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ALTERAÇÕES NA APRENDIZAGEM E

NEUROPSICOLOGIA
Parte I

Profº MsDº Hudelson dos Passos


Profº MsDº Hudelson dos Passos
2

Oi!
Psicólogo e Neuropsicólogo Clínico (CRP 12/11994)
Especialista em Neuropsicologia – Conselho Federal de Psicologia
Especialista em Neurologia – Programa de Residência Multiprofissional em Saúde
Mestrando em Psicologia – Universidade Federal de Santa Catarina
Pesquisador vinculado ao Laboratório de Psicologia Cognitiva Básica e Aplicada – LPCOG/UFSC
Professor Universitário – Faculdade e Pós Graduação Guilherme Guimbala/ACE, UNIVILLE e
Pós Graduação Universidade Positivo

hudelsonpassos@gmail.com
DISCIPLINA:
Neuropsicologia dos Processos de Aprendizagem

Conteúdo Programático:
UNIDADE: I Neuropsicologia da Aprendizagem
- Introdução à neuropsicologia e ao neurodesenvolvimento;
- Neuroanatomofisiologia da aprendizagem;
- Aspectos neuropsicológicos da aprendizagem;

UNIDADE II: Neuropsicologia e Alterações da Aprendizagem


- Introdução aos Transtornos do Neurodesenvolvimento;
- Transtornos da Aprendizagem;
- Contextos de aprendizagem e situações específicas.

3
INTRODUÇÃO A NEUROPSICOLOGIA E AO
NEURODESENVOLVIMENTO

4
Luria, o Conceito de Sistema e a
Instanciação da Cultura no Cérebro
ALEXANDER
ROMANOVICH LURIA

Nasceu em 1902, em uma cidade universitária


chamada Kazan. Sua mãe, Evgenia Viktorovna,
era odontologista e seu pai, Roman Albertovich
Luria, era médico gastrologista e pesquisador.
Seu pai possuía uma ampla biblioteca em sua
casa, principalmente com trabalhos da
psicanálise, em Inglês, Francês, Alemão e outras
línguas.
Desta forma, Luria e sua irmã recebiam muito
incentivo para a educação. Desde crianças, liam e
escreviam em três diferentes línguas (Inglês,
Francês e Alemão). Sua irmã foi Psiquiatra.

GLOZMAN, J.; BORK, B.; VAZ, D. G. L. Trajetória histórica e intelectual de Alexander Romanovich Luria. (2017). In:
ANAUATE, C.; GLOZMAN, J. Neuropsicologia aplicada ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.16-31.
ALEXANDER SOMANOVICH LURIA

- Iniciou sua carreira nos primeiros anos da grande


Revolução Russa;
- Não teve um sistema de formação ordenado e sistemático
como os psicólogos norte-americanos, por exemplo;
- 1917: ingressou na faculdade de Direito;
- 1919: ingressou na faculdade de Ciências Sociais, onde
se formou em 1921;
- Criou em Kazan, a Sociedade de Psicanálise, com o aval de
Freud, com a finalidade de difundir a Psicanálise na Rússia.
GLOZMAN, J.; BORK, B.; VAZ, D. G. L. Trajetória histórica e intelectual de Alexander
Romanovich Luria. (2017). In: ANAUATE, C.; GLOZMAN, J. Neuropsicologia
aplicada ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.16-31.
- Estudou a junção de relações entre reações motoras
e verbais, relacionando ainda à associação livre;

- Dizia uma palavra, e, a partir desse estímulo, a pessoa tinha


que falar a primeira palavra que vinha à sua mente e,
simultaneamente, apertar o botão. Essa reação era registrada
por um equipamento produzido por Leontiev: se a palavra era
natural, fluía tranquilamente, ou seja, o tempo de reação verbal
e motora era igual. Se a palavra tivesse um significado
emocional, poderia ser observada uma discrepância entre falar
a palavra e apertar o botão.

- Luria recebeu a incumbência de avaliar pacientes que haviam


cometido crimes com a utilização do experimento. Foi criador do
detector de mentiras que até hoje é utilizado em alguns países.

GLOZMAN, J.; BORK, B.; VAZ, D. G. L. Trajetória histórica e intelectual de Alexander Romanovich Luria. (2017). In: ANAUATE, C.;
GLOZMAN, J. Neuropsicologia aplicada ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.16-31.
ALEXANDER
ROMANOVICH LURIA

- Produziu muitos trabalhos e


conhecimentos teóricos que
lhe conferem o título de “pai
da Neuropsicologia”;

GLOZMAN, J.; BORK, B.; VAZ, D. G. L. Trajetória histórica e intelectual de Alexander Romanovich Luria. (2017). In: ANAUATE, C.;
GLOZMAN, J. Neuropsicologia aplicada ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.16-31.
O que nos torna humanos?

Parece razoável admitir (...) que o nascimento biológico constitui


para o homem o ingresso num mundo totalmente estranho.

Estranho não só porque o mundo é sempre estranho para quem


acaba de entrar nele, seja animal ou humano, mas também Lev Vigotski
porque a sensibilidade e a percepção biológicas, suficientes para (1896 – 1934)
a rápida adaptação das crias de animais próximos do homem ao
seu meio, são por si só insuficientes para a adaptação do bebê
humano ao meio cultural, seu novo meio.

Isso nos permite falar em termos de dois nascimentos: um


natural, outro cultural.

PINO, A. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev S. Vigotski. São Paulo:
Cortez, 2005.
TEORIA DAS UNIDADES FUNCIONAIS

- Para Luria, não há a necessidade de se apontar com


precisão a localização de uma lesão encefálica, pois
qualquer alteração que exista comprometerá o sistema
como um todo.

- Unidades Funcionais: 1ª o cérebro desperto; 2ª o


cérebro informado; e 3ª o cérebro humanizado.

BORK, B. Fundamentação teórica da neuropsicologia aplicada. (2017). In: ANAUATE, C.; GLOZMAN, J. Neuropsicologia aplicada
ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.32-48.
TEORIA DAS UNIDADES FUNCIONAIS

•É composta pelas estruturas do tronco •Envolve a área posterior ao sulco •Engloba a área anterior ao sulco
encefálico, sendo a formação reticular central ou o córtex cerebral posterior, central, a que trata da produção e
a estrutura mais importante, sobretudo áreas em que as impressões monitoração das respostas motoras. A
em suas conexões com o córtex sensoriais de um estimulo de natureza área do córtex cerebral anterior é a
frontal; visual, auditiva e tátil são identificadas, área em que chega a informação de
•Esse primeiro “bloco funcional” deve percebidas e organizadas para a impressões sensoriais e é onde existe
proporcionar o nível de energia do compreensão; uma formulação de planejamento,
córtex cerebral e também mantê-la •Refere-se à percepção dos estímulos intenção, produção e avaliação dos
constante e estável; sensoriais que chegam e precisam ser efeitos de comportamentos motores;
•É responsável pelo sono e pela vigília organizados para que possam ser •Ela programa, regula e verifica a
e é fundamental para o funcionamento compreendidos por outras áreas do atividade mental.
das outras UFs. córtex cerebral.

1ª UF 2ª UF 3ª UF
BORK, B. Fundamentação teórica da neuropsicologia aplicada. (2017). In: ANAUATE, C.; GLOZMAN, J. Neuropsicologia aplicada
ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.32-48.
TEORIA DAS UNIDADES FUNCIONAIS

3ª: Cérebro 2ª: Cérebro


Google imagens.

humanizado informado

Alexander Luria
1ª: Cérebro (1902 – 1977)

desperto
GLOZMAN, J. A prática neuropsicológica fundamentada em Lúria e Vigostky: avaliação, habilitação e reabilitação na infância.
Tradução: Cara Anauate. São Paulo: Memnom: 2014.
ALEXANDER ROMANOVICH LURIA
Teoria das Unidades Funcionais

Luria sugeriu que as áreas diferentes do cérebro


trabalham em conjunto, e cada uma das três UFs se
combina com as outras para apoiar as atividades
mentais de nível superior;

O postulado central dessa teoria é que os sistemas


funcionais podem utilizar mais de um conjunto de
áreas cerebrais para integrar mesmas funções
comportamentais. Isso quer dizer que, na reabilitação,
pode ser possível obter o mesmo desempenho
comportamental.
BORK, B. Fundamentação teórica da neuropsicologia aplicada. (2017). In: ANAUATE, C.; GLOZMAN, J. Neuropsicologia aplicada
ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.32-48.
ALEXANDER ROMANOVICH LURIA
Teoria das Unidades Funcionais

Luria sugeriu que as áreas diferentes do cérebro


trabalham em conjunto, e cada uma das três UFs se
combina com as outras para apoiar as atividades
mentais de nível superior;

