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Aulas Teóricas
Aula 24 de Setembro 2014
Existem dois tipos de acções, as acções declarativas e as acções executivas.
As acções estão previstas no artigo 10º do novo CPC.
Nas acções declarativas o autor pretende apenas que o tribunal declare ou reconheça a existência
de um direito e que esse direito foi violado (ver apontamentos de DPCD), sendo certo que estas
acções podem subdividir-se em função da pretensão do demandante em acções declarativas de
simples apreciação, condenação ou constitutivas: artigo 10º nº3.
Por exemplo A intentou contra B uma acção declarativa pedindo que este fosse condenado a
pagar-lhe a quantia de 10.000€. O tribunal julgou a acção totalmente procedente. Sucede que
mesmo assim Berto não pagou a António a quantia a que foi condenado. O que pode fazer
António? Não é permitido/lícito, em regra, o recurso à força própria. Salvo casos excepcionais,
legítima defesa, estado de necessidade e acção directa: Artigo 1º do CPC.
No nosso Direito Português em tempos era permitida a prisão por dívidas, neste momento não
sendo possível a prisão por dívidas nem sendo possível o recurso à força própria, a lei tem de
acautelar que o devedor pague: através das acções executivas.
As acções executivas (10º nº4) são aquelas em que o credor requer ao tribunal a adopção das
providências adequadas tendo em vista a realização coactiva de uma obrigação que lhe é devida.
Assim, no caso que vimos, se Berto não pagar voluntariamente a António a quantia a que foi
condenado, António poderá requerer a execução da sentença. Significa isto que as acções
declarativas e as acções executivas têm finalidades distintas. As primeiras visam tão só que o
tribunal declare ou reconheça um direito enquanto que as segundas partindo de um direito
previamente declarado ou reconhecido visam a realização coactiva desse mesmo direito. Neste
particular, o artigo 10º nº4, deve ser articulado com o disposto no artigo 817º do CC(Código Civil),
segundo o qual se a obrigação não for cumprida voluntariamente, o credor tem o direito de
executar o património do devedor.
Nota importante: Nem sempre uma acção executiva se sucede a uma acção declarativa.
Ou seja, há casos em que uma acção declarativa não dá lugar a uma acção executiva e há casos
em que uma acção executiva não é precedida de uma acção declarativa. No primeiro caso temos
por exemplo as situações em que a acção declarativa é julgada improcedente ou em que o réu
cumpre voluntariamente a sentença condenatória. No segundo caso temos, por exemplo, as
situações em que a acção executiva se funda num título executivo extrajudicial, por exemplo, um
cheque sem provisão, artigo 703º.
Por outro lado, quando se fala em acção executiva importa distinguir entre execução singular e
execução universal. O modelo vigente do Processo Executivo Português, posterior à reforma de
2003 é o modelo de execução singular, ou seja, em regra a execução corre termos entre um único
credor e o devedor, sendo certo que apenas nos casos excepcionais previstos no artigo 786º são
admitidos a intervir na execução outros credores do mesmo devedor.
Exemplo: A intenta uma acção executiva contra B, são penhorados bens de Berto e entretanto
Carlos, que também é credor de B, toma conhecimento dessa execução. Em princípio, salvo nos
casos previstos no artigo 786º, Carlos não pode reclamar o seu crédito nessa execução. A
execução é tendencialmente singular.
Por contraposição a este modelo de execução singular existe o modelo de execução universal, no
qual são admitidos a intervir no processo todos os credores do devedor, sejam eles conhecidos ou
desconhecidos. Significa isto que, neste modelo de execução universal, o património do devedor
responde perante todos os seus credores. Este modelo de execução universal vigorava no nosso
CPC até à reforma de 2003 (decreto-lei 38/2003) bem como no processo de insolvência.
Até 2003, após a penhora dos bens do devedor, publicavam-se editais e anúncios nos jornais,
citando todos os credores do devedor, o chamado modelo de execução universal. Quando há
insolvência e é apreendido o património do insolvente são citados todos os credores. Do ponto de
vista do credor, o modelo favorito é o modelo de execução singular. Do ponto de vista do devedor,
o modelo favorito é o modelo de execução universal.
Na execução universal há um favorecimento de todos os credores, são todos chamados a intervir
no processo. Não importa se o credor é mais diligente ou não. Há a igualdade, o credor mais
diligente não fica favorecido.
O modelo actual é tendencialmente de execução singular, excepto nos casos previstos no artigo
786º onde são chamados a intervir outros credores.
As finanças e a segurança singular são credores que intervêm sempre. No processo executivo a
regra é a mesma que o processo declarativo.
As acções executivas, em função da natureza da prestação constante do título executivo podem ter
por finalidade (artigo 10º nº6):
Cobrança de dívidas. O pagamento de uma quantia certa: Esta acção executiva tem lugar nos casos
em que existe uma obrigação de pagamento de uma determinada quantia pecuniária, aqui se
incluindo as obrigações de quantidade (artigo 550º do CC, por exemplo, a obrigação de pagar
1.000€), bem como as obrigações de moeda específica (artigo 552º do CC, por exemplo a obrigação
de pagar 1.000€ em notas de 50€).
A entrega de uma coisa certa (Artigo 867º do CPC): Esta acção executiva para entrega de coisa
certa tem lugar nos casos em que o devedor está obrigado a entregar ao credor uma determinada
coisa (artigo 827º do CC, caso em que o credor requer ao tribunal que a coisa seja apreendida e
lhe seja entregue). Por exemplo: Obrigação de restituição do veículo automóvel com a matrícula 00-
00-AA. Se o devedor não entregar este carro, o credor vai a tribunal para que o carro seja
apreendido. Se a coisa não seja possível de ser entregue ou não seja encontrada o credor pode
converter a execução no pagamento da quantia certa. Ou seja, a coisa uma vez avaliada não sendo
encontrada permite ao credor penhorar bens do devedor por forma a que este, pelo produto da
venda desses bens, obtenha o valor correspondente ao da coisa que tinha que ser entregue.
A prestação de um facto positivo ou negativo: Nesta execução, esta tem lugar nos casos em que,
de acordo com o título executivo que lhe serve de fundamento está em causa uma obrigação de
prestação de um facto positivo ou negativo. Por exemplo: Prestação de um facto positivo, o réu
construiu um galinheiro no terreno de António, o tribunal condena-o a demolir o galinheiro.
Prestação de um facto negativo, não colocar o galinheiro, não construir um muro.
Destes três tipos de acções executivas a mais comum é a acção executiva de cobrança de
dívidas- para pagamento de quantia certa.
Caso Prático:
António e Berto são vizinhos, A foi de férias e quando regressou constatou que o seu vizinho
demoliu um muro que divida as propriedades e construiu um galinheiro sobre parte da sua
propriedade, em condições. António intenta que acção?
Primeiro é necessário que alguém declare que existe um direito que foi violado: Uma acção
declarativa de condenação. Esta acção teria dois pedidos o de: condenar o réu a demolir o
capoeiro ou pelo menos parte dele e a reconstruir o muro que existia.
O Tribunal condenou efectivamente o Réu. Duas coisas: Demolir parte da obra, parte do capoeiro
e repor ou reconstruir o muro que existia. Como sabem entre vizinhos normalmente a relação não
é muito boa. Berto não faz nada. Tendo uma sentença condenatória que obrigou alguém a fazer
alguma coisa e a outra parte não cumpre: É necessário uma outra acção, porque sozinho não se
pode obrigar o Berto a cumprir. Se não posso recorrer à força própria tenho de avançar para a
execução daquela sentença. Que tipo de execução? Se o Réu tem que fazer alguma coisa: Por
um lado demolir, por outro construir. Não está em causa o pagamento de quantia certa nem a
prestação de coisa certa. A acção executiva será de prestação de facto positivo: demolir e
reconstruir. artigo 868º do CPC + 10º nº6.
António intenta uma acção executiva e esta execução visa obrigar o réu, agora executado a
cumprir aquela obrigação. O réu não cumpriu voluntariamente a sua obrigação e agora é intentada
uma acção executiva.
Temos de saber se a prestação de facto é fungível ou infungível? A prestação só pode ser feita por
aquela prestação só pode ser feita por aquela pessoa em concreto (infungível) ou por um terceiro
(fungível)?
O Réu não vai demolir e não vai reconstruir, não há problema nenhum, contrata-se um terceiro
sendo feita judicialmente uma avaliação do custo desses trabalhos. O tribunal, com recurso a um
perito, artigo 870º do CPC, determina quais os trabalhos a ser prestados e qual o custo desses
trabalhos, caso em que a acção executiva para prestação de facto é convertida em acção
executiva para pagamento de quantia certa: Penhorando-se bens ao executado e com a venda
desses bens o credor adquire os meios necessários para mandar proceder à prestação do facto
por um terceiro.
Bom, se a prestação de facto for infungível, por exemplo, o réu é um pintor famoso e obrigou-se a
fazer uma pintura, isto é, este facto só pode ser prestada por uma pessoa específica. Uma vez
que não é possível, neste caso, que o facto seja prestado por um terceiro resta ao credor pedir a
conversão da execução para prestação de facto em execução para pagamento de quantia certa
sendo penhorados ao devedor os bens que se revelem necessários para pagamento da
indemnização devida pelo incumprimento definitivo da obrigação.
O processo executivo sumário está pensado para os casos em que o título executivo apresenta
uma maior segurança jurídica no que diz respeito ao reconhecimento pelo executado da obrigação
exequenda. Também se aplica o processo executivo sumário nos casos em que o valor da
execução é relativamente baixo ou seja, quando não ultrapasse 10.000€. Neste tipo de execuções
o processo começa com a penhora de bens do executado. A ‘‘violência’’ é muito maior’’.
Um aspecto de particular importância no novo CPC diz respeito à execução das sentenças. No
código revogado o DL nº 226/2008 veio prever a possibilidade de o autor no processo declarativo
manifestar, nesse processo, a vontade de executar a sentença (no caso da acção ser julgada
procedente) indicando logo bens à penhora.
Portanto, havia uma acção declarativa em que A pedia a condenação de B a pagar 100.000€. O
que é que o Autor podia fazer? ‘‘Senhor juiz, se eu ganhar a acção, quero penhorar a casa e o
carro de B.’’. O que fazíamos se fosse o B?
Como sabemos a impugnação pauliana só pode ser requerida com o prazo máximo de 5 anos em
relação ao prazo da venda. O Réu, potencial executado, dissipava o património. Este mecanismo
era totalmente ineficiente.
De acordo com o novo modelo a execução da sentença condenatória corre nos próprios autos, ou
seja, tem lugar no mesmo processo. O que permite uma maior celeridade na tramitação da
execução. Base legal: Artigo 126º do CPC. De acordo com o artigo 126º do CPC nº2: A execução
da sentença nos próprios autos segue os termos do processo executivo sumário para pagamento
de quantia certa.
Isto como é evidente nos casos em que está em causa uma acção executiva para pagamento de
quantia certa.
O processo agora prossegue sem ter de se citar o réu outra vez (coisa que acontecia no antigo,
visto que os processos andavam apensos). Só será o réu depois notificado da penhora de bens.
No que diz respeito aos sujeitos da acção executiva ao contrário do que sucede no processo
declarativo, no processo executivo a legitimidade das partes vem regulada no artigo 53º do CPC.
É exequente quem aparece no título como credor e executado quem aparece no título como
devedor. Este princípio comporta excepções. Excepcionalmente é possível fazer intervir na acção
executiva outros sujeitos para além do exequente e do executado em face do título. É o que
sucede nos casos em que o exequente invoca a comunicabilidade de dívida entre cônjuges (artigo
54º do CPC).
