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Direito Processual Civil- Executivo

Aulas Teóricas
Aula 24 de Setembro 2014
Existem dois tipos de acções, as acções declarativas e as acções executivas.
As acções estão previstas no artigo 10º do novo CPC.
Nas acções declarativas o autor pretende apenas que o tribunal declare ou reconheça a existência
de um direito e que esse direito foi violado (ver apontamentos de DPCD), sendo certo que estas
acções podem subdividir-se em função da pretensão do demandante em acções declarativas de
simples apreciação, condenação ou constitutivas: artigo 10º nº3.
Por exemplo A intentou contra B uma acção declarativa pedindo que este fosse condenado a
pagar-lhe a quantia de 10.000€. O tribunal julgou a acção totalmente procedente. Sucede que
mesmo assim Berto não pagou a António a quantia a que foi condenado. O que pode fazer
António? Não é permitido/lícito, em regra, o recurso à força própria. Salvo casos excepcionais,
legítima defesa, estado de necessidade e acção directa: Artigo 1º do CPC.

No nosso Direito Português em tempos era permitida a prisão por dívidas, neste momento não
sendo possível a prisão por dívidas nem sendo possível o recurso à força própria, a lei tem de
acautelar que o devedor pague: através das acções executivas.

As acções executivas (10º nº4) são aquelas em que o credor requer ao tribunal a adopção das
providências adequadas tendo em vista a realização coactiva de uma obrigação que lhe é devida.
Assim, no caso que vimos, se Berto não pagar voluntariamente a António a quantia a que foi
condenado, António poderá requerer a execução da sentença. Significa isto que as acções
declarativas e as acções executivas têm finalidades distintas. As primeiras visam tão só que o
tribunal declare ou reconheça um direito enquanto que as segundas partindo de um direito
previamente declarado ou reconhecido visam a realização coactiva desse mesmo direito. Neste
particular, o artigo 10º nº4, deve ser articulado com o disposto no artigo 817º do CC(Código Civil),
segundo o qual se a obrigação não for cumprida voluntariamente, o credor tem o direito de
executar o património do devedor.

Nota importante: Nem sempre uma acção executiva se sucede a uma acção declarativa.

Ou seja, há casos em que uma acção declarativa não dá lugar a uma acção executiva e há casos
em que uma acção executiva não é precedida de uma acção declarativa. No primeiro caso temos
por exemplo as situações em que a acção declarativa é julgada improcedente ou em que o réu
cumpre voluntariamente a sentença condenatória. No segundo caso temos, por exemplo, as
situações em que a acção executiva se funda num título executivo extrajudicial, por exemplo, um
cheque sem provisão, artigo 703º.

Por outro lado, quando se fala em acção executiva importa distinguir entre execução singular e
execução universal. O modelo vigente do Processo Executivo Português, posterior à reforma de
2003 é o modelo de execução singular, ou seja, em regra a execução corre termos entre um único
credor e o devedor, sendo certo que apenas nos casos excepcionais previstos no artigo 786º são
admitidos a intervir na execução outros credores do mesmo devedor.

Exemplo: A intenta uma acção executiva contra B, são penhorados bens de Berto e entretanto
Carlos, que também é credor de B, toma conhecimento dessa execução. Em princípio, salvo nos
casos previstos no artigo 786º, Carlos não pode reclamar o seu crédito nessa execução. A
execução é tendencialmente singular.

Por contraposição a este modelo de execução singular existe o modelo de execução universal, no
qual são admitidos a intervir no processo todos os credores do devedor, sejam eles conhecidos ou
desconhecidos. Significa isto que, neste modelo de execução universal, o património do devedor
responde perante todos os seus credores. Este modelo de execução universal vigorava no nosso
CPC até à reforma de 2003 (decreto-lei 38/2003) bem como no processo de insolvência.

No caso em que A deu a B um crédito de 10.000€. A tem a sorte de encontrar no património de B


um carro no valor do crédito. No modelo de execução singular é isto que sucede: A fica garantido,
só há um credor e devedor, se existirem outros credores do devedor, salvo credores privilegiados.
Para o credor o modelo preferível é o da execução singular.

Até 2003, após a penhora dos bens do devedor, publicavam-se editais e anúncios nos jornais,
citando todos os credores do devedor, o chamado modelo de execução universal. Quando há
insolvência e é apreendido o património do insolvente são citados todos os credores. Do ponto de
vista do credor, o modelo favorito é o modelo de execução singular. Do ponto de vista do devedor,
o modelo favorito é o modelo de execução universal.
Na execução universal há um favorecimento de todos os credores, são todos chamados a intervir
no processo. Não importa se o credor é mais diligente ou não. Há a igualdade, o credor mais
diligente não fica favorecido.

O modelo actual é tendencialmente de execução singular, excepto nos casos previstos no artigo
786º onde são chamados a intervir outros credores.
As finanças e a segurança singular são credores que intervêm sempre. No processo executivo a
regra é a mesma que o processo declarativo.

Os tipos de acções executivas

As acções executivas, em função da natureza da prestação constante do título executivo podem ter
por finalidade (artigo 10º nº6):

Cobrança de dívidas. O pagamento de uma quantia certa: Esta acção executiva tem lugar nos casos
em que existe uma obrigação de pagamento de uma determinada quantia pecuniária, aqui se
incluindo as obrigações de quantidade (artigo 550º do CC, por exemplo, a obrigação de pagar
1.000€), bem como as obrigações de moeda específica (artigo 552º do CC, por exemplo a obrigação
de pagar 1.000€ em notas de 50€).

A entrega de uma coisa certa (Artigo 867º do CPC): Esta acção executiva para entrega de coisa
certa tem lugar nos casos em que o devedor está obrigado a entregar ao credor uma determinada
coisa (artigo 827º do CC, caso em que o credor requer ao tribunal que a coisa seja apreendida e
lhe seja entregue). Por exemplo: Obrigação de restituição do veículo automóvel com a matrícula 00-
00-AA. Se o devedor não entregar este carro, o credor vai a tribunal para que o carro seja
apreendido. Se a coisa não seja possível de ser entregue ou não seja encontrada o credor pode
converter a execução no pagamento da quantia certa. Ou seja, a coisa uma vez avaliada não sendo
encontrada permite ao credor penhorar bens do devedor por forma a que este, pelo produto da
venda desses bens, obtenha o valor correspondente ao da coisa que tinha que ser entregue.

A prestação de um facto positivo ou negativo: Nesta execução, esta tem lugar nos casos em que,
de acordo com o título executivo que lhe serve de fundamento está em causa uma obrigação de
prestação de um facto positivo ou negativo. Por exemplo: Prestação de um facto positivo, o réu
construiu um galinheiro no terreno de António, o tribunal condena-o a demolir o galinheiro.
Prestação de um facto negativo, não colocar o galinheiro, não construir um muro.

Destes três tipos de acções executivas a mais comum é a acção executiva de cobrança de
dívidas- para pagamento de quantia certa.

Caso Prático:

António e Berto são vizinhos, A foi de férias e quando regressou constatou que o seu vizinho
demoliu um muro que divida as propriedades e construiu um galinheiro sobre parte da sua
propriedade, em condições. António intenta que acção?

Primeiro é necessário que alguém declare que existe um direito que foi violado: Uma acção
declarativa de condenação. Esta acção teria dois pedidos o de: condenar o réu a demolir o
capoeiro ou pelo menos parte dele e a reconstruir o muro que existia.
O Tribunal condenou efectivamente o Réu. Duas coisas: Demolir parte da obra, parte do capoeiro
e repor ou reconstruir o muro que existia. Como sabem entre vizinhos normalmente a relação não
é muito boa. Berto não faz nada. Tendo uma sentença condenatória que obrigou alguém a fazer
alguma coisa e a outra parte não cumpre: É necessário uma outra acção, porque sozinho não se
pode obrigar o Berto a cumprir. Se não posso recorrer à força própria tenho de avançar para a
execução daquela sentença. Que tipo de execução? Se o Réu tem que fazer alguma coisa: Por
um lado demolir, por outro construir. Não está em causa o pagamento de quantia certa nem a
prestação de coisa certa. A acção executiva será de prestação de facto positivo: demolir e
reconstruir. artigo 868º do CPC + 10º nº6.
António intenta uma acção executiva e esta execução visa obrigar o réu, agora executado a
cumprir aquela obrigação. O réu não cumpriu voluntariamente a sua obrigação e agora é intentada
uma acção executiva.

E se ele não cumprir outra vez?

Temos de saber se a prestação de facto é fungível ou infungível? A prestação só pode ser feita por
aquela prestação só pode ser feita por aquela pessoa em concreto (infungível) ou por um terceiro
(fungível)?

O Réu não vai demolir e não vai reconstruir, não há problema nenhum, contrata-se um terceiro
sendo feita judicialmente uma avaliação do custo desses trabalhos. O tribunal, com recurso a um
perito, artigo 870º do CPC, determina quais os trabalhos a ser prestados e qual o custo desses
trabalhos, caso em que a acção executiva para prestação de facto é convertida em acção
executiva para pagamento de quantia certa: Penhorando-se bens ao executado e com a venda
desses bens o credor adquire os meios necessários para mandar proceder à prestação do facto
por um terceiro.

Bom, se a prestação de facto for infungível, por exemplo, o réu é um pintor famoso e obrigou-se a
fazer uma pintura, isto é, este facto só pode ser prestada por uma pessoa específica. Uma vez
que não é possível, neste caso, que o facto seja prestado por um terceiro resta ao credor pedir a
conversão da execução para prestação de facto em execução para pagamento de quantia certa
sendo penhorados ao devedor os bens que se revelem necessários para pagamento da
indemnização devida pelo incumprimento definitivo da obrigação.

Formas do Processo Executivo:


O novo CPC, retomando o modelo existente antes da reforma de 2003 e contrariando o modelo
adoptado no processo civil declarativo, segundo o qual o processo segue de forma única, veio
determinar no seu artigo 550º uma dualidade de regimes para a acção executiva. Assim, a acção
executiva para entrega de coisa certa e para prestação de facto segue forma única, cfr. artigo 550º
nº4. Diversamente, a acção executiva para pagamento de quantia certa pode seguir uma de duas
formas: forma ordinária ou forma sumária: Artigo 550º nº1.

O processo executivo sumário está pensado para os casos em que o título executivo apresenta
uma maior segurança jurídica no que diz respeito ao reconhecimento pelo executado da obrigação
exequenda. Também se aplica o processo executivo sumário nos casos em que o valor da
execução é relativamente baixo ou seja, quando não ultrapasse 10.000€. Neste tipo de execuções
o processo começa com a penhora de bens do executado. A ‘‘violência’’ é muito maior’’.

Ao contrário do que sucede no processo declarativo no processo executivo o princípio da


igualdade de armas surge mais atenuado, já que há um favorecimento do credor. Há um favor
creditoris (Ver Manual do Professor Teixeira de Sousa). A lei presume que, uma vez que o
executado não cumpriu voluntariamente a sua obrigação há uma sanção (penhora imediata de
bens). Até 10.000€ não há ‘’um mal muito grande’’, começando logo pela penhora dos bens do
executado. O pensamento do legislador é que como a dívida é relativamente ‘‘baixa’’, o credor não
cumpriu, executa-se.
No Processo Executivo para pagamento da quantia certa com forma ordinária o processo começa
com a citação do executado ,ou seja, as suas garantias são maiores. Precisamente porque nestes
casos ou o título executivo é menos seguro ou a obrigação exequenda ainda não é certa, líquida
ou exigível. Ou porque se torna necessário chamar ao processo outras entidades. Por exemplo:
chamar o cônjuge do executado, ou um fiador.

Um aspecto de particular importância no novo CPC diz respeito à execução das sentenças. No
código revogado o DL nº 226/2008 veio prever a possibilidade de o autor no processo declarativo
manifestar, nesse processo, a vontade de executar a sentença (no caso da acção ser julgada
procedente) indicando logo bens à penhora.

Portanto, havia uma acção declarativa em que A pedia a condenação de B a pagar 100.000€. O
que é que o Autor podia fazer? ‘‘Senhor juiz, se eu ganhar a acção, quero penhorar a casa e o
carro de B.’’. O que fazíamos se fosse o B?

Como sabemos a impugnação pauliana só pode ser requerida com o prazo máximo de 5 anos em
relação ao prazo da venda. O Réu, potencial executado, dissipava o património. Este mecanismo
era totalmente ineficiente.

O novo CPC veio propor um novo modelo quanto à execução de sentenças.

De acordo com o novo modelo a execução da sentença condenatória corre nos próprios autos, ou
seja, tem lugar no mesmo processo. O que permite uma maior celeridade na tramitação da
execução. Base legal: Artigo 126º do CPC. De acordo com o artigo 126º do CPC nº2: A execução
da sentença nos próprios autos segue os termos do processo executivo sumário para pagamento
de quantia certa.

Isto como é evidente nos casos em que está em causa uma acção executiva para pagamento de
quantia certa.

O processo agora prossegue sem ter de se citar o réu outra vez (coisa que acontecia no antigo,
visto que os processos andavam apensos). Só será o réu depois notificado da penhora de bens.

Sujeitos e Intervenientes na acção executiva:

As partes: O Exequente e o Executado

No que diz respeito aos sujeitos da acção executiva ao contrário do que sucede no processo
declarativo, no processo executivo a legitimidade das partes vem regulada no artigo 53º do CPC.

Assim, no processo executivo a legitimidade das partes é determinada em função do título


executivo ou seja é exequente quem aparece no título como credor e é executado quem surge no
título como devedor. Como veremos mais adiante esta legitimidade é meramente formal: o
exequente não tem de ser o verdadeiro credor nem o executado o verdadeiro devedor.
Exemplo: A compra a B um carro de 10.000€. B é uma pessoa que não vê televisão nem lê jornais
e A diz-lhe ‘‘faço negócio se levar já o carro comigo contudo não tenho dinheiro comigo, dou-te um
cheque de C que é de confiança.” C é cliente da CGD desde 1985. O B acredita em A, que lhe
entrega um cheque de C à ordem de B de 10.000€. O que acontece ao chegue? O cheque é
devolvido por falta de provisão. O B fica sem carro e sem dinheiro.

O cheque é um título executivo. Quem é o exequente? O exequente é quem aparece no título


como credor: B é o exequente. E quem é o executado? O verdadeiro devedor é A mas o A não
surge como devedor no título. Como no título executivo quem surge como devedor é C, B se
quiser executar o cheque terá de mover a acção executiva contra C.
É o perigo dos credores aceitarem meios de pagamento de quem não é devedor. O B ou move um
processo crime contra C, ou executivo se C tiver bens ou esquece o título executivo e vai ter de
mover uma acção declarativa de condenação contra A. Se o B tivesse um cheque de A ia logo
para a execução. Agora o problema é esse.

É exequente quem aparece no título como credor e executado quem aparece no título como
devedor. Este princípio comporta excepções. Excepcionalmente é possível fazer intervir na acção
executiva outros sujeitos para além do exequente e do executado em face do título. É o que
sucede nos casos em que o exequente invoca a comunicabilidade de dívida entre cônjuges (artigo
54º do CPC).

Para além do exequente e do executado o CPC após a reforma da acção executiva de 2003 veio
introduzir no processo a figura do agente de execução. Assim, actualmente temos além das partes
o agente de execução, o juiz de execução e a secretaria de execução, cujas competências se
encontram repartidas algures no artigo 719º do CPC.

Assim, até à reforma de 2003 era o juiz quem dirigia todo o processo executivo ou seja cabia-lhe
controlar todos os actos da execução desde a apresentação do requerimento executivo até à
venda de bens.

O Agente de Execução (Huissier de Justiça Francês):

Profissional liberal mas que exerce funções de autoridade pública, tem competência para fazer a
penhora de bens. É introduzido com a reforma de 2003, um profissional liberal mas dotado de
poderes públicos.

Tem competência para praticar a grande generalidade das funções executivas cabendo-lhe
nomeadamente efectuar citações, notificações, penhoras e venda de bens penhorados.

Os poderes do agente de execução foram substancialmente reforçados com a reforma de 2008


(DL.226/2008) sendo que parte desses poderes (por exemplo, decidir a venda antecipada de bens
ou a redução de penhora sobre salários) foram-lhe retirados com o novo CPC regressando tais
poderes ao juiz de execução. Portanto as competências actuais do agente de execução estão
previstas no artigo 719º nº1.

Quem é que escolhe o agente de execução? Quem nomeia o agente de execução é o próprio
exequente sendo certo que essa nomeação é feita no próprio requerimento executivo podendo o
agente de execução recusar a nomeação no prazo de 5 dias.

Esta matéria surge regulada nos artigos 719º a 722º do CPC bem como nos artigos 36º a

55º da Portaria nº 282/2013- e-learning.

No modelo de 2003 o agente de execução exercia as suas funções sob a supervisão do juiz de
execução, o qual podia oficiosamente ou a requerimento do exequente destituir o agente de
execução. Por exemplo, o juiz ordenava a penhora e o agente demorava 2 meses e já não havia
bens nenhuns, podia ser destituído.

Na reforma de 2008 o agente de execução passou a poder ser substituído livremente pelo
exequente.

Na reforma de 2013 o agente de execução continua a poder ser substituído pelo exequente, mas
o exequente deve justificar a substituição.
Este modelo é muito perigoso: Coloca o agente de execução na mão do exequente. Acabam por
se verificar atropelos ao processo civil.
O juiz de Execução:
Tem no processo executivo as competências processuais que decorrem do princípio da reserva do
juiz, ou seja, o juiz tem competência para praticar todos os actos que impliquem o exercício do
poder jurisdicional. Nestes termos, cabe ao juiz, entre outras competências: Proferir despacho
liminar quanto ao requerimento executivo, artigo 726º nº1; Dispensar a citação prévia do
executado, artigo 727º do CPC; Julgar os incidentes de natureza declarativa tais como
comunicabilidade da dívida ao cônjuge, oposição à execução, oposição à penhora e reclamações
de créditos, decidir reclamações de actos praticados pelo agente de execução, decidir o
levantamento da penhora, julgar reclamações quanto à modalidade da venda dos bens- artigo
812º nº7 e, entre outros, presidir à abertura de propostas em caso de venda de bens imóveis ou
estabelecimentos comerciais- artigo 820º nº1.

