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Segunda-feira, 8 de abril de 2019 I Série


Número 40

BOLETIM OFICIAL
2 752000 002116

ÍNDICE
 ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 51/IX/2019:
Estabelecendo o regime de disponibilidade, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos,
locais abertos ao público e locais de trabalho dos serviços e organismos da Administração Pública
central e local e das entidades privadas.............................................................................................692
CONSELHO DE MINISTROS
Resolução nº 39/2019:
Aprovando o Plano Diretor do Sector Elétrico 2018 - 2040............................................................................704
Resolução nº 40/2019:
Autorizando a celebração de contratos de prestação de serviços para a contratação, por um período de dois
anos, dos médicos especialistas aposentados para prestação de cuidados de saúde de especialidade
nos serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde..........................................................711
Resolução nº41/2019:
Aprovando a Minuta de Adenda à Convenção de Estabelecimento entre o Estado de Cabo Verde e as
Sociedades MLD Cabo Verde Resort S.A, e a MLD Cabo Verde Entretenimento S.A............................712
Resolução nº42/2019:
Autorizando a transferência de verbas provinientes do Fundo de Solidariedade das Comunidades para o
Ministério de Família e Inclusão Social, visando o pagamento da pensão do regime não contributivo
concedida aos membros das comunidades em situação de vulnerabilidade............................................713
MINISTÉRIO DO TURISMO E TRANSPORTES E MINISTÉRIO DA ECONOMIA MARÍTIMA
Portaria conjunta n.º12/2019:
Aprovando o Logótipo do Instituto de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos e Marítimos......714
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E MINISTÉRIO DO TURISMO E TRANSPORTES
Portaria conjunta nº13/2019:
Definindo os prazos máximos para instrução do processo, análise e consequente atribuição do Estatuto
de Utilidade Turística, bem como, a aprovação dos projetos de investimento e exportação.................716

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692 I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019

 ASSEMBLEIA NACIONAL Por outro lado, mediante Resolução n.º 51/2016, de 18 de


abril, foi aprovado o Plano Estratégico multissetorial de
–––––­­– Combate aos Problemas Ligados ao Álcool – 2016 a 2020.

Lei n.º 51/IX /2019 A visão deste Plano consiste na melhoria da saúde e do
bem-estar da População Cabo-verdiana através de medidas
de 8 de abril
que visam travar o uso abusivo de bebidas alcoólicas,
com o propósito de alcançar metas como a redução da
morbilidade, da mortalidade e do peso social resultantes
Preâmbulo
dos problemas ligados ao álcool, tais como o controlo de
qualidade de bebidas alcoólicas importadas antes do
O alcoolismo constitui um importante problema social despacho aduaneiro, a atribuição de uma licença especial
e de Saúde Pública e interfere negativamente em vários a todos os estabelecimentos que comercializam bebidas
aspetos da vida do indivíduo e da comunidade na qual alcoólicas, o reforço da fiscalização através da criação de
está inserido, e está diretamente ligado aos problemas grupos de fiscais para a realização desse controlo, sobretudo
de relacionamento, de violência, de absentismo laboral nos bares, discotecas e locais de diversão noturna que,
e escolar, de sinistralidade rodoviária e acidentes de constituem pontos de concentração de adolescentes e de
trabalho. acesso fácil às bebidas alcoólicas, a criação dum Sistema
Nacional de Informação sobre o Álcool para recolha e
Embora a lei em vigor proíba a venda de bebidas gestão adequada de dados, a realização de estudos nos
alcoólicas a menores de 18 anos, é bem de ver que 45,4% domínios da problemática do álcool e a criação de um
de estudantes entre 12 e 18 anos já ingeriram álcool pelo banco nacional de dados.
menos uma vez na vida, como revela o Primeiro Inquérito
Nacional sobre o Consumo de Substâncias Psicoativas Afora e em consonância com o quadro legal acima
no Ensino Secundário, realizado em 2013. mencionado, a presente de Lei dá particular atenção aos
aspetos ligados que se prendem com:
Com efeito, o início do consumo dá-se em idades precoces,
levando a uma maior probabilidade de ocorrência de - A publicidade zero de bebidas alcoólicas;
dependência alcoólica, assim como consequências diretas
a nível do sistema nervoso central, com défices cognitivos - A proibição da venda e do consumo de bebidas alcoólicas
e de memória, limitações a nível da aprendizagem e, bem nos serviços e organismos da Administração
assim, ao nível do desempenho profissional. Pública central e local e das entidades privadas;
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As propagandas alusivas ao álcool têm como principal - A Proibição da venda e do consumo de bebidas
alvo os jovens, com temas evidentemente dirigidos a essa alcoólicas nos locais de trabalho, incluindo
camada da sociedade, com manifesto impacto no consumo. cantinas, cafetarias e refeitórios.
A condução sob efeito de álcool, constitui também uma Ainda, é de se fazer referência aos princípios orientadores
causa preocupante de acidentes rodoviários, não obstante da presente da Lei, com particular realce para:
o registo de alguma redução no número de acidentes.
- A participação da comunidade, especialmente
No ambiente laboral, padrões de consumo problemáticos organizações juvenis, sectores de planificação
de álcool por alguns trabalhadores são uma realidade e de execução em matéria de prevenção do
e o posicionamento dos serviços em relação a esses consumo de bebidas alcoólicas;
consumidores tende a ser de medidas disciplinares,
relegando, para segundo plano, a promoção de medidas - A integração e coordenação de atuações em matéria
de segurança e a preservação da saúde. de prevenção de todas as entidades públicas e
da sociedade civil;
Perante esse quadro torna-se crucial reforçar o controlo
do uso de bebidas alcoólicas em Cabo Verde, especialmente - A promoção ativa de hábitos de vida e de cultura
através de medidas legislativas que protejam a saúde saudáveis;
dos cidadãos em geral e, particularmente, das crianças
e dos jovens, e assim contribuir para a segurança destes. - O princípio da co-responsabilidade social sobre a
problemática associada ao consumo de bebidas
Neste sentido, a presente Lei regula o regime de alcoólicas.
disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas
em locais públicos, locais abertos ao público e locais de Assim,
trabalho dos serviços e organismos da Administração
Pública central e local e das entidades privadas, bem Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
como o regime de restrição de publicidade, patrocínio nos termos da alínea b) do artigo 175.° da Constituição,
e promoção de bebidas alcoólicas e o regime jurídico da o seguinte:
realização de testes e exames médicos aos funcionários
públicos, agentes do Estado e trabalhadores que se CAPÍTULO I
encontrem em serviço.
DISPOSIÇÕES GERAIS
No plano legal, foi recentemente aprovado o Decreto-
Lei n.º 6/2017, de 14 de fevereiro, que cria a Comissão   Artigo 1.º
de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD),
organismo intersectorial de âmbito nacional, com a missão Objeto
de promover e garantir a coordenação das ações e a
execução de políticas e estratégias de redução do consumo 1. A presente Lei estabelece o regime de disponibilização,
do álcool, a prevenção e o tratamento das dependências. venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos,

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locais abertos ao público e locais de trabalho dos serviços comportamentais, bem como fatores familiares, sociais
e organismos da Administração Pública central e local e e ambientais que favoreçam o surgimento de consumo
das entidades privadas. indevido e ou abusivo, de tal forma que aumente a
perceção de risco na população quanto ao consumo de
2. A presente Lei estabelece, ainda, o regime de restrição bebidas alcoólicas.
de publicidade, patrocínio e promoção de bebidas alcoólicas
e o regime jurídico da realização de testes e exames médicos 4. As medidas de prevenção têm em consideração grupos
aos funcionários públicos, agentes e trabalhadores, bem populacionais de particular vulnerabilidade nomeadamente,
assim, aos dirigentes da Administração Pública central e as crianças, os jovens e os doentes mentais.
local e aos das entidades privadas que se encontrem em
serviço, com vista à proteção da saúde e da segurança. Artigo 4.º

