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Copyright © 2007 by Marcos Anténio Alexandre Todos os direitos reservados Capa Tulio Oliveira Diagramagao Pablo Guimaraes Revisdo Ana Emilia de Carvalho R425 Representag6es performiticas brasileiras: teorias, praticas ¢ suas interfaces / Marcos Ant6nio Alexandre (organizador)— Belo Horizonte : Mazza Edigdes, 2007. 224 p.; 16x23 cm. ISBN 978-85-7160-434-6 1. Sociologia - Antropologia. 2. Cultura popular. 3. Cultura Afro-Brasileira. 4. Religiao-Pesquisa. CDD: 301.2981 CDU: 361(981) Producdo grafico-editorial Mazza Edigées Ltda. Rua Braganga, 101 — Bairro Pompéia — Telefax: (31) 3481-0591 30280-410 Belo Horizonte - MG e-mail: edmazza@uai.com.br_ » ~www.mazzaedicoes.com.br 3, MEMORIA E PERFORMANCE NAS CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS Florentina Souza As vezes, pensamos em meméria como repeticao exata, outras como evocagées nem sempre precisas; entretanto, de todo modo, a meméria, no discurso cotidiano, esta sempre associada ao passado, ou melhor, as leituras do passado realizadas a partir das lembrangas cujos vazios preenchemos com as nossas experiéncia e criatividade. Os historiadores, por exemplo, discutem com freqiiéncia as suas ligagdes com a mem6ria, enfatizando o caraéter documental das me- mérias com que lidam; os agentes culturais e os artistas, por seu turno, também lidando com a meméria, ressaltam sempre a ambivaléncia de suas relagGes com os documentos — relagdes em que a reconstrucio ¢ criativa tem um papel relevante. A historia das culturas afrodescendentes é tradicionalmente marcada por embates e discuss6es que envolvem reflexdes sobre a tematica da memoria, da hist6ria, da identidade e das performances. Este debate tem seus marcos originais na hist6ria do trafico e na exis- téncia de um ritual que envolvia circular em torno da “Arvore do €squecimento” para garantir a imuni a0 “banzo” e, principalmen- te, 0 apagamento dos nomes € das tradi ; i c icdes culturais daqueles que seriam emi arcados a forga para a diaspora. Assim, as varias tradigdes culturais africanas da diaspora sempre lida: ais e coletivos de guarda e reservacao, reconstituicao e reorganiza- ote © preservacs —etnlieao_€ reorgal go de pedacos, narrativas, cAnticos © performances, tecidos e tra¢os, 30 plantas € costumes entre outras bagagens que, junto com os corpos e i almas, atravessaram o Atlantico. Na didspora_forcada, fugindo a coisificacio imposta pela escravizacao, os afticanos e afrodescendentes costuraram e teceram identidades e, a partir da meméria, reorganizaram suas vidas dese- nhando novas configurag6es culturais advindas da sua situagdio em terras estrangeiras. Enfaticamente, no campo da miisica, da danca e de religiosidade, as tradigdes culturais permaneceram como espa¢gos privilegiados de memGria e de recriacao, o que faz das performances um dos elementos significativos na transmissdo, circulagéo e reconfiguragéo da meméria dos afrodescendente, * E ponto pacifico entre os estudiosos de questées relativas a afrodescendéncia que os discursos identitarios de toda e qualquer ordem se sedimentam em realidades sociais e politicas, em momentos nos quais a idéia de comunidade organizada a partir de bases simb6- licas eleitas e aceitas como definidoras do perfil do grupo se vé ameagada. Foi assim com as comunidades imaginadas nacionais e ocorre de modo semelhante com as comunidades étnicas ou de géne- To, por exemplo. Cada grupo seleciona e elege alguns elementos que comporao a sua mem6ria, ou os seus lugares de memGria. Estes luga- tes serao meticulosamente construidos e, em geral, ritualizados com vistas a torna-los simultaneamente tnicos, repetiveis e atualizaveis. As memorias dos afrodescendentes foram forjadas em tenses constan- tes, apropriacdes e reapropriagdes espontaneas ou obrigatorias e utili- zadas como mggcas de um passado a ser evocado Para constituigio de um repertdrio de resisténcia e de identidade. Obrigadas a conviver