Tudo aquilo que implica actividade jurisdicional: Juiz de execução. Os actos burocráticos, cabem,
em princípio ao agente de execução.

A Secretaria de Execução:
Cabe, a esta, assegurar o expediente processual, a tramitação dos processos que devam ser
apreciados pelo juiz bem como a tramitação dos incidentes declarativos que surjam no processo
executivo. Neste particular, enquanto que o processo executivo sumário é tramitado, em princípio,
pelo agente de execução, já que é este que recebe o requerimento executivo e dá início às
diligências de penhora de bens por sua vez, no processo executivo ordinário cabe à secretaria de
execução tramitar os processos executivos sendo que o processo só é enviado ao agente de
execução para dar início às diligências de penhora de bens.

Nota: O novo CPC veio prever no artigo 722º diversas situações em que as funções de agente de
execução podem ser desempenhadas por oficiais de justiça. Assim, nos casos previstos neste
artigo, cujo leque foi amplamente alargado por contraposição à reforma de 2008, o exequente
pode optar ou por um agente de execução ou por um oficial de justiça.

Os sujeitos são, então:


Partes:
Exequente;
Executado;
O agente de execução (huissier de justiça francês);
O juiz de execução;
Secretaria de execução.

Aula 1 de Outubro de 2014

Tal como sucede na acção declarativa, também na acção executiva é necessário o preenchimento
de requisitos ou pressupostos processuais. Sucede que para além dos requisitos processuais
gerais do processo declarativo quanto aos sujeitos ao tribunal e ao objecto no processo executivo
vigoram dois requisitos específicos por um lado: Deve existir um título executivo e, por outro lado,
a obrigação exequenda deve ser certa, exigível e líquida.

No que diz respeito ao primeiro pressuposto que Lebre de Freitas apelida de exequibilidade
extrínseca dispõe o artigo 10º nº5 que não pode haver acção executiva sem que exista um título
executivo. Sobre o que se deve entender por título executivo Antunes Varela define-o como sendo
um documento constitutivo ou certificativo da existência de uma obrigação, dispensando por
consequência o recurso prévio a uma acção declarativa. Assim, tal como tem sido decidido pela
nossa jurisprudência, o título executivo é um documento ao qual a lei reconhece a eficácia
necessária para o recurso a uma acção executiva, cfr. entre outros os acórdãos do STJ de 16 de
Maio de 89 bem como o acórdão do STJ de 5 de Dezembro de 2000.

www.dgsi.pt -> ver acórdãos sobre a acção executiva.


O título executivo preenche duas funções essenciais para a acção executiva, por um lado
determina os fins da execução e por outro lado define os limites da execução. No que diz respeita
à primeira dessas funções, de acordo com o artigo 10º nº6 é em função do tipo de obrigação
constante do título executivo que se determina se a acção executiva será para pagamento de
quantia certa, entrega de coisa certa ou prestação de facto.
Por exemplo: A entrega a B um cheque no valor de 5.000E, o qual uma vez apresentado a
pagamento é devolvido por falta de provisão. Ora, sendo o cheque um título executivo e estando
em causa uma obrigação de pagamento de quantia pecuniária deve ser intentada uma acção
executiva para pagamento de quantia certa.
Segundo exemplo: Numa escritura pública A obrigou-se ao fim de dois anos a entregar a B um
determinado bem imóvel. Sendo a escritura um título executivo considerando o tipo de obrigação
dela constante deve ser intentada uma acção executiva para entrega de coisa certa.
Neste pressuposto se o e xequente deduzir na acção executiva um pedido que esteja
desconforme com a obrigação constante do título executivo, por exemplo o exequente intenta uma
acção executiva para entrega de coisa certa com base num cheque sem provisão, tudo se passa
como se não houvesse título executivo, cfr. acórdão da Relação do Porto 19 Outubro de 1999.
Por outro lado o título executivo determina os limites da execução, ou seja o exequente não pode
pedir mais do que aquilo que o título lhe dá.Por exemplo: A intenta uma acção executiva contra B
com base numa sentença condenatória por via da qual B foi condenado a pagar a A a quantia de
10.000E. Nessa execução A pede o pagamento da quantia de 15.000E. Como foi dito o título
executivo determina os limites da execução, não pode ser pedido mais do que o título dá. Significa
isto que se o capital constante do título são 10.000E o exequente não pode pedir 15.000E, só
pode pedir os 10.000E, artigo 10º nº5. E se houver juros? O exequente pede 10.000E acrescidos
de 500E a título de juros de mora, que são calculados à taxa legal.

A jurisprudência e a doutrina dividiam-se quanto à questão de saber se não constando do título a


obrigação de pagamento de juros o exequente podia mesmo assim peticionar o pagamento de
juros de mora. O caso paradigmático: A intenta uma acção contra B de 10.000E mas não pedia a
condenação de B dos juros de mora. Ou o A até os pedia mas o juiz nada dizia quanto aos juros.
O problema que aqui se coloca: Os juros de mora quanto á taxa legal.

A taxa legal de juro divide-se: Se for uma obrigação civil que são de 4% ou no caso das
obrigações comerciais, aplica-se o artigo 102º do Código Comercial sendo certo que no caso das
obrigações comerciais a taxa de juro é variável todos os 6 meses, neste momento é 7,15%. Esta
taxa de juros comerciais é devida no caso de transacções comerciais.

Por exemplo a empresa A fornece à empresa B mercadorias no valor de 10.000E, se a empresa B


não pagar a quantia de 10.000E dentro do prazo acordado a empresa A pode-lhe exigir o capital,
ou seja 10.000E + juros de mora à taxa comercial.

Como a jurisprudência se dividia o legislador tomou posição definida sobre esta questão
determinando expressamente no artigo 703º nº2 que os juros consideram-se compreendidos no
título executivo mesmo que o título seja omisso em relação aos juros. Portanto mesmo que o título
nada diga o exequente pode pedir o pagamento de juros de mora.

Imaginemos que A emprestou a B 10.000E e entre eles foi convencionado o pagamento de juros de
mora à taxa de 6% bem como o pagamento de juros compensatórios no montante de 1.000E. Ou
seja, 10.000 + juros de mora à taxa de 6% + juros compensatórios de 1.000E. A intenta uma acção
contra B e pede apenas o pagamento de 10.000E. Como sabemos, no Processo Civil vigora o
princípio do dispositivo. O juiz condenou B a pagar a A 10.000€.

Portanto o título executivo é omisso quanto aos juros. Pode A pedir o pagamento de juros? O 703º
nº2 diz que mesmo que o título executivo seja omisso quanto aos juros, consideram-se abrangidos
por título executivo os juros de mora, à taxa legal. Os compensatórios ou remuneratórios posso
pedir nesta execução? Não. A não pediu na acção declarativa o pagamento de juros compensatórios
ou remuneratórios, ou seja princípio da preclusão, estes juros estão excluídos do título executivo,
não podendo pedir o pagamento destes posteriormente na acção executiva - tinham de ser
peticionados. Quantos aos juros de mora pode pedir os mesmos mas à taxa legal. Taxa legal essa
que no caso das obrigações civis é de 4%. Ou seja, eu posso pedir na acção executiva o pagamento
no capital mais juros de mora à taxa de 4%. E a convenção entre as partes? O problema é que o
autor na acção declarativa não estipulou os juros de mora a uma taxa mais elevada - artigo 703º
nº2. (Cuidado com os manuais mais antigos). A título exemplificativo o acórdão da Relação do Porto
de 20 de Outubro de 96, onde não se admitiu o pagamento de juros de mora.
A questão controvertida é a de saber se é possível intentar uma acção executiva com base numa
fotocópia do título. O problema teórico que aqui se coloca é que podiam ser fotocopiadas várias
vezes o título, recebendo-se quantas vezes o fotocopiasse.

Imaginemos que há uma confissão de dívida com diversas obrigações e com diversos devedores,
situação em que o exequente carece de intentar ou várias execuções ou duas ou mais execuções
em tribunais diferentes. Neste caso a única alternativa para o exequente é servir-se de uma cópia
do título executivo. A jurisprudência tem admitido a possibilidade de se intentar uma acção
executiva com base numa fotocópia do título executivo desde que essa fotocópia seja autenticada
por notário ou advogado ou entidades com competências similares e desde que segundo requisito
o exequente alegue a impossibilidade de juntar o original do título executivo. cfr. Acórdão da
Relação do Porto 30 de Setembro de 2002.

Espécies de Títulos Executivos:

O artigo 703º nº1 enumera de forma taxativa os títulos executivos legalmente admissíveis, ou seja,
a acção executiva só pode ser intentada com base num título constante da enumeração do artigo
703º. Neste particular Miguel Teixeira de Sousa sustenta que as partes não podem convencionar
entre elas a atribuição de força executiva a um documento que não conste a enumeração do
artigo 703º, o que corresponde ao antigo artigo 46º. Portanto as partes não podem convencionar
entre elas a atribuição de força executiva a um título que não conste deste artigo. De acordo com
o mesmo autor as partes podem entre elas convencionar a retirada de força executiva a um
documento que conste da enumeração do artigo 703º desde que esse direito seja disponível.

Por exemplo: A empresta a B 10.000E por escritura pública e dizem na escritura pública que o
documento não tem força executiva. As partes podem convencionar que não tem força executiva,
caso em que o credor recorre à acção declarativa.

Se o exequente intentar uma acção executiva com base num documento que não conste do artigo
703º o requerimento executivo deve ser indeferido pelo juiz de execução. Porquê que o
documento não pode ser indeferido pelo agente de execução? Porque o agente de execução não
tem poderes jurisdicionais. A decisão de indeferir é o exercício de um poder jurisdicional tendo de
ser o juiz de execução a indeferir liminarmente o título executivo. Mas o agente de execução e a
secretaria do tribunal se suspeitarem que o documento não pode servir de base à execução -que
não tem força executiva- podem enviar o documento ao juiz - submeter a questão à apreciação do
juiz de execução, cfr. artigo 723º nº1.

As espécies de título executivo são então:

As sentenças condenatórias: Nos termos do artigo 703º nº1 alínea a) constituem título executivo
as sentenças condenatórias ou seja os títulos executivos judiciais. A sentença condenatória é o
título executivo que oferece maiores garantias em termos de segurança jurídica na medida em
que o réu teve previamente a possibilidade de se defender em sede declarativa. A sentença
condenatória é sempre um título executivo dotado de segurança jurídica? Não, o réu pode ter sido
julgado à revelia, a sentença condenatória nem sempre é sinónimo de segurança jurídica. Uma
vez que o CPC fala em “sentenças condenatórias”a doutrina e a jurisprudência dividem-se quanto
à questão de saber que tipo de sentenças se acham compreendidas no artigo 703º nº1 alínea a).
O código de 1961 falava em ‘’sentenças de condenação’’ o que aparentemente significava que
apenas constituíam títulos executivos judiciais as sentenças proferidas em acções declarativas de
condenação. Uma vez que o legislador alterou a expressão ‘‘sentenças de condenação’’ para
‘‘sentenças condenatórias’’ a questão que se coloca é saber quais as sentenças que podem
permitir o recurso a uma acção executiva?

No que diz respeito às sentenças proferidas em acções declarativas de simples apreciação as


quais como é consabido visam apenas a declaração ou reconhecimento da existência ou
inexistência de um direito ou de um facto, estas sentenças não são susceptíveis de constituir um
título executivo quanto ao objecto da causa, uma vez que não têm qualquer componente
condenatória
Já no que respeita às acções declarativas constitutivas estas sentenças introduzem alterações na
ordem jurídica (ver apontamentos de DPCD) ou seja o efeito útil da sentença esgota-se com a
alteração da ordem jurídica. Exemplo: A intenta uma acção de divórcio contra B, o tribunal decreta
o divórcio e B mesmo apenas o trânsito em julgado da sentença não se conforma com a sua
condição de divorciado e diz na rua que ainda é casado. Pergunta: A tem de propor uma acção
executiva contra B para que este se conforme que está divorciado? Não, o divórcio produziu-se
com a sentença. Suponham que na sentença do divórcio ficou ainda determinado que B pagaria a
A uma pensão de alimentos no valor de 500E mensais e que B entregaria a A a casa de família
após o trânsito em julgado da decisão. Posso mover alguma acção executiva? Sim. Por vezes nas
acções declarativas existem pedidos de diferentes acções. Numa acção de divórcio o pedido
principal determina a acção - declarativa extintiva. Mas não impede que existam outros pedidos.
No exemplo dado quanto ao divórcio não é possível executar a sentença mas se o réu não
entregar a casa de família ou não pagar a pensão de alimentos já é possível intentar uma acção
executiva. As sentenças proferidas em acções declarativas constitutivas podem dar origem a uma
acção executiva desde que nessas sentenças exista uma componente condenatória.

Por último nas acções declarativas de condenação é evidente que estas acções encerrando uma
componente condenatória constituem títulos executivos judiciais.

Nota: Esta é a regra geral das sentenças proferidas nas acções declarativas de simples
apreciação, constitutivas e de condenação. Esta regra não significa que uma sentença mesmo
proferida numa acção declarativa de simples apreciação não possa dar lugar a uma acção
executiva, é o que sucede nomeadamente nos casos da condenação em custas ou da
condenação em multa e indemnização por litigância de má fé.

Exemplo: A intenta uma acção de divórcio contra B, o tribunal declara o divórcio. Esta sentença
proferida não é título executivo quanto ao objecto da acção, o divórcio está declarado. Não é título
executivo quanto ao divórcio.

O B dizia que o livro era dele, A é o autor verdadeiro. Intenta uma acção declarativa para A ser
declarado autor do livro. B não se conforma, problema dele. A acção está declarada. Agora, se
uma das partes for condenada em custas, é título executivo quanto a essa condenação concreta
nessa acção. A sentença é título executivo não quanto ao objecto de acção mas sim quanto à
questão concreta, à condenação concreta que foi proferida naquele processo declarativo.

O tribunal declara a nulidade de um negócio jurídico: Acção declarativa de simples apreciação. O


réu não se conforma: A nulidade está declarada, problema dele. Agora se o Réu perdeu a acção, é
condenado em custas e não as paga o MP pode a sentença ser título executivo, servir de base a
uma acção executiva para cobrança dessa valor.

Quantos aos requisitos de exequibilidade das sentenças condenatórias:

Nos termos do artigo 704º a sentença condenatória só constitui título executivo após

o trânsito em julgado a não ser que o recurso interposto dessa sentença tenha efeito meramente
devolutivo. O artigo 704º nº1 deve ser conjugado com o artigo 628º, segundo o qual a decisão
transita em julgado logo que não seja passível de reclamação ou de recurso. De acordo com o
artigo 627º as decisões judiciais podem ser impugnadas através de recursos ordinários (recurso
de apelação e recurso de revista) ou através de recursos extraordinários (recurso de revisão e
recurso para uniformização de jurisprudência). Aquilo que distingue estes dois recursos é que os
recursos extraordinários são interpostos após o trânsito em julgado da decisão. De acordo com o
artigo 629º, sem prejuízo dos casos em que a lei prevê sempre a possibilidade de recurso só é
possível recorrer de uma sentença quando se encontrem preenchidos dois requisitos
cumulativamente:

Valor da acção - Tem de ser superior ao valor da alçada de onde se recorre. Como sabemos:
Comarca: 5.000€, Relação: 30.000€

Sucumbência - Mesmo que o valor da acção ultrapasse a alçada do tribunal só é possível recurso
se estiver preenchido o requisito da sucumbência. Ou seja, a parte tem de perder mais de metade
do valor da alçada do tribunal.

Por exemplo: A intenta contra B uma acção declarativa de condenação em que lhe pede o
pagamento da quantia de 4.000E, o tribunal julga a acção totalmente procedente, B não se
conforma. Pode recorrer? Se esta acção não estiver compreendida nos casos excepcionais
previstos no artigo 629º nº2 e 3 (casos em que é sempre admissível recurso independentemente
do valor da causa e da sucumbência) B pode recorrer ou não? Não porque o valor da causa não
ultrapassa a alçada do tribunal de comarca (5.000€).

Exemplo 2: A intenta uma acção contra B em que pede o pagamento da quantia de 6.000€, o
tribunal julga a acção parcialmente procedente e condena-o a pagar 4.000€. O A pedia 6.000€, o
tribunal condenou a pagar 4.000€: O B ficou vencido em 4.000€ e A em 2.000€, queria 6.000€ e
só tem 4.000€. B quer recorrer pode? Pode. Valor da causa está preenchido, 6.000€ ultrapassa o
valor da alçada do tribunal da comarca (que são 5.000€) e a sucumbência (a sucumbência do
tribunal da comarca são 2.5000€, B teria de ter pedido 2,500,01€, como tem de pagar 4.000€ caiu
em mais de metade da alçada da comarca, como ultrapassa, B tem a sucumbência preenchida).
Se A quisesse recorrer não podia porque só perdeu 2.000,00€, não tem sucumbência, não perdeu
mais de metade da alçada da comarca -> 2,500,01€.

O objectivo do legislador é muito simples: A verificação da parte em que houve perda na acção.

Isto tudo para dizer que quando o título executivo é uma sentença condenatória o artigo 704º
determina que a sentença só é título executivo após o trânsito em julgado. Ou seja, quando não
seja possível apresentar reclamação ou recurso ordinário - artigo 628º.

Quais são os passos a dar, quando nos surge um caso em que o título executivo é uma
sentença condenatória?

A sentença é ou não passível de recurso ordinário? Verificar o artigo 629º para sabermos se a
sentença é ou não passível de recurso ordinário. Base legal: 704º nº1, 628º, 629º.

