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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

COLOQUE AQUI O SEU NOME COMPLETO

GESTÃO DE RISCOS CONTRA INCÊNDIOS NAS ORGANIZAÇOES

CORONEL FABRICIANO - MG
2019
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
COLOQUE AQUI O SEU NOME COMPLETO

GESTÃO DE RISCOS CONTRA INCÊNDIOS NAS ORGANIZAÇOES

Artigo Científico Apresentado à


Universidade Candido Mendes - UCAM,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Especialista em (coloque o
nome do seu curso de Pós-
Graduação).

CORONEL FABRICIANO - MG
2019
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GESTÃO DE RISCOS CONTRA INCÊNDIOS NAS ORGANIZAÇOES

RESUMO

O presente trabalho abordará acerca da gestão de risco contra incêndio em


organizações nacionais, visto que é um tipo de risco inerente às atividades
organizacionais, independentemente de seu segmento. Assim, o objetivo principal foi
demonstrar a importância da adoção desse processo de gerenciamento de riscos,
tendo como norte a definição do que são riscos e das metodologias adotadas para o
gerenciamento destes no caso de incêndio. Para isso, destacou-se o que dispõe a
Instrução Técnica 16/2019 do Corpo de Bombeiros Militares de São Paulo e como
deve ser implantada uma política de gerenciamento de riscos nas organizações
visando prever os riscos e minimizar as consequências. Através de revisão
bibliográfica e da exposição de normas existentes demonstrou-se que a adoção de
técnicas de gerenciamento de risco contra incêndio é uma ferramenta importante
que pode oferecer mais segurança a minimizar os impactos humanos, ambientais e
patrimoniais.

Palavras-chave: Gerenciamento de Risco. Processo de Gerenciamento. Risco.


Incêndio. IT Nº 16/2019 do CBMSP.
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1 INTRODUÇÃO

A gestão de risco é fundamental em qualquer área da vida humana, pois


abrange todas as possibilidades de riscos a que estamos sujeitos, inclusive no que
se refere à acidentes cotidianos, como os incêndios em estabelecimentos, edifícios e
organizações. Um dos mais trágicos ocorridos no Brasil, o incêndio na Boate Kiss
em Santa Maria, Rio Grande do Sul, vitimou fatalmente 242 pessoas e deixou outras
centenas feridas por conta da falha na gestão de um risco previsível e inerente
àquele serviço oferecido pelo estabelecimento.
Partindo dessa consideração inicial, buscou-se responder: qual a importância
da gestão de risco contra incêndios nas organizações nacionais?
A justificativa para a escolha do tema tem como respaldo o fato de que
acidentes ocasionados por incêndio podem ser previsíveis e se vierem a ocorrer
devem ser solucionados de forma a minimizar suas consequências. A existência de
critérios, procedimentos e estratégias com intuito de gerir e evitar os riscos fornece
mais segurança para as pessoas, para o ambiente e para o patrimônio envolvido.
Assim, o conhecimento e adoção do processo de gerenciamento de riscos de
incêndio é fundamental para prever e minimizar os impactos causados pela
concretização desse risco, além de agregar valor à organização, trazendo benefícios
diversos. Para isso, são adotadas metodologias de gerenciamento de risco, das
quais buscou-se destacar no presente trabalho a Instrução Técnica Nº 16/2019 do
Corpo de Bombeiros Militares de São Paulo.
O método utilizado para elaboração desta pesquisa foi a revisão bibliográfica
de cunho exploratório, desenvolvendo-se o assunto com base em material já
elaborado, como artigos científicos, e normas vigentes.

2 GESTÃO DE RISCO DE INCÊNDIO

Riscos e perigos são situações inerentes a todas as atividades, inclusive as


organizacionais, mas o fato de serem conhecidos não significa que devam ser
ignorados, mas sim gerenciados. Para isso, necessitam de uma análise prévia que
identifica e discute todas as possibilidades de ocorrência do acidente, na tentativa de
se evitar que ele aconteça. Segundo Neto (2018),
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Os riscos são fatores internos e externos à determinada organização e que


causam incertezas em qualquer negócio. Essas incertezas, aliadas a uma
má gestão, podem acarretar prejuízos e fazer com que seu empreendimento
feche as portas.

