Você está na página 1de 11

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA

ERONILDO SANTOS SILVA


GLENIO MENDONÇA DE CERQUEIRA
IRACIANA COSTA DE OLIVEIRA
ISABEL CRISTINA DOS SANTOS
JOSINETE SILVA CANUTO

SAÚDE PÚBLICA

Maceió
2018
ERONILDO SANTOS SILVA
GLENIO MENDONÇA DE CERQUEIRA
IRACIANA COSTA DE OLIVEIRA
ISABEL CRISTINA DOS SANTOS
JOSINETE SILVA CANUTO

SAÚDE PÚBLICA

Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná -


UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de
média bimestral nas disciplinas de Desenvolvimento
Econômico, Organização dos Estados Federativos,
Tecnologia da informação na Gestão Pública e Tópicos
Especiais em Gestão Pública.

Orientadores: Profª. Andreia M. da Fonseca Boechat


Profª. Maria Angela Santini
Prof. Eduardo de Faria Nogueira
Profª. Cláudia Cardoso Moreira Napoli

Maceió
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
2.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO................................................................4
2.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS FEDERATIVOS............................................5
2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA..............................8
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................9
4 REFERÊNCIAS........................................................................................................10
3

1 INTRODUÇÃO

A partir da leitura do estudo de caso intitulado Teleassistência em


rede para regiões remotas: melhorando o acesso da população à atenção
especializada em saúde, publicado na Casoteca de Gestão Pública da ENAP (2015),
a seguinte produção textual vem com o objetivo de avaliar a aplicabilidade da
teleassistência, como uma prática considerada inovadora para o acesso a serviços
de saúde de média e alta complexidade na rede pública. A partir dos conteúdos
disciplinares propostos busca-se compreender a organização dos Estados Federativos
e aplicar a teoria do desenvolvimento econômico na definição de políticas e ações da
gestão pública, além de conhecer as possibilidades de investimento e financiamento no
setor público e entender como aplicar a tecnologia da informação na busca pela
eficiência da administração das organizações públicas.
O estudo justifica-se na necessidade de reforçar mudanças nos
conceitos de atenção à saúde presente nos programas de Saúde Pública. Sua
importância torna-se visível, quando consultamos os dados e observamos a
precariedade de atendimento médico/hospitalar em diversas regiões do município,
mostrando a necessidade da criação de novas práticas de saúde.
Maceió é um município do Estado de Alagoas e a atual capital do
mesmo, dispõe de uma área de aproximadamente 510 km² e população de 932.748
habitantes, segundo o Censo de 2010 – IBGE. O Produto Interno Bruto (PIB) no ano de
2015 era cerca de R$ 20,6 bilhões, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM) em torno de 0,721 - alto (PNUD - 2012) e a mortalidade infantil (antes de
completar um ano) era de 14,27/por 1.000 nascidos vivos (em 2014). Segundo a
Relação Anual de Informações Sociais (Rais), o município de Maceió contava no ano de
2010, com 23.386 estabelecimentos empregadores de mão de obra, os quais,
conjuntamente, empregavam um total de 231.453 trabalhadores, mas mesmo com
esses números de oportunidades a cidade ainda convive com taxas de desemprego
relativamente altas, mesmo comparando às demais capitais regionais nordestinas.
Considerando oito grandes setores econômicos definidos pelo IBGE –
administração pública, agropecuária, comércio, serviços, construção civil, extrativa
mineral, indústria de transformação e serviços industriais de utilidade pública –, pode-se
afirmar que dois destes setores concentram maior número de estabelecimentos:
comércio e serviços, sendo estes as principais atividades econômicas de Maceió
acompanhados do turismo, agricultura e indústria.
4

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A proposta da criação de sistemas de saúde visava à estruturação


do sistema a fim de solucionar problemas de saúde, dos mais simples ao mais
preocupante, começando com aqueles considerados mais relevantes. A partir da
análise desses problemas é que deveria ocorrer a oferta de serviços e de ações de
atenção à saúde. Contudo, a economia da saúde ensina que não é sempre assim
que os sistemas são estruturados,

(...) podendo haver indução desnecessária à demanda de serviços,


motivada, por exemplo, por uma sobrevalorização do consumo de
determinados procedimentos, como, por exemplo, exames (SILVA, 2013).

