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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO, POLÍTICA E SOCIEDADE

A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

ANA PAULA SANTANA


GILMAR SANTANA PEREIRA
STEPHANIE RIBEIRO AZEVEDO

VITÓRIA
2018
ANA PAULA SANTANA
GILMAR SANTANA PEREIRA
STEPHANIE RIBEIRO AZEVEDO

A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Resumo expandido de Seminário apresentado ao


Departamento de Educação, Política e Sociedade
do Centro de Educação da Universidade Federal
do Espírito Santo, ​como requisito ​parcia​l de
avaliação da Disciplina Trabalho e Educação
Orientação: Prof.ª M.a. Jaqueline Ferreira de
Almeida

VITÓRIA, ES
2018
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Trabalho e Educação 2018/1

AZEVEDO, Stephanie Ribeiro.1


PEREIRA, Gilmar Santana.2
SANTANA, Ana Paula.3

RESUMO: O presente texto tem como finalidade trazer a discussão a formação e


complexidade da função do pedagogo nos Institutos Federais de Ensino Ciência e
Tecnologia (IFs), para tanto, nos embasamos na análise de quatro textos referências
na área, procurando investigar as atribuições e contribuições do pedagogo na
educação profissional e refletir sobre as condições de trabalho visualizando a
qualidade dos serviços prestados pelas supervisões pedagógicas. Com este
objetivo, este processo investigativo buscou considerar nas reflexões dos autores
dos textos analisados, evidenciar quais os avanços, desafios e perspectivas
apresentados pelos mesmos no que se refere a atuação do pedagogo na educação
profissional.

Palavras-chave​ Pedagogo, Educação Profissional, Sociedade.

1
Cursa Pedagogia na Universidade Federal do Espírito Santo. Contato: srazevedo@gmail.com
2
Cursa Pedagogia na Universidade Federal do Espírito Santo. Contato: gilmarsantape@gmail.com
3
Cursa Pedagogia na Universidade Federal do Espírito Santo. Contato: ana.santana@hotmail.com.br
1. O PEDAGOGO E A FUNÇÃO PEDAGÓGICA

O cenário educacional nacional vive constante transformações, e estas


transformações estão diretamente relacionadas às questões políticas, econômicas,
culturais, sociais e tecnológicas. Em decorrência disto, a função do pedagogo
também acaba por sofrer transformações ao longo do tempo em vista de
acompanhar e se adequar às demandas de sua função, que cada vez se tornam
mais complexas. Deste modo, faz-se necessário investigar esta temática,
direcionando a reflexão sobre a ação dos pedagogos que atuam nos cursos
técnicos, para que seja possível a reflexão sobre a influência que a atuação desse
profissional tem sobre a qualidade​ ​do ensino e aprendizagem.
Mas antes de falarmos sobre a função do pedagogo nos IFs, faz-se necessário que
falemos antes do profissional pedagogo e suas principais atribuições num sentido
geral, para tanto, nos inspiramos em Libâneo que nos traz a seguinte definição:

o pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática


educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de
transmissão e assimilação dos saberes e modos de ação, tendo em vista
objetivos de formação humana previamente definidos em sua
contextualização histórica. (Libâneo, 2010, p. 33).

Neste sentido, percebemos a complexidade da função deste profissional, e como


sua atuação influencia diretamente no aprendizado e na qualidade desse
aprendizado. Para tanto, percebe-se ainda a necessidade de que se tenha um
profissional com uma formação específica direcionada para essa finalidade, o que
nos leva a concluir que:

(...) o trabalho de acompanhamento, assessoramento, coordenação e


viabilização das atividades docentes e discentes no interior das escolas
deve ser desenvolvido por profissionais com sólida formação pedagógica
que supere as expectativas cristalizadas pelo cotidiano escolar. (PINTO,
2011, p. 24).

O pedagogo atua diretamente tanto com os docentes quanto com os discentes e,


deste modo, tem também como função garantir que a relação e interação destes
ocorra da melhor maneira, visando assim, contribuir com a qualidade do trabalho do
professor num sentido pedagógico, garantindo em contrapartida o aprendizado do
aluno. Essa ação deve somar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos pelo
pedagogo em sua formação, promovendo um fluxo constante de reflexão sobre o
processo educativo produzido dentro da escola, dialogando com conhecimentos,
intenções e percepções de docentes e discentes.

