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A AUTENTICIDADE DA COMUNICAGAO A exprestto perfeita slgificaria, para @ pes- 20a, a manifestaglo pena do que ela 6, sem nent sma reserva. A eomunleagio perfeita consstiria na Comunhao como outro, em que a personalidade perderia 0 sentido de seus proprios limites. Esta Elaro, como nés j& o mostramos, que a expresso ‘do pode ser total sem a conscléncia de ser com Dreenaida e que comunidade somente tem valor fr ela mobili ce reeursae de cadn uma daa exis ténelas que ela tne. Uma anica nostalgia oferece fa omem a5 duas faces alternadas de tm mesmo Sesejo do absoluto, Deste ponto de Vista, 2 expert fecha ela expec de uc, lugar de servr as exigincias conjugndas da ex- Dresido e da eomunleaedo, parece que a Linguagem ria obstéeulos insuperdveis a sua completa satis Iago, ‘te novo proceso da inguagem no se apéia sobre a bow ol ute. Nao so trata mais aqul dee friminar contra a Injustice estabeeclda, contra ‘desordem moral e social, mat de tomar’ conscitn- tia de uma IimitacZo constitucional da fala huma- hha, de uma insufieitneia ontoligiea, AS palavras fo meloe de comuinieagio multo imperfeites. Mu {o froquentemente elas dissimulam em Tugar de u APALA ranifestar e opSem ao homem wma tela em que la gonna com ume petieita transparéncla. Todo © ‘ato melo de intlgilidade, em que a fala fara canta, em que 0 canto sera cspontaneamente tel 45 intends mais suis da sma” A necesidade de Tana, esta Piotio, 6 a sancao de ume decade cia que privou a crlatura de sua perleigho origind ‘afta necesidade ge apagara tama ver ue esa Pevieigdo sejeencontrada ‘num anundo Jnelsor EGjnnto a inguagem, esreve el, nao deveroe e ma eo qu se de Dem, ce sn ‘po mando intelgvel ou como tem sexs cs ‘o eft, Todas aa necessidades ou a8 inceresas que ‘os foram age em beigo a muder de fal io fxistem malto. ‘no mndo inteligive, as mas figem de na maneira reyular e de aco com a Daturena nao tim nem ordem nt eonoelho a dy las conhecem todos, amas he outas pela sips Intetgénea. Mesmo aul em blxo, sem quo os o- ons fee, nos concerns pela vist, nas 1a fm cima, todo corp ¢ pa, ead umm € como um Shor ‘mada ‘essoneido hem’ simu; vetdo al fRiem, conbesernos seu pensamento antes ce que Sele (nntades 1¥, 8, 8 tb, Bae Para a mistica, a linguagem impée uma dis- ‘neta, s da alma pia @ alma, da alma pars Deus (© murido da faa seria entdo um untverso da relatt Vidade generalizada, em que @ salvagio nio seria possivel sendo na graca da evasio. A insufeiéncia Ga linguagem colneide alls, com a inrufilencia 29 mundo mesmo; nada esté'aqul embalxo da me fdida de noisas azpiragées, a verdadelra patria es ‘em outre parte: tal inmifledineis se renown de dade em Idade, ¢ « reclamagso' de wm expeitua. onooEs ouspoRF o lisma quase Ineapaz de suportar a servidio da fencaraeio. Falar seu pensamento ou seu amor, (gu sera ure algo, no ae ange a er fade assim. A innguager ‘nos mantém a eabeca fontra a terra, ela se opie a toda elevacio, "Que ‘im homem tana o diet de falar do bom tempo, ‘screve Klerkogaard, cu 0 sel, mas um outro Dro" biema me preseupou na vida... HA uma relagao Ge alémclo pela qual nde nos iigamos @ Deus, que Gcortads se née noe entretemos com uma. out ‘alsa que € para nds umn nogéclo mais importante” ‘Gournal, 1250) ‘sta objegio & linguagem em sua propria es sénein reformula tudo. De fata, na maior parte Gos casts; parece entrotanto qué a linguagem rea- liza o que