com culturas diversas na didspora, estas tradigées aprenderam a se telacionar com as demais culturas africanas ¢ ainda com as culturas dos colonizadores e a se recompor nestes didlogos. A miisica, a voz, os gestos, 0s contos e cantos sempre constitui- tam fundamentos das produgées culturais de origem africana e viram- se, por vezes, submetidos 4 depreciagio pelos paradigmas criticos centrados na supervalorizacio dos modelos eurocéntricos fincados €m discursos prestigiados por transitarem em espa¢cos ditos da hegemonia do racional e da m4xima objetividade. Laura Padilha, fa- lando sobre fico angolana, chama a atengao para o fato de que em toda a Africa a voz do contador de histérias “libera a forca do seu 31 imaginario c a do seu grupo, fazendo do processo de recepgio um ato coletivo” ¢ continua a autora: “A milenar arte da oralidade difunde as vozes ancestrais, procura manter a lei do grupo, fazendo-se, por isso, um exercicio de sabedoria"', Um exercicio de sabedoria e de mem6ria que se mostrou de extrema produtividade na transmissio e preservagiio de contos, procedimentos rituais, cantos € tradigdes que s6 sobreviveram até a presente data justamente porque os ancestrais acreditaram na memoria ¢ na oralidade como instrumentos privilegia- dos na correia de transmissao de conhecimentos e saberes. No campo das tradigdes religiosas do candomblé, da umbanda, das congadas, pode-se observar uma série de exemplos de releitura de gestos, movi- mentos, cédigos secretos ¢ rituais que foram/siéo memorizados, reinterpretados e transmitidos pela “escola da oralidade” em exercici- os constantes de memoria e de sabedoria. Com aguda sensibilidade, a poeta e romancista Concei¢4o Evaristo também constréi em varios poemas seus uma linhagem de falas e cantos que reinterpretam e atualizam historias e a historia do pais que, reitero, constrdi-se com vozes e gestos, canto e poesia que narram episddios que envolvem amores, separagées, resisténcia, sacrificios, lutas e vitérias como pode ilustrar 0 poema Vozes mulheres, de sua autoria: “A voz da minha bisavé ecoou Crianga Nos pordes do navio C.] : A voz da minha av . Ecoou obediéncia Aos brancos-donos de tudo. A voz de minha miie Ecoou baixinho revolta No fundo das cozinhas alheias Debaixo das trouxas (ud A minha voz ainda Ecoa versos perplexos Com rimas de sangue > 4 e fome. A voz de minha filha Recolhe em si A fala e 0 ato, O ontem — 0 hoje ~ 0 agora. Na voz de minha filha Se fara ouvir a ressonancia O eco da vida-liberdade”, No poema, instala-se a circulagao e readaptacao de atuacdes marcadas pelo inconformismo e pelo sonho da liberdade. Da bisavé a filha, institui-se um circuito criado pelas vozes da meméria, e as vozes atualizadas pelas histérias do presente, viabilizando o redesenho de praticas, permitem a construgo de um potente transito criativo que se constituira, nos varios campos, como caracteristica de afrodescendéncia. Como ressalta a poeta, participagao e interveng3o ativa na vida brasileira evidenciam-se, desde ha muito. O século XIX é escolhido para demonstrar que afrodescendentes, isoladamente ou em grupo, tentam pela via da escrita, literaria ou jornalistica, do teatro, da religio- sidade ou da festa, construir identidades em que as Gfricas reconfiguradas)sao realgadas como diferenciais importantes no cotidi- ano popular. Na Bahia contemporanea, os blocos afros trazem para a cena a mem6ria de discursos identitarios produzidos desde o século XIX por blocos carnavalescos, como Embaixada Africana e Pandegos da Africa, que, segundo os historiadores (TELES, 1997; VIEIRA FI- LHO, 1997), subvertiam o lugar de marginalidade que lhes era impos- to pela sociedade da época e concomitantemente faziam da Africa ou da africanidade ali construida um elemento de composi¢io da sua comunidade imaginada. Estes clubes, apesar da critica da imprensa, gozavam de grande simpatia por parte dos grupos populares e traziam Para as ruas ritmos e dangas inspirados nas tradigdes africanas, além de fazerem referéncia a aspectos da histéria de paises africanos. Também, distinguindo-se com as explicitas citagdes do candomblé, os afoxés cons- tituem-se, juntamente com os clubes citados, precursores dos blocos 33 afros da Bahia, sem que se pretenda aqui criar descabidas linhas continuas de repeticao. 