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Com isso, o comitê reunirá reitores de todas as instituições de educação superior públicas – federais,
estaduais e municipais – além de secretários de educação. O órgão terá, entre suas responsabilidades,
discutir e acompanhar a elaboração do novo Enem e seu impacto no currículo do ensino médio.
Para o ministro, mais importante que definir a maneira de utilização do novo exame e o prazo para isso é
criar um círculo virtuoso de discussão, que torne a passagem da educação básica para a educação
superior menos traumática e estressante para o aluno, além de privilegiar a capacidade analítica do
estudante. “A participação de todas as instituições públicas nesse processo daria um padrão de
referência à educação básica muito significativo”, avaliou Haddad.
O ministro sugeriu um prazo de três anos para que as instituições implementem a medida de maneira
“tranqüila, segura e com objetivos comuns”. “Se a nota do novo Enem for considerada para o ingresso
sob qualquer das formas propostas, será um grande salto de qualidade”, afirmou.
As instituições podem optar entre quatro alternativas, ou ainda usá-las de forma combinada. O novo
Enem poderá ser usado como única fase; como primeira fase; como parcela da nota do vestibular; ou
para preencher as vagas remanescentes do vestibular.
A maioria dos reitores demonstrou interesse em adotar uma das formas já neste ano. Na reunião, ficou
definido também que as instituições discutirão a proposta com suas comunidades acadêmicas e que a
Abruem escolherá os seus membros de composição do comitê de governança nos próximos 30 dias. A
Abruem representa 32 instituições estaduais e municipais de educação superior.
O Ministério da Educação vai fazer um estudo de logística para garantir o acesso de todos os estudantes
aos locais de prova em todo o território nacional. Segundo o ministro, ao contrário da Prova Brasil, que é
aplicada em sala de aula nas turmas regulares — também será realizada este ano —, o novo Enem terá
datas e locais específicos. “Mais do que a aferição do conhecimento do aluno, a prova pode representar
o acesso dele à universidade, o que exige cuidados maiores com a segurança”, explicou.
O Consed entende que o novo formato da prova permitirá a reestruturação do ensino médio e que, com
isso, o currículo dessa etapa do ensino passará a orientar os processos seletivos de acesso à educação
superior, não o contrário, como ocorre hoje.
Ao acatar a proposta, Haddad pediu um estudo de logística para garantir o acesso de todos os
estudantes aos locais de prova em todo o território nacional. Segundo o ministro, ao contrário da Prova
Brasil, que é aplicada em sala de aula nas turmas regulares — também será realizada este ano —, o
novo Enem terá datas e locais específicos. “Mais do que a aferição do conhecimento do aluno, a prova
pode representar o acesso dele à universidade, o que exige cuidados maiores com a segurança”,
explicou.
O Consed entende que o novo formato da prova permitirá a reestruturação do ensino médio e que, com
isso, o currículo dessa etapa do ensino passará a orientar os processos seletivos de acesso à educação
superior, não o contrário, como ocorre hoje.
Para Maria Auxiliadora, o novo formato do exame provoca debates nos estados e a aproximação entre
os secretários de educação e reitores.
No encontro com os integrantes do fórum, explica Maria Eveline Villar Queiroz, coordenadora-geral do
ensino médio, o MEC vai apresentar o Ensino Médio Inovador, que é um programa de apoio técnico e
financeiro oferecido às redes estaduais que desejam melhorar a qualidade do ensino. Para receber o
apoio, diz a coordenadora, o estado precisa aderir e apresentar um projeto.
Entre as inovações que o Ministério da Educação sugere estão a ampliação da carga horária dos três
anos do ensino médio para três mil horas (hoje são 2.400 horas); a leitura como elemento central e
básico em todas as disciplinas; estudo da teoria aplicada à prática; fomento às atividades culturais;
professor com dedicação exclusiva.
Colocar a leitura no centro do currículo, segundo Maria Eveline, tem o objetivo de preparar o cidadão
para ter êxito tanto nos estudos como na vida. Às vezes, a dificuldade do estudante não está no
conteúdo da disciplina, mas na forma de ler e de interpretar os códigos, diz a coordenadora. “A leitura dá
autonomia no aprendizado, na escola, na universidade e no mundo do trabalho.” O programa também
quer oferecer uma escola mais atrativa para o aluno e, assim, reduzir os índices de abandono.