O postulado central dessa teoria é que os sistemas


funcionais podem utilizar mais de um conjunto de
áreas cerebrais para integrar mesmas funções
comportamentais. Isso quer dizer que, na reabilitação,
pode ser possível obter o mesmo desempenho
comportamental.
BORK, B. Fundamentação teórica da neuropsicologia aplicada. (2017). In: ANAUATE, C.; GLOZMAN, J. Neuropsicologia aplicada
ao desenvolvimento humano. São Paulo: Memnon. P.32-48.
NEUROCIÊNCIAS NA CONTEMPORANEIDADE

✘ A história provou que a compreensão do


encéfalo é algo muito complexo. Deste modo,
para reduzir a complexidade, os
neurocientistas o fragmentaram em pedaços
menores de análise sistemática experimental,
ou seja, em níveis de análise.
✘ Em ordem ascendente de complexidade, são
eles: molecular, celular, de sistemas,
comportamental e cognitivo.
17 BEAR, M. F. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. Tradução Carla Dalmaz ... [et al]. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008.
Neurociências
Cognitivas
Neurociências
Comportamentais

Neurociências de
Sistemas

Neurociências
Celulares

Neurociências
Moleculares

18 BEAR, M. F. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. Tradução Carla Dalmaz ... [et al]. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008.
Atuação do Neuropsicólogo na atualidade
Neuropsicologia

Ciência do século XX - se desenvolveu inicialmente a partir da


convergência da neurologia com a psicologia, no objetivo comum de
estudar as modificações comportamentais resultantes de lesão cerebral;

Podemos situá-la numa área de interface entre as neurociências (neste


caso, ela também pode ser chamada de neurociência cognitiva), e as
ciências do comportamento (psicologia do desenvolvimento,
psicolingüística, entre outras);

Seu enfoque central é o estudo da relação sistema nervoso,


comportamento, e cognição, ou seja, o estudo das capacidades mentais
mais complexas como a linguagem, a memória, e a consciência.

PINHEIRO, M. Aspectos históricos da Neuropsicologia: subsídios para a formação de educadores. Educar, Curitiba, n. 25, p. 175-196; 2005.
20 Editora UFPR.
Neuropsicologia

É uma ciência interdisciplinar que integra o escopo mais amplo


das neurociências;

Seu surgimento foi fortemente influenciado por estudos do século


XIX que associavam alterações comportamentais a lesões
neurológicas específicas, identificadas em exames post morten -
nesta época a neuropsicologia ganhou status de disciplina
científica e passou a empregar técnicas psicométricas para
quantificar medidas de comportamento;

Dentre os primeiros neuropsicólogos, figuraram nomes como


Brenda Milner e Alexander Lúria.
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M.; MACEDO, E. C. Neuropsicologia Cognitiva e avalição neuropsicológica cognitiva: contexto, definição e objetivo. In:
21 SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: Atenção e funções excutivas. São Paulo: Memnom, 2012.
Neuropsicologia

SNC

Relações Funções cognitivas,


emocionais
e comportamentais

Condições normais e patológicas


ORGANISMO
CIRCULATÓRIO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
LOCOMOTOR
EXCRETOR
ÓRGÃO DIGESTIVO
NERVOSO
...

TECIDO

CÉLULA
Neuropsicologia
Fatores Biológicos e Psicológicos X Desenvolvimento e Comportamento

Fatores Biológicos Fatores Psicológicos

Eventos
Evolução

Físicos Sociais
Espécie

Culturais
Google imagens.

Genes

Indivíduo Ambiente

Comportamento
24 MOURA-RIBEIRO e GONÇALVES, 2006, apud BENKO, C. R. C. Contribuições da neuropsicologia para a infância e
adolescência. Curitiba: Itecne, 2014.
Neuropsicologia

Atualmente, com o avanço da tecnologia de imagem, a


localização de função não é mais o objetivo central da
Neuropsicologia – procura compreender a relação entre:
cérebro, cognição e comportamento;

A Neuropsicologia Clínica é uma ciência cujo principal


objetivo é a compreensão da expressão comportamental da
disfunção cerebral, dedicando-se ao “estudo dos distúrbios
cognitivos e emocionais, bem como ao estudo dos
distúrbios da personalidade”.
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M.; MACEDO, E. C. Neuropsicologia Cognitiva e avalição neuropsicológica cognitiva: contexto, definição e objetivo. In:
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: Atenção e funções excutivas. São Paulo: Memnom, 2012.
Neuropsicologia
CONSTRUCTOS
COGNITIVOS
ESTUDOS DAS RELAÇÕES
ENTRE CÉREBRO E
COMPORTAMENTO

TÉCNICAS
PSICOLÓGICAS
COMPREENSÃO DAS BASES
NEURAIS DO
COMPORTAMENTO

IMAGEM

Ferreira, M. G. R. (2015). Neuropsicologia Clínica. Aula.


Neuropsicologia:
Ciência

Neuropsicologia:
Atuação do
Neuropsicólogo
- Avaliação Neuropsicológica;
- Entrevista com informantes;
- Observação clínica;
Neuropsicologia:
Atuação do
- Instrumentos padronizados
Neuropsicólogo (bateria fixa x bateria maleável);
- Provas qualitativas;
- Avaliação ecológica.

- Intervenção Neuropsicológica:
- Habilitação;
- Reabilitação;
- Orientações.
Neuropsicologia e Comportamento

Genética Ambiente

História de experiências
pessoais
Atividade Encefálica / Processos Mentais

Diferentes suscetibilidades
a modificações no encéfalo:
Comportamento • Anatômicas
• Químicas
• Funcionais
Adaptativo Não adaptativo
• Saudável • Problemas
•Traumas Frequência
• Transtornos Intensidade
Nível de Prejuízo
Avaliar?

A avaliação neuropsicológica é um método para examinar o


encéfalo por meio do estudo do seu produto
comportamental.

Busca suplantar a quantificação e a descrição do


desempenho da pessoa avaliada, visando à interpretação
dos processos e estruturas subjacentes ao seu
desempenho.

Desta forma, é importante não somente para tomar


decisões diagnósticas, mas também para desenvolver
programas de intervenção.
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M.; MACEDO, E. C. Neuropsicologia Cognitiva e avalição neuropsicológica cognitiva: contexto, definição e objetivo. In:
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: Atenção e funções excutivas. São Paulo: Memnom, 2012.
Propósitos principais:
• Crucial para o diagnóstico de alguns quadros
Diagnóstico • Demências, LEAs, Transtornos de Aprendizagem e do
Neurodesenvolvimento

• Fornecer informações importantes sobre o desempenho


Cuidados c/ indivíduo (capacidades e limitações)
• Informações para o planejamento sobre adaptações ambientais

Identificação de • Direcionamento da habilitação ou reabilitação


tratamentos necessários • Necessidades de práticas educacionais diferenciadas

Avaliação dos efeitos • Identificar mudanças no indivíduo durante o processo de


de tratamentos intervenção

• Compreender a atividade encefálica e a sua relação com o


Pesquisa comportamento e cognição

• A avaliação é requisitada no caso de perda de funções legais ou


Questões forenses danos corporais, sendo útil para auxiliar decisões sobre a
presença de danos neurológicos
O processo de avaliação
inicia-se com uma bateria
neuropsicológica básica
que aborde principais
áreas do funcionamento
cognitivo.
Qualquer que seja o
Durante o processo,
contexto da avaliação, o
diferentes técnicas devem
examinador deve planejar
ser utilizadas para ampliar
quais instrumentos usará
e complementar a coleta
em função dos objetivos
de informações, incluindo
do processo e de suas
entrevistas, questionários
hipóteses sobre as
e testes padronizados.
dificuldades do indivíduo.

AN
Qualitativos Quantitativos AN

SEABRA, A. G.; DIAS, N. M.; MACEDO, E. C. Neuropsicologia Cognitiva e avalição neuropsicológica cognitiva: contexto, definição e objetivo. In:
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: Atenção e funções excutivas. São Paulo: Memnom, 2012.
Na infância:
- O processo deve envolver a
consideração dos aspectos relacionados ao
desenvolvimento cognitivo e à maturação
neurológica, além da escolarização e de
fatores culturais, sociais e familiares.

SEABRA, A. G.; DIAS, N. M.; MACEDO, E. C. Neuropsicologia Cognitiva e avalição neuropsicológica cognitiva: contexto, definição e objetivo. In:
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: Atenção e funções excutivas. São Paulo: Memnom, 2012.
Avaliação neuropsicológica cognitiva no Brasil

Resolução Conselho Federal de Psicologia nº


02/2004: Neuropsicologia como especialidade.
Impacto positivo VERSUS Impacto negativo
“em vez de debater „quem‟ pode usar testes
neuropsicológicos, seja mais profícuo discutir
„quais profissionais (psicólogos ou não) em qual
nível de treinamento‟ podem usar tais testes”.

