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Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia - CCET


Departamento de Engenharia Mecânica - DEMec

Projeto de Elementos de Máquinas


(590100)

Aula 02

Prof. Dr. Alexandre T. Malavolta


Processos de fabricação

2
Grade curricular

3
Projeto x Fabricação
O projeto e a fabricação devem trabalhar em
conjunto para evitar “inconsistências”,
deperdício de material, aumento de custos,
tempo etc.

Engenharia de Engenharia de
Projeto Fabricação
(manufatura)

- Desenho
- Especificações - Seleciona os processos de
- Material fabricação adequados para
- Dimensões atender as especificações de
- Tolerâncias projeto.
- Acabamentos
- Dureza
- ... 4
Classificação processos
Século XXI:
Manufatura aditiva
Prototipagem rápida

5
Exemplo

6
Breaking News
Século XXI
Manufatura aditiva !

7
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/06/unicamp-faz-1-cirurgia-de-cranio-com-material-feito-em-3d-no-brasil-campinas.html
Breaking News
http://www.organovo.com/

8
Torneamento

9
Operações com torno

10
Roscamento
Macho

Cossinete

Rosca usinada (cortada)


-processo mais barato
-concentração tensão

Rosca conformada (laminada)


-processo mais caro
-rosca com maior resistência
11
Fresamento

No projeto de componentes mecânicos


deve-se conhecer quais processos serão
empregados na fabricação e prever a
geometria gerada pela ferramenta
disponível.
12
Furação e Alargamento

Broca

Alargador

Durante o desenvolvimento do projeto/dimensionamento


prever a geometria gerada pela ferramenta disponível.
13
Retificação

14
Outros
Mandrilamento Brochamento

Brunimento

Lapidação
Polimento
Espelhamento 15
Fundição
Vazamento de metal “líquido” em moldes.
Tipos: fundição em areia, casca (shell), cera

Aplicações: Exemplo de metais fundidos:


● Componentes de geometria complexa -Ferro fundido
● Componentes com grandes dimensões -Aço
-Bronze
-Alumínio 16
Forjamento
Operação de conformação mecânica para dar
forma aos metais através de martelamento ou
esforço de compressão (prensagem), tendendo
a fazer o material assumir o contorno da
ferramenta conformadora, chamada matriz ou
estampo.

17
Exemplo

Superfícies acessórias
X
Superfícies funcionais
18
Laminação
Processo de conformação a quente ou a frio
na qual o material passa por cilindros (rolos
de laminação) para adquirir uma forma de
interesse.

19
Extrusão

Exemplos de matrizes Exemplos de perfis extrudados


20
Acabamento x Fabricação
ABNT/NBR 8004 e ISO 1302

Acabamento superficial depende:


-Tipo de material
-Tipo de máquina
-Tipo de ferramenta
-Parâmetros de usinagem

No projeto de elementos de
máquinas deve-se utilizar
tolerâncias (dimensionais e
geométricas) “adequadas” à
função da superfície em
questão.

Superfícies acessórias
X
Superfícies funcionais

21
Classe de tolerância

22
Classe tolerância x Fabricação

Valores de referência.

23
Classe tolerância x Custo

24
Vagas
https://www.tesla.com/careers/job/mechanical-designengineer-56853

25
Carregamentos

26
Grade curricular

27
Análise estrutural
Classes de carregamento
Solicitação
Constante Variável
Elemento estacionário Classe 1 Classe 2
Elemento móvel Classe 3 Classe 4

Análise estrutrural de sistemas mecânicos

Análise estática: {F }=[K ]{U }


-O carregamento é invariante com o tempo; Resultados:
-Campo de tensão / deformação
-Forças de inércia são desprezadas. -Deslocamentos

Análise dinâmica: {F }=[ K ]{U }+[C ]{U̇ }+[ M ]{Ü }


-A carga varia com o tempo; F=F (t) U =U (t )
-Forças de inércia são consideradas. Resultados:
-Campo de tensão / deformação
● Análise Transiente (choque / impacto) -Deslocamentos
● Análise Modal -Velocidades
● Análise Harmônica (resposta em frequência) -Acelerações
-Frequências naturais
● Análise Randômica -Modos de vibrar 28
Exemplo
Determinação de esforços
considerando efeitos dinâmicos:


R= m ⃗ a
d H⃗G
M⃗ G=
dt
H⃗G =I x ω x ⃗i + I y ω y ⃗j + I z ω z ⃗k

Determinação de esforços
considerando equilíbrio:


R =⃗0
⃗ r =⃗
M 0

29
Reações de apoio

30
Reações de apoio
Apoio fixo - Conexão com pino (articulação)

Pino Pino
sem atrito com atrito
(interferente)

● Força de reação: no plano é composta pela


componente “horizontal” e “vertical”;
● Este apoio impede o movimento de translação da
estrutura, porém não impede a rotação em torno do
ponto de articulação (pino sem atrito);
● No caso do pino interferente, o movimento de rotação
também passa a ser restringido, logo existe também
um momento de reação.