Artigo 2.º Conceitos de medidas preventivas de redução de procura

Definições 1. As medidas preventivas para reduzir a procura


consistem em ações que visam modificar o comportamento
Para efeitos da presente Lei consideram-se: para o consumo, através da educação, aconselhamento,
informação ou outras metodologias.
a) «Bebida alcoólica», toda a bebida que, por
fermentação, destilação ou adição, contenha 2. Para reduzir a procura, as medidas referidas no
um título alcoométrico igual ou superior a 0,5 número anterior devem incidir, designadamente, sobre:
g/l (zero virgula cinco gramas por litro);
a) O perfil epidemiológico do consumo de álcool e
b) «Locais públicos», conjunto de bens e direitos de seu impacto na saúde;
titularidade pública, destinados ao uso público,
designadamente, praças, passeios, estradas, b) Os fatores de risco e proteção relacionados com o
praias de mar; consumo abusivo do álcool;

c) «Locais abertos ao público», locais de lazer e de c) As atividades alinhadas ao Plano Estratégico


diversão nomeadamente salas de festas, de Multissetorial de Combate aos Problemas
bailes e discotecas; Ligados ao Álcool, aprovado pela Resolução
n.º 51/2016, de 18 de abril;
d) «Local de trabalho», todo o lugar onde o trabalhador
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se encontre, ou de onde ou para onde deve d) O incremento de protocolos de avaliação adequados


dirigir-se em virtude do seu trabalho, incluindo para determinar a adequação das medidas para
refeitórios, bares, cafetarias e outros locais os fins para os quais foram projetadas, com a
similares e que esteja, direta ou indiretamente, participação social de todos os agentes envolvidos;
sujeito ao controlo dos serviços e organismos
da Administração Pública; e) A adotação e promoção da aplicação de critérios de
qualidade, de acordo com as normas internacionais
e) «Estabelecimento de restauração ou de bebidas», ou estabelecidas e definidas pelo departamento
aquele que se destina a prestar, mediante governamental competente em matéria de saúde;
remuneração, serviços de alimentação, bebidas
e ou cafetaria, no próprio estabelecimento ou f) A colaboração e trocas de informações, a nível nacional
fora dele. e internacional, para facilitar a implementação
das ações preventivas;
CAPÍTULO II
g) A formação e treinamento contínuos de serviços
MEDIDAS DE PREVENÇÃO e aquisição de equipamentos; e

Secção I h) O aumento de preço e impostos de bebidas alcoólicas,


no âmbito do Impostos sobre Consumo Especial,
Conceitos a estabelecer, nos termos da lei, pelo Ministério
das Finanças.
Artigo 3.º
Secção II
Conceitos de medidas de prevenção do consumo
Prevenção
1. A prevenção do consumo de bebidas alcoólicas consiste
na proteção da saúde dos cidadãos e na lide contra os Artigo 5.º
distúrbios, as dependências e o consumo indevido e
abusivo, através da redução da procura e regulamentação Áreas Prioritárias
da disponibilidade.
1. As áreas de prevenção identificadas para redução
2. A prevenção tem como propósito reduzir a procura, da procura são:
através da promoção de atividades educativas e de estilos
de vida sã e saudáveis, como também o controlo e a a) Espaço Escolar;
limitação de contextos que estimulem o consumo indevido
e ou abusivo de bebidas alcoólicas. b) Ambiente Familiar;

3. As medidas de prevenção devem consistir na aplicação c) Âmbito Comunitário;


de estratégias de intervenções globais e equilibradas
sobre fatores de risco e proteção, fatores psicológicos e d) Âmbito da Saúde;

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e) Âmbito Laboral; c) Dar prioridade ao trabalho preventivo com as


famílias de risco e os menores indicados como
f) Locais de Lazer. particularmente vulneráveis;

2. As medidas estabelecidas nos planos de ação das d) Prever mecanismos de coordenação entre os serviços
entidades que promovem a modificação dos comportamentos de educação, sociais, de menores e de saúde na
de risco do consumo de álcool devem ser transversais e ter estratégia nacional para os problemas ligados
em consideração as seis áreas de prevenção identificadas ao álcool.
no número anterior.
Artigo 8.º
Artigo 6.º
Prevenção no âmbito comunitário
Prevenção no espaço escolar
Os Programas, ações ou medidas preventivas no
Os programas, ações ou medidas preventivas no espaço âmbito comunitário devem ter em conta os
escolar devem levar em consideração os seguintes critérios: seguintes critérios:

a) Incentivar e reforçar mensagens e normas na


a) Promover o envolvimento de toda a comunidade
comunidade contra o consumo indevido e
escolar;
ou abusivo de bebidas alcoólicas e fomentar
comportamentos e ações benéficos para a saúde;
b) Integrar a educação para a saúde como parte do
programa educacional das escolas, concebê-la b) Incentivar o trabalho de proximidade e o estabelecimento
de forma transversal e complementá-la com de redes de cooperação com outras entidades,
intervenções intensivas em grupos especialmente instituições ou organismos que o façam noutros
vulneráveis; contextos e com programas para prevenir as
dependências;
c) Contemplar ações contínuas e estáveis, adequadas
a cada nível educacional; c) Incentivar a criação de espaços sem álcool;
d) Contemplar mecanismos de coordenação e integração d) Promover o treinamento de pessoal para intervenções
das ações das diferentes entidades ou instituições sociais;
ou organizações envolvidas, com o objetivo de
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desenvolver materiais de apoio para professores e) Disponibilizar os meios disponíveis a nível comunitário
e alunos com alto nível de qualidade; para as intervenções;
e) Contemplar o desenvolvimento de programas f) Mobilizar as comunidades contra a venda do álcool
específicos de formação contínua de professores a pessoas, que não tenham idade mínima para o
nesta matéria, nas técnicas de deteção e nos consumo, que estejam visivelmente embriagadas,
programas preventivos específicos para estudantes que sejam portadoras de perturbações mentais;
especialmente vulneráveis e programas de
treinamento; g) Incluir o desenvolvimento de campanhas de
informação e conscientização social como reforço
f) Inclusão nos planos de atividades dos estabelecimentos de outras ações e iniciativas no que tange à
de ensino, ações para a promoção de estilos comunicação social;
de vida saudáveis ​​e de dissuasão do consumo
do álcool; h) Incentivar o envolvimento das autarquias locais e
definir o seu papel nas ações ao nível comunitário;
g) Contemplar mecanismos de coordenação entre
instituições e serviços, nomeadamente com os da i) Promover uma política global de alternativas ao
saúde e os de índole psicossocial, com o objetivo consumo de bebidas alcoólicas, de âmbito cultural,
de estabelecer protocolos de encaminhamento, desportivo e social, com promoção de serviços
para as situações que carecem de um apoio sócio-culturais e atividades de lazer;
mais estruturado a esses níveis.
j) Estabelecer ações para combater atitudes favoráveis​​
Artigo 7.º ou tolerantes em relação ao consumo de bebidas
alcoólicas;
Prevenção no ambiente familiar
k) Contemplar estratégias preventivas de redução
de risco em programas de lazer saudáveis ​​ou
Os programas, ações ou medidas preventivas no ambiente
alternativos.
familiar devem levar em consideração os seguintes critérios:
Artigo 9.º
a) Incentivar a participação das famílias enquanto
agentes de saúde de muita relevância; Prevenção no âmbito da saúde

b) Melhorar capacidades educacionais e de comunicação Os programas, ações ou medidas preventivas no âmbito


nas famílias, aumentando a sua capacidade de da saúde devem levar em consideração os seguintes
prevenção do consumo indevido e ou abusivo de critérios:
bebidas alcoólicas e resolução dos problemas
que daí advêm e melhorar a coesão e o laço a) Envolver os profissionais de saúde, principalmente
familiar, especialmente garantindo a manutenção na atenção primária, dada à sua importância
de atitudes e comportamentos adequados; como agentes de saúde;

