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“A TROCA DIVINA”

D e re k P r in ce
_______________________________________________

Um Convite

Jesus Cristo fez-nos um convite que se estende a toda a raça


humana: “Venham a mim, todos os que estais cansados
e oprimidos e eu dar-vos-ei descanso.” Não importa qual seja o seu fardo,
necessidade ou problema, Deus tem uma resposta para si.
Mas só há um sítio onde você pode encontrar a resposta: a Cruz em que
Jesus morreu. É através da Cruz – e somente da Cruz – que você pode
receber o suprimento da sua necessidade, a resposta ao seu problema, a
libertação do seu fardo.
Leia as próximas páginas com expectativa.
Derek Prince
_______________________________________________
“A TROCA DIVINA”

Copyright©2016 tradução portuguesa, Derek Prince Portugal


Originalmente publicado com o título:
“The exchange at the cross”
Copyright©1995 Derek Prince International

Publicado em português pela editora:


Um Êxodo Unipessoal Lda.

ISBN: 978-989-8501-12-7

Autor: Derek Prince


Tradução: Rodrigo Bento, Derek Prince Portugal
Redação: Christina van Hamersveld
Desenho da capa: Arnout Hendriks, DPM Nederland

Derek Prince Portugal:


Caminho Novo, Lote X, 9700-360 Feteira AGH
Telf.: (00351) 295 663738 / 927992157
Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt
E-mail: derekprinceportugal@gmail.com
Índice

1. A Troca Divina .. ........................................................................... 7


2. Perdão e Cura.............................................................................. 10
3. Justiça........................................................................................... 11
4. Vida.............................................................................................. 12
5. Abundância................................................................................. 13
6. Valor e Honra.............................................................................. 15
7. Aceitação..................................................................................... 16
8. Bênção......................................................................................... 18
9. A troca feita na cruz................................................................... 23

Outros livros por Derek Prince em português........................24


Sobre o autor................................................................................... 26
Derek Prince Ministries................................................................. 27

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“A TROCA DIVINA”
o que aconteceu na cruz

-6-
A Troca Divina
Toda a mensagem do Evangelho gira em torno de um
único acontecimento histórico: a morte sacrificial de Jesus na Cruz.
A este respeito, o escritor de Hebreus diz: “Porque com uma só
oferta (sacrifício) Ele (Jesus) aperfeiçoou para sempre os que estão
sendo santificados.” (Hebreus 10:14). Aqui vemos duas poderosas
expressões combinadas: “aperfeiçoou” e “para sempre”. Juntas, elas
descrevem um sacrifício que abrange todas as necessidades de toda
a raça humana. Além disso, os seus efeitos estendem-se através do
tempo e por toda a eternidade.

É com base neste sacrifício que Paulo escreve em Filipenses


4:19: “E o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo a
sua gloriosa riqueza em Cristo Jesus.” Todas as vossas necessidades
cobre todas as áreas da sua vida – o seu corpo, a sua alma, a sua
mente, as suas emoções, assim como as suas necessidades materiais e
financeiras. Nada é demasiado grande ou demasiado pequeno que seja
excluído da provisão de Deus. Por um único e supremo acto, Deus
convergiu todas as necessidades e todo o sofrimento da humanidade
num momento na história.

Deus não providenciou muitas soluções diferentes para os


múltiplos problemas da humanidade. Em vez disso, Ele oferece-nos
uma solução completa e suficiente que é a Sua resposta para todos os
problemas. Podemos vir de culturas e experiências diferentes, cada
um de nós carregando o nosso fardo, com as nossas necessidades
específicas, mas para receber a solução de Deus, temos todos de nos
dirigir para o mesmo lugar – a Cruz de Jesus.

O relato mais completo do que foi conseguido ou alcançado

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na Cruz, foi-nos dado através do profeta Isaías, 700 anos antes de ter
acontecido. Em Isaías 53:10, o profeta descreve um “servo do Senhor”
cuja alma seria oferecida a Deus como uma expiação do pecado. Os
escritores do Novo Testamento são unânimes em identificar este
“servo” sem nome, como sendo Jesus. O propósito divino alcançado
pelo Seu sacrifício é resumido em Isaías 53:6:

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se


desviava pelo seu caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade
de nós todos.