SEABRA, A. G.; DIAS, N. M.; MACEDO, E. C. Neuropsicologia Cognitiva e avalição neuropsicológica cognitiva: contexto, definição e objetivo. In:
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: Atenção e funções excutivas. São Paulo: Memnom, 2012.
A NEUROPSICOLOGIA É IMPORTANTE?

37
APRENDIZAGEM

38 PEARSON, 2016
TRANSTORNO DO ESPECTRO DO
AUTISMO
 Leo Kanner (1940):
4,1 em 10 mil crianças;

 French et al., (1980):


26,1 casos em 10 mil crianças;

 CDC-EUA, (2014):
1 caso em 68 crianças;

 CDC-EUA, (2018):
1 caso em 59 crianças;
39
Júlio-Costa, A.; Antunes, A. M. Transtorno do Espectro Autista na Prática Clínica. São Paulo: Pearson Clinical Brasil, 2017.
VÍDEO: “O SUPER CÉREBRO”

40
TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS

41
Alzheimer’s Disease International. World Alzheimer Report 2015: The Global Impact of Dementia.
TEMPOS DE ZIKA...

Secretaria de Vigilância em Saúde - Ministério da Saúde, 2015.


ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

43
44
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

AVC NO BRASIL E NO MUNDO

 O AVC é a segunda doença que mais mata no Brasil.


 100 mil brasileiros morrem vitimas de AVC todo ano.
 Uma a cada seis pessoas no mundo terá AVC, independente
de sexo, cor ou idade.
 AVC mata mais que a AIDS, tuberculose e a malaria juntas.
 AVC, é a principal causa de incapacidade, retira do mercado
de trabalho milhares de brasileiros devido às graves seqüelas
– 70% das pessoas ficam incapacitadas pós AVC: uma
das causas é a DPAVC.
 A cada 6 segundos o AVC mata alguém.
45
http://www.abavc.org.br/
NEURODESENVOLVIMENTO: Conceitos Importantes

46
Google imagens.
Sugestão: Documentário
“Babies”, dirigido por Thomas

Criança
Balmès, 2010.

Funções
Experiências Neuro-
psicológicas

Outro INTERAÇÃO

Cultura
PINO, A. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev S. Vigotski. São Paulo:
Cortez, 2005.
TEORIA BIOECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO

Cronossistema:
Macrossistema: Padrão global de ideologias, crenças,
valores, religiões, formas de governo e culturas
presentes no cotidiano das pessoas que influenciam seu
desenvolvimento.
Exossistema: ambientes que a pessoa não
freqüenta como um participante ativo, mas que
desempenham uma influência indireta sobre o
seu desenvolvimento.

Mesossistema: Conjunto de
intervenções de microssistema que
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uma pessoa frequenta.

Urie Bronfenbrenner
Microssistema: Atividades próprias; (1927 – 2005)
Relacionamento interpessoal;
Processos proximais.
Neurodesenvolvimento: Conceito
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A aquisição progressiva das habilidades é tarefa


primordial do sistema nervoso central, e o
reflexo do amadurecimento é denominado
DESENVOLVIMENTO.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J.
S. Práticas em Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba,
Neurodesenvolvimento: Conceito
Prontidão para realizar certas aquisições com
Crescimento refinamento do comportamento de acordo com
cada fase da vida, respeitando os limites
biológicos

Maturação Engloba as alterações mais ou menos


contínuas na vida da criança e obedece a uma
sequência progressiva, a qual pode ocorrer
nos níveis molecular, funcional e
comportamental
Desenvolvimento
Aumento de tamanho de estruturas

Muszkat, M., Rizzutti, S. Desenvolvimento neurológico no período pré-escolar e suas alterações. In: Dias, N. M.,
Seabra, A. G. Neuropsicologia com pré-escolares: avaliação e intervenção. São Paulo: Pearson Clinical Brasil,
Neurodesenvolvimento: Conceito

O desenvolvimento é considerado o resultado de


ações simultâneas de fatores genéticos e
ambientais dotados de plasticidade, e que se
modificam mutuamente.

Neurodesenvol- Desenvolvi-
Genética vimento Ambiente mento
Humano

OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas
em Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento: Conceito
Na infância, o desenvolvimento apresenta três aspectos
importantes:
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Padrões Diferenças Influências


Universais Individuais Ambientais

OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento: Conceito
O desenvolvimento biológico
ocorre através de mudanças Biológi
ordenadas nas estruturas -cos
físicas e orgânicas;
(Neuro)
O desenvolvimento psicológico Psicológicos
apresenta-se por mudanças
progressivas no Ambien-
comportamento biológico, tais
sociocul-
resultante de eventos turais
ambientais socioculturais.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento: Conceito
O desenvolvimento infantil é um processo de características
multifatoriais, e para que ele ocorra adequadamente devem
ser oferecidas as condições favoráveis acrescidas às condições
biológicas inerentes ao ser humano. Assim, o desenvolvimento
será produto de fatores positivos e negativos atuantes durante
a vida.
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Os fatores de risco têm efeito cumulativo sobre o indivíduo,


influindo negativamente sobre o desenvolvimento.

OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Vídeo

“Conheça o
Super Cérebro”
Neurodesenvolvimento: Conceito

Fatores de PROTEÇÃO

Fatores de
VULNERABILIDADE/RISCO

OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In:
RIECHI, T. I. J. S. Práticas em Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas.
Neurodesenvolvimento: Conceito

Apesar do avanço dos estudos de genética molecular,


muito pouco se conhece sobre a influência genética nos
processos do desenvolvimento humano.

Os novos conhecimentos indicam que os fatores genéticos


não obedecem a um modelo de herança monogenética, e
que devem existir múltiplos genes agindo associados aos
fatores ambientais determinando os processos cognitivos
humanos.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Biológicos
A formação do SNC obedece a estágios sucessivos de
desenvolvimento:
1) Formação do tubo neural;
2) Clivagem ou segmentação;
3) Proliferação neural;
4) Migração;
5) Diferenciação;
6) Formação de sinapses e circuitos neurais;
7) Morte celular programada e,
8) Mielinização.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Biológicos
A formação do SNC obedece a estágios sucessivos de
desenvolvimento:
1) Formação do tubo neural; São os estágios de maior
vulnerabilidade às influências
2) Clivagem ou segmentação; ocorridas no organismo
3) Proliferação neural; materno
4) Migração;
5) Diferenciação;
6) Formação de sinapses e circuitos neurais;
7) Morte celular programada e,
8) Mielinização.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In:
RIECHI, T. I. J. S. Práticas em Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas.
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Biológicos
Ao final do período embrionário (até a
oitava semana) está estabelecida a
estrutura macroscópica do SNC.
Em nível celular, o crescimento dos
axônios e dendritos e a elaboração de
Google imagens.

conexões sinápticas ocorrem em alta


velocidade, o que torna o
desenvolvimento cortical vulnerável a
influências teratogênicas e hipóxicas
ocorridas no período gestacional.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Biológicos
Após o período de desenvolvimento inicial, o cérebro ainda pode se modificar, e na verdade, o faz
constantemente em resposta à experiência e aos estímulos aos quais está exposto. Chamamos
essa característica de Plasticidade cerebral, a capacidade de constante remodelação, não só da
função mas de sua estrutura, influenciada pela experiência e que se estende ao longo da vida.

Regenerativa (SNP)

Axônica (Bebês)

Sináptica

Dentrítica

Somática (SN embrionário)

COSENZA, R., GUERRA, L. B., Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre:
Artmed, CIÊNCIA
NÚCLEO 2011. PELA INFÂNCIA. O impacto do desenvolvimento na primeira infância
sobre a aprendizagem. Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância: 2011.
Processos de
Aprendizagem
Processos de
Memória

Resposta a
lesões
cerebrais

Neuroplasticidade
64
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Biológicos
Google imagens.

65
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Biológicos
A formação de circuitos neurais se
caracteriza pelo estabelecimento
de conexões sinápticas com
outros neurônios, através do
crescimento de axônios e
Google imagens.

dendritos.

OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Biológicos
Para ouvir e perceber os sons é necessário para o desenvolvimento cerebral da audição e da linguagem.
Os bebês nascem com a capacidade de distinguir os sons de todas as categorias fonêmicas existentes.

A pronúncia e a
proficiência
2º semestre de
gramatical
Discriminação vida: distinção Aprendizado
Estimulação. possuem período
fonêmica global. dos fonemas da pleno da língua.
sensível até os
língua mãe.
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10 anos de
idade.

NÚCLEO CIÊNCIA PELA INFÂNCIA. O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a


aprendizagem. Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância: 2011.
Relação Cérebro x Tempo
✘ “Crianças lobo”: vários casos
descritos na literatura.
Google imagens.

✘ Principais achados: quanto mais


avançava o desenvolvimento, menos
elas eram capazes de desenvolver
funções mentais superiores.