1lé Ayié, Olodum, Malé de Balé, Muzenza’, entre outros blocos afros criados a partir dos finais da década de 70 do século XX, para além de trazerem palavras originadas de linguas africanas que passam a circular com mais freqiténcia fora do circuito religioso, fazem um outro trabalho de recomposi¢ao da meméria. Reatualizam a_hist6ria de culturas africanas trazendo 4 cena a diversidade cultural que carac- teriza o continente, propiciando a construc’o positiva de identidades para o grupo, viabilizando que afrodescendentes e nao conhecam uma parte da sua riqueza cultural que é constituinte da cultura brasileira. As ligagdes com a Africa e suas culturas sao recriadas, as vezes de modo livre, propiciando a releitura dos transitos e intercambios ocorridos na diaspora: Jamaica, a civilizagao bantu, a Guiné, Mali, a tradicao iorubé, as cidades. de paises africanos; as raizes religiosas sio recriadas em uma genealogia mitico-hist6rica para a elaboragao de discursos identitarios hibridos que percorrem os varios caminhos pro- piciados pelo Black Atlantic, definido por Paul Gilroy (2001) como uma rica formagdo intercultural e transnacional resultante dos inter- cambios e das trocas efetivados entre a cultura ocidental. As culturas africanas e as produzidas na diaspora tragam desenhos identitarios que desafiam barreiras nacionalistas, como pode ser lido na letra da musica J. América Brasil: Sou Ilé-Aiyé Da América Africana Senzala Barro Preto Curuzu Sou negio Zulu Garvey Liberdade E Brooklin Curuzu Aiyé Johnson com seu pulso Encantou a todo mundo Jimmy Hendrix com seu toque universal Oh é€ James Brown Reverendo Luther King 34 A liberdade e a palavra de fé Fannie Lou Mississipi Luta e resisténcia da mulher". As letras das composig6es isoladas das perfomances dos canto- res e dos participantes dos blocos nao dao conta das alegorias performaticas que os blocos afros levam para as ruas da cidade do Salvador nos ensaios e apresentagdes. Aqui no século XXI, como em todo o periodo de escravizagio, as praticas performativas em qué © | corpo simultaneamente recupera e(recria as experiéncias ancestrais 7 podem ser lidas como exemplo de uma politica de performance que funde estético € politico, resistencia ¢ pedagogia. Como sabemos, as praticas religiosas, a capoeira, 0 samba e a maior parte das manifesta- ¢6es culturais de origem africana lidam com o corpo “como se ele fosse, ¢ muitas vezes foi, 0 Gnico capital cultural que tinhamos. Te- mos trabalhado em nds mesmos como em telas de representagiio” € continua: Esses repertérios da cultura popular negra — uma vez que fomos excluidos da corrente cultural dominante — eram freqiientemente os Gnicos espagos performaticos que nos restavam e que foram sobredeterminados de duas formas parcialmente por suas herangas, e também determinados criticamente pelas condigdes diaspéricas nas quais as co- nexdes foram forjada nexdes foram forjada O corpo negro em performance tem sido estudado na contemporaneidade co reinvencao de imagens pelo didlogo entre * imaginario € memoria} que se tornam amplificadores para vozes e€ : reivindicagées, As vezes, desprestigiadas. Rubem Alves da Silva (2005) discutindo a nogao de performance nas ciéncias sociais, recorre i Schechner para enfatizar a atuagao do estético e da criatividade nas atividades performaticas; segundo ele, as performances podem s definidas como atividades culturais reproduzidas ao longo de um tes o em processos que podem envolver pluralidade de significado: aa resses diversificados. Ainda com base em Schechener, Sil a que, embora de modo nao excludente, as performant ae ces podem ter 35) ‘ic um carater