Para além do exequente e do executado o CPC após a reforma da acção executiva de 2003 veio
introduzir no processo a figura do agente de execução. Assim, actualmente temos além das partes
o agente de execução, o juiz de execução e a secretaria de execução, cujas competências se
encontram repartidas algures no artigo 719º do CPC.
Assim, até à reforma de 2003 era o juiz quem dirigia todo o processo executivo ou seja cabia-lhe
controlar todos os actos da execução desde a apresentação do requerimento executivo até à
venda de bens.
Profissional liberal mas que exerce funções de autoridade pública, tem competência para fazer a
penhora de bens. É introduzido com a reforma de 2003, um profissional liberal mas dotado de
poderes públicos.
Tem competência para praticar a grande generalidade das funções executivas cabendo-lhe
nomeadamente efectuar citações, notificações, penhoras e venda de bens penhorados.
Quem é que escolhe o agente de execução? Quem nomeia o agente de execução é o próprio
exequente sendo certo que essa nomeação é feita no próprio requerimento executivo podendo o
agente de execução recusar a nomeação no prazo de 5 dias.
Esta matéria surge regulada nos artigos 719º a 722º do CPC bem como nos artigos 36º a
No modelo de 2003 o agente de execução exercia as suas funções sob a supervisão do juiz de
execução, o qual podia oficiosamente ou a requerimento do exequente destituir o agente de
execução. Por exemplo, o juiz ordenava a penhora e o agente demorava 2 meses e já não havia
bens nenhuns, podia ser destituído.
Na reforma de 2008 o agente de execução passou a poder ser substituído livremente pelo
exequente.
Na reforma de 2013 o agente de execução continua a poder ser substituído pelo exequente, mas
o exequente deve justificar a substituição.
Este modelo é muito perigoso: Coloca o agente de execução na mão do exequente. Acabam por
se verificar atropelos ao processo civil.
O juiz de Execução:
Tem no processo executivo as competências processuais que decorrem do princípio da reserva do
juiz, ou seja, o juiz tem competência para praticar todos os actos que impliquem o exercício do
poder jurisdicional. Nestes termos, cabe ao juiz, entre outras competências: Proferir despacho
liminar quanto ao requerimento executivo, artigo 726º nº1; Dispensar a citação prévia do
executado, artigo 727º do CPC; Julgar os incidentes de natureza declarativa tais como
comunicabilidade da dívida ao cônjuge, oposição à execução, oposição à penhora e reclamações
de créditos, decidir reclamações de actos praticados pelo agente de execução, decidir o
levantamento da penhora, julgar reclamações quanto à modalidade da venda dos bens- artigo
812º nº7 e, entre outros, presidir à abertura de propostas em caso de venda de bens imóveis ou
estabelecimentos comerciais- artigo 820º nº1.
Tudo aquilo que implica actividade jurisdicional: Juiz de execução. Os actos burocráticos, cabem,
em princípio ao agente de execução.
A Secretaria de Execução:
Cabe, a esta, assegurar o expediente processual, a tramitação dos processos que devam ser
apreciados pelo juiz bem como a tramitação dos incidentes declarativos que surjam no processo
executivo. Neste particular, enquanto que o processo executivo sumário é tramitado, em princípio,
pelo agente de execução, já que é este que recebe o requerimento executivo e dá início às
diligências de penhora de bens por sua vez, no processo executivo ordinário cabe à secretaria de
execução tramitar os processos executivos sendo que o processo só é enviado ao agente de
execução para dar início às diligências de penhora de bens.
Nota: O novo CPC veio prever no artigo 722º diversas situações em que as funções de agente de
execução podem ser desempenhadas por oficiais de justiça. Assim, nos casos previstos neste
artigo, cujo leque foi amplamente alargado por contraposição à reforma de 2008, o exequente
pode optar ou por um agente de execução ou por um oficial de justiça.
Tal como sucede na acção declarativa, também na acção executiva é necessário o preenchimento
de requisitos ou pressupostos processuais. Sucede que para além dos requisitos processuais
gerais do processo declarativo quanto aos sujeitos ao tribunal e ao objecto no processo executivo
vigoram dois requisitos específicos por um lado: Deve existir um título executivo e, por outro lado,
a obrigação exequenda deve ser certa, exigível e líquida.
No que diz respeito ao primeiro pressuposto que Lebre de Freitas apelida de exequibilidade
extrínseca dispõe o artigo 10º nº5 que não pode haver acção executiva sem que exista um título
executivo. Sobre o que se deve entender por título executivo Antunes Varela define-o como sendo
um documento constitutivo ou certificativo da existência de uma obrigação, dispensando por
consequência o recurso prévio a uma acção declarativa. Assim, tal como tem sido decidido pela
nossa jurisprudência, o título executivo é um documento ao qual a lei reconhece a eficácia
necessária para o recurso a uma acção executiva, cfr. entre outros os acórdãos do STJ de 16 de
Maio de 89 bem como o acórdão do STJ de 5 de Dezembro de 2000.
A taxa legal de juro divide-se: Se for uma obrigação civil que são de 4% ou no caso das
obrigações comerciais, aplica-se o artigo 102º do Código Comercial sendo certo que no caso das
obrigações comerciais a taxa de juro é variável todos os 6 meses, neste momento é 7,15%. Esta
taxa de juros comerciais é devida no caso de transacções comerciais.
Como a jurisprudência se dividia o legislador tomou posição definida sobre esta questão
determinando expressamente no artigo 703º nº2 que os juros consideram-se compreendidos no
título executivo mesmo que o título seja omisso em relação aos juros. Portanto mesmo que o título
nada diga o exequente pode pedir o pagamento de juros de mora.
Imaginemos que A emprestou a B 10.000E e entre eles foi convencionado o pagamento de juros de
mora à taxa de 6% bem como o pagamento de juros compensatórios no montante de 1.000E. Ou
seja, 10.000 + juros de mora à taxa de 6% + juros compensatórios de 1.000E. A intenta uma acção
contra B e pede apenas o pagamento de 10.000E. Como sabemos, no Processo Civil vigora o
princípio do dispositivo. O juiz condenou B a pagar a A 10.000€.
Portanto o título executivo é omisso quanto aos juros. Pode A pedir o pagamento de juros? O 703º
nº2 diz que mesmo que o título executivo seja omisso quanto aos juros, consideram-se abrangidos
por título executivo os juros de mora, à taxa legal. Os compensatórios ou remuneratórios posso
pedir nesta execução? Não. A não pediu na acção declarativa o pagamento de juros compensatórios
ou remuneratórios, ou seja princípio da preclusão, estes juros estão excluídos do título executivo,
não podendo pedir o pagamento destes posteriormente na acção executiva - tinham de ser
peticionados. Quantos aos juros de mora pode pedir os mesmos mas à taxa legal. Taxa legal essa
que no caso das obrigações civis é de 4%. Ou seja, eu posso pedir na acção executiva o pagamento
no capital mais juros de mora à taxa de 4%. E a convenção entre as partes? O problema é que o
autor na acção declarativa não estipulou os juros de mora a uma taxa mais elevada - artigo 703º
nº2. (Cuidado com os manuais mais antigos). A título exemplificativo o acórdão da Relação do Porto
de 20 de Outubro de 96, onde não se admitiu o pagamento de juros de mora.
A questão controvertida é a de saber se é possível intentar uma acção executiva com base numa
fotocópia do título. O problema teórico que aqui se coloca é que podiam ser fotocopiadas várias
vezes o título, recebendo-se quantas vezes o fotocopiasse.
Imaginemos que há uma confissão de dívida com diversas obrigações e com diversos devedores,
situação em que o exequente carece de intentar ou várias execuções ou duas ou mais execuções
em tribunais diferentes. Neste caso a única alternativa para o exequente é servir-se de uma cópia
do título executivo. A jurisprudência tem admitido a possibilidade de se intentar uma acção
executiva com base numa fotocópia do título executivo desde que essa fotocópia seja autenticada
por notário ou advogado ou entidades com competências similares e desde que segundo requisito
o exequente alegue a impossibilidade de juntar o original do título executivo. cfr. Acórdão da
Relação do Porto 30 de Setembro de 2002.
O artigo 703º nº1 enumera de forma taxativa os títulos executivos legalmente admissíveis, ou seja,
a acção executiva só pode ser intentada com base num título constante da enumeração do artigo
703º. Neste particular Miguel Teixeira de Sousa sustenta que as partes não podem convencionar
entre elas a atribuição de força executiva a um documento que não conste a enumeração do
artigo 703º, o que corresponde ao antigo artigo 46º. Portanto as partes não podem convencionar
entre elas a atribuição de força executiva a um título que não conste deste artigo. De acordo com
o mesmo autor as partes podem entre elas convencionar a retirada de força executiva a um
documento que conste da enumeração do artigo 703º desde que esse direito seja disponível.
Por exemplo: A empresta a B 10.000E por escritura pública e dizem na escritura pública que o
documento não tem força executiva. As partes podem convencionar que não tem força executiva,
caso em que o credor recorre à acção declarativa.
Se o exequente intentar uma acção executiva com base num documento que não conste do artigo
703º o requerimento executivo deve ser indeferido pelo juiz de execução. Porquê que o
documento não pode ser indeferido pelo agente de execução? Porque o agente de execução não
tem poderes jurisdicionais. A decisão de indeferir é o exercício de um poder jurisdicional tendo de
ser o juiz de execução a indeferir liminarmente o título executivo. Mas o agente de execução e a
secretaria do tribunal se suspeitarem que o documento não pode servir de base à execução -que
não tem força executiva- podem enviar o documento ao juiz - submeter a questão à apreciação do
juiz de execução, cfr. artigo 723º nº1.
As sentenças condenatórias: Nos termos do artigo 703º nº1 alínea a) constituem título executivo
as sentenças condenatórias ou seja os títulos executivos judiciais. A sentença condenatória é o
título executivo que oferece maiores garantias em termos de segurança jurídica na medida em
que o réu teve previamente a possibilidade de se defender em sede declarativa. A sentença
condenatória é sempre um título executivo dotado de segurança jurídica? Não, o réu pode ter sido
julgado à revelia, a sentença condenatória nem sempre é sinónimo de segurança jurídica. Uma
vez que o CPC fala em “sentenças condenatórias”a doutrina e a jurisprudência dividem-se quanto
à questão de saber que tipo de sentenças se acham compreendidas no artigo 703º nº1 alínea a).
O código de 1961 falava em ‘’sentenças de condenação’’ o que aparentemente significava que
apenas constituíam títulos executivos judiciais as sentenças proferidas em acções declarativas de
condenação. Uma vez que o legislador alterou a expressão ‘‘sentenças de condenação’’ para
‘‘sentenças condenatórias’’ a questão que se coloca é saber quais as sentenças que podem
permitir o recurso a uma acção executiva?
Por último nas acções declarativas de condenação é evidente que estas acções encerrando uma
componente condenatória constituem títulos executivos judiciais.
Nota: Esta é a regra geral das sentenças proferidas nas acções declarativas de simples
apreciação, constitutivas e de condenação. Esta regra não significa que uma sentença mesmo
proferida numa acção declarativa de simples apreciação não possa dar lugar a uma acção
executiva, é o que sucede nomeadamente nos casos da condenação em custas ou da
condenação em multa e indemnização por litigância de má fé.
Exemplo: A intenta uma acção de divórcio contra B, o tribunal declara o divórcio. Esta sentença
proferida não é título executivo quanto ao objecto da acção, o divórcio está declarado. Não é título
executivo quanto ao divórcio.
