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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO – CTC – ENGENHARIA MECÂNICA

PROJETO DE SISTEMAS DE QUALIDADE

Série de normas OHSAS 18001


Sistema de gestão em saúde e segurança do
trabalho

Lara Grübber Dutra


Marcos V. Dos Reis Junior

Outubro, 2016
SUMÁRIO
1 – Introdução..................................................................................................................................... 2
1.1. Campo de aplicação ................................................................................................................. 3
2 – Acidentes de trabalho ................................................................................................................... 4
3 – Correspondência entre as normas ISO e a norma OHSAS ............................................................ 4
4 – Etapas de implementação ............................................................................................................ 5
5 – Estudo de Caso .............................................................................................................................. 7
6 – Conclusão ...................................................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 9

1 – Introdução

OHSAS é uma sigla em inglês para “Occupational Health and Safety Assessment
Series” e consiste em uma série de normas britânicas, desenvolvidas pelo BSI Group, para
orientação e formação de um Sistema de Gestão e certificação da Segurança e Saúde
Ocupacionais.
A OHSAS 18001 é uma norma de caráter preventivo que visa a redução e controle
dos riscos no ambiente de trabalho seguindo a abordagem PDCA - Planejar, Executar,
Controlar e Agir.
A norma poderá criar um maior comprometimento da organização no que diz
respeito a saúde e segurança no trabalho e atendimento às leis aplicáveis nesta área,
contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.
Os critérios de desempenho e a abrangência são estipulados pela própria
empresa, que deve definir qual o nível de detalhamento e exigência deseja atingir na
gestão de segurança.
As etapas do processo de implementação da norma OHSAS18001 incluem:
 Estabelecer uma Política de S&ST;
 Planejamento: identificação de perigos, avaliação de riscos e controle dos riscos;
 Planejamento organizacional - Estrutura e Responsabilidade (Definir recursos,
responsabilidades e autoridade para as atividades ligadas a SST);
 Treinamento, conscientização e busca pela competência;
 Documentação e comunicação;
 Controle operacional;
 Determinação, priorização e implementação de controles;
 Monitoramento e análise da efetividade dos controles;
 Prontidão e resposta a emergências;
 Medição de desempenho, monitoramento e melhoria contínua.
 Estabelecer métodos para avaliar incidentes, não conformidades, ações corretivas
e preventivas;
 Estabelecer um processo de auditoria interna e análises críticas pela direção.

A implantação da OHSAS 18001 retrata a preocupação da empresa com a


integridade física de seus colaboradores e parceiros. O envolvimento e participação dos
funcionários e da alta direção no processo de implantação desse sistema de qualidade é,
assim como outros sistemas, de fundamental importância.

1.1. Campo de aplicação

Essa norma foi elaborada para ser aplicável a organizações de qualquer porte,
segmento de mercado e em qualquer lugar do mundo. O sucesso de sua implantação é
uma tarefa que cabe a todos em uma empresa. A figura abaixo mostra um modelo de
sistema de gestão estabelecido pela OHSAS 18001:2007
Figura 1 – Modelo de Sistema de Gestão da S&ST para norma OHSAS18001.

2 – Acidentes de trabalho

Só em 2013, o INSS pagou R$367 milhões em benefícios por acidentes de


trabalho. Uma parte se refere a afastamentos temporários do emprego, mas ano após
ano a conta vai crescendo porque uma parte desses benefícios se destina a pensões por
morte ou invalidez permanente. Numa conta atualizada para 2015, somente o custo
gerado pelos acidentes entre trabalhadores com carteira assinada que são notificados e
identificados nas estatísticas oficiais é estimado em R$ 70 bilhões.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social, no ano de 2014,
houveram 704.136 acidentes de trabalho gerando 13.833 incapacitados e 2.783 óbitos.
Diante desse número enorme, fica evidente a necessidade do implemento de uma norma
preventiva como é o caso da OHSAS18001.

3 – Correspondência entre as normas ISO e a norma OHSAS

A norma OHSAS18001 foi criada várias décadas após a norma ISO14001. As duas
normas são complementares, a primeira está preocupada com a saúde e a segurança no
trabalho e a segunda com o meio ambiente. Como principais pontos em comuns pode-se
dizer que ambas utilizam como base a metodologia PDCA (Plan, Do, Check, Act), além de
buscarem a melhoria contínua.