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b) Implementar protocolos que permitam o diagnóstico do conhecimento e a perceção sobre os riscos
precoce do consumo de álcool na realização de associados ao consumo do álcool e orientar como
intervenções breves, bem como estabelecer o estes riscos podem ser evitados e/ou minimizados.
desenvolvimento de materiais preventivos para
apoiar os profissionais; CAPÍTULO III
c) Promover programas específicos de educação REGIME DE DISPONIBILIZAÇÃO, VENDA E
continuada para profissionais da saúde primária; CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS EM
LOCAIS PÚBLICOS E EM LOCAIS
d) Promover a utilização de abordagens efetivas e ABERTOS AO PÚBLICO
baseadas em evidências.
Artigo 12.º
Artigo 10.º
Restrições à disponibilização, venda e consumo de
Prevenção no âmbito laboral bebidas alcoólicas
1. No âmbito do sector laboral público e privado deve-se 1. É proibido facultar, vender e/ou colocar à disposição
adotar políticas e programas para promover a prevenção, bebidas alcoólicas em locais públicos e em locais abertos
a redução e o tratamento dos problemas relacionados com ao público:
o consumo do álcool, com vista a:
a) A menores de 18 (dezoito) anos;
a) Proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores;
b) A quem se apresente notoriamente embriagado
b) Promover estilos de vida saudáveis; ou aparente ser portador de anomalia psíquica.
c) Prevenir acidentes de trabalho; 2. É proibida a entrada de menores de 18 (dezoito) anos
em locais exclusivos ou principalmente vocacionados
d) Aumentar a produtividade, eficácia e eficiência nas para a venda ou fornecimento de bebidas alcoólicas, salvo
empresas através da promoção de um ambiente se acompanhados de familiares maiores ou pelo tempo
saudável; estritamente necessário à aquisição de outros produtos.
e) Promover ações locais adequadas à redução do 3. É proibido às pessoas referidas no número 1 consumir
consumo abusivo do álcool; bebidas alcoólicas.
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f) Desenvolver e apoiar programas nos locais de


trabalho, que visem ajudar os trabalhadores 4. Para efeitos da aplicação da alínea a) do número
detentores de problemas ligados ao consumo 1, deve ser exigida a apresentação de um documento de
do álcool; identificação que permita a comprovação da idade, devendo
tal pedido ser feito sempre que exista a possibilidade de
se tratar de um menor e de recusar o fornecimento de
g) Desenvolver programas de informação, formação,
bebidas alcoólicas ou a entrada ou permanência nos locais
instrução e qualificação sobre o consumo abusivo
referidos, sempre que existam dúvidas relativamente ao
do álcool.
mesmo.
2. Os empregadores, os trabalhadores e seus representantes
devem avaliar conjuntamente os efeitos do consumo do 5. É, ainda, proibida a disponibilização, a venda e o
álcool nos locais de trabalho. consumo de bebidas alcoólicas:

3. Os sindicatos devem salvaguardar a saúde, o bem- a) Nas cantinas, quiosques e barracas;


estar e a segurança dos trabalhadores no trabalho.
b) Em máquinas automáticas;
Artigo 11.º
c) Em postos de abastecimento de combustível
Prevenção nos locais de lazer localizados nas estradas fora das localidades;

Os programas, ações ou medidas preventivas nos locais d) Em qualquer estabelecimento ou espaço de diversão,
de lazer devem levar em consideração os seguintes critérios: com exceção de:

a) Perspetivar as intervenções numa ótica comunitária i. Estabelecimentos comerciais de restauração


e multicomponente; ou de bebidas;

b) Promover a saúde e os níveis de segurança nos ii. Estabelecimentos situados em portos e aeroportos
espaços de lazer e diversão; em local de acessibilidade reservada a passageiros;

c) Promover intervenções pragmáticas junto dos iii. Estabelecimentos de diversão noturna e


frequentadores dos espaços de diversão, que análogos;
privilegiem a informação e a sensibilização
de modo objetivo, identificando a pessoa como iv. Espaços onde se realizam festivais.
autónoma, com poder de decisão e responsável
pelas suas escolhas; 6. É também proibido vender e colocar à disposição
bebidas alcoólicas em clubes, salas ou recintos desportivos,
d) Capacitar e fornecer informação aos responsáveis festas académicas, comícios e eventos de frequência de
dos estabelecimentos de diversão e trabalhadores jovens e menores, independentemente da sua natureza
de contextos recreativos, visando o aumento permanente ou temporária, acidental ou improvisada.

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7. É permitido aos menores com idade igual ou superior CAPÍTULO IV


a 16 (dezasseis) anos, entrar e permanecer até às 24 (vinte
e quatro) horas em locais de diversão de carácter recreativo DISPONIBILIZAÇÃO, VENDA E CONSUMO
ou cultural onde não se vendam bebidas alcoólicas. DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NOS LOCAIS DE
TRABALHO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8. A violação do disposto da alínea b) do número 5 CENTRAL E LOCAL E DO SECTOR PRIVADO
acarreta responsabilidade solidária entre o proprietário
do equipamento e o titular do espaço onde aquele se Artigo 15.º
encontra instalado.
Princípios
9. Para efeitos do disposto na alínea c) do número 5,
1. Os problemas ligados ao álcool nos locais de trabalho
a proibição abrange os edifícios integrados destinados a da Administração Pública e do sector privado devem
atividades complementares ao abastecimento de combustível, ser objeto de ações globais de prevenção e reabilitação
nomeadamente lojas de conveniência, não incluindo os alinhadas a uma estratégia de âmbito nacional de combate
estabelecimentos de restauração ou de bebidas. ao uso abusivo e/ou impróprio do alcool, participadas
e periodicamente avaliadas, a definir pelos dirigentes
10. É proibida a venda a retalho de qualquer bebida máximos dos respetivos serviços ou organismos, tendo em
que não tenha comprovação sanitária. vista a prevenção dos acidentes e preservação da saúde
dos trabalhadores, seja qual for o título ou vinculação
11. É, ainda, proibido o consumo de bebidas alcoólicas do funcionário, agente e trabalhador.
em via pública.
2. O consumo, a disponibilização e a venda de bebidas
Artigo 13.º
alcoólicas, bem como qualquer forma de publicidade, direta
ou indireta, relacionados com o álcool são interditos nos
locais de trabalho da Administração Pública e do setor
Afixação de avisos privado.
1. A proibição referida na alínea a) do número 1 do 3. O disposto nos números anteriores deve ser assegurado
artigo anterior deve constar de aviso afixado de forma pela forma mais adequada, nomeadamente:
visível nos locais públicos e abertos ao público onde se
disponibilize, venda, consumo no próprio estabelecimento a) Na contratação pública de fornecimento de refeições;
ou fora dele, ou se possa consumir bebidas alcoólicas.
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b) Nos espaços de utilização comum dos trabalhadores


2. Nos supermercados, mercearias e outros estabelecimentos e dos utentes dos serviços públicos, em especial
comerciais de autoserviço, independentemente das suas nas escolas, nos estabelecimentos de saúde e
dimensões, devem ser delimitados e explicitamente nas instalações destinadas ao atendimento;
assinalados os espaços de disponibilização e exposição
de bebidas alcoólicas, devendo ser colocado avisos de c) Na coordenação e na cooperação com outras empresas
proibição em números suficientes para garantir a sua e entidades que desenvolvam, simultaneamente,
efetiva visibilidade. atividades com os respetivos trabalhadores no
mesmo local de trabalho.
3. Os avisos referidos nos números anteriores devem
4. O disposto no número 2 não se aplica aos estabelecimentos
obrigatoriamente ser escritos em caracteres facilmente de restauração e bebidas e àqueles especialmente
legíveis e sobre fundo contrastantes, nos termos do modelo licenciados a estes.
a definir por Portaria.
Artigo 16.º
Artigo 14.º
Alcance
Delimitação de perímetros
O disposto no artigo anterior abrange, designadamente,
1. É proibida a instalação de estabelecimentos de cantinas, refeitórios, bares, cafetarias e locais similares
bebidas onde se vendam bebidas alcoólicas para consumo dos serviços e organismos da Administração Pública ou
no próprio estabelecimento ou, fora dele, a uma distância na sua dependência e do setor privado.
mínima de 200 m (duzentos metros) de estabelecimentos
de ensino ou outros espaços educativos. Artigo 17.º

