades 6. A que outros textos esse texto remete? De
de leitura (escrita, visual) e de compreensão que forma esses outros textos remetem ao
oral: texto? Que recursos são utilizados para
· trabalho a partir do conhecimento de mundo compor a intertextualidade?
dos estudantes sobre o tema, sobre o gênero; 7. O que o texto pretende em relação aos
· identificação do tema, da ideia principal, de interlocutores? Como isso está expresso no
informações explícitas e implícitas, etc; texto? Por que o texto pretende essa ação?
· leitura do texto usando as estratégias de 8. Que outros interlocutores não estão
aprendizagem (skimming, scanning, inferên- considerados por esse texto? Por quê? Que
cia, levantar e checar hipóteses, auto monito- reações podem ocorrer naqueles não visados
ramento etc.); pelo texto? Que manifestações textuais
· discussões sobre o tema e suas relações com podem aparecer por causa disso?
a realidade em que se inserem, sobre o contex-
to de produção (suporte, interlocutores, Após o trabalho com os gêneros,
finalidade, época), sobre o tema e intertextua- sugerimos o ensino da língua, isto é, chega-se
lidade. ao momento do aprendizado gramatical,
Se considerarmos a propaganda do lexical e prosódico: gramática, vocabulário,
outdoor como exemplo de material a ser pronúncia e entoação, além de poderem dar
trabalhado em sala de aula, podemos fazer as opiniões, discutir e sugerir alternativas para o
seguintes perguntas65: conteúdo do texto. Desse modo, parte-se do
1. Que tipo de texto é esse? Qual é o objetivo tratamento do texto do ponto de vista do
66
dele? Que sentidos podem ser produzidos por letramento , sem, no entanto, deixar de lado o
ele? conteúdo específico para o aprendizado de
2. Quem é o locutor (autor)? Que recursos línguas estrangeiras.
(linguísticos, sonoros, visuais) são utilizados Feito isso, os estudantes estão
pelo texto que nos dão indicações dessa prontos para ingressarem nos procedimentos
autoria? de pesquisa, segundo eixo da proposta
3. Para quem o texto é orientado (interlocu- metodológica, por meio das habilidades
65
Para uma discussão mais detalhada desse processo de conscientização crítica por meio do letramento, sugerimos a leitura das Orientações Curriculares para o Ensino
Médio – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no capítulo que trata de língua estrangeira.
66
Para uma discussão mais detalhada sobre o uso de textos escritos para o aprendizado de uma língua estrangeira do ponto de vista do letramento, sugerimos a leitura
dos PCN de língua estrangeira para o ensino fundamental.
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LINGUAGENS
produtivas, ou seja, pela produção escrita e compõem o gênero? Como aparecem no texto
oral. Nesse processo, é esperado que os produzido?
estudantes transitem entre outros gêneros, 4. Para quem serão direcionadas as produ-
trabalhando características da locução ções?
(autor, falante, etc.) e da interlocução (leitor, Nesse ponto, os estudantes entram
ouvinte), intenção e sentido do texto, caracte- no processo produtivo, utilizando os recursos
rísticas linguísticas e retóricas, etc. Ao ofere- disponíveis (livro didático, outros textos,
cer práticas de produção textual por meio de internet etc.) para a composição desse
diferentes gêneros, recomendamos que o trabalho. Esse é o sentido de pesquisa na
professor faça um: Educação Básica.
