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Joseph O'Connor - Fala sobre PNL

ENTREVISTA COM JOSEPH O’CONNOR

Golfinho: Da música para a PNL. Qual foi o resultado pessoal com a programação
neurolinguística que mais o impactou?

O’Connor: "A PNL trouxe respostas a três perguntas íntimas importantes quando eu
trabalhava como músico e professor. A primeira era de como estar no melhor estado de ânimo
para atuar em um recital de violão. A segunda era de como ajudar os meus estudantes a
controlar o seu estado emocional, porque eu tinha muitos estudantes que tocavam muito bem
mas que sofriam muito com a ansiedade da performance, ou seja, eles não conseguiam tocar
tão bem ao vivo quanto tocavam informalmente.

Além disso, eu sempre achei que a melhor forma de ensinar era concentrar-se no estudante.
Bons professores conhecem a maneira pela qual cada um dos seus estudantes aprende com
mais facilidade, e ensinam dessa maneira. O aprendizado é o importante. Um professor nunca
pode dizer que ensinou algo e que foi o aluno quem não aprendeu, isso é um absurdo. Então
era essa a minha terceira pergunta, como ensinar os meus estudantes de uma maneira que
eles realmente aprendessem.

Quando eu aprendi PNL descobri muitas outras coisas. Primeiro foi a importância dos
resultados. Não só os definir, mas também ter uma orientação a resultado, estar sempre atento
a que resultados obtenho, que recursos tenho e o que mais eu posso fazer. Eu comecei a
definir melhor os resultados no futuro, objetivos num prazo de cinco e dez anos, e com o
tempo, olhando para trás, me surpreendia ao perceber quantos eu havia alcançado. Isso me
levou ao coaching. Definir objetivos a longo prazo também é importante no coaching. Nos
nossos cursos de coaching realizados no Brasil e no exterior ensinamos como definir e
alcançar os objetivos, e igualmente importante, é que a pessoa viva de modo congruente com
os valores que a levaram a escolher esse objetivo. São esses valores que nos fornecem a
energia necessária para atingir nossos objetivos. Muitas pessoas não alcançam seus objetivos
porque eles não são congruentes com os seus valores. Por isso, acho o coaching uma das
ferramentas mais poderosas que temos atualmente, para atingir as metas que definimos de
acordo com nossos valores.

O equilíbrio entre o processo de consciência e inconsciência na PNL provocaram um grande


impacto em mim. Os resultados são criados pela nossa consciência, eles são o que queremos,
mas temos de equilibrar isso com a nossa sabedoria inconsciente. O foco no
processo inconsciente de Milton Erickson reequilibrou a PNL. Somos muito melhores do que a
nossa consciência acredita. Nossa consciência é somente a ponta do iceberg de tudo que
somos. Na verdade, há estudos neurológicos que comprovam que tomamos nossas decisões
milésimos de segundo ANTES de sermos conscientes delas. Quero dizer, tomamos as
decisões inconscientemente e só depois somos conscientes do que decidimos.
O inconsciente é um poderoso amigo quando o tratamos com respeito.

A PNL me ensinou que eu sou capaz de escolher o meu estado de ânimo e me mostrou quais
as melhores formas de exercitá-lo. Nem sempre é fácil alterar um estado de ânimo negativo,
mesmo quando o queremos. Isso acontece porque, às vezes também é importante
experimentar e trabalhar algumas emoções mesmo quando são desagradáveis. Poder escolher
o estado de ânimo não significa que você sempre estará se sentindo alegre e que não sentirá
as emoções profundamente. Mas sim que você terá as ferramentas para alcançar o seu
melhor estado de ânimo com base no que você quer conseguir.

Por último, a identificação de padrões e a modelagem foram descobertas maravilhosas para


mim. Quando eu tive o primeiro contato com a PNL em 1985, eu era músico profissional e
professor de violão. Eu não estava interessado só no que os professores-modelo faziam, mas
também em como eles faziam. Eu já vinha prestando atenção no processo de aprendizado e
no conteúdo. Música é padrão puro; a mesma música pode ser tocada em tons diferentes sem
alterar a sua natureza. A música cria padrões visuais, auditivos e cinestésicos e uma das
primeiras coisas que fiz na PNL foi mapear o Meta Modelo na música.

Hoje em dia, podemos aplicar a modelagem ao nosso trabalho de coaching e saber o que os
melhores coaches fazem para alcançar os melhores resultados com as pessoas. Isto torna o
nosso curso de coaching potente".