Aqui está o problema básico e universal de toda a humanidade:


cada um de nós se tem desviado para o seu próprio caminho. Existem
alguns pecados específicos que a maioria de nós nunca cometeu, tais
como homicídio, adultério, roubo, etc. Mas há uma coisa que todos
temos em comum: todos tomámos o nosso próprio caminho. E assim
sendo, voltámos as nossas costas para Deus. A Palavra Hebraica
que resume isto é avon, aqui traduzida por “iniquidade”. Talvez o
seu equivalente mais próximo no Português contemporâneo seja
“rebelião”, não contra o homem, mas contra Deus.

Contudo, nenhuma palavra em Português, quer seja


“iniquidade” ou “rebelião”, transmite o verdadeiro significado de avon.
No seu sentido bíblico, avon descreve não só a mera iniquidade, mas
também o castigo, ou as consequências maléficas, que a iniquidade
acarreta.

Por exemplo, em Génesis 4:13, depois de Deus haver


pronunciado julgamento a Caim pelo homicídio de seu irmão, Caim
disse: “É maior o meu castigo do que o que eu possa suportar.” A palavra
aqui traduzida “castigo” é avon. Ela não só referia a “iniquidade” de
Caim, mas também o “castigo” que ela trazia sobre ele.

Em Levítico 16:22, referindo-se ao bode expiatório libertado


no Dia da Expiação, o Senhor disse: “O bode levará sobre si todas as

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iniquidades deles para a terra solitária…” Neste simbolismo, o bode
carregou não somente as iniquidades dos Israelitas, mas também as
consequências das suas iniquidades.

Em Lamentações 4, avon ocorre duas vezes com o mesmo


significado. No versículo 6 é traduzido: “Maior é a maldade da filha
do meu povo…” Novamente no versículo 22: “O castigo da tua
maldade está consumado, ó filha da Sião…” Vemos como, em ambos
os casos, a palavra avon é traduzida por maldade, mas no verso 22 é
acrescentado “o castigo da tua maldade.” Por outras palavras, no seu
sentido mais lato, avon significa não só iniquidade, mas também inclui
todas as consequências maléficas que o julgamento de Deus traz sobre
a iniquidade.

Isto aplica-se ao sacrifício de Jesus na Cruz. Jesus não era


culpado de qualquer pecado. Em Isaías 53:9 o profeta diz: “… embora
nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.”
Mas no versículo 6 ele diz: “… o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade
(avon) de nós todos.” Não só foi Jesus identificado com a nossa
iniquidade, Ele também suportou todas as consequências maléficas da
nossa iniquidade. Tal como o bode expiatório que Lhe prefigurou, Ele
carregou-as para longe, para que elas não pudessem voltar a cair sobre
nós.

Este é o verdadeiro significado e propósito da Cruz. Nela


ocorreu uma ordenada, decretada, troca divina. Primeiro, Jesus sofreu
todo o mal, todas as consequências maléficas que, por justiça divina,
nos eram destinadas pela nossa iniquidade. Agora, em troca, Deus
oferece-nos todo o bem, todas as maravilhas que eram destinadas à
obediência sem pecado de Jesus.

De forma mais resumida; todo o mal que nos era destinado


caiu sobre Jesus, para que, em troca, todo o bem que era destinado
a Jesus pudesse ser-nos oferecido. Deus é capaz de nos fazer esta
oferta sem comprometer a Sua justiça eterna, porque Jesus já sofreu

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no nosso lugar todo o justo castigo pelas nossas iniquidades.

Tudo isto procede unicamente da insondável, impenetrá-


vel graça de Deus e é recebido por nós somente pela fé. Não existe
qualquer explicação lógica em termos de causa e efeito. Nenhum de
nós alguma vez fez algo para merecer tamanha dádiva e nenhum de
nós alguma vez poderá fazer algo para a merecer.

As Escrituras revelam muitos aspectos diferentes desta troca e


muitas áreas diferentes na qual ela se aplica. Em cada caso, contudo, o
mesmo princípio é verdadeiro e válido:

o mal sobreveio a Jesus para que o bem correspondente


pudesse-nos ser oferecido.

