Você está na página 1de 5

Argumentos:

 O domínio espanhol sobre Portugal, a


 independência dos Países Baixos e a entrada de Portugal, França e Holanda no
movimento
 expansionista foram responsáveis pela configuração de uma nova lógica comercial e
política
 dentre as potências do Velho Mundo, e esta nova lógica rendeu diversas disputas e
conflitos.

 A obra de Freitas constitui uma resposta directa ao folheto de Hugo Grócio, Mare
Liberum... (1608), o qual constituía parte de um «parecer» mais vasto, elaborado a
pedido da Companhia das Índias Holandesas, a propósito da legitimidade do
apresamento, pelos holandeses no Oriente, de uma nau portuguesa. Constituindo
embora uma alegação de advogado ao serviço de interesses particulares, Grócio
soubera colocar, com mestria, a sua argumentação no plano dos princípios universais
do direito natural e das gentes, marcando de facto o início do que viria a ser o triunfo
final da causa da liberdade dos mares. Em defesa das pretensões hispânicas, S. F.
redige uma obra em que contesta linha a linha o folheto (anónimo) de Grócio.
Começando por historiar o início da expansão lusa, nela vê, como móbil principal, na
esteira dos anteriores juristas portugueses, a expansão da fé em Cristo e o
consequente espírito de missão. Assim se justificariam as várias bulas papais que, para
que essas difíceis empresas não fossem perturbadas, concederam aos Portugueses «o
direito privativo de exercerem a navegação e o comércio com a África e a Ásia».
 A Inglaterra, em competição cerrada com os Países Baixos pelo domínio do comércio
mundial, opôs-se a esta ideia e reclamou a soberania sobre as águas que rodeavam as
ilhas Britânicas. Para sustentar os seus argumentos, os ingleses basearam-se nos
argumentos do jurista John Selden, que reformulou o conceito de Mare Clausum. Na
obra "Mare Clausum" (1635), Selden procurou provar que o mar era na prática tão
passível de ser apropriado quanto o território terrestre. Por esta nova interpretação, o
mar era equiparado a um território continental e, como tal, podia ser conquistado.
 Assente neste princípio, passa ao cerne da sua argumentação: os pontífices não
concederam a Portugal o direito de navegação e comércio per si e independentemente
de outro fim, mas sim como mero suporte material de um direito e obrigação que ao
supremo hierarca da Igreja compete, a saber, o envio de missionários para as regiões
dos infiéis. No entanto, «devendo as missões para os índios transportarem-se em
navios [... ] e carecendo para isso de dinheiro, homens e armas, o que não pode de
modo algum sustentar-se sem comércio e lucros dele resultantes, como meios para
aquele fim sobrenatural [... ]», claramente se justifica a legitimidade das bulas papais.
 Criação de zonas maritimas (vatel defendia de igual forma)
 Defendeu que entre as águas interiores e o alto mar se estendem várias zonas de
jurisdição maritima de diversa intensidade e dotadas de diferentes regimes juriicos
(não se trata apenas de mar territorial)
 Critério de ocupação efetiva “nem todo o espaço do oceano pode ser ocupado, devido
à nossa evidente impotência”
 “os que têm jurisdição em terra também a possuem em mar até certos limites mas, a
partir deste ponto a jurisdição nao pertence senão ao imperador e protetor.”
 Defesa de “res communis omnium” ou seja “se não se propuser algum direito especial
adquirido ou por mercê do principe ou por prescrição ou costume, prevalece o
principio juridico que o mar e os litorais do mar são considerados comuns a todos”
 Vitória: “embora pelo direito da sgentes seja licito a cada um viajar para as provincias
alheias e nelas viver e negociar”---- mare clausum como caráter de exceção e não de
regra. Necessita de justificação que o imponha face ao principio geral do direito das
gentes, sem a qual nao é válido.
 Mar adjacente vs mar oceano--- o mar adjacente pode ser ocupado tornando-se
propriedade de que os ocupou. Quanto ao alto mar, embora nao pertence a ninguem,
a sua proteção e jurisdição cabem ao imperador ou rei como expoe a glosa.
 Divisao do mar em diferentes zonas, uma baseada no “dominium soberano pleno”-
direio de limitar a pesca e “imperium” que pertencia a quem priimeiro ocupasse a
referida zona. Esta ocupação, cojuntamente com a prioridade da descoberta e
autoridade papaç foram argumentos usados pelo freitas para invocar a posição
portuguesa.