· planejamento do gênero a ser trabalhado,
requerendo a delimitação do objetivo, do tema O Componente curricular Arte possui
e dos participantes. uma característica muito singular na sua
· acompanhamento da produção textual ao concepção conceitual, pois abrange quatro
verificar os elementos de coesão e coerência, linguagens artísticas que possuem conteúdos
a identificação do uso da linguagem formal ou próprios e formações acadêmicas distintas.
informal, identificação dos participantes, o Como dissemos anteriormente, a partir dos
uso adequado da pontuação, pronome, PCN-Arte, que apontam para a necessidade
numeral, substantivo, artigos, etc. do ensino específico de cada uma das lingua-
· análise da produção textual levando em gens artísticas, as universidades brasileiras
consideração os elementos de coesão e extinguiram a antiga formação polivalente em
coerência, a identificação do uso da lingua- Educação Artística, criando os cursos de
gem formal ou informal, identificação dos Música, Teatro, Dança e Artes Visuais. No
participantes, o uso adequado da pontuação, Referencial Curricular de Alagoas sugerimos
pronome, numeral, substantivo, artigos, etc. que, mesmo considerando as competências
· reflexão sobre os elementos discursivos, comuns às quatro linguagens artísticas, cabe
textuais, estruturais, normativos dos textos ao professor proporcionar o desenvolvimento
orais e escritos. das habilidades dos estudantes utilizando
Ao trazermos para nossa discussão principalmente os conteúdos próprios perti-
novamente a propaganda, algumas possíveis nentes a sua habilitação acadêmica.
perguntas podem ajudar os estudantes na Para uma melhor compreensão
produção escrita: terminológica sempre que Arte vier iniciada
1. Como os interlocutores reagiriam a esse com letra maiúscula, a referência é ao
texto? Que respostas podemos dar a esse Componente Curricular; quando iniciada por
texto? A partir desse texto, que outros textos minúscula, a referência é para a arte como
podem ser produzidos como respostas expressão humana, abrangendo suas diversas
possíveis? formas de linguagem.
2. Em que contexto esses gêneros textuais / Outro aspecto desta proposta se
respostas podem circular? Que níveis de refere aos eixos de aprendizagem, baseados
linguagem constituem essas respostas? na influência dos estudos de Ana Mae Barbosa
3. Que aspectos linguísticos podem fazer e sua proposta de Pedagogia Triangular para o
parte desse gênero? Que outros textos ensino da Arte, composta pela contextualiza-
Referencial Curricular da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino do Estado de Alagoas 176
LINGUAGENS
ção histórica das artes, pela apreciação inserida. E, finalmente, para os estudantes do
(leitura de processos e obras de arte) e pelo 3º ano, a questão é diversidade e a pluralida-
fazer artístico. Dentro desta proposta, indica- de das expressões artísticas contemporâne-
mos operadores compatíveis com a estrutura as, gerando possibilidades infinitas de diálo-
seriada do ensino, sem, no entanto, ficarmos gos entre formas de produção, agregando em
reféns de uma visão cronológica da arte em seu aprendizado as dimensões multiculturais
que, ou aparente uma (equivocada) evolução, e antropológicas da arte.
ou se reduza tudo a estilos, escolas e movi- Coerente com esses eixos de ensino e
mento. Com isto, não estamos negando a aprendizagem, indicamos como abordagem
necessidade de reflexões pertinentes à didático-metodológica a pedagogia triangu-
História da Arte, mas incorporando-as a eixos lar presente nos PCN-Arte e em Ana Mae
geográficos e filosóficos. Barbosa. A articulação das três ações (fazer,
Assim, no Ensino Fundamental, os apreciar e contextualizar) é primordial para
eixos privilegiam a construção do conheci- que a proposta pedagógica se concretize de
mento através de operadores espaciais, forma adequada. Privilegiar uma em detri-
organizando o ensino a partir do contato mento das demais pode gerar equívocos já
direto do aluno com processos e objetos cometidos no processo histórico e para os
artísticos de seu local de moradia em direção quais já chamamos a atenção anteriormente.