O B dizia que o livro era dele, A é o autor verdadeiro. Intenta uma acção declarativa para A ser
declarado autor do livro. B não se conforma, problema dele. A acção está declarada. Agora, se
uma das partes for condenada em custas, é título executivo quanto a essa condenação concreta
nessa acção. A sentença é título executivo não quanto ao objecto de acção mas sim quanto à
questão concreta, à condenação concreta que foi proferida naquele processo declarativo.
Nos termos do artigo 704º a sentença condenatória só constitui título executivo após
o trânsito em julgado a não ser que o recurso interposto dessa sentença tenha efeito meramente
devolutivo. O artigo 704º nº1 deve ser conjugado com o artigo 628º, segundo o qual a decisão
transita em julgado logo que não seja passível de reclamação ou de recurso. De acordo com o
artigo 627º as decisões judiciais podem ser impugnadas através de recursos ordinários (recurso
de apelação e recurso de revista) ou através de recursos extraordinários (recurso de revisão e
recurso para uniformização de jurisprudência). Aquilo que distingue estes dois recursos é que os
recursos extraordinários são interpostos após o trânsito em julgado da decisão. De acordo com o
artigo 629º, sem prejuízo dos casos em que a lei prevê sempre a possibilidade de recurso só é
possível recorrer de uma sentença quando se encontrem preenchidos dois requisitos
cumulativamente:
Valor da acção - Tem de ser superior ao valor da alçada de onde se recorre. Como sabemos:
Comarca: 5.000€, Relação: 30.000€
Sucumbência - Mesmo que o valor da acção ultrapasse a alçada do tribunal só é possível recurso
se estiver preenchido o requisito da sucumbência. Ou seja, a parte tem de perder mais de metade
do valor da alçada do tribunal.
Por exemplo: A intenta contra B uma acção declarativa de condenação em que lhe pede o
pagamento da quantia de 4.000E, o tribunal julga a acção totalmente procedente, B não se
conforma. Pode recorrer? Se esta acção não estiver compreendida nos casos excepcionais
previstos no artigo 629º nº2 e 3 (casos em que é sempre admissível recurso independentemente
do valor da causa e da sucumbência) B pode recorrer ou não? Não porque o valor da causa não
ultrapassa a alçada do tribunal de comarca (5.000€).
Exemplo 2: A intenta uma acção contra B em que pede o pagamento da quantia de 6.000€, o
tribunal julga a acção parcialmente procedente e condena-o a pagar 4.000€. O A pedia 6.000€, o
tribunal condenou a pagar 4.000€: O B ficou vencido em 4.000€ e A em 2.000€, queria 6.000€ e
só tem 4.000€. B quer recorrer pode? Pode. Valor da causa está preenchido, 6.000€ ultrapassa o
valor da alçada do tribunal da comarca (que são 5.000€) e a sucumbência (a sucumbência do
tribunal da comarca são 2.5000€, B teria de ter pedido 2,500,01€, como tem de pagar 4.000€ caiu
em mais de metade da alçada da comarca, como ultrapassa, B tem a sucumbência preenchida).
Se A quisesse recorrer não podia porque só perdeu 2.000,00€, não tem sucumbência, não perdeu
mais de metade da alçada da comarca -> 2,500,01€.
O objectivo do legislador é muito simples: A verificação da parte em que houve perda na acção.
Isto tudo para dizer que quando o título executivo é uma sentença condenatória o artigo 704º
determina que a sentença só é título executivo após o trânsito em julgado. Ou seja, quando não
seja possível apresentar reclamação ou recurso ordinário - artigo 628º.
Quais são os passos a dar, quando nos surge um caso em que o título executivo é uma
sentença condenatória?
A sentença é ou não passível de recurso ordinário? Verificar o artigo 629º para sabermos se a
sentença é ou não passível de recurso ordinário. Base legal: 704º nº1, 628º, 629º.
Hipótese 1: Caso o recurso seja possível- porque o valor da causa ultrapassa a alçada do tribunal
+ sucumbência. Se é possível recorrer, quando é que aquela sentença se torna definitiva? Após o
trânsito em julgado. Quando? Ou a parte que decaiu recorre ou não recorre. Artigo 638º nº1, este
artigo diz-nos que o prazo do recurso ordinário em regra é de 30 dias: prazo peremptório. Se o
recorrente quiser decorrer da matéria de facto aos 30 dias acrescem 10 dias, como previsto no
artigo 638º nº7 - prazo peremptório adicional demais dez dias. Em alguns casos pontuais, como é
o caso dos processos urgentes o prazo do recurso ordinário é reduzido para 15 dias, artigo 638º
nº1. Sendo possível interpor recurso ordinário o artigo 704º diz-nos que esta sentença só é título
executivo após o trânsito em julgado.(Exemplo de A e B, que B depois do julgamento diz que não
vai pagar nenhum cêntimo e A quer avançar para a acção executiva e não pode porque como era
possível recorrer tem de esperar pelo prazo). O autor tem que esperar que o réu decorra ou não
daquela sentença. Em bom rigor tem de esperar, salvo nos processos urgentes ou casos
especiais, 30 dias + 10 dias + 3 dias de prazo de multa.
Se a parte que decaiu não recorre- O réu não recorre: Passam os 30 dias, mais os 10 possíveis
mais os 3 dias de multa e o réu não recorre. A sentença torna-se definitiva, transita em julgado nos
termos do artigo 628º. Artigo 704º nº1: A sentença já é título executivo. + 628º + 629º.
Se a parte que decaiu recorre - O réu recorre: A sentença não transitou em julgado, ou seja, em
princípio é preciso esperar pelo julgamento do recurso pelo tribunal superior. Artigo 704º nº1: A
sentença só é título executivo após transito em julgado. Em tese, o autor teria de esperar que no
caso em concreto tivesse a confirmação: Até chegar o acórdão da relação. Só que ao interpor
recurso de apelação é preciso saber quais são os efeitos desse recurso: artigo 647º. Pode ter os
seguintes efeitos:
A apelação com efeito meramente devolutivo: Em regra o recurso de apelação tem efeito
meramente devolutivo. Isto significa que a sentença tem força executiva provisória enquanto o
recurso é apreciado pelo tribunal superior. Nº1 do artigo 647º. O CPC nem sempre previa que o
recurso de apelação tinha efeito meramente devolutivo, no passado tinha efeito suspensivo. Isto
levava a que o réu muitas vezes só recorresse para ganhar tempo. Mesmo que o réu recorra da
sentença, na actualidade, se o recurso de apelação tiver efeito meramente devolutivo, a sentença
ganha força executiva provisória. Claro está que esta execução é provisória. A execução fica
dependente do desfecho do recurso. Artigo 704º nº2. Imaginemos que a Relação dá razão ao réu
e julga a acção procedente: A execução extingue-se, sem prejuízo da responsabilidade do
exequente. Se a Relação julga o recurso parcialmente procedente: A execução que estava a
correr modifica-se e passa a correr pela quantia que foi parcialmente procedente. Artigo 704º nº2
A apelação com efeito suspensivo: Este efeito suspende a decisão. Nos casos em que o recurso
de apelação tem efeito suspensivo não é possível executar a sentença porque esta não é título
executivo. Nos casos previstos com este efeito não se pode executar a sentença. Artigo 704º nº1.
O que sucede se a sentença é objecto de recurso e esta tem efeito suspensivo? Tem de se
esperar que o acórdão do Tribunal da relação transite em julgado, cfr. artigo 628º. Claro que nada
nos impede de avançarmos com um arresto, por exemplo o réu encontra-se a dissipar património.
Em que casos é que o recurso tem efeito suspensivo? Em dois casos:
Se o recurso na acção de divórcio tinha efeito meramente devolutivo, podia haver dois
casamentos. Por exemplo, acções de despejo.
Artigo 647º nº4. (sai no teste) Nesta hipótese o próprio recorrente ao interpor recurso de apelação
pede ao tribunal que esse recurso tenha efeito suspensivo. Caso em que tem de prestar caução a
favor do vencedor, para quê? Para garantir ao vencedor, que caso perca o recurso, o vencedor
será ressarcido. 1º pressuposto: prestar caução; 2º pressuposto: O recorrente tem de invocar a
existência de um prejuízo irrecuperável no caso de a sentença ser executada de imediato. Nº4 do
artigo 647º.
1.2. Hipótese 2: Não é possível recorrer. Sei que esta sentença não é passível de recurso. A lei diz
que a sentença transita em julgado quando não é passível de reclamação ou de recurso ordinário.
Apesar de saber que não é possível recorrer, tem de se aguardar para saber se há alguma
reclamação: por exemplo a sentença obscura. No caso em concreto eu tenho de esperar por
alguma reclamação daquela decisão. Artigo 628º conjugado com os artigos 613º a 618º. Qual o
prazo da reclamação? Qual o prazo supletivo do processo civil? Quando a lei não estabelece
qualquer prazo, o prazo é de 10 dias. Temos de esperar 10 dias + três dias de multa.
704º nº1.
Reclama: Tem que aguardar pela reclamação. Não há efeitos devolutivos nem suspensivos, só
após a reclamação ser decidida é que é, ou não, possível executar.
No caso das sentenças com condenação genérica - artigo 609º nº2 para sabermos se aquela
sentença constitui ou não título executivo torna-se necessário determinar previamente se a
liquidação da obrigação depende ou não de simples cálculo aritmético. Sem prejuízo da
possibilidade de poder ser executada a parte líquida da sentença. Assim, se a liquidação da
obrigação depender de uma operação de simples cálculo aritmético, a sentença pode ser
executada cabendo ao exequente liquidar a obrigação no próprio requerimento executivo. Se a
liquidação da obrigação não depender de uma operação de simples cálculo aritmético a sentença
não pode ser executada tornando-se antes necessário deduzir um incidente de liquidação da
sentença, cfr. artigos 358º a 361º do CPC.
1ª hipótese: A intenta uma acção contra B dizendo que ele(Autor) é senhorio e o B arrendatário e
pede a condenação de B no pagamento das rendas em atraso. A renda mensal são 500,00€,
neste momento estão em dívida 3 rendas, ou seja, 1.500,00€ e a pretensão do A é que B seja
condenado a pagar as rendas em dívida mais todas as rendas vincendas desde agora.
O tribunal julga a acção procedente e a sentença condena a pagar 1.200,00€ mais todas as
rendas vencidas desde a propositura da acção até agora. O juiz pode fazer isto porque ouve um
pedido genérico.
No caso dos pedidos genéricos temos de saber: A liquidação depende ou não de um simples
cálculo aritmético?
Para quantificar o que se venceu, basta fazer um simples cálculo aritmético: 500,00€ x 8meses.
Nestes casos em que há um pedido genérico e eu posso quantificar o pedido fazendo uma
operação, eu posso executar de imediato a sentença.
2ª hipótese: A intenta uma acção contra B, A foi atropelado numa passadeira, B é a companhia de
seguros. A pede 5.000€ de danos no carro, 1.000€ casaco de cabedal + danos que ainda vai
sofrer porque vai ser submetido a várias intervenções cirúrgicas dos quais não se sabe agora o
valor. O juiz procede a sentença condenando o B a pagar 5.000€ + 1.000€ + danos genéricos que
o autor vai sofrer.
Reparemos que esta sentença já tem duas componentes: Uma componente líquida, os 6.000€ já
estão fixados e tem uma componente ilíquida. O CPC no 704º nº5: Tenho de saber se essa parte
ilíquida pode ser calculada através de simples cálculo aritmético: Não posso. Neste caso é preciso
que a parte contrária se pronuncie sobre essas despesas, não é só somar. A parte ilíquida para
quantificar os danos que vai sofrer, a liquidação não depende de uma operação de simples cálculo
aritmético. O que é que eu faço? Artigo 358º do CPC: Quando for operado/tiver gastos, vou entrar
com um incidente de liquidação, o processo vai ser reaberto com um único objectivo: quantificar
os danos que eu realmente tive.