2. É proibida a atividade de comércio a retalho em Obrigações da entidade patronal e do pessoal dirigente


feiras e mercados a menos de 200 m (duzentos metros) de
estabelecimentos de ensino ou outros espaços educativos, À entidade patronal e ao pessoal dirigente, de acordo
sempre que esteja em causa a venda de bebidas alcoólicas. com o respetivo estatuto e com o conteúdo funcional
definido para cada cargo, incumbe:
3. É proibida a venda ambulante sempre que a respetiva a) Zelar pelo cumprimento do presente diploma e
atividade se relacione com a venda de bebidas alcoólicas. demais legislações em vigor respeitantes ao
álcool;
4. As áreas relativas à proibição referidas nos números 1 e 2
são delimitadas, caso a caso, pelos municípios, em colaboração b) Fomentar o estabelecimento de Programas de
com os representantes do Departamento Governamental Assistência aos Trabalhadores (PAT) destinados
responsável pela área da Educação nas localidades. a desenvolver e avaliar, pela forma mais

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adequada, programas e medidas de prevenção Artigo 19.º


dos problemas associados ao consumo do álcool
e designadamente nos domínios da informação, Infrações disciplinares
sensibilização, formação, rastreio, tratamento
e da melhoria das condições de trabalho; À violação de disposições da presente Lei que constitua
matéria para procedimento disciplinar são aplicáveis,
c) Assegurar os direitos de informação, formação, consoante os casos, o Estatuto Disciplinar dos Agentes
consulta e participação dos trabalhadores e dos da Administração Pública ou a lei reguladora do contrato
seus representantes para a segurança, higiene individual de trabalho, designadamente no que concerne
e saúde no local de trabalho; ao poder disciplinar da entidade patronal.

d) Garantir a confidencialidade das informações Artigo 20.º


que lhe sejam transmitidas a propósito dos
problemas ligados ao consumo do álcool, bem Fiscalização
como o dever de informar os trabalhadores
visados sempre que se verifiquem exceções a A fiscalização do cumprimento das disposições do
esta regra por razões legais ou disciplinares; presente capítulo compete à Polícia Nacional, à Polícia
Municipal ou aos Serviços Municipais de Fiscalizacão, à
e) Cooperar com as entidades que têm por missão Inspeção-Geral do trabalho, à Inspeção-Geral das Finanças
a prevenção, o tratamento e a reabilitação da e órgãos equiparados sem prejuízo da competência
dependência e da compulsão ao consumo de específica atribuída a outras entidades.
bebidas de teor alcoólico, bem como com as
autoridades a quem compete a aplicação das CAPÍTULO V
leis relativas ao álcool;
REGIME JURÍDICO DA REALIZAÇÃO
f) Desenvolver e apoiar programas que visem ajudar DE TESTES, EXAMES MÉDICOS AOS
os trabalhadores com problemas ligados ao FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, AGENTES
álcool e identificar as condições de trabalho E TRABALHADORES
que possam favorecer o desenvolvimento de
tais problemas; Secção I

g) Assegurar o tratamento e a reinserção social dos Princípios gerais


trabalhadores em articulação com as entidades
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competentes; Artigo 21.º

h) Disponibilizar água potável para o consumo dos Princípios gerais


trabalhadores de forma apropriada e acessível
nos respetivos postos de trabalho e promover a 1. O funcionário público, agente e trabalhador,
diversidade na venda de bebidas não alcoólicas considerado como tal pela legislação laboral, quando se
nos refeitórios, bares, cafetarias e outros locais encontre em serviço, deve manter as condições físicas
similares sujeitos ao controlo, direto ou indireto e psíquicas necessárias e exigíveis ao cumprimento de
de entidades competentes. suas funções.
Artigo 18.º 2. O funcionário público, agente e trabalhador não deve
estar em serviço sob a influência do álcool.
Deveres dos trabalhadores
3. Considera-se sob a influência de álcool o funcionário
Constituem deveres dos trabalhadores e dos seus público, agente e trabalhador que, em teste ou exame
representantes, para a segurança, higiene e saúde no realizado nos termos previstos na presente Lei, apresente
trabalho: uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5 (zero
virgula cinco) grama de álcool por litro de sangue (g/l).
a) Respeitar as leis, os regulamentos e as instruções
relativos ao álcool nos locais de trabalho; 4. A conversão dos valores do teor de álcool no ar expirado
em teor de álcool no sangue é baseada no princípio de que
b) Cooperar com os dirigentes na prevenção dos 1 mg (um miligrama) de álcool por litro de ar expirado é
acidentes associados ao consumo excessivo equivalente a 2,3 g/l (dois virgula três gramas por litro).
do álcool;
Secção II
c) Alertar os respetivos dirigente para as situações
que, no local de trabalho, possam induzir os Disposição comum
trabalhadores ao consumo excessivo do álcool
e propor medidas de correção; Artigo 22.º

d) Cooperar na definição, na execução e na avaliação Âmbito dos testes e exames a realizar e competência
das políticas, dos programas e das medidas para os requerer
relativas ao consumo excessivo do álcool;
1. Para os efeitos previstos no artigo anterior, o
e) Respeitar a privacidade das pessoas no tocante funcionário público agente e trabalhador que se encontre
ao consumo do álcool, quer seja uma situação em serviço pode ser submetido a testes ou exames médicos
já ultrapassado, quer seja no presente, sem se tiverem por finalidade a proteção e segurança do
prejuízo do disposto na lei. mesmo e de terceiros ou quando particulares exigências

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698 I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019

inerentes à atividade o justifiquem, em qualquer uma devendo a entidade que a tiver proferido, nas 2 (duas)
das seguintes situações: horas imediatamente posteriores à sua prolação:

a) Quando se encontre em estado de aparente ausência a) Redigir ou mandar redigir auto, o qual é por si
das condições físicas ou psíquicas necessárias assinado e contém súmula de tudo o que se
e exigíveis ao cumprimento das suas funções; tiver passado, incluindo a menção expressa
dos motivos que fundamentaram a prolação
b) Quando for requerida a realização de testes ou oral da ordem; e
exames médicos de rotina ao efetivo da respetiva
unidade orgânica, de acordo com os procedimentos b) Notificar o trabalhador visado do auto previsto
estatuídos na instituição. na alínea a), sendo seguidamente aplicável,
com as necessárias adaptações, o disposto nos
2. São competentes para requerer a realização de testes números 4 e 5.
ou exames médicos: 6. Todas as pessoas que, por qualquer título, tiverem
presenciado a notificação para realização de teste ou
a) Qualquer superior hierárquico do trabalhador, exame médico, ou tomado conhecimento de informação
nos casos previstos na alínea a) do número a ele pertencente, ficam vinculadas ao dever de sigilo
anterior; relativamente a tudo o que tiverem presenciado ou de
que tiverem tomado conhecimento.
b) O Diretor-Geral e os Coordenadores do Serviço de
Auditoria e de Inspeção, bem como o dirigente 7. A violação do dever de sigilo a que se refere o número
máximo da unidade orgânica a que pertencem os anterior é punida nos termos gerais da lei.
trabalhadores a examinar, nos casos previstos
na alínea b) do número anterior. 8. O transporte para o serviço ou estabelecimento
de saúde para realização do teste ou exame médico é
Artigo 23.º assegurado pela entidade que o tiver requerido.
Artigo 25.º
Procedimentos para a análise de material biológico
Comunicação dos resultados e textes da contraprova
1. Sempre que, nos termos da presente Lei, forem
necessários ou requeridos testes ou exames complementares, 1. Concluído o exame, o serviço de saúde comunica,
competem aos serviços ou aos estabelecimentos de saúde de imediato, à entidade patronal ou empregadora que
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proceder à colheita do material biológico e à realização solicitou os testes ou exames, o estado de aptidão do
dos testes e exames. trabalhador para desempenhar as funções atuais ou
propostas, em termos de, apto, não apto, ou, apto com
2. Na colheita e no acondicionamento da amostra a ser restrições, contendo, sempre que possível, recomendações,
analisada são utilizados materiais aprovados bem como conforme Modelo a ser aprovado, mediante Portaria do
procedimentos necessários, salvaguardando-se sempre membro do Governo responsável pela área da Saúde.
a proteção dos dados pessoais.
2. As informações sobre a saúde devem ser de acesso
3. Na realização dos exames, deve ter-se em conta a restrito aos profissionais de saúde estando estes vinculados
eventual medicação que o examinado tenha tomado no ao dever de sigilo profissional.
período considerado relevante e que antecedeu os exames.
3. O examinado pode requerer, por escrito, a realização
de contraprova, não estando o requerimento sujeito a
Artigo 24.º
quaisquer outras formalidades especiais.
Formalidades para a realização de testes ou exames Artigo 26.º