-Perdão e Cura-
Os primeiros dois aspectos da troca são revelados em Isaías 53:4-5:

Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e


as nossas dores levou sobre si; contudo, nós o considerávamos como
aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras (feridas) fomos
sarados.

Duas verdades estão aqui interligadas, a aplicação de uma é


espiritual e a outra é física. No plano espiritual, Jesus recebeu o castigo
devido pelas nossas transgressões e iniquidades para que nós, em
troca, possamos ser perdoados e, assim, termos paz com Deus. (Veja
Romanos 5:1). No plano físico, Jesus carregou as nossas enfermidades
(doenças) e dores para que nós, através das suas feridas, possamos ser
sarados.

A aplicação física da troca é confirmada em duas passagens do


Novo Testamento. Mateus 8:16-17 refere-se a Isaías 53:4 e regista que

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Jesus:

… curou a todos os enfermos. Isto aconteceu para que se


cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías:
Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.

Outra vez, em 1 Pedro 2:24, o apóstolo refere-se a Isaías 53:5-6 e diz


de Jesus:

Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro,


para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça;
pelas suas feridas fostes sarados.

A dupla troca descrita nos versículos acima pode ser resumida:

Jesus foi castigado para que pudéssemos ser perdoados.


Jesus foi ferido para que pudéssemos ser sarados.

-Justiça-
Um terceiro aspecto da troca é revelado em Isaías 53:10:

Todavia, ao Senhor agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando


a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade,
prolongará os dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

O versículo declara que o Senhor fez a alma de Jesus “uma oferta pelo
pecado”. Isto deve ser compreendido à luz das ordenanças Mosaicas,
por várias formas de ofertas por pecados. Era requerido que a pessoa
que havia pecado trouxesse a sua oferta sacrificial – uma ovelha,
um bode, um boi ou outro animal, ao sacerdote. Ele confessaria o
seu pecado sobre a oferta e o sacerdote, simbolicamente, transferia
o pecado confessado da pessoa para o animal. Então o animal seria
morto, pagando assim pelo pecado que havia sido transferido para ele.

Na presciência (previsão ou pré-visão) de Deus, tudo isto foi

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projectado ou intencionado para simbolizar o que iria ser concretizado
pelo último e todo-suficiente sacrifício de Jesus. Na Cruz, os pecados
de todo o mundo foram transferidos para a alma de Jesus. O resultado
está descrito em Isaías 53:12: “(Ele) derramou a sua alma na morte.”
Pela Sua morte sacrificial e substituta, Jesus fez a expiação pelos
pecados de toda a raça humana.

Em 2 Coríntios 5:21 Paulo refere Isaías 53:10 e, ao mesmo


tempo, ele também apresenta o aspecto positivo desta troca:

Aquele que não conheceu pecado, Ele (Deus) o fez (Jesus) pecado por
nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

Paulo não fala aqui sobre qualquer tipo de justiça que nós
consigamos alcançar pelo nosso próprio esforço, mas acerca da justiça
de Deus – a justiça que nunca pecou. Nenhum de nós poderá merecer
isto. Ela está tão longe de nós como a terra do céu. Somente poderá ser
recebido pela fé.
Este terceiro aspecto da troca pode ser resumido da seguinte forma:

Jesus foi feito pecado com a nossa iniquidade (maldade) para que
nós pudéssemos ser feitos justos com a Sua justiça.

-Vida-
O próximo aspecto da troca é uma conclusão lógica da anterior.
Toda a Bíblia, tanto o Antigo como o Novo Testamento, enfatiza que
o resultado do pecado é a morte. Em Ezequiel 18:4 o Senhor diz: “A
alma que pecar, essa morrerá.” Em Tiago 1:15 o apóstolo diz: “(…) o
pecado, uma vez consumado, gera a morte.”
Quando Jesus se identificou com o nosso pecado, tornou-se inevitável
que Ele também experimentasse a morte, que é o resultado do pecado.

Confirmando isto, em Hebreus 2:9, o autor diz que Jesus


“foi feito um pouco menor do que os anjos (…) por causa da paixão
da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.

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A morte que Ele morreu foi a consequência inevitável do pecado
humano, que Ele tinha levado sobre Si. Ele carregou os pecados de
todas as pessoas, e assim morreu a morte que lhes era destinada.