O pedagogo, sobretudo o que atua fora ou para além de sala de aula no


ambiente escolar, precisa mobilizar saberes para além dos conhecimentos
metodológicos e científicos da docência. Isso não quer dizer que os saberes
docentes podem ser deixados de lado. É importante ressaltar que na escola
o principal objetivo ou o objetivo fim é a efetivação da aprendizagem,
principalmente o da sala de aula. Por isso é importante que os amplos
conhecimentos trabalhem com a docência e a favor dela. (CRUZ et al, 2016,
p. 4)

Brandt aponta para a revisão de seu papel no contexto escolar, quando ocorre que
se atribua ao pedagogo, ou lhe atribuam, um caráter “psicologizante” a sua função.
Pode ocorrer da identificação como o ‘solucionador de problemas’, ou até como um
depósito deles, fazendo por desviar o objeto da ação do pedagogo: compor o devir
pedagógico. O perfil intervencionista sobre os fazeres e práticas cotidianas, que
possui uma conduta antropológica em si, se detém a “construção
histórico-antropológica dos seres humanos”. (BRANDT et al, 2014 P. 68)

a relação pedagógica envolve a totalidade da condição humana, implica


todos os aspectos da existência das pessoas, serve-se de todos os seus
recursos, mas configura-se numa especificidade própria, a da construção
histórico-antropológica dos seres humanos, ao mediar a inserção das novas
gerações no complexo universo das mediações do existir histórico-social
(apud Severino, 2003, p.86-87).

Além disso, é indispensável que a prática do pedagogo considere a realidade social


na qual a escola está inserida, uma vez que as tensões que fluem de uma sociedade
marcada pela divisão social e seus conflitos também são fatores que constituem o
cotidiano escolar. Nesse sentido, cabe destacar que:

A escola está inserida em conflitos sociais. Necessita-se de um grupo que


articule seus diversos segmentos em torno de um ideal de escola que se
quer. O pedagogo surge como um elemento mediador e, ao mesmo tempo,
instigador de práticas educativas capazes de transformar a educação.
(BRANDT et al, 2014 P. 73)

Considerando que a escola é um espaço de formação política, social e intelectual,


podemos dizer que o pedagogo é uma peça de fundamental importância nesse
movimento. Cabe a ele ampliar a própria noção de educação dentro da escola, para
que ela não se limite a um ciclo de atividades que visam apenas cumprir uma série
de conteúdos, sem qualquer relação prática com a realidade social.
Assim, o pedagogo necessita acompanhar as atividades educacionais,
visando direcionar e qualificar esse processo. Para tanto, é fundamental
consolidar uma boa fundamentação teórica, conhecer a legislação
educacional e ter capacidade de planejar, pois é por meio de um bom
planejamento que a garantia de um trabalho mais qualificado ocorrerá,
tendo como base o trabalho em equipe, que depende da interação com as
demais pessoas e setores, assim como do envolvimento com a elaboração
e/ou reestruturação de documentos que organizem o saber/fazer
pedagógico. (BRANDT et al, 2014 P. 68)

Então, reforçamos a ideia que o conhecimento teórico e prático do pedagogo é


fundamental. Sem embasamento das concepções teóricas que direcionam o fazer
pedagógico, fica muito difícil a tarefa de promover o movimento de pensar a escola a
partir de toda complexidade que emana dentro e fora de seus muros.

No que concerne a formação humana, ainda temos o espaço da escola como campo
magno da constituição do saber. Isso porque o pedagogo propõe um alicerce às
práticas de toda a comunidade escolar, ressignificando variados processos e sujeitos
praticantes do cotidiano da escola. Todos estes processos compõem um cenário
propício ao processo de aprendizagem, em que o foco da educação sai da figura do
educando, para incluir todos os partícipes, sujeitos de um plano ampliado de
educação.