1. A notificação para a realização de teste ou exame Consequências imediatas de recusa de submissão a testes ou
médico a que se refere o artigo anterior reveste a forma exames
escrita, contendo os motivos que fundamentam a sua
realização e é assinada pela entidade que a tiver proferido. 1. A recusa do funcionário público, agente ou trabalhador
que se encontre em serviço a submeter-se a teste ou a
2. A notificação a que se refere o número anterior é exame médico, ordenado nos termos previstos na presente
feita, com a máxima discrição possível, ao trabalhador Lei, constitui infração disciplinar, a apreciar nos termos
que deve ser examinado ou submetido a teste, mediante da lei.
entrega de uma cópia, antes da realização do teste ou 2. O funcionário público, agente ou trabalhador que
do exame médico. recuse a submeter-se a teste ou exame médico, nos termos
do n.º 1, caso aplicável, fica proibido nas 12 (doze) horas
3. A notificação é assinada pelo trabalhador a ser imediatamente posteriores à recusa de:
examinado ou submetido a teste.
a) Conduzir veículo a motor de qualquer categoria;
4. Se o notificado recusar a receber ou a assinar a
notificação, a entidade que proceder à notificação certifica b) Operar máquinas;
e narra a recusa, na presença e com a assinatura de 2
(duas) testemunhas, considerando-se assim efetuada a c) Deter, usar ou transportar qualquer arma de fogo; e
notificação.
d) Permanecer ao serviço.
5. Em caso de urgência manifesta, a solicitação para 3. Compete a qualquer superior hierárquico do funcionário ou
a realização de teste ou exame médico a que se refere o trabalhador visado tomar as medidas imediatas para assegurar
artigo anterior, pode ser oral, produzindo efeitos imediatos, o cumprimento das proibições previstas no número anterior.

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I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019 699

4. A violação pelo funcionário, agente ou trabalhador a) À notificação para a realização dos testes, exames
visado de qualquer das proibições previstas no n.º 2 médicos ou outros meios apropriados;
constitui infração disciplinar grave, punida nos termos
da lei. b) À avaliação do estado de aptidão do trabalhador; e

5. Cessam as proibições estabelecidas no n.º 2 se, c) Às sanções disciplinares aplicadas.


antes do decurso do prazo de 12 (doze) horas previsto,
for disponibilizado, à entidade patronal ou empregadora, 2. As informações referidas no número anterior devem
a avaliação clínica que ateste a aptidão do funcionário ser separadas dos restantes dados constantes do processo
ou trabalhador para o desempenho das suas funções. individual do funcionário, agente e trabalhador.
Secção IV 3. O serviço ou a entidade empregadora deve adoptar
medidas adequadas e acrescidas de segurança da
Consequências da verificação positiva dos testes e exames informação, designadamente, para controlar a entrada nas
instalações, os suportes de dados, a inserção, a utilização,
Artigo 27.º o acesso, a transmissão da introdução e o transporte de
dados, nos termos da lei.
Consequências disciplinares
Artigo 30.º
1. O funcionário público, agente ou trabalhador que devido
ao consumo de álcool pratique infração disciplinar, fica Modelos e impressos
sujeito às consequências previstas no Estatuto Disciplinar
dos Agentes da Administração Pública ou, regimes Os modelos e impressos a utilizar nos principais atos
disciplinares especiais para determinadas categorias de a praticar no âmbito da realização dos testes ou exames
funcionários ou, na lei reguladora do contrato individual previstos na presente Lei são aprovados por Portaria dos
de trabalho ou ainda, regime disciplinar constante do membros do Governo responsáveis pelas áreas da Saúde,
Código Laboral.
da Administração Pública e do Trabalho, precedida de
parecer da Comissão Nacional de Proteção de Dados.
2. Para efeitos do disposto no n.º 1, a decisão voluntária
e submissão do dependente alcoólico a tratamento
adequado, constitui circunstância especial de atenuação CAPÍTULO VII
da pena ou sanção disciplinar.
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SISTEMA DE INFORMAÇÃO E CONTROLO


3. Na fase da instrução de inquérito ou de processo
Artigo 31.º
disciplinar, se o dependente aceitar sujeitar-se a tratamento,
o processo pode ser suspenso provisoriamente.
Sistema de informação
4. O serviço de saúde, informa mensalmente os serviços
ou a entidade patronal do funcionário público, agente e 1. A Comissão de Coordenação do Álcool e outras
trabalhador, sobre a continuidade ou não de tratamento. Drogas (CCAD) é a entidade competente para a recolha,
sistematização, análise e tratamento de todas as questões
5. Se o dependente cumprir o programa terapêutico, a relacionadas com o consumo do álcool.
suspensão provisória pode ser convertida em arquivamento
do processo disciplinar. 2. As autoridades competentes são obrigadas a
comunicar à CCAD os autos de notícia, denúncias, decisões
CAPÍTULO VI disciplinares, sentenças e outras medidas que envolvam
o consumo do álcool.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS
Artigo 32.º
Artigo 28.º
Tratamento dos dados
Confidencialidade
A entidade referida no n.º 1 do artigo anterior deve
1. É garantida, nos termos da lei, a confidencialidade dos ter em conta:
dados em todas as operações de colheita, manuseamento
e guarda de amostras biológicas, bem como da informação a) As recomendações dos organismos internacionais,
destas obtidas, ficando obrigado ao dever de sigilo todos designadamente, da Organização Mundial da
os que com eles tenham contacto. Saúde (OMS), do Escritório das Nações Unidas
contra as Drogas e o Crime (ONUDC) e da
2. A violação do dever de sigilo a que se refere o número Organização Internacional do Trabalho (OIT);
anterior é punida nos termos gerais da lei.
b) As informações que permitem conhecer e estudar
Artigo 29.º os progressos e avanços para a prossecução dos
objetivos definidos; e
Processo individual do funcionário público, do agente
e do trabalhador c) A regulamentação que garanta o direito à
confidencialidade dos dados a que tenha acesso,
1. São inseridos no processo individual do funcionário sem prejuízo de poder facilitar informações que
público, do agente e do trabalhador a que referem, as permitem orientar e melhorar as atuações de
informações relativas: entidades intervenientes.