Em troca, para todos os que aceitam o Seu sacrifício substituto,


Jesus agora oferece a dádiva da vida eterna. Em Romanos 6:32, Paulo
dispõe as duas alternativas lado a lado:

Pois o salário (recompensa justa) do pecado é a morte, mas


o (imerecido) dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus
nosso Senhor.

Assim, o quarto aspecto da troca pode ser sumariado da seguinte


forma:

Jesus morreu a nossa morte para que nós possamos receber a Sua
vida.

-Abundância-
Um outro lado da troca é declarado por Paulo em 2 Coríntios 8:9:

Pois já conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo


rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza vos
tornásseis ricos.

A troca é clara: da pobreza à riqueza. Jesus torna-se pobre para que


nós nos possamos tornar ricos.

Quando foi que Jesus se tornou pobre? Algumas pessoas imaginam-


No como pobre durante o Seu ministério terreno, mas isto não é muito
correcto. Ele não possuía ou tinha consigo muito dinheiro, mas em
tempo algum Lhe faltou alguma coisa. (Veja Lucas 22:35). Portanto,
não sendo pobre, Ele e os Seus discípulos regularmente davam aos
pobres. (Veja João 12:4-8; 13:29).

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É verdade que os métodos pelos quais Jesus arranjava dinheiro eram
pouco convencionais, mas o dinheiro tem o mesmo valor, quer seja
levantado num banco ou retirado da boca de um peixe! (Veja Mateus
17:27)

Os Seus métodos de providenciar comida também foram, por vezes,


pouco convencionais, mas um homem que consegue providenciar
alimento substancial para 5.000 homens (e ainda mulheres e crianças),
certamente não seria considerado pobre pelos padrões normais. (Veja
Mateus 14:15-21).

Na verdade, em todo o seu ministério, Jesus foi um exemplo de


“abundância”, como é definido na Bíblia. Ele sempre teve tudo o que
precisou para fazer a vontade de Deus na Sua própria vida. Mas acima
de tudo Ele constantemente dava aos outros sem que o Seu manancial
se esgotasse.

Então, quando é que Jesus se tornou pobre por nossa causa? A resposta
é: na Cruz. Em Deuteronômio 28:48, Moisés resumiu a pobreza
absoluta em quatro expressões: fome, sede, nudez e falta de tudo.
Jesus experimentou tudo isto no seu expoente máximo na Cruz.

Ele teve fome. Ele não comia há quase 24 horas.


Ele teve sede. Num dos seus últimos suspiros Ele disse: “Tenho sede.”
(João 19:28)
Ele esteve nu. Os soldados haviam tirado as Suas roupas. (João 19:23)

Ele tinha falta de tudo. Ele já não possuía nada. Depois da Sua morte
Ele foi sepultado numa veste emprestada e num túmulo emprestado
(Lucas 23:50-53). Assim Jesus suportou uma pobreza absoluta por
nós.

Em 2 Coríntios 9:8, Paulo apresenta de forma mais completa


o lado positivo da troca:

E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça,


a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em

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toda boa obra.

Paulo é cuidadoso ao enfatizar que a única base para esta troca


é a graça de Deus. Nunca pode ser merecido. Só pode ser recebido
pela fé.

Muitas vezes a nossa “abundância” será como a de Jesus,


enquanto esteve na terra. Poderemos não ter grandes quantidades de
dinheiro, ou contas bancárias recheadas. Mas dia após dia teremos o
suficiente para suprir as nossas necessidades e mais alguma coisa para
ajudar a suprir as necessidades dos outros.

Uma razão importante para este nível de provisão é indicada


pelas palavras de Jesus, citado em Actos 20:35: “Mais bem-aventurada
coisa é dar do que receber.” O propósito de Deus é que todos os Seus
filhos sejam capazes de apreciar a bênção maior. Assim sendo, Ele
providencia-nos com o suficiente para cobrir as nossas necessidades e
também para ajudarmos outros.

Este é o quinto aspecto da troca:

Jesus suportou a nossa pobreza para que nós possamos


partilhar a Sua abundância.