às produções universais. Neste sentido, a Enfatizamos aqui um princípio
referência para os estudantes do 6º ano é a norteador explicitado no Quadro do
arte produzida em sua comunidade e em sua Componente Curricular como atitude que os
cidade; para os estudantes do 7º ano, a arte educandos devem desenvolver ao longo de
produzida no Estado de Alagoas; para os sua formação educativa: a percepção da arte
estudantes do 8º ano, a arte produzida no como forma de conhecimento do e de pensa-
país, e, finalmente, para os estudantes do 9º mento sobre o mundo que se diferencia dos
ano, a arte universal. conhecimentos filosóficos e científicos. As
Os eixos de aprendizagem para o linguagens artísticas, assim como toda
Ensino Médio baseiam-se em possíveis linguagem, possibilitam formas diferenciadas
diálogos com as disciplinas Filosofia e de leitura e de ação no mundo e, devido a sua
Sociologia, com o objetivo de favorecer o presença desde a vida cotidiana dos estudan-
desenvolvimento, pelos estudantes, da tes até às grandes realizações culturais da
capacidade de refletir para além dos objetos humanidade, deve ter sua importância
artísticos, relacionando-os aos processos de reconhecida e, principalmente, destacada nos
criação e de difusão. Desta forma, a proposta currículos escolares.
de estudo, para os estudantes do 1º ano, é o O reconhecimento da importância do
próprio sujeito criador, isto é, a dimensão ensino da Arte se verifica na organização do
subjetiva e expressiva do ato artístico, que tempo e do espaço dentro das escolas e na
envolve os aspectos psicológicos e filosóficos criação de espaços específicos de aprendiza-
da criação e apreciação artística. Para os gem. Indicamos que o professor de Arte
estudantes do 2º ano, a questão é a socieda- trabalhe a partir da linguagem específica na
de na qual a produção se insere, isto é, a qual realizou sua formação superior, procu-
dimensão objetiva e comunicativa do ato rando desenvolver atividades que incluam as
artístico, envolvendo os aspectos políticos e demais linguagens artísticas. Essa proposta
sociológicos em que esta produção está se reflete no Quadro do Componente
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LINGUAGENS
Curricular nas colunas dedicadas às habilida- diferenças das linguagens artísticas, servindo
des e aos conteúdos conceituais, através de como referência para especificar a linguagem
indicações gerais, que devem ser trabalhadas na qual o professor é formado. Em se tratan-
independente da formação do professor, e do de artes visuais, pode-se estudar não
específicas dentro de cada uma das lingua- somente possíveis quadros, reproduções,
gens artísticas. estatuetas, mas também as fotografias
O ajuste nestas orientações depende familiares, as cores utilizadas nas paredes e
da formação de cada professor, das necessi- nos móveis, a composição dos ambientes,
dades dos estudantes e das condições etc. No caso de música, podem-se pesquisar
materiais encontradas na escola. Porém, as produções da indústria cultural e, principal-
sugerimos alguns encaminhamentos para a mente, as músicas das crianças, as tradicio-
prática na sala de aula. Por exemplo, no sexto nais da família e da comunidade, as cantigas
ano do Ensino Fundamental, o professor pode aprendidas com os pais e avós, etc. No caso de
propor aos estudantes, através de projetos dança, pode-se trabalhar sobre as brincadei-
pedagógicos, sequências didáticas ou ras infantis de roda, as manifestações carac-
atividades permanentes que façam um terísticas da comunidade, as expressões
levantamento dos objetos artísticos presen- advindas da indústria cultural, etc. E quando a
tes em sua casa. Neste levantamento se situação é o trabalho com teatro, igualmente,
evidenciará qual é a compreensão de arte para podem-se ter como base de estudo as históri-
cada um, compreensão que pode motivar as familiares, as formas de narrativas orais e as
atividades de reflexão sobre o que é arte e suas brincadeiras dramáticas.
implicações na vida das pessoas, a origem de Enfim, o professor de Arte deverá
algumas expressões artísticas, a qualificação buscar os conteúdos pertinentes a sua
social do objeto artístico decorrente do meio linguagem específica que contribuem para o
de comunicação utilizado. desenvolvimento das habilidades e compe-
O objeto artístico (ou sua reprodu- tências do componente curricular em suas
ção) levado à sala de aula pode passar por um atividades permanentes, nos projetos e
processo de leitura destacando-se seus sequencias didáticas.
