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ÍNDICE
Enquadramento ...................................................................................................................... 2
Objetivos ................................................................................................................................ 3
Conteúdos programáticos ........................................................................................................ 4
1. Orçamento familiar ........................................................................................................... 5
1.1 Fontes de rendimento ....................................................................................................... 5
4. Precaução ......................................................................................................................... 14
4.1 Constituição de um “fundo de emergência” para fazer face aos imprevistos ...................... 14
4.2 Importância de um seguro ............................................................................................. 15
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Enquadramento
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de
formação de curta duração nº 9820 – Planeamento e Gestão do Orçamento Familiar, de
acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Objetivos
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Conteúdos Programáticos
1. Orçamento familiar
1.1. Fontes de rendimento: salário, pensão, subsídios, juros e dividendos, rendas
1.2. Tipos de despesas (fixas e variáveis)
1.3. A noção de saldo como relação entre os rendimentos e as despesas
2. Planeamento do orçamento
2.1. Distinção entre objetivos de curto e de longo prazo
2.2. Cálculo das necessidades de poupança para a satisfação de objetivos no longo
prazo
2.3. A poupança
3. Fatores de incerteza
3.1. No rendimento (e.g. desemprego, divórcio, redução salarial, promoção)
3.2. Nas despesas (e.g. doença, acidente)
4. Precaução
4.1. Constituição de um 'fundo de emergência' para fazer face a imprevistos
4.2. Importância dos seguros (e.g. acidentes, saúde)
5. Conta de depósitos à ordem
5.1. Abertura da conta à ordem: elementos de identificação
5.2. Tipo de conta: individual, solidária e conjunta
5.3. Movimentação e saldo da conta: saldo disponível, saldo contabilístico e saldo
autorizado
5.4. Formas de controlar os movimentos e o saldo da conta à ordem
5.5. Custos de manutenção da conta de depósitos à ordem
5.6. Descobertos autorizados em conta à ordem: vantagens e custos
6. Meios de pagamento
6.1. Notas e moedas
6.2. Cheques: tipos de cheques (e.g. cruzados, não à ordem), endosso
6.3. Débitos diretos: domiciliação de pagamentos, cancelamento
6.4. Transferências interbancárias
6.5. Cartões de débito
6.6. Cartões de crédito
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
1. Orçamento familiar
O orçamento é uma importante ferramenta para conhecer, gerir e equilibrar os
rendimentos e despesas de forma a planear e alcançar objetivos.
O orçamento familiar é um instrumento fundamental para a gestão do dinheiro.
- Trabalhador por conta de outrem (professor, enfermeiro, polícia, engenheiro, bancário, …);
- Trabalhador por conta própria (empresário, estilista, arquiteto, …);
- Reformado;
- Subsídios e pensões (Desempregado; Invalidez, …);
- Arrendatário (proprietário de imóveis, …);
- Aforrador/ Investidor (detentor de depósitos e de outras aplicações financeiras)
A. Deduções ao Rendimento
Taxa para a segurança social
Trabalhador por conta de outrem: O seu valor é sempre de 11% do salário bruto para todos
os trabalhadores, independentemente do valor auferido mensalmente.
A taxa de IRS é variável e depende de diversos fatores como a morada fiscal (Continente,
Madeira ou Açores), estado civil, número de dependente a cargo, algum grau de deficiência e
valor do salário bruto.
É importante salientar que a percentagem de desconto para o IRS pode variar entre os 0% e
os 48% (de acordo com o escalão de IRS em que se encontra).
Sobretaxa de IRS
Desde o início de 2016 que houve algumas alterações relativamente a este tema, no entanto,
com o início de 2017 mais alterações foram aprovadas. Assim sendo, em 2017, todos os contribuintes
que aufiram um rendimento igual ou inferior a 1.705€ estão isentos do pagamento desta taxa
extraordinária. Para quem aufere valores superiores, a sobretaxa mantém com diferentes
percentagens.
Só os trabalhadores independentes têm de cobrar IVA (23%) nos trabalhos que executam. Este é o
chamado regime normal de tributação. No entanto, há trabalhadores que pela natureza da atividade
que exercem podem estar sujeitos a um regime especial.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
• O Rendimento bruto refere que o montante não sofreu ainda nenhum tipo de
desconto ou retenção. Ou seja, 700 € brutos serão simplesmente 700€.
• Então, a diferença entre bruto e líquido é que o primeiro é um valor que ainda
não tem em conta as deduções.
• As despesas supérfluas correspondem aos gastos em bens e serviços que podem ser
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
dispensados ou substituídos por outros. Trata-se, regra geral, da satisfação dos nossos
desejos.