Hipótese 1: Caso o recurso seja possível- porque o valor da causa ultrapassa a alçada do tribunal
+ sucumbência. Se é possível recorrer, quando é que aquela sentença se torna definitiva? Após o
trânsito em julgado. Quando? Ou a parte que decaiu recorre ou não recorre. Artigo 638º nº1, este
artigo diz-nos que o prazo do recurso ordinário em regra é de 30 dias: prazo peremptório. Se o
recorrente quiser decorrer da matéria de facto aos 30 dias acrescem 10 dias, como previsto no
artigo 638º nº7 - prazo peremptório adicional demais dez dias. Em alguns casos pontuais, como é
o caso dos processos urgentes o prazo do recurso ordinário é reduzido para 15 dias, artigo 638º
nº1. Sendo possível interpor recurso ordinário o artigo 704º diz-nos que esta sentença só é título
executivo após o trânsito em julgado.(Exemplo de A e B, que B depois do julgamento diz que não
vai pagar nenhum cêntimo e A quer avançar para a acção executiva e não pode porque como era
possível recorrer tem de esperar pelo prazo). O autor tem que esperar que o réu decorra ou não
daquela sentença. Em bom rigor tem de esperar, salvo nos processos urgentes ou casos
especiais, 30 dias + 10 dias + 3 dias de prazo de multa.

Se a parte que decaiu não recorre- O réu não recorre: Passam os 30 dias, mais os 10 possíveis
mais os 3 dias de multa e o réu não recorre. A sentença torna-se definitiva, transita em julgado nos
termos do artigo 628º. Artigo 704º nº1: A sentença já é título executivo. + 628º + 629º.

Se a parte que decaiu recorre - O réu recorre: A sentença não transitou em julgado, ou seja, em
princípio é preciso esperar pelo julgamento do recurso pelo tribunal superior. Artigo 704º nº1: A
sentença só é título executivo após transito em julgado. Em tese, o autor teria de esperar que no
caso em concreto tivesse a confirmação: Até chegar o acórdão da relação. Só que ao interpor
recurso de apelação é preciso saber quais são os efeitos desse recurso: artigo 647º. Pode ter os
seguintes efeitos:

A apelação com efeito meramente devolutivo: Em regra o recurso de apelação tem efeito
meramente devolutivo. Isto significa que a sentença tem força executiva provisória enquanto o
recurso é apreciado pelo tribunal superior. Nº1 do artigo 647º. O CPC nem sempre previa que o
recurso de apelação tinha efeito meramente devolutivo, no passado tinha efeito suspensivo. Isto
levava a que o réu muitas vezes só recorresse para ganhar tempo. Mesmo que o réu recorra da
sentença, na actualidade, se o recurso de apelação tiver efeito meramente devolutivo, a sentença
ganha força executiva provisória. Claro está que esta execução é provisória. A execução fica
dependente do desfecho do recurso. Artigo 704º nº2. Imaginemos que a Relação dá razão ao réu
e julga a acção procedente: A execução extingue-se, sem prejuízo da responsabilidade do
exequente. Se a Relação julga o recurso parcialmente procedente: A execução que estava a
correr modifica-se e passa a correr pela quantia que foi parcialmente procedente. Artigo 704º nº2

A apelação com efeito suspensivo: Este efeito suspende a decisão. Nos casos em que o recurso
de apelação tem efeito suspensivo não é possível executar a sentença porque esta não é título
executivo. Nos casos previstos com este efeito não se pode executar a sentença. Artigo 704º nº1.
O que sucede se a sentença é objecto de recurso e esta tem efeito suspensivo? Tem de se
esperar que o acórdão do Tribunal da relação transite em julgado, cfr. artigo 628º. Claro que nada
nos impede de avançarmos com um arresto, por exemplo o réu encontra-se a dissipar património.
Em que casos é que o recurso tem efeito suspensivo? Em dois casos:

Artigo 647º nº2 e 3. Caso paradigmático: A acção de divórcio.

Se o recurso na acção de divórcio tinha efeito meramente devolutivo, podia haver dois
casamentos. Por exemplo, acções de despejo.

Artigo 647º nº4. (sai no teste) Nesta hipótese o próprio recorrente ao interpor recurso de apelação
pede ao tribunal que esse recurso tenha efeito suspensivo. Caso em que tem de prestar caução a
favor do vencedor, para quê? Para garantir ao vencedor, que caso perca o recurso, o vencedor
será ressarcido. 1º pressuposto: prestar caução; 2º pressuposto: O recorrente tem de invocar a
existência de um prejuízo irrecuperável no caso de a sentença ser executada de imediato. Nº4 do
artigo 647º.

1.2. Hipótese 2: Não é possível recorrer. Sei que esta sentença não é passível de recurso. A lei diz
que a sentença transita em julgado quando não é passível de reclamação ou de recurso ordinário.
Apesar de saber que não é possível recorrer, tem de se aguardar para saber se há alguma
reclamação: por exemplo a sentença obscura. No caso em concreto eu tenho de esperar por
alguma reclamação daquela decisão. Artigo 628º conjugado com os artigos 613º a 618º. Qual o
prazo da reclamação? Qual o prazo supletivo do processo civil? Quando a lei não estabelece
qualquer prazo, o prazo é de 10 dias. Temos de esperar 10 dias + três dias de multa.

Não reclama: Artigo 628º, trânsito em julgado, posso executar, artigo

704º nº1.

Reclama: Tem que aguardar pela reclamação. Não há efeitos devolutivos nem suspensivos, só
após a reclamação ser decidida é que é, ou não, possível executar.

Por exemplo: A pedia a condenação do B em 1.350,00E e o tribunal enganou-se e condenou-o em


3.150,00E. O B reclama, há um erro material que tem relevância. Temos de esperar que o juiz
execute aquela sentença para dar início à execução.

Se o Réu/Reconvindo recorrer de uma sentença e ao interpor recurso de apelação não tiver


pedido a atribuição de efeito suspensivo nº4 do artigo 647º. O recorrente, agora executado, pode
obter a suspensão da execução prestando caução nos termos do artigo 704º nº5.

No caso das sentenças com condenação genérica - artigo 609º nº2 para sabermos se aquela
sentença constitui ou não título executivo torna-se necessário determinar previamente se a
liquidação da obrigação depende ou não de simples cálculo aritmético. Sem prejuízo da
possibilidade de poder ser executada a parte líquida da sentença. Assim, se a liquidação da
obrigação depender de uma operação de simples cálculo aritmético, a sentença pode ser
executada cabendo ao exequente liquidar a obrigação no próprio requerimento executivo. Se a
liquidação da obrigação não depender de uma operação de simples cálculo aritmético a sentença
não pode ser executada tornando-se antes necessário deduzir um incidente de liquidação da
sentença, cfr. artigos 358º a 361º do CPC.
1ª hipótese: A intenta uma acção contra B dizendo que ele(Autor) é senhorio e o B arrendatário e
pede a condenação de B no pagamento das rendas em atraso. A renda mensal são 500,00€,
neste momento estão em dívida 3 rendas, ou seja, 1.500,00€ e a pretensão do A é que B seja
condenado a pagar as rendas em dívida mais todas as rendas vincendas desde agora.

Que tipo de pedido é este?

- Pedido genérico * ver apontamentos de DPC-Declaratório *

O tribunal julga a acção procedente e a sentença condena a pagar 1.200,00€ mais todas as
rendas vencidas desde a propositura da acção até agora. O juiz pode fazer isto porque ouve um
pedido genérico.

No caso dos pedidos genéricos temos de saber: A liquidação depende ou não de um simples
cálculo aritmético?

Para quantificar o que se venceu, basta fazer um simples cálculo aritmético: 500,00€ x 8meses.
Nestes casos em que há um pedido genérico e eu posso quantificar o pedido fazendo uma
operação, eu posso executar de imediato a sentença.

2ª hipótese: A intenta uma acção contra B, A foi atropelado numa passadeira, B é a companhia de
seguros. A pede 5.000€ de danos no carro, 1.000€ casaco de cabedal + danos que ainda vai
sofrer porque vai ser submetido a várias intervenções cirúrgicas dos quais não se sabe agora o
valor. O juiz procede a sentença condenando o B a pagar 5.000€ + 1.000€ + danos genéricos que
o autor vai sofrer.

Reparemos que esta sentença já tem duas componentes: Uma componente líquida, os 6.000€ já
estão fixados e tem uma componente ilíquida. O CPC no 704º nº5: Tenho de saber se essa parte
ilíquida pode ser calculada através de simples cálculo aritmético: Não posso. Neste caso é preciso
que a parte contrária se pronuncie sobre essas despesas, não é só somar. A parte ilíquida para
quantificar os danos que vai sofrer, a liquidação não depende de uma operação de simples cálculo
aritmético. O que é que eu faço? Artigo 358º do CPC: Quando for operado/tiver gastos, vou entrar
com um incidente de liquidação, o processo vai ser reaberto com um único objectivo: quantificar
os danos que eu realmente tive.

O credor tem aqui duas opções: Ou avança-se já com uma execução de 6.000€ e mais tarde vou
executar o que ia ser liquidado. Ou então posso esperar pela liquidação e quando for liquidado
tudo em sentença: Executo as duas coisas. É a opção do próprio credor: 704º nº6

Aula 8 de Outubro de 2014


As sentenças condenatórias:

Sentenças homologatórias de transacção: Sendo celebrada uma transacção judicial no caso de


direitos disponíveis essa transacção é homologada pelo juiz através de sentença, sentença essa
que condena e/ou absolve as partes nos seus precisos termos. Assim, nesse caso, o título
executivo é a sentença homologatória de transacção. Se as obrigações constantes da transacção
não forem cumpridas o credor deve dar à execução a transacção conjuntamente com a sentença
homologatória. Se a transacção for celebrada entre as partes a título extrajudicial, ou seja,
enquanto mero documento particular, essa transacção não tem força executiva.

Sentenças condenatórias estrangeiras: No que diz respeito à exequibilidade das sentenças


condenatórias estrangeiras importa distinguir entre os casos em que a sentença é proferida por
um Estado-Membro da União Europeia ou pelo Tribunal num Estado estrangeiro. Estando em
causa uma sentença proferida pelos tribunais de um Estado-Membro da União Europeia essa
sentença goza de reconhecimento automático em todos os Estados-Membros da União Europeia -
artigo 33º do Regulamento 44/2001. Significa isto que as sentenças proferidas pelos tribunais dos
diferentes Estados-Membros da União Europeia circulam livremente por todo o espaço
comunitário sucede que a sentença apesar de ser reconhecida automaticamente só pode ser
executada num Estado-Membro diverso daquele onde tiver sido proferida depois de ser declarada
executória. Este procedimento tem lugar nos tribunais de primeira instância e é um procedimento
meramente burocrático e formal. Tendo inclusive custos muito elevados nomeadamente com
traduções em alguns Estados-Membros da União Europeia, por exemplo Itália-custa cerca de
1.500E em Itália. Para obviar a este problema o Regulamento 1215/2012 que revogou o
Regulamento 44/2001 mas que só entra em vigor no dia 10/01/2015 veio abolir este procedimento
que visa atribuir força executiva às sentenças. Significa isto que com a entrada em vigor deste
Regulamento as sentenças proferidas pelos Estados-Membros da União Europeia passam a
circular livremente por todo o espaço da União Europeia e podem ser executadas em qualquer
Estado-Membro sem qualquer formalidade. Diversamente se estiver em causa uma sentença
proferida por um Estado estrangeiro, isto é, por um estado que não pertença à União Europeia, a
sentença só pode ser executada depois de ser revista e confirmada pelo tribunal da Relação, ou
seja, só depois desse procedimento de revisão é que a sentença é reconhecida no ordenamento
jurídico português. Por exemplo: a sentença de divórcio de dois portugueses que se casaram e
que se divorciaram na Suiça. A nossa Lei Portuguesa é rigorosa no que diz respeito à revisão de
sentenças estrangeiras, sendo certo que o objectivo do legislador é o de impedir situações de
fraude à lei.

O artigo 703º do CPC - a saber Código de Processo Civil- para além das sentenças condenatórias
consagra ainda como títulos executivos extrajudiciais quer os documentos autênticos ou
autenticados quer os títulos de crédito (cheques, letras e livranças) mesmo que prescritos.

Documentos autênticos: Estão em causa documentos que são elaborados por notários ou por
profissionais com competências equiparadas, por exemplo advogados, é o que sucede
nomeadamente com as escrituras públicas.

Documentos autenticados: São aqueles que apesar de serem celebrados por particulares são
posteriormente confirmados perante notários ou entidades com poderes equiparados, ou seja, as
partes elaboram entre elas o documento, por exemplo um contrato de mútuo e posteriormente
dirigem-se ao notário ou ao profissional com poderes equiparados para confirmarem perante ele
que as declarações constantes desse documento correspondem à sua vontade real e efectiva.

Documentos particulares: Documentos em que não se verifica a intervenção de qualquer entidade


pública no exercício das suas funções. No caso de documentos particulares pode dar-se a
situação de as partes reconhecerem as assinaturas. Ou seja o notário ou a entidade equiparada
certificam que aquela assinatura é verdadeira. Este reconhecimento da assinatura pode ser
presencial se a parte assina perante o notário ou por semelhança se o notário certifica que essa
assinatura é parecida ou semelhante à que consta do documento de identificação.
Destes três tipos de documentos (autênticos, autenticados e particulares), apenas os dois
primeiros constituem título executivo à luz do novo CPC. Para o efeito é necessário que:

O documento autêntico ou autenticado importem a constituição ou o reconhecimento de uma


obrigação.
O novo CPC que entrou em vigor no dia 1 de Setembro de 2013 veio inverter a tendência que até
então se verificava no nosso ordenamento jurídico no sentido de se aumentar o elenco de títulos
executivos. Aumentou-se o número de títulos executivos para diminuir o número de acções
declarativas, como vimos na última aula em termos económicos verificou-se um aumento muito
grande do crédito ao consumo e as acções executivas dispararam verificando-se um desequilíbrio
entre acções executivas e declarativas, levando a um bloqueio nos tribunais por causa da
pendência. Para desbloquear esta tendência veio retirar força executiva a alguns documentos que
tinham essa força, agora é necessário instaurar uma acção declarativa, implica isto uma redução
da acção executiva aumentando-se o número de acções declarativas.

Neste contexto de reforma o legislador eliminou a força executiva dos documentos particulares
assinados pelo devedor que importem a constituição ou o reconhecimento de uma obrigação.

Por exemplo: Num documento particular consta a seguinte declaração: ‘’Eu António devo a Carlos
1.000€ e obrigo-me a pagar essa quantia no prazo de 15 dias.’’. António não paga qual a
consequência?

À luz do novo CPC este documento não é título executivo.

A questão que se coloca actualmente é saber se os documentos particulares subscritos até 31 de


Agosto de 2013, ou seja véspera da entrada em vigor do novo CPC são, ou não, títulos
executivos. O que sucede às confissões de dívida constantes de documentos particulares
anteriores a 1 de Setembro de 2013? Quando às posteriores não há problema. A ‘‘ignorância da
lei não desculpa’’ se a pessoa não se acautelou, problema dela. O problema são, efectivamente,
os casos que estão para trás. Os credores só aceitaram formalizar confissões de dívida com um
particular porque o ordenamento jurídico lhes acautelava que se alguma coisa corresse mal
estavam munidos de título executivo.

Os tribunais já se pronunciaram sobre esta questão, nomeadamente o Acórdão da Relação de


Évora de 27 de Fevereiro de 2014 e Acórdão da Relação de Lisboa de 26 de Março de 2014 os
quais consideraram que o artigo 703º do novo CPC conjugado com o artigo 6º nº3 da lei 41/2013
que aprovou o novo CPC é inconstitucional quando interpretado no sentido de se aplicar
retroactivamente aos documentos particulares celebrados até à entrada em vigor do novo CPC.

Portanto, a partir do dia 1 de Setembro de 2013 os documentos particulares celebrados após essa
data não são títulos executivos.
Nos termos do artigo 703º nº1 alínea c) são títulos executivos os títulos de crédito mesmo que
prescritos.

Por exemplo: A entrega a B um cheque no valor de 1.000€, cheque esse que é devolvido por falta
de provisão. Este cheque constitui título executivo enquanto título de crédito.

Um cheque é desde logo:

Um documento particular.

Assinado pelo mandante, tem uma quantia, lugar de emissão do cheque e é passado à ordem de
_____ e escreve por extenso a quantia.

É uma ordem de pagamento, ou seja, o subscritor deste cheque dá uma ordem ao banco dele
para pagar uma determinada quantia à ordem do beneficiário.
Se o cheque tiver em banco: O banco paga a quem é portador do cheque. O cheque é ao
portador.

Quem passa o cheque deve garantir que tem a quantia na respectiva conta bancária.

O regime jurídico dos cheques está previsto na lei uniforme relativa ao cheque - disponível no e-
learning.

Para que o cheque produza efeitos jurídicos deve mostrar-se preenchido com as formalidades
previstas no artigo 1º da Lei uniforme dos cheques. Para que possa valer enquanto título
cambiário o cheque deve ser apresentado a pagamento no prazo de 8 dias a contar da data de
sua emissão. O que acontece muitas vezes é que por vezes os credores acham que devem
esperar, deixando o cheque em carteira, se este ficar em

carteira e não for descontado após o prazo, perde a força de título cambiário: artigo 29º da Lei
Uniforme dos Cheques. Portanto, para que tenha valor de título cambiário deve ser apresentado a
pagamento no prazo de 8 dias a contar da data da sua emissão. Por outro lado, se o cheque for
devolvido, por exemplo, por falta de provisão, a lei uniforme dos cheques estabelece no seu artigo
52º que a acção judicial do portador prescreve no prazo de 6 meses a contar da data da
apresentação do cheque.