Estatísticas – Dados do documento sobre o programa Ensino Médio Inovador, extraídos da Pesquisa
Nacional de Amostragem de Domicílio (Pnad 2006), indicam que dos 10,4 milhões de brasileiros de 15 a
17 anos, mais de 50% não estavam matriculados no ensino médio naquele ano. A mesma Pnad revela
que o acesso ao ensino médio é desigual entre grupos da população: apenas 24% de jovens na faixa
etária de 15 a 17 anos, dos 20% mais pobres, estão no ensino médio, enquanto que entre os ricos o
índice é de 76,3%.
Quando o ensino médio é analisado por região, a Pnad também retrata desigualdades. No Sudeste,
73,3% dos jovens na faixa de 15 a 17 anos estão no ensino médio, mas no Nordeste, esse índice cai
para 33,1%. A Secretaria da Educação Básica também buscou na pesquisa Juventude e Políticas
Sociais no Brasil, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2005, dados para
traçar outro quadro que oferece aos integrantes do fórum: naquele ano, 34% dos jovens de 15 a 17 anos
ainda estavam no ensino fundamental; 17% dos jovens nessa faixa etária não estudavam; e na faixa de
18 a 24 anos, 66% não estudavam. Os motivos da evasão, diz a pesquisa, se concentram em duas
situações: 42,2% dos homens deixam a escola para trabalhar, e 21,1% das mulheres, por causa de
gravidez.
Ionice Lorenzoni
Os institutos oferecem aproximadamente cinco mil vagas em cursos superiores de tecnologia nas mais
variadas áreas e cerca de três mil para licenciaturas. Em especial, formação de professores de química,
física, biologia e matemática — os institutos têm a prerrogativa legal de reservar 20% das vagas à oferta
desses quatro cursos.
A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica conta hoje com 222 escolas em
funcionamento. Chegará a 354 até 2010. “O novo Enem permitirá economia de tempo, de força de
trabalho e de recursos materiais e financeiros, além de ampliar e melhorar o acesso a cada instituição
em âmbito nacional”, diz nota aprovada pelo conselho dos dirigentes da rede, encaminhada ao Ministério
da Educação.
Para o secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, há uma mudança de
perspectiva em andamento. “O país parece ter entendido o papel do ensino técnico e profissionalizante
para o desenvolvimento. O novo Enem será fundamental para as licenciaturas e para os cursos de
tecnologia”, disse.
O secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, ressaltou que a taxa do Enem, mesmo
com o aumento, permanece inferior à de vestibulares convencionais. Ele destacou que o exame permite ao estudante
O MEC anunciou também que será rigoroso com os estudantes isentos que não comparecerem para fazer o exame. De
acordo com o órgão, quem não apresentar uma justificativa para a ausência, no exame seguinte, terá de pagar pela
inscrição. O ministério vai definir ainda quais serão as justificativas aceitas. Segundo a pasta, do total de 8,7 milhões de
"Não podemos jogar fora 2,5 milhões de provas como ocorreu no ano passado. Muito papel, muito dinheiro público." A
maior parte dos faltosos é estudante isento da taxa de inscrição. Segundo o ministro, 65% não tiveram que pagar a taxa
e faltaram no ano passado. Essa e outras medidas vão gerar uma economia de 20% nos gastos com o exame. Este
ano, os estudantes que não compareceram ao exame do ano passado e são isentos não terão que pagar pela inscrição.
Eles receberão uma mensagem, a mesma enviada no ano passado, alertando sobre o desperdício e convidando-os a
participar da prova.
Perguntado se, ao cobrar a taxa dos estudantes pobres que faltarem ao exame, o MEC estaria desrespeitando a Lei
12.799/2013, que estabelece a isenção para os candidatos de baixa renda e alunos de escolas públicas, o ministro
explicou que a lei trata de inscrição para a faculdade. "Entendemos que a lei trata da isenção da inscrição para a
faculdade, não é do Enem [que é um exame mais amplo]. Existem princípios que estão na Constituição, de
O Enem será aplicado nos dias 24 e 25 de outubro. As inscrições serão feitas pela internet, nosite do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do dia 25 deste mês ao dia 5 de junho. A taxa de inscrição
deverá ser paga até o dia 10 de junho. No ano passado, cerca de 6,2 milhões de estudantes fizeram o exame. A
A nota no Enem pode ser usada para participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que
disponibiliza vagas no ensino superior público; o Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas em instituições
privadas; e o Sistema de Seleção Unificada do Ensino Técnico e Profissional (Sisutec), que garante vagas gratuitas em
cursos técnicos. O exame também é pré-requisito para firmar contratos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies),
obter bolsas de intercâmbio pelo Programa Ciência sem Fronteiras e certificação do ensino médio.