PINO, A. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva


de Lev S. Vigotski. São Paulo: Cortez, 2005.
Em pacientes com AVC isquêmico agudo típico de grandes vasos, 120
milhões de neurônios, 830 bilhões de sinapses e 714 km (447 milhas) de
fibras mielinizadas são perdidos a cada hora. Em cada minuto, 1,9
milhão de neurônios, 14 bilhões de sinapses e 12 km (7,5 milhas) de
fibras mielinizadas são destruídos. Comparado com a taxa normal de
perda de neurônios no envelhecimento cerebral, o cérebro isquêmico
envelhece 3,6 anos a cada hora sem tratamento.
Neurodesenvolvimento: Conceito
Para determinadas funções, entretanto, a plasticidade é máxima nos períodos iniciais da vida. Os
chamados Períodos Sensíveis são momentos nos quais os circuitos cerebrais específicos para formação
de determinadas habilidades têm maior plasticidade e têm um momento ótimo para ocorrer.

Por exemplo, catarata congênita.

Períodos Sensíveis:
Momentos de maior capacidade de modificação e maleabilidade dos circuitos cerebrais em resposta a
determinada experiência ambiental.

NÚCLEO CIÊNCIA PELA INFÂNCIA. O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a


aprendizagem. Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância: 2011.
NÚCLEO CIÊNCIA PELA INFÂNCIA. O impacto do desenvolvimento na primeira infância
sobre a aprendizagem. Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância: 2011.
ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRECOCE

Comunicação Processamento Atenção Jogos com


Imitação
não verbal sensorial compartilhada pares

Todas as formas de intervenção precoce preconizam o apoio dos pais, que, assim como a criança, também
necessitam de acolhimento, atenção e orientação.

PORCIUNCULA, R. A. L. Investigação precoce do transtorno do espectro autista: sinais que alertam a


intervenção. In: ROTTA, BRIDI FILHO, BRIDI, (Orgs.). Neurologia e aprendizagem: abordagem
multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2016. p. 29-54.
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Psicológicos
No primeiro ano de vida é possível

Google imagens.
identificar o comportamento de apego
das crianças através de expressões
faciais, como o sorriso, quando se
sentem seguras e o choro, quando
sentem insegurança, nesse caso
procurando de imediato sua mãe para
que ocorra o conforto.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In:
RIECHI, T. I. J. S. Práticas em Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas.
NEURODESENVOLVIMENTO x PARENTALIDADE
Sugestão: Documentário
“O Começo da vida”,
FMCSV

As histórias desenvolvimentais dos pais, o seu relacionamento conjugal e a sua posição


profissional influenciam as suas personalidades e estados psicopatológicos, que, por sua
vez, afetam o processo de parentalidade e este, consequentemente, tem efeitos no
desenvolvimento infantil. M. F. (ORGs.). Fundamentos da família como promotora do
PLUCIENNIK, M. C. L; CHICARO,
desenvolvimento infantil: parentalidade em foco. 1. ed. São Paulo: Fundação Maria Cecília Souto
Neurodesenvolvimento:
Determinantes Psicológicos

A competência e a cognição social combinam as áreas perceptiva,


cognitiva, social, emocional e do desenvolvimento da personalidade, o que
inclui “pensar sobre o que as pessoas deveriam fazer e como elas se
sentem”.

O aprendizado social ocorre na medida em que a sequência de angústia-


alívio acontece e se repete. Essa repetição é importante para a formação
da cognição social e dos laços de apego, possibilitando o aprendizado por
meio desta repetição da transição do estado de desprazer para o de prazer,
associando a pessoa com o resultado prazeroso que ela produz.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
Neurodesenvolvimento:
Vículos Afetivos
As experiências iniciais da criança
influenciam fortemente seu
desenvolvimento cerebral. O tipo e a
qualidade da interação entre mãe e
filho (a) durante os primeiros anos de
vida ajudam a modelar o
desenvolvimento e o funcionamento
do cérebro.

OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In:
RIECHI, T. I. J. S. Práticas em Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas.
Neurodesenvolvimento:
Vínculos Afetivos

Estímulos aversivos ocasionados pelo estresse neonatal,


especialmente em UTIsNeo (onde inúmeras estratégias invasivas
para manutenção da vida são realizadas diariamente),
interferem negativamente nas respostas e nos processos de
autorregulação fisiológica e no funcionamento do sistema
parassimpático, os quais estão na base dos comportamentos
regulatórios no período inicial do desenvolvimento e que são
essenciais para o posterior desenvolvimento dos vínculos sociais,
para a atividade motora e para a emoção.
OLIVER, K. A., ANTONIUK, S. A., BRUCK, I. Neurodesenvolvimento Infantil: definição e conceito. In: RIECHI, T. I. J. S. Práticas em
Neurodesenvolvimento Infantil: fundamentos e evidências científicas. Editora Íthala: Curitiba, 2017.
NEUROANATOMOFISIOLOGIA DA APRENDIZAGEM

79
“Sob o ponto de vista
neuropediátrico, o aprendizado
transcorre no cérebro. É evidente
que existem vários outros
componentes também envolvidos
nesse processo, tais como o
ambiente, o aprendiz, o professor, o
estado emocional, etc. Mas, sob o
ponto de vista neurobiológico, ele
ocorre no cérebro (...)”

RIESGO, R, S. Anatomia da Aprendizagem. In: ROTTA, N, T., OHLWEILER, L., RIESGO, R,


S. Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Artmed:
Porto Alegre, 2016.
80
ORGANISMO

SISTEMA CIRCULATÓRIO
RESPIRATÓRIO
LOCOMOTOR
ÓRGÃO
EXCRETOR
DIGESTIVO
NERVOSO
TECIDO ...

CÉLULA
Organização Geral

 O SNC inclui o cérebro, cerebelo, tronco e


medula espinhal

82
Subdivisão anatômica CÉREBRO
CEREBELO ENCÉFALO
básica do sistema TRONCO
nervoso. O sistema ENCEFÁLICO
nervoso consiste em duas
MEDULA
divisões, o sistema SISTEMA
ESPINHAL NERVOSO
nervoso central (SNC) e o
CENTRAL
sistema nervoso periférico
(SNP). O SNC consiste no
encéfalo e na medula SISTEMA
NERVOSO
espinhal. As três partes
PERIFÉRICO
principais do encéfalo são
o cérebro, o cerebelo e o
tronco encefálico. O SNP
consiste em nervos e
células nervosas que
situam-se fora do encéfalo
e da medula espinhal.
Os lobos do cérebro.
Observe a profunda
fissura de Silvius,
dividindo o lobo frontal do
lobo temporal, e o sulco
central, dividindo o lobo
frontal do lobo parietal. O
lobo occipital situa-se na
parte posterior do
cérebro. Essas marcas
podem ser encontradas
em todos os cérebros
humanos.
Interpretação e integração de informações visuais e
informações somatossensitivas primárias,
principalmente o tato.
Córtex frontal: movimento;
Localização espacial; leitura; compreensão das relações
Córtex pré-frontal: funções superiores,
espaciais.
executivas; comportamento; emoções;
expressão da linguagem.
Realiza a integração visual a partir da recepção
dos estímulos que ocorre nas áreas primárias,
A parte posterior está relacionada com a leva informações para serem apreciadas e
recepção e a decodificação de estímulos decodificadas nas áreas secundárias e de
auditivos, que se coordenam com impulsos associação visual.
visuais; a parte anterior está relacionada com a (Visão; equilíbrio)
atividade motora visceral e com alguns aspectos
de comportamentos instintivos.
(Linguagem – compreensão; comportamento;
Google imagens.

Equilíbrio; coordenação; tônus.


memória; audição; habilidades para matemática)

Funções básicas (respiração; batimentos


cardíacos e pressão arterial); temperatura
do corpo; manutenção do ciclo circadiano.

RELVAS, M. P. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas evidências para uma educação inclusiva. 5ª ed.
Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011.
88
89
Dendritos

Axônio

Soma, pericário ou
corpo
Soma, celular
pericário ou
corpo celular
UNIPOLAR (ou pseudounipolar): um BIPOLAR: possui um axônio e um
axônio que se divide em dois longos
MULTIPOLAR: possui um axônio e dois ou mais
dendrito; raros, mas encontrados na retina
prolongamentos, em geral, neurônios
e no epitélio olfatório;
dendritos; são os mais comuns.
sensitivos;
92
93
As células da glia sustentam os neurônios, tanto no SNC (a
neuróglia) quanto no SNP. As células da neuróglia excedem em muito
o número de neurônios no sistema nervoso e contribuem para a maior
parte do crescimento pós-natal observado no SNC.