Requisitos cumulativos para que o cheque tenha valor cambiário:


O portador do cheque depois da data de emissão tem 8 dias úteis para descontar o cheque, artigo
29º LUC;
Após a apresentação do cheque, se este for devolvido temos 6 meses para accionar judicialmente
este cheque.
Qual a vantagem disto? Se porventura passarem 8 dias ou se tendo sido observado este prazo de
8 dias passarem os 6 meses, se algum dos prazos não estiver preenchido, o cheque perde a força
de título cambiário. O que acontece neste caso? O cheque deixa de ser um título cambiário e
passa a ser um simples documento particular enquanto quirógrafo da obrigação. Na prática
significa que se o credor for zeloso e observar ambos os prazos, quer o de 8 dias, quer o de 6
meses, o credor move uma acção executiva contra o devedor e basta-lhe juntar o cheque. O ónus
da prova do credor está acautelado. Basta juntar-lhe o cheque à acção executiva, o credor não
tem de fazer prova dos factos constitutivos da sua obrigação.

Se os prazos não forem verificados eu posso na mesma juntar o cheque ao documento executivo
contudo ele perdeu a força de documento cambiário, é um simples documento particular.

Esta questão era alvo de discórdia na jurisprudência. O CPC veio dizer que o cheque, mesmo
prescrito, é título executivo. Mas no caso dito, o cheque já não é título cambiário mas sim um
simples documento particular, um quirógrafo, isto traduz-se em que o credor tem o ónus de alegar
e provar os factos constitutivos da sua obrigação. Pode perder a acção rapidamente.

O cheque enquanto quirógrafo dá apenas a ideia de que há ali um crédito mas não se pode limitar
a juntar o cheque mas sim invocar os factos que levaram ao surgimento daquele cheque.

Se formos a uma oficina de carros, a reparação custou 5.000€,é assinado pelo devedor mas não é
preenchido por ele (mas sim pelo dono da oficina) o que acontece? Se o cheque não for
preenchido na integra pelo devedor ele não constitui título executivo.
Há um preenchimento abusivo do cheque. Muito importante: Acórdão do STJ de 9 Julho de 1998.

Os cheques pré-datados:

Hoje é dia 8, vou comprar uma televisão topo de gama e peço ao vendedor para aceitar um
cheque e peço-lhe para ele meter o cheque só no dia 10. Compro hoje um bem e coloco na data
do cheque no dia ‘’10’’, a data difere da data da venda.
O que acontece se o vendedor for hoje descontar o cheque? Pode hoje ir ao banco.

Se a conta estiver aprovisionada o banco tem de pagar. Isto porque a figura dos cheques pré-
datados juridicamente não existe.

E se acontece se eu for hoje descontar o cheque e este é devolvido por falta de provisão? Se um
cheque for apresentado a pagamento antes da data aposta no cheque, se o cheque for pago é
bem pago contudo, se for devolvido por falta de provisão este cheque não constitui título
executivo. Acórdão do STJ de 5 de Novembro de 2002.

Qual a lógica deste acórdão? O devedor reconhece que deve 1.000€ mas também convencionei
que só lhe pagaria num dia posterior. Se o meu credor aceitou a convenção e de má fé/abuso de
direito, antes da data prevista vai descontar o cheque, como há uma violação da convenção, o
cheque não constitui título executivo.

As letras de câmbio:

São títulos de crédito muito comuns nas transacções comerciais. Estas letras de câmbio
constituem na prática ordens de pagamento em que o credor é o sacador e o devedor é o sacado.
O que é que isto significa?

A empresa A vende à Empresa B mercadorias no valor de 5.000€, para pagamento desse


fornecimento a empresa B aceita que o pagamento seja feito através de uma letra de câmbio, ou
seja, através desse acto o credor fica na posse de um título que lhe permite ordenar um
pagamento ao seu devedor. Diversamente as livranças.

As livranças:

São títulos de crédito muito comuns nas operações financeiras onde existe uma promessa de
pagamento. ‘’Eu no dia x pagarei a y a quantia h’’. As livranças podem ser entregues em branco,
com a excepção da assinatura do devedor, desde que para o efeito exista entre o devedor e o
credor um pacto de preenchimento.

Notas: Nos termos do artigo 70º da Lei Uniforme das Letras e Livranças as acções referentes a
letras prescrevem no prazo de três anos a contar do vencimento da letra.
No caso das livranças aplica-se este mesmo regime, da prescrição no prazo de 3 anos, por força
da remissão do artigo 77º da Lei uniforme das letras e livranças.

EXEMPLO: Imaginemos que a empresa A fornece à empresa B mercadorias no valor de 10.000€


para pagamento deste fornecimento a empresa B entrega à empresa A um cheque de igual valor
(10.000€). No verso deste cheque C sócio gerente da empresa B dá o seu aval- artigo 25º da Lei
Uniforme dos cheques (o aval é assinar o cheque por trás, C pessoalmente está a garantir o
pagamento).

Quando C dá o aval ao cheque, temos dois devedores: B enquanto devedor e C enquanto avalista
da empresa, ele pessoalmente com o seu património garantiu o bom pagamento deste cheque. Se
este cheque for devolvido por falta de previsão tanto B como C respondem de forma solidária
perante o credor A. Artigo 44º da Lei Uniforme dos cheques.

EXEMPLO 2: Imaginemos que a empresa A deve 10.000€ à empresa D. A como credora tem um
cheque de 10.000€ de B e C, pega no cheque para pagar a D.
Se o cheque estiver ao portador basta que o cheque circule. Agora se o cheque é passado à
ordem de A, o sócio gerente da A assina por trás e entrega a D. D vai levantar o cheque e é
devolvido por falta de provisão. Todos respondem perante a empresa D, solidariamente. Ou seja,
A, B e C. Artigo 44º da Lei Uniforme dos cheques. Se a empresa D endossar o cheque a outra
empresa, todos os que estão para trás respondem solidariamente.
-> Ver livros sobre ‘‘títulos de crédito’’, de Direito Comercial.

A única hipótese de impedir que o cheque ande a circular é pedir ao banco cheques não à ordem
de, impedindo o endosso de cheques assim.

Este regime da responsabilidade solidária aplica-se às letras e livranças nos termos do artigo 47º
e do artigo 77º da LULL- Lei uniforme das Letras e Livranças.

Os procedimentos especiais:

O artigo 703º nº1 alínea d) prevê a existência de títulos executivos em disposições especiais. O
caro paradigmático prende-se com os procedimentos especiais para o cumprimento de obrigações
pecuniárias, previstos no DL nº269/98. Estes procedimentos especiais são dois:

Procedimento de injunção;

Acção especial para o cumprimento de obrigações pecuniárias - AECOP.

Em regra, só é possível recorrer a um procedimento de injunção ou a uma acção especial quando


estejam em causa créditos até 15.000€. Artigo 1º do DL nº 269/98. Estes procedimentos revestem
uma natureza célere e simplificada e destinam-se a permitir a obtenção de um título executivo
particularmente nos casos em que o crédito não é contestado.

No espaço comunitário, a UE tem procurado incentivar as trocas comerciais entre empresas. O


que só é possível se nos Estados-Membros existirem mecanismos de cobrança eficazes. No
cumprimento desse objectivo foi aprovada a directiva 2011/7 a qual foi transposta para o nosso
ordenamento jurídico através do DL 62/2013. Este DL aplica-se às transacções comerciais na
acepção prevista no artigo 3º alínea b), ou seja, transacções entre empresas, ou entre empresas e
entidades públicas.

Quais são as particularidades deste regime?

Se estiver em causa um crédito emergente de uma transacção comercial aplicam-se dois regimes
especiais:

O credor pode recorrer a um procedimento de injunção, independentemente do valor da dívida -


sem o limite dos 15.000€, cfr. artigo 10º nº1 do DL 62/2013, página 464 da colectânea de
legislação.

Se o crédito não ultrapassar 15.000€ o credor não pode optar entre uma acção comum ou uma
acção especial para o cumprimento de obrigações pecuniárias-AECOP. Ou seja, até 15.000€ não
tem o poder de opção, é obrigatório intentar uma AECOP- necessariamente acção especial; Acima
de 15.000,01 intenta-se uma acção comum.

Recapitulando: Se o crédito da empresa for superior a 15.000€ e se estiver em causa uma


transacção comercial entre empresas só há duas possibilidades: Ou recorre-se a uma injunção
(onde não há limite máximo) ou uma acção comum. Se o crédito da empresa não ultrapassar
15.000€ só há duas possibilidades: Uma injunção (não há limite de crédito) ou a AECOP. No caso
da acção especial existem duas particularidades, se não ultrapassa 15.000€ é uma AECOP, caso
ultrapasse, acção comum.

Se o credor optar por uma injunção, na eventualidade do Requerido deduzir oposição o processo
é enviado para o juiz com vista ao julgamento da causa. Há uma injunção há uma oposição.
Qual a forma do processo a partir daqui? INJUNÇÃO-OPOSIÇÃO-JUIZ: Até 15.000€ depois a
oposição é enviado para o juiz e segue a tramitação de uma AECOP; 15.000€ ou mais o processo
segue a forma própria de acção comum. Artigo 10º nº2 do DL 62/2013.

As particularidades dos regimes:

No caso da AECOP: Só existem dois articulados, a petição inicial e a oposição.

Sendo certo que se o Réu não deduzir oposição o juiz limita-se a atribuir força executiva à petição
inicial. O juiz não aprecia o mérito da causa. No regime da revelia não era isto que acontecia,
mesmo que o réu não deduzisse oposição o tribunal poderia julgar a acção improcente.

Se o réu deduzir oposição o processo segue para julgamento e o título executivo

a sentença condenatória.

No procedimento de injunção estamos perante um processo munitório em que o credor pede junto
do Balcão Nacional de Injunções que o requerido seja notificado para pagar ou deduzir oposição.

Se o requerido pagar: O procedimento extingue-se.

Se o requerido não pagar nem deduzir oposição: O balcão nacional de injunções confere força
executiva ao requerimento de injunção, neste caso o título executivo

o requerimento de injunção com a fórmula executória.

Se o requerido deduzir oposição: O processo é enviado para julgamento seguindo os termos da


AECOP ou do processo comum conforme os casos.

Até 15.000€: AECOP

15.000,01 ou +: Acção comum.

Actas de condomínio: Nos termos do DL 269/94 a acta da reunião na Assembleia de Condóminos


da qual conste o montante das contribuições em dívida ao condomínio constitui título executivo
contra o proprietário da respectiva fracção.
Certa exequível e e liquida quando não o for em face do titulo executivo. Nesse ultimo caso, o artg
713 determina que a execução inicia-se com as exigencias necessarias para garantir a
exequibilidade da obrigação. Neste particular o prof lebre de freitas distingue entre exequibilidade
extrinseca que diz respeito ao titulo executivo e exequibilidade intrinseca que diz respeito a
obrigação exequenda. Portanto só é possivel recorrer a uma acção executiva quando se
encontrem preenchidos de forma comulativa estes dois requisitos. Significa isto que se a
obrigação não for ainda certa liquida ou exigivel abre-se uma fase preliminar do processo
executivo para torna-la certa, liquida e exigivel- artgs 713 a 716. Nos termos do artigo 729 al e)
constiui de fundamento de oposição a execução a incerteza, inexigiblidade ou iliquidez da
obrigação. Se o tribunal não se apreceber inicialmete da incerte inexiquibilidade ou iliquidez da
obrigação o juiz ao abrigo do princio da economia processual deve sempre que possivel proferir
despacho de aperfeiçoamento. No sentindo de garantor qie a obrigação exequenda cumpa os
requesitos da sua exequibilidade artgs 713 a 716.
Requesitos:
1. Certeza da obrigação: a obrigação diz-se certa quando esta determinada em relação à sua
qualidade. Significa isto que a obrigação não é certa nos casos em que a escolha da prestação
ainda esta por fazer tal como sucede nos casos das obrigações genericas de especie
indeterminada artg 539 CC bem como nas obrigações alternativas artg 583 CC.
No que diz respeito as obrigações genericas estas distinguem-se das obrigações especificas,
assim nas obrigações genericas a obrigação apenas esta determinada em relação ao seu genero
e qualidade. Por exemplo: berto tem de entregar a Antonio um automovel da marca Fiat, qua
autimovel? Há muitos automoveis desta marca. Diversamente nas obrigações especificas a
obrigação esta concretamente determinada. Por exemplo, berto tem de entregar a antonio um
automovel da marca fiat com a matricula 00 00 AA, no primieiro caso a obrigação é incerta,no
segundo a obrigação é certa. No ambito das obrigações especificas assumem particular
relevencia no processo executivo as obrigações comulativas e alternativas. No primeiro caso o
devedor exonera-se quando executa todas as prestações compreendidas na obrigação. Em contra
partida nas obrigações alternativas o devedor exonera-se cumprindo uma das prestações dentro
das varias possiveis. Por exemplo, berto tem de entregar a antonio um veiculo automovel de
marca fiat com matricula 00 00 AA ou pagar 1.000 euros. Neste caso berto sóse exonera da
obrigação se entregar o veiculo ou pagar, base legas artigo 543 nº1 CC. Remissão 714 remete
para o 543 nº1 CC. O codigo de processo civil no artg 714 trata no caso particular das obrigações
alternativas, situação em que se abre uma fase preliminar do processo tendo em vista a escolha
da obrigação quando esssa escolha ainda não tenha sido feita.Neste casos a obrigação já é certa
extra judicialmente.
O artigo 714 trata dos caoso em que sendo a obrigaçao alternativa ainda não foi feita antes do
recurso à execução a escolha da prestação. Nos termos do artigo 400 nº1 do codigo civil estando
em causa uma obrigação alternativa a escolha da prestação pode caber ao credor, ao devedor ou
a um terceiro. Se a escolha da prestação couber ao propeio devedor a execução não pode
prosseguir enquanto o executado não escolher por qual das prestações opta, eu entento uma
acção executiva com escritura publica onde o executado tem de pagar 10 mil euros ou entregar o
automovel, neste caso há uma alternativa, a acção não pode processir enquanto o devedor não
escolher.
No caso em que a escolha da prestação cabe ao proprio devedor (no titulo executivo consta que é
o devedor quem escolhe por qual das prestações quer optar) nesse caso o executado tem de ser
citado para deduzir oposição a execução e nesse acto é também notificado para escolher a
prestação que quer optar. Neste caso emconcreto, nos termo do artigo 728 nº1 o executado tem
um prazo perentorio de 20 dias para deduzir a oposição à execução e/ ou escolher a prestação,
salvo se entre as partes tiver sido fixado um prazo superior para a escolha da prestação. Neste
caso do artigo 714, mesmo que o processo executivo em tese seguisse de forma sumaria nos
termos do artigo 550 nº2 (caso em que a execução se iniciava com a penhora de bens) não sendo
obrigação certa o processo tem de seguir forma ordinaria, artg 550, nº3 al) a. Ter atenção à
inversão da intermitação.
Em contra partida se a escolha da prestação couber a um terceiro antes que a execução prossiga
este tem de ser notificado para escolher a prestação. O que acontece se não houver escolha da
prestação? Neste caso em concreto tem de existir um escape. Se nem o devedor nem o terceiro
escolherem a prestação dentro do prazo perentório fixado para o efeito a escolha cabe ao credor.
Nos termos do n3 do artg 714. Se por convenção das partes a escolha da prestação coubesse
desde o inicio ao credor e este no querimento executivo artg 724 nº1 al) h remete para o 714,nº3
este no proprio req executivo escolhe a prestação.
2. exigiblidade: a obrigação é exigivel quando já está vencida ou quando o seu vencimento
depende de mera interpelação do devedor. Assim, nos termos do nº1 do artg 777º do CC
nãohavendo estipilação ou disposição especial o credor pode exigir a todo o tempo o cumprmento
da obrigação, Do mesmo modo o devedor pode a todo o tempo exonerar-se da obrigação
cumprindo-a, se estiver em causa uma obrigação com prazo certo o simples decurso do prazo
implica o vencimento e consequente exigilibilade da obrigação sem necessi de qualquer
interpelação 779 CC. Por exemplo, berto tem de pagar a antoni 1.000 ate aodia 15 de Set quando
é que a obrigação se torna exigivel? A obrigação torna-se exigivel no dia 15 de set. Berto não
paga, se ste não paga ate ao dia 15 de Set apartir do dia 16 fica instuido em mora artg 805 n2 al)
a do cod civil.
Se pelo contario estiverem em causa uma obrigação pura o vencimento da obrigação depende de
interpelação do credor. Exemplo berto só tem pagar mil euros a Antonio quando este lhe pedir. O
vencimento não se confunde com exenquibilidade. A obrigação vence quando o credor interpela o
devedor mas mesmo antes da interpelação a obrigação é exigivel porque o credor a todo o tempo
pode interpelar o devedor .
Se estiver em causa uma obrigação sujeita a uma condição suspensiva, ou seja uma obrigação
em que as partes subordinam a um acontecimento futuro e incerto a produção de efeitos, a
obrigação só se torna exigivel apos a verificaçãio da condição. Nestes casos de obrigações
sujeitas a condições suspensivas ou que o proprio credor tem de efectuar uma prestação cabe ao
credor agora exequente fazer prova no proprio requerimento executivo que a condição já se
verificou ou que ele já cumpriu a sua prestação. Se a prova não poder ser feita por documentos o
exente tem de fazer outra provas seguindo o processo executivos previstos nos n 3 a 5 do artg
715.
Exemplos:
Antonio empresta a Berto 1000 euros e no contrato de mutuo conevncionam que berto só tem de
pagar a antonio essa quantia quando for interpelado para efeito atravez de carta registada com
aviso de recepção. Neste caso em concreto o execuente tem de fazer prova de que interpelou
berto. Tem de fazer prova documental juntando a carta e o respectivo aviso de repção assinado
pelo devedor
Numa transacção judicial o empreiteiro e o dono da obra conevncinam que o empreito obriga-se a
proceder a determinados trabalhos correctivos de deficiências desde que o dono da obra lhe
permita o acesso à obra, Neste caso em concretoo credor tem de fazer prova em principio
testemonhal que cumpriu a sua prestação de permitir o acesso à obra. Nestes casos aplica-seo
artigo 715 nº1.
3. Liquidez da obrigação: a obrigação diz-se liquida quando esta determinada em relação a sua
quantidade, por exemplo a obrigação de pagar 1000 euros. Se estiver em causa uma obrigação
cuja liquidação dependa de uma operação de simles calculo aritemetrico. Por exemplo caulcular
as rendas vencidas desde a propositiria da acção até à sentença este calculo aritemetrico, isto é a
liquidação da obrigação é feita pelo prorio exequanete no requerimento executivo.
Se estiver em causa uma sentença condenatoria em que a liquidação da obrigação não pode ser
feita atravez de uma opereção de simples calculo aritemetrico o credor tem de no processo judicial
abrir um incidente de liquidação de sentença nos termos dos artigos 358 e 609 nº2. Esta regra
aplica-se ao titulos executivos judiciais.
Em contra partida se o titulo executivo for extra judicial não posso aplicar a mesma regra porque
não há processo judicial (não há incidente de liqyidação). Sendo a obrigação iliquida o processo
executivo tem de começar pela citação do executado para que este conteste a liquidação feita
pelo exequente feita no requerimento executivo.
Se a obrigação vencer juros, estes são calculados pelo proprio exequente ate ai dia em que
intenta a acção executiva, porque o execuente não tem poderes de advinhar quando vai receber.
Os juros vincendos são calculados pelo agente de execução desde o dia da propositura da acção
executiva até ao dia do pagamentos . No caso dos juros, estando em causa juros respeitantes a
obrigações de natureza civil a taxa legal é de 4 %.
Exemplo: antonio empresta a berto 1000 sendo uma obrigação civil. Se berto não pagar tem de
pagar juros à taxa legal de 4%
Diversamente seestiver em causa uma obrigação de natureza comercial aplica-se a taxa de juros
de mora prevista no artigo 102 paragrafos 3 e 5 do Codigo Comercial. Esta taxa de juro comercial,
esta indexada à taxa de juro aplicada pelo banconcentral europeu na sua principal operação de
refinciamento em Jan e em julho razão pela qual esta taxa fultua todos os semestres. Actualmente
a taxa de juro comercial é de 7, 15 %. No caso das obrigações comerciais, abaragidas pelo dec lei
62/2013 a taxa de juro por força da alteração introduzida do artg 102 do cod comercial é uma taxa
superioer pelo menos em oito pontos processiais sendo a taxa actual de 8,15%
Exemplo 1: Antonio empresta a Berto 1000 e este tinha de pagar ate ao dia 15 de set de 2013, e
não paga. No documento executivo que é intentado hoje dia 15.10.2014. Vou calcular juros de
mora à taxa de 4% dedsde do dia 16 de set .
Exemplo 2: a empresa a vende mercadorias a empresa b no valor de 1000 euros, sendo que a
empresa b tinha de pagar este forneciemto ate ao dia 15 de set de 2013, Estamos perante uma
tansacção comercial. A intenta uma acção executiva no dia 15.10.2014. Neste caso a taxa legal
fultua todos os semstres, desde 16 de set de 2013 ate 31 de dez de 2013 a taxa de jro era de
8,5% esta taxa de juro é uma taxa agrava pk o dec lei 62/2013 veio alterar o artg 103 Cod
comercial e introduzir o artg 5. entre 1 de janeiro de 2014 ate 30 de junho de 2014 têm de ser
calculados à taxa de 8,25%; e entre o dia 1 de julho de 2014 até à acção executiva a taxa legal é
de 8, 15 %. Quando eu não sei quando vou receber no dia 1 de janeiro de 2015 há uma nova taxa
PS se o comprador fosse um consumidos não é uma transacçã dec lei 62/2013 e no revogado
32/2003
se estiver em causa um titulo executivo que seja uma letra, librança ou cheque mesmo tratando-
se de uma obrigação comercial a taxa de juro máxima +e de 6% nos termo dos artigos 49 nº2 da
lei uniforme de letras e libranças e 42, n2 da lei uniforme dos cheques.
CASO 2
Berta propôs uma ação de divórcio contra António no Tribunal de Família e de
Menores de Braga com fundamento na violação culposa dos deveres conjugais por parte
de António, mais concretamente do dever de fidelidade.
Muito embora António, em sede de contestação, tenha impugnado os factos
aduzidos por Berta na sua petição inicial, o certo é que o Tribunal de Família e Menores de
Braga, por sentença proferida no dia 8 de Julho de 2014, decretou o divórcio do casal e
condenou ainda António e pagar a Berta a quantia mensal de € 350,00 a título de pensão de
alimentos.
Ocorre, porém, que até à presente data António não liquidou a Berta qualquer
quantia, já que, apesar de não ter recorrido daquela sentença, não se conforma com a
dissolução do casamento e subsequente condição de divorciado. Aliás, António tem vindo
a divulgar junto dos seus amigos que ainda continua casado com Berta, uma vez que esta
o teria perdoado e desistido da ação de divórcio. Quid iuris?
Sentença: 8 de Julho de 2014
Tribunal decreta o divórico mais pagar pensão de alimentos
Esta sentença condenatória é título executivo? Artg 10, nº1 esta configura-se numa acção
declaração declarativa constituitiva instintiva artg 10, nº1 e nº3 al) c.
O problema é que esta acção era composta por dois pedidos, as acções de pedidos autonomos.
Há um pedido principal de divorcio e um pedido acessório de pensão de alimentos. Quanto ao
pedido de divórcio, esta sentença não cosntitui titulo executivo, a sentença esgotou-se com o
decretamento do divorcio exetingu-se o efeito util do divorcio. A sentença constitutiva- extintiva
quando ao pedido principal da acção não é tiyulo executivo. Sucede que esta sentença comporta
uma componente condenatória quanto ao pagamento da pensão de alimentos. Nesta parte
antónio não quer pagar a oensão de alimentos. Aqui é toyulo executivo. >Neste concreto
seguemento da sentençauma vez que ela tem uma componete condenatoria a entençaé titulo
executivo quanto ao pagameto da pensaão de alimentos: artigo, 703 nº1 alinea a)
O pedido acessorio ganha titulo executiivo. Berta não pode propor uma acção de simples
apreciação uma vez que o divorcio já esta declarado e reconhecido.
CASOS PRÁTICOS!
15 DE OUTUBRO DE 2014
EXEQUIBILIDADE EXTRÍNSECA E INTRÍNSECA
CASO 1