Golfinho: Em seu último livro lançado no Brasil, "Manual de PNL", você enuncia William
James, o Construtivismo, Carl Rogers, Eric Berne e a AT, além de outras pessoas e
escolas, como tendo influenciado a PNL. Mas não cita a linguística transformacional em
Chomsky. É uma nova leitura da importância do papel da linguística transformacional na
criação do metamodelo?

O’Connor: "É só minha opinião pessoal. A PNL teve muitas influências e eu peguei aquelas
que pareciam especialmente relevantes para mim na época. A definição original da PNL era
"PNL é qualquer coisa que funcione". Devido a essa definição e o fato de que a PNL modelou o
melhor em muitas áreas, não há dúvida de que tem raízes em muitas disciplinas.

Por exemplo, outras influências incluem Carlos Castañeda, Eric Berne, Frank Farelly e o
movimento terapêutico Palo Alto de Jay Haley e Paul Watslawick, entre outros.

A linguística transformacional de Chomsky foi certamente importante para o metamodelo. Toda


a ciência da linguística surtiu uma grande influência e John Grinder era professor
de Linguística na Universidade da Califórnia em Santa Cruz quando ele conheceu Richard
Bandler e eles iniciaram a disciplina da PNL. A linguística é uma matéria com uma abrangência
enorme; Chomsky foi muito influente em linguística durante os anos 70, quando a PNL estava
começando.

Aliás, por falar no ‘The NLP Workbook’, eu gostaria de parabenizar a Quality Mark pelo
excelente trabalho que fizeram para a publicação desse livro em português. Foi produzido de
uma maneira muito bonita e eu estou muito satisfeito com o resultado. Acho que este é um dos
melhores livros que escrevi sobre PNL."

Gofinho: A PNL está pouco a pouco ingressando na Universidade e já se fala em pós-


graduação em PNL. Como você vê a PNL ingressando no mundo acadêmico? Acha
interessante para o futuro da PNL?

O’Connor: Eu fico muito feliz de saber que a NLP está progredindo no mundo acadêmico. Eu
acho que é um estudo natural para universidades, por várias razões. Primeiro porque tem
raízes intelectuais diversas e profundas na cibernética, na psicologia cognitiva, na linguística e
nos estudos sobre comunicação.

Segundo, porque além de ser um estudo fascinante e útil em si mesmo, também contém
ferramentas para aprender como aprender. É a única matéria que faz você estudar melhor
enquanto estuda! Na verdade, eu gostaria de ver a PNL sendo ensinada em todas as escolas
também, mesmo para crianças. Muitas vezes, as escolas ensinam as matérias sem
ensinar como estudar o assunto da melhor forma para aprender ao máximo. Tenho muito
interesse em apresentar a PNL em escolas e gostaria que àquelas pessoas com interesses
parecidos entrassem em contato comigo.

Em terceiro lugar, porque a PNL é tão útil, muitas das ferramentas e idéias têm sido usadas por
outras disciplinas, às vezes sem reconhecer a sua origem. É importante estabelecer
a PNL como disciplina, com sua própria autoridade e relevância no mundo acadêmico.

Por último, a essência da PNL é a modelagem. Precisamos de uma pesquisa eficiente


em modelagem, como modelar e como tornar os resultados da modelagem conhecidos.
A PNL tem um potencial enorme para capturar a melhor prática em todos os campos.
Certamente que eu e minha sócia, Andrea Lages temos a intenção de trabalhar com
universidades e já demos um curso de pós-graduação em Coaching que abrangia algumas
coisas de PNL, na Universidade de Derby na Inglaterra, em 2002. Este curso foi especialmente
interessante para nós.

Em geral, eu acho que uma pós-graduação em PNL poderia ser a aplicação dos princípios
do PNL e das ferramentas em um campo específico que envolva um projeto de modelagem.
Precisaríamos formar um grupo de supervisores de pós-graduação para este trabalho. As
possibilidades são maravilhosas.

Quando o John e o Richard começaram a dar seminários de PNL, eles contrariaram a


instituição acadêmica enfatizando que a PNL era diferente do enfoque da terapia, ou seja,
começou com um forte Metaprograma de Imparidade ("Mismatch"). A PNL tem fortes
credenciais acadêmicas e intelectuais mas muito tempo teve de passar até que
a PNL progredisse por si mesma no mundo acadêmico. Acredito que é essencial para o futuro
saudável da PNL.