O gasto com o consumo de água é certamente uma despesa necessária. Mas ainda assim é
possível escolher entre a água da torneira e a água engarrafada, e da água engarrafada é possível
escolher entre diferentes marcas…
- As despesas fixas são as que não podem ser facilmente alteradas por nossa iniciativa. (exemplo:
prestação do crédito à habitação; renda da casa; seguros; impostos; condomínio, escola de
filho…)
- As despesas variáveis podem ser alteradas, reduzidas ou mesmo eliminadas, embora parte delas
tenha sempre de ser feita, pelo menos até um determinado montante, como é o caso das
despesas com alimentação, água, gás e eletricidade, vestuário, transporte, telecomunicações,
saúde.Sãodespesas variáveis porque o seu consumo pode ser ajustado.
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despesas variáveis devem ser as primeiras a serem reavaliadas. Uma vez que o
montante destas despesas depende daquilo que se consome, um consumo mais
moderado permite reduzi-las. Por exemplo, é possível reduzir despesas com
deslocações, recorrendo mais aos transportes públicos, ou com a alimentação,
diminuindo o número de vezes em que se come fora.
2.Planeamento familiar
A elaboração do orçamento familiar deve definir sempre objetivos de
poupança.
Horizonte temporal dos objetivos:
- muito curto prazo (precaver situações imprevistas, despesas inesperadas)
- curto prazo (fazer uma viagem, comprar carro, financiar estudos)
- longo prazo (comprar casa).
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Despesas = despesas necessárias fixas + despesas necessárias variáveis + despesas supérfluas fixas +
despesas supérfluas variáveis
• A análise à estrutura das despesas deve ter em atenção o peso das prestações associadas a
empréstimos contraídos, calculando a taxa de esforço
• Uma taxa de esforço elevada significa que uma parte importante do rendimento se destina a
pagar os encargos resultantes de empréstimos bancários, os quais constituem despesas
fixas.
• Quanto maior a taxa de esforço, maior o risco de surgirem dificuldades financeiras, caso
ocorra um imprevisto ou uma alteração das despesas/ou rendimentos.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
• O planeamento de longo prazo deve constar o que quer para a sua vida, para a sua
família daqui a 5 ou mais anos.
• É aqui que se vai definindo a sua missão, os seus valores, a visão que tem para si e
para os outros que o rodeia.
• A poupança para a reforma deve ser uma preocupação presente desde que se inicia a
idade ativa.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Claro que, se apenas conseguirmos poupar, numa fase inicial, cinco por cento do
que ganhamos, também é bom – é um começo. Se conseguir fazer este exercício de
poupança numa época de crise, quando depois da tempestade vier a bonança de um
contexto económico mais favorável, facilmente subirá a fasquia. O importante é que poupe
todos os meses e de forma automática. O melhor é optar por transferir o dinheiro a pôr de
lado para uma conta poupança ou para outra conta em que não mexa habitualmente. Dê
uma ordem de transferência automática mensal da quantia definiu para a tal conta em que
não mexe habitualmente. Assim, quando for pagar as contas, ou seja, aos outros, já se pagou
a si próprio. Se pensa que 10% do rendimento é muito, então faça o seguinte exercício:
Resposta: 48 minutos diários, ou seja, cerca de 18 horas por mês, se contabilizarmos 8 horas
de trabalho diário durante 22 dias úteis mensais. Trabalha pouco mais de dois dias por mês
para conseguir a sua poupança e os restantes 20 dias são para pagar as contas. Dá que
pensar, não dá?
Se fizer o exercício desta maneira verá que a sua perspetiva em relação ao dinheiro
muda. Não pense quanto é que custa, mas sim quantas horas vou ter de trabalhar para
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
conseguir pagar aquela televisão com ecrã de plasma ou aquele telemóvel. Esta nova
perspetiva irá certamente dissuadi-lo de algumas compras impulsivas.
Desta forma, para uma pessoa que ganhe 1.000 euros líquidos, a poupança de 100
euros mensais irá traduzir-se no final de um ano numa poupança de 1.200 euros. Se
mantiver esse nível de poupança nos próximos cinco anos terá 6.000 euros. No caso de ser
um casal com um rendimento mensal de 2.000 euros líquidos, deve aplicar-se a mesma
regra. E, assim, a poupança ao final de cinco anos já seria o dobro, isto é, 12.000 euros.
3. Fatores de incerteza
Na elaboração do orçamento há imprevistos que podem afetar tanto rendimento
(desemprego; divórcio; redução salarial; promoção) como a despesa (doença; acidentes).
