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RESUMO
Este artigo apresentará a filosofia Lean Manufacturing, criada na década de 1950, na fábrica
da Toyota no Japão. Também conhecida como mentalidade enxuta a Lean Manufacturing,
busca reduzir o desperdício em vários aspectos, melhorando a produção nos processos de
trabalho. Com isto, eliminam-se custos desnecessários, aumentando a produtividade da
empresa. Originalmente criada para o ambiente industrial a filosofia também pode ser
aplicada com sucesso em outros ambientes. Nosso estudo busca explorar a aplicabilidade da
Lean Manufacturing na a empresa Simples Terceirização e Administrativa, que atua na
locação de imóveis na cidade de Fortaleza. O presente artigo está estruturado em 2 (duas)
partes principais: a primeira o referencial teórico que abordará conceitos da filosofia Lean
Manufacturing; a segunda parte versa sobre a aplicabilidade da filosofia na empresa
escolhida. Utilizamos o método qualitativo e exploratório para imergirmos na rotina da
empresa e, de posse destas informações, analisar o grau de desperdício da empresa sob a ótica
da Lean Manufacturing. Ao final, percebemos que a empresa apresenta desperdícios em
diversos processos e que a aplicação da Lean Manufacturing será de grande valia para o
melhor fluxo da empresa.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Simples Terceirização e Administrativa é uma empresa de pequeno porte que
administra a locação de imóveis e é sediada no bairro Farias Brito, na cidade de Fortaleza,
capital do estado do Ceará.
A organização faz parte de um grupo de 4 empresas que atuam nos ramos de
construção, factoring, loterias e prestação de serviços. Ao todo, atuam na Simples
Terceirização e Administrativa 9 pessoas, distribuídas em 6 setores: Diretoria, Recursos
Humanos, Departamento de Pessoal e Jurídico, Controladoria e Financeiro, Manutenção e
Administração. O organograma a seguir mostra a hierarquia da empresa:
DIRETORIA
Robson / Adriano
CONTROLADORIA RH
Márcio/Isabelle Karine
SUPERVISOR
Robertto
2. Comercial – Distratos:
3. Emissão de Boletos:
4. Baixa de Boletos:
5. Contas a Pagar
7. Cobrança:
8. Manutenções e Reparos
A Lean Manufacturing objetiva a melhoria da produção através da redução dos 8
desperdícios comuns nos processos de trabalho. Com isto, elimina-se custos desnecessários,
aumentando a produtividade da empresa. É considerado desperdício qualquer ação ou etapa
em um processo que não agregue valor ao cliente. Isto é, qualquer processo pelo qual o cliente
não queira pagar.
Originalmente eram 7 desperdícios desenvolvidos por Taiichi Ohno, engenheiro
chefe da Toyota, como parte do Toyota Production System (TPS): Transporte, Estoque,
Movimento, Espera, Superprodução, Superprocessamento e Defeitos. O oitavo desperdício ou
“Habilidades” foi introduzido durante a década de 1990, após o falecimento de Taiichi Ohno,
quando o TPS foi adotado no mundo ocidental.
1. Transporte - O desperdício no transporte inclui a movimentação de pessoas,
ferramentas, estoque, equipamentos ou produtos além do necessário. O movimento excessivo
de materiais pode levar a danos e defeitos no produto. Além disso, o movimento exagerado de
pessoas e equipamentos também pode levar a trabalho desnecessário, maior desgaste e
exaustão. A linha de produção em U é uma das formas de reduzir o desperdício.
2. Estoque - O excesso de estoque pode causar defeitos no produto ou danificar
materiais, consumir espaço no ambiente de trabalho, além de impedir a detecção de problemas
relacionados à produção, já que defeitos poderão acumular-se antes de serem descobertos.
Desta forma, será necessário mais trabalho para corrigi-los.
3. Movimento - O desperdício em movimento inclui qualquer movimento
desnecessário de pessoas, equipamentos ou maquinário. Isso inclui andar, levantar, alcançar,
dobrar, alongar e mover. Organização é a palavra chave para evitar este desperdício.
4. Espera - O desperdício de espera inclui a espera das pessoas por um material
ou equipamento e a espera do equipamento por sua utilização. Para combate-lo é necessário
criar fluxos de trabalho bem definidos.
5. Superprodução - A superprodução ocorre quando um produto ou um elemento
é fabricado antes que ele seja solicitado ou exigido. Isto é, desperdiçamos tempo com algo
que será utilizado muito depois e, às vezes, nem será utilizado.
6. Processamento excessivo - O desperdício do processamento excessivo refere-
se ao ato de fazer mais trabalhos, adicionando componentes ou etapas a mais do que as
exigidas pelo cliente.