Esta discussão também traz uma questão importante sobre a qualidade e os padrões
da PNL ensinadas. O padrão do treinamento da PNL pode variar tremendamente. Alguns são
ótimos, mas outros não. Infelizmente a PNL nunca teve o rigor dos padrões acadêmicos para
assegurar a qualidade global dos cursos de treinamento. Eu tive sorte de ter estudado com
John Grinder e com Richard Bandler, e também com Robert Dilts, Charlotte Bretto e David
Gaster. Quero salientar que o treinamento de PNL que a Andrea Lages e eu damos na
Lambent do Brasil segue a linha de todas as escolas mais importantes de PNL, e é assim
também com a nossa experiência no campo dos negócios, do pensamento sistêmico, em
estudos de comunicação e desenvolvimento pessoal. Também oferecemos treinamentos
(Practitioner, Master practitioner e Trainer) e damos certificação internacional, sempre fiéis aos
padrões internacionais. Temos muito orgulho disso.

Golfinho: O que é um coach com formação em PNL?

O’Connor: "Quando se une as habilidades de PNL a técnicas existentes de coaching, tem-se


um coach extremamente eficiente! Mas sem dúvida, as técnicas de coaching são a base.
Saber PNL contribui muito para o coach, mas a PNL sozinha não é suficiente para que uma
pessoa seja coach.

Eu gostaria de mencionar algumas coisas sobre o coaching, porque o coaching é uma área
nova e perfeita para a aplicação das ferramentas da PNL e seus princípios. Quando me mudei
para São Paulo em 2002, Andrea Lages e eu começamos nossa empresa Lambent do Brasil
para dar nosso curso de Certificação Internacional em Coaching e para dar treinamento
em PNL de acordo com os mais altos padrões. A Andrea e eu damos esses cursos juntos.

Qualidade e padrões são tão importantes no coaching quanto na PNL. Queremos garantir que
os coaches que treinamos e o coaching que fazemos estão conformes com a mais alta
qualidade no que se refere a técnicas e ética. O Coaching pode colaborar para fazer com que
os negócios se tornem mais produtivos, mais lucrativos e os locais de trabalho mais agradáveis
para se trabalhar. Achamos que os negócios podem ser uma força poderosa para o bem no
mundo e queremos ajudar a que isso aconteça. Esta é parte da nossa visão na Lambent do
Brasil.

Já demos nosso curso de coaching em muitos países; estamos construindo uma verdadeira
Comunidade Internacional de Coaching. Também queremos começar
uma associação brasileira de coaching e somos membros fundadores das Associações
de Coaching na Dinamarca, na Inglaterra e no México.

Em que sentido a PNL está ligada ao coaching? O Coaching é uma parceria entre o coach e o
cliente, de maneira que o cliente alcança os seus objetivos, vive seus valores e ultrapassa
quaisquer barreiras que o detém de ser o melhor que pode ser. O Coaching às vezes é
confundido com terapia e aconselhamento. Mas a terapia e o aconselhamento são paliativos,
elas ajudam o paciente que precisa de ajuda com os seus problemas e está infeliz.
O Coaching é diferente. É generativo, ajuda o cliente a construir o futuro que quer, já que
explora o presente e projeta o futuro. O cliente não está necessariamente infeliz, ele só quer
obter mais da vida.

O Coaching não é um treinamento, não dá respostas, mas ajuda o cliente a encontrar as suas
próprias respostas. O cliente tem as melhores respostas; o coach tem as melhores perguntas.

O Coaching é cada vez mais importante para os negócios. As empresas precisam investir no
seu pessoal para mantê-lo. As empresas querem que os seus profissionais façam o melhor que
puderem. O Coaching focaliza os recursos empresariais exatamente onde eles são
necessários para causar os efeitos mais positivos. O Coachingé importante para executivos,
porque quando se ajuda um executivo a tomar as melhores decisões e a ser claro sobre os
objetivos da empresa e os valores, os resultados são muito compensadores. A diferença pode
ser de milhões de dólares em lucros, e não estou exagerando. E para terminar, o coaching é
importante para prosseguir um treinamento. Muitos cursos são pouco aproveitados porque as
pessoas voltam para o mesmo ambiente de trabalho, com as mesmas âncoras antigas, por isso
não é à toa que os efeitos do curso são perdidos. Isto acaba acontecendo, por melhor que for o
curso. Um bom curso com um follow-up de coaching garante os resultados do curso e causa
efeitos positivos onde eles são necessários: nos negócios.