elementos constitutivos, os materiais utiliza- A Educação Física Escolar deve ter
dos em sua produção e a composição. Pode- tratamento metodológico específico consi-
se, em seguida, fazer-se a proposição de uma derando a natureza eminentemente procedi-
produção aos estudantes, utilizando algum mental de suas práticas como objeto de
dos elementos levantados no estudo, sejam ensino. Assim, o professor na interlocução
os de contextualização histórico-social, com os estudantes deve considerar:
sejam os materiais, os elementos ou as formas · três eixos motivacionais para o ensino e a
de composição. Uma possibilidade, após a aprendizagem da cultura corporal de movi-
produção, é a retomada destes objetos como mento: (1) a resolução de problemas; (2) o
modelos a serem apreciados e contextualiza- exercício de soluções por prazer funcional e de
dos a partir de sua origem. A sequência manutenção; e, (3) a inserção nos grupos de
sugerida – contextualização, leitura e produ- referência social.
ção – pode ser refeita de acordo com as · que no ensino de técnicas/gestos específi-
necessidades e objetivos propostos. cas devem estar presentes atividades praze-
O levantamento desses objetos de rosas e lúdicas que deem satisfação e motiva-
arte pode colocar em questão também as ção ao estudante.
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DIREITOS DE APRENDIZAGEM
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Avaliação da Aprendizagem
Capítulo 6
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venções pedagógicas poderão ser feitos a conteúdos mais recorrentes nos anos iniciais.
partir desse trabalho? Diferentes procedimentos podem ser
utilizados para aplicação da prova, tais como:
6.1.7 Autoavaliação Prova individual: visa dar ao(à)
estudante a oportunidade para mostrar como
pensa e raciocina; é o momento em que
A autoavaliação permite que os
elae(a), individualmente, argumenta e
estudantes reflitam sobre as ações que
a p re s e n t a c o n c e i t o s e c o n t e ú d o s
realizam, possibilitando a construção de uma
apreendidos.
consciência crítica, a partir da autorreflexão,
Sendo a prova individual um
tanto em relação às suas atitudes e
instrumento que possibilita medir, com maior
habilidades, como em relação ao seu
precisão, o quantitativo de aprendizagem do
desenvolvimento intelectual.
estudante, nomeado-o como nota ou
O exercício de autoavaliação é
conceito, esta pode se constituir como um
fundamental no processo de aprendizagem no
caminho para redirecionar o planejamento e o
sentido de ajudar o professor a melhor
desenvolvimento da prática pedagógica, pois
conhecer o estudante e avaliar seu próprio
permite a todos os envolvidos no processo de
trabalho.
ensino e de aprendizagem a visualização do
Esse instrumento favorece:
seu próprio desempenho.
• o caminho percorrido pelo(a) estudante para
Prova em dupla e/ ou em grupos é
chegar as suas respostas e resultados;
uma forma de avaliação que permite a troca de
• as evidências das dificuldades que ainda
ideias e de opiniões sobre determinadas
enfrentam e, a partir delas, o reconhecimento
questões, desenvolvendo várias habilidades,
dos avanços;
tais como as de: organizar suas ideias para
• a relação entre professor e estudante; e,
expô-las ao grupo; ouvir os elementos do
• o esforço pessoal conduzindo a um maior
próprio grupo e dos outros; respeitar ideias
desenvolvimento.
veiculadas nas discussões; interpretar as
ideias dos outros elementos do grupo;
6.1.8 Prova relacionar suas ideias com as dos outros; tirar
conclusões dessa comparação, e avançar no
A prova é um dos instrumentos de conhecimento sobre o tema colocado em
avaliação que tem como finalidade analisar e questão.
refletir junto com os(as) estudantes, Prova com consulta direciona o(a)
professores(as) e pais os resultados obtidos estudante, para a busca e seleção de
ao longo do processo ensino e aprendizagem. informações prioritárias, as quais são
A p ro v a é a p e n a s u m d o s pesquisadas a partir das questões colocadas.