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700 I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019

CAPÍTULO VIII e) Incumprimento das disposições referentes à


disponibilização, venda e consumo de bebidas
REGIME SANCIONATÓRIO E FISCALIZAÇÃO alcoólicas em postos de abastecimento de
combustível localizados nas estradas fora das
Secção I localidades;

Infrações f) Incumprimento das limitações e identificação dos


espaços de exposição de bebidas alcoólicas nos
Artigo 33.º supermercados e estabelecimentos comerciais
de autosserviços;
Disposições gerais
g) Incumprimento das proibições e limitações no que
1. Constitui contraordenação toda a ação ou omissão se refere à limitação de publicidade, promoção
tipificada na presente Lei. e patrocínio de bebidas alcoólicas;

2. São realizadas obrigatoriamente diligências de h) Incumprimento do disposto no que se refere à


investigação tendentes a individualizar o infrator e limitação de acesso de menores às instalações;
determinar o grau de participação dos diversos intervenientes
e a sua responsabilidade. i) Incumprimento dos requisitos específicos e das
medidas preventivas ou definitivas pelas
Artigo 34.º autoridades, desde que ocorram pela primeira
vez e não haja sérios danos à saúde das pessoas;
Classificação
j) A obstrução do trabalho de inspeção por qualquer
As contraordenações previstas na presente Lei ação ou omissão que perturbe ou atrase o mesmo;
classificam-se como leves, graves ou muito graves.
k) A recusa de fornecer dados, informações ou
Artigo 35.º colaboração com as autoridades ou seus agentes
no desenvolvimento de tarefas de controlo;
Contraordenações leves
l) Ações ou omissões que perturbem seriamente,
Constituem contraordenações leves: obstruam ou impeçam o desempenho das
atividades de fiscalização e ou controlo;
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a) A venda e fornecimento a menores de qualquer


produto que imite os recipientes de bebidas m) A violação, por negligência grave, dos requisitos,
alcoólicas, desde que seja produzido pela condições, obrigações ou proibições estabelecidas
primeira vez; na legislação vigente em matéria de saúde,
bem como qualquer outro comportamento que
b) Incumprimento das estipulações de informações implique uma grave imprudência, sempre que
sobre as limitações previstas nos artigos 12.º causar alteração ou risco para a saúde;
e 13.º, desde que ocorra pela primeira vez;
n) Comportamentos, ainda que negligentes que criem
c) Todos aqueles que são cometidos por negligência riscos ou alterações graves para a saúde;
simples e não implicam danos diretos à saúde
individual ou coletiva; o) A omissão do dever de controlo ou a falta de controlo
ou precauções exigidas na atividade, serviço
d) O atraso no cumprimento das obrigações de ou instalação em questão.
informação, comunicação ou comparência a
pedido da autoridade competente; Artigo 37.º

e) Qualquer outra violação das disposições da presente Contraordenações muito graves


Lei que não sejam classificadas como infrações
graves ou muito graves. Constituem contraordenações muito graves:

Artigo 36.º a) O incumprimento das medidas preventivas ou


definitivas adotadas pelas autoridades sanitárias
Contraordenações graves competentes quando reiteradas ou quando haja
danos graves para a saúde das pessoas;
Constituem contraordenações graves:
b) Resistência, coerção, ameaça ou represália, desprezo
a) Venda e consumo de bebidas alcoólicas para ou qualquer forma de pressão exercida sobre
menores de idade; as autoridades sanitárias ou seus agentes no
exercício de suas atividades;
b) Incumprimento da proibição de acesso e visitas
de menores; c) A violação consciente e deliberada dos requisitos,
obrigações ou proibições estabelecidas em
c) Incumprimento das limitações de consumo, venda regulamentos sanitários, ou qualquer comportamento,
e fornecimento de bebidas alcoólicas; sempre que causar alterações, danos ou riscos
sanitários graves;
d) Incumprimento das disposições da presente Lei
relativas à venda e fornecimento de bebidas d) Ofensas graves que são concorrentes com outras
alcoólicas através de máquinas de venda infrações sanitárias graves ou que serviram
automática; para facilitar ou ocultar sua comissão;

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I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019 701

e) Incumprimento reiterado dos requisitos específicos sanção complementar a suspensão ou o cancelamento de


formulados pelas autoridades sanitárias; qualquer tipo de ajuda ou subvenções de carácter financeiro
em particular que o infrator tenha obtido ou solicitado
f) A recusa absoluta de fornecer informações ou à Administração Pública, sem prejuízo de incorrer os
colaborar com os serviços de inspeção e controlo. donos dos estabelecimentos em responsabilidade penal.

Secção II Artigo 40.º

Sanções Destino das coimas

Artigo 38.º 1.O produto das coimas aplicadas nos termos da presente
Lei reverte-se em:
Critérios para a graduação
a) 60% (sessenta por cento) para a CCAD;
1. Para determinar a graduação das sanções previstas
na presente Lei é levada em consideração o princípio b) 15% (quinze por cento) para a Polícia Nacional;
da proporcionalidade e, em todos os casos, os seguintes
critérios de graduação:
c) 15% (quinze por cento) para Inspeção Geral das
Atividades Económicas;
a) A gravidade da infração;
d) 10% (dez por cento) para a Polícia Municipal ou
b) A natureza dos prejuízos causados;
Serviços Municipais de Fiscalização.
c) A reincidência ou a reiteração;
Artigo 41.º
d) O volume do negócio e os benefícios obtidos com
a conduta; Não pagamento das coimas

e) O grau de difusão da publicidade. Se as coimas previstas na presente Lei não forem pagas
no prazo legalmente estabelecido, pode o Ministério
2. Concorrendo mais de dois dos critérios referidos no Público enquanto órgão de defesa dos direitos dos cidadãos
número anterior, a entidade competente pode aplicar a e interesses coletivos, parceira na execução da política
criminal definida pelos órgãos de soberania, à solicitação
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sanção imediatamente superior à prevista.


das entidades competentes para aplicar as respetivas
Artigo 39.º
coimas, determinar o encerramento do estabelecimento
infrator, até pagamento integral das mesmas.
Sanções
Artigo 42.º
1. As contraordenações leves são punidas com a coima de:
Fiscalização e encerramento
a) 10.000$00 (dez mil escudos) a 100.000$00 (cem mil
escudos), se o infrator for uma pessoa singular; 1. A fiscalização do cumprimento do disposto no Capítulo
IX é da competência da Polícia Nacional, Inspeção Geral
b) 100.000$00 (cem mil escudos) a 200.000$00 das Atividades Económicas, Polícia Municipal ou Serviços
(duzentos mil escudos), se o infrator for uma Municiapis de Fiscalização, sem prejuízo das competências
pessoa coletiva. de fiscalização atribuídas a outras entidades.

2. As contraordenações graves são punidas com a 2. As autoridades referidas no número anterior podem,
coima de: no decurso da fiscalização, determinar o encerramento
imediato e provisório do estabelecimento, por um período
a) 200.000$00 (duzentos mil escudos) a 500.000$00 não superior a 12 (doze) horas, quando e enquanto tal se
(quinhentos mil escudos), se o infrator for uma revele indispensável para:
pessoa singular;
a) A recolha de elementos de prova;
b) 500.000$00 (quinhentos mil escudos) a 800.000$00
(oitocentos mil escudos), se o infrator for uma b) A apreensão dos objetos utilizados na prática da
pessoa coletiva. infração; e ou

3. As contraordenações muito graves são punidas com c) A identificação dos agentes da infração e dos
a coima de: consumidores.

a) 800.000$00 (oitocentos mil escudos) a 1.000.000$00 3. A determinação do encerramento provisório do


(um milhão de escudos), se o infrator for uma estabelecimento pode também ocorrer, por um período
pessoa singular; não superior a 12 horas, se, perante a deteção de uma
infração em flagrante delito, ocorrer perigo sério de
b) 1.000.000$00 (um milhão de escudos) a 1.500.000$00 continuação da atividade ilícita.
(um milhão e quinhentos mil escudos), se o
infrator for uma pessoa coletiva. 4. Em função da gravidade e da reiteração das
infrações podem ainda ser aplicadas, simultaneamente
4. Simultaneamente com a coima aplicada, quando a com a coima, a suspensão do alvará e o encerramento
gravidade da infração justifique, pode ser imposto como do estabelecimento.