O credor tem aqui duas opções: Ou avança-se já com uma execução de 6.000€ e mais tarde vou
executar o que ia ser liquidado. Ou então posso esperar pela liquidação e quando for liquidado
tudo em sentença: Executo as duas coisas. É a opção do próprio credor: 704º nº6
O artigo 703º do CPC - a saber Código de Processo Civil- para além das sentenças condenatórias
consagra ainda como títulos executivos extrajudiciais quer os documentos autênticos ou
autenticados quer os títulos de crédito (cheques, letras e livranças) mesmo que prescritos.
Documentos autênticos: Estão em causa documentos que são elaborados por notários ou por
profissionais com competências equiparadas, por exemplo advogados, é o que sucede
nomeadamente com as escrituras públicas.
Documentos autenticados: São aqueles que apesar de serem celebrados por particulares são
posteriormente confirmados perante notários ou entidades com poderes equiparados, ou seja, as
partes elaboram entre elas o documento, por exemplo um contrato de mútuo e posteriormente
dirigem-se ao notário ou ao profissional com poderes equiparados para confirmarem perante ele
que as declarações constantes desse documento correspondem à sua vontade real e efectiva.
Neste contexto de reforma o legislador eliminou a força executiva dos documentos particulares
assinados pelo devedor que importem a constituição ou o reconhecimento de uma obrigação.
Por exemplo: Num documento particular consta a seguinte declaração: ‘’Eu António devo a Carlos
1.000€ e obrigo-me a pagar essa quantia no prazo de 15 dias.’’. António não paga qual a
consequência?
Portanto, a partir do dia 1 de Setembro de 2013 os documentos particulares celebrados após essa
data não são títulos executivos.
Nos termos do artigo 703º nº1 alínea c) são títulos executivos os títulos de crédito mesmo que
prescritos.
Por exemplo: A entrega a B um cheque no valor de 1.000€, cheque esse que é devolvido por falta
de provisão. Este cheque constitui título executivo enquanto título de crédito.
Um documento particular.
Assinado pelo mandante, tem uma quantia, lugar de emissão do cheque e é passado à ordem de
_____ e escreve por extenso a quantia.
É uma ordem de pagamento, ou seja, o subscritor deste cheque dá uma ordem ao banco dele
para pagar uma determinada quantia à ordem do beneficiário.
Se o cheque tiver em banco: O banco paga a quem é portador do cheque. O cheque é ao
portador.
Quem passa o cheque deve garantir que tem a quantia na respectiva conta bancária.
O regime jurídico dos cheques está previsto na lei uniforme relativa ao cheque - disponível no e-
learning.
Para que o cheque produza efeitos jurídicos deve mostrar-se preenchido com as formalidades
previstas no artigo 1º da Lei uniforme dos cheques. Para que possa valer enquanto título
cambiário o cheque deve ser apresentado a pagamento no prazo de 8 dias a contar da data de
sua emissão. O que acontece muitas vezes é que por vezes os credores acham que devem
esperar, deixando o cheque em carteira, se este ficar em
carteira e não for descontado após o prazo, perde a força de título cambiário: artigo 29º da Lei
Uniforme dos Cheques. Portanto, para que tenha valor de título cambiário deve ser apresentado a
pagamento no prazo de 8 dias a contar da data da sua emissão. Por outro lado, se o cheque for
devolvido, por exemplo, por falta de provisão, a lei uniforme dos cheques estabelece no seu artigo
52º que a acção judicial do portador prescreve no prazo de 6 meses a contar da data da
apresentação do cheque.
Se os prazos não forem verificados eu posso na mesma juntar o cheque ao documento executivo
contudo ele perdeu a força de documento cambiário, é um simples documento particular.
Esta questão era alvo de discórdia na jurisprudência. O CPC veio dizer que o cheque, mesmo
prescrito, é título executivo. Mas no caso dito, o cheque já não é título cambiário mas sim um
simples documento particular, um quirógrafo, isto traduz-se em que o credor tem o ónus de alegar
e provar os factos constitutivos da sua obrigação. Pode perder a acção rapidamente.
O cheque enquanto quirógrafo dá apenas a ideia de que há ali um crédito mas não se pode limitar
a juntar o cheque mas sim invocar os factos que levaram ao surgimento daquele cheque.
Se formos a uma oficina de carros, a reparação custou 5.000€,é assinado pelo devedor mas não é
preenchido por ele (mas sim pelo dono da oficina) o que acontece? Se o cheque não for
preenchido na integra pelo devedor ele não constitui título executivo.
Há um preenchimento abusivo do cheque. Muito importante: Acórdão do STJ de 9 Julho de 1998.
Os cheques pré-datados:
Hoje é dia 8, vou comprar uma televisão topo de gama e peço ao vendedor para aceitar um
cheque e peço-lhe para ele meter o cheque só no dia 10. Compro hoje um bem e coloco na data
do cheque no dia ‘’10’’, a data difere da data da venda.
O que acontece se o vendedor for hoje descontar o cheque? Pode hoje ir ao banco.
Se a conta estiver aprovisionada o banco tem de pagar. Isto porque a figura dos cheques pré-
datados juridicamente não existe.
E se acontece se eu for hoje descontar o cheque e este é devolvido por falta de provisão? Se um
cheque for apresentado a pagamento antes da data aposta no cheque, se o cheque for pago é
bem pago contudo, se for devolvido por falta de provisão este cheque não constitui título
executivo. Acórdão do STJ de 5 de Novembro de 2002.
Qual a lógica deste acórdão? O devedor reconhece que deve 1.000€ mas também convencionei
que só lhe pagaria num dia posterior. Se o meu credor aceitou a convenção e de má fé/abuso de
direito, antes da data prevista vai descontar o cheque, como há uma violação da convenção, o
cheque não constitui título executivo.
As letras de câmbio:
São títulos de crédito muito comuns nas transacções comerciais. Estas letras de câmbio
constituem na prática ordens de pagamento em que o credor é o sacador e o devedor é o sacado.
O que é que isto significa?
As livranças:
São títulos de crédito muito comuns nas operações financeiras onde existe uma promessa de
pagamento. ‘’Eu no dia x pagarei a y a quantia h’’. As livranças podem ser entregues em branco,
com a excepção da assinatura do devedor, desde que para o efeito exista entre o devedor e o
credor um pacto de preenchimento.
Notas: Nos termos do artigo 70º da Lei Uniforme das Letras e Livranças as acções referentes a
letras prescrevem no prazo de três anos a contar do vencimento da letra.
No caso das livranças aplica-se este mesmo regime, da prescrição no prazo de 3 anos, por força
da remissão do artigo 77º da Lei uniforme das letras e livranças.
Quando C dá o aval ao cheque, temos dois devedores: B enquanto devedor e C enquanto avalista
da empresa, ele pessoalmente com o seu património garantiu o bom pagamento deste cheque. Se
este cheque for devolvido por falta de previsão tanto B como C respondem de forma solidária
perante o credor A. Artigo 44º da Lei Uniforme dos cheques.
EXEMPLO 2: Imaginemos que a empresa A deve 10.000€ à empresa D. A como credora tem um
cheque de 10.000€ de B e C, pega no cheque para pagar a D.
Se o cheque estiver ao portador basta que o cheque circule. Agora se o cheque é passado à
ordem de A, o sócio gerente da A assina por trás e entrega a D. D vai levantar o cheque e é
devolvido por falta de provisão. Todos respondem perante a empresa D, solidariamente. Ou seja,
A, B e C. Artigo 44º da Lei Uniforme dos cheques. Se a empresa D endossar o cheque a outra
empresa, todos os que estão para trás respondem solidariamente.
-> Ver livros sobre ‘‘títulos de crédito’’, de Direito Comercial.
A única hipótese de impedir que o cheque ande a circular é pedir ao banco cheques não à ordem
de, impedindo o endosso de cheques assim.
Este regime da responsabilidade solidária aplica-se às letras e livranças nos termos do artigo 47º
e do artigo 77º da LULL- Lei uniforme das Letras e Livranças.
Os procedimentos especiais:
O artigo 703º nº1 alínea d) prevê a existência de títulos executivos em disposições especiais. O
caro paradigmático prende-se com os procedimentos especiais para o cumprimento de obrigações
pecuniárias, previstos no DL nº269/98. Estes procedimentos especiais são dois:
Procedimento de injunção;
Se estiver em causa um crédito emergente de uma transacção comercial aplicam-se dois regimes
especiais:
Se o crédito não ultrapassar 15.000€ o credor não pode optar entre uma acção comum ou uma
acção especial para o cumprimento de obrigações pecuniárias-AECOP. Ou seja, até 15.000€ não
tem o poder de opção, é obrigatório intentar uma AECOP- necessariamente acção especial; Acima
de 15.000,01 intenta-se uma acção comum.
Se o credor optar por uma injunção, na eventualidade do Requerido deduzir oposição o processo
é enviado para o juiz com vista ao julgamento da causa. Há uma injunção há uma oposição.
Qual a forma do processo a partir daqui? INJUNÇÃO-OPOSIÇÃO-JUIZ: Até 15.000€ depois a
oposição é enviado para o juiz e segue a tramitação de uma AECOP; 15.000€ ou mais o processo
segue a forma própria de acção comum. Artigo 10º nº2 do DL 62/2013.
Sendo certo que se o Réu não deduzir oposição o juiz limita-se a atribuir força executiva à petição
inicial. O juiz não aprecia o mérito da causa. No regime da revelia não era isto que acontecia,
mesmo que o réu não deduzisse oposição o tribunal poderia julgar a acção improcente.
a sentença condenatória.
No procedimento de injunção estamos perante um processo munitório em que o credor pede junto
do Balcão Nacional de Injunções que o requerido seja notificado para pagar ou deduzir oposição.
Se o requerido não pagar nem deduzir oposição: O balcão nacional de injunções confere força
executiva ao requerimento de injunção, neste caso o título executivo
b) Suponha que na data da escritura Eduardo entregou um cheque pré datado no valor da referida
quantia de € 50.000,00, o qual, depois de apresentado a pagamento na data do seu vencimento,
foi devolvido por falta de provisão. Quid iuris?
Eduardo além de se confessar devedor, entregou um cheque de igual montante. Este cheque é
um cheque predatado. O cheque foi entregue hoje mas a data que eu emprego é daqui a 30 dias.
Antonio e Berta podem ir hoje ao Banco tentar descontar o cheque. O banco não pode negar-se a
pagar porque é uma ordem de pagamento ao banco e se efectivamente na conta sacada existir a
quantia de 50.000 mil euros tem de pagar. Se o cheque for devolvido porque a conta sacada não
tem provisão, este cheque não é titulo executivo. Se o cheque for descontado na data acordado
entre as partes e só descontam o cheque na data conevncionada e o cheque é devolvido.
Quantos titulos executivos temos: dois titulos executivos (concurso de titulos) neste caso e se
euestivesse de má féintentava duas acções. No concurso de titulos o credor pode intentar uma
acção executiva com base em qualquer um dos titulos ou com base nos dois.
Exemplos:
1. o cheque foi entregue por francisco a Eduardo já que este devia a eduardo 50.000 euros e
como o eduardo por sua vez devia a ant e berta fez um endosso e entega o cheque a antonio a
berta. Neste caso a responsabilidade é solidaria. Se isto sucedesse antonio e berta poderiam
tomar como titulo executivo o cheque e não aescritura já que aqui haveram dois devedores.