dela espera, o entendimento entre os {nterloeutore, Dias a naturera deste entendimento ‘deve ser Teconsiderad. © uso corrente da fala or Fesponde’a uma (roca de informacies, de instru ‘fee, de mensagens; calvo malentendido, sempre Possivel de corrigs, chega-se a um scordo, quan- fo se trata de participar da tareta dldria de viver trnbathar conjuntamente. © sucesso da. lingua ‘gem pragmética se prolonga e so amplifia no easo fa linguagem cientifica: os fisicos, 08 quimces, 0: ‘malemdtieos, podem conversar entre , compre: fendendovse perfeltamente. Seus problems sero ‘etolvider eomente na eldeldagio oun formule- Fp téenico de que dispoem e que pode ser enrique. ‘ido, allés ge owver necessidade 'O éxito. da linguagem 6 resultanto aqui da significagio a que eada termo corresponde, afir imum. aos individuos.presentes. Dols Se opsem no eampo fethado de um vocabuléio de- finido, com precisto, de sorte que’ a contestacéo fue pode surgir ent eles esta subordinada & um w avaua ‘acordo prévio que a ultrapsssa mutto em ampli ‘de. De gual modo, na vida quotidian de ma ff ‘mili, de um grupo de trabalho, a troca de falas ze realm na idea de um entendimento global; me- ‘Bos vigorosamente formalizada que aquela que au fenta a geometria euelidiana ou a técinea do ck mento armado, mas tudo, da mesma forma defink 4a sufcientemente, por tim consentimento mautuo ‘dette, A vids ferillar como 8 vida profissional fencontram na linguagem um inatrumento dell, por tanto tempo quanto elas se mantiverem go nivel as signiicacoes médias codifiendas elo uso. OS ‘lajantes de domingo, reaniges por aeato, na eabine ‘de um trem podem conversar sobre a chuva, bom ‘tempo, com toda serenidade, Eles se compreenden perfeltamente Mas, objeterse-é que estas pessoas se compre cendem tia bem, porque elas néo tam nada a dizer De antemso elas estio de acoréo, por sua comum Insignificagio. Os lugares comune! que eles debt fam com seguranga ligam suas personalidades, Quanto aos sibios, nos téeniecs, eles também, mas de uma outra forma, renunclaramm a sua afirmacio [pessoal para se converter na unidade de um slste- a objetivo; nao ha risco de haver malentendido entre eles, pela boa raaio que, tanto quanto tempo ‘azem a dacusodo, diserem mesma col, Os ho- ‘mons no podem éstar de acordo senso contornn- do as difculdades, isto 6, renunclando a si-mesmas pra fazer o papel de dectamadores de wn coro eo- Ietive, Toda Hnguagem tom por eonstitulgio 0 Yar Jor de denominador comm. Pala, ecm, ge fae far de i mesmo para ve eonfundir com todos. Nao Di inguagem para a originalidade, isto é, para @ diferenga, vale dizer, nao ha linguagem pars a per ‘onalidade, ‘oronoes cusponr ® ‘Tal 6 0 ponto de vista desenvotido com multa pmetragio longa por pentadores como Kier. aur e mals prio Ges, Kar Jaspers Su tess fem a masta que o exci da aia tom por Ueto, attitui em cada um des menocatores Aidiogo, uma sorte do indiviauo medio pessoa. Dito ‘Go out forma, a tnguagem no pode tee ust sono exteritiade dow teres © dan eas. Sia oe recuse radiemente a esprimir a inti: Gade, porguanto toda fal € uma publicardo, Ue ‘untieade; ein conaagrao recuse « um interme: Bui, num mio de expreaio, em que o contacto Severs er de sma a alma, mediate, Quando des ‘Sere stan em presenge, a inguagem & a tercelra Fesoa, que tora flso eet aoodo, O deseo de [iteticllage penton exge a aplcaglo linguae fem, do un principio do tere exsuldo, as pee {frees comuns, a2 