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ÓDALÈ (Traidor)

A traição ao logo da história se tornou um crime menor, mas embora a sociedade moderna
tenha aprendido a conviver com essa situação esse fato não minimiza a brutalidade do traidor.

Os Yorùbás denominam esse tipo de pessoa como Odale (pessoa falsa, aquele a quem não se
deva confiar), esse fato é muito interessante porque as pessoas não trazem escrito em suas
faces que serão traidores mas quando estudamos a filosofia Yorùbá aprendemos que todo ser
humano antes de nascer escolhe o seu destino. Sendo assim o traidor escolhe trair mas
também escolhe sofrer, sofrer com uma doença ou muitas vezes se tornando uma vítima da
traição.

Se não fosse assim também haveria uma outra situação que os Yorùbás definem como
elemento claro em sua filosofia, o traído não deve se preocupar com o traidor porque o Òrìsà
Èşù se encarrega do ajuste de contas com essas pessoas.

Já os iniciados em Ifá tem além de Èşù a proteção contra os traidores na Ira de Òrúnmìlá
(Ajagunmale)

Òrúnmìlá odeia a traição e cobra de seus iniciados a busca pelo aprimoramento do caráter,
essa busca caracteriza a razão da iniciação e durante o Itefá são feitos alguns juramentos que
jamais devem ser esquecidos.

Para os iniciados em Ifá o pesadelo de trair é a convivência com a dor da insatisfação e a


insegurança com o sagrado.

A sociedade Ogboni tem como pilar central da relação entre seus membros o repudio aos
traidores e trata essas pessoas como elementos inferiores, pessoas desprezíveis.

O destino dessas pessoas é observado pelo òrìsà Edan representante de Ile (Mãe terra) na
relação interpessoal com severidade.

Não é difícil imaginar o destino de um traidor na religião tradicional Yorùbá se ele encontra em
seu destino a oposição de Èşù, Òrúnmìlá e Edan.

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