Há situações em que não ineresse em executar esse cheque. Por exemplo a e b deixam passar o
prazo de oito dias para descontar o cheuqe ou o prazo de 6 meses se o cheque fosse devolvido. A
consequencia é que o cheque deixa de ser titulo cambiario, passa a ser um mero quirografo.
Havia um interesse possivel em na propria acção executiva de os autoores comularem os dois
titulos. A vantagem seria que na escritoria só se diz que eduardo no praazo de 30 dias tem de
pagar 50.000 euros. Se antonio e berta não juntarem o cheuqe eduardo pode em oposição à
execução invocar que pagou em notas
CASO 2
! Alberto e Daniel, residentes em Ponte de Lima e amigos de infância, celebraram
um contrato de mútuo com reconhecimento presencial das assinaturas pelo qual o
primeiro emprestou ao segundo a quantia de € 12.500,00, a qual seria integralmente
restituída pelo segundo ao primeiro até 15 de Setembro de 2013.!
! Ocorre, porém, que essa quantia ainda não foi restituída, sendo que Daniel recusase
a atender qualquer chamada para o seu telemóvel feita por Alberto.
a) Que tipo de ação deve ser intentada por Alberto de forma a poder reaver a
quantia mutuada?!
!
! b) A sua resposta seria a mesma sabendo que o contrato de mútuo foi autenticado
por notário?
c) Partindo da hipótese prevista na alínea anterior, imagine que Alberto intentou
uma acção declarativa de condenação e que Daniel não a contestou por reconhecer a
quantia em dívida. Que consequências processuais resultarão desse facto para Alberto?!
CASO 3!
A sociedade Transportes do Minho, Lda., com sede em Guimarães, é titular de um
crédito sobre a sociedade Confeções Rosa & Filhos, Lda. no valor de € 7.500,00, em
resultado da celebração de um contrato de transporte de mercadorias.
Como garantia desse pagamento, a sociedade Confecções Rosa & Filhos, Lda.
entregou uma letra de câmbio, a qual se vencia no dia 15 de Setembro de 2014, não
tendo sido liquidada na data do seu vencimento.
a) Depois de diversos contactos com a gerente da sociedade Confecções Rosa &
Filhos, Lda., a sociedade Transportes de Minho, Lda. decide contactar um advogado de
forma a reaver a quantia em dívida. Quid iuris?
b) A sua resposta seria a mesma sabendo que o serviço prestado pela sociedade
Transportes do Minho, Lda. consta tão só de uma fatura emitida à sociedade Confeções
Rosa & Filhos, Lda., da qual consta que a quantia de € 7.500,00 teria de ser liquidada no
prazo de quinze dias?!
Aula 29.10.2014
2. nas execuções de valor superior à laçada da comarca, cujo o valor é pelo menos 5.000,1 em que
não seja deduzido qualquer incidente declarativo é obeigatoria a constituição de advogado,
advogado estagiario ou solicitador
3. nas execuções de valor igual ou inferior a 5.ooo não é obrigatorio o patrocinio judiciario.
Ou seja, inferior a 5.000 euros não é obritorio judiciarios, de 5000,1 até 30.000, advogado,
advogado estagiario ou solicitador e superior a 30.000 advogado
3 pressuposto: legetimidade processual.
Tal como no patrocinio judiciario também na acçãoexecutiva existem regras especiais em materia
de legetimidade. Assim na acção executiva não se aplicam os artigos 30 e ss mas antes os artigos
53 e ss.
Na acção executiva oestabelecimento da legitimidade processual é mais facil do que na acção
declarativa. Isto porque no processo executivo vigora principio da legetimidade formal.
Ou seja, a legetimidade é defenida em função do titulo executivo. Assim, tem a legitidade activa
(pode ser execuente) quem no titulo aparece como credor; e tem letemidade passiva (pode ser
executado) quem no titulo aparece como devedor. Significa isto que o execuenten não tem de ser
necessariamente o verdadeiro credor e o executado não tem de ser necessariamente o verdadeiro
devedor.
Exemplo: A emprestou a B 5.000 euros e B confessou-se devedor.
O verdadeiro credor é o A, e o B é o verdadeiro devedor.
Na acção executiva não interessa quem é o verdaeiro devedor ou credor, uma vez o que conta é
quem consta no titulo executivo como deverdor ou credor. Se o titulo for ao portador, o execuente
será o portador do titulo.
Legitimadade plural
Na acção executiva podem verificar-se casos de leitimadade plural sendo a situação mais
frequente a do livre desconcórcio. O regime de desconsório na acção executiva é o disconcorcio
voluntario, seja ele activo ou passavo. Casos em q eua acação executiva pode ser propostas por
vários credores contra varios devedores ou varios credores contra um devedor.
O caso paradigamatico +e o as obrigações conjuntas, o das obrigações solidárias e o das
obrigações que beneficiam de garantia real sobre bens de terceiro. Caso em que o credor pode
mover a acção executiva contra um ou alguns ou todos os devedores e no caso das dividas com
garantia real sobre bens de terceiro contra o terceiro, o devedor pu o devedor e o terceiro. Mas na
acção executiva podem também verificar-se caoso de listesconsórcio necessário é o que sucede
nomeadamente quando a lei ou o negocio juridici imponam uma presença de todos os
interessados bem como nas acções executivas para entrega de coisa certa quando a coisa
pretença a várias pessoas.
Listisconsórcio sucessivo: o CPC preve a pussiblidade de se verificar a intervençao de credores
ou devedores já na pendencia da execução. Por exemplo, nos termos do artigo 54, nº2 se a acção
executiva for movida apenas contra o terceiro titular do direito dado em garantia. O credor pode
chamarposteriormnete na mesma execução o devedor.
Por exemplo nos termos do artigo 745º se a divida beneficiar de uma garantia pessoal (fiança) se
a acção executiva for movida inicialmte contra o devedor inicial e se os bens deste forem
insuficientes o foador pode chamar o devedor secundario
do mesmo modo se a acção for movida inicialmente contra o fiador e se este invocar o previlegio
da execução previa, nesse caso o execuente pode chamar o devedor principal.
Se estiver em causa uma dividada da responsabilidade de ambos os conjugues mas a acção
executiva for movida aoenas contra um deles o credor pode na endncia da execução invocar que
a divida é comum aocasal e suscitar a conevençõ do ouro conjugue 741,nº1
Comulação de execuções
O CPC premite que sejam comuladas execuções, seja inicialmete, seja de forma sucessiva. No
casos da comulação inicial. Temos de distinguir se o titulo é judicial ou extra judicial. Se o titulo
executivo for judicial o Novo CPC premite ao credor comolar na mesma acção executiva todos os
edidos julgados precedentes.
A senhorio, B arrendatario e o B não paga. A prppoe uma acção declarativa em que pede duas
coisas: despejo mais pagamento de rendas vencidas. A acção é julgada procedente. Originando
uma sentença condenatória. Antigamente tinhamo que propor duas execuções: para entrega de
coisa certa e uma acção para pagamento de quantia certa.
Agora no novo CPC eu posso pedir a execução da sentença nos proprios autos (85 nº1) e nesta
fase da sentença eu vou pedir as duas coisas.
Tem vasntagens economicas mas também uma vantagem politica importante, em termos
estatisticos foi possivel reduzir as acções.
Esta comulação de execuções, seja fundada em titulo executivo extra juducial sóé permitida
desde que não se verifique nenhum dos obstaculos previstos no artg 709 nº1. Por outro lado é
possivel requerer em sede executiva a comulação sucessiva de execuções fundada em titulos
executivos deviersos. Artg 711, pode-se na acção executiva cumular dois ou mais execuções.
Artg 56º permite em sede executiva e afastando as regras do processo declarativo dos artigos 36
e ss a coligaçºao de execuentes ou de executados. Esta coligaçao pode verificar-se com base no
mesmo titulo ou com base em titulos diversos e só é permitida desde que se verifique nenhum dos
impedimentos previstos no artg 709 nº1.
CASOS PRÁTICOS
22 DE OUTUBRO DE 2014
EXEQUIBILIDADE INTRÍNSECA
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
b) Em hipótese distinta da anterior, suponha que nesse contrato de mútuo ficou estipulado que,
no dia 15 de Outubro de 2014, Eduardo, à sua escolha, pagaria a António e Berta a quantia
mutuada de €
10.000,00 ou entregar-lhes-ia um veículo automóvel de que é proprietário, com a matrícula 00-00-
AA.
Quid iuris?
c) Quem seriam as partes legítimas na ação executiva, sabendo que Eduardo é casado com
Filipa e que aquela quantia de € 10.000,00 foi utilizada por ambos para a satisfação de dividas
comuns?
Artg 53º n1, temos que analisar o título executivo. Vamos ao titulo executivo verificar quem surge
com credor neste caso (Carlos e a Daniela) e o devedor (Eduardo). Pela legitimidade formal quem
será executado será o Eduardo. Artg 53º. Só que o enunciado diz-nos que este dinhero foi
utilizado pelos dois. C e D podem invocar que esta divida foi contraida em porveito comum do
casal Eduardo e Filipa mas a Filipa não surge no titulo executivo. Por isso na acção executiva
tenho de afirmar que esta divida foi em proveito do casal.
A vantagem de eu dizer que a divida é dois dois é para ter um patrimonio mais basto e poder
penhorar o patrimonio dos dois.
Isto pode ser feito em dois casos: neste caso linconsórcio voluntário inicial porque pode propor a
acção apenas contra E. C eD nos termos do artg 724 nº1 al)e, podem propor a acção logo contra
nos dois no requerimento executivos os execuentes têm de alegar factos nos quais justifiquem
que esta divida é comum.
Mas pode dar-se o caso de o C e D apenas movam a acção apenas contra Eduardo e podem
arrepender-se. Por isso na pendencia da acção eu vou dizer que afinal esta dividaé do casal
linconsórcio voluntario sucessivo. Artg 741
Execpeção à legetimidade formal porque vou mocer a acção contra alguém que não consta no
titulo executivo.
d) Qual seria o tribunal competente para o conhecimento da execução sabendo que Eduardo
reside em Guimarães?
1.Relação jurídica interna. Competência interna. Artigo 60 nº2.
2. competência em razão da matéria: artigo 64 + artg 40 da lei LOSJ. Competencia subsidiaria, ou
seja, são competentes para o conhecimento para o conhecimentos de todas as auasa não
atribuidas a outras entidades jurisdicionais. Artg 31 nº2 LOSJ e dentro das instancias contrais
podem ser criadas de instancias especializadas nomeadamente d execução 32 n º al g. assim
para além dos tribunais judiciais serão comptentes se esxistirem as secçoes de execução artg 129
LOSJ
3. competencia em razão do valor: se existir uma secção de execução é esta a competente para o
conheciemento independentemesnte do valor da execução. Se não existir secção de execução
temos de atender ao valor da execução. 10.000 euros. Nestes casos temos de extinguir entre
estancias centrais civeis cujos valores têm de ser 50.000 ou mais; estancias locais 50.000,00 ou
menos.