O coaching de vida também está progredindo como profissão. Um coach pessoal ajuda a
pessoa em todos os aspectos da sua vida. É claro que o coaching empresarial e o pessoal
podem ser conjugados, não dá para falar de vida pessoal sem pensar na profissional.

A PNL tem ferramentas maravilhosas para ajudar os coaches, porque lida com
objetivos, valores e crenças. O rapport entre o coach e o cliente também é algo importante e
a PNL tem muito a contribuir sobre a rapport . A PNL tem as técnicas de
influência linguística do metamodelo e do Modelo Milton. Finalmente, a PNL ajuda o coach a
compreender o mundo e o ponto de vista do seu cliente, para que o coach não o julgue do seu
ponto de vista. Quando você julga alguém é porque não o entende. Apesar desses pontos
serem a parte essencial do coaching, ele é muito mais do que isso. A vantagem do nosso curso
de certificação internacional em Coaching é que ter feito algum curso anterior em PNL não é
um pré-requisito, tudo o que você precisa aprender sobre PNL, nós vamos ensinar. Nosso
próximo curso será do dia 2 ao dia 11 de maio em São Paulo e estamos planejando dar este
curso em outras cidades do Brasil no futuro. Eu diria que se você necessita de um veículo
perfeito para aplicar a PNL, o coaching é o ideal."

Golfinho: Em "Introdução à PNL", você e John Seymour informam que Bandler e Grinder
criaram o nome "Programação neurolinguística", influenciados por uma garrafa de vinho
californiano. Qual era a marca do vinho?

O’Connor: "Não tenho a menor ideia! O John Grinder me contou esta história, mas não
mencionou que vinho era. Tomara que tenha sido um Napa Valley Zinfandel, porque é
delicioso.

Há uma outra estória sobre o surgimento do nome "Programação Neurolinguística". O John e o


Richard estavam voltando de carro de um seminário e foram parados pela polícia em um posto
de controle. O policial perguntou sobre o que era o seminário. O Richard olhou para os livros
que estavam espalhados no chão do carro e pegou uma palavra do título de cada um: havia
livros sobre neurologia, sobre linguística e sobre programação de computadores. Ainda bem
que não tinha nenhum livro sobre culinária no carro naquela hora. Já pensou, spaghetti
de Neurolinguística!

Embora programação seja um termo que pareça estar relacionado à informática, na verdade
refere-se às sequências de etapas na conquista de nossos objetivos, é o equivalente ao que
chamamos de plano de ação no coaching. Uma pessoa não funciona como um computador,
certo?"

Golfinho: Você sempre escreveu bons livros sozinho ou em coautoria com pessoas do sexo
masculino. Agora está anunciando o lançamento da obra "Coaching com PNL" em coautoria
com uma mulher, Andrea Lages. Fale-nos dessa experiência.

O’Connor: "É verdade que até hoje eu só tinha escrito livros com coautores homens, mas isso
não significa achar que livros escritos por homens são melhores. A Andrea é uma coautora
maravilhosa, inspiradora, capacitada e tem um conhecimento muito profundo. Tenho uma
admiração enorme por ela como profissional, além de compartilharmos de muitos valores.
Como somos sócios da Lambent do Brasil também fica mais fácil trabalharmos juntos e acho
que há um maravilhoso equilíbrio de energia no livro por causa dessa conjunção de energia
masculina e feminina.

Escrevemos juntos "Coaching with NLP – How to be a master coach" no final de 2002. Foi uma
experiência muito enriquecedora. Escrevemos grande parte do livro em Maiorca durante o
curso de duas semanas, dedicando pelo menos doze horas por dia para conseguir entregar
para a editora no prazo. Eu me lembro dos amanheceres e pores do sol inesquecíveis de
Maiorca, com aquele mar prateado maravilhoso. Adorávamos contemplar a vista e nadar
também! Escrever um livro é uma tarefa muito dura. Antes de escrever, você precisa pesquisar
muito e deixar tudo organizado. Daí você escreve e precisa revisar e editar o que fez depois.
Mas fizemos um ótimo trabalho.

Achamos que será publicado muito em breve no Brasil, porém ainda não sabemos o título que
vamos colocar em português".

Golfinho: Qual é a metáfora da guerra do Iraque para você?