de entretenimento e lazer ou cariter de eficacia. Considero € Ultimo carter mais importante para as reflexdes aqui desenvolvi- das. uma vez que as tradicSes _africanas reconstruidas pelos blocos afros jogam com o ltidico, porém se interessam em propor projetos de ituicao de identidades e de modificages nas pi As cotidianas, reversao de papéis e de sentidos. Eles, constroem performances que n&O s€ esgotam nos ritmicos movimentos que exploram, t@m projeto de fazer cantar e dancar (entreter) e principalmente refletir sobre as Tepresentacdes e atuacdes do negro na vida social e politica brasilei- fa, como aiestam o Projeto e os Cadernos Pedagégicos, além das escolas € varias acdes empreendidas e mantidas pelos grupos afros em Salvador. Assim, Ilé, Olodum, Malé, entre outros, reelaboram tradigdes di- versas, compondo.um_outra mosaico para as tradicées da diaspora. Fazem do corpo em movimento estético espaco para contestagio e intervencao politica e social e vao construindo uma meméria da Afri- ca € de suas culturas que, aliada a indumentaria e as dangas, constitui um arquivo de referéncias extremamente importante para a configura- (40 das identidades negras na Bahia. Nestes contextos, os corpos ne- gros € suas performances transcendem os limites de representacdes em que o olhar marcado pelo fascinio erético e/ou exotismo apresen- tam corpos negros descontextualizados e sem voz ou identidade. Ain- da parafraseando o ja citado Hall, as performances e representagdes que nos interessam constituem estratégias culturais capazes de efetuar diferencas e deslocar as disposicdes do poder. As identidades que se querem constituir pelos toques de tambores e da lenta subida das ladeiras, pela utilizacao de uma indumentaria que reestiliza roupas de grupos africanos, dos cabelos trangados e das performances apontam para uma alteracao nas disposigdes hegeménicas do poder. Por meio da mtisica e da danga, utilizam uma linguagem entendida pela mente € corpo das centenas de jovens negros que freqiientam os ensaios dos blocos afros em Salvador, entoando as cangdes que nao sao tocadas nas radios, mas que circulam intensamente pelo universo dos jovens das comunidades populares que entoam com o bloco: “Nao me pe- gue, nao me toque, por favor nao me provoque, eu sé quero ver o Ilé passar”. As dancas das deusas do ébano, os tambores do Olodum langados ao alto, a ala de danca do Malé de Balé ilustram as relagdes 36 fortes € tensas entre o performatico e o pedagégico na constituigio das identidades €tnicas*. A sonoridade dos toques variados dos tambores juntam-se a informacées histéricas sobre o Egito, Abissinia, Angola, Mocambique, Nigéria e outras culturas da Africa e da diaspora que sio reproduzidas nos espacos populares e fundem mito e hist6ria, experi- Encia € cria¢ao, intensificando a proliferacdo de discursos identitérios mesmo que ainda nao tenham produzido os deslocamentos nas rela- des de poder que muitos de nés desejamos. Inicialmente combatido pela imprensa e por setores institucionais que viam na proposta uma ameaca & estabilizagdo de um discurso de democracia racial (e novamente a aproximago com o século XIX se impde), 0 Ié Aiyé é o primeiro dos blocos afros contemporaneos a se firmar como voz de resisténcia que faz do corpo negro objeto estético, tela de representac3o construida pela selegio dos elementos do perfil reconfigurado. Historicamente as tradigGes africanas se expressaram por intermédio do corpo nas varias situagdes que viviam — as performances sempre fizeram parte do cotidiano de africanos e afrodescendentes, a ponto de a tradi¢ao ocidental definir sempre 0 corpo negro a partir de performances a serem combatidas — corpo belo, flexivel, sensual, peca- minoso. Imagens que se repetiram a exaustdo nos textos e cenas pinta- das ou descritas por estrangeiros e brasileiros. O desfile dos blocos pelas avenidas de Salvador, cantando e dangando com roupas inspiradas em tradiges do vestuario de regides da