instrumentos possíveis de avaliação, e não o Nesse tipo de instrumento, o(a) estudante
único e nem o mais adequado, a depender do trabalha com várias fontes: jornais, livros,
tipo de conteúdo. Se bem planejada, a prova é revistas, internet, dicionários, “cola” ou
um recurso que pode ser oportuno para avaliar resumo etc., os quais poderão ser consultados
o conhecimento do aluno sobre fatos e no momento da prova. As questões
conceitos, mas nem sempre servirá para apresentadas, nesse instrumento, não podem
avaliar atitudes e procedimentos, que são os ser objetivas, mas deverão envolver
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Referências
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LINGUAGENS
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LINGUAGENS
Elenco: Denoy de Oliveira, Fernanda que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo, ela
Montenegro, José Dumont, Marcélia Cartaxo, aprende a ler e partilhar livros com seus
Sonia Guedes, Tamara Taxman vizinhos, incluindo um homem judeu que vive
Produção: Assunção Hernandes na clandestinidade
Fotografia: Edgar Moura Informações Técnicas:
Trilha Sonora: Marcus Vinícius • Título: The book thief
Duração: 96 min. Áudio: Inglês
• Título: Narradores de Javé Legenda: Português
Sinopse: Somente uma ameaça à própria País: EUA
existência pode mudar a rotina dos habitantes Censura: 10 Anos
do vilarejo de Javé. Eles se deparam com o Duração: 131 min
anúncio de que o local pode desaparecer sob Ano de Lançamento: 2013
as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Gênero: Drama
Diante da notícia, a comunidade adota uma Direção: Brian Percival
ousada estratégia: preparar um documento Elenco: Sophie Nélisse, Geoffrey Rush e Emily
oficial, contando todos os grandes Watson
acontecimentos heroicos de sua história, Produção: Fox 2000 Pictures.
justificando sua preservação. Como a maioria • Título: O robô e Frank
dos moradores é analfabeta, a primeira tarefa Sinopse: O filme é passado em um futuro
é encontrar alguém que consiga retratar os próximo. Frank (Frank Langella) é um
acontecimentos. O principal candidato a assaltante aposentado que possui dois filhos
realizar a tarefa é o anárquico Antônio Biá adultos. Eles estão preocupados com o fato
(José Dumont), o único do vilarejo que sabe do pai não conseguir mais viver sozinho.
escrever. Mas as pessoas não conseguem Acabam decidindo interná-lo em um asilo,
chegar a um acordo sobre quais versões mas mudam de ideia ao descobrirem uma
correspondem à realidade do lugar, iniciando nova alternativa: comprarem um robô que
um duelo poético entre os contadores com anda, fala e é programado especialmente para
suas histórias, muitas vezes fantásticas e ajudar no desenvolvimento da saúde mental e
lendárias. física do paciente.