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem como objetivo a


prestação de serviços à população com as políticas públicas de saúde do Município
focando em sua promoção, prevenção, proteção e reabilitação, garantindo o acesso
humanizado dos usuários aos serviços de saúde. Para tal finalidade a secretaria
dispõe de condições materiais e administrativas necessárias ao funcionamento da
rede de saúde do SUS em Maceió, participando do desenvolvimento de ações e
serviços de sistema vigente em sinergia com outras esferas do Poder Público e
entidades privadas conveniadas (Secretaria Municipal de Saúde).
O Município conta com uma rede de programas e projetos como o
Consultório na Rua, Programas e Redes de Atenção Básica, Rede Cegonha, entre
outros. Possui um Hospital Geral do Estado (HGE) além de hospitais escola, 12
carros da SAMU, clínica infantil, maternidade, ambulatórios, unidades de pronto
atendimento (localizados no bairro do Trapiche e do Benedito Bentes) e diversas
unidades de saúde distribuídas na cidade.
Apesar dos promissores números de unidades de saúde de Maceió,
muitos deles encontram-se em situações precárias e quadros de descaso, incluindo
construções e reformas atrasadas, falta de profissional e/ou falta de materiais e
equipamentos, revelando a necessidade de uma atenção especial para a saúde do
município (SANCHEZ, 2017).
5

Toda a situação decadente tem ligação com o desenvolvimento do


município. O avanço na saúde é um dos mais importantes objetivos do processo de
desenvolvimento, logo um quadro precário da saúde reflete déficits no
desenvolvimento. Ao passo do que se acredita, tradicionalmente, que existe uma
separação entre os termos, ambos são indissociáveis, não sendo a saúde apenas
um âmbito social, mas um fator econômico.
A Saúde é uma política ambígua, ora caracterizada pela inovação,
indústria, tecnologia e mercado, ora voltada para as necessidades e vulnerabilidades
de uma população carente, assistida desigualmente tanto no território nacional como
nas esferas estaduais e municipais, por ações e serviços subfinanciados e por uma
oferta de infraestrutura ainda marcada por profunda heterogeneidade regional e
micro regional.
Segundo a revisão realizada por Araújo (1975),

(...) destaca-se, sobretudo, a estreita vinculação da saúde com o processo


de planejamento econômico e social. Do ponto de vista do planejamento,
fica claro que, na ausência de estudos que demonstrem a influência positiva
da saúde sobre o desenvolvimento econômico, como também de pesquisas
que apontem a estratégia necessária para a inclusão da saúde nos planos
globais de desenvolvimento, corre o setor saúde o risco de ficar
marginalizado; pois, na competição pelos recursos escassos serão
contemplados com prioridade aqueles setores capazes de melhor
demonstrar a rentabilidade dos recursos neles investidos. Partindo dessa
constatação devem os planejadores de saúde conjugar esforços com os
economistas na realização de estudos interdisciplinares que atendam à
manifesta necessidade de avaliação científica do problema das relações
entre saúde e desenvolvimento, e que contribuam para a definição de
políticas que melhor atendam aos interesses do homem como indivíduo e
da sociedade como um todo harmônico.

2.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS FEDERATIVOS

Em 2005 em Minas Gerais deu inicio o desenvolvimento de um


modelo de apoio à Atenção Básica em saúde por meio de aplicação de tecnologias
de informação e telecomunicações foi nomeado Centro de Telessaúde, um centro de
assistência médica instituído Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
6

Minas Gerais (HC/UFMG), responsável pelo desenvolvimento de ações de


telessaúde na instituição. através desse projeto, a Rede passou a atender mais 100
municípios. (CUNHA, 2010).
O modelo adotado tem como resultado a satisfação não somente de
pacientes, mas também dos profissionais, gerando bons resultados clínicos e
econômicos, parceria universidade-sociedade e oportunizando os novos
profissionais, visto que participam do programa profissionais experientes e os
recém-formados. Tendo em vista que no Estado havia muitos municípios distantes
da capital e com área/habitantes em quantidade inferior, a Rede de telessaúde
possibilitou o aumento no acesso de pacientes ao cuidado especializado, diminui
barreiras geográficas, qualifica os encaminhamentos ao nível secundário e terciário
e contribui para a melhoria da qualidade do cuidado (MARCOLINO et al, 2017).
Segundo os estudos de acompanhamento da experiência da
teleassistência em Minas Gerais, Marcolino e colaboradores (2017), revelam que

A satisfação dos usuários é constantemente monitorada em enquete


específica. De janeiro a dezembro de 2015, 1.175 usuários responderam à
pesquisa de satisfação. Os resultados mostraram que as teleconsultorias
evitaram encaminhamentos em 80% e responderam à dúvida em 95% dos
casos. Noventa e quatro por cento dos usuários afirmaram estar satisfeitos
com o serviço.