-Valor e Honra-
Esta troca na Cruz cobre também as formas emocionais de
sofrimento que sucedem à iniquidade do homem. Outra vez aqui,
Jesus sofre o mal para que nós possamos gozar o bem. Duas das piores
feridas trazidas sobre nós pela nossa iniquidade são a vergonha e a
rejeição. Ambas caíram sobre Jesus na Cruz.

A vergonha pode variar em intensidade, desde um leve


embaraço até um sentido de invalidez que nos corta do relacionamento
com Deus e com o homem. Uma das causas mais comuns – cada vez
mais prevalecente na nossa sociedade – é algum tipo de abuso sexual
ou moléstia infantil. Não raras vezes isto deixa cicatrizes que só podem

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ser curadas pela graça de Deus.

Por falar de Jesus na Cruz, o escritor de Hebreus diz que Ele


“suportou a cruz, desprezando a vergonha…” (Hebreus 12:2). A exe-
cução numa cruz era a forma mais vergonhosa de todas as maneiras de
se morrer, reservada para a classe mais baixa de criminosos. A pessoa
a ser executada era despida e exposta nua aos olhos dos transeuntes,
que a gozavam. Este foi o nível de vergonha a que Jesus se submeteu
ao ser pregado na Cruz (Mateus 27:35-44).

No lugar da vergonha que Jesus carregou, o propósito de Deus


é trazer os que confiam n’Ele a partilharem a Sua glória eterna. Em
Hebreus 2:10, o escritor diz:

Porque convinha que Aquele (Deus), por cuja causa e por


quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória,
aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor (Jesus) da salvação
deles.

A vergonha que Jesus suportou na Cruz abriu o caminho para


que todos os que confiam n’Ele possam ser libertados da sua própria
vergonha. Não só isso, mas Ele também partilha connosco a glória que
Lhe pertence por direito eterno!

-Aceitação-
Existe uma outra chaga que é muitas vezes ainda mais
agonizante do que a vergonha. É a rejeição. Geralmente isto origina
de alguma forma de relacionamento quebrado. Na sua forma mais
prematura, é causada por pais que rejeitam os seus filhos. A rejeição
pode ser activa, expressada de uma forma severa e negativa; ou pode
ser simplesmente uma falha em expressar amor e aceitação. Se uma
mulher grávida tem sentimentos negativos acerca da criança no seu
ventre, ela provavelmente nascerá com um sentimento de rejeição,
que poderá continuar na adolescência, indo mesmo até à morte.

A quebra de um casamento é outra frequente causa de rejeição.

-16-
Isto está bem figurado nas palavras do Senhor, em Isaías 54:6:

Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e de


espírito abatido; como a mulher da mocidade que fora repudiada, diz
o teu Deus.

A provisão de Deus para curar a ferida da rejeição é relembrada


em Mateus 27:46 e 50, que descreve o culminar da agonia de Jesus:

Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli,
lama sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?

E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.

Pela primeira vez na história do universo, o Filho de Deus chamou


pelo Seu Pai e não obteve resposta. Jesus estava de tal forma
impregnado na iniquidade do homem que a incondicional santidade
de Deus fez com que rejeitasse até o próprio Filho. Desta forma Jesus
suportou rejeição na sua forma mais agonizante: rejeição por um pai.
Quase imediatamente depois disso, Ele morreu, não pelas feridas da
crucificação, mas pelo coração triturado pela rejeição.

O registo de Mateus continua logo a seguir: “Nesse instante o véu do


templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo.” Simbolicamente
isto demonstrou que o caminho havia sido aberto para que os homens
pecadores entrassem em directa comunhão e relacionamento com o
Deus Santo. A rejeição de Jesus havia aberto o caminho para que nós
fôssemos aceites por Deus como Seus filhos. Vemos isso relatado por
Paulo em Efésios 1:5-6:

(Em amor) nos predestinou para sermos filhos de adopção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade, para
louvor e glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado.

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A rejeição de Jesus resultou na nossa aceitação.

O remédio de Deus para a vergonha e rejeição nunca foi tão


desesperadamente necessário como hoje. A minha estimativa é que,
pelo menos, um quarto dos adultos hoje em dia sofre de traumas de
vergonha e rejeição. Tem-me dado uma alegria imensurável mostrar a
essas pessoas a cura que flúi da Cruz de Jesus.