4 – Etapas de implementação

4.1 – Política de SST

Deve existir uma política de Segurança e Saúde no Trabalho, autorizada pela alta
administração da organização, que estabeleça claramente os objetivos globais de
segurança e saúde e o comprometimento para melhorar o desempenho da SST. A política
deve:

 ser apropriada à natureza e escala dos riscos de SST da organização;


 incluir o comprometimento com a melhoria contínua;
 incluir o comprometimento com o atendimento, pelo menos, à legislação vigente
de Segurança e Medicina do Trabalho aplicável, e a outros requisitos subscritos
pela organização;
 ser documentada, implementada e mantida;
 ser comunicada a todos os funcionários, com o objetivo de que eles tenham
conhecimento de suas obrigações individuais em relação à SST;
 esteja disponível para as partes interessadas; e
 seja periodicamente analisada criticamente, para assegurar que ela permanece
pertinente e apropriada à organização.
É recomendado que a alta Administração projete e seja signatária de uma política
de SST levando em consideração os pontos listados abaixo. É essencial que a política de
SST seja comunicada e promovida pela alta Administração dentro da organização.
4.2 – Planejamento
Nesta etapa, é realizado o estabelecimento dos objetivos e dos processos
necessários para atingir os resultados de acordo com a política de SST da organização. O
planejamento pode ser dividido ainda em outras 4 subetapas, listadas a seguir:

 Planejamento para a identificação dos perigos, avaliação e controle de riscos;


 Planejamento dos requisitos legais e outros requisitos;
 Planejamento dos objetivos;
 Planejamento do programa de gestão da SST.

De forma que a empresa realiza uma avaliação inicial, compreendendo sua posição
atual e seus perigos e riscos relevantes; obtém uma visão clara do futuro, identificando os
prováveis perigos e riscos e suas implicações na empresa; além de definir como a
empresa reage diante das questões de SST.

4.3 – Implementação e operação

É onde ocorre, como o nome sugere, a implementação dos processos, isto é, a


execução das ações definidas anteriormente. É nesta etapa que são realizados a educação
e o treinamento dos empregados e colaboradores, de forma a capacitá-los para a
realização dos objetivos definidos. Pode ser dividida em subetapas, apresentadas a
seguir:

 Definição dos recursos, atribuições das funções, responsabilidades, prestação de


contas e de autoridades;
 Definição do quadro de competências, treinamento e conscientização;
 Comunicação (disseminação das informações), definição da participação e
consulta aos empregados nas etapas;
 Definição da documentação necessária para inspeções e para execução das ações
de SSO;
 Preparação e resposta a emergências.

Todos os perigos significativos devem agora ser gerenciados. Adicionalmente, as


questões identificadas como potenciais situações de emergência necessitarão ser geridas
por processos de prevenção de emergências e, possivelmente, por planos e
procedimentos de emergência.
4.4 – Verificação e ação corretiva

É a etapa onde realiza-se o monitoramento e a medição dos processos e produtos,


reportando seus resultados. Avalia-se a eficácia e o desempenho da implantação do
Sistema de Gestão de SST. Caracteriza-se por:

 Medidas quantitativas e qualitativas;


 Monitoramento e medição do desempenho;
 Avaliação do atendimento a requisitos;
 Medidas proativas;
 Medidas reativas;
 Controle de registros;
 Auditoria interna.

Sendo as medidas proativas aquelas que agem e monitoram a conformidade com o


programa de gestão de SST, enquanto as medidas reativas trabalham em cima das falhas
desse programa, ou seja, seus incidentes e acidentes.
Ciente dos resultados, são realizadas as ações corretivas, as quais são ações que
ojetivam a melhoria contínua do processo, envolvendo a busca de soluções para
eliminação dos problemas.

4.5 – Revisão pela gestão

É o momento em que os membros da Alta Direção da empresa analisam e refletem


sobre o SGSST, verificando as suas orientações, o seu desempenho, os seus resultados e
ponderam se o sistema ainda reflete na totalidade a forma como a empresa pretende
endereçar as suas questões de saúde e segurança. A Direção deve rever o Sistema de
Gestão da SST para avaliar se está a ser integralmente executado e permanece adequado
face aos objetivos da SST estabelecidos. A revisão deve também avaliar se a política
continua a ser apropriada. Deve estabelecer novos, ou atualizados, objetivos para a
melhoria contínua, e avaliar se são necessárias alterações a algum dos elementos do
Sistema de Gestão da SST.