1. António e Berta, casados no regime de comunhão de adquiridos, celebraram com Eduardo um


contrato de compra e venda de uma moradia situada em Real pelo valor de € 250.000,00.
Na escritura pública da compra e venda ficou estabelecido que o comprador Eduardo
pagou a quantia de € 200.000,00 na data da escritura e que os € 50.000,00 restantes seriam
pagos no prazo de um mês a contar daquela data.
Sucede, porém, que findo o prazo estipulado, não foi ainda entregue aos vendedores
aquela quantia. Inconformados com esse facto e depois de diversas tentativas de contacto sem
sucesso com Eduardo, António e Berta pretendem recorrer à via judicial.
Neste momento esta em divida a quantia de 50.000 mil euros.
a) Que tipo de ação deve ser intentada em juízo?!
1. Art 10, nº1: as acções são de dois tipos:declarativas ou executivas. Neste caso deve ser
intentada uma acção executiva.
2.atg 10, nº5 mas para intentar uma acçãoexecutiva é necessario haver um titulo executivo e além
disso a obrigação exequenda tem de ser certa exigivel e liquidada 713 a 716.
3. Temos de ir ao artigo 703 nº1 para saber se há titulo executivosjá que este elenca os titulos
executivos admissíveis. A divida é de 50.000 euros e esta titulada numa escritura publica que é
um documento autentico (porque é feito pelo notario ou por rntidade com poderes equiparados). A
escritura publica consta no 703, nº1 al B por se tratar de um documento feito por notario ou
entidade...
não basta haver escritura publica para haver titulo executivo, é preciso que este documento
certifique a constituição ou reconhecimento de uam obrigação.
Imagine-se que eduardo declara perante o notario que já pagou e que ant e berta declaram que já
receberam, neste caso a escritura não é titulo executivo pois nela não consta uma obrigação.
Mesmo que haja uma declaração de quitação na escritura publica em que a parte diz que já
recebou e que já recebeu nada impede a propositura uma acção declarativa que se faça porva em
contrario. Adoutrina aplida esta de prova diabolica, já que esta é muito dificil.
Para que este documento ainda que seja autentico tenha valor de titulo executivo é necessario
que o devedor declare que deve a quantia em causa. Para alem disso a obrigação exequaneda
tinha de ser certa exigivel e liquida, artg 713 a 716. Esta obrigação é certa porque esta
determinada em relação à sua qualidade, ou seja, a obrigação de pagamento de uma quantia
pecuniaria em moeda com valor legal. Já não seria certa por exemplo se as partes
convencionassem que Eduardo à sua ecolha pagaria 50.000 mil euros ou 50.000 dolares. Esta
obrigação é exigivel? Depende: se já passou ou não o prazo de 30 dias (prazo convencionado
entre as partes). Será liquida? A obrigação é liquida porque diz a quantidade, 50.000 euros mas o
credor pode ainda no querimento executivo pedir o pagamento de juros moratórios. Fazzendo
uma operação de simples quandro aritemetricos calculando os juros a taxa de 4% 716, nº1.
Estando preenchidos todos os pressupostos, considerendo o tipo de obrigação que esta em causa
seria proposta uma acção executiva para pagamento de quantia certa.

b) Suponha que na data da escritura Eduardo entregou um cheque pré datado no valor da referida
quantia de € 50.000,00, o qual, depois de apresentado a pagamento na data do seu vencimento,
foi devolvido por falta de provisão. Quid iuris?
Eduardo além de se confessar devedor, entregou um cheque de igual montante. Este cheque é
um cheque predatado. O cheque foi entregue hoje mas a data que eu emprego é daqui a 30 dias.
Antonio e Berta podem ir hoje ao Banco tentar descontar o cheque. O banco não pode negar-se a
pagar porque é uma ordem de pagamento ao banco e se efectivamente na conta sacada existir a
quantia de 50.000 mil euros tem de pagar. Se o cheque for devolvido porque a conta sacada não
tem provisão, este cheque não é titulo executivo. Se o cheque for descontado na data acordado
entre as partes e só descontam o cheque na data conevncionada e o cheque é devolvido.
Quantos titulos executivos temos: dois titulos executivos (concurso de titulos) neste caso e se
euestivesse de má féintentava duas acções. No concurso de titulos o credor pode intentar uma
acção executiva com base em qualquer um dos titulos ou com base nos dois.
Exemplos:
1. o cheque foi entregue por francisco a Eduardo já que este devia a eduardo 50.000 euros e
como o eduardo por sua vez devia a ant e berta fez um endosso e entega o cheque a antonio a
berta. Neste caso a responsabilidade é solidaria. Se isto sucedesse antonio e berta poderiam
tomar como titulo executivo o cheque e não aescritura já que aqui haveram dois devedores.
Há situações em que não ineresse em executar esse cheque. Por exemplo a e b deixam passar o
prazo de oito dias para descontar o cheuqe ou o prazo de 6 meses se o cheque fosse devolvido. A
consequencia é que o cheque deixa de ser titulo cambiario, passa a ser um mero quirografo.
Havia um interesse possivel em na propria acção executiva de os autoores comularem os dois
titulos. A vantagem seria que na escritoria só se diz que eduardo no praazo de 30 dias tem de
pagar 50.000 euros. Se antonio e berta não juntarem o cheuqe eduardo pode em oposição à
execução invocar que pagou em notas

CASO 2
! Alberto e Daniel, residentes em Ponte de Lima e amigos de infância, celebraram
um contrato de mútuo com reconhecimento presencial das assinaturas pelo qual o
primeiro emprestou ao segundo a quantia de € 12.500,00, a qual seria integralmente
restituída pelo segundo ao primeiro até 15 de Setembro de 2013.!
! Ocorre, porém, que essa quantia ainda não foi restituída, sendo que Daniel recusase
a atender qualquer chamada para o seu telemóvel feita por Alberto.
a) Que tipo de ação deve ser intentada por Alberto de forma a poder reaver a
quantia mutuada?!
!
! b) A sua resposta seria a mesma sabendo que o contrato de mútuo foi autenticado
por notário?
c) Partindo da hipótese prevista na alínea anterior, imagine que Alberto intentou
uma acção declarativa de condenação e que Daniel não a contestou por reconhecer a
quantia em dívida. Que consequências processuais resultarão desse facto para Alberto?!

CASO 3!
A sociedade Transportes do Minho, Lda., com sede em Guimarães, é titular de um
crédito sobre a sociedade Confeções Rosa & Filhos, Lda. no valor de € 7.500,00, em
resultado da celebração de um contrato de transporte de mercadorias.
Como garantia desse pagamento, a sociedade Confecções Rosa & Filhos, Lda.
entregou uma letra de câmbio, a qual se vencia no dia 15 de Setembro de 2014, não
tendo sido liquidada na data do seu vencimento.
a) Depois de diversos contactos com a gerente da sociedade Confecções Rosa &
Filhos, Lda., a sociedade Transportes de Minho, Lda. decide contactar um advogado de
forma a reaver a quantia em dívida. Quid iuris?
b) A sua resposta seria a mesma sabendo que o serviço prestado pela sociedade
Transportes do Minho, Lda. consta tão só de uma fatura emitida à sociedade Confeções
Rosa & Filhos, Lda., da qual consta que a quantia de € 7.500,00 teria de ser liquidada no
prazo de quinze dias?!

Aula 29.10.2014

Consequaencias da violação de regras de competencia


Tal como na acção declarativa, também na acção executiva a violação das regras de competencia
em razão da materia, valor, hierarquia ou territorio gera a incopetencia absoluta ou relativa do
tribunal.
De todo p modo no ambito daacção executiva assume particular relevancia a regra do artg 104 nºa
que permite ao tribunal, conhecer ofisiosamente a incompetencia relativa na acção executiva.
Assim o tribunal pode conhecer oficiosamente a imcompetencia em sede executiva quando esteja
em causa a execução de sentenças artg 85 nº1 e quando esteja em causa a execução de titulos
executivos extra judiciais, nomeadamente a acção executiva para entrega de coisa certa, para
pagamento de quantia certa benefecianddo a divida de garantia real ou acção executiva para
pagamento de quantia certa sendo o executado pessoa singular. Artg 89 nº2 e nº1 1 parte. Significa
isto que as partes não podem celebrar pactos de competencia nos caos abrangidos pelo artg 104º.
2º pressuposto: patrocionio judiciariario. Diversamente do que sucede na acção declarativa na
executiva existem regras especiais em materia de patrocinio judiciario. Assim na acção executiva
não se aplicam os artigos 40 a 52 mas antes o artigo 58
Regras do patrocinio judiciario na acção executiva:
1. é obrigatoria a constituição de advogado se o valor da execução for superior a 30 mil euros ou
seja a alçada da relação bem como nos caos em que o valor da execução é igual ou superior a
5.ooo euros e um centimo e inferior a 30.000 euros quando seja deduzido algum incidente
declarativo ex: oposição à execução ou oposição à penhorados

2. nas execuções de valor superior à laçada da comarca, cujo o valor é pelo menos 5.000,1 em que
não seja deduzido qualquer incidente declarativo é obeigatoria a constituição de advogado,
advogado estagiario ou solicitador

3. nas execuções de valor igual ou inferior a 5.ooo não é obrigatorio o patrocinio judiciario.
Ou seja, inferior a 5.000 euros não é obritorio judiciarios, de 5000,1 até 30.000, advogado,
advogado estagiario ou solicitador e superior a 30.000 advogado
3 pressuposto: legetimidade processual.
Tal como no patrocinio judiciario também na acçãoexecutiva existem regras especiais em materia
de legetimidade. Assim na acção executiva não se aplicam os artigos 30 e ss mas antes os artigos
53 e ss.
Na acção executiva oestabelecimento da legitimidade processual é mais facil do que na acção
declarativa. Isto porque no processo executivo vigora principio da legetimidade formal.
Ou seja, a legetimidade é defenida em função do titulo executivo. Assim, tem a legitidade activa
(pode ser execuente) quem no titulo aparece como credor; e tem letemidade passiva (pode ser
executado) quem no titulo aparece como devedor. Significa isto que o execuenten não tem de ser
necessariamente o verdadeiro credor e o executado não tem de ser necessariamente o verdadeiro
devedor.
Exemplo: A emprestou a B 5.000 euros e B confessou-se devedor.
O verdadeiro credor é o A, e o B é o verdadeiro devedor.
Na acção executiva não interessa quem é o verdaeiro devedor ou credor, uma vez o que conta é
quem consta no titulo executivo como deverdor ou credor. Se o titulo for ao portador, o execuente
será o portador do titulo.