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702 I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019


Artigo 43.º 5. Para efeitos do disposto no número anterior, pode
ser solicitada cooperação das autoridades públicas
Inspeção competentes, nomeadamente do ICCA ou do representante
1. No âmbito das respetivas competências, os respetivos do Ministério Público territorialmente competentes.
serviços devem exercer as funções de controlo no CAPÍTULO X
cumprimento das ações definidas na presente Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
2. Os fatos encontrados por funcionários afetos aos
serviços da administração pública que atuam no exercício Artigo 45.º
de suas funções de inspeção no âmbito da presente Lei
devem ser formalizados em um documento público que Alteração da Lei n.º 8/V/96, de 11 de novembro
passa a gozar da presunção de veracidade. São alterados os artigos 1.º, 9.º-A, 17.º e 20.º da Lei n.º
3. Os funcionários, afetos aos serviços da administração 8/V/96, de 11 de novembro, com a redação dada pela Lei
pública que atuem no exercício de funções de inspeção no n.º 59/VII/2010, de 19 de abril, que proíbe a condução sob
âmbito da presente Lei e que comprovem a sua identidade, efeito do álcool, passa a ter a seguinte redação:
devem ser autorizados a: “O artigo 1.º
a) Entrar livremente e sem aviso prévio, a qualquer
1. […]
momento, em qualquer centro, serviço ou
estabelecimento sujeito a fiscalização; 2. Para efeitos do disposto no número anterior considera-
b) Proceder a exames necessários para verificar o se estar sob a influência do álcool todo o condutor que
cumprimento desta lei e as regras que são apresentar uma taxa de álcool no sangue igual ou superior
emitidas para o desenvolvimento da mesma; a 0,5 g/l.
c) Realizar os testes estabelecidos por regulamentos Artigo 9.º-A
para determinar o grau de intoxicação alcoólica […]
de menores que consomem em locais públicos;
1. Quem conduzir, violando a proibição estabelecida no
d) Executar todas as ações necessárias para o artigo 1º, apresentando uma taxa de alcoolemia igual ou
cumprimento das funções de inspeção que se superior a 0,5 g/l e inferior a 1,2 g/l é punido, a título de
realizar; contra-ordenação muito grave, com coima de 25.000$00
e) Tomar medidas provisórias permitidas por lei, (vinte e cinco mil escudos) a 250.000$00 (duzentos e
designadamente destruição por razões higiênico- cinquenta mil escudos).
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sanitárias;
2. […]
f) Requisitar a colaboração de outras autoridades
públicas para assegurar o cumprimento de Artigo 17.º
suas funções. […]
g) 4. A instrução dos processos e a aplicação das 1. […]
coimas e das sanções acessórias competem,
respetivamente, à Inspeção-Geral das Atividades a) […]
Económicas e ao Inspetor-Geral.
b) […]
Artigo 44.º
c) […]
Consumo por menores
d) […]
1. A violação do disposto na presente Lei por menores
tem por consequência a notificação da ocorrência: e) […]
a) Ao respetivo representante legal; f) […]
b) Disponibilização de apoio técnico quando necessário; 2. […]
c) Ao Instituto Caboverdiano da Criança e do Adolescente a) […]
(ICCA), à CCAD e ao núcleo de apoio a crianças
e jovens em risco localizado nos centros de b) À entidade administrativa competente, se a taxa
saúde ou nos hospitais ou delegacias da área de alcoolemia for igual ou superior a 0,5 g/l e inferior a
de residência do menor, ou, em alternativa, 1,2 g/l, para efeitos de procedimento contraordenacional.
às equipas de resposta aos problemas ligados
ao álcool, integradas nos cuidados de saúde 3. […]
da área de residência do menor, nos casos de Artigo 20.º
intoxicação alcoólica, ou de impossibilidade de
notificação do representante legal. […]

2. As notificações previstas no número anterior são da 1. […]


competência da entidade fiscalizadora que levanta o auto.
2. Quando a taxa de alcoolemia for igual ou superior
3. As notificações são efetuadas através de modelo a 0,5 g/l e inferior a 1,20 g/l o procedimento deve ter a
próprio a aprovar mediante Portaria do membro do forma de processo contraordenacional.”
Governo responsável pela área da Saúde.
Artigo 46.º
4. Se a violação do disposto no número 1 do artigo 12.º
implicar perigo para o menor, a entidade fiscalizadora deve Alteração do Decreto-Lei nº 46/2007, de 10 de dezembro
diligenciar para lhe pôr termo, pelos meios estritamente É alterado o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 46/2007, de
adequados e necessários e sempre tendo em conta a 10 de dezembro, que aprova o Código de Publicidade,
preservação da vida privada do menor e de sua família. que passa a ter a seguinte redação:

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I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019 703

“Artigo 19.º d) Publicidade indireta: a que, sem mencionar


diretamente os produtos, usa marcas, símbolos,
Restrição patrocínio, promoção e publicidade de bebidas gráficos ou outros recursos distintivos de tais
alcoólicas produtos ou de empresas que, em suas atividades
principais ou conhecidas, incluem a produção
1. É proibida toda e qualquer forma de publicidade
ou comercialização;
a bebidas alcoólicas que instigue o seu consumo,
designadamente a publicidade direta, secreta, indireta e) Publicidade subliminal: aquela que, por meio de
e subliminal, independentemente do suporte e forma técnicas de produção de estímulos de intensidade
utilizados para a sua difusão designadamente, na de fronteira com os limiares dos sentidos ou
televisão e na rádio, outdoors, imprensa escrita, media análogos, pode atuar no público-alvo sem ser
online, internet ou outros. conscientemente percebida;
2. Ficam também proibidos o patrocínio e a promoção f) Promoção: qualquer estímulo à procura de produtos,
de bebidas alcoólicas, incluindo atividades que envolvam como propagandas, publicidade e eventos especiais,
conteúdo visual ou texto produzido pelos consumidores, entre outros, visando atrair atenção e despertar
ou conteúdo a ser partilhado pelos mesmos nas redes ou o interesse dos consumidores;
plataformas administradas por operadores comerciais
de bebidas alcoólicas. g) Promoção do consumo abusivo: estimulação da demanda,
3. Os locais autorizados para a venda de bebida alcoólica, suscetível de gerar consumo descontrolado de
nomeadamente, bares, restaurantes e locais de diversão bebidas alcoólicas a um nível que possa interferir
noturna ficam proibidos de realizar descontos e promoções com a saúde física ou mental do indivíduo e
do tipo consumo mínimo, livre ou open bar. com suas responsabilidades sociais, familiares
ou profissionais;
4. As comunicações comerciais e a publicidade de
quaisquer eventos, designadamente atividades desportivas, h) Patrocínio: qualquer tipo de contribuição, pública
culturais, recreativas ou outras, não devem exibir ou ou privada, para um evento, uma atividade ou
fazer qualquer menção, implícita ou explícita, a marca a um indivíduo, cujo objetivo ou efeito direto
ou marcas de bebidas alcoólicas. ou indireto seja, a promoção do consumo de
bebidas alcoólicas.”
5. Nos locais onde decorram os eventos referidos no
número anterior não devem ser exibidas ou de alguma Artigo 48.º
forma publicitadas marcas de bebidas alcoólicas.
Dever de informação e sensibilização
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6. São incluídas na rotulagem das bebidas alcoólicas


que contêm o selo fiscal mensagens alertando para os Nos 90 (noventa) dias antes da entrada em vigor da
danos causados pelo seu consumo, especialmente por presente Lei, os serviços e organismos da Administração
menores, grávidas e mães que amamentam, e que o Pública, as entidades privadas devem informar e sensibilizar
consumo excessivo, inoportuno ou inconveniente prejudica os funcionários públicos, agentes e trabalhadores sobre os
gravemente a saúde.” efeitos nocivos do consumo abusivo do álcool, da respetiva
prevenção e tratamento, bem como do estipulado pela
Artigo 47.º lei, de acordo com orientações genéricas a emitir pelo
Ministério da Saúde e da Segurança Social.
Aditamento ao Decreto-Lei nº 46/2007, de 10 de dezembro
Artigo 49.º
É aditado o artigo 19.º-A ao Decreto-Lei n.º 46/2007,
de 10 de dezembro, que aprova o Código de Publicidade, Implementação do programa institucional
com a seguinte redação: de prevenção e tratamento