No orçamento é importante prever algumas poupanças para precaver situações
imprevistas.
4. Precaução
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Para além da poupança, os seguros podem ajudar a salvaguardar riscos que poderão
ocorrer, originando grandes prejuízos ou danos que é necessário reparar.
Os seguros têm uma importância social e económica. Os seguros são uma fonte de
equilíbrio e tranquilidade contribuindo para eliminar a ansiedade decorrente da insegurança face às
incertezas do futuro. Diminuindo desta forma o risco de perdas patrimoniais a que se está sujeito.
Ao longo da história da civilização os seguros surgiram e foram ganhando a sua importância,
pois as pessoas sentiam cada vez mais necessidade de salvaguardar os seus bens.
Nas civilizações antigas, como a China ancestral, os comerciantes decidiam transportar
apenas metade das suas mercadorias, pois este processo em caso de acidentes ou assaltos
minimizava as suas perdas, reduzindo assim o risco que corriam. Esta terá sido porventura uma
forma inicial de seguro.
Há uma crescente necessidade das pessoas manterem em segurança os seus bens,
nomeadamente as suas casas, carros, saúde,…, para no caso da ocorrência de infortúnios, poderem
reaver ou minimizar os riscos a que esses bens estão sujeitos.
Assim, quando optamos por um seguro, há que considerar uma despesa corrente imediata
(anual, mensal, ou com outra periodicidade que seja acordada), que deverá ser inscrita no
orçamento familiar, para ter a garantia de que os prejuízos, que poderão ser avultados, se ocorrerem
determinados eventos, por exemplo, acidentes, doença, perda de bens, são pagos pela seguradora,
nos termos que tiverem sido contratados
Poderá, por exemplo, ser contratado um seguro de saúde, pelo qual será pago um valor fixo,
ficando as despesas de saúde cobertas a cargo da seguradora.
Situação semelhante poderá acontecer com um seguro de assistência, que poderá garantir
auxílio em várias situações. As coberturas de assistência são, usualmente, associadas a outro tipo de
seguros. Por exemplo, assistência em viagem, associado ao seguro automóvel e/ou ao seguro de
viagem, assistência no lar, associado a seguros de multirriscos e/ou de responsabilidade civil.
É também usual aliar à contratação do seguro obrigatório de responsabilidade civil
automóvel a contratação de coberturas de danos próprios, isto é, a garantia do pagamento dos
prejuízos sofridos pelo veículo seguro (por exemplo, furto ou roubo, choque ou capotamento e
mesmo que o condutor seja responsável pelo acidente), bem como a cobertura de acidentes
pessoais do condutor que está excluído da cobertura do seguro obrigatório.
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INFORMAÇÃO PRÉ-CONTRATUAL
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Se a conta for aberta por uma pessoa singular, são necessários os seguintes dados:
nome completo;
assinatura;
data de nascimento;
naturalidade;
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CONTRATO
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
As contas bancárias podem ser segmentadas em diversas classes. No que diz respeito
às contas à ordem, estas podem ser singulares ou coletivas. São estes os tipos de contas
bancárias nos quais nos vamos focar em seguida.
Uma conta individual ou singular apenas pode ser movimentada por uma pessoa.
Este tipo de conta bancária apresenta a vantagem de ser mais segura, reduzindo as
possibilidades de ocorrência de movimentações indesejadas.
Conta Coletiva
Existem diversos tipos de contas bancárias coletivas. Uma conta bancária coletiva ou
mista pressupõe a existência de pelo menos dois titulares, que dessa forma são cotitulares
dos fundos depositados.
Neste tipo de conta, qualquer um dos titulares pode realizar movimentos, sem que exista a
necessidade de informar os outros titulares.
É o tipo de conta mais comum nas famílias, uma vez que facilitam a gestão das contas e não
obrigam a grandes burocracias.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Estes tipos de contas bancárias são bastante mais restritivas no que diz respeito à
movimentação, já que apenas é possível realizar movimentos com a autorização de todos os
titulares da conta.
Conta Mista
Neste tipo de conta, todos os titulares da conta têm de intervir. Apenas é possível
retirar dinheiro do banco com a autorização de todos os titulares.
Conhecer os diferentes tipos de contas bancários é importante para que seja possível
escolher a opção mais adequada para cada situação.
Por exemplo, uma família na qual existe uma grande confiança entre os elementos
pode optar por uma conta coletiva solidária, já que este tipo de conta permite que qualquer
titular possa realizar movimentos, sem a necessidade de informar os outros titulares.
Optando por esta solução, a burocracia envolvida nas movimentações é consideravelmente
diminuída.