Os dois aspectos emocionais da troca na Cruz que foram analisados


acima podem ser resumidos como:

Jesus carregou a nossa vergonha para que possamos partilhar a


Sua glória.

Jesus suportou a nossa rejeição para que possamos ter a Sua aceita-
ção com o Pai.

Os aspectos da troca analisados acima cobrem algumas das


necessidades mais básicas e urgentes da humanidade, mas não estão
de forma alguma completos. Na verdade, não há qualquer necessidade
resultante da rebeldia do homem que não esteja coberta pelo mesmo
princípio da troca: o mal veio sobre Jesus para que o bem possa ser-
nos oferecido. Uma vez que aprendemos a aplicar este princípio nas
nossas vidas, ele liberta a provisão de Deus para cada necessidade.

-Benção-
Permanece um aspecto final da troca, descrito por Paulo em Gálatas
3:13-14:

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós,


pois está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.
Ele nos resgatou para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios
por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebêssemos a promessa do
Espírito.

-18-
Paulo aplica a Jesus na Cruz um decreto da lei de Moisés, declarada
em Deuteronómio 21:23, segundo a qual uma pessoa executada
pendurada num madeiro era maldita por Deus. Então ele aponta para
o resultado oposto: a bênção.

Não é necessário um teólogo para analisar este aspecto da troca:

Jesus tornou-se maldição para que nós possamos entrar em bênção.

A maldição que caiu sobre Jesus é definida como “a maldição da


lei”. Em Deuteronómio 28, Moisés dá uma extensa lista das bênçãos
que resultam da obediência da lei e das maldições que resultam do
incumprimento das mesmas. As maldições listadas em Deuteronómio
28:15-68 podem ser resumidas como:

• Humilhação
• Esterilidade, infrutuosidade
• Doença física e mental
• Separação familiar
• Pobreza
• Derrota
• Opressão
• Fracasso
• Desaprovação de Deus

Será que algumas destas palavras se aplicam a alguma área da sua


vida? Há algo que paira sobre si como uma nuvem escura, tapando a
luz das bênçãos de Deus que você anseia? Se assim for, pode muito
bem ser que a causa principal dos seus problemas seja uma maldição,
da qual você tem de se libertar.
Para dar o devido valor a todo o horror da maldição que veio sobre
Jesus, tente imaginá-Lo pregado na Cruz.
Jesus havia sido rejeitado pelos seus conterrâneos, traído por um dos
Seus discípulos e abandonado pelos restantes (embora alguns tenham
voltado para acompanhar a Sua agonia final). Ele foi suspenso nu entre

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a terra e o céu. O seu corpo foi torturado pela dor de inúmeras feridas,
a Sua alma esmagada pelo peso da culpa da humanidade. A terra O
havia rejeitado e o céu não responderia à Sua súplica. À medida que
o sol se punha e a escuridão O cobria, o Seu sangue escorria para
cima do pó e das pedras do chão. Contudo, no meio da escuridão,
mesmo antes de expirar, sobreveio um último e triunfante clamor:
“Está consumado!”

No Grego, esta frase “Está consumado”, consiste apenas de uma


palavra. É o tempo verbal perfeito que significa “tornar algo completo
ou perfeito”. Em Português poderia ser dito: “Está completamente
completo” ou “Está perfeitamente perfeito”.

Jesus havia levado sobre Si todas as consequências malignas que a


rebelião havia trazido sobre a humanidade. Ele havia esgotado todas
as maldições da quebra da lei de Deus. Tudo isto, para que nós em
troca possamos receber todas as bênçãos justas pela Sua obediência.
Tamanho sacrifício é estupendo no seu propósito, no seu alcance,
contudo maravilhoso na sua simplicidade.

Você já foi capaz de aceitar com fé esta dádiva do sacrifício de Jesus e


tudo o que Ele obteve para si? Você está ansioso e desejoso de entrar
agora na completa provisão de Deus?

Há ainda mais uma barreira com que todos temos de lidar, a barreira
dos pecados por perdoar. Você já tem a certeza de que os seus pecados
lhe foram perdoados por causa do sacrifício de Jesus? Se não, é por aí
que deve começar.