A questao da liberdade dos mares não surge apenas com o aparecimento do ML do grotius ,
dado que antes havia a preocupação da negociação e aplicaçõa de tratados internacionais que
regulem o acesso dos nacionais de outros estados europeus, a territórios cujo acesso fora
descoberto por portugal, tanto no Oriente como em África. D.sebastião ja defendia as ideias
de serafim de freitas. VITÓRIA

Defendido por:

 tese do mar clausum é defendida por Selden (quis defender os mares que
circundavam a Grã-Bretanha e nomeadamente o Canal da Mancha, considerado
como território inglês e não como francês) e pelo Frei Serafim de Freitas
(português).

Tese CONTRÁRIA
Diz Grócio, atenção que esta tese eram defendida pelos próprios romanos em relação
ao mar mediterrâneo, que banhava a totalidade do império romano, entendiam os
romanosque as costas, as praias e a própria água do mar não era apropriável,
pertenciam a todos, e portanto baseando-se neste princípio Grócio vai dizer,
Portugueses e Espanhóis não podem reivindicar o mar dos territórios descobertos,
porque o mar é inapropriável, salvo questões de protecção/segurança. E aqui Grócio
destacando as razões de segurança defendia o mar territorial, referindo-se às 3 milhas,
às quais como vimos o Estado tem jurisdição total. A partir das 3 milhas o alto mar
pertence a todos e ao pertencer a todos só em situações de extrema justificação,
nomeadamente a guerra é que poderiam levar a que se aceitasse que algum Estado
controlasse o mar.
Esta tese do Mar liberum tem por objectivo contestar a proibição que os portugueses e
espanhóis deram aos navios holandeses de navegarem nos mares da Índia.
CONTEXTUALIZAÇÃO: após a união dinástica entre Filipe II e Portugal com a morte de D.
Sebastião os espanhóis vão estender a sua política contra a Holanda e vão proibir que
os holandeses naveguem nosmares dos portugueses e espanhóis, nomeadamente os
holandeses tinham-se instalado na região onde hoje é a Indonésia, nas ilhas que
compõem o arquipélago da Indonésia, que para chegarem lá tinham de passar pelo mar
da Índia, e os espanhóis diziam que o mar da Índia era dos portugueses e portanto
estava fechado e ao estar fechado elesproibiam que eles navegassem e nesta sequência
Grócio vai dizer nem pensar que o marestá aberto porque ele é coisa própria da
humanidade, não é propriedade de ninguém.
 Esta tese era muito bonita se nos ainda estivéssemos na Respublica Christiana,
mas na realidade no século XVII a seguir à Reforma Protestante o Papa perdeu
o seu poder, ao perder todo o poder, e ainda por cima a Holanda tinha ficado
pelo protestantismo, tinha emancipado do ponto de vista religioso o papado, vai
dizer uma coisa muito simples pela voz de Grócio: se o Papa ratificou o tratado
entre Portugal e Espanha, o tratado não tem eficácia erga omnes (perante
terceiros para os outros Estados,

Aqui surge um problema, senão vejamos: em bom rigor quem mandava eram
osespanhóis. Porque a tese do Mar clausum, foi uma tese defendida enquanto Portugal
teve em união dinástica com Espanha, ou seja uma tese defendida pós 1580. De facto
quem criou este problema foram os espanhóis que fazem guerra com os holandeses.
Demonstra que os holandeses não têm de ter escrúpulo em navegar nos mares sobre os
quuais os portugueses reinvidicaram o direito de dominio

PLANO ATUAL- MODERNO DIREITO DO MAR

Analisando o regime atual, presente na convenção de montego bay, existem muitas diferenças
relativamente ao pensamento de freitas, a convenção divide em várias zonas as quais freitas
não faz referência: zona contigua. O conceito de mar territorial se aproxima muito do atual
conceito: freitas distingue o mar adjacente do mar oceano através do critério da diferente
localização geográfica e do critério de direito estatuto juridico. Diz ainda que a extensao do mr
ajdacente podia variar consoante o poder do soberano. A convenção fala ainda dos deveres do
estado costeiro, no artigo 24º, restes resumem-se praticamente à obrigação de permitir o
direito de passagem inofensivo, a soberania quase plena sustentada por freitas. Na zona
economia esclusiva o estado costeiro tem diferentes direito de soberania para fins de..

Serafim nao impede que os retsantes estados exercam navegação no território, e os


portugueses nao pretendiam restringir ilimitadamente a navegação no mar oceano.