Por outro lado, a conta coletiva conjunta é uma boa opção para as situações em que
não existe uma grande confiança entre os diferentes titulares. Apenas sendo possível
realizar movimentações com a autorização de todos os titulares, o sentimento de segurança
é inevitavelmente maior.
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Pondere naquilo que pretende e no grau de confiança que existe entre os possíveis
titulares da conta bancária que planeia abrir e opte pelo tipo de conta bancária mais
adequado à sua situação.
MOVIMENTAÇÃO
A conta pode ser movimentada pelos próprios titulares ou pelos seus representantes,
caso lhes tenham sido dados poderes para isso.
A conta pode ainda ser movimentada pelas pessoas autorizadas para tal. A instituição
de crédito tem de aprovar a inclusão de um autorizado na conta de depósito à ordem.
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EXEMPLO
Representação voluntária:
A Maria, maior de 18 anos, é titular de uma conta de depósito à ordem em Portugal, mas encontra-se a estudar
em Barcelona. Decidiu conceder poderes de representação à sua mãe (através de uma procuração) para esta
movimentar a sua conta de depósito à ordem, enquanto ela se encontrar no estrangeiro.
Representação legal:
O João, menor de 18 anos, pode ser titular de uma conta bancária, mas não a pode movimentar. Neste caso,
por força da lei, são os seus pais que procedem à abertura da conta e a movimentam, em nome do João.
Quando o João fizer 18 anos, passa a poder movimentar a conta sozinho.
o regime de conta solidária, em que a conta pode ser movimentada por qualquer um
dos titulares, sem necessidade de autorização do outro ou outros titulares;
o regime de conta mista, em que, por exemplo, a conta titulada por três pessoas, só
pode ser movimentada mediante a assinatura de dois titulares ou em que a
assinatura de um dos titulares é obrigatória para que os restantes a possam
movimentar.
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SALDOS
Mas podem existir diferentes saldos de conta, quando utilizados outros critérios para
o seu cálculo.
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Sempre que o cliente utilize numerário para além do saldo disponível na sua conta,
deve ter presente que está a recorrer a um crédito. Ao reembolsar os valores utilizados a
crédito, o cliente poderá estar sujeito ao pagamento de juros e de comissões.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
As instituições de crédito são obrigadas a ter um preçário completo, que inclua todos
os custos associados à conta de depósito à ordem. O preçário deve estar disponível para
consulta em todas as agências, em local de acesso fácil e devidamente identificado, e no sítio
da internet da instituição de crédito.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Nos meses em que os valores que saem são superiores aos que entram, diz-se que a
conta está a descoberto. O descoberto bancário permite que o cliente levante dinheiro ou
faça pagamentos a partir da sua conta à ordem quando já não tem fundos disponíveis, de
acordo com a definição que consta no Portal do Cliente Bancário, do Banco de Portugal.
Estes podem ser autorizados ou não autorizados.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Agora vamos supor que emitiu um cheque e que não tem a conta bancária
provisionada. O banco pode aceitar pagar o valor, mas fica com um descoberto bancário não
autorizado (ultrapassagem de crédito). Trata-se de um pagamento a descoberto aceite pela
instituição bancária, sem que tenha sido previamente contratado, que permite que o cliente
aceda a fundos que excedem o saldo da conta bancária ou o limite máximo do descoberto
autorizado (acordado entre as partes).
O descoberto bancário não autorizado tem custos que podem ser superiores ao
autorizado, nomeadamente, no que diz respeito à taxa de juro aplicável. No entanto, estes
encargos devem constar no contrato de abertura de conta a que estão associados. Importa
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
mais uma vez sublinhar que, nestes casos, o banco pode aceitar pagar o valor, mas também
pode recusar o pagamento por falta de provisão.
Sempre que estiver prestes a entrar em descoberto é importante que esteja ciente dos
custos que terá, sobretudo se se tratar de um descoberto não autorizado. Neste último caso,
a cobrança de dívidas pode passar para a via judicial e o “processo tem mais custos para o
cliente”, alerta a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, acrescentando que
“este corre ainda o risco de ficar com o registo no Banco de Portugal”.
Uma outra recomendação: Se não tem uma conta ordenado, mas costuma entrar com
alguma frequência em descoberto bancário, informe-se sobre as comissões e juros. “Os
encargos por descoberto bancário autorizado são superiores nas contas correntes face às
contas ordenado”, diz a Deco.