“Artigo 19.º-A As entidades patronais têm até um ano após a entrada


em vigor da presente lei para implementar um programa
Conceitos institucional de prevenção do uso abusivo do álcool,
Para efeitos do disposto no artigo 19.º, entende-se por: elaborado de acordo com as linhas gerais e orientações
do Ministério da Saúde e Segurança Social.
a) Publicidade: qualquer forma de comunicação feita
por uma pessoa física ou jurídica, pública ou Artigo 50.º
privada, no exercício de uma atividade comercial,
industrial, artesanal ou profissional, a fim de Entrada em vigor
promover direta ou indiretamente a contratação
A presente Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta)
de bens pessoais ou imobiliário, serviços, direitos
dias após a data da sua publicação.
e obrigações;
b) Publicidade direta: a que, seja qual for o meio Aprovada em 15 de março de 2019.
em que é divulgado, promove o consumo ou o O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro
invoca ou o induz inequivocamente; Maurício dos Santos
c) Publicidade secreta: a apresentação dos bens,
serviços, nome, marca ou atividades de um Promulgada em 1 de abril de 2019.
produtor de mercadorias ou de um prestador de Publique-se.
serviços em programas em que tal apresentação
tenha intencionalmente propósito publicitário e O Presidente da República, JORGE CARLOS DE
possa induzir o consumo de bebidas alcoólicas, ALMEIDA FONSECA
considerando-se intencional, em particular, quando
for realizada em troca de uma remuneração Assinada em 3 de abril de 2019. — O Presidente da
ou de um pagamento similar; Assembleia Nacional, Jorge Pedro Maurício dos Santos

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704 I Série — n o 40 «B.O.» da República de Cabo Verde — 8 de abril de 2019

CONSELHO DE MINISTROS e no combate às perdas de energia, como vetores


chave para reduzir os custos de energia aos
–––––­­– cidadãos e empresas cabo-verdianos.
Resolução nº 39/2019 Artigo 3.º
de 8 de abril Atualização

A energia, uma das bases para o desenvolvimento No prazo máximo de 5 anos o Plano Diretor a que
das atividades das empresas e da qualidade de vida das se refere o artigo 1.º deve ser atualizado, mantendo o
populações, é um fator fundamental para o progresso de princípio da estratégia de menor custo para o sector
Cabo Verde. Sem energia disponível, segura e competitiva elétrico de Cabo Verde.
não é possível promover o desenvolvimento económico e Artigo 4.º
garantir o bem-estar dos cidadãos. A elevada dependência
dos combustíveis fósseis prejudica a estabilidade e a Entrada em vigor
sustentabilidade do Sector Elétrico. A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte
No caso de Cabo Verde, os excelentes recursos eólico ao da sua publicação.
e solar fazem com que a produção de energia elétrica Aprovada em Conselho de Ministros do dia 06 de
a partir de fontes renováveis, até certos limites, seja a dezembro de 2018.
alternativa mais económica para o país.
O Primeiro-Ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva
O Plano Diretor do Sector Elétrico 2018 – 2040 estabelece
qual o nível de energias renováveis, reforços térmicos e ANEXO
soluções de armazenamento ótimos do ponto de vista (A que se refere o artigo 1.º)
dos custos em cada momento, tendo em consideração o
aumento previsto da procura, a evolução dos custos das Plano Diretor do Sector Elétrico 2018-2040
diferentes tecnologias e critérios exigentes de qualidade Resumo Executivo
de fornecimento de energia.
Objetivos do Exercício
O Governo da IX Legislatura elegeu a competitividade e
a redução do custo da energia como prioridade, mantendo O Plano Director do Setor Elétrico 2018-2040 irá servir
os compromissos internacionalmente assumidos ao nível como um documento estrutural para o desenvolvimento
da sustentabilidade do sector elétrico na Conferência das do Sistema Elétrico, considerando as principais áreas do
Partes de Paris (COP21). desenvolvimento do sector: previsão espacial do consumo
elétrico, novos investimentos e reforços na infra-estrutura
Também este Governo optou-se por abandonar metas de transporte e distribuição de eletricidade, estrutura do
voluntárias de curto prazo irrealistas e assentar a visão parque produtor (localização de centrais, dimensão, fontes
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para o sector elétrico no estudo aprofundado da solução de energia e tecnologias) e gestão de redes, estrutura
de menor custo para o país, pela via do Plano Diretor do institucional e organizacional.
Sector Elétrico 2018-2040.
Este documento aborda os seguintes tópicos:
Assim,
-Previsão da procura elétrica,
Nos termos do n.º 2 do artigo 265.º da Constituição, o
Governo aprova a seguinte resolução. - Oferta necessária para atender às necessidades
Artigo 1.º elétricas,
Objeto - Plano de expansão da rede de transporte,
É aprovado o Plano Diretor do Sector Elétrico 2018- - Análise de rede do sistema elétrico e optimização
2040, que consta do anexo à presente Resolução, que dela least-cost (menor-custo),
faz parte integrante. - Análise económica e financeira,
Artigo 2.º
- Investimentos e custos indicativos em geração e
Objetivos e metas transporte, impactos nas tarifas de energia
São estabelecidas, com base no Plano Diretor do Sector elétrica,
Elétrico 2018 – 2040, as seguintes metas de menor custo - Avaliação do impacto ambiental e social.
para o sector elétrico de Cabo Verde:
Estudos de impacto ambiental, económico e financeiro,
a) Atingir 30% de produção de energia elétrica a partir estudos tarifários e um Plano de Acão e Plano de Investimento,
de fontes de energia renováveis até 2025, de juntamente com Recomendações de Politicas Energéticas,
acordo com o compromisso obrigatório assumido complementaram a avaliação da estratégia realizada.
por Cabo Verde na Conferência das Partes de
Paris (COP21); O Plano Diretor do Setor Electrico 2018-2040, o qual
abrangeu as nove ilhas de Cabo Verde, foi desenvolvido
b) Superar os 50% de produção de energia elétrica a ao longo de 18 meses (de Junho de 2017 até Novembro
partir de fontes de energia renováveis até 2030, de 2019) seguindo cinco fases distintas:
até à percentagem de integração que minimizar
os custos de produção de energia elétrica; - Fase I – Fase de Arranque
c) Manter a aposta na energia eólica e iniciar um - Fase II – Cenários de Procura Elétrica e Opções
programa ambicioso de desenvolvimento de de Geração
energia solar;
- Fase III – Cenários de Least-Cost Procura-Geração
d) Promover o desenvolvimento de uma central de e Avaliação do Impacto
bombagem pura na ilha de Santiago até 2025
e de soluções de armazenamento com base em - Fase IV – Plano de desenvolvimento da rede elétrica
baterias nas restantes ilhas, à medida que as - Fase V – Avaliação Institucional, Ambiental, Social,
reduções de custo e o desenvolvimento tecnológico Económica e Estratégia Financeira
o justifiquem;
- Fase VI – Plano de Ação, Plano de Investimento e
e) Manter a aposta na promoção da eficiência energética Recomendações de Politicas Energéticas

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