7. Defeitos - Defeitos ocorrem quando o produto não está apto para uso. Isso
normalmente resulta em retrabalho ou desmantelamento do produto. Para evitar defeitos a
padronização é o caminho.
8. Habilidades: o 8º Desperdício do Lean Manufacturing – Este desperdício
refere-se a má utilização do potencial humano. Também descrito como o desperdício de
talentos humanos ou habilidades não utilizadas.
A aplicação desta filosofia reside em encontrar estes desperdícios e reduzi-los ao
máximo. Eliminar os procedimentos onde não há valor agregado ao cliente, ou seja, que ele
não está disposto a pagar. É de extrema importância o conhecimento detalhado dos processos
envolvidos e aplicação das ferramentas adequadas para torna-los mais eficientes. É dessa
forma que se atinge a qualidade total, um dos preceitos e foco da Lean Manufacturing. De
acordo com Luiz Otávio Goi Junior “para que a Lean Manufacturing seja implementada de
forma sustentável e funcional 100%, é muito importante que seja seguida a regra: a Lean
Manufacturing antes de tudo é uma filosofia, uma forma de pensar e quando se mexe em
cultura é requerido mais envolvimento de todas as pessoas da empresa. Para isso, é preciso
criar os alicerces e seguir a cartilha da Lean Manufacturing à risca, passo a passo”.
Pascal Dennis fala sobre padronização de processos e estabilidade, ao afirmar que
“o coração do sistema é o envolvimento: membros de equipe flexíveis e motivados,
constantemente à procura de uma forma melhor de fazer as coisas”. A aplicação exige técnica,
conhecimento completo do processo produtivo e seus pontos críticos, para isto é preciso
estudar as seguintes ferramentas e processos.
Kanban - O Kanban é a sinalização dos fluxos de um projeto. Post-its, lousas, com
descrições sobre o andamento das tarefas são os primeiros exemplos de Kaban, atualmente
existem plataformas de gerenciamento que agregam grande volume de informação e são
passiveis de compartilhamento entre setores e colaboraores.
Kaizen (5s) - O Kaizen é uma filosofia japonesa que prega a melhoria progressiva
e contínua em diversos pontos do processo, tomando como base os chamados “5S”:
Sorting – É a eliminação de tudo o que for desnecessário no processo, reduzindo o
tempo para execução dos processos. Ele é realizado por meio de mapeamento da produção e
avaliação das etapas.
Set in order – É a reorganização da produção
Shine – Consiste em deixar o espaço físico limpo e organizado, melhorando a
qualidade de vida dos colaboradores e a eficiência produtiva.
Standardize – É a etapa de padronização dos processos, por meio da aplicação de
POPs (Procedimento Operacional Padrão), desta forma será mais fácil encontrar e eliminar
erros.
Sustain - Trata-se da incorporação de padrões à rotina da empresa, buscando
aprimoramento e melhoria constante da performance.
Poka-Yoke - São uma série de dispositivos, visuais ou não, que ajudam na
blindagem do seu processo contra erros ou defeitos. Padronização de cores e materiais
aumentam a eficácia e desempenho geral.
OEE – É a medição de eficiência dos equipamentos. Cada empresa possui uma
eficiência que vai variar de acordo com seu ramo de atuação. Ter ciência da eficiência e
planejar formas de aperfeiçoamento da produção estão nesta parte da filosofia.
Monitoramento do processo – Este último passo esta entrelaçado com a OEE. O
monitoramento é a base para compreensão do quanto o seu processo está caminhando.
Ao estudarmos a filosofia Lean Manufacturing e confrontarmos com os processos
utilizados na Simples Terceirização e Administrativa, percebemos que alguns dos processos
da empresa seguem algumas orientações que estão presentes na filosofia. No entanto, a
empresa ainda apresenta desperdícios consideráveis na execução de tarefas aparentemente
simples.
Quase todos os processos administrativos, financeiros e relacionados aos serviços
são executados por demanda, isto é, sem planejamento prévio. Os processos também
precisam, em sua maioria da aprovação da direção da empresa, o que gera desperdício de
movimento e transporte. O desperdício de espera, em relação ao público externo, também é
latente, devido ao longo fluxo para a resolução dos problemas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entenda os “7 desperdícios” que uma empresa pode ter. www.lean.org.br, 2019. Disponivel
em: https://www.lean.org.br/colunas/529/entenda-os-%E2%80%9C7-
desperdicios%E2%80%9D-que-uma-empresa-pode-ter.aspx. Acesso em: 21 de setembro 2019