Embora o objetivo fim da educação formal escolar seja a promoção da


aprendizagem dos alunos, existem vários fatores anteriores a esse que
englobam outros processos de aprendizagem em funcionários/ servidores,
sejam docentes ou não.[...] No ambiente de educação escolar formal, a
atuação do pedagogo em prol da aprendizagem não somente poderá
ocorrer direcionada aos alunos, mas também, a toda a equipe e
comunidade escolar, incluindo docentes, técnicos e familiares na
intencionalidade no seu trabalho. Todos os partícipes do ambiente escolar
se tornam educadores e partes construtoras do conhecimento. (CRUZ et al,
2016, p. 4)

O conhecimento dos textos legais é indispensável para assegurar que os direitos


dos docentes e, principalmente, dos estudantes, sejam preservados. Tudo isso é
fundamental na atuação do pedagogo, que deve ter como eixo central de sua
atuação o constante olhar crítico para a escola, identificando sua realidade e
conduzindo o planejamento do processo educativo.

Conduzir este trabalho, articulando tensões entre discentes, docentes e demais


atores escolares, faz da atuação do pedagogo uma das mais complexas dentro da
escola. Daí a necessidade deste profissional se manter em movimento constante,
um movimento consciente de orientação do processo pedagógico da escola,
comprometida com uma educação de qualidade social.

Neste sentido, não se pode negar a complexidade da função pedagógica e


tampouco deixar de destacar que:

O espaço que o Pedagogo possui deve ser preenchido com uma atuação
comprometida com as mudanças exigidas pela sociedade, com o papel que
a escola deve desenvolver na concretização, transformação, criação,
recriação, integração e universalização do saber. (BRANDT et al, 2014 P.
69)

Assim, observa-se o quão importante se faz o profissional pedagogo para assegurar


que a escola desempenhe seu papel social no sentido de garantir, sobretudo junto
às camadas populares, o acesso ao saber socialmente constituído. Para isso, a
prática pedagógica comprometida exige conhecimento teórico e prático, e um
movimento constante de interpretação da realidade, visando a ação para
transformá-la.

1.1 Os espaços de atuação do Pedagogo

São amplos os campos de atuação do pedagogo, dividindo-se basicamente em dois


grandes campos, o escolar ou extraescolar.
No campo escolar o pedagogo pode atuar no espaço privado ou público
como docente, supervisor, gestor, administrador, orientador educacional, em
atividades paraescolares, dentre outros. No campo extraescolar o pedagogo
pode trabalhar no setor público ou privado com atividades pedagógicas
como as de formação, promoções sociais, capacitação, orientação de
estagiários, dentre outros. (CRUZ et al, 2016, p. 2)

No entanto, nota-se que independentemente do campo de atuação, este profissional


necessitará de amplos conhecimentos pedagógicos, seja no espaço escolar ou não,
visando uma melhor qualidade na aplicação desses conhecimentos nas suas
atividades.

Segundo Melo (2012, p. 03) “A pedagogia se propõe a formar humanos, a fim de


adquirirem características humanas necessárias para a vida em sociedade, diante
de uma realidade sempre de mudança.” A formação humana pode ocorrer em
qualquer circunstância ou lugar, o que amplia ainda mais o campo de atuação do
pedagogo seja dentro escola e ou fora dela.
2. A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Partindo da problemática da atuação de profissionais da educação licenciados


CRUZ et al. traz experiências de instituições de educação profissional apresentadas
por artigos de 2008 a 2014. No Espírito Santo o tema Educação de Jovens e Adultos
abre panorama para a articulação dessas modalidades de ensino sob os aspectos
pedagógicos, subjetivos e operacionais. Resultados de entrevistas na localidade
apontam o pedagogo cumprindo papéis de supervisão, administração e articulação
de sujeitos para contemplação do relação ensino-aprendizagem, além de
organização do espaço e tempo escolar. (p.5) Nascimento vai além na
problematização do cotidiano escolar e do papel do pedagogo na escola:

Ao pedagogo, cabe o desafio de promover práticas inovadoras no interior


das escolas, que promovam a descoberta e a construção do conhecimento
de forma dialógica e integral, favorecendo assim, que o futuro trabalhador
possa atuar no mundo do trabalho de forma democrática e crítica.
(NASCIMENTO, 2015)

Um cenário inovador de produção do ensino é proposto nesse artigo que elabora a


superação do ​status quo de uma ciência estática, pautada em modelos
fragmentadores do conhecimento, firmada numa prática pedagógica baseada na
memorização, mecanização e reprodução de conceitos. Na leitura de ‘Formação de
professores para a educação profissional e tecnológica’, Nascimento destaca (2015):

[...] essa nova concepção passa a valorizar não só o domínio dos


conhecimentos como também o domínio de atitudes e valores. Essa
concepção identifica o aluno como sujeito da construção do conhecimento e
atribui ao professor o papel de mediador das aprendizagens que se espera
sejam ativas, significativas e integradoras. Requer-se, assim, que a escola
forme indivíduos criativos, críticos e participantes ativos numa sociedade
que se pretende justa e democrática. (apud CARVALHO, 2008, p. 146)

Em 2014, Brandt constata a necessária atuação polivalente do pedagogo em Santa


Catarina, envolvendo todos os aspectos e sujeitos do processo educativo.
Pesquisador do campus desde 2013, quando relatos julgaram “péssimo” o serviço
prestado por pedagogos em supervisão escolar na localidade, levantou que “o
pedagogo que atua na educação profissional precisa ter conhecimentos sobre a
escola, sobre a legislação, sobre o desenvolvimento humano e ser um pesquisador
da realidade escolar” o que promoveria mudanças no cenário pouco articulado que
foi contemplado em ocasião. (CRUZ et al. 2016, p.7) Nascimento salienta sobre a
deficiência da formação do pedagogo na complexidade:

[...] um desafio premente para os pedagogos que atuam diretamente na


formação dos professores da Educação Profissional, buscar a superação do
histórico de fragmentação, improviso e insuficiência de formação
pedagógica, levando-os a reconhecer que a docência é muito mais que
mera transmissão de conhecimentos empíricos ou processo de ensino de
conteúdos fragmentados e esvaziados teoricamente. (NASCIMENTO, 2015)

O trabalho de Abensur problematiza a atuação concomitante de técnicos


administrativos e pedagogos em funções de natureza pedagógica na Rede Federal
de Educação Profissional (REFEPT). Carvalho, sobre o Instituto Federal do Amapá,
identificou dualidade na relação entre docentes e pedagogos, por vezes conflituosas,
“advindas da origem da supervisão escolar”. (CRUZ et al. 2016, p. 6) Ambos os
casos, levanta questões sobre a formação individual que culmina em desavenças
entre a supervisão e os docentes. De forma conclusiva, a queixa feita por uma delas
nos pode ​elucidar desdobramentos acerca do tema: de que a licenciatura em
pedagogia pouco abraça a educação profissional, carecendo complementação e
especialização dos que nela atuam. (CRUZ et al. 2016, p. 7)

o papel do pedagogo que atua nos cursos de Educação Profissional,


necessita visar a formação e o desenvolvimento dos trabalhadores para
que possam desempenhar suas atividades profissionais de forma
dinâmica, coletiva e criativa, e que esteja amparada nos pressupostos
do novo paradigma da ciência, denominado paradigma da complexidade.
(NASCIMENTO, 2015)

Nascimento inclue que em um novo paradigma, a formação dos professores deverá


ter olhar sistêmico, vislumbrando deslocar o olhar do mundo restrito do trabalho,
para sua relação política com a aspectos histórico-culturais da sociedade e da
economia. Refletindo as experiências dos educando no arcabouço teórico
estabelecido é possível superar práticas conservadoras, tecnicistas desconectadas
de sentidos e significados. (2015)