idne neceiadas que poem sempre a presen Indese}vel, 0 controle deter users que muna tm dei. ‘nvela ent gbre eae pont, uma insufelé- cla congnita de fala humana, 58 poo manifestar di feu pensninento, 0 exterior, 0 superticle. O imtoo, o fundo, se dasimoln, deaaparsce sempre, ‘Pra’ fundo ho ume cols, nem 6 ua ll, foam a atitige que me’ propria, « intengio de {ode fniaha vida ae Poviznte de meu ser m0 pte ser explsiado,eontado € em Telagio' le {Re “eset sot de ad ogo oo der, Nao pute tornar publco melhor elm Stet om mega er'que eae extends Per colnedir abeolutament, no aispono. de ‘enh modo seguro do seeder 20 melhor de um ‘tr, Cada homem permanece aaa, para don onion, un sgredo” Nio seria posse aver um ctedmento arto, de eompresnsso pena. O mee tre dé a seus slunot um ensinamento, mas sua outrina publicada, objetivada, nfo ¢ 0'methor de fa influgneia, Fora e a despelto do discurso, um ontacto se estabelece entre o mesire eo diseipulo, ‘idlogo sem fala e cada vez diferente, didlogo es: fondido, 0 tinleo deeisivo. Ha desse modo, um mis- trio de frradiagdo dos grandes mestres! ‘umn Sb rates ¢ recentemente um Alain, exerciam sobre Seas allinos uma yetdadeira fascinagso, diferente fe cada um a cada um, e cada ver exclusive, de gue os letores dos eseritos de alain ‘ou os tester Miunhos contemperieas, sobre Sdcrates do. con Seguem fazer senso muito difeumente, uma ila ‘Da mesma forma ainda, a presenge de Jesus si fleava para eada um de seus fet, uma relapo de eta e Viva, ao solo da qual a fala ge tomava ume ‘Yocapio, encontro do ser com o ser, algumas Por tavras efetivamente pronuaciadas nao dando Sento tuma bem longingia aprosimagio desea relacto. ‘A cficdela da fala enenntratia entao sql um Limite Impossrel de vitrapessar. AS palevrss no ‘io um accesso direto a verdade pessoal. NO mi emo podem elas realizar Um cirecionamento. © fensino expliciio do mestre conta menas do que © ‘stemuntio de sua atitude, ¢ encantamento de rh festo. ou de. um sorriso, O resto ¢ slénela, por Quanto a Ultima palavea, 2 palavra-mestre de’ ura Thomem, no é uma pelavra, A comunicagso mals yerdadeim entre os homens € una comuntecedo Indireta, Isto ¢, comunicacao que se opera apecat da lingvagem, pelos moios de fortuna © frequen {emente num sentido contrdrio ao da linguagem. Gutimo retiro em cada umm de née 6-um Gominis fem que a fala no tom acceso; a alma al so encon {ra doriaha, na sombra e no silnelo, com esta "er teaa extranha, evoeada por Rilke, o poeta, que tudo fo-que ultrapassa ume bela mediceridede, essen COBOROES oUSDORF » clalmente incapas de progress, deveré. no fundo, Ser acolto,irensformado © venciZo na mals com” pleta solddo, como que infinitamente jolado, de lum modo quase gnico™ (Lettre de 4 de noventbro 4e'1000, wad. Pirou) © tema da comunicagio indlreta se liga « uma cconcepedo do homem que iniste sobre ‘9 nicloo Secreto de cada vida. Ovalléneio € mala verdadero 40 que a fala, pelo que os poctas, frequentemente 8 eieritore, insstiam sobre 0. muro. do inexpri- fivel, com que se ehocam seus malores esforeos Ge expresiio. A ohictridade mesma dos grandes Doetas, 0. hermetismo de um ‘Rimbaud, ‘de um ‘Mallarin, de um Valery, atirms 0 paradoxo do des velement6 necesstro © impossvel. Baudelaire, re mando uma imagem de Poe, enuncla sob o titulo: ‘meu eoragio posto a nu exte desejo de uma epi ania, de uma revelagao total de mesmo, que ‘seria também a ealvacto tanto busceda. Mal