Para o bom funcionamento da rede, é importante o planejamento


orçamentário, um instrumento valioso de controle das operações de uma
empresa/gestão. A partir dele é possível prever os caminhos que os negócios irão
transcorrer, associados à um prazo previamente estudado e estipulado. É através do
orçamento que se estabelece metas com a equipe, dando, assim, uma visão clara
de onde a empresa quer chegar (LUNKES, 2018)
Sendo assim é necessário o planejamento da gestão orçamentária para
efetivação da rede de teleassistência. Apesar do foco desta não ser financeiro , a gestão
dos serviços é sempre realizada com o objetivo de aperfeiçoar os recursos
financeiros disponíveis, principalmente os de origem pública. Segundo Marcolino e
colaboradores (2017) “em países em desenvolvimento, a telessaúde é feita com
objetivo de atender pacientes localizados em regiões remotas, com baixo acesso
aos serviços especializados de saúde. Nessas situações, além de propiciar maior
7

conforto aos pacientes ao evitar o seu encaminhamento para os centros


especializados, a telessaúde evita gastos com transporte que, em alguns casos,
chegam a representar até 50% do orçamento municipal de saúde. Nesse sentido, é
preciso que os serviços prestados tenham baixo custo e, evidentemente, inferior aos
custos de encaminhamento”.
Para a obtenção do sucesso, além de uma organização financeira, a
rede de teleassistência precisa vencer alguns desafios. Um deles é o convencimento
dos gestores à esse programa. Para o sucesso dessa limitação é necessário a
apresentação de indicadores econômico-financeiros acerca do impacto econômico
que a rede tem associada. O processo de convencimento não se limitou apenas aos
aspectos financeiros, mas à resistência de certos gestores e profissionais à adoção
da rede de telessaúde:

Estratégias de manutenção foram implementadas com a finalidade de se


manter em operação essa rede de telessaúde de grande porte, incluindo um
sistema de monitoramento telefônico intensivo, em que gestores e
profissionais de saúde de municípios que não utilizam o serviço são
contatados mensalmente para identificar as causas de sua não utilização
(MARCOLINO, 2017).

Para garantir o sucesso e o alcance dos objetivos da rede de


teleassistência alguns fatores podem ser citados como firmar parcerias e rede
colaborativa entre governo e universidade, priorizar as reais necessidades locais dos
profissionais de saúde, apesar de ser focado o atendimento computadorizado é
necessário à valorização de encontros presenciais com usuários em treinamentos ou
em visitas aos municípios, utilização de sistema simples e de baixo custo adequado
às condições de infraestrutura locais, seguindo padrões estabelecidos e normas de
interoperabilidade, segurança e confidencialidade, utilização da tecnologia apenas
como meio para atingir o objetivo de melhorar o atendimento à saúde da população,
escolha de atividade de alta demanda para garantir a continuidade do projeto e a
inclusão de atividade de baixa demanda e o desenvolvimento de projetos de
pesquisa de forma simultânea à condução do serviço assistencial.
8

2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Minas Gerais o segundo Estado mais populoso do Brasil, atrás