A atuação do pedagogo no contexto da Educação Profissional é elemento


fundamental na formação dos alunos, contribuindo para que possam atuar
no mundo do trabalho de forma autônoma, que sejam capazes de compor
um trabalho em equipe, de se comunicarem com assertividade, enfrentar
novos desafios e situações de forma ética, criativa, autônoma e com visão
sistêmica dos processos produtivos. Ou seja, é necessário que a Educação
Profissional promova uma formação integral dos alunos. (NASCIMENTO,
2015.)
Também propõe superar a relação hierárquica em sala de aula, assim como
pressupostos dados por paradigmas conservadores do conhecimento. Vislumbra
uma reestruturação produtiva que deve aliar as tecnologias, ampliadas de seus
pressupostos industrialistas, para uma tecnologia social das relações de trabalho e
da manipulação de recursos. Para tal, o autor aponta a adoção de “uma prática
pedagógica inovadora, não hierarquizada, dinâmica, e que esteja voltada à formação
de indivíduo” a fim “de contribuir para a superação da realidade, uma vez que
considera como elementos estruturantes do processo pedagógico a história de vida
dos sujeitos, seu contexto histórico e social, suas crenças e valores.”
(NASCIMENTO, 2015)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta parte do texto, apresentaremos brevemente, um pouco dos textos analisados


e seus objetivos.

O primeiro texto analisado tem como título: ​O trabalho do pedagogo nos IFs: uma
busca pela qualidade da educação profissional tecnológica​, tem como
problemática principal de pesquisa, compreender a influência da ação da supervisão
pedagógica e a contribuição na construção de uma educação de qualidade nos IFs
de SC.

O segundo texto analisado tem com o título: ​O Pedagogo e a Educação


Profissional: uma visão complexa na formação do aluno trabalhador​, e tem
como objetivo principal, analisar os elementos presentes na prática profissional dos
Pedagogos que atuam na Educação Profissional de Nível Médio, e discutir a
complexidade na formação e atuação do Professor e do aluno desta modalidade de
ensino.

O terceiro texto analisado tem como título: ​O Trabalho do Pedagogo nos Institutos
Federais de Educação Ciência e Tecnologia: algumas análises​, e tem como
objetivo analisar e discutir Como se apresenta o trabalho do pedagogo na educação
profissional técnica e tecnológica dos Institutos Federais.
E finalmente, o quarto texto analisado tem como título: ​O Papel do Pedagogo na
Educação Profissional​, e tem objetivo discutir o papel do pedagogo no campo da
educação profissional, enquanto um tipo de educação formal que perpassa os muros
das escolas normais e que está em constante transformação e desenvolvimento.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a análise de todos os textos e vídeo, verificamos que com todo o crescimento
do ensino técnico e profissionalizante no país, pouco se fala ou estuda na graduação
sobre tal temática, sendo assim o pedagogo que vai para as escolas técnicas vão
despreparados e ainda crus, e necessitam ter uma formação complementar para que
possam exercer um trabalho eficiente, pois em suas atribuições estará no meio de
jovens e adultos em formação para a vida e mercado de trabalho, faz-se necessário
na função de pedagogo ter a capacidade de orientar na formação de cidadãos, que
sejam críticos de suas ações. Além de todo conjunto de obrigações que são
inerentes ao cargo.

Os textos utilizados como base para análise, apresentaram um panorama similar


sobre função e atuação do pedagogo dentro dos IFs, em comum também, vemos
que os profissionais têm noção de seu papel dentro das unidades, e se veem como
gestores e supervisores. Para se compreender esse processo de caracterização do
pedagogo do ensino técnico vamos nos debruçar sobre seu processo histórico e
educacional no Brasil.

Primeiramente, se tratando do percurso histórico BRANDT, et al, nos mostram que,


“o profissional Pedagogo que desenvolve a função de Supervisor Pedagógico inicia
suas atividades no sistema educacional brasileiro na década de 20, inspiração dos
trabalhos realizados nos Estados Unidos e na França.” Sendo assim temos
delineado o papel do pedagogo brasileiro.

No texto de BRANDT, et al, temos a conclusão de que a função do pedagogo nos


Institutos federais está intimamente ligada à orientação, mediação de conflitos e
instigador dos processos de aprendizado nos jovens, e que além do que se aprende
na graduação existe a necessidade de uma formação complementar para que possa
compreender como se dá o processo de formação na área técnica e conhecimento
sobre a sua legislação. Além de ter uma boa articulação para demandar os
processos formativos e orientação pedagógica à profissionais que muitas vezes não
tem uma formação que abrangeu essa competência.