a ‘obscuridade no se dssipa. Mais se fal, mats 20 fala, mals nos esforcamos de dizer, mals hos aden {ramos nam sllénsloiremediave. Se 0 corpo & urn ftimvio, seo mundo 6 uma jaula, @linguager tary. ma ‘tea. pri, que ‘ng ceca em nie ‘esmes, ainda mais ervelmente do que pareoeria ever nos Uberar de tm modo ger. ‘Este conjunto de lugares oomuns da fizolofia a arto’ eda mistica, assinaln uma iieuidade real, mas nio multo definitiva. Uma anélise mals precisa das eondigées do didlogo deveria com efeito, ‘hos permitir atravessar este’ momento. de desee: pero. O mals urgente é tomar a palarra no context Ge situaedo particular em que ea Intorvém. Uma {race ndo se estabelece no abvoluto; ela supe um certo estado de relapdes entre os interiocutores © Sthorlzonte de uma linguagem que corresponde aos ‘Valores comuns. No uso corrente, o contexte € ev ‘dente, de sorte que o texto liters! dos propésitos parece fer suficlente es mesmo. "A conversagao familiar ou © srtigo de jornal se regem sobre uma linguagem exstente, justada time ver por todas em fungao de valores médios teltamente reconhecides. 0 desacordo e-0 malen: fendido a6 se manfestam quando uma das pessoas Dreventes denuncia 0 pacto social da. inguager Corrente, A fala automdtiea e aproximativa dé 1u- fer entdo, a uma fla de autenticidade, que se hoea com todas as sortes de obstaculas ‘© emame desta fala de silenticidade poderé ceantudo, nos permitir teparar as. implieagbes de ‘uma linguagem vallda. O'sentido de uma fala de- ppende, com efelto, de. tele coeflcentes. dstints, or quale #6 0 eon{tinto justifies. Primero que don’ Peceo connec davon eat fa ‘Aquele que fala, em quo qualidade fala ele? # ele ‘o‘homem tem projet, tm homer pres somente fo instante que passa, desperdigando seus, props ‘Stor cama stmentes a0 vento? Oa bem ead ele Tigado aquito que effma e er que grat? Ha entao ‘uma qualificagio pessoal, que mede a intensidade ti fala, Ela pode denunclar o set: a promessa, 0 Juramento, afirmam diretamente uma atitude no Yrator em que o homem faz um sistema com 0 que tle diz. Mat a maior parte de nossa frases no epre- ‘eentam esta Lensdo intima; elas si0 mals ou menos Sesligadas do ser pessoal. Uma apreciagdo. Justa ‘deveria tentar dosar este mals ou este moncs de fautentilcade que 9 homem que fala confere 8 ua ‘ala ‘Mas a referéneia ao que fala permaneco unt lateral: € preciso dat conta também do outro, do @ quem a fraso se dirge. Esta. visio ¢ estenclal, Porquanto a fala proniunciada 6 tem, verdadelra: ‘ente, efleels, @ hd reciprocidade entre os Inter- ‘oronoEs GuspoRr a locutores, Se eles no se encontram em simulta- neidade de atitude, mas defasados tum om relagdo 40 outro, 0 malentendido Intorviré necsseariamen. {2.0 seutiao literal das palavras tera talven com: Dreendido, mas seu sentido em valor, eecapars, Be SoU levado @ sério quando eu falo gracejando, 08 8 agrado quando dou o textemunho de minha il tna sinceridade, ralnha fala perde eeu significado 40 longo da estrada. Uma afirmagao profunca © fensa, uma confissio, um testemuno indo das Drofundesas, sio tao’ diflels para se dizer como para se escutar. Um mesmo fervor ¢ exigivel para fe atingira sus plenitude, de parte a parte, como ‘que numa sorte de comunhdo previa, Cada vex que tomo a palavra, o que eu digo depende do outro, ‘quem minha lingwagem visa: iniferente, adver” ‘rio, amigo ou allado. Um sentido é sempre o feito de uma colaboracte, afim esta