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Na ação da mulher da limpeza que decide abandonar tudo e sair pela porta
das decisões, vemos a necessidade do encontro consigo mesma:
Foi por meio da atitude corajosa do homem, que bateu à porta do rei para
pedir um barco, interpretada por muito como loucura, que se dá o estímulo
da travessia na mulher.Nos pensamentos da mulher expressos pela voz do
narrador, per cebe-se a ideologia de um grupo social que vê no mar a
própria sub sistência. O mar, embora temido e motivo de muitos
sofrimentos, era o símbolo do próprio eu português
“Não queres vir comigo conhecer o teu barco por dentro, Tu disseste que
era teu, Desculpa, foi só porque gostei dele, Gostar é provavelmente a
melhor maneira de ter, ter deve será pior maneira de gostar
Para esse grupo social, o mar não é mais tenebroso nem inspira maiores
conquistas, portanto O valor ideológico desse grupo contrapõe ao valor
representado pelo homem que considera ser o mar sempre tenebroso.
Desbravá-lo é essencial para reconstrução do império e da própria
identidade portuguesa: “quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber
quem sou eu quando nela estiver”
Essa jamais passará a ser conhecida, pois como já havia proferido o homem,
há sempre algo novo a se conhecer, mas esse cronótopo do encontro dá
início à outra estrada, agora seguida por ambos: “A Ilha Desconhecida fez-se
enfim ao mar, à procura de si mesma”