Execepções à regra da legitimidade formal


o artigo 54 consegra diversas exepções à regras da legitimidade formal na acção executiva:
1. sucessção no direito ou na obrigação: tendo havido uma sucesseção inter vivors ou mortis causa
no direito ou na obrigaçãp, do lado do credor ou do lado do devedor, a execução deve decorrer
entre os sucessores das pessoas que no titulo executivo figuram como credor ou devedor.
Assim, se a sucessção se tiver verificado antes da propositura da acção executiva, no proprio
requerimento executivo, o execuente deve invocar e provar os factos respeitantes a essa
sucessão. Diferentemente se a sucessão se verificar na pendencia da sucessão torna-se
necessario deduzir um incidente de habititação atgs 351 a 357.
exemplo: atravez de escritura publiaca, a celebrou com b um contrato de mutuo atravez do qual à
emprestava a b a quantia de 30.000 euros. Entretento apos o vencimento da obrigação, A que era
viuvo morre e deixa dois filhos (C e D). O B continua a ser devedor dos filhos. Aqui a acção
executiva é movida pelos herdeiros tendo de explicar que é por mortis causa.
Exemplo 2: a acção é porposta por A vivo, e depois morre. Neste caso como a morte acontece na
dependencia – incidente de habilitação (artg 35 a 37º)
2. dividas providas de garantia real: se a dividada benefeciar de uma garantia real. Ex: penhor
sobre coisas moveis ou hipoteca sobre coisas móveis, se o credor quieser executar essa garantia,
a acção executiva deve ser proposta contra o titular do direito dadoem garantia. Por exrmplo, por
escritura publica A empresta a B 5.000 euros. O C faz uma hipoteca voluntaria a favor de A, se eu
quieser penhorar este imovel tenho de mover a acção executiva contra o propriatario do imovel.
Não posso mover a acção executiva apenas contra b e esque cer C pois o artg 735, nº1 só se
podem penhorar bens do executado. A só pode mover a acção executiva apenas contra o C,
apenas para penhorar aquele imovel.
O que acontece se o A não consegueguir os 50.000,uma vez que vendido só vendeu por 30.000.
Bem neste caso em que a venda não cobre a divida, A pode chamar na mesma acção executiva a
pagar o resto 54, nº3.
O C tem direito de reresso sobre o B.
3. execução de bens na posse de terceiro: se os bens onerados pretencerem ao devedor mas
tiverem na posse de um terceiro, o credor execuente pode mover a acção executiva contra o
devedor e o terceiro. O objectivo desta regra é o de evitar a devoção de invargos de terceiro
contra o credor. Artg 54, nº4. A compra uma casa e tem uma hipoteca ao banco no valor de
200.000 e A não paga e cede a casa ao C. Se o banco não mover também a execução contra este
possuidor, o C quando a casa for penhorada pode exegir embargo de terceiro. 54, nº4 se o banco
souber que esta casa esta na posse de terceiro, o banco pode mover a acção executiva contra
este terceiro pare evitar embrago de terceiro.

Legitimadade plural
Na acção executiva podem verificar-se casos de leitimadade plural sendo a situação mais
frequente a do livre desconcórcio. O regime de desconsório na acção executiva é o disconcorcio
voluntario, seja ele activo ou passavo. Casos em q eua acação executiva pode ser propostas por
vários credores contra varios devedores ou varios credores contra um devedor.
O caso paradigamatico +e o as obrigações conjuntas, o das obrigações solidárias e o das
obrigações que beneficiam de garantia real sobre bens de terceiro. Caso em que o credor pode
mover a acção executiva contra um ou alguns ou todos os devedores e no caso das dividas com
garantia real sobre bens de terceiro contra o terceiro, o devedor pu o devedor e o terceiro. Mas na
acção executiva podem também verificar-se caoso de listesconsórcio necessário é o que sucede
nomeadamente quando a lei ou o negocio juridici imponam uma presença de todos os
interessados bem como nas acções executivas para entrega de coisa certa quando a coisa
pretença a várias pessoas.
Listisconsórcio sucessivo: o CPC preve a pussiblidade de se verificar a intervençao de credores
ou devedores já na pendencia da execução. Por exemplo, nos termos do artigo 54, nº2 se a acção
executiva for movida apenas contra o terceiro titular do direito dado em garantia. O credor pode
chamarposteriormnete na mesma execução o devedor.
Por exemplo nos termos do artigo 745º se a divida beneficiar de uma garantia pessoal (fiança) se
a acção executiva for movida inicialmte contra o devedor inicial e se os bens deste forem
insuficientes o foador pode chamar o devedor secundario
do mesmo modo se a acção for movida inicialmente contra o fiador e se este invocar o previlegio
da execução previa, nesse caso o execuente pode chamar o devedor principal.
Se estiver em causa uma dividada da responsabilidade de ambos os conjugues mas a acção
executiva for movida aoenas contra um deles o credor pode na endncia da execução invocar que
a divida é comum aocasal e suscitar a conevençõ do ouro conjugue 741,nº1

Comulação de execuções
O CPC premite que sejam comuladas execuções, seja inicialmete, seja de forma sucessiva. No
casos da comulação inicial. Temos de distinguir se o titulo é judicial ou extra judicial. Se o titulo
executivo for judicial o Novo CPC premite ao credor comolar na mesma acção executiva todos os
edidos julgados precedentes.
A senhorio, B arrendatario e o B não paga. A prppoe uma acção declarativa em que pede duas
coisas: despejo mais pagamento de rendas vencidas. A acção é julgada procedente. Originando
uma sentença condenatória. Antigamente tinhamo que propor duas execuções: para entrega de
coisa certa e uma acção para pagamento de quantia certa.
Agora no novo CPC eu posso pedir a execução da sentença nos proprios autos (85 nº1) e nesta
fase da sentença eu vou pedir as duas coisas.
Tem vasntagens economicas mas também uma vantagem politica importante, em termos
estatisticos foi possivel reduzir as acções.
Esta comulação de execuções, seja fundada em titulo executivo extra juducial sóé permitida
desde que não se verifique nenhum dos obstaculos previstos no artg 709 nº1. Por outro lado é
possivel requerer em sede executiva a comulação sucessiva de execuções fundada em titulos
executivos deviersos. Artg 711, pode-se na acção executiva cumular dois ou mais execuções.
Artg 56º permite em sede executiva e afastando as regras do processo declarativo dos artigos 36
e ss a coligaçºao de execuentes ou de executados. Esta coligaçao pode verificar-se com base no
mesmo titulo ou com base em titulos diversos e só é permitida desde que se verifique nenhum dos
impedimentos previstos no artg 709 nº1.

CASOS PRÁTICOS
22 DE OUTUBRO DE 2014
EXEQUIBILIDADE INTRÍNSECA
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

Carlos e Daniela, casados no regime de comunhão de adquiridos, residem em Braga.


Em meados de Setembro, Eduardo, amigo de longa data de Carlos e Daniela, pediu-lhes
que lhe emprestassem a quantia de € 10.000,00 por forma a que este lograsse liquidasse
liquidar alguns compromissos e dívida junto de diversas instituições financeiras.
Para o efeito, Carlos, Daniela e Eduardo celebraram entre eles um contrato de mútuo, que
viria posteriormente a ser confirmado perante um notário, por via do qual Carlos e Daniela
declararam que emprestavam a Eduardo a quantia de € 10.000,00, quantia essa de que este
se confessava devedor e, bem assim, que tal quantia apenas teria de ser restituída quando
Carlos e Daniela interpelassem Eduardo para o efeito, através de carta registada com aviso
de receção a ser remetida para o seu domicílio.
a) Sabendo que, até à presente data, Eduardo ainda não restituiu a Carlos e Daniela a quantia
mutuada, seria possível intentar uma ação executiva?

b) Em hipótese distinta da anterior, suponha que nesse contrato de mútuo ficou estipulado que,
no dia 15 de Outubro de 2014, Eduardo, à sua escolha, pagaria a António e Berta a quantia
mutuada de €
10.000,00 ou entregar-lhes-ia um veículo automóvel de que é proprietário, com a matrícula 00-00-
AA.
Quid iuris?

c) Quem seriam as partes legítimas na ação executiva, sabendo que Eduardo é casado com
Filipa e que aquela quantia de € 10.000,00 foi utilizada por ambos para a satisfação de dividas
comuns?
Artg 53º n1, temos que analisar o título executivo. Vamos ao titulo executivo verificar quem surge
com credor neste caso (Carlos e a Daniela) e o devedor (Eduardo). Pela legitimidade formal quem
será executado será o Eduardo. Artg 53º. Só que o enunciado diz-nos que este dinhero foi
utilizado pelos dois. C e D podem invocar que esta divida foi contraida em porveito comum do
casal Eduardo e Filipa mas a Filipa não surge no titulo executivo. Por isso na acção executiva
tenho de afirmar que esta divida foi em proveito do casal.
A vantagem de eu dizer que a divida é dois dois é para ter um patrimonio mais basto e poder
penhorar o patrimonio dos dois.
Isto pode ser feito em dois casos: neste caso linconsórcio voluntário inicial porque pode propor a
acção apenas contra E. C eD nos termos do artg 724 nº1 al)e, podem propor a acção logo contra
nos dois no requerimento executivos os execuentes têm de alegar factos nos quais justifiquem
que esta divida é comum.
Mas pode dar-se o caso de o C e D apenas movam a acção apenas contra Eduardo e podem
arrepender-se. Por isso na pendencia da acção eu vou dizer que afinal esta dividaé do casal
linconsórcio voluntario sucessivo. Artg 741
Execpeção à legetimidade formal porque vou mocer a acção contra alguém que não consta no
titulo executivo.
d) Qual seria o tribunal competente para o conhecimento da execução sabendo que Eduardo
reside em Guimarães?
1.Relação jurídica interna. Competência interna. Artigo 60 nº2.
2. competência em razão da matéria: artigo 64 + artg 40 da lei LOSJ. Competencia subsidiaria, ou
seja, são competentes para o conhecimento para o conhecimentos de todas as auasa não
atribuidas a outras entidades jurisdicionais. Artg 31 nº2 LOSJ e dentro das instancias contrais
podem ser criadas de instancias especializadas nomeadamente d execução 32 n º al g. assim
para além dos tribunais judiciais serão comptentes se esxistirem as secçoes de execução artg 129
LOSJ
3. competencia em razão do valor: se existir uma secção de execução é esta a competente para o
conheciemento independentemesnte do valor da execução. Se não existir secção de execução
temos de atender ao valor da execução. 10.000 euros. Nestes casos temos de extinguir entre
estancias centrais civeis cujos valores têm de ser 50.000 ou mais; estancias locais 50.000,00 ou
menos.
4. competencia em razão de hierarquia: são sempre competentes os tribunais de comarca. A
execução corre sempre na comarca
5. competência em razão do territorio:saber se o titulo executivo é judicial ou extra judicial. Se for
judicial aplicamos o artigo 85 se for extra judicial aplicamos o 89. No caso em concreto, o titulo é
extra judicial pois trata-se de um documento autenticado. Se é extra judicial aplicamos o artigo 89º
só que dentro deste artgo 89 temos de saber se se aplica o nº1 ou o nº2. Primeiro verificamos se
se aplica o número 2 e depois senão aplica-se o numero 1. O numero 2 não se aplica ,aqui,
porque não benefecia de garantia real (ex. Hepoteca ou penhor). Então temos de aplicar o numero
1. Regra geral: o tribunal do domicilio do executado, 89, nº1 1ªparte. Exepção: se o executado for
pessoa colectiva ou se execuente ou executado residirem ambos na area metropolitana do porto
ou lisboa o exequente pode escolher propor a acção no tribunal do dimicilio do executado ou no
tribunal do cumprimento da obrigação.
Neste caso o executado reside em Guimarães. Não é pessoas colectiva e não residem nem no
porto nem em lisboa. Ora tenho de aplicar a regra, consagrada na 1ª parte do nº1 do artigo 89º.
O executado reside em guimarães.
Na comarca de Braga duas secções de execução: a secção de execução de Guimarães e secção
de execução de Vila Nova de Famalicão.
Uma vez que Eduardo reside em Guimarães seria compretente a secção de execução de
Guimarães.
p. 2210 do diário da rep

Tramitação da coisa executiva para pagamento com forma de processo ordinário.

Nos termos do artigo 550º n1. A acção executiva para pagamento de quantia certa pode seguir
forma ordinária ou sumaria.

A forma sumaria aplica-se nos casos em o titulo executivo apresenta uma maior segurança juridica
ou em que o valor de execução não ultrapassa a quantia de 10-000 euros. Artigos 855º e ss.

O Processo ordinário aplica-se de forma subcidiaria aos demais casos e a sua tramitação está
prevista nos artigos 724º e ss.

No que diz respeito à tramitação da acção executiva sob forma do processo ordinário, o processo
inicia-se com a apresentação junto do tribunal competente do requerimento executivo. Em relação
ao requerimento executivo, a lei determina que este deve obdecer a determinados requesits formais.
Desde logo, o execuente deve identificar de forma tão complta quanto possível as partes indicando
os seus domicilios, nº de identificação fiscal, profissões, locais de trabalho, filiação, estado civil e
número de identificação civil. Esta indicação é importante seja para evitar que a execução corra
contra pessoas erradas seja para facilitar a identificação e penhora de bens. Por exemplo, a
execução é intentada contra manuel silva residente do lugar de Penedo. Se não identificar o numero
fiscal ou outros documentos, corre-se o risco de se identificar outro manuel silva que não odevedor.
Por sua vez a identificação do local de trabalho é importante seja para facilitar a citação do
executado, seja para premitir a penhora de creditos laborais.

Além do mais No requeromento executivo o execuente deve indicar o domicilio do mandatario nos
casos em que o patrocinio seja obrigatorio nos artigos 58º. Deve igualmente o execuente nos termos
dos artigos 720 e 722 indicar o agente de execução ou o oficial de justiça que ficará incombido de
realizar as diligencia executivas. Para alem disso o execuente deve designar o fim da execuçã 10º
n6 bem como a forma do processo executivo nos termos do artigo 550º. Se o titulo executivi for
omisso quanto à natureza e aos factos que fundamentam o pedido ou se estiver em causa um titulo
de credito enquanto crirografo da obrigação, oexequente deve igualmente expor os factos que
sestentam o seu pedido e formolar o respectivo pedido nos termos do artg 554 a 557.

Para alem disso o execuente deve indicar o valor da causa à luz do desposto nos artigos ??? a 310º
e tornar a obrigação certa exeigivel e liquida 714 a 716. quando esta não o seja em face do titulo
executivo.

Por outro lado na enetualidade de o execuente nos termos do artigo 741 pretender invocar a
comunucabilidade da divida. Extender a execução ao conjugue do devedor, o execuebte deve no
requerimento executivo desde que o tituloseja extra judicial, nos termos do artg 703 nº1 al b a d,
invocar os factos qye fundamentam essa cumanicabilidade

Por ultimo o NCPC que o execuente no requerimento executivi indique umNº de identificação (NIB)
para efeitos de recebimento da quantia execuente. O codigo preve igalmente que o execuente deve
bens a penhora indicando logo quais são esses bens e os demais elementos que se revelem
necessarios para a execução dessa penhora.

Em ultimos lugar ao apresentar o requerimento executivo o execuente deve juntar procuração


forense no caso de haver mandatario constituiodo exepto se a execução decorrer nos proprios autos.
Para alem disso deve o execuente juntar uma copia ou o originl do titulos executivos consoante
respectivamente o documento seja entregue em suporte electronico via Citius ou via papel. Neste
particular o novo codigo de processo civil veio introduzir uma lateração, com efeito 703 mº1 al c
titulo de credito o execuente no prazo de 10 dias apos a distribuição tem de juntar ao processo o
original do titulo executivo. O objectivo do legislador foi de evitar a multiplicação de ---- com base
no mesmo titulo a credito.

Para alem disso, oexecuente deve juntar o documento da taxa de justiça.

Quando é que o requerimento executivo se considera apresentdo. Muito embora o artigi 259, n1 a
instancia considera-se iniciada com a apresentação da petição inicial no tribunal, o artigo 724 nº 6
estabelece um regime especial. Este regime especial derroga o n 1 do 259. Isto pk mesmo que o
requerimento executivo seja enviado para tribunal este só se considera apresentado na data ao
pagamento do agente de execuçãoda provisão de despesas.

Uma vez apresntado o requerimeto executivo este pode ser recusado pela secretaria, já que éesta
a entidade competente para tramitar inicialmete aexecução no processo ordinario. Se a secretaria
recusar o requerimento executivo esta deve fazê-lo por escrito e de forma fundamentada cabendo
reconveção dessa recusa para o juiz. A secretaria so pode recusar o requeriemnto executivo com
base em vivios formais, designadamente se o requerimento executivo não obdecer ao modelo oficial,
se o execuente em violação de disposto do artg 10, nº6 e 724º nº1 al d) não indicar o fim da
execução em alguns dos casos previstos do nº 1 do 724 se não or aoresentado a titulo executivo
ressalvando a possiblidade de aprefeiçoamento nos termos do artg 726 nº 4 ou se não for paga a
taxa de justiça.

A secretaria pode recusar na falta de indicação do NIB725, nº1 al c) conjugado com o artigo 724º
n1 al K.

Se não houver qualquer recusa do requerimento executivo, o processodeve ser remetido ao juiz
para que seja prometido despacho … nº1 do artigo 726.

Quando o processo é recebido pelo juiz este pode proferir um de quatro despachos possiveis:

1- despacho de indeferimento liminar total: de acordo com a jurispridencia e acordão da relação de


evora de 12 de DEZ de 2011 deve ser reservado aos caosos em que existam vicios detal forma
graves que não possam ser corrigidos. Quais são esses vicios: são os previstos no nº2 do artg 726º.
O casos mais comum é o da falta ou insificiencia do titulo executivo. Verifica-se a falta do titulo
executivo quando o documento dad a execuçaõ não consta no artg 703 n 1. exemplo, a acção
executiva é proposta tendo por base um titulo executivo assinado pelo devedor. Por sua vez verifica-
se a insuficiencia do titulo executivo quando este apesar de constar no elenco do nº 1 do artg 703
não reuna os requesitos de execuabilidade da pretenção nele fundada (acordão da relação do porto
de 25 de jan de 2011 ). por exemplo, o contrato de compara e evenda celebrado por particular. Apra
alem disso o juiz deve indeferir quando se verificam expecções dilatirias insanaveis. Os restantes
casos de indeferimento total prendem-se com axecuções arbitaris ou titulos negociaos nas
hipoteses perevistas no c e d do nº2 do 726. se o juiz indeferiri totalmente o requerimento executivo
cabe sempre recurso de apelação 853 nº3

2- despacho de indeferimento liminar parcial: este despacho de indeferimento liminar parcial deve
ser proferido quando noemadamente o execuente peticione mais do que aquiloque o titulo lhe dá
em violção do disposto 10, nº5. Ou quando a execução seja por propsta por ou contra mais pessoas
do que as legitimidads pra o efeito nos termos do artg 53º. Exemplo: a propoe uma execução contra
B com base num cheque no valor de 5.000 euros e pede pagamento da quantia de 10.000 euros,
neste caso o juiz indifere parcialmente. Exemplo 2:A e B propõ em uma execução contra C com
base num cheue que foi entregue por C a A. Neste acaso sendo B parte ilegitima à luz do artigo 53º
o juiz deve indeferiri o req executivo mas de forma parcial. Ou seja manda a execuçãoprosseguir
apenas entre a e C, a titulo parcial portanto.
3. despacho de convite ao aprefeiçoamento: deve ser utilizado sempre que possivel ao abrigo dos
principios da economia processual, da coopreracao e da gestão processual 7. neste caso o juiz
convida o execuente a corrigir pquenas irregularidades ou vicios que sejam passivesis de ser
sanados. Exemplo: o execuente no requerimento executivo faz referenci aoa titulo executivo mas
por lapso nãoo junta sendo que eese requerimento tbm não fou recusado pela secretaria. Relação
do porto

exemplo: a execução é fundada numa acta de assembleia de condominio e dessa acta não consta
a aprovação de cada condomino. Neste caso o juiz deve convidar o execuente a juntar a acta da
qual conste a aprovação dessas despesas.