5 – Estudo de Caso
O estudo de caso apresentado neste relatório refere-se à uma empresa de energia
e fornecimento de água localizada no Oriente Médio, denominada Marafiq, que conta
com 1610 empregados. Recentemente, a empresa implantou um novo Sistema de Gestão
de SST, tendo como principal objetivo, durante sua implantação, a mudança de atitude
dos funcionários com relação a responsabilidades de SST e a garantia de implementação
efetiva do novo Sistema de SST.
Apesar de brevemente discutido aqui, é possível observar o cumprimento das
etapas necessárias, uma vez que o processo se inicia com o comprometimento da alta
direção, a qual percebe que um ambiente mais seguro reflete na qualidade de seus
serviços, de forma que um estudo dos acidentes mais recorrentes foi realizado; seguido
pelo treinamento intensivo ao qual todos os funcionários foram envolvidos. É
interessante notar que há o envolvimento de toda a empresa, onde cada departamento
possuía um responsável pela SST, tendo participado de um curso de 45 dias. Este
empregado era responsável por orientar e informar a todos do seu departamento sobre o
Sistema de SST e sua importância.
A etapa de verificação ocorreu através dos chamados KPIs (Key Performance
Indicators) e auditorias internas, as quais analisavam o nível de consciência dos
empregados com relação à importância do Sistema de Gestão da SST. Por fim, a revisão
pela gestão mostrou que a alta direção se encontrava satisfeita com os resultados, que
quantitativamente representavam uma redução no número de acidentes de 47% em 2
anos e qualitativamente percebia-se um maior interesse e conscientização por parte dos
empregados em suas posturas diante da política de SST.

6 – Conclusão
Conclui-se, através do estudo sobre a OHSAS 18001 e da análise de um estudo de
caso que esta norma apresenta uma série de benefícios, dentre os quais pode-se citar:
uma melhoria na imagem da empresa, a qual agora possui certificação a nível global, o
que acarreta consequntemente em uma ampliação do seu mercado; uma maior
produtividade, uma vez que há menos acidentes e uma melhora no ambiente de
trabalho. A redução no número de acidentes também traz vantagens com relação à
redução de custos, uma vez que não há gastos com atendimento hospitalar nem com
funcionários extras por conta de trabalhadores afastados.

Entretanto, uma empresa que deseje implantar esta norma também encontra
algumas barreiras, como por exemplo: um custo relativamente alto para implementação;
a necessidade de se possuir uma equipe motivada e competente, além de contar com o
envolvimento da direção. Somado a esses fatores, a implantação da norma OHSAS 18001
também acarreta em uma maior complexidade na gestão da SST, exigindo profissionais
mais qualificados e demandando maior atenção da direção para este assunto.
REFERÊNCIAS

[1] http://www.dnpst.eu/uploads/relatorios/relatorio_oit_2011_miolo.pdf. Acesso


em 04/10/2016.

[2] http://segurancanotrabalhors.blogspot.com.br/2012/11/o-que-e-norma-ohsas-
180012007-sistema.html. Acesso em 04/10/2016.

[3] https://en.wikipedia.org/wiki/OHSAS_18001 . Acesso em 04/10/2016.

[4] http://www.bsigroup.com/LocalFiles/en-GB/bs-ohsas-18001/case-studies/BSI-
OHSAS-18001-Case-Study-Bracknell-Forest-Council-UK-EN.pdf. Acesso em
05/10/2016.

http://www.bsigroup.com/LocalFiles/en-GB/bs-ohsas-18001/case-studies/BSI-
OHSAS-18001-Case-Study-Bracknell-Forest-Council-UK-EN.pdf

Previdencia
ftp://ftp.mtps.gov.br/portal/acesso-a-informacao/AEAT201418.05.pdf

file:///C:/Users/tubiRaH/Downloads/GislaineAparecidaVitoreli.pdf

http://www.qsp.org.br/dicas_OHSAS2.shtml

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