Funcionalmente, as células da neuróglia:


Fornecem Fornecem Fagocitam restos
Auxiliam no Auxiliam algumas Participam na
isolamento Sequestram íons sustentação Realizam celulares e
crescimento e das funções de formação da
estrutural dos no compartimento nutritiva para os mielinização dos participam na
secretam fatores sinalização dos barreira
neurônios e de extracelular neurônios e seus axônios resposta
de crescimento neurônios hematoencefálica
suas sinapses prolongamentos inflamatória
Os diferentes tipos de células da glia incluem:
 Astrócitos: o mais numeroso das células da neuróglia;
fornecem sustentação física e metabólica para os neurônios
do SNC e contribuem para a formação da barreira
hematoencefálica;
 Oligodendrócitos: pequenas células da neuróglia
responsáveis pela formação e manutenção da mielina no
SNC;
 Células da micróglia: mínimas e mais raras das células da
neuróglia no SNC (ainda mais numerosa que os neurônios
do SNC!). São células fagocíticas e participam nas reações
inflamatórias;
 Células ependimárias: revestem os ventrículos encefálicos e
o canal central da medula espinhal, que contêm o líquido
cerebrospinhal (LCS);
 Células de Schwann: células da glia no SNP, elas cercam
todos os axônios, mielinizam muitos deles e fornecem
sustentação trófica, facilitam o novo crescimento dos axônios
do SNP e limpam os restos celulares.
CÉLULA DA MICRÓGLIA
CÉLULAS EPENDIMÁRIAS

OLIGODENTRÓCITO
S
ASTRÓCITOS
98
99
100
101
Anatomia da Aprendizagem

Inicialmente, apenas o neurônio era considerado a unidade


morfofuncional fundamental do SNC, enquanto o gliócito era
tido meramente como uma célula de apoio. Poder-se-ia então
imaginar que somente o neurônio era “capaz de aprender”,
mas esta não é toda a verdade.

Células gliais/da glia: 10 a 15 vezes mais numerosas que


neurônios.

Sabe-se que as conexões entre os neurônios (sinapses) são


tripartites.
RIESGO, R, S. Anatomia da Aprendizagem. In: ROTTA, N, T., OHLWEILER, L., RIESGO, R, S.
Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Artmed: Porto Alegre,
102 2016.
Anatomia da Aprendizagem
Após o período de desenvolvimento inicial, o cérebro ainda pode se modificar, e na
verdade, o faz constantemente em resposta à experiência e aos estímulos aos quais
está exposto. Chamamos essa característica de Plasticidade cerebral, a capacidade de
constante remodelação, não só da função mas de sua estrutura, influenciada pela
experiência e que se estende ao longo da vida.
Regenerativa (SNP)

Axônica (Bebês)

Sináptica

Dentrítica

Somática (SN embrionário)

COSENZA, R., GUERRA, L. B., Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
NÚCLEO CIÊNCIA PELA INFÂNCIA. O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a aprendizagem. Comitê
Científico do Núcleo Ciência pela Infância: 2011.
Anatomia da Aprendizagem

Inicialmente, apenas o neurônio era considerado a unidade


morfofuncional fundamental do SNC, enquanto o gliócito era
tido meramente como uma célula de apoio. Poder-se-ia então
imaginar que somente o neurônio era “capaz de aprender”,
mas esta não é toda a verdade.

Células gliais/da glia: 10 a 15 vezes mais numerosas que


neurônios.

Sabe-se que as conexões entre os neurônios (sinapses) são


tripartites.
RIESGO, R, S. Anatomia da Aprendizagem. In: ROTTA, N, T., OHLWEILER, L., RIESGO, R, S.
Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Artmed: Porto Alegre,
104 2016.
Anatomia da Aprendizagem

4 8 12 16 20 24 28 32

RIESGO, R, S. Anatomia da Aprendizagem. In: ROTTA, N, T., OHLWEILER, L., RIESGO, R, S.


Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Artmed: Porto Alegre,
105 2016.
Anatomia da Aprendizagem

AZEVEDO, F. A. C., CARVALHO, L. R. B., GRINBERG, L, T., FARFEL, J. M., FERRETTI, R. E. L., LEITE, R. E. P.,
JACOB FILHO, W., LENT, R., HERCULANO-HOUZEL, S. Equal numbers of neuronal and nonneuronal cells make
the human brain na isometrically scaled-up primate brain. The Journal of Comparative Neurology. 513:6
3-541. (2009).
106
107
108
NEUROPSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM

109
Atenção

110
Atenção

Mecanismo complexo que organiza a entrada de


estímulos na nossa consciência.

Enquanto estamos acordados, recebemos várias


informações tanto internas (pensamentos e estado
mental geral) quanto do ambiente externo (barulhos,
sons, placas e objetos). Essas informações são
apresentadas de forma concorrente e sobrepostas, de
modo a exceder nossa capacidade de processamento;
desse modo, é importante a atuação de mecanismos
de organização e filtragem.
Miotto, E. C., Campanholo, K. R. Atenção. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática
111 da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Atenção Vídeo!
Primeiros anos de vida: é elementar e involuntária.
Somos atraídos para estímulos que têm significado
biológico maior para sobrevivência e por características
da nossa espécie.
Maior estabilidade nos processos atencionais: por volta
dos 24 meses.
A instabilidade da atenção pode durar até a
adolescência, em virtude de diferentes influências dos
processos volitivos associados a áreas cerebrais
relacionadas ao prazer e a recompensa.
Muszkat, M., Rizzutti, S. Desenvolvimento neurológico no período pré-escolar e suas alterações. In: Dias, N. M.,
Seabra, A. G. Neuropsicologia com pré-escolares Avaliação e Intervenção. Clinical Pearson Brasil, 2018.
Processa-

Atenção mento visual

Memória Processa-
De maneira simplificada, a atenção operacional mento verbal

é um mecanismo cerebral que


possibilita o processamento de
informações, pensamentos ou
ações relevantes para o
funcionamento adequado diante de
demandas externas e internas.
Controle Flexibilidade
inibitório mental

A atenção atua em habilidades que


envolvem:
Seletividade

Miotto, E. C., Campanholo, K. R. Atenção. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática
113 da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Atenção

Pode ser:

Voluntária (e de autorregulação): Controle consciente


de respostas a um estímulo.

Involuntária: Desencadeada por impulsos básicos e/ou


por estímulos que entram em foco e ocasionam
respostas reflexas.

Miotto, E. C., Campanholo, K. R. Atenção. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática
114 da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Atenção
Pode ser, também, classificada de acordo com o tipo do estímulo:

Atenção Sensorial
(Estímulo Externo)

Atenção Ideatória
(Estímulo Interno)

Miotto, E. C., Campanholo, K. R. Atenção. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica:
115 a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Atenção
Tipo de Atenção Definição
Sustentada Estado de prontidão para detectar e responder a certos estímulos por certo período
de tempo. Refere-se à habilidade de manter uma resposta estável durante uma
atividade repetitiva. Também é definida como a habilidade de se concentrar em
uma tarefa por um período de tempo contínuo.
Seletiva Capacidade de manter-se atento de forma contínua a um estímulo, inibindo outros,
isto é, direcionar a atenção para certo evento em detrimento de outro.

Dividida Capacidade de dividir o foco de atenção entre dois estímulos/tarefas. Para tanto,
esse conceito pressupõe que um dos componentes da tarefa deva ser
automatizado, ou ainda que, para que a atenção possa ser dividida, os estímulos
devem ser de natureza sensorial distinta.
Alternada Capacidade de modificar o foco da atenção de um componente da tarefa para
outro, ou ainda de atender simultaneamente a dois ou mais estímulos
alternadamanete mantendo comportamento fluído, isso é, sem interrupção da
atividade.
Miotto, E. C., Campanholo, K. R. Atenção. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática da
116 testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Memória

Instrumentos
117
Memória

Talvez por sua complexidade e importância, a


memória seja uma das funções
neuropsicológicas mais estudadas em Adquirir
diferentes campos científicos.

A complexidade da memória diz respeito ao


envolvimento de diversos processos de Reter
recepção, arquivamento e recordação de
informações.

Trata-se de uma função multifacetada, Resgatar


envolvendo diversos mecanismos neurais e de
fundamental importância para o funcionamento
do indivíduo.
118
ABREU, N., RIVERO, T. S., COUTINHO, G., BUENO, O. F. A. Neuropsicologia da aprendizagem e memória.
In: MALLOY-DINIZ, L. F. Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Memória

A capacidade individual de adquirir, reter e resgatar informações


de forma consciente permite, teoricamente, utilizar as experiências
anteriores como dados para a tomada de decisão.

Conforme o indivíduo é novamente submetido a situações similares


àquelas já vivenciadas, ele torna-se capaz de reconhecer padrões e
ter comportamentos coerentes com suas experiências.

Obviamente, os processos de tomada de decisão também podem


depender de outras variáveis, como ansiedade, controle dos
impulsos, características da personalidade, entre outras.