A acção é proposta com base um contarto de credito ao consumo, pesso financiamento ao banco
para comparar um carro que é aprovado. Este finaciamento não é titulo executivo. O banco tem de
demostrar que emprestou efectivamente esse dinheitro.

Nestes casos o juiz deve convidar o execuente a provar a quantia que emprestou ao executado.
Mas o juiz só pode fazê-lo se o execuente no requerimento executivo tiver alegado essa uantia
(acordão da relação do porto de 16 de Dez de 2000). Se o juiz e este não responder ao combite
indefere a execução.

4. despacho de citação do executado: se o requerimento executivo não apresentar qualquer vicio


ou se esse vicio tiver sido sanado na sequencia do despacho de convite ao aprefeiçamento e se
não tiver sido requerido a dispensa de citação previa, o juiz profere um despacho a ordenar a citação
do executado para que este deduza oposição à execuçõ. Nessa eventualidade se o execuente tiver
invocado ao abrigo dodisposto no artigo 541 acomunacabilidade da divida o juiz ordena a citação
do executado e do seu conjugue. Como cabe ao agente de execução fazer a citação nos termos do
artig 720 conjugdo com o nº1 do 719 a secretaria envia o processo para o agente de execução. No
requeriemnto executivo o execuente pode perdir a dispensa de citação previa, ou seja pode pedir
que o executado sóseja citado depois da penhora dos seus bens. Significa isto que o execuente
pede ao juiz para inverter a tramitação normal do processo executivo ordinario. Este pedido de
dispensa previa, pode ser feito numa fase inicial ou na pendencia da execução. O pedido éfeito
numa fase inicial quando o execunete à semelhança do que sucede com oprocedimento cautelar
de arrento, invoca um fundado receio de perder a garantia patrimonial do credor. Neste caso se o
juiz intender que esse receio é fundado dispensa a citação pervia do executado. Por sua vez o
pedido de dispensa pode ser feito na pendencia da execução quando se verifiquem dificuladades
anormais na citação do executado. Neste caso o execuente pode invocar que esta dificuldade da
citção doexecutado e o descurso do tempo comprometem a satisfação do seu credito.

Nestes caoso o execuente respinde civelmente se tiver agido de forma culposa nos permos do
artigo 858º

CASOS PRÁTICOS!

05 DE NOVEMBRO DE 2014!

EXEQUIBILIDADE INTRÍNSECA!

A sociedade Metalnorte, Lda., com sede em Braga, forneceu à sociedade Construções

Lanhoso, Lda., com sede na Póvoa de Lanhoso, duas toneladas de aço, no valor de € 5.000,00,

tendo tal fornecimento ficado a constar de uma fatura, assinada pelo sócio gerente da
sociedade
Construções Lanhoso, Lda., da qual resulta que essa quantia de € 5.000,00 devia ser
liquidada

até ao dia 15 de Outubro de 2014.

a) Sabendo que essa fatura ainda não foi liquidada até à presente data, seria possível

recorrer desde já a uma ação executiva?!

Artg 10 º, nº1

Artg 10, nº4 dá-nos a noção de acção executiva.

Para haver acção executiva tem de haver exequablidade estrinseca, titulo executivo 10, nº5

o titulo executivo, cumpre duas funções: define os limites da execução e define os fins da
execução.

703 nº1 limitesdo titulo executivo. Se antes a fatura era titulo executivo nos termos do artigo
46, nº1 al c do antigo codigo civil. No novo Codigo 703, nº1 esta fatura mesmo assinada pelo
devedor não é titulo executivo. Se esta fatura não é titulo executivo o credor tem de se monir
de titulo executivo, o credor tem de recorrer a um procedimento declarativo. Quais são sos
possiveis? Processo de injunção Dl 69/98; acção especial para o cumprimento de obrigações
pecuniarias emergentes de contratos DL 269/2008; acção de condenação como processo
comum art 10, nº3 al c. isto tudo para tentar obter um titulo executivo.

Regras especiais: previstas no artigo 10 do DL 62/2013. Duas regras: nos casos das
transavções comerciais é possivel recorrer a uma injunção. Pelo numro 4 até 15.000 euros
se o credor quiser reccorer a uma injunção não pode optar entre a AICOP e a acção comum.
Artg 10, n4 DL 62/2013. se fosse 15 mil euros e um centimo a mais, nãopodia recorrer a AICOP.
A unica via que é sempre admissivel é o procedimento de injunção.

e exequalibilodade intrinseca: a obrigação exequenda tem de ser certa.... 714, 715 e 516

b) Quem seriam as partes legítimas para a ação executiva?!

c) Qual seria o tribunal competente para a execução?!

d) Em hipótese distinta das anteriores, suponha que a sociedade Construções Lanhoso,

Lda., aquando do vencimento da fatura, entregou à sociedade Metalnorte, Lda. uma letra de

câmbio que lhe havia sido endossada pela sociedade Ferrimport, Lda., letra essa que fora

avalizada por António, sócio gerente da Ferrrimport. Quid iuris?

e) Partindo das hipóteses previstas nas alíneas a) e d), qual seria a forma e a tramitação

da ação executiva?!

2 teste:
Regime da penhora dos bens comuns
Só podem ser penhorados bens bens de quem é executado nº1 do artg 735 sem prejuízo da
possibilidade de penhora dos bens de terceiros nos termos dos artigos 54 nº2 e 735 nº2.
Neste domínio atributivos da penhora o artigo 740 regula a penhora de bens comuns do casal
quando a execução seja movida contra apenas um dos conjugues.
O regime da penhora dos bens comuns do casal o CPC distingue tres tipos de regimes: artigos 1717
e ss CC
Exemplo:
A e B casam-se e adquirem um apartamento, não é um bem comum pk neste caso não há bens
comuns.
Como no regime da separação de bens não há bens comuns o artigo 740 CPC não se aplica quando
os conjugues são casados neste regime de separação de bens.
No regime da comunhão de adquiridos são bens comuns os bens adquiridos na constância do
casamento-. 1724 e ss CC
regime comunhão geral de bens, são bens comuns do casal os bens existentes 1732 a 1734
Para se perceber o regime do artg 740 importa o regime substantivo patrimonial das dividas dos
conjugues. Assim e de acordo com o CC, pelas dividas que são da responsabilidade exclusiva de
um dos conjugues, respondem em primeiro lugar os bens próprios conjugue executado e de forma
subsidiaria a sua nominação do bens comuns do casal 1696 CC. Diversamente pelas dividas de
responsabilidade ambos os conjugues respondem em primeiro lugar os bens comuns do casal e
subsidiaridade por bens próprios de cada um deles os quais respondem de forma solidaria.
Artigo 740 do CPC aplica-se aos casos em que a acção executiva é movida apenas contra um dos
conjugues e são penhorados bens comuns do casal.
A e B são casados no regime de comunhão de adquiridos. António antes de se casar com Berta tinha
um automóvel que é um bem próprio de António. A resolve reparar o carro que vale 500 e contraiu
um divida de 1300neuros . Neste caso dita o artigo 1696 CC mais artigos 737 nº2 al D), em
primeiro lugar responde o automóvel.
O carro é vendido por 400 falta ainda pagar 900 euros mais custas judiciais, posso penhorar o
apartamento? Não porque é bem comum do casal uma vez que o apartamento pertence aos dois e
Berta não tem qualquer responsabilidade por esta divida.
Mais do que isso só posso penhorar o exequente. Mas diz o código civil que podemos penhorar a
“miação” dele no apartamento, o CPC no artg 440 nº1 se numa acção executiva movida contra
apenas um dos conjugues os bens próprios do executado forem insuficientes e por esse motivo
forem penhorados bens comuns do casal, o conjugue do executado tem de ser citado pelo agente de
execução para no prazo de 20 dias requerer a separação dos bens ou juntar ao processo executivo
uma certidão judicial comprovativa de que essa acção de separação de bens já esta pendente. Se o
conjugue do executado não for citado para essa finalidade ele pode deduzir embargos de terceiro
nos termos do artg 343 do CPC já que foi penhorado um bem comum do casal e ele não tem
qualquer responsabilidade por essa divida.

Para além da penhora, o CPC Prevê a possibilidade de o executante invocar que a divida é comum
ao casal. Com efeito nos termos artigo 53, no processo executivo vigora o principio da legitimidade
formal. A execução deve ser promovida contra quem vigora no titulo como devedor. Pode no
entanto suceder que apesar de no titulo executivo figurar um dos conjugues como devedor a divida
seja comum do casal ou eventual comunicável nesse caso passam a responder não só os bens
próprios do executado e a sua menção de bens comuns mas também todos os bens próprios e
comuns do casal.
Considerando o principio da legitimidade formal se o titulo executivo figura apenas um dos
conjugues na acção executiva só podem ser penhorados os bens próprios desse conjugue e
subsidiariamente dos bens comuns do casal.
Mas o credor pode alargar a execução ao conjugue executado. Uma vez que o conjugue executado
não conta no titulo executado, pode o credor afirmar na pendência da execução que é um bem
comum do casal. Isto nos termos dos artigos 1690 e 1691 do CC. Nesse caso, se a divida for
considerada comum a execução prossegue quer contra o conjugue que litiga quer contra o outro
conjugue pelo que o património que passa a responder pela divida será o património comum do
casal. E se este não existir e for insuficiente o património de qualquer um deles.
Este regime da comunicabilidade da divida só pode ser extra judicial, alguns dos previstos no 703
nº1 al b. Se o titulo executivo for judicial tinha de ser declarada em sede declarativa. Regra: titulo
extra judicial pode invocar a comunicabilidade da divida pode, titulo judicial não. Se invocar a
comunicabilidade da divida o conjugue do executado tem de ser citado para no prazo de 20 dias
dizer se aceita ou não a comunicabilidade da divida, neste caso pode dar-se uma de três situações:
1. o conjugue expressamente aceita a comunicabilidade da divida, se o fizer passa a ser executada
respondem os bens comuns do casal e na sua falta bens próprios de qualquer um deles;
2. o conjugue executado deixa passar o prazo e nada diz, nesse caso o silencio equivale a aceitação.
3. o conjugue do executado impugnada a comunicabilidade da divida, podendo fazê-lo por oposição
à execução se a comunicação foi invocada, 724 n1 al d) + 741 n3 al a. ou em oposição ao incidente
se a comunicabilidade foi invocada na antecedência da execução.
Se o execunete alegar que a divida é comum do casal o processo executivo segue forma ordinaria
nos termos do artg 550 nº3 al c
Se for movida uma acção executiva apenas contra um dos conjugues e se forem penhorados bens
próprios dele, o executado pode em oposição a penhora alegar que a divida é comum ao casal.
Desde que o titulo executivo seja extra judicial. O conjugue é citado para declarar se aceita ou não a
comunicabilidade da divida. Neste caso se o conjugue se opuser ou se o próprio exequente
impugnar essa comunicabilidade, abre-se um incidente declarativo e suspende-se os bens próprios.
Penhora de bens em regime de copropriedade ou em património autónomo. Se for movida uma
acção executiva contra co-titular de um bem autónomo em copropriedade ou de um bem indiviso o
agente de execução não pode penhorar o bem em si nem tão pouco uma parte especificada desse
bem sob pena de fazê-lo os demais titulares embargarem de terceiro. Diversamente o agente de
execução só pode penhorar o pinhão ou a quota parte do executado desse bem.
D move uma acção conta A, feita a pesquisa de bens o agente de execução constata que o único
patrimonio de a um terremo do qual B e C são coproprietário. Se quiserem b e c podem embargar de
terceiro 742 CPC. Não posso penhorar uma parte especificada do bem. O que eu posso fazer é junto
do registo predial registar a penhora da quota parte de A

Penhora de bens contra herdeiro, 54 nº1 prevê a possibilidade da acção executiva ser movida conta
o sucessor da obrigação. Pode suceder que essa sucessão seja mortis causa. Se o herdeiro não
repudiar a herança na execução movida contra o herdeiro ou herdeiros só podem ser penhorados os
bens que tiver recebido da herança. Se forem penhorados bens que não pertençam a herança este
pode pedir que se levantado desde que indique outros bens da herança que não tenham sido ainda
penhorados.
Penhorabilidade subsidiaria, o artg 627 do CC dispõe que o fiador garante pessoalmente a satisfação
do direito de credito com efeito ao contrario do que sucede por exemplo com o penhor e hipoteca
que são garantias reais no caso da fiança verifica-se uma garantia real. Por sua vez o artigo 628 do
CC consagra o beneficio da execução previa segundo o qual o fiador pode recusar o cumprimento
enquanto não se esgotarem todos os bens do devedor principal, salvo se nos termos do artigo 640 al
a do CC co fiador tiver denunciado ao beneficio da excursão previa. Assim se for movida uma
acção executiva contra o executor subsidiário não podem penhorar-se os seus bens enquanto não
estiverem penhorados. Desde que o devedor invoque o beneficio da execução previa. Nesse caso se
esse beneficio for invocado o executado pode na própria acção chamar o devedor principal 735 nº2
Se for movida uma acção executiva apenas contra o fiador que não tenha beneficiado, o processo
executivo segue forma ordinária. Remeter do artigo 745 nº2 para o artg 550 nº3 al d. Diversamente
se for movida uma acção executiva apenas contra o devedor principal e se os bens dele forrem
suficientes o execuente pode chamar ao processo o devedor subsidiário. Por ultimo se for movida
uma acção executiva contra os dois e se forrem penhorados bens do fiador este pode requerer o
levantamento da penhora desses bens desde que demonstre que existem outros bens do devedor
principal que ainda não foram penhorados. Isto desde que o fiador não tenha renunciado ao
benefício da execução previa

Aula 03.12.2014

Diligencias da Penhora

O agente de execução deve começar por fazer exigências prévias destinadas à identificação de bens
penhoráveis nos seguintes casos:

1. no processo sumario, sendo a regra que a penhora sucede a citação

2. no processo ordinário nos casos previstos no artigo 727, ou seja em que tenha avido dispensa de
citação previa, logo que decorra o prazo de 20 dias acrescido de eventuais dilações previsto no artg
728 nº1 sem que o executado apresente oposição à execução, mesmo que o executado apresente
oposição à execução esta não suspenda a execução art 733º à contrario. Nos casos em que tendo
havido oposição à execução com efeito suspensivo, art 733 nº1 essa oposição seja julgada
improcedente

Nestas hipóteses o agente de execução ao procede de imediato do regime informático de oposições


previsto no artg 717º tendo em vista a localização de eventuais bens penhoráveis bem como a
identificação do histórico de execuções do devedor- artg 748 nº2

se nessa consulta ao regime informático de execuções constar a informação de que nos últimos 3
anos foi movida uma acçao executiva contra o executado que terminou sem integral pagamento,
nesse caso o agente de execução deve procurar eventuais bens penhoráveis nas bases de dados
oficiais e sem não encontrar bens notifica o execuente para em 10 dias indicar bens a penhora sob
pena de não o fazendo a se extinguir. Esta medida foi introduzida no Novo CPC para evitar com a
falta de bens penhoráveis
Se o agente de execução depois de efetuar as consultas de bases de dados, o agente de execução
notifica o exequente para identificar bens a penhora, se nada disser o executado é notificado para
indicar bens a penhora com a comunicação de que se faltar à verdade incorre numa multa e numa
sanção compulsória art 450 nº1

ORDEM de REALIZAÇÃO DA PENHORA

o Novo CPC veio abandonar as imposições previstas no código revogado quanto à ordem pela a
qual os bens deviam ser penhorados.

O anterior código (até à reforma de 2003) estabelecia determinava que a penhora começava por
bens imóveis
O código foi-se adaptando a nova ordem patrimonial e inverteu os bens penhorareis determinado
que a penhora devia começar pelos bens / direitos de maior liquidez
o atual artigo 751 determina que a penhora deve começar pelos bens de mais fácil realização. Por
outro lado pondo o termo a uma divisão do tribunal ou juirisprudencial para saber se o agente de
execução estava vinculado às indicações dos bens penhorados feitas pelo exequente no
requerimento executivo, artg 724, o NCPC veio determinar que o agente de execução salvo havendo
exposição em contrario e respeitando o principio da proporcionalidade deve seguir as indicações
dadas pelo exequente quanto à penhora de bens.
Esta execução … dos bens penhorados encontra exeções:
Artigo 752, se estiver em causa uma acção executiva para pagamento de quantia certa estando a
divida assegurada por uma garantia real e mesmo que o agente de execução encontre outros bem
sou que o exequente encontre outros bens à penhora. Isto a não ser que o exequente não tenha
movido a acção executiva contra o terceiro proprietário dos bens dados em garantia nos termos do
artg 54 n 2. fazer remissão 752 para o atg 54 n 2

esta materia sai no teste. atenção

Levantamento da penhora

o reforço é igualmente admissível quando sobre os bens penhorados venham a recair embargos de
terceiros, por outro lado a penhora pode ser substituída quando o executado assim o queria e
exequente não se oponha bem como nos casos em que que sejam encontrados outros bens livres de
onos e encargos estando o bem penhorado onerado. Ou ainda quando o exequente no inicio da
penhora ou quando desista da oenhora por o facto de o bem penhorado já se encontrar previamente
penhorado. Isto nos termos do artigo 751 nº4.
A penhora pode ser levantada quer quando a execução artg 751 nº7 quer quando por negligencia do
exequente. Artg 763 nº1

Modos de concretização da penhora

o CPC estabelece varias regras quanto às formalidades da penhora em função do tipo de bens ou
direitos a serem penhorados.