O’Connor: "Eu acho que essa guerra é uma tragédia para todo mundo. Já pensou se fosse no
passado dos Estados Unidos, no Texas por exemplo, com certeza o George Bush e o Saddam
Hussein teriam se enfrentado em um duelo. Escolheriam um rua de terra daquelas cheias de
poeira numa tarde quente de um domingo, entreolhando-se com as mãos segurando as
pistolas paradas ao lado da perna, com música de fundo de Sergio Leone. Haveria juízes para
garantir que a disputa era justa. O Bush e o Saddam dariam meia volta e contariam dez
passos, depois se virariam, puxariam as pistolas e disparariam ao sinal do juiz. O gatilho mais
rápido venceria. Mas o que eles não fariam seria estar o mais longe possível um do outro e
colaborar para que milhares de pessoas que eles nem conhecem fossem mortas.

O que mais me impressiona nessa guerra é o fato dela ser totalmente pessoal e impessoal ao
mesmo tempo. A mídia, por exemplo, fala de uma guerra de "George Bush x Saddam Hussein".
Ainda assim, a maneira que essa luta é travada é muito impessoal. Mísseis controlados à
distância são disparados a centenas de quilômetros e matam pessoas que nunca saberão
quem os disparou. Os que disparam nunca conhecerão as pessoas que matam e não há nada
de errado entre eles. Porque se esse soldado que dispara conhecesse essas pessoas, jamais
as mataria. Quando você enxerga uma pessoa como um ser humano companheiro seu, jamais
conseguiria matá-lo, porque seria como matar a si mesmo. As guerras acontecem quando as
pessoas começam a se comportar como menos que humanos."

Golfinho: Você está escrevendo mais algum livro? Qual é o assunto?

O’Connor: "Eu e a Andrea estamos escrevendo um livro sobre o que nós chamamos de
"coaching tático". Trabalhamos muito com o coaching juntos, atendendo a clientes, e
alcançamos resultados excelentes em menos de uma hora. O coaching tático é isso: como
realizar fortes mudanças na vida do cliente em uma sessão. O coaching estratégico vai mais
adiante. Ambos compartilham alguns padrões, mas temos um enfoque único e potente
de coaching tático que queremos dividir com outras pessoas. Achamos que isso é muito
importante no business coaching, onde a velocidade realmente faz uma grande diferença."
Pergunta para Andrea Lages

Golfinho: Andrea, como é trabalhar e conviver com uma pessoa famosa, na Europa e na
América, e em inglês que não é a sua língua nativa?

Andrea Lages: "O Joseph e eu começamos a trabalhar juntos três anos atrás e
progressivamente passamos a fazer todos os trabalhos em parceria. Hoje, grande parte do
nosso trabalho é feita em conjunto por meio da nossa empresa, a Lambent do Brasil, exceto
alguns compromissos que já haviam sido assumidos antes de nossa parceria profissional.

Há um pouco mais de um ano viemos morar juntos no Brasil. Nestes últimos anos, todos os
trabalhos que fizemos foram na Europa e na América Latina e do Norte, mas só fizemos dois
cursos no Brasil (contando com o último que demos em março deste ano). Durante o ano
passado, o tempo mais longo que passamos no Brasil, entre um curso e outro, foi de uma
semana, e as viagens não duraram menos de um mês, com muitos compromissos e cursos
dados em inglês. Atualmente temos um melhor equilíbrio a esse respeito.

Em setembro do ano passado, quando viemos para o Brasil dar a nossa primeira Certificação
Internacional em Coaching, no Rio, depois de mais de dois anos sem realizar um único
trabalho em português, confesso que tive que fazer um certo esforço para encontrar as
palavras corretas, mesmo porque o nosso curso foi todo concebido em inglês, o manual foi
elaborado originalmente em inglês, e o livro que escrevemos sobre Coaching e PNLtambém foi
escrito originalmente em inglês. Ainda hoje em dia, neste último curso, tive que pedir auxílio
algumas vezes com relação a algumas palavras ou expressões, mas claro que com muito
menos frequência, afinal, a primeira língua a gente nunca esquece! (risos)".
Joseph O’Connor e Andrea Lages foram entrevistados por João Nicolau Carvalho e Joanna
D’Arc Matias durante o curso de Certificação em Coaching no Rio de Janeiro, de 20 a 29 de
Março de 2003 especialmente para o Golfinho.

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