somente de São Paulo, e o segundo estado com mais municípios na lista dos
municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, no total de 31, somando 853
no total de municípios. É marcado pelos grandes contrastes geográficos,
demográficos e socioeconômicos, marcado pela desigualdade no acesso à serviços
especializados de saúde (IBGE, 2010).
Quase metade dos médicos está lotada na região metropolitana do
Estado, sendo os municípios mais remotos ou de pequeno porte os mais escassos
de profissionais, causado pela dificuldade de provisão de serviços e fixação
profissional, gerando grande rotatividade desses especialistas, comprometendo a
qualidade da atenção à saúde (PAIN et al, 2011). Para suprir essa necessidade foi
criada a telessaúde surgiu como estratégia para fornecer suporte aos profissionais
de saúde da Atenção Primária desses municípios, para promover a melhora do
acesso da população a serviços especializados com qualidade, reduzir o
encaminhamento de pacientes a outros níveis de atenção e reduzir o isolamento
profissional, ajudando a fixar especialistas em áreas remotas e isoladas.
A operacionalização do projeto foi liderada pela Rede de
Teleassistência de Minas Gerais (RTMG), que iniciou suas atividades clínicas em
2006, porém diversas organizações estavam envolvidas incluindo hospitais
universitários - pesquisadores, hospitais e serviços de saúde e tecnologia da
informação -, instituições financiadoras, Ministério da Saúde, altos gestores
operacionais de Saúde, prefeitos, secretários e gestores de saúde municipais,
equipe de profissionais das áreas de saúde e TI do projeto, profissionais usuários
locais e unidades de saúde e rede de parceiros locais, regionais, nacionais e
internacionais. O processo de viabilidade do projeto se deu de forma gradual a partir
de monitoramentos e acompanhamentos de satisfação.
Os principais desafios inerentes ao serviço de informação
envolvendo a área da saúde, a gestão pública e os municípios brasileiros são
internet de baixa qualidade em alguns municípios, profissionais pouco familiarizados
com o uso de tecnologia em sua prática diária e resistência de financiamento público
à Rede, mas apesar disto a ideia trás consigo um avanço e melhoria na qualidade
da saúde oferecida à população.
9

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A organização de um sistema de saúde deve considerar a


necessidade de atenção à saúde da população. O principal problema para a
consecução dessa organização está relacionado à inexistência de consensos em
torno do conceito de necessidades em saúde. Contudo, alguns países e mesmo
municípios brasileiros têm buscado operacionalizar algum conceito de necessidade
para utilizá-lo em seu processo de planejamento, uma das alternativas foi a Rede de
teleassitência, uma alternativa promissora para o Município de Maceió visto que muitos
bairros são prejudicados pelas precárias condições das unidades de saúde locais, além
de contar com uma superlotação dos leitos no Hospital Geral do Estado.
Ainda que se considerem estabelecidas as necessidades de saúde
da população, a possibilidade de se obter o máximo de atenção à saúde para
satisfazê-las depende de quão prioritária é a saúde para a população e como são
traçadas as opções de melhoria desse serviço.
10

4 REFERÊNCIAS

ARAÚJO, J. D. Health and economic development: a review. Rev. Saúde públ, v. 9,


p. 515-28, 1975.

CUNHA, L. R. e colaboradores (2010), “Utilização de agentes de software na


otimização de redes de telessaúde”, WIN 2010/Workshop de Informática Médica
Belo Horizonte.

Economia de Maceió: diagnóstico e proposta para construção de uma nova


realidade. Organizador: Alexandre Manoel Angelo da Silva. – Brasília: Ipea. Ed.
UFAL, 2013.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo


Demográfico 2010. 2010. Disponível em <https://censo2010.ibge.gov.br/> Acesso em
01 de maio de 2018.

LUNKES, R. J. A importância do Orçamento como ferramenta de planejamento.


Disponível em <https://www.ecrconsultoria.com.br/biblioteca/artigos/controladoria-
estrategica/a-importancia-do-orcamento-como-ferramenta-de-planejame> Acesso
em 01 de maio de 2018.

MARCOLINO, M. S. e colaboradores. A telessaúde como ferramenta de apoio à


Atenção Primária em Saúde: a experiência da Rede de Teleassistência de Minas
Gerais. Rev Med Minas Gerais, v. 27, 2017.

PAIM, J.;TRAVASSOS, C.; ALMEIDA, C.; BAHIA, L.; MACINKO, J. The Brazilian
health system: history, advances, and challenges. Lancet, v. 377, p. 1778-97, 2011.

Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego


(MTE). Disponível em < http://www.rais.gov.br/sitio/index.jsf> Acesso em 01 de maio
de 2018.

SANCHES, C. (2017) Prefeitura de Maceió mantém posto de saúde em casa


alugada há mais de 20 anos. Disponível em
<https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/prefeitura-de-maceio-mantem-posto-de-
saude-em-casa-alugada-ha-mais-de-20-anos.ghtml> Acesso em 01 de maio de
2018.

Você também pode gostar