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verdana 12 – normal – A3

“Pois bem: a este alheamento de um facto, de uma significação, a este alheamento de algo, cujas amarras
cortamos com o resto da realidade, cujos problemas existenciais deixaram de interessar-nos;a a esse algo entre
parêntesis é aquilo a que chamo “fenómeno”. E então a descrição de esse algo, cortadas assim as amarras com a
realidade, a historicidade, a existencialidade e ainda a possibilidade,a a descrição de esse algo convertido assim
em puro fenómeno, chamo-a descrição fenomenológica.
(…)Encontramos como primeiros elementos no conhecimento do sujeito pensante, o sujeito cognoscente e o
objecto conhecido. Todo o conhecimento, qualquer conhecimento há-de ser de um sujeito sobre um objecto. De
modo que a parelha sujeito cognoscente-objecto conhecido é essencial em qualquer conhecimento. Esta dualidade
do objecto e do sujeito é uma separação completa; de maneiraa que o sujeito é sempre o sujeito e o objecto
sempre o objecto. Nunca pode fundir-se o sujeito no objecto nem o objecto no sujeito. Se se fundissem, se
deixassem de ser dois, não haveria conhecimento.
O conhecimento é sempre, pois, essa dualidade de sujeito e objecto.
Todos os objetos da razão ou da investigação humanas podem ser naturalmente divididos em dois tipos, a
saber, as relações de ideias e as questões de facto. [...]
O contrário de toda e qualquer questão de facto continua a ser possível, porque não pode
jamais implicar contradição, e a mente concebe-o com a mesma facilidade e nitidez, como se fosse perfeitamente
conforme à realidade. Que o Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição

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