A evolução das técnicas de análise de risco, que vêm se aprimorando junto


aos conhecimentos humanos, e algumas ferramentas hoje disponíveis, permitem
que esta atividade seja realizada com elevado nível de profissionalismo. Contudo,
algumas dessas ferramentas de análise de riscos não estão ainda suficientemente
disseminadas e popularizadas.
Tratar os riscos de modo sistêmico nas atividades e organizações é
denominado gestão de risco. É esta que determina um planejamento de todo um
processo para lidar com os possíveis cenários que podem ocorrer futuramente, que
são previsíveis, mas capazes de serem solucionados buscando sempre diminuir os
impactos à vida das pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio.
Particularmente acerca do gerenciamento de risco de incêndio, a Instrução
Técnica Nº 16/2019 do Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo define que, no
caso incêndio, o gerenciamento de risco

É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos humanos


e materiais, internos ou externos, de uma empresa, no sentido de eliminar
ou minimizar os riscos de incidentes advindos de sua própria atividade, que
têm o potencial para causar significativos impactos a vida, ao meio ambiente
e ao patrimônio. (IT Nº 16/2019 CBMSP, p. 2)

O gerenciamento de riscos é uma ferramenta muito importante no âmbito


organizacional, independente da área na qual ele será adotado, pois ela possibilita a
tomada de decisões levando em consideração as incertezas existentes. Nesse
sentido, o gerenciamento de risco de incêndio envolve mais do que o ambiente da
organização, pois é uma situação em que os impactos, se não houver uma
previsibilidade e prévia preparação para serem adequadamente controlados, podem
gerar danos irreversíveis e imensuráveis.
Além disso, o gerenciamento facilita a localização de pontos vulneráveis,
onde o risco é maior, tornando mais preciso o processo de monitoramento e decisão
sobre os riscos envolvidos. Conforme ressalta Duarte et. al. (1998):
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(...) o gerenciamento dos riscos é uma tentativa de minimizar ou até mesmo


eliminar os efeitos negativos de alguns riscos indesejáveis. Depois que os
riscos forem identificados, teremos condições de decidir até que nível
desejamos controlá-los em função dos recursos disponíveis e daquilo que
consideramos aceitável.

Portanto, a aplicação do gerenciamento de risco se mostra importante nas


organizações e edificações. A IT 16/2019 CBMSP é uma instrução que busca indicar
os caminhos para aplicação eficaz do gerenciamento de risco contra incêndio e
aperfeiçoamento contínuo desse processo, estabelecendo, por exemplo, requisitos
mínimos para elaborar, manter e revisar um plano de emergência e fornecer
informações que facilitem o atendimento do corpo de bombeiros (IN 16/2019
CBMSP, 2019, p.2).
Para implementação do gerenciamento de risco de incêndio é necessário que
a organização, primeiramente, estabeleça uma política de gerenciamento de riscos
de incêndio e comprometa-se com ela. Através dessa política, possibilita-se: utilizar
racionalmente e eficazmente seus recursos para o gerenciamento; aumentar o nível
de segurança do público interno e externo, assim como reduzir gasto com saúde;
minimizar impactos sociais e econômicos ocasionados por incêndio à empresa e
comunidade; restabelecer rapidamente o equilíbrio ecológico, do bem-estar e
qualidade de vida, minimizando e reparando possíveis danos ambientais. Assim,
nota-se que essa política de gerenciamento deve ser um plano que envolva “todos
os níveis e funções pertinentes da organização, como parte de suas práticas e
processos” (IN 16/2019 CBMSP, 2019).

2.1 Metodologias de gestão de risco de incêndio

Atualmente, são reconhecidas três principais metodologias de gestão de risco


de incêndio: a qualitativa, a quantitativa, e as semiquantitativa. Os métodos
qualitativos, segundo Pires (2015, p. 32), são fáceis e mais baratos de serem
aplicados, pois usam como base normas e regulamentos contra incêndio que
estejam em vigor, e possibilitam identificar perigos e a escolher a melhor forma de
prevenir e proteger; por outro lado, não determinam a probabilidade de ocorrência
de um incêndio. São os do tipo checklist e análise histórica de eventos.
Já a metodologia quantitativa, ao contrário da qualitativa, é mais demorada e
mais cara, porém produz melhores resultados. Devido à quantidade de detalhes,
possibilitam identificar erros mais facilmente, já que há a medição de valores que
mostram os riscos e impactos de um incêndio. Normalmente pode ser feita através
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de uma árvore de eventos que identifica os acontecimentos iniciais geradores, a