31
Reações de apoio
Apoio móvel (deslizante)

Roletes Balancim Superfície lisa

● Força de reação: normal (perpendicular)


à superfície de apoio;
● Esta conexão impede o movimento de
translação da estrutura ao longo da
direção normal, porém não impede a
translação no plano e nem a rotação em
torno do pino articulado ou do ponto de
apoio.

32
Reações de apoio
Engastamento

● Esta conexão impede todos os


movimentos de translação e rotação
da estrutura.
● No plano: forças de reação
“horizontal” e “vertical” + momento.
● No caso 3D: todos os graus de
liberdade são restringidos.

33
Reações de apoio
Haste com pino (articulada) acoplada a guia de deslizamento

● Força de reação: normal (perpendicular) à guia;


● Esta conexão permite: a rotação no plano (em torno do pino) e o movimento de
translação ao longo da guia ou rasgo e impede a translação na direção perpendicular.

34
Reações de apoio
Rótula

● Esta conexão não permite nenhuma


translação portanto considera-se forças
de reação nas direções x, y e z;
● Já o movimento de rotação é livre nos
três eixos.

35
Reações de apoio
Mancal de rolamento

Mancal Mancal
(sem restrição axial) (com restrição axial)

● No caso de mancais sem restrição


axial (por ex. direção axial = eixo x):
considera-se o impedimento da
translação nas direções y e z
complementares (forças de reação
nas direções y e z). Se houver
restrição axial deve-se considerar
também a força de reação em x;
● Já o movimento de rotação é livre
apenas na direção axial. Porém, é
padrão desprezar os momentos de
reação nas outras direções. 36
Diagramas
de corpo livre

37
Exemplo

38
Exemplo

39
Diagramas
de esforços internos

40
Esforços internos
F⃗R= P⃗ + V⃗ y + V⃗ z
M⃗ R =T⃗ + M⃗ y + M⃗z
F⃗R

M⃗ R

Esforços internos:
● Relacionados com a força interna (Fr) e
momento interno (Mr) atuantes no plano
de corte;
● Visualizados no plano de corte;
● As componentes de Fr e Mr são
classificadas quanto ao tipo de
solicitação. 41
Esforços internos
Força normal Força cortante

Momento fletor (Flexão) Momento torsor (Torção)

Observe que as solicitações de força cortante e de momento fletor podem apresentar componentes em
planos ortogonais. Neste exemplo a força cortante tem componente Vy (plano yz) e componente Vz
(plano xz) o que gera uma força cortante resultante! O mesmo é aplicável para o momento de flexão.
42
Exemplo

Quais os esforços gerados pela


força F na seção AA ?

43
Convenção de sinais
Força normal:

N> 0

Força cortante:

V> 0

Momento fletor:

M> 0
Torção:
● Valor positivo “saindo” da seção conforme a regra da mão direita. 44
Exemplo 01
Diagrama de força cortante
V
2P
y 3
−P x
H x 3

Diagrama de momento fletor


M 2PL
9

Qual diagrama é alterado caso Diagrama de força normal


os apoios sejam invertidos? N

x
−H

45
Exemplo 02

dV
=−w
dx
V =V 0 ± ( área sob a curva de carregamento desde x 0 até x)

dM
=V
dx
M =M 0 ± ( área sob a curva de cortante desde x 0 até x)

46
© 2 0 0 1 B r o o k s /C o le , a d iv is io n o f T h o m s o n L e a r n in g , I n c . T h o m s o n L e a r n in g ™ is a tr a d e m a r k u s e d h e r e in u n d e r lic e n s e .
Exemplo 03

−M 0
x
L
M
M0
2

−M 0 x
2 47
Estudo de caso
PARTE 1
Objetivos:
● Determinação do resumo da
transmissão;
● Determinação das forças de
reação nos mancais do eixo
intermediário;
● Determinação dos diagramas de
esforços do eixo intermediário;

Dados gerais:
● Potência motor: 50 [HP]
● Rotação motor: 1185 [rpm]
● Rendimento pares de rolamento: 0.99
● Rendimento engrenamento: 0.98

1 hp = 745,7 W
1 cv = 735,548W
Análise
de tensões-deformações

49
Introdução
Por ex:
Quero estudar as tensões atuantes
na seção que passa pelo ponto E.
Problema real

Modelo

3)
D.C.L
4)
1)
Esforços

Tensões

2) 50
Esforços x Tensões
Cada componente de tensão do ponto
da seção transversal em análise é
determinada em função dos esforços
atuantes naquela seção e de suas
propriedades geométricas!

E
Outro ponto, outro
estado de tensão!