Caso apareça uma despesa inesperada, equacione recorrer ao cartão de crédito, desde que
consiga pagar a totalidade da dívida de uma só vez. Isto porque os cartões de crédito têm
um período, que pode ir dos 20 aos 50 dias, de crédito sem juros, ou seja, se pagar o valor
em dívida antes de terminar esse prazo, não paga juros.
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6. Meios de pagamento
6.2 Cheques
O cheque é um meio de pagamento que permite movimentar fundos que se
encontram à disposição de titulares ou seus representantes em contas de depósito abertas
nas Instituições de Crédito.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Modalidades de Emissão
Cheque ao portador
É um cheque em que não é mencionada qualquer pessoa ou entidade beneficiária, pelo que
é pagável ao apresentante.
Cheque nominativo
É um cheque em que é mencionado um determinado beneficiário.
Cheque Cruzado
É um cheque que contém na sua face duas linhas paralelas e oblíquas indicando que o
mesmo deverá ser depositado, podendo no entanto ser pago se o beneficiário/portador for
também Cliente do Banco Sacado.
Caso entre estas duas linhas, nada esteja inscrito, denomina-se "Cruzamento Geral"
ou seja, o cheque deve ser depositado num banco qualquer, mas pode ser pago ao balcão,
se o beneficiário for também cliente do banco sacado.
Caso entre as linhas esteja escrito o nome de um banco denomina-se " Cruzamento
Especial" ou seja, o cheque só pode ser depositado no banco indicado entre as linhas,
embora possa ser pago ao balcão, se o banco indicado for o sacado e o beneficiário cliente
do mesmo.
Cheque Bancário
É um cheque emitido pelo próprio banco sobre uma conta desse mesmo banco a
favor de um terceiro, a pedido do seu cliente. O cheque bancário é obrigatoriamente
nominativo, não podendo nunca ser emitido ao portador. Sendo um cheque emitido por um
banco existe sempre a garantia do seu pagamento.
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Endosso
Uma das características do cheque é poder ser transmitido a uma pessoa diferente
da que consta no título como beneficiário, ou seja, este procedimento designa-se por
endosso. Através do endosso, transmitem-se todos os direitos que o beneficiário inicial tem
sobre o cheque.
Os cheques normais referem a expressão "à ordem", por isso, são endossáveis.
Para endossar um cheque basta, no verso do mesmo, colocar a assinatura da pessoa à
ordem de quem o cheque foi emitido e da indicação da entidade a favor de quem o mesmo
é transmitido. No entanto, pode-se endossar um cheque constando apenas a assinatura do
endossante (endosso em branco). Os cheques nestas condições, podem ser sucessivamente
endossados.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
Para poder fazer pagamentos por débito direto, é necessário que o cliente bancário
conceda uma autorização ao seu credor, para que este possa ordenar débitos na conta
indicada, através do seu prestador de serviços de pagamento. O pagamento através de
débito direto pressupõe a celebração de um contrato de prestação de serviços de
pagamento, que inclua a execução de débitos diretos, entre o cliente e o prestador de
serviços de pagamento onde a conta foi aberta. O prestador de serviços de pagamento pode
ser uma instituição de crédito, uma instituição de pagamento ou uma instituição de moeda
eletrónica.
Quando os titulares das contas a debitar por débito direto sejam particulares que não
utilizem as contas para fins profissionais, ou microempresas, essas informações devem ser
prestadas gratuitamente.
Os débitos diretos são executados através do modelo de pagamentos SEPA (Single Euro
Payments Area - Área Única de Pagamentos em Euros). Este modelo permite a qualquer
cliente localizado no espaço SEPA efetuarem pagamentos por débito direto, em euros,
através de uma única conta e tendo por referência a aplicação das mesmas regras.
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Planeamento e gestão do orçamento familiar – Manual de Formação
No entanto, para ficar a saber quanto tempo demora uma transferência entre
bancos, precisa de saber como são contabilizados os prazos para a execução
de transferências bancárias.
Assim, os prazos das transferências são contabilizados em dias úteis, ou seja, os dias
em que os prestadores de serviços de pagamento se encontram abertos para execução de
operações de pagamento (dias úteis bancários).
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Quer isto dizer que: uma transferência entre bancos diferentes até à hora limite
definida pela instituição (15 horas) pode demorar até 24 horas, uma transferência entre
bancos diferentes depois da hora limite definida pela instituição (15 horas) pode demorar
até 48 horas.
Quando utiliza este cartão, o cliente está na prática a contratar um crédito. Este
crédito é reembolsado mais tarde numa data previamente acordada entre o cliente e a
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instituição de crédito. Se nessa data o cliente não pagar a totalidade do montante em dívida,
fica sujeito ao pagamento de juros.
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