conduta das pessoas e as técnicas de segurança que minimizem as ocorrências
para, posteriormente, estabelecer a sequência de acontecimentos e seus efeitos
resultantes. A soma da probabilidade dos vários eventos resultaria no risco total que
determinada organização estaria sujeita (PIRES, 2015, p. 32).
Por fim, a metodologia semiquantitativa buscou unir os dois métodos
anteriores: aos dados mensurados é determinado um peso de acordo com alguns
parâmetros pré-determinados que são identificados a partir dos fatores influenciáveis
durante a ocorrência de um incêndio, seus perigos e formas de proteção e o grau
afetação na segurança da edificação. Através desses parâmetros é possível
determinar o índice de risco de incêndio (PIRES, 2015, p 32-33).
No presente trabalho buscar-se-á abordar a metodologia da IT 16/2019,
adotada pelo Corpo de Bombeiros Militares de São Paulo, que se classifica como
um método semiquantitativo.

3 METODOLOGIA DE GESTÃO DE RISCO DE INCÊNDIO DA IT Nº 16/2019 do


CBMSP

A IT Nº 16/2019 do CBMSP não tem como finalidade estabelecer


propriamente um sistema de gerenciamento de riscos, mas sim auxiliar as
organizações em sua gestão de risco de acordo com sua estrutura e necessidades
específicas. Dito isso, a instrução descreve como deve ser feito o processo de
gestão de risco de incêndio e emergência, o qual é dividido em cinco etapas:
identificação, análise e tratamento dos riscos; controle, monitoramento e análise
crítica; e registro do processo de gerenciamento de riscos.

3.1 Identificação dos riscos

Nessa etapa, a organização deve identificar os riscos de incêndio e


emergência existentes, estando sob seu controle ou não, e considerando as
atividades da empresa, suas edificações e áreas de risco que causem impacto à
pessoas, ao ambiente e ao patrimônio, tanto interna quanto externamente. Para
isso, deve-se utilizar de técnicas para reconhecer as incertezas existentes,
especificando a quantidade, tipo de risco e determinando seu grau de significância
(IN 16/2019 CBMSP, 2019, p. 3-4).

3.2 Análise de riscos


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Identificados os riscos, é necessário que seja compreendida sua natureza,


características e nível. A análise tem o objetivo de detalhar as incertezas, as fontes
de risco, as consequências, a probabilidades, os eventos, controles e eficácia de
forma qualitativa ou quantitativa, a depender das circunstâncias pretendidas, bem
como definir o grau de confiabilidade da informação e verificar os recursos
disponíveis. Posteriormente, levando em conta o contexto mais amplo do risco e
suas consequências internas e externas, é avaliado e decidido se ele será tratado e
qual o método mais adequado (IN 16/2019 CBMSP, 2019, p. 4).

3.3 Tratamento de risco

Se for decidido pela necessidade de tratar o risco, será preciso formular e


escolher opções de tratamento, planejar e implementar, avaliar a eficácia do
tratamento, decidir se o risco é aceitável para verificar necessidade de tratamento
adicional. A seleção do tratamento deve ocorrer levando-se em conta os benefícios
potenciais em relação ao alcance dos objetivos ligados aos requisitos legais,
regulatórios, à responsabilidade social e a proteção ambiental. Normalmente, a
adoção de mais de uma opção de tratamento pode ser mais benéfica.
Aliado ao tratamento, deve haver uma monitoração e avaliação de sua
eficácia, pois pode ser que surjam outros riscos a partir do tratamento, que devem
manter sua ligação com o risco originário e também deverão receber tratamento.
Nessa fase, deve existir, ainda, a elaboração do plano de tratamento
contendo, no mínimo: avaliação do risco; planejamento das opções de tratamento;
implementação das medidas de tratamento; e adoção de todas as medidas
necessárias para a diminuição do impacto causado por um evento relacionado à
organização.