Africa, torna-se um ritual de afirmacao identitaria apreciado por baianos, turistas e jornalistas e, principalmente, de negros e negras que se acotovelam nas ruas para assistir a0 ritual e acompanhar os desfiles, ainda que a grande imprensa televisiva nao prestigie o even- to em suas transmiss6es. Os blocos afros tornam performaticas as memorias de lutas do povo africano e dos afro-brasileiros como a revolta dos malés, a cons- piracao dos alfaiates; misturam historia e mito e trazem a hist6ria do Egito negro, informagées sobre Madagascar e Zumbi para o cotidiano popular. Em suma, fatos e temas que, em geral, nao eram ou niio sio estudados nas escolas e que comecam a ser conhecidos pelos cader- nos de educacao e pelos semindrios que os blocos organizam com o intuito de informar/formar compositores e associados sobre o tema de cada ano. 37 career Usando texto, colorido e performance, 0s cantores trys, dancarinos sao autores de atos performaticos € também porary, . tradigéo de convencées e de histérias particulares que vic constiny, fundamentos para o discurso identitario. E af podemos ler tod, «in conjunto de sentidos histéricos culturais € s 5 QUE SiO. codificade e decodificados em outro sistema de representagdo. A criatividade improviso performativo existentes nas tradiges africanas € nas trad. Ges espalhadas pela didspora, como o jazz, 0 samba reggae ¢ ijexd, tém por base um feixe de referéncias € um contexty de legitimagao especifico que negociam com a tradicao ocidental para imprimir-lhe marcas inusitadas. aN Recrjar, reelaborar performances e historias poe em destaque o fato de que as identidades e as culturas nao sao imaginadas de uma vez por todas, mas sao constantemente recriadas € acrescidas com o trabalho ativo da meméria e de seus vazios. De tal modo que priticas culturais consideradas tradicionais sao reinterpretadas, reconstruidas ou reinventadas por esta memoria ativa, apresentando-se com outras roupagens e sentidos — um processo de ressignificacao assentado em tentativas de atividades sociais produzirem representacdes de memérias culturais dos afrodescendentes para transforma-las em instrumentoy politico de intervencao e mudang¢a sociopolitica. Podemos concluir pensando que as performances culturais desenvolvidas e apresenta- das pelos grupos afro-baianos comemoram a memoria dos grupos étnicos que aportaram na cidade da Bahia e celebram as diferentes tradigdes de origem africana que ainda hoje sao reinventadas na diaspora; e mais, trazem a cena publica sentimentos, ritmos e movi- mentos que forcam o repensar de didlogos entre as varias reconfigurac6es_performatico-culturais que ocorreram/ocorrem nos varios cantos da diaspora e que podem interferir nas formas de orga- niza¢do sociopolitica dessas sociedades. Notas: ) PADILHA. Entre a voz e a letra. O lugar da ancestralidade na ficgi0 angolana do século XX, p. 15. ? EVARISTO. Cadernos Negros, n. 13. p. 32-33. > Nomes de importantes blocos afros criados em Salvador a partir da década de 70 € que constituem espacos de lazer e principalmente marcos 38 de afirmagao de estética negra, de incentivo a auto-estima e de resis cultural. ‘Letra de Julinho, Claudio do Reggae, Guza e Eldi Estrela. 1996. 5 HALL. Da diaspora: identidades e mediagées culturais. p. 342-343. ® Cf. em BHAHBA. no texto “DissemiNacgio: o Tempo, a Narrativa ¢ as margens da nago moderna”, no qual 0 autor aborda 0 tema no tocante a constituigio do discurso nacional, uma relag&o que pode sem diivida ser estendida a discussGes sobre etnicidades. Referéncias BHAHBA, Homi K. DissemiNagio: 0 tempo, a narrativa e as margens da nacgo moderna. O local da cultura. Tradugao de Myriam Avila, Eliana Lourengo de Lima Reis e Glaucia Renate Gongalves. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. p. 198-238. Cadernos Negros. S80 Paulo: Quilombhoje, n. 13, 1990. GILROY, Paul. O Atlantico negro: modemidade e dupla consciéncia. 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