Liberdade de comerciar (Grócio retirou de vitória)

Serafim “a republica ou o principe pode licitamente proibir todos os estranhos o uso de coisas
proprias da republica, as quais são comuns aos cidados e licitamente ainda querer que
nenhum cidadao tenha comércio com estrangeiros”

Paulo Mêrea “os jurisconsultos portugueses e doutrinas do mare clausum”

“Homenagem aos professor inocencio galvao telles”

Frei serafim de freitas “do juto império asiático dos portugueses”


Os principais pontos defendidos pela tese constam dos títulos dos capítulos:

1. Pelo direito das gentes a navegação é livre a todos e seja para onde for.

2. Os Portugueses não têm nenhum direito de domínio por motivo de descobrimento sobre
as Índias para onde os Holandeses navegam.

3. Os Portugueses não têm sobre as Índias o direito de domínio por doação pontífica.

Pontífice Romano, embora não podendo dar aos portugueses, pura e simplesmente, o
direito de dominar os indianos ou o exclusivo de navegar até junto deles, podia portanto
encarregar um Príncipe de enviar pregadores, a converter os infiéis e, para atingir esse fim
espiritual, conceder-lhe os recursos necessários bem como do direito de navegação e de
comércio com exclusão de todos aqueles povos que possam perturbar a obra de
evangelização, inclusivamente por serem hereges. Foi isto que fizeram as bulas pontifícias.

4. Os Portugueses não têm o direito de domínio sobre as Índias por motivo de guerra.

c. por direito de justa guerra: ao contrário do que diz Grocio as acções, aliás raras, de
conquista militar empreendidas pelos portugueses foram justas por se destinarem a obter a
liberdade de propagação e de prática da fé católica em terra de infiéis.

5. Nem o mar que conduz às Índias nem o direito de nele navegar pertencem aos
Portugueses por título de ocupação.

6. O mar e o direito de navegar não pertencem aos Portugueses a título de doação pontifícia.

7. O mar e o direito de navegar não pertencem aos Portugueses a título de prescrição ou por
costume.

e, segundo a opinião comum dos doutores, o direito de domínio do mar e da navegação


pode adquirir-se por prescrição imemorial (decorridos mais de cem anos) e por direito
consuetudinário, o que no caso dos portugueses se verifica.

8. Pelo Direito das gentes o comércio é livre a todos.

Os pontífices não concederam aos espanhóis e portugueses o direito de navegaação e


comércio, mas sim o de enviar pregadores para certas regiões, o que indiretamente lhes
confere aquela prerrogativa anterior.

9. O comércio com as Índias não pertence aos Portugueses a título de ocupação.

O domínio da Índia pertence, de direito, aos Portugueses: a. a título de descobrimento


(título inventionis), como princípio de ocupação, pois embora a Índia fosse conhecida dos
antigos, não só esse conhecimento era imperfeito (como se prova nos erros notados nos
mapas e descrições geográficas), como não compreendia terras e mares que as navegações
portuguesas revelaram pela primeira vez nas viagens pelo hemisfério antárctico, para além
do Cabo da Boa Esperança;

10. O comércio com as Índias não pertence aos Portugueses a título de doação pontifícia.
11. O comércio com as Índias não pertence aos Portugueses a título de prescrição ou por
costume.

12. A proibição do comércio pelos Portugueses não se apoia em nenhum princípio de


equidade.

sendo admissível que mesmo o alto mar seja protegido e submetido por uma autoridade
para evitar a perturbação do seu uso por inimigos e piratas;

13. Os Holandeses devem manter o seu comércio com as paragens indicadas, na paz, durante
as tréguas ou em guerra.

GROTIUS

Nega qualquer direito dos portugueses ao dominio das indias e mares. Pretende também
mostrar , com base no direito natural e direito das gentes, que qualquer povo tem direito de
navegar pelos mares

Os portugueses tentaram adaptar-se a tudo isto. As Ordenações mantêm as sanções para


quem, sem ordem Real, entrasse nas rotas que dominávamos. A justificação para as doações
papais, encontrava-se no descobrimento, na posse e nas despesas e sacrifícios havidos.5 O
Direito de navegar e comerciar pelos portugueses era confirmado por usucapião ou
prescrição aquisitiva, consequente à posse de cinquenta e tantos anos.

e a proclamação

da regra de igualdade de oportunidades e m alto-mar, as quais

passaram a ser usufruídas, contudo, apenas pelos Estados

capazes de se utilizar efetivamente desse espaço

Você também pode gostar