colaboragio no se exeree no abso- tuto, O momento é a terveirn dimensio e todo ‘enunciado verbal, Cada fala € a sun manelrs, uma fala de elrcunstincla, eada palavra é uma palavra hlstrlea A situago & por et suflelente a valorizae fal ou tal propésta, que se torna decile, porque @-pronunclada em ‘um momento deesivo: tal OU tal ultima polayra nio seria estabeecida name méria dos homens, se ela ndo tveste sido a titima ‘do um personagem historic. ‘Uma exegese sada ngo deve pois, se contentar ‘em considerar pelavra por palgvra de um homem, {sto é, de projetar de alguma sorte todas as suas {alas sobre tum #6 plano. & preciso prooeer a um tipo de eetudo em relevo, em que o enuneiado, cada ‘yer tome ma forma @ vida, segundo 0 grau de gajamento do hamem que fala, sogundo a rect procidade do encontro e segundo a signitieacto do Rromento, © texto literal aparente do discurso se ‘page diante de seu valor pessoal. Alls, tal apre ‘lagi nio pode ver bem conduaida, senfo por aque Je'em quem o sentido mesmo da'sltuaguo 60 en contre, de alguma sorte, restituldo. A fala extrema ‘da sitaagioimite nfo toma todo sea sentido se ‘ito nim outrasituagao-imive, Toda eompreensio ‘erdaceira 6 el meema ima obra, O hevét fla fo eral, © poeta so porta, 0 apelo do santa 36 ftcas se ele hbera em née uma possiblidade de santidade que se Ignorava. A incompreensto ¢ uma Fecusa oposta & exigeacla de outra pessoa © uma Seterminacho de tm de nessos limites, ao mesmo tempo, Da mesma forma, podemos nés nao virmos a participar de nés mesmes, porque nosea vida, ‘hum momento, aleancada na sun mals alla cons: lznela dos valores, recalndo em sua medioeridade fostumelra, ‘eessar de compreender ume atitude fue fol-nassa, uma promessa que fizemos, Renun- amos, entdo,@ fomuar nowa palavra — como Uma ‘yor ineapaz de pegar wma nota musical mals alta, #que’reeai “porque nos revelamos smpetentas para conservar presente a atualidade dos valores, fue, durante certo tempe, nas iluminarar: ‘A critiea da linguageim nio deve entio cons. orto eogotado,« partir da idéia que ndo-importa- {quem pode dizer ndo-imports-o-que, em no-impor faual-momento, Os pensadores que Insist to breo cardter indieto da comumicagso, forma ey de ordindrio, uma sorte de idolo da Hingwagem jsta, como se a Verdade fosse um carder intein- feo a fala. Ora, uma fala do ¢ verdadeira em ina fala nfo 6 sento um entre-dois, um enea- minhamento do home ao homem através do tem po. A linguagem se define como wma via de communi- faci; ela nao é a comunieacdo mesma A conde. hnagto da fala se funda, normalmente, sobre 0 Pee {ulgndo iatelectulista'de que a verdade deve se (opoRons ausponr & spresentar como um discurso, apis que, mostre ‘hos, muito facimente, que mesa disso eq {ale eleuramente & verdade, erin preci sonhat om ‘certs interrogatviospaixonados 0a com feriosproctsos, em que os supa, por exe Pio, aolpresumiio eulpivel de disor a vevdade. Ore, 5 despelto dos esforgcs aparentemente sincere dot ‘uoatonaiorese dos quetionades, a imprest per ‘ste, de que o exsencal continua escondice, Mets Falienteentretanto, tudo esta deswelado: tas un mistéro subse, uni mistéio amano ques lin agente endoge hrO eoel- cides, at Invengten continua confsas, or. ‘que os homens eles mesmos nio sto claras.” © jomalista que aasate tal proceso no tr ‘buna ete conclu que *jamala se baberd 2 veda: ge Geo fs rte da ngage: se © er eal no so pode diver, €poraee ea nao € un ‘dizer mas um sere um faates Pu MO 6 “A cominieario. 