Informações Técnicas: Informações Técnicas:
Gênero: Comédia Áudio: Inglês
Direção: Eliane Caffé Legenda: Português
Roteiro: Eliane Caffé, Luis Alberto de Abreu Ano de Lançamento: 2012
Elenco: Benê Silva, José Dumont, Luci Pereira, Gênero: Drama
Matheus Nachtergaele, Nelson Xavier Direção: Jake Schreier
Produção: Vania Catani Elenco: Peter Sarsgaard, Frank Langella e
Fotografia: Hugo Kovensky Susan Sarandon
Trilha Sonora: DJ Dolores, Orquestra Santa Produção: Dog Run Pictures
Massa • Título: Cheiro de ralo
Duração: 100 min. Sinopse: Ambientado em São Paulo, O Cheiro
• Título: A menina que roubava livros do Ralo narra a história de Lourenço (Selton
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, Mello), dono de uma loja que compra objetos
uma jovem garota chamada Liesel Meminger usados de pessoas que passam por dificulda-
sobrevive fora de Munique através dos livros des financeiras. Dada a natureza de seu
Referencial Curricular da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino do Estado de Alagoas 210
LINGUAGENS
negócio - a aquisição sempre pelo menor Martinez, Jece Valadão, Leon Góes, Marília
preço possível -, Lourenço acaba por desen- Pêra, Patrícia França,Sonia Braga, Zezé Motta
volver um jogo perverso com seus clientes. Produção: Bruno Stroppiana, Donald
Aos poucos, esse personagem substitui, em Ranvaud, Miguel Faria Jr., Telmo Maia
seu relacionamento com os clientes, a frieza Fotografia: Edgar Moura
pelo prazer que sente ao explorá-los em um Trilha Sonora: Caetano Veloso
momento de aflição financeira. Perturbado • Título: A Moreninha Sinopse: Toda a história
pelo simbólico e fedorento cheiro do ralo que se passa na paradisíaca Ilha de Paquetá,
existe na loja, Lourenço é colocado em centrada em Carolina (Sônia Braga) e Augusto
confronto com o universo e os personagens (David Cardoso). Amigos da família reúnem-se
que julgava controlar. Isso o obriga a uma para um sarau na casa de Carolina. Lá, ela vai
reavaliação de sua visão de mundo e o conduz, reencontrar aquele amor dos tempos de
de forma inexorável, para um trágico desfe- criança, com quem trocou juras de amor e um
cho. De certo modo, sua coleção de tipos se camafeu, peça fundamental para que eles se
rebela e se volta contra ele. Na loja, Lourenço reconheçam. Adaptação do livro homônimo
acaba sendo confrontado pelos personagens de Joaquim Manuel de Macedo.
que julgava controlar. Informações Técnicas:
Informações Técnicas: Gênero: Romance
Gênero: Comédia Direção: Glauco Mirko Laurelli
Direção: Heitor Dhalia Roteiro: Cláudio Petráglia, Glauco Mirko
Roteiro: Heitor Dhalia, Marçal Aquino Laurelli, Miroel Silveira
Elenco: Alice Braga, Flavio Bauraqui, Leonardo Elenco: Carlos Alberto Ricelli, Cláudia Mello,
Medeiros, Lourenço Mutarelli, Selton Mello, David Cardoso, Lúcia Mello, Nilson Condé,
Silvia Lourenço, Susana Alves Sonia Braga, Sônia Oiticica, Vera Manhães
Produção: Marcelo Araújo, Matias Mariani, Produção: Cláudio Petráglia, Luís Sérgio
Rodrigo Abreu Person
Fotografia: José Roberto Eliezer Fotografia: Rudolf Icsey
Trilha Sonora: Apollo Trilha Sonora: Cláudio Petráglia
• Título: Tieta do agreste Duração: 96 min.
Sinopse: A história é uma espécie de volta da Ano: 1971
filha pródiga. No centro de tudo está o retorno País: Brasil
de Tieta (Sônia) à sua terra natal, depois de ter Cor: Colorido
sido enxotada de lá há mais de 20 anos Estúdio: Cinedistri
(período interpretado por Patrícia França). • Título: Desmundo
Rica e cheia de vida, ela chega acompanhada Sinopse: marca a volta de Alain Fresnot à
da enteada Leonora (Claudia Abreu) e a partir direção de longas. O cineasta estava afastado
daí a cidade passa a girar em torno de sua desde 1996. Este filme conta um pouco da
ilustre cidadã. Adeus hipocri História colonial do Brasil, retratando os
Informações Técnicas: índios, a mata e a instalação dos portugueses.
Gênero: Comédia O foco está sobre Oribela (Simone Spoladore),
Direção: Carlos Diegues uma jovem de 15 anos que faz parte de grupo
Roteiro: Antônio Calmon, Cacá Diegues, João de órfãs trazidas para o Brasil para se casarem
Ubaldo Ribeiro com os primeiros colonizadores.
Elenco: Chico Anysio, Cláudia Abreu, Heitor Informações Técnicas:
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