Você pode fazer uma oração simples:

Deus, eu reconheço que sou pecador/a e que existem pecados por


perdoar na minha vida. Mas eu acredito que Jesus foi castigado para
que eu pudesse ser perdoado, e por isso te peço agora que me perdoes
dos meus pecados, no nome de Jesus. Amém.

-20-
A Palavra de Deus promete que “se confessarmos os nossos pecados,
Ele é fiel e justo para perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça.” (1 João 1:9)

Aceite Deus pela Sua Palavra! Acredite neste momento que Ele
realmente o/a perdoou de todos os seus pecados!

Você só precisa de dar uma resposta, que é a mais simples e pura


expressão da verdadeira fé. É dizer “Obrigado!”

Faça-o agora! “Obrigado! Obrigado Senhor Jesus, porque Tu foste


castigado para que eu pudesse ser perdoado. Eu não compreendo tudo,
mas acredito e estou grato!”

Com a barreira do pecado removida, o caminho está livre para você


entrar em todas as outras provisões que Deus fez através da Cruz.
Tal como o perdão dos pecados, cada provisão deve ser recebida pela
simples fé na Palavra de Deus.

Cada um de nós tem necessidades especiais e cada um de nós tem


que ir a Deus individualmente para aceitar a Sua provisão. Aqui está
descrito, de forma geral, algumas das declarações que você pode fazer
em relação às outras provisões contidas neste livro:

Senhor Jesus, eu agradeço-Te por teres sido ferido para que eu possa
ser curado.

Senhor Jesus, eu agradeço-Te por teres sido feito pecado com as


minhas iniquidades para que eu possa ser justo com a Tua justiça.

Senhor Jesus, eu agradeço-Te por teres morrido a minha morte para


que eu possa receber a Tua vida.

Senhor Jesus, eu agradeço-Te por teres suportado a minha pobreza

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para que eu possa partilhar a Tua abundância.

Senhor Jesus, eu agradeço-Te por teres carregado a minha vergonha


para que eu possa partilhar a Tua glória.

Senhor Jesus, eu agradeço-Te por teres sofrido a minha rejeição para


que eu possa ter a Tua aceitação com o Pai.

Senhor Jesus, eu agradeço-Te por teres sido feito maldição para que
eu possa entrar na bênção.

Cada provisão por que você orou é progressiva. A sua oração inicial
libertou o poder de Deus na sua vida. Contudo, isto é apenas o ponto
de partida. De forma a tomar posse das provisões completa que você
procura, terá de fazer três coisas:

1. Procurar por si mesmo estas verdades na Bíblia.

2. Reafirmar continuamente o aspecto particular da troca que res-


ponde à sua necessidade.

3. Reafirmar continuamente a sua fé, agradecendo a Deus pelo que


Ele providenciou.

Quanto mais você agradecer a Deus, mais você acreditará


no que Ele fez por si. E quanto mais você acreditar, mais quererá
agradecer-Lhe.

Estas duas coisas – acreditar e agradecer, agradecer e acreditar,


são como uma escada em espiral que o levarão continuamente cada
vez mais alto em direcção à plenitude da provisão de Deus.

-22-
A Troca Feita na Cruz

Há uma, e só uma condição toda-suficiente para cada provisão da mi-


sericórdia de Deus: a troca que ocorreu na Cruz.

Jesus foi castigado para que nós possamos ser perdoados.

Jesus foi ferido para que nós possamos ser curados.

Jesus foi feito pecado com as nossas iniquidades para que nós
possamos ser justos com a Sua justiça.

Jesus morreu a nossa morte para que nós possamos receber a Sua
vida.

Jesus suportou a nossa pobreza para que nós possamos partilhar a


Sua abundância.

Jesus carregou a nossa vergonha para que nós possamos partilhar a


Sua glória.

Jesus suportou a nossa rejeição para que nós possamos ter a Sua
aceitação com o Pai.

Jesus foi feito maldição para que nós possamos entrar em bênção.

A lista não está completa. Poderiam ser acrescentados outros aspectos


da troca. Mas todos eles são facetas diferentes da provisão que Deus
fez através do sacrifício de Jesus. A Bíblia resume-os numa sublime
e esplêndida palavra: salvação. Os Cristãos por vezes limitam a
salvação à experiência de ter os pecados perdoados e nascer de novo.
Que pensamento maravilhoso este. Contudo ele é só a primeira parte
do total da salvação revelado no Novo Testamento.