119
ABREU, N., RIVERO, T. S., COUTINHO, G., BUENO, O. F. A. Neuropsicologia da aprendizagem e memória.
In: MALLOY-DINIZ, L. F. Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Memória

120
ABREU, N., RIVERO, T. S., COUTINHO, G., BUENO, O. F. A. Neuropsicologia da aprendizagem e memória. In: MALLOY-DINIZ, L.
F. Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Memória Operacional / de Trabalho

121
ABREU, N., RIVERO, T. S., COUTINHO, G., BUENO, O. F. A. Neuropsicologia da aprendizagem e memória. In: MALLOY-DINIZ, L.
F. Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Funções Executivas

122
Funções Executivas

As FE regulam o comportamento humano e correspondem a um


conjunto de habilidades que permitem ao indivíduo interagir e agir no
mundo de forma intencional, ou seja, a partir da criação, supervisão e
(re)adaptação de metas.

Envolve a formulação de um plano de ação e, para tanto, considera


experiências prévias individuais e demandas ambientais impostas,
permitindo a idealização de uma sequência apropriada de ações
selecionadas de forma esquematizada para a execução do plano
inicial.

Tais ações ainda precisam ser monitoradas em suas várias etapas e,


muitas vezes, adaptadas ou alteradas de acordo com as circunstâncias
atuais.
123 C. J., Campanholo, K. R. Funções executivas. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica:
Brião,
a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Funções Executivas
As FE também são conhecidas como funções de supervisão, funções
frontais, funções de controle e sistema supervisor. Elas integram
uma constelação e por isso também são chamadas de “função
guarda-chuva”.
Inibição/
Memória
Controle Inibitório
de Trabalho
Flexibilidade
Cognitiva

Tomada de Decisão
Planejamento

Atenção executiva Categorização

Fluência Monitoramento

124 C. J., Campanholo, K. R. Funções executivas. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica:
Brião,
a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Funções Executivas
Função Executiva Definição
Inibição Capacidade de conter uma resposta predominante,
automática ou previamente aprendida que pode ser
inadequada ou irrelevante no contexto atual, sendo
responsável pelos comportamentos impulsivos.
Memória Operacional Responsável pelo armazenamento temporário e limitado de
informações relevantes para o cumprimento de determinada
tarefa em um dado momento, permite a manipulação dessas
informações, exercendo controle atencional e inibitório.
Flexibilidade cognitiva Capacidades de mudar o curso do pensamento ou das ações
de acordo com as exigências ambientais. Requer do sujeito
que explore conceitos e ações mudando suas condutas da
maneira mais apropriada, impedindo a perseveração.

125 C. J., Campanholo, K. R. Funções executivas. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica:
Brião,
a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Funções Executivas
Função Executiva Definição
Planejamento Capacidade de identificar e organizar ações sequenciadas e
hierarquizadas que conduzem o indivíduo a um objetivo.
Atenção executiva Podendo ser seletiva ou concentrada, envolve inibição
seletiva de aspectos irrelevantes dos estímulos ou inibição de
estímulos distratores.
Tomada de decisão Envolve a escolha de uma entre várias alternativas em
situações que incluem análise de risco. As alternativas são
analisadas com base no histórico de situações semelhantes,
regras específicas que podem estar em efeito no momento da
tomada de decisão, e aspectos emocionais que envolvam
tanto as alternativas quanto os resultados da decisão.

126 C. J., Campanholo, K. R. Funções executivas. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica:
Brião,
a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Funções Executivas
Função Executiva Definição
Categorização Agrupamento de elementos que compartilhem propriedades.
Relaciona-se com a formação de conceitos, deduções,
induções e abstrações.
Monitoramento Monitoração da ação proposital envolvendo autorregulação
de seu comportamento e a monitoração do desempenho
efetivo, avalia se um comportamento está apropriado para o
alcance do objetivo traçado, bem como a flexibilidade e a
capacidade de modifica-lo em caso de ineficácia.
Fluência Capacidade do indivíduo emitir uma série de comportamento
de acordo com uma regra ou estrutura específica
determinada pelo ambiente.

127 C. J., Campanholo, K. R. Funções executivas. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica:
Brião,
a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Maturação cerebral
durante 15 anos.

Vermelho: maior
quantidade de
substância cinzenta,
ainda imatura,
conectando-se de
forma pouco
ordenada.
Cérebro e Comportamento:
Desenvolvimento
Em geral o estabelecimento das
funções executivas, assim como a
maturação da área pré-frontal
ocorre apenas no final da
adolescência

Por isso todo o período da infância


torna-se difícil no que diz respeito a
controlar os impulsos, como esperar
a vez de falar ou não brigar com o
colega quando este pega seu
brinquedo
Funções Executivas

FE são habilidades relacionadas à capacidade das pessoas de se empenharem em comportamentos


orientados a objetivos, ou seja, à realização de ações voluntárias, independentes, autônomas, auto-
organizadas e direcionadas para metas específicas (Gazzaniga, Ivry & Magun, 2006; Sullivan,
Riccio & Castillo, 2009);

São habilidades que, integradas, capacitam o indivíduo a tomar decisões, avaliar e adequar seus
comportamentos e estratégias, buscando a resolução de um problema
(Malloy-Diniz, Sedo, Fuentes & Leite, 2008)

Permitem ao indivíduo perceber e responder de modo adaptativo a estímulos, responder frente a


objetivo complexo proposto, antecipar objetivos e consequências futuras, e mudar planos de ação de
modo flexível.
(Strauss, Sherman & Spreen, 2006)
Menezes, A., Godoy, S., Teixeira, M. C. T. V., Carreiro, L. R. R. & Seabra, A. G. (2012) Definições teóricas acerca das funções
executivas e da atenção. In: Seabra, A. G., Dias, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas, volume
Funções Executivas

São plenamente desenvolvidas apenas


nos seres humanos. Funções Funções
Emocionais Cognitivas
Controlam e
Iniciam seu desenvolvimento por volta Gerenciam

de 12 meses de idade e maturacionam


até aproximadamente 20 anos.

Têm como base o córtex pré-frontal. Funções


Comportamentais

Menezes, A., Godoy, S., Teixeira, M. C. T. V., Carreiro, L. R. R. & Seabra, A. G. (2012) Definições teóricas acerca das funções
executivas e da atenção. In: Seabra, A. G., Dias, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas, volume
Funções Executivas

FE são habilidades relacionadas à capacidade das pessoas de se empenharem em comportamentos


orientados a objetivos, ou seja, à realização de ações voluntárias, independentes, autônomas, auto-
organizadas e direcionadas para metas específicas (Gazzaniga, Ivry & Magun, 2006; Sullivan,
Riccio & Castillo, 2009);

São habilidades que, integradas, capacitam o indivíduo a tomar decisões, avaliar e adequar seus
comportamentos e estratégias, buscando a resolução de um problema
(Malloy-Diniz, Sedo, Fuentes & Leite, 2008)

Permitem ao indivíduo perceber e responder de modo adaptativo a estímulos, responder frente a


objetivo complexo proposto, antecipar objetivos e consequências futuras, e mudar planos de ação de
modo flexível.
(Strauss, Sherman & Spreen, 2006)
Menezes, A., Godoy, S., Teixeira, M. C. T. V., Carreiro, L. R. R. & Seabra, A. G. (2012) Definições teóricas acerca das funções
executivas e da atenção. In: Seabra, A. G., Dias, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas, volume
Flexibilidade Controle
cognitiva inibitório

Memória
operacional

CYPEL, S. (org). Funções executivas e desenvolvimento na primeira


infância: habilidades necessárias para a autonomia. São Paulo: Fundação
Cecília Souto Vidigal, 2016.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Inibição: inibição ou controle inibitório se refere à habilidade de controlar comportamentos inapropriados, assim como os
processos de atenção e os pensamentos. Essa habilidade coloca o indivíduo no controle de seus processos cognitivos e
comportamentos, suplantando o controle por eventos externos, emoções ou tendências prévias ou automáticas.

Essa habilidade começa a se desenvolver precocemente, em torno de 12 meses de idade, com um curso de
desenvolvimento durante a infância, mais pronunciado entre 3 e 5 anos, até meados da adolescência, quando atinge nível
equivalente ao do adulto.
Google imagens.

Func.
Auto- Polidez
Adaptativ
disciplina social
o

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções
Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Inibição comprometida: autonomia comportamental
pode perecer, de modo que passa a agir sendo incapaz Melhores habilidades de
inibição, melhores índices de
de inibir respostas inadequadas e de regular a sua saúde física e emocional.
conduta. Estabelece-se grande dependência entre o
comportamento e as contingências ambientais.
Comprometimento após lesão neurológica tem sido
relacionados à problemas de comportamento, Menores taxas de evasão
incluindo impulsividade, baixa tolerância à espera, com escolar, menos propensão ao
abuso de substâncias e
necessidade de recompensa imediata e déficits na envolvimentos com crimes.
autorregulação.