4. competencia em razão de hierarquia: são sempre competentes os tribunais de comarca. A
execução corre sempre na comarca
5. competência em razão do territorio:saber se o titulo executivo é judicial ou extra judicial. Se for
judicial aplicamos o artigo 85 se for extra judicial aplicamos o 89. No caso em concreto, o titulo é
extra judicial pois trata-se de um documento autenticado. Se é extra judicial aplicamos o artigo 89º
só que dentro deste artgo 89 temos de saber se se aplica o nº1 ou o nº2. Primeiro verificamos se
se aplica o número 2 e depois senão aplica-se o numero 1. O numero 2 não se aplica ,aqui,
porque não benefecia de garantia real (ex. Hepoteca ou penhor). Então temos de aplicar o numero
1. Regra geral: o tribunal do domicilio do executado, 89, nº1 1ªparte. Exepção: se o executado for
pessoa colectiva ou se execuente ou executado residirem ambos na area metropolitana do porto
ou lisboa o exequente pode escolher propor a acção no tribunal do dimicilio do executado ou no
tribunal do cumprimento da obrigação.
Neste caso o executado reside em Guimarães. Não é pessoas colectiva e não residem nem no
porto nem em lisboa. Ora tenho de aplicar a regra, consagrada na 1ª parte do nº1 do artigo 89º.
O executado reside em guimarães.
Na comarca de Braga duas secções de execução: a secção de execução de Guimarães e secção
de execução de Vila Nova de Famalicão.
Uma vez que Eduardo reside em Guimarães seria compretente a secção de execução de
Guimarães.
p. 2210 do diário da rep
Nos termos do artigo 550º n1. A acção executiva para pagamento de quantia certa pode seguir
forma ordinária ou sumaria.
A forma sumaria aplica-se nos casos em o titulo executivo apresenta uma maior segurança juridica
ou em que o valor de execução não ultrapassa a quantia de 10-000 euros. Artigos 855º e ss.
O Processo ordinário aplica-se de forma subcidiaria aos demais casos e a sua tramitação está
prevista nos artigos 724º e ss.
No que diz respeito à tramitação da acção executiva sob forma do processo ordinário, o processo
inicia-se com a apresentação junto do tribunal competente do requerimento executivo. Em relação
ao requerimento executivo, a lei determina que este deve obdecer a determinados requesits formais.
Desde logo, o execuente deve identificar de forma tão complta quanto possível as partes indicando
os seus domicilios, nº de identificação fiscal, profissões, locais de trabalho, filiação, estado civil e
número de identificação civil. Esta indicação é importante seja para evitar que a execução corra
contra pessoas erradas seja para facilitar a identificação e penhora de bens. Por exemplo, a
execução é intentada contra manuel silva residente do lugar de Penedo. Se não identificar o numero
fiscal ou outros documentos, corre-se o risco de se identificar outro manuel silva que não odevedor.
Por sua vez a identificação do local de trabalho é importante seja para facilitar a citação do
executado, seja para premitir a penhora de creditos laborais.
Além do mais No requeromento executivo o execuente deve indicar o domicilio do mandatario nos
casos em que o patrocinio seja obrigatorio nos artigos 58º. Deve igualmente o execuente nos termos
dos artigos 720 e 722 indicar o agente de execução ou o oficial de justiça que ficará incombido de
realizar as diligencia executivas. Para alem disso o execuente deve designar o fim da execuçã 10º
n6 bem como a forma do processo executivo nos termos do artigo 550º. Se o titulo executivi for
omisso quanto à natureza e aos factos que fundamentam o pedido ou se estiver em causa um titulo
de credito enquanto crirografo da obrigação, oexequente deve igualmente expor os factos que
sestentam o seu pedido e formolar o respectivo pedido nos termos do artg 554 a 557.
Para alem disso o execuente deve indicar o valor da causa à luz do desposto nos artigos ??? a 310º
e tornar a obrigação certa exeigivel e liquida 714 a 716. quando esta não o seja em face do titulo
executivo.
Por outro lado na enetualidade de o execuente nos termos do artigo 741 pretender invocar a
comunucabilidade da divida. Extender a execução ao conjugue do devedor, o execuebte deve no
requerimento executivo desde que o tituloseja extra judicial, nos termos do artg 703 nº1 al b a d,
invocar os factos qye fundamentam essa cumanicabilidade
Por ultimo o NCPC que o execuente no requerimento executivi indique umNº de identificação (NIB)
para efeitos de recebimento da quantia execuente. O codigo preve igalmente que o execuente deve
bens a penhora indicando logo quais são esses bens e os demais elementos que se revelem
necessarios para a execução dessa penhora.
Quando é que o requerimento executivo se considera apresentdo. Muito embora o artigi 259, n1 a
instancia considera-se iniciada com a apresentação da petição inicial no tribunal, o artigo 724 nº 6
estabelece um regime especial. Este regime especial derroga o n 1 do 259. Isto pk mesmo que o
requerimento executivo seja enviado para tribunal este só se considera apresentado na data ao
pagamento do agente de execuçãoda provisão de despesas.
Uma vez apresntado o requerimeto executivo este pode ser recusado pela secretaria, já que éesta
a entidade competente para tramitar inicialmete aexecução no processo ordinario. Se a secretaria
recusar o requerimento executivo esta deve fazê-lo por escrito e de forma fundamentada cabendo
reconveção dessa recusa para o juiz. A secretaria so pode recusar o requeriemnto executivo com
base em vivios formais, designadamente se o requerimento executivo não obdecer ao modelo oficial,
se o execuente em violação de disposto do artg 10, nº6 e 724º nº1 al d) não indicar o fim da
execução em alguns dos casos previstos do nº 1 do 724 se não or aoresentado a titulo executivo
ressalvando a possiblidade de aprefeiçoamento nos termos do artg 726 nº 4 ou se não for paga a
taxa de justiça.
A secretaria pode recusar na falta de indicação do NIB725, nº1 al c) conjugado com o artigo 724º
n1 al K.
Se não houver qualquer recusa do requerimento executivo, o processodeve ser remetido ao juiz
para que seja prometido despacho … nº1 do artigo 726.
Quando o processo é recebido pelo juiz este pode proferir um de quatro despachos possiveis:
2- despacho de indeferimento liminar parcial: este despacho de indeferimento liminar parcial deve
ser proferido quando noemadamente o execuente peticione mais do que aquiloque o titulo lhe dá
em violção do disposto 10, nº5. Ou quando a execução seja por propsta por ou contra mais pessoas
do que as legitimidads pra o efeito nos termos do artg 53º. Exemplo: a propoe uma execução contra
B com base num cheque no valor de 5.000 euros e pede pagamento da quantia de 10.000 euros,
neste caso o juiz indifere parcialmente. Exemplo 2:A e B propõ em uma execução contra C com
base num cheue que foi entregue por C a A. Neste acaso sendo B parte ilegitima à luz do artigo 53º
o juiz deve indeferiri o req executivo mas de forma parcial. Ou seja manda a execuçãoprosseguir
apenas entre a e C, a titulo parcial portanto.
3. despacho de convite ao aprefeiçoamento: deve ser utilizado sempre que possivel ao abrigo dos
principios da economia processual, da coopreracao e da gestão processual 7. neste caso o juiz
convida o execuente a corrigir pquenas irregularidades ou vicios que sejam passivesis de ser
sanados. Exemplo: o execuente no requerimento executivo faz referenci aoa titulo executivo mas
por lapso nãoo junta sendo que eese requerimento tbm não fou recusado pela secretaria. Relação
do porto
exemplo: a execução é fundada numa acta de assembleia de condominio e dessa acta não consta
a aprovação de cada condomino. Neste caso o juiz deve convidar o execuente a juntar a acta da
qual conste a aprovação dessas despesas.
A acção é proposta com base um contarto de credito ao consumo, pesso financiamento ao banco
para comparar um carro que é aprovado. Este finaciamento não é titulo executivo. O banco tem de
demostrar que emprestou efectivamente esse dinheitro.
Nestes casos o juiz deve convidar o execuente a provar a quantia que emprestou ao executado.
Mas o juiz só pode fazê-lo se o execuente no requerimento executivo tiver alegado essa uantia
(acordão da relação do porto de 16 de Dez de 2000). Se o juiz e este não responder ao combite
indefere a execução.
Nestes caoso o execuente respinde civelmente se tiver agido de forma culposa nos permos do
artigo 858º
CASOS PRÁTICOS!
05 DE NOVEMBRO DE 2014!
EXEQUIBILIDADE INTRÍNSECA!
Lanhoso, Lda., com sede na Póvoa de Lanhoso, duas toneladas de aço, no valor de € 5.000,00,
tendo tal fornecimento ficado a constar de uma fatura, assinada pelo sócio gerente da
sociedade
Construções Lanhoso, Lda., da qual resulta que essa quantia de € 5.000,00 devia ser
liquidada
a) Sabendo que essa fatura ainda não foi liquidada até à presente data, seria possível
Artg 10 º, nº1
Para haver acção executiva tem de haver exequablidade estrinseca, titulo executivo 10, nº5
o titulo executivo, cumpre duas funções: define os limites da execução e define os fins da
execução.
703 nº1 limitesdo titulo executivo. Se antes a fatura era titulo executivo nos termos do artigo
46, nº1 al c do antigo codigo civil. No novo Codigo 703, nº1 esta fatura mesmo assinada pelo
devedor não é titulo executivo. Se esta fatura não é titulo executivo o credor tem de se monir
de titulo executivo, o credor tem de recorrer a um procedimento declarativo. Quais são sos
possiveis? Processo de injunção Dl 69/98; acção especial para o cumprimento de obrigações
pecuniarias emergentes de contratos DL 269/2008; acção de condenação como processo
comum art 10, nº3 al c. isto tudo para tentar obter um titulo executivo.
Regras especiais: previstas no artigo 10 do DL 62/2013. Duas regras: nos casos das
transavções comerciais é possivel recorrer a uma injunção. Pelo numro 4 até 15.000 euros
se o credor quiser reccorer a uma injunção não pode optar entre a AICOP e a acção comum.
Artg 10, n4 DL 62/2013. se fosse 15 mil euros e um centimo a mais, nãopodia recorrer a AICOP.
A unica via que é sempre admissivel é o procedimento de injunção.
e exequalibilodade intrinseca: a obrigação exequenda tem de ser certa.... 714, 715 e 516
Lda., aquando do vencimento da fatura, entregou à sociedade Metalnorte, Lda. uma letra de
câmbio que lhe havia sido endossada pela sociedade Ferrimport, Lda., letra essa que fora
e) Partindo das hipóteses previstas nas alíneas a) e d), qual seria a forma e a tramitação
da ação executiva?!
2 teste:
Regime da penhora dos bens comuns
Só podem ser penhorados bens bens de quem é executado nº1 do artg 735 sem prejuízo da
possibilidade de penhora dos bens de terceiros nos termos dos artigos 54 nº2 e 735 nº2.
Neste domínio atributivos da penhora o artigo 740 regula a penhora de bens comuns do casal
quando a execução seja movida contra apenas um dos conjugues.
O regime da penhora dos bens comuns do casal o CPC distingue tres tipos de regimes: artigos 1717
e ss CC
Exemplo:
A e B casam-se e adquirem um apartamento, não é um bem comum pk neste caso não há bens
comuns.
Como no regime da separação de bens não há bens comuns o artigo 740 CPC não se aplica quando
os conjugues são casados neste regime de separação de bens.
No regime da comunhão de adquiridos são bens comuns os bens adquiridos na constância do
casamento-. 1724 e ss CC
regime comunhão geral de bens, são bens comuns do casal os bens existentes 1732 a 1734
Para se perceber o regime do artg 740 importa o regime substantivo patrimonial das dividas dos
conjugues. Assim e de acordo com o CC, pelas dividas que são da responsabilidade exclusiva de
um dos conjugues, respondem em primeiro lugar os bens próprios conjugue executado e de forma
subsidiaria a sua nominação do bens comuns do casal 1696 CC. Diversamente pelas dividas de
responsabilidade ambos os conjugues respondem em primeiro lugar os bens comuns do casal e
subsidiaridade por bens próprios de cada um deles os quais respondem de forma solidaria.