6 portsnto indireia somente fe primi, pretendemte identitear 9 hoguagers om 0 ser, como se Tose auficients dacr'es pela ‘tas para que o ser se transmita com cas: Gra 6 ‘aloe no std nguagem, mas no home gue 5 estorge por todos melos paras reali be fEundo 0 melhor melo. A fala pode contribulr para fia edueaeio do homem pela homer, ea ep {ania ‘do ser, mas ela equ, somente ¢ « segunis, ‘bo palavra magica que dispense todo eaforg, nad mal orentacd ao longo desta aces que constitu 8 jeslzaio. do homer contre a verdad. A ia do ‘uma Mnguagem perfetastnie Justa ¢ tlle io faba quanto's tél deur hom por fettamente Justa, © homem vivo én home cea Marcha, eujoexeello conte ei Pestabelecer Ie Geasuntcente un equllibrio qu eet we desfasendo. ‘Sala um ebaige pariedarmente precio des: ry avata ‘te morlmento perpétuo do ser humand, que se op6e f todo ajuste definitive ‘asim so jurtifion experiénce do , cc, com sue av ehoce frqentemente o dejo 86 to. eceritor. A otal seria s Stteliengto de todte a8 pabiads, a Mberasio Ge todas as candhdatras ao ser, consitutvas de {ina realidade pesval — uma sore de desnovela- Inento do. homem, Uma tal experiénola supers tna paasagem, 20 Umite Go qual cers momen: tos, pertievarmente tenaos a existent, podern Sr Linn ilar visto ponorislen dos que extio fhorrendo, por exemplo, que retomanim do cm 85 Tnnee, oeanjunto de ame vida. Beta stuacko trans ene o plano da Sa, tanto quanto 0 regimen nor- ‘al da vida humana. ‘As palavras noe oferecem pontes de apoio pa za a reasayan do que nos soman, Maa notsat G- ‘His palavias ito sto somente palswras as i fnveas fupremas que celam uma comunlto, os en ments ‘iins ame ed ere, pine uma lingua de bertacdo 0 para ‘ines, doe para ce outros. Sto eles asencio de tim eaforgo de vida, de que eles no seiam eapazes dr oe dispenser, 'homem digoo ceae nome no feura & bmguagem de insutielenta constituloal. Ecce esfoga para agi sobre si para acoder lin fquagem, pra da fala to melhor do sea oer. © {Grande pasta nfo aquele que prociama. "Os mals ‘fis reros ago aquoles que no se esceverio j- Iie." Os mals belo versos sto auees qué e& ‘reverain ov poetar mele apts tutar coms in- ffungem pete redurtin A obectncia. © grande es EGE" ub Balrac, um Dostolerky, tanta. bre ° sre nfo. quando ele © denne, mas ‘Quand ele exprime: 0 ginio ema intenpto,inca- ononces cvsponr s par de passar ao ato, 6 somente um sonhador que Datca os albis para sua inefictcla, ‘A passage do pessivel ao real traz a medida cfctivade cada Um, para alem da ineonscléncia os somes. Nao hi, neste sentido, astincin entre 2 inguagem e 0 pensamento, porguanto a lingus- gem €-0 pensamento: um penuaumento mal expres. S0'6 um pensamento insuficlente ‘E de:mesma mancira que deve ser compreen- ‘da @ obscuridade da qual, multo trequentemente, fiaemos eensira aos eseritres, O leltor ingenuo 86 revolta porque no compreende tal ou tal texto I {erario tao facimente quanto um artigo de jornal; Zaturalmente ele scusard.o autor de ter tornado ‘bscuros seus esrits, de propédito. Mas o herme- {ism auténtico, em’ pintura, em musica, tanto quanto em Ueratura, @ somente & contrapartida a lita do artista para afirmar uma visto orginal 44 mundo, A ascese do estilo corresponde a uma fexigincla da precisio que afasta o orlador das 16% ‘ulas feiss ha Linguagem estabeleida, passando do sentido eomtum ao sentido prépri, que 6 © sou, ‘0 prego