Seguindo a conclusão do Texto de SILVA, et al, ressalta a falta de estudo e


publicações sobre o pedagogo nos IFs, mesmo que o pedagogo esteja desde o
início do processo de criação inserido neste meio. Ainda traz a importância e função
social do pedagogo em elaborar um trabalho que reflita o meio social que os jovens
estão inseridos, porque a escola é um reflexo das mudanças que a sociedade tem, e
acompanhar essa mudança e preparar jovens para estarem inseridos por completo
neste meio social é fundamental, para que possam ter uma continuidade em sua
formação cidadã.

COSTA, et al, se referindo ao SENAC, conclui que o papel do pedagogo se torna


bem complexo ao se esbarrar em várias realidades dentro da escola, que tem-se a
necessidade de se manter um diálogo com o corpo docente a fim de propiciar a
construção de um plano de trabalho que inclua o aluno com sua subjetividade, o
compreendendo, e criando meios para sua permanência e interesse nas aulas, ainda
com o papel de apoio aos alunos, sempre os ouvindo para que o objetivo da
instituição seja alcançado, que é a formação integral de cidadãos preparados para a
vida e mercado de trabalho.

Para finalizar os textos, NASCIMENTO, nós mostra que em Curitiba os pedagogos


veem a necessidade de investimento na formação continuada dos profissionais, para
que possam mediar os conflitos internos de forma produtiva, que tenham um
direcionamento em uma metodologia de trabalho dialógica, pois é ressaltado que
existe uma complexidade nas relações humanas e a necessidade de acompanhar o
desenvolvimento da educação nas suas tecnologias e variantes sociais, então
conclui-se que trabalhar com o transdisciplinaridade é melhor maneira de se fazer
um trabalho que abarque as essas diversidades de pensamentos e relações.
O vídeo utilizado, vem trazendo nas falas dos pedagogos dos IFs do Espírito Santo
um pouco do que os textos nos mostraram, reconhecem a função social dos IFs, e
que necessitam de uma formação para saberem lidar com esse processo formativo
dos alunos do nível técnico, pois não viram nada específico na graduação sobre
educação profissional e necessitam de um entendimento técnico do mercado de
trabalho e das disciplinas, e relatam o excesso de funções atribuídas ao pedagogo
nos IFs, como mediadores de conflitos, organização curricular, planejamento
pedagógico de projetos e atividades que tenham engajadas ações de formação para
a sua profissionalização, entre outras funções. Entretanto compreendem também
que a sua formação pedagógica os possibilita a se inserirem nesse meio de forma
fluida, pois tem um embasamento teórico que mostram possíveis caminhos para
uma atuação satisfatória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDT, A. G; NASCIMENTO, F. S. C; MAGALHÃES, N. R. S; SILVA, M. C. ​O


trabalho do pedagogo nos IFs: uma busca pela qualidade da educação
profissional tecnológica. ​Revista EIXO, Brasília - DF, v.3 n.1, Janeiro – Junho de
2014.

COSTA, M. S; SILVA, M. M. C; SOUZA, M. J.​O papel do pedagogo na educação


profissional. III CONEDU, Congresso nacional de educação, Natal - RN ​Outubro de
2016.

CRUZ, S. P. S; SILVA, K. A. C. P C; SOUZA, C. R. ​Práticas integradoras em


educação profissional; O trabalho do pedagogo nos institutos federais de
educação ciência e tecnologia: Algumas Análises ​Anais do III Colóquio Nacional
Eixo Temático II, 2016.

LIMA, M. ​Pedagogos da Educação Profissional: formação, atuação e desafios.


Disponível em ​https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=pWwKl0BwIaM.
Acesso em 28/06/2018.

NASCIMENTO, E. C. ​O pedagogo e a educação profissional: uma visão


complexa na formação do aluno trabalhador. ​V Seminário internacional sobre
profissionalização docente, PUC-PR 2015

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