Artigo 740 do CPC aplica-se aos casos em que a acção executiva é movida apenas contra um dos
conjugues e são penhorados bens comuns do casal.
A e B são casados no regime de comunhão de adquiridos. António antes de se casar com Berta tinha
um automóvel que é um bem próprio de António. A resolve reparar o carro que vale 500 e contraiu
um divida de 1300neuros . Neste caso dita o artigo 1696 CC mais artigos 737 nº2 al D), em
primeiro lugar responde o automóvel.
O carro é vendido por 400 falta ainda pagar 900 euros mais custas judiciais, posso penhorar o
apartamento? Não porque é bem comum do casal uma vez que o apartamento pertence aos dois e
Berta não tem qualquer responsabilidade por esta divida.
Mais do que isso só posso penhorar o exequente. Mas diz o código civil que podemos penhorar a
“miação” dele no apartamento, o CPC no artg 440 nº1 se numa acção executiva movida contra
apenas um dos conjugues os bens próprios do executado forem insuficientes e por esse motivo
forem penhorados bens comuns do casal, o conjugue do executado tem de ser citado pelo agente de
execução para no prazo de 20 dias requerer a separação dos bens ou juntar ao processo executivo
uma certidão judicial comprovativa de que essa acção de separação de bens já esta pendente. Se o
conjugue do executado não for citado para essa finalidade ele pode deduzir embargos de terceiro
nos termos do artg 343 do CPC já que foi penhorado um bem comum do casal e ele não tem
qualquer responsabilidade por essa divida.
Para além da penhora, o CPC Prevê a possibilidade de o executante invocar que a divida é comum
ao casal. Com efeito nos termos artigo 53, no processo executivo vigora o principio da legitimidade
formal. A execução deve ser promovida contra quem vigora no titulo como devedor. Pode no
entanto suceder que apesar de no titulo executivo figurar um dos conjugues como devedor a divida
seja comum do casal ou eventual comunicável nesse caso passam a responder não só os bens
próprios do executado e a sua menção de bens comuns mas também todos os bens próprios e
comuns do casal.
Considerando o principio da legitimidade formal se o titulo executivo figura apenas um dos
conjugues na acção executiva só podem ser penhorados os bens próprios desse conjugue e
subsidiariamente dos bens comuns do casal.
Mas o credor pode alargar a execução ao conjugue executado. Uma vez que o conjugue executado
não conta no titulo executado, pode o credor afirmar na pendência da execução que é um bem
comum do casal. Isto nos termos dos artigos 1690 e 1691 do CC. Nesse caso, se a divida for
considerada comum a execução prossegue quer contra o conjugue que litiga quer contra o outro
conjugue pelo que o património que passa a responder pela divida será o património comum do
casal. E se este não existir e for insuficiente o património de qualquer um deles.
Este regime da comunicabilidade da divida só pode ser extra judicial, alguns dos previstos no 703
nº1 al b. Se o titulo executivo for judicial tinha de ser declarada em sede declarativa. Regra: titulo
extra judicial pode invocar a comunicabilidade da divida pode, titulo judicial não. Se invocar a
comunicabilidade da divida o conjugue do executado tem de ser citado para no prazo de 20 dias
dizer se aceita ou não a comunicabilidade da divida, neste caso pode dar-se uma de três situações:
1. o conjugue expressamente aceita a comunicabilidade da divida, se o fizer passa a ser executada
respondem os bens comuns do casal e na sua falta bens próprios de qualquer um deles;
2. o conjugue executado deixa passar o prazo e nada diz, nesse caso o silencio equivale a aceitação.
3. o conjugue do executado impugnada a comunicabilidade da divida, podendo fazê-lo por oposição
à execução se a comunicação foi invocada, 724 n1 al d) + 741 n3 al a. ou em oposição ao incidente
se a comunicabilidade foi invocada na antecedência da execução.
Se o execunete alegar que a divida é comum do casal o processo executivo segue forma ordinaria
nos termos do artg 550 nº3 al c
Se for movida uma acção executiva apenas contra um dos conjugues e se forem penhorados bens
próprios dele, o executado pode em oposição a penhora alegar que a divida é comum ao casal.
Desde que o titulo executivo seja extra judicial. O conjugue é citado para declarar se aceita ou não a
comunicabilidade da divida. Neste caso se o conjugue se opuser ou se o próprio exequente
impugnar essa comunicabilidade, abre-se um incidente declarativo e suspende-se os bens próprios.
Penhora de bens em regime de copropriedade ou em património autónomo. Se for movida uma
acção executiva contra co-titular de um bem autónomo em copropriedade ou de um bem indiviso o
agente de execução não pode penhorar o bem em si nem tão pouco uma parte especificada desse
bem sob pena de fazê-lo os demais titulares embargarem de terceiro. Diversamente o agente de
execução só pode penhorar o pinhão ou a quota parte do executado desse bem.
D move uma acção conta A, feita a pesquisa de bens o agente de execução constata que o único
patrimonio de a um terremo do qual B e C são coproprietário. Se quiserem b e c podem embargar de
terceiro 742 CPC. Não posso penhorar uma parte especificada do bem. O que eu posso fazer é junto
do registo predial registar a penhora da quota parte de A
Penhora de bens contra herdeiro, 54 nº1 prevê a possibilidade da acção executiva ser movida conta
o sucessor da obrigação. Pode suceder que essa sucessão seja mortis causa. Se o herdeiro não
repudiar a herança na execução movida contra o herdeiro ou herdeiros só podem ser penhorados os
bens que tiver recebido da herança. Se forem penhorados bens que não pertençam a herança este
pode pedir que se levantado desde que indique outros bens da herança que não tenham sido ainda
penhorados.
Penhorabilidade subsidiaria, o artg 627 do CC dispõe que o fiador garante pessoalmente a satisfação
do direito de credito com efeito ao contrario do que sucede por exemplo com o penhor e hipoteca
que são garantias reais no caso da fiança verifica-se uma garantia real. Por sua vez o artigo 628 do
CC consagra o beneficio da execução previa segundo o qual o fiador pode recusar o cumprimento
enquanto não se esgotarem todos os bens do devedor principal, salvo se nos termos do artigo 640 al
a do CC co fiador tiver denunciado ao beneficio da excursão previa. Assim se for movida uma
acção executiva contra o executor subsidiário não podem penhorar-se os seus bens enquanto não
estiverem penhorados. Desde que o devedor invoque o beneficio da execução previa. Nesse caso se
esse beneficio for invocado o executado pode na própria acção chamar o devedor principal 735 nº2
Se for movida uma acção executiva apenas contra o fiador que não tenha beneficiado, o processo
executivo segue forma ordinária. Remeter do artigo 745 nº2 para o artg 550 nº3 al d. Diversamente
se for movida uma acção executiva apenas contra o devedor principal e se os bens dele forrem
suficientes o execuente pode chamar ao processo o devedor subsidiário. Por ultimo se for movida
uma acção executiva contra os dois e se forrem penhorados bens do fiador este pode requerer o
levantamento da penhora desses bens desde que demonstre que existem outros bens do devedor
principal que ainda não foram penhorados. Isto desde que o fiador não tenha renunciado ao
benefício da execução previa
Aula 03.12.2014
Diligencias da Penhora
O agente de execução deve começar por fazer exigências prévias destinadas à identificação de bens
penhoráveis nos seguintes casos:
2. no processo ordinário nos casos previstos no artigo 727, ou seja em que tenha avido dispensa de
citação previa, logo que decorra o prazo de 20 dias acrescido de eventuais dilações previsto no artg
728 nº1 sem que o executado apresente oposição à execução, mesmo que o executado apresente
oposição à execução esta não suspenda a execução art 733º à contrario. Nos casos em que tendo
havido oposição à execução com efeito suspensivo, art 733 nº1 essa oposição seja julgada
improcedente
se nessa consulta ao regime informático de execuções constar a informação de que nos últimos 3
anos foi movida uma acçao executiva contra o executado que terminou sem integral pagamento,
nesse caso o agente de execução deve procurar eventuais bens penhoráveis nas bases de dados
oficiais e sem não encontrar bens notifica o execuente para em 10 dias indicar bens a penhora sob
pena de não o fazendo a se extinguir. Esta medida foi introduzida no Novo CPC para evitar com a
falta de bens penhoráveis
Se o agente de execução depois de efetuar as consultas de bases de dados, o agente de execução
notifica o exequente para identificar bens a penhora, se nada disser o executado é notificado para
indicar bens a penhora com a comunicação de que se faltar à verdade incorre numa multa e numa
sanção compulsória art 450 nº1
o Novo CPC veio abandonar as imposições previstas no código revogado quanto à ordem pela a
qual os bens deviam ser penhorados.
O anterior código (até à reforma de 2003) estabelecia determinava que a penhora começava por
bens imóveis
O código foi-se adaptando a nova ordem patrimonial e inverteu os bens penhorareis determinado
que a penhora devia começar pelos bens / direitos de maior liquidez
o atual artigo 751 determina que a penhora deve começar pelos bens de mais fácil realização. Por
outro lado pondo o termo a uma divisão do tribunal ou juirisprudencial para saber se o agente de
execução estava vinculado às indicações dos bens penhorados feitas pelo exequente no
requerimento executivo, artg 724, o NCPC veio determinar que o agente de execução salvo havendo
exposição em contrario e respeitando o principio da proporcionalidade deve seguir as indicações
dadas pelo exequente quanto à penhora de bens.
Esta execução … dos bens penhorados encontra exeções:
Artigo 752, se estiver em causa uma acção executiva para pagamento de quantia certa estando a
divida assegurada por uma garantia real e mesmo que o agente de execução encontre outros bem
sou que o exequente encontre outros bens à penhora. Isto a não ser que o exequente não tenha
movido a acção executiva contra o terceiro proprietário dos bens dados em garantia nos termos do
artg 54 n 2. fazer remissão 752 para o atg 54 n 2
Levantamento da penhora
o reforço é igualmente admissível quando sobre os bens penhorados venham a recair embargos de
terceiros, por outro lado a penhora pode ser substituída quando o executado assim o queria e
exequente não se oponha bem como nos casos em que que sejam encontrados outros bens livres de
onos e encargos estando o bem penhorado onerado. Ou ainda quando o exequente no inicio da
penhora ou quando desista da oenhora por o facto de o bem penhorado já se encontrar previamente
penhorado. Isto nos termos do artigo 751 nº4.
A penhora pode ser levantada quer quando a execução artg 751 nº7 quer quando por negligencia do
exequente. Artg 763 nº1
o CPC estabelece varias regras quanto às formalidades da penhora em função do tipo de bens ou
direitos a serem penhorados.
uma vez concretizada a penhora no registo predial o agente de execução deve elaborar um auto o
qual é junto ao processo executivo e fixa um edital na porta do imóvel penhorado 755 nº3. O registo
da penhora tem natureza urgente e importa o registo de todos os actos anteriores entre eles.
Uma vez penhora o imóvel é constituído um fiel depositário, em regra, é o agente de execução mas
no casos dos imóveis existem exepções a esta regra.
Assim por motivos constitucionais de proteção de direito à habitação, atualmente o CPC atribui
uma nova, se estiver em causa a entrega do bem que esteja em causa o domicilio do executado,
nesse acaso o agente de execução só pode pedir força policial mediante despacho judicial, isto por
preceitos constitucionais. O código nada diz mas esta restrição só se aplica tal como no caso dos
saldos bancarios as pessoas singulares. Para além disso estando em causa o domicilio do executado,
só pode ser feita etre as 7 e as 21 horas. Igualmente por razões de natureza constitucional.