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções
Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Memória de trabalho: Memória de trabalho ou memória operacional pode ser compreendida
como a habilidade de sustentar a informação em mente por tempo limitado.
Permite a manipulação mental da informação, possibilitando ao indivíduo relacionar ideias,
integrar informações presentes com outras armazenadas na memória de longo prazo, lembrar
sequência ou ordens de acontecimentos, projetar sequências de ações no futuro, entre outras...
Apresenta um longo curso de desenvolvimento, que parece iniciar precocemente, quando a
criança adquire a noção de permanência de objeto, ou seja, quando é capaz de representar
mentalmente o objeto na sua ausência física.

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções
Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Evidências sugerem que essa habilidade
continua a se desenvolver ao longo da infância
e adolescência até a vida adulta inicial.

Estudos indicam um papel importante da


memória de trabalho na aprendizagem
escolar formal, especialmente na
compreensão da leitura e a compreensão
aritmética.

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções
Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Flexibilidade: habilidade de mudar o foco atencional, perspectivas, prioridades ou
regras e adaptar-se às demandas do ambiente. Ser flexível requer a capacidade de
tomar ou considerar diferentes abordagens a uma situação ou problema. Essa
habilidade parece estar relacionada ao conceito de criatividade e possibilita ao
indivíduo lidar com situações novas, sem que fique preso a padrões rígidos ou pré
estabelecidos de comportamento.
Evidencias apontam para um desenvolvimento significativo entre 5 e 7 anos de idade,
apesar de contínuo crescimento ao longo da infância e adolescência, até torno dos 15
anos.

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções
Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Alterações nesta habilidade podem incorrer de padrão de rigidez cognitiva e comportamental.

Por exemplo, pessoas com déficits na flexibilidade apresentam limitações na compreensão e


na explicação de provérbios, ficando limitados ao sentido concreto da frase, com dificuldade na
abstração e no sentido figurado.
Crianças com alterações na flexibilidade não tentam diferentes abordagens para resolver
problemas e frequentemente ficam ansiosas com a mudança nos planos ou rotinas. Assim, a
flexibilidade tem papel importante no ajustamento do indivíduo às demandas e exigências do
meio, permite que considere diferentes perspectivas e se engaje em situações novas.

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções
Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Frias Quentes

Cognição Emoções
Google imagens.

Motivação

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções
Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.
Linguagem

146
Linguagem

Como faculdade humana, é considerada uma função


simbólica estruturada cognitivamente e elaborada
socialmente.

Seu controle é genético, mas está associada a


processos maturacionais sensíveis à estimulação
ambiental e é influenciada diretamente pelo
desenvolvimento de outras funções como atenção,
percepção, memória, cognição e inteligência, além da
audição.
Silagi, M, L., Mansur, L, L., Soares, A. J. C., Befi-Lopes, D. M. Linguagem. In: Miotto, E. C., Manual de
147 Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Linguagem

Ao longo dos anos, quatro grandes correntes teóricas


sintetizaram as diversas explicações dadas ao
processo de aquisição e desenvolvimento da
linguagem:
Teoria Teoria do
Teoria
Comportamental Teoria Inatista Desenvolvimento
Interacionista
ou Behaviorista Cognitivo

Skinner: A linguagem é Chomsky: A linguagem Piaget: Adaptação ao Vigotsky: Origem


um comportamento: é um elemento inato, meio: o crescimento e genética: curva de
pode ser aprendida e de ordem biológica. o desenvolvimento são desenvolvimento.
modificada, a partir do processados em todas Depende da interação.
estímulo. as fases da vida.

Silagi, M, L., Mansur, L, L., Soares, A. J. C., Befi-Lopes, D. M. Linguagem. In: Miotto, E. C., Manual de
149 Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Linguagem

Os componentes de representação da linguagem


envolvem o processamento nos seguintes níveis:

Semântico Fonético Fonológico Lexical Sintático Pragmático Prosódico

SALLES, J. F., RODRIGUES, J. C. Neuropsicologia da Linguagem. In: MALLOY-DINIZ, L. F.


150 Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Linguagem

Semântico: refere-se ao significado das palavras ou


ideias veiculadas.

Fonético: compreende a natureza física da produção e


da percepção dos sons da fala humana.

Fonológico: corresponde os sons da fala (fonemas).

Morfológico: diz respeito às unidades de significado –


palavras ou partes de uma palavra.
151 SALLES, J. F., RODRIGUES, J. C. Neuropsicologia da Linguagem. In: MALLOY-DINIZ, L. F.
Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Linguagem

Lexical: envolve compreensão e produção de palavras.


Léxico é o conjunto de palavras em uma dada língua
ou no repertório linguístico de uma pessoa.

Sintático: refere-se às regras de estrutura das frases,


às funções e às relações das palavras em uma oração.

152 SALLES, J. F., RODRIGUES, J. C. Neuropsicologia da Linguagem. In: MALLOY-DINIZ, L. F.


Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Linguagem

Pragmático: compreende o modo como a linguagem é


usada e interpretada, considerando as características
do falante e do ouvinte, bem como os efeitos de
variáveis situacionais e contextuais.

Prosódico: integra a habilidade de reconhecer,


compreender e produzir significado afetivo ou
semântico com base na entonação, na ênfase e em
padrões rítmicos da fala.

153 SALLES, J. F., RODRIGUES, J. C. Neuropsicologia da Linguagem. In: MALLOY-DINIZ, L. F.


Neuropsicologia Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2014.
A diferença no vocabulário das crianças começa
cedo
3000
1.116 palavras: Filhos
Vocabulário: Número de palavras

2500
de pais com nível
2000 superior
1500 749 palavras: Filhos de
pais com nível médio
1000
525 palavras: Filhos de
500 pas dependentes de
0 programas sociais
10 12 24 36
Idade da criança em meses

Hart, B., & Risley, T. R. (1995). Meaningful differences in the everyday experience of young
American children. Baltimore, MD: Paul H. Brookes Publishing Company.
155
156
Habilidades relacionadas ao desempenho
acadêmico

157
Habilidades relacionadas ao
desempenho acadêmico

Linguagem
Matemática Oral

Escrita Leitura

Trevisan, B. T., Leon, C., Seabra, A. G Habilidades relacionadas ao desempenho acadêmico. In: Miotto, E. C., Manual de
Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
158
Habilidades relacionadas ao desempenho
acadêmico – Linguagem oral

É uma habilidade cognitiva altamente complexa


que possibilita a comunicação por meio de um
sistema organizado de combinação de diferentes
elementos da língua, como palavras, sentenças e
discurso.

Também possibilita ter ideias e desejos e pensar


sobre coisas intangíveis e mais abstratas.

Trevisan, B. T., Leon, C., Seabra, A. G Habilidades relacionadas ao desempenho acadêmico. In: Miotto, E.
159C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Habilidades relacionadas ao desempenho
acadêmico – Linguagem oral

A manifestação da linguagem oral ocorre por mecanismos de


produção (sinais de saída) e de compreensão (sinais de
entrada) de informações verbais.
A produção da linguagem oral permite
A compreensão da linguagem oral codificar os significados dos elementos
permite decodificar os sons recebidos da língua em sons a fim de produzir a
em significados por meio da audição. fala ou a sinalização.

Apesar de tais mecanismos estarem interligados, referem-se a


capacidades distintas, pois pode haver menor desenvolvimento ou
prejuízos na compreensão linguística e não na produção e vice-versa.

Trevisan, B. T., Leon, C., Seabra, A. G Habilidades relacionadas ao desempenho acadêmico. In: Miotto, E.
160C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Habilidades relacionadas ao desempenho
acadêmico – Linguagem oral
Riper e Emerick (1997): seis componentes da linguagem oral.

Fonologia Morfologia Sintaxe Semântica Pragmática Prosódia


•Conjunto de •Conjunto de •Conjunto de •Relação entre •Conjunto de •Relação entre
regras para o regras para a regras para a símbolos, regras para o entonação e
uso da fala - combinação combinação objetos e uso da articulação
Fonemas dos fonemas dos morfemas eventos – linguagem de das palavras -
em morfemas. em estruturas significado acordo com os melodia
gramaticais contextos

Trevisan, B. T., Leon, C., Seabra, A. G Habilidades relacionadas ao desempenho acadêmico. In: Miotto, E.
161C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Habilidades relacionadas ao desempenho
acadêmico – Leitura

É uma habilidade complexa, que depende da


integração de outras habilidades, como
linguagem oral, memória, pensamento,
inteligência e percepção.

Fonológica

Lexical
Linguagem oral +

Rota

Rota
memória +
pensamento+ Leitura
inteligência + percepção

Trevisan, B. T., Leon, C., Seabra, A. G Habilidades relacionadas ao desempenho acadêmico. In: Miotto, E.
162C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Habilidades relacionadas ao desempenho
acadêmico – Escrita

Mantém forte relação com a leitura e se refere


aos aspectos de produção da linguagem escrita.