3.4 Controle, monitoramento e análise crítica

O monitoramento e a análise crítica devem fazer parte do processo de


gerenciamento de riscos, pois envolvem a fiscalização constante ou pontual dos
riscos e dos tratamentos dados a eles, permitindo controlá-los da melhor forma.
Entretanto, essa etapa deve abranger todas as outras para garantir que o controle
seja efetivo, para obtenção de informações que aprimorem o processo de
gerenciamento, avaliar mudanças e tendências, detectar alterações no ambiente
interno e externo, incluindo nos critérios de risco, e identificar riscos emergentes.
Isso gera uma medida de desempenho que pode ser incorporada na gestão das
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informações organizacionais, pois os resultados produzidos nessa etapa devem ser


registrados e utilizados para analisar criticamente a estrutura da gestão de riscos (IN
16/2019 CBMSP, 2019, p. 5).

3.5 Registo do processo de gerenciamento de riscos

Todo o procedimento de gerenciamento de risco, bem como seus resultados,


devem ser documentados e relatados adequadamente, pois através disso será
possível aprimorar os métodos, as ferramentas utilizadas e o próprio processo,
levando em conta a necessidade de a organização estar em um aprendizado
contínuo, os benefícios da reutilização no gerenciamento das informações já
adquiridas, necessidade de registros legais, regulatórios e operacionais,
sensibilidade das informações, entre outros. Ademais, além das políticas próprias de
gerenciamento de riscos de incêndio adotadas pela organização, os riscos que
forem identificados devem ser relatados ao Serviço de Segurança contra Incêndio
através do preenchimento dos formulários constantes na instrução técnica 16/2019
CBMSP, 2019, p. 5).

4 CONCLUSÃO

A partir da abordagem feita ao longo do trabalho, foi possível demonstrar que


o gerenciamento de risco de incêndio é um processo fundamental que deve fazer
parte do projeto da estrutura de qualquer edificação e, principalmente, das
organizações através da elaboração de uma política de gerenciamento de risco, pois
o perigo de incêndio é um incidente inerente a qualquer instalação edifícia,
independente de seu segmento. Sua relevância se deve tanto ao impacto que um
acidente pode ocasionar interna quando externamente à organização, tendo em
vista estarem expostos ao perigo o patrimônio, a vida das pessoas e o meio
ambiente.
A Instrução Técnica 16/2019 do CBMSP é um dos instrumentos que busca
orientar os responsáveis organizacionais acerca de como deve ser aplicado o
processo de gestão de risco de incêndio e emergência a partir da identificação do
risco, de sua análise, tratamento, controle monitorado e registro do processo.
Quando devidamente aplicado, o gerenciamento de risco contra incêndio é
ferramenta que possibilita prever e solucionar da melhor maneira possível um
eventual acidente, minimizando suas consequências.
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Em muitos cenários, visualiza-se que os riscos de incêndios é preterido e não


se dá a devida atenção, momento em que um acidente ocorre e então se começa a
valorizar as soluções prévias existentes. Entretanto, quis-se aqui ressaltar que
justamente a prevenção é a forma mais adequada para se evitar situações perigosas
e danos decorrentes da falta de gestão de risco contra incêndio nas organizações.

REFERÊNCIAS

DUARTE, Dayse; LEITE, Maria do S.; PONTES, Rosemeri. Gerenciamento dos


riscos de incêndios. 1998. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART366.pdf>. Acesso em 10
set. 2019.

NETO, J. S. Você sabe o que é Gestão de Riscos?. Setting, 2018. Disponivel em:
<https://www.setting.com.br/blog/riscos-compliance/o-que-e-gestao-de-riscos/>.
Acesso em: 06 set. 2019.

PIRES, Amanda Laura. Avaliação de risco de incêndio: Método de Gretener


aplicado ao centro de tecnologia (UFSM). 2018. Disponível em:
<http://coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2015/TCC_AMANDA%20LAURA
%20PIRES.pdf>. Acesso em 10 set. 2019.

SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros Militares de São Paulo. INSTRUÇÃO TÉCNICA


Nº 16/2019 - Gerenciamento de riscos de incêndio. Disponível em:
<http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/dsci_publicacoes2/_lib/file/doc/IT-16-
2019.pdf>. Acesso em 10 set. 2019.

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