de tum combate, as veses herGlco, Para ‘compreender as obras de um Monet, im Debussy, ‘um Mallarmé ou de urn Claudel, o amador tem do por agui também do seu ‘Oresforgo do crador solleita como reviprocida- o, umm esforeo andlogo de despojamento: a corn nléaedo implies numa parteipegao da aifieulaade, (Gra, 0 letor médio, 0 ouvinte ou o expectador ba: hal, eréem poder abter, sem um prego, o que es tow tanto ao eriador: ‘ele preferira sempro oe critor ou o artista da moda, e que fale esinia oo. mo todo o mundo. A dficuldade de uma lnguagem nova rd ads, se atenuando, quando sua originall: ade eriadora’ engendrar um fovo sentido comm, (5 inovadores de ontem sto os elassloas de hoje, * aaa depois que sua inguagem nova e difell se impts € ‘que se tornow a linguagem de todo o mundo. ‘A noo de comunieagSo indireta demandaris portanto ser reinterpretada, na medida em que elt parece acusar a linguagem enguanto € a propela hatureza do homem que se questiona. Em suma, no & a comunieagio que é indireta, @ 0 homem ‘mesmo, Os limites da expressio e da comunieacio So 0s préprios limites do oer pessoal. Os temas, tio ‘reqientemente tirados do eiléneioe do tegredo de- em ser eles mesmos, compreendides dentro desta perspectiva. ‘Bem divida, existe um sogredo do homem, des- 4e quando nao se pode dizer tudo, sem se suptimir fS'st mesmo, pols que.na ordem do discurso tam tem, toda determinagdo € uma meyacao. Mas este sogredo 6 somente a margem de indeterminapto fnire o eal eo virtual, entre o fatoe 0 valor, entre ‘presente eo futuro, No uina recusa oposta & ex pressio, mas posto de partida e materia mesma aafimaedo pessoal. Da mesma forma, a apologia {Go alénclo, mais eloguente que todas as falas, mals ‘lea ¢ mals definida, xe bnseia sobre uma confusio. Osilincio @ uma forma de expresséo de st mesmo, itieularmente densa. He 90 tem tentido no ti0 fe uma comunieagio existente, como contrapartida ‘ou como selo de uma linguagem estabelecida. 8 do slénelo da pobreza e da austnca, como também 80 Silencio da prentude emo o silencio que faz & pent tude. preeiso que erelagdo humans tenha progre- ‘do por outros meloe até 0 ponto da perflgao em ‘gue ao palavras se tornem inutels para sanclonar @eomunhio. © silencio nio possul entio, neni. ‘ue magia intrinseca: ele € um branco danitro do Aldiogo em que es harménleos do acerdo ou do de- Sacordo existentes podem se manifesar, O silencio ‘eponans GusDoRF n da polavra & profundidade, quando ela esté em ogo, 20 fundo, se ee existe "x nogdo de" cominieagio indircta, seria pro- iso enido, ser substitulda pela nocdo de autenticl ‘dade da comunieaeta. Dito de outro modo, nao hé {ronteirafixa da linguagem, mas fronteiras do ho- ‘mom, porque pertence a cada vida pessoal levar Tale ott menos longe aqullo que Ihe concerne. A Tinguagem ¢ um dos agentes. da eneamagan, ne Ig’ exigénela do omem toma forma, lutando pa. 7a Sua propria manifestaglo. A obra humana por xcaldneia 6 0 esforgo da presenea no mundo, se fgulda dos valores. Segundo uma bonite fala do Tosoto slemdo Jaspers, a vontade da comunicacto 4 T6 do Mlosofo. Desejo de comunicar © de se e0- ‘munlear, apesar’ de. todos os obstéeulos, vontade ‘de contribulr para realizar entre os homens o estado ‘de paz, isto ¢, a inteneio plona, distante dos ma Tentendidae € da violéneia — enlendimento ple ‘no que se prolonga e se verifiea em cooperagioefe tra

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