Envolve três habilidades distintas, inter-


relacionadas: caligrafia (coordenação motora
fina), codificação gráfica (codificação de fonemas
em grafemas) e composição (elaboração de
textos).

Trevisan, B. T., Leon, C., Seabra, A. G Habilidades relacionadas ao desempenho acadêmico. In: Miotto, E.
163C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Habilidades relacionadas ao desempenho
acadêmico – Matemática

É uma das competências acadêmicas básicas e


corresponde a um amplo domínio de áreas, que
incluem aritmética, geometria, álgebra e
trigonometria.

Competência aritmética: processamento


numérico e cálculo.

Trevisan, B. T., Leon, C., Seabra, A. G Habilidades relacionadas ao desempenho acadêmico. In: Miotto, E.
164C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Praxias e Gnosias

165
Praxias
Ideomotora

É a habilidade em realizar Construtiva Cinestésica


movimentos complexos e
gestos com precisão e
coordenação motora. Apraxias

Dois sistemas de praxias De se


podem ser identificados: vestir
Oral

desordens de produção ou
plano de ação versus Ideatória
ou
desordens conceituais ou do Idacional
conhecimento da ação.
Brião, J. C., Campanholo, K, R., Serrao, V. T. Praxias e Gnosias. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação
166 Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
• Agnosia sonora auditiva
Gnosia Audição • Agnosia auditiva verbal
• Amusia
É a função que permite
interpretar os estímulos que
vêm por meio dos órgãos • Aestereognosia
internos.
Tato
Quando o sujeito, por
alguma razão, mostra-se
• Agnosia aperceptiva
com perturbações em áreas • Agnosia Associativa
cerebrais específicas, passa Visão
a ter dificuldades para tais
ações.
Brião, J. C., Campanholo, K, R., Serrao, V. T. Praxias e Gnosias. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação
167 Neuropsiológica: a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Cognição social

168
Cognição Social

É a maneira como um indivíduo percebe e interpreta


outro indivíduo da mesma espécie, entende as
relações entre os próprios sentimentos, pensamentos
e ações e também compreender por interferência, o
que o outro pensa sobre terceiros.

Também pode ser entendida como a interdependência


entre a cognição e o comportamento social.

Mecca, T. P., Berberian, A. A. Cognição Social. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a
169 prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
Cognição Social
Controle
Compreensão
Empatia de
de crença falsa
Imitação

Auto/Hétero Controle

Representa Representa Reconhe Imitação


Reconheci ção da
Contágio ção da cimento automáti
mento própria
emocional crença do de ação ca
emocional crença
outro

Percepção Social

Mecca, T. P., Berberian, A. A. Cognição Social. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica: a
170 prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.
171

Filhos…

(...) Nas fantasias subconscientes que fazem a concepção parecer


tão sedutora, muitas vezes é nós mesmos a que gostaríamos de ver
viver para sempre, e não alguém com uma personalidade própria.
Tendo previsto a marcha para a frente de nossos genes egoístas,
muitos de nós não estamos preparados para filhos que apresentam
necessidades desconhecidas (...)
(...) Contamos com a garantia de ver no rosto de nossos filhos que
não vamos morrer. Filhos cuja característica definidora aniquila a
fantasia da imortalidade são um insulto em particular: devemos
amá-los por si mesmos, e não pelo melhor de nós mesmos neles, e
isso é muito mais difícil de fazer. Amar nossos próprios filhos é um
exercício para a imaginação (...)
172
173
174
175
DEFICIÊNCIA
Termos convencionados ao longo da história:
(AMARAL, 2000; SASSAKI, 1995)

Pessoa
portadora de
Pessoa necessidades
Excepcional / portadora de educativas
especial deficiência especiais

Portador de Pessoa Deficiente /


deficiência portadora de Pessoa
necessidades deficiente
especiais

MOTA, A. C. W., PASSOS, H. Desenvolvimento da família e da criança nos processos atípicos. Florianópolis: Seminário
Apresentado na Disciplina: Desenvolvimento da criança e da família – PPGP UFSC, 2018.
TIPOS DE DEFICIÊNCIA

✘ Física, Auditiva, Visual, Mental e Múltipla.


(Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004. DOA, Brasília: Senado Federal, 03 dez.
2004)

✘ Motora, Auditiva, Visual e Mental/Intelectual.


(Censo 2010. IBGE)

MOTA, A. C. W., PASSOS, H. Desenvolvimento da família e da criança nos processos atípicos. Florianópolis: Seminário
Apresentado na Disciplina: Desenvolvimento da criança e da família – PPGP UFSC, 2018.
Acessibilidade:

Condição de possibilidade
para a transposição dos
entraves que representam as
barreiras para a efetiva
participação de pessoas nos
vários âmbitos da vida social.

MOTA, A. C. W., PASSOS, H. Desenvolvimento da família e da criança nos processos atípicos. Florianópolis: Seminário
Apresentado na Disciplina: Desenvolvimento da criança e da família – PPGP UFSC, 2018.
Acessibilidade Tecnológica

Acessibilidade Econômica

Acessibilidade Atitudinal

Tipos de acessibilidade

MOTA, A. C. W., PASSOS, H. Desenvolvimento da família e da criança nos processos atípicos. Florianópolis: Seminário
Apresentado na Disciplina: Desenvolvimento da criança e da família – PPGP UFSC, 2018.
Barreiras atitudinais: raiz das demais barreiras

Além dos “São anteparos nas


preconceitos, relações entre duas
referem-se aos pessoas: um tem
medos e ao uma predisposição
desconhecimentos desfavorável em
em como agir relação a outra, por
adequadamente ser esta
diante de pessoas significativamente
com deficiência diferente, em
especial quanto às
condições.”
Amaral (1998)

MOTA, A. C. W., PASSOS, H. Desenvolvimento da família e da criança nos processos atípicos. Florianópolis: Seminário
Apresentado na Disciplina: Desenvolvimento da criança e da família – PPGP UFSC, 2018.
CORRELAÇÃO LINEAR:
GENERALIZAÇÃO INDEVIDA:
relaciona-se características
consiste no juízo que transforma singulares à deficiência, igualando
entre si todas as pessoas com
a condição de limitação de uma aquela deficiência, bem como
pessoa em sua totalidade. Ou seja, distinguindo-se das pessoas sem
deficiência.
ela torna-se TODA deficiente por “Toda pessoa com autismo se
ter um impedimento específico. isola; toda pessoa com autismo
gosta de rodar objetos; toda
pessoa com autismo precisa
tomar remédio”

MOTA, A. C. W., PASSOS, H. Desenvolvimento da família e da criança nos processos atípicos. Florianópolis: Seminário
Apresentado na Disciplina: Desenvolvimento da criança e da família – PPGP UFSC, 2018.
Espetacularização ou Heroificação

• Coloca a pessoa
com deficiência em
posição de
destaque;
• Espetacularização
da vida da pessoa
com deficiência;
• É como se vida
comum não é o que
se espera da pessoa
com deficiência.

MOTA, A. C. W., PASSOS, H. Desenvolvimento da família e da criança nos processos atípicos. Florianópolis: Seminário
Apresentado na Disciplina: Desenvolvimento da criança e da família – PPGP UFSC, 2018.
Contágio osmótico: Atenuação  “poderia ser pior”.

• é o temor do contato e do Compensação  “é autista, mas é


convívio, numa espécie de tão inteligente”.
recusa em ser visto como se
fosse uma pessoa com
deficiência ou ainda ser Simulação  “é cego, mas nem
“contaminado” pela parece...”
convivência com a deficiência.
• “A inclusão prejudica os mais
capazes”, “nivela por baixo”.
“O aluno com autismo “Não obrigamos o
está na escola para se cadeirante a andar,
socializar” porque deveríamos
obrigar o autista a
socializar?!”
“É preciso primeiro a escola e os
professores serem preparados “Aqui na escola temos uma
para depois incluir”.
professora ótima. Ela aceita
alunos com deficiência e sem
deficiência”.
nho 23 alunos e 2 de inclusão.”
QUAL A RELEVÂNCIA DE PENSAR
SOBRE ISSO?
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45.606.048 brasileiros,
23,9% da população total, têm algum tipo de deficiência – visual, auditiva, motora e mental ou
intelectual.

A prevalência da deficiência variou de acordo com a natureza delas.

A deficiência visual apresentou a maior ocorrência, afetando 18,6% da população brasileira.

Em segundo lugar está a deficiência motora, ocorrendo em 7% da população, seguida da deficiência


auditiva, em 5,10% e da deficiência mental ou intelectual, em 1,40%.

Os dados estão presentes na Cartilha do Censo 2010 Pessoas com Deficiência, lançada em 2012
pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

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