1. penhora de bens imóveis: realiza-se através de comunicação à conservatória do registo predial.


Sendo certo que o registo de pedido da penhora é feito de forma eletrónica, portanto para efeitos de
prioridade de registo o que conta não o dia em que a penhora não é registada mas antes o dia em
que é feito o pedido de registo

uma vez concretizada a penhora no registo predial o agente de execução deve elaborar um auto o
qual é junto ao processo executivo e fixa um edital na porta do imóvel penhorado 755 nº3. O registo
da penhora tem natureza urgente e importa o registo de todos os actos anteriores entre eles.

Uma vez penhora o imóvel é constituído um fiel depositário, em regra, é o agente de execução mas
no casos dos imóveis existem exepções a esta regra.

Assim por motivos constitucionais de proteção de direito à habitação, atualmente o CPC atribui
uma nova, se estiver em causa a entrega do bem que esteja em causa o domicilio do executado,
nesse acaso o agente de execução só pode pedir força policial mediante despacho judicial, isto por
preceitos constitucionais. O código nada diz mas esta restrição só se aplica tal como no caso dos
saldos bancarios as pessoas singulares. Para além disso estando em causa o domicilio do executado,
só pode ser feita etre as 7 e as 21 horas. Igualmente por razões de natureza constitucional.

Estando em causa a casa de habitação do executado, este pode recorrer ao juiz de execução que a
venda deste bem fique suspensa a aguardar quer o despacho da oposição à execução quer o
julgamento do recurso pendente nos termos do artigos 704 nº4 e 751º n 3 e 7.

Penhora de bens moveis


no que diz respeito de bens moveis torna-se necessário extinguir consoante esteja necessários bens
moveis não sujeitos a registo ou bem imóveis sujeitos a registo. Se estiverem em causa bens moveis
não sujeitos a registo a penhora é feita da apreensão do penhor efectiva dos bens bens, sendo os
mesmos recolhidos para um deposito artigo 784 nº1. O NCPC estabeleceu um exepção a esta regra
n 2 do artigo 724. assim não há remoção de bens se o custo for superior ai valor dos bens, se a
porpria remoção implicar a própria desvalorizão dos bens.

Artg 764 nº3 não se deve fazer a menção de bens se não se tiver a certeza se os bens são de terceiros
quanto a bens penhorados, posso fazer uma segunda penhora.

Se a penhora de bens moveis for necessária a força publica ou o arrombamento aplica-se com as
devidas adaptações o disposto no artigo 757 nº 4 e 7

no caso dos automóveis a penhora e feita por via eletrotécnica mediante comunicação à
conservatória do registo, aplica-se por analogia o mesmo 868 nº1
uma vez feita a penhora, o veiculo não pode circular nos termos do dec lei 54/ 75 assim o agente de
execução deve apreender os documentos do veiculo e remover sempre que possível o próprio
veiculo. Arg 768 nº3

o NCPC veio permitir que a penhora de automóveis comece de imediato pela sua apreensão mesmo
antes do registo da penhora ou conservatória.

Formas de reagir a penhora

1. oposição por simples requerimento: pode ser utilizada nos casos em que é feita pela penhora de
bens moveis não sujeitos a registo. Com efeito nos termos do artigo 764 nº 3, neste tipo de penhora
presumem-se pertencer ao executado os bens que sejam encontrados na sua posse. Todavia esta
presunção é ilidível, ou seja, admite que provem o contrario. Assim o executado por si ou por
intermédio de um representante ou terceiro titular sobre esses bens moveis pode atravez de
requerimento dirigido ao juiz de execução procurar afastar a presunção de que esses bens pertencem
ao executado, desde que no entretanto apresente prova documental inequívoca que os bens não
pertencem ao executado.
Neste caso o juiz de execução só pode decidir essa execução depois de o exequente ser notificado
para no prazo de 10 dias se pronunciar sobre a oposição. Mesmo que o juiz interfira a oposição tal
não impede que o terceiro deduza embargos de terceiro nos termos dos artigos 342 e ss.
Este meio processual so se aplica em bens moveis não sujeitos a registos e de bens pertencentes a
terceiro.

2. oposição à penhorado: a oposição à penhora encontra-se prevista nos artigos 764 e 765. Este
meio processual só pode sr utilizado pelo executado seja ele ou não o devedor e excecionalmente
pelo se conjugue nos termos do artigo 767? significa isto que um terceiro nunca pode deduzir
oposição à penhora. Este meio processual pode ser utilizado pelo executado ou pelo seu conjugue
sem que esta penhora viole os limites previstos na lei. Assim em primeiro lugar a oposição à
penhora pode ter como fundamento quer a inamissibilidade da penhora de determinados bens quer a
violação ou valoração ???? do principio da proporcionalidade. É o que sucede com a penhora de
bens absolutamente impugnáveis artg 736 de bens relativamente impenhoraveis artg 737 ou de
parcialmente 738 em violação dos limites impostos pela lei. Para alem disso esta oposição pode
fundar-se na ofensa no disposto do artigo 735 n3 bem como no artgo 336??? n 3 quanto ao principio
da proporcionalidade.

Um segundo fundamento da oposição à penhora prende-se com a penhora de bens que só poderiam
ser penhorados de forma subsidiaria. Assim por exemplo se for movida uma acção executiva
simultaneamente contra o devedor principal e o fiador enquanto o devedor subsidiario. Este pode
deduzir oposição à penhora se usando o beneficio da exclusão previa os seus bens forem
penhorados antes de se esgotar a património do devedor principal.
Um outro caso paradigmático prende-se com a penhora dos bens comuns do casal quando ainda
existam bens proprios do conjugue executado estando em causa uma divida propria deste nos
termos dos artigos 1695 e 1696 do CC. Um outro exemplo paradigmático é o da penhora de outros
bens do executado antes da penhora de bens onerados em garantia em violação do disposto 752 nº1.

O ultimo fundamento diz respeito à penhora de bens que nos termos da … não deviam ser
penhorados. Este fundamento assenta em causas de impenhorabilidade especifica em função de
regimes de indisponibilidade previstos na lei substantiva.
Estando em causa uma acção executiva que siga forma ordinária o executado é citado antes da
penhora a não ser que o exequente tenha requerido a dispensa de citação previa (727). assim neste
caso como o executado é citado antes da penhora este tem o prazo perentório de 20 dias para
deduzir oposição à execução nos termos do nº1 do art 728. prosseguindo a execução e sendo
penhorados bens ou direitos do executado este tem a possibilidade de deduzir oposição à penhora
no prazo de 10 dias a contar da execução à penhora. Base legal: 885 nº1.
No processo executivo que siga ordinária ou formal em que tenha havido dispensa de citação previa
o executado só é citado depois da penhora. Assim neste caso, o executado tem 20 dias após a
citação para deduzir oposição à execução e oposição penhora. As duas oposições são cumuladas no
mesmo acto nos termos dos artigos 856 e por analogia artg 785. ver isto muito bem e ver a forma do
processo. Efeitos: tendo em vista evitar o n 3 dos 765 determina que a oposição a penhora
sósuspende os efeitos dos bens penhorados se o executado prestar caução. Novidade do CPC já que
no regime precedente a oposição a penhora suspendia a execução.

3. embargos a terceiro: constituem o meio de reacção privativo de um terceiro ou seja o executado


nunca pode embargar terceiro. Este meio encontra-se previsto nos artigos 342 3 ss. Assim se forem
penhorados bens que se encontrem na posse de um terceiro (não tendo a execução sido movida
contra esse terceiro nos termos do artigo 54 n4) ou se o terceiro tiver sobre os bens penhorados um
direito incompativel com os bens da penhora este pode. Este instituto encontra fundamento no
disposto do n1 do artigo 765 segundo o qual só podem ser penhorados bens que pertençam ao
executado em prejuízo da possibilidade da penhora de bens de terceiro desde que a execução seja
movida contra ele. Nº2 do artigo 735.
Quanto aos pressupostos para que sejam deduzidos embargos de terceiro torna-se necessário o
preenchimento dos seguintes pressupostos,
1. tem de estar em causa um terceiro nos termos do artigo 642,
2. o terceiro tem de ter a posse um um direito que seja inconpativel com a penhora,
3. a posse ou o direito incompatível com a penhora tem de ser ofendidos com a penhora. O
problema é saber o que esta fazer ofendido da penhora. Posse (prevista nos artigos 1651 2 ss do CC)
sendo que este conceito indica o exercício do poder de facto sobre uma coisa. Rever apontamentos
de reais. Como sabem a nossa doutrina divide-se quanto à conceção objetiva ou subjetiva da posse.
De acordo com conceção objetiva defendida por “Enering” existe posse sempre que é exercido um
poder de facto sobre uma coisa. Ou seja basta o corpus e o animus detinendi. Enquanto para a
conceção subjetiva da posse a qual foi acolhida no nosso CC existe posse sempre que alguém
exerce poderes de faxto sobre uma coisa desde que o possuidor se comporte como verdadeiro titular
de um direito sobre essa coisa. Ou seja só há posse se houver corpus e animus possidendi. Um mero
detentor não pode embargar de terceiro isto é só pode embargar de terceiro quem além de ter a coisa
se comportar como verdadeiro proprietário dessa coisa. Para além da posse a lei diz ta,bem que
podem embargar de terceiro aqueles que sejam titulares de um direito incompatível com a
penhora,ora de acordo com o professor Miguel Teixeira de Sousa um direito é incompatível com
apenhora quando esse direito não se extingue coma venda exclusiva. Isto porque nos termos do n 1
824 do Cc sendo feita uma venda executiva os bens transferem-se para o terceiro adquirente com
todos os direitos associados. Por sua vez o nº 2 do artigo 824 CC diz que os bens que são vendidos
em sede executiva livres dos direitos reiais de garantia de que os onerarem bem como dos demais
direitos reia s que não tenham registo anterior ao registo de qualquer arresto penhora ou garantia
com a exeção dos direitos reais que apesar de constituídos em data anterior produzam efeitos em
relação a terceiros independentemente do registo.
Um terceiro só pode envergar se tiver um direito incompatível com a penhora: ou seja que permitem
embargar de terceiro.
1. direitos reais de gozo que tenham sido constituídos ou registados antes da penhora, são direitos
reias de gozo a propriedade, usufruto, uso de habitação, direito real de habitação periódica, direito
de superfície de servidão predial. Portanto os titulares destes direitos desde que construidos ou
registados antes da penhora podem embargar de terceiro. Destes direitos o caso paradigmático é
copropriedade, assim de numa acção executiva forem penhorados bens que pertencem a um terceiro
este terceiro pode embargar. A move uma execução contra B sendo que a divida execuenda é de
100.000 euros e é constatado que o B tem um imóvel em nome dele. Imaginemos que após a
penhora oB celebra um contrato de compra e venda com C porque disse ao C que vendia a preço de
saldo de 20.000 mil euros. O C regista a aquisição entretanto C toma conhecimento que este bem
esta penhorado,
Artg 819 do CC este acto é ineficaz em relação à execução depois da penhora. O que acontece se b
vendeu a C antes da penhora mas C não registou, o problema é que no conservatória registo predial
consta b como dono e como tal é penhorado (repare-se que C pode nada saber até à data da
penhora).
O c enquanto proprietario deste bem pode embargar terceiro? A jurisprudência ate 97, o artigo 5 n 1
do CregisPedrial dita que só produzem efeitos depois do registo, portanto nesta conceção como o ñ
registou impedi-o de opor este direito em relação ao credor que registou a penhora.

O STJ proferiu um acórdão uniformizador de jurisprudência 15/97. o qual adotou uma conceção
ampla para efeitos de registo. Assim de acordo com este acórdão terceiros para efeito de registo são
todos aqueles que tendo obtido do direito sobre um determinado prédio veriam esse direito
prejudicado por qualquer facto jurídico anterior que não tenha sido registado ou que seja registado
posteriormente. Este acordam veio proteger a publicidade e a segurança. Este acórdão não era
consensual entre os juízes.
O STJ profere um segundo acórdão 3/ 99 que diz que uma conceção restrita de terceiros para efeito
de registo. Assim de acordo com este acórdão terceiros pare feito de registo são os adquirentes de
boa fé de um mesmo transmitente comum de direitos incompatíveis sobre a mesma coisa.
Esta conceção foi adotada pelo código registo predial 5º, nº4. Diz-nos este acórdão deita por terra a
publicidade e e a segurança jurídica
o c e o a não são sujeitos para efeitos de registo. Logo C pode embargar 3terceitro

UM terceiro que tenha adquirido a propriedade de um bem e que não tenha registado a aquisição
antes da penhora mesmo assim pode embargar a terceiro com sucesso.

Se um bem for vendido com reserva de propriedade e se numa acção executiva movida contra o
adquirente for penhorada a propriedade do bem o vendedor pode embargar terceiro. Por sua vez se
numa acção executiva movida contra um dos coproprietário for penhorada a totalidade do bem, os
demais proprietários podem embargar terceiro.
Direitos não incompatíveis com a penhora, ou seja, direitos que não permitem embargar com
terceiro. 1 direitos reais de garantia, são direitos reais de garantia a consideração de rendimentos
artigos 656 e ss do CC o penhor 666 e SS do CC, a hipoteca artg 686 e SS do CC previlegios 733 e
ss CC e o direito de retenção artg 754 e ss do CC. Os direitos reais de garantia conferem ao
respetivo titular o poder de atravez da disposição do bem onerado obter o pagaento de um
determinado credito ora nos termos do nº 2 do 824 do CC, os bens penhorados são vendidos
livres de direitos reais de garantia que os alega. Assim os titulares deste direito não podem embargar
terceiro já que estes direitos não são compatíveis com a penhora, diversamente os titulares destes
direitos devem reclamar os seus créditos no próprio processo executivo nos termos do artigo 786
nº1 al b do CPC
em segundo lugar não podem embargar de terceiros os titulares de direitos pessoais de gozo que
tenham sido constituídos os registados apos a penhora isto sem prejuízo da execução para efeitos de
registo.
Em terceiro lugar, não podem embargar terceiro os titulares … enquadram-se neste caso os C de
promessa CV de eficácia relação e o pacto de preferência com eficácia real. Os titulares destes
direitos não podem embargar terceiro na em que gozam do direito de adquirir o bem penhorado em
sede executiva, ou seja eles têm uma preferência legal em sede executiva artigo 831 do CPC. No
caso particular do contrato promessa de CCV mesmo que este tenha apenas eficácia meramente
obrigacional o professor Miguel Teixeira de Sousa entende que o promitente comprador pode
embragar de terceiro se tiver havido tradição ou entrega do bem prometido comprar e vender e se o
promitente comprador se comportar já como o comprador desse bem. Diversamente se a promessa
de CV tiver eficácia meramente obrigacional ou seja não foi registada e não foi oponível a terceiros
e se não tiver havido tradição da coisa o promitente comprador não pode embargar terceiro já que
apenas tem um direito de ser indemnizado pelo não cumprimento do contrato.
Em quarto lugar não podem embargar terceiro os titulares de direitos pessoais de gozo, são titulares
de direito pessoal de gozo locotário - arrendatário, o comunicatario, o depositario e o parceiro
pensador. Os titulares de direitos pessoais de gozo sendo meros detentores não podem em principio
embargar de terceiro.
Existem exepções a esta regra: com efeito nos termos do numero 3 do 824 do CC os direitos
pessoais de gozo extinguem-se com requerimento executivo.
Exeptuam-se no entanto os casos do arrendamento se este for constituído ou registado antes da
penhora o arrendamento acompanha, o arrendatário pode embargar de terceiro se ao ser feita a
penhora do imóvel e ou ser publicitada a venda do mesmo não for feita qualquer ressalva quanto à
existência do arrendamento.
Tramitação: os embargos de terceiro só podem ser deduzidos por quem não é executado aqui se
incluindo o conjugue do executado ,artigo 343 CPC, se forem penhorados bens comuns do casal
não sendo o conjugue citado 740 nº1 ou se formem penhorados bens próprios 743º. Os embargos
tem de ser deduzidos no prazo de 30 dias a contar do conhecimento da penhora sendo que o onus da
prova do conhecimento recaí sobre o terceiro artigo 344 nº2, como este prazo esta previsto no
próprio código CPC conta-se com as regaras do código 148º
quanto à legitimidade passiva liconsorcio voluntario entre o exequente e o executado
4. acção de reenvindicação: esta previstas nos artigos 1311 e ss do CC e pode ser utilizada como
meio de reação do terceiro que seja proprietário do bem penhorado, no entanto nos termos do artigo
1315 do CC esta acção pode ser também usada pelo terceiro titular de outro direito sobre o bem
penhorado. Esta acção é totalmente autónoma do processo executivo e pode ser utilizada em
alternativa aos embargos de terceiro e essa alternativa deixa de se verificar se já tiver caducado o
prazo para embargar terceiro, caso em que so é possível acção de reivindicação.

Após a penhora de bens do executado abre-se uma frase de concurso de credores. Depois da
penhora dos bens
quem é que o agente de execução tem de citar? O executado para que este consoante os acasos
deduza ou não oposição à penhora. Em segundo lugar tem de citar o conjugue do executado em dois
casos: 640 nº1 penhora dos bens do casal para que o conjugue citado requeira a separação de bens;
ou no segundo caso quando a penhora recai sobre estabelecimentos comerciais no caso de regime
de comunhão de bens mesmo que próprios dependem do regime.
Expecto casa de morada de familia, se for penhorado a casa de morada de família tenho sempre de
citar o conjugue

em terceiro lugar credores conhecidos (24 n2 CC

em quarto lugar finanças e seg social 786

por ultimo só podem reclamar créditos os credores que beneficiem de credito contra o
executado artg 788 nº1 e 2

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