Estando em causa a casa de habitação do executado, este pode recorrer ao juiz de execução que a
venda deste bem fique suspensa a aguardar quer o despacho da oposição à execução quer o
julgamento do recurso pendente nos termos do artigos 704 nº4 e 751º n 3 e 7.
Artg 764 nº3 não se deve fazer a menção de bens se não se tiver a certeza se os bens são de terceiros
quanto a bens penhorados, posso fazer uma segunda penhora.
Se a penhora de bens moveis for necessária a força publica ou o arrombamento aplica-se com as
devidas adaptações o disposto no artigo 757 nº 4 e 7
no caso dos automóveis a penhora e feita por via eletrotécnica mediante comunicação à
conservatória do registo, aplica-se por analogia o mesmo 868 nº1
uma vez feita a penhora, o veiculo não pode circular nos termos do dec lei 54/ 75 assim o agente de
execução deve apreender os documentos do veiculo e remover sempre que possível o próprio
veiculo. Arg 768 nº3
o NCPC veio permitir que a penhora de automóveis comece de imediato pela sua apreensão mesmo
antes do registo da penhora ou conservatória.
1. oposição por simples requerimento: pode ser utilizada nos casos em que é feita pela penhora de
bens moveis não sujeitos a registo. Com efeito nos termos do artigo 764 nº 3, neste tipo de penhora
presumem-se pertencer ao executado os bens que sejam encontrados na sua posse. Todavia esta
presunção é ilidível, ou seja, admite que provem o contrario. Assim o executado por si ou por
intermédio de um representante ou terceiro titular sobre esses bens moveis pode atravez de
requerimento dirigido ao juiz de execução procurar afastar a presunção de que esses bens pertencem
ao executado, desde que no entretanto apresente prova documental inequívoca que os bens não
pertencem ao executado.
Neste caso o juiz de execução só pode decidir essa execução depois de o exequente ser notificado
para no prazo de 10 dias se pronunciar sobre a oposição. Mesmo que o juiz interfira a oposição tal
não impede que o terceiro deduza embargos de terceiro nos termos dos artigos 342 e ss.
Este meio processual so se aplica em bens moveis não sujeitos a registos e de bens pertencentes a
terceiro.
2. oposição à penhorado: a oposição à penhora encontra-se prevista nos artigos 764 e 765. Este
meio processual só pode sr utilizado pelo executado seja ele ou não o devedor e excecionalmente
pelo se conjugue nos termos do artigo 767? significa isto que um terceiro nunca pode deduzir
oposição à penhora. Este meio processual pode ser utilizado pelo executado ou pelo seu conjugue
sem que esta penhora viole os limites previstos na lei. Assim em primeiro lugar a oposição à
penhora pode ter como fundamento quer a inamissibilidade da penhora de determinados bens quer a
violação ou valoração ???? do principio da proporcionalidade. É o que sucede com a penhora de
bens absolutamente impugnáveis artg 736 de bens relativamente impenhoraveis artg 737 ou de
parcialmente 738 em violação dos limites impostos pela lei. Para alem disso esta oposição pode
fundar-se na ofensa no disposto do artigo 735 n3 bem como no artgo 336??? n 3 quanto ao principio
da proporcionalidade.
Um segundo fundamento da oposição à penhora prende-se com a penhora de bens que só poderiam
ser penhorados de forma subsidiaria. Assim por exemplo se for movida uma acção executiva
simultaneamente contra o devedor principal e o fiador enquanto o devedor subsidiario. Este pode
deduzir oposição à penhora se usando o beneficio da exclusão previa os seus bens forem
penhorados antes de se esgotar a património do devedor principal.
Um outro caso paradigmático prende-se com a penhora dos bens comuns do casal quando ainda
existam bens proprios do conjugue executado estando em causa uma divida propria deste nos
termos dos artigos 1695 e 1696 do CC. Um outro exemplo paradigmático é o da penhora de outros
bens do executado antes da penhora de bens onerados em garantia em violação do disposto 752 nº1.
O ultimo fundamento diz respeito à penhora de bens que nos termos da … não deviam ser
penhorados. Este fundamento assenta em causas de impenhorabilidade especifica em função de
regimes de indisponibilidade previstos na lei substantiva.
Estando em causa uma acção executiva que siga forma ordinária o executado é citado antes da
penhora a não ser que o exequente tenha requerido a dispensa de citação previa (727). assim neste
caso como o executado é citado antes da penhora este tem o prazo perentório de 20 dias para
deduzir oposição à execução nos termos do nº1 do art 728. prosseguindo a execução e sendo
penhorados bens ou direitos do executado este tem a possibilidade de deduzir oposição à penhora
no prazo de 10 dias a contar da execução à penhora. Base legal: 885 nº1.
No processo executivo que siga ordinária ou formal em que tenha havido dispensa de citação previa
o executado só é citado depois da penhora. Assim neste caso, o executado tem 20 dias após a
citação para deduzir oposição à execução e oposição penhora. As duas oposições são cumuladas no
mesmo acto nos termos dos artigos 856 e por analogia artg 785. ver isto muito bem e ver a forma do
processo. Efeitos: tendo em vista evitar o n 3 dos 765 determina que a oposição a penhora
sósuspende os efeitos dos bens penhorados se o executado prestar caução. Novidade do CPC já que
no regime precedente a oposição a penhora suspendia a execução.
O STJ proferiu um acórdão uniformizador de jurisprudência 15/97. o qual adotou uma conceção
ampla para efeitos de registo. Assim de acordo com este acórdão terceiros para efeito de registo são
todos aqueles que tendo obtido do direito sobre um determinado prédio veriam esse direito
prejudicado por qualquer facto jurídico anterior que não tenha sido registado ou que seja registado
posteriormente. Este acordam veio proteger a publicidade e a segurança. Este acórdão não era
consensual entre os juízes.
O STJ profere um segundo acórdão 3/ 99 que diz que uma conceção restrita de terceiros para efeito
de registo. Assim de acordo com este acórdão terceiros pare feito de registo são os adquirentes de
boa fé de um mesmo transmitente comum de direitos incompatíveis sobre a mesma coisa.
Esta conceção foi adotada pelo código registo predial 5º, nº4. Diz-nos este acórdão deita por terra a
publicidade e e a segurança jurídica
o c e o a não são sujeitos para efeitos de registo. Logo C pode embargar 3terceitro
UM terceiro que tenha adquirido a propriedade de um bem e que não tenha registado a aquisição
antes da penhora mesmo assim pode embargar a terceiro com sucesso.
Se um bem for vendido com reserva de propriedade e se numa acção executiva movida contra o
adquirente for penhorada a propriedade do bem o vendedor pode embargar terceiro. Por sua vez se
numa acção executiva movida contra um dos coproprietário for penhorada a totalidade do bem, os
demais proprietários podem embargar terceiro.
Direitos não incompatíveis com a penhora, ou seja, direitos que não permitem embargar com
terceiro. 1 direitos reais de garantia, são direitos reais de garantia a consideração de rendimentos
artigos 656 e ss do CC o penhor 666 e SS do CC, a hipoteca artg 686 e SS do CC previlegios 733 e
ss CC e o direito de retenção artg 754 e ss do CC. Os direitos reais de garantia conferem ao
respetivo titular o poder de atravez da disposição do bem onerado obter o pagaento de um
determinado credito ora nos termos do nº 2 do 824 do CC, os bens penhorados são vendidos
livres de direitos reais de garantia que os alega. Assim os titulares deste direito não podem embargar
terceiro já que estes direitos não são compatíveis com a penhora, diversamente os titulares destes
direitos devem reclamar os seus créditos no próprio processo executivo nos termos do artigo 786
nº1 al b do CPC
em segundo lugar não podem embargar de terceiros os titulares de direitos pessoais de gozo que
tenham sido constituídos os registados apos a penhora isto sem prejuízo da execução para efeitos de
registo.
Em terceiro lugar, não podem embargar terceiro os titulares … enquadram-se neste caso os C de
promessa CV de eficácia relação e o pacto de preferência com eficácia real. Os titulares destes
direitos não podem embargar terceiro na em que gozam do direito de adquirir o bem penhorado em
sede executiva, ou seja eles têm uma preferência legal em sede executiva artigo 831 do CPC. No
caso particular do contrato promessa de CCV mesmo que este tenha apenas eficácia meramente
obrigacional o professor Miguel Teixeira de Sousa entende que o promitente comprador pode
embragar de terceiro se tiver havido tradição ou entrega do bem prometido comprar e vender e se o
promitente comprador se comportar já como o comprador desse bem. Diversamente se a promessa
de CV tiver eficácia meramente obrigacional ou seja não foi registada e não foi oponível a terceiros
e se não tiver havido tradição da coisa o promitente comprador não pode embargar terceiro já que
apenas tem um direito de ser indemnizado pelo não cumprimento do contrato.
Em quarto lugar não podem embargar terceiro os titulares de direitos pessoais de gozo, são titulares
de direito pessoal de gozo locotário - arrendatário, o comunicatario, o depositario e o parceiro
pensador. Os titulares de direitos pessoais de gozo sendo meros detentores não podem em principio
embargar de terceiro.
Existem exepções a esta regra: com efeito nos termos do numero 3 do 824 do CC os direitos
pessoais de gozo extinguem-se com requerimento executivo.
Exeptuam-se no entanto os casos do arrendamento se este for constituído ou registado antes da
penhora o arrendamento acompanha, o arrendatário pode embargar de terceiro se ao ser feita a
penhora do imóvel e ou ser publicitada a venda do mesmo não for feita qualquer ressalva quanto à
existência do arrendamento.
Tramitação: os embargos de terceiro só podem ser deduzidos por quem não é executado aqui se
incluindo o conjugue do executado ,artigo 343 CPC, se forem penhorados bens comuns do casal
não sendo o conjugue citado 740 nº1 ou se formem penhorados bens próprios 743º. Os embargos
tem de ser deduzidos no prazo de 30 dias a contar do conhecimento da penhora sendo que o onus da
prova do conhecimento recaí sobre o terceiro artigo 344 nº2, como este prazo esta previsto no
próprio código CPC conta-se com as regaras do código 148º
quanto à legitimidade passiva liconsorcio voluntario entre o exequente e o executado
4. acção de reenvindicação: esta previstas nos artigos 1311 e ss do CC e pode ser utilizada como
meio de reação do terceiro que seja proprietário do bem penhorado, no entanto nos termos do artigo
1315 do CC esta acção pode ser também usada pelo terceiro titular de outro direito sobre o bem
penhorado. Esta acção é totalmente autónoma do processo executivo e pode ser utilizada em
alternativa aos embargos de terceiro e essa alternativa deixa de se verificar se já tiver caducado o
prazo para embargar terceiro, caso em que so é possível acção de reivindicação.
Após a penhora de bens do executado abre-se uma frase de concurso de credores. Depois da
penhora dos bens
quem é que o agente de execução tem de citar? O executado para que este consoante os acasos
deduza ou não oposição à penhora. Em segundo lugar tem de citar o conjugue do executado em dois
casos: 640 nº1 penhora dos bens do casal para que o conjugue citado requeira a separação de bens;
ou no segundo caso quando a penhora recai sobre estabelecimentos comerciais no caso de regime
de comunhão de bens mesmo que próprios dependem do regime.
Expecto casa de morada de familia, se for penhorado a casa de morada de família tenho sempre de
citar o conjugue
por ultimo só podem reclamar créditos os credores que beneficiem de credito contra o
executado artg 788 nº1 e 2