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Sobre Derek Prince 1915 -2003
Derek Prince nasceu na India, filho de pais Britânicos. Teve formação
escolar em Grego e Latim no Colégio de Eton e na Universidade
de Cambridge, na Inglaterra. Com 24 anos ele foi professor na
Universidade Kings, em Cambridge, onde ensinou filosofia moderna e
clássica. Na segunda guerra mundial foi obrigado a entrar no exército
Britânico e foi colocado na África do Norte. Levou consigo a Bíblia
como material de estudo filosófico, a qual leu em alguns meses. Numa
noite, quando estava sozinho numa barraca, foi confrontado pela
Palavra com a realidade de Jesus Cristo.

Com este encontro com Jesus Cristo ele chegou a duas conclusões:
•Primeiro: Jesus Cristo está vivo.
•Segundo: a Bíblia é um livro verdadeiro, pertinente e atual.

Estas conclusões alteraram totalmente o curso da sua vida.

Desde esta data ele dedicou a sua vida a estudar e ensinar a Palavra
de Deus. Entretanto adquiriu reconhecimento internacional como um
dos ensinadores da Bíblia mais importantes desta época. O que faz o
seu ministério ser único não é a sua educação de alto nível nem a sua
inteligência, mas o seu ensino directo, actual e simples. O programa de
rádio “Hoje com Derek Prince” é transmitido diariamente em vários
países e línguas (por exemplo em Chinês, Espanhol, Russo, Mongol,
Arábe entre outras). Os estudos dele -mais de 40 livros em quase 50
línguas, 400 cassetes de áudio e 150 vídeos tiveram grande influência
nas vidas de muitos líderes cristãos sobre todo mundo.

Em Setembro de 2003, depois duma vida longa e frutífera, Derek


Prince faleceu com a idade de 88 anos. Derek Prince Ministries, a sua
organização, continuará a distribuir o ensino dele com livros, áudio,
vídeo, novos meios de divulgação e conferências. Há grande ênfase
nisto nas zonas ainda não abrangidas e no fortalecer das igrejas nos
países fechados.

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DEREK PRINCE MINISTRIES

“Se não conseguires explicar um princípio duma maneira simples e em


poucas palavras, então tu próprio ainda não o percebes suficientemente.”

Esta frase de Derek Prince é característica do seu ensino bíblico. Estudos simples
e claros, os quais levam o leitor para os princípios de Deus e o colocam cada vez
diante de uma nova escolha.

Os estudos de Derek Prince têm ajudado milhões de cristãos por todo o mundo a
conhecerem melhor Deus e a porem em prática os princípios da Bíblia no dia-a-
dia das suas vidas.

Derek Prince Portugal deseja cooperar nesta edificacão do corpo de Cristo:

...com o fim de preparar os santos para o serviço da comunidade, para a


edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos a unidade da fé e ao
pleno conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa
da estatura de Cristo. (Efésios 4:12 e 13)

O nosso alvo é fortalecer cristãos na sua fé no Senhor Jesus Cristo, pelo ensino
bíblico de Derek Prince, com material (livros, cartas de ensino, cartões de
proclamação e mais tarde cd’s e dvd’s) na sua própria língua!
Em mais de 100 países o DPM é activo em fazer conhecer o maravilhoso e
libertador evangelho de Jesus Cristo. Esperamos que você também seja inspirado
e encorajado na sua fé através do material por nós (Derek Prince Pt.) fornecido.

A nossa principal actividade neste momento é traduzir e disponibilizar trabalhos


do Derek Prince em Português. Como por exemplo:

As Cartas de Ensino, grátis. Planeamos distribuir, gratuitamente, 4 vezes por


ano, cartas de ensino orientadoras e edificadoras sobre diversos temas da Bíblia.

Deseja saber mais sobre os materiais de Derek Prince Portugal ou deseja re-
ceber as cartas de ensino gratuitas? Contacte-nos:

Derek Prince Portugal: Caminho Novo, Lote X, 9700-360 Feteira AGH


Terceira, Açores, Portugal

Tel: (00351) 295 663738 / 927992157

Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt
E-mail: derekprinceportugal@gmail.com

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