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Aula 5 e 6: Séries Infinitas

Termo geral, Sequências de Somas Parciais e Definição de Séries. Séries Convergentes e


Divergentes.
Definição: Séries Infinitas
Considere uma sequência a n n . Chamamos de série cujo termo geral é a n à soma
infinita
a 1a2 a 3a 4 ... ,

que representamos por ∑ an . Entretanto, a forma como vamos realizar esta soma segue o
n=1
procedimento abaixo.
Suponha que sua sequência { a n } seja gerada por um experimento e que seus valores, a
medida que vão sendo adquiridos, devam ser somados. Por exemplo:

dia 1 → s1 =a 1 ,

dia 2→ coletamos a 2 e devemos adicionar a a1 , obtendo o acumulado do segundo dia

s 2=a 1a 2 =s1a 2 ,

dia 3 → obtemos a 3 e somamos esta parcela à soma s2 anteriormente para obter

s3 =s2 a 3=a 1a2 a 3 ,

dia n → obtemos a n e somamos ao acumulado anterior para obter s n=s n−1a n .

Isto continua indefinidamente e assim obtemos uma nova sequência { s n } a sequência das somas
parciais de a n , que também é representada por

∑ an
n=1

e tal série infinita, ou simplesmente série. A sequência { a n } é então chamada de termo geral da
série. Uma série será convergente (ou divergente) se a sequência de somas parciais
{ s n } o for .

Exemplos:

1
1) ∑ n n1
n=1
Utiliza-se a técnica das frações parciais para reescrever o termo geral da série. Em seguida
1
obtem-se a expressão da sequência de somas parciais S n =1− . Daí mostra-se que
n1
lim S n=1 e, portanto série converge e vale

1
∑ n n1 =1
n=1

2) ∑ −1n
n=1
S 1=−1 ,
S 2=S 1a 2=−11=0,
S 3=S 2a 3=−1

S n =−1 se n é impar ou S n=−1 se n é par .
Como a sequência das somas parciais diverge então a série é divergente.
3) Séries Geométricas:
Considere uma série cujo termo geral é uma PG de razão r, ou seja,

∑ an e a n=r n−1 .
n=1
Assim queremos encontrar, se possível, o resultado da soma infinita

∑ r n−1=1r r 2r 3 (soma infinita de uma PG),


n=1
chamada de série geométrica de razão r.
Vamos obter uma expressão para a sequência de somas parciais. Observemos que

S n =1r r 2r 3r n −1


.
r.S n =r r 2r 3r 4r n
Portanto, subtraindo a segunda equação da primeira obtemos
rS n – S n=r n−1
e daí segue que, se r ≠1 ,
r n−1
Sn= .
r −1
Para verificarmos a convergência da série basta verificarmos a existência do limite

r n −1 1 1
lim S n=lim = lim r n − .
r −1 r−1 r −1
Portanto, do estudo que fizemos com sequências originadas de uma PG de razão r,
concluímos que:
caso 1: Se 0∣r∣1 sabemos que lim r n =0 e daí

1
∑ r n−1=1r r 2r 3= 1−r ,
n=1
caso 2: Se ∣r∣1 sabemos que não existe lim r n e daí a série

∑ r n−1=1r r 2r 3 é divergente.


n=1
O que podemos afirmar sobre a série quando |r|=1? (Façam!).
Exercícios:
Encontre a soma parcial
1 1 1 1 1 1
1−  −  − 
2 4 8 16 32 64
Encontre a soma da série
1 1 1 1 1 1
1−  −  −  −....
2 4 8 16 32 64

4) Série Harmônica

A série chamada de série harmônica é a seguinte: ∑ 1n . Vamos dar uma justificativa que
n=1
nos faz aceitar que esta série é divergente.
Calculemos os termos de índice sendo uma potência de 2 da sequência de somas parciais
1
S 2=1
2
1 1 1 1 1 1 1 1
S 4 =1   1   =1  ,
2 3 4 2 4 4 2 2

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
S 8=1       1      =¿ 1  
2 3 4 5 6 7 8 2 2 8 8 8 8 2 2 2

Assim podemos verificar que


1
S 2 1k.
k
2
e construímos uma subsequência de S n  que é crescente e ilimitada.

O teorema a seguir os dá uma condição necessária para que uma série seja convergente, mas
tal condição não é suficiente para garantir a convergência.

Teorema: (Teste para mostrar a divergência)



Se a série ∑ an é convergente então lim a n=0 .
n=1
(Em outras palavras: Se lim a n≠0 então a série é divergente.)
Demo:
S n – S n−1=a n

∞ ∞ ∞
n
Exemplos: ∑n 2
, ∑ n1
e ∑ −1n .
n=1 n=1 n=1


1 1
Obs: ∑n satisfaz lim a n=lim
n
=0 e diverge.
n=1

Perguntas:
1) O Teorema nos diz que a série converge para zero?
2) O Teorema nos ajuda a descobrir se uma série é convergente?
3) Nos ajuda a descobrir se é divergente?
4) Nos dá uma condição para uma série ser convergente?
5) Se lim a n=0 podemos dizer que uma série com este termo geral é convergente?

Combinando Séries

Propriedades: soma, diferença, multiplicação por constante.


∞ ∞

Considere duas séries convergentes ∑ x n=L e ∑ y n =M então valem


n=1 n=1

1. A série da soma (ou diferença) também convergem: ∑ ( x n± y n)= L+ M ,


n=1

∞ ∞

2. A série “multiplicação por uma constante” converge: ∑ k . x n=k . ∑ x n =k . L


n=1 n=1

Como consequências dessas propriedades temos:


• Quando multiplicamos uma série divergente por uma constante (não nula) obtemos uma
séria também divergente;
∞ ∞ ∞

• Se ∑ x n=L e ∑ yn diverge então as séries ∑ ( x n ± y n) divergem.


n=1 n=1 n=1

Exemplos:
1) Analise se as séries a seguir são convergentes ou divergentes
∞ ∞ ∞
1 1 1 1
∑ 4 n , ∑ 4n e ∑ 4 n + 4n ,
n=1 n=1 n =1

2) Expresse o número decimal 1,234234234234… como uma fração

Sol: Esta dízima pode ser reescrita como uma soma infinita

1,234234234234...=1+
234
+
234
+
234
1.000 1.000 .000 1.000 .000 .000
+...=1+ 234 .
1
3
+
1
3 2
+
10 (10 ) ( 10 )
1
(
3 3
+ ...
)
ou ainda, em notação de série

1
1,234234234234...=1+234 . ∑ 3 n .
n=1 (10 )

Sabemos que
∞ ∞
1 1 1
=∑ =1+ ∑
1 3 (n−1)
n=1 (10 )
3 n
n=1 (10 ) ,
1− 3
(10)

portanto,

( )

1 1000 999+234 1233
1,234234234234...=1+234 . ∑ 3 n
=1+234. −1 = =
n=1 (10 ) 999 999 999

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