No dimensionamento de elementos de
máquinas deve-se inicialmente identificar
as seções críticas (geometria + esforços
máximos) e depois identificar a
localização do ponto dentro da seção
que está submetido a uma combinação
de tensões que gera uma tensão
“crítica”. 51
Lei de Hooke

● Material elástico linear


● Isotrópico
● Homogêneo

52
Tensões principais

3 2
σ −C 2 σ −C 1 σ −C0 =0 σ 1> σ 2> σ 3

C 2= σ x + σ y + σ z
2 2 2
C1 =τ +τ +τ −σ x σ y −σ y σ z−σ z σ x
xy yz zx
2 2 2
C0 =σ x σ y σ z +2 τ xy τ yz τ zx−σ x τ −σ y τ −σ z τ
yz zx xy

53
Círculo de Mohr

σ 1> σ 2 > σ 3

|σ 1− σ3|
τ 13=
2
|σ 2− σ1|
τ 21=
2
|σ 3 −σ 2|
τ 32=
2

|σ 1−σ 3|
τ max =
2
54
Estado plano de tensões


σ x+σ y σ x −σ y 2 2 2 τ xy
σ 1 , σ 2= ± ( ) + τ xy tan(2 ϕ p )= σ − σ
x y
2 2
σ x− σ y
tan(2 ϕ s)= −


τ 1 , τ 2=± (
σ x −σ y 2 2
2
) + τ xy ϕ s= ϕ p ±45
o
2 τ xy

55
Círculo de Mohr

56
Carregamento axial

57
Tensão normal

P
σ=
● Qualquer ponto A
da seção tem a
mesma tensão!

Principais hipóteses:
● Distribuição de tensão uniforme na seção;

● Carga atuante no centróide da seção transversal.

58
Torção em
seção circular

59
Redutor (Exemplo)

60
Torção

Tρ Tr J : momento polar de inércia


τ= τ max = ρ : distância radial
J J r : raio externo
Principais hipóteses:
● Torque aplicado no eixo perpendicular à seção transversal da barra;
● Na barra circular submetida à torção, toda seção transversal
inicialmente plana permanece plana após a aplicação do torque;
● Material isotrópico linear elástico;
● Ponto analisado está distante do ponto de aplicação do carregamento.
OBS.:
Essa é a tensão de cisalhamento máxima considerando apenas o esforço de torção!

τ 1 , τ 2=± (
σ x− σ y 2 2
2
) + τ xy

Caso haja outros carregamentos, a tensão máxima de cisalhamento pode ocorrer em outro ponto. 61
Torção
Seção maciça (sólida) Seção tubular (oca)

4
τ min =0 Tr i
πd π (d 4e −d 4i ) τ min =
J= Tr J
32 τ max = J=
J 32 Tr e
τ max =
J

62
Estado de tensão

Estado de
cisalhamento puro
Tensões principais:

τ =G γ σ 1 , σ 2=
σ x +σ y
2 √
± (
σ x −σ y 2 2
2
) +τ xy
63
Distribuição de tensão

64
Estado de tensão
Cisalhamento
puro

Material dúctil: Fratura por cisalhamento!


Na torção, o plano com cisalhamento máximo é a própria seção
tranversal (perpendicular ao eixo de torque)

Material frágil: Fratura por tensão normal!


Na torção, o plano com tensão normal máxima está no plano φ = 45°.

Círculo de Mohr para


cisalhamento puro

65
Diagrama de torque

66
Torção em
seção não circular

67
Seções não circulares
● Seções transversais não circulares (não axissimétricas) são distorcidas
quando submetidas à torção.
● A distribuição da tensão de cisalhamento não necessariamente varia
linearmente com a distância do centro.

T
τ max =
Q Q : função da geometria da seção
TL K : função da geometria da seção
θ=
KG
OBS.:
Essa é a tensão de cisalhamento máxima considerando apenas o esforço de torção!

τ 1 , τ 2=± (
σ x− σ y 2 2
2
) + τ xy

Caso haja outros carregamentos, a tensão máxima de cisalhamento pode ocorrer em outro ponto. 68
Exemplo

69
Exemplo

70
Seções de parede fina (delgada)
Seções fechadas

T
τ=
2 t Am

Am

Am : área “interna” total da seção delimitada pela linha média

71
Seções de parede fina (delgada)
Seções abertas

3T Lm : comprimento da linha média


τ max = 2
Lmc c : espessura da parede

Obs.:
Para carregamento de torção, seções abertas devem ser evitadas ou devem ser bem dimensionadas! 72
Expressões para K e Q

T TL
τ max = θ=
Q KG

IMPORTANTE:
Observe a localização do ponto da seção onde ocorre máximo cisalhamento! 73
Expressões para K e Q

T TL
τ max = θ=
Q KG
74
Expressões para K e Q

T TL
τ max = θ=
Q KG
75
Exemplo

Comparação dos efeitos de torção para diferentes formatos de seções todas com o
mesmo material e “perímetro” (portanto mesmo peso).

T =10 [ N .m] θ a=214,1o τ a=301,8 [ MPa]


T
L=1 [m] τ max =
Q θ b=219,6o τ b =311,6 [ MPa]
w=100 [mm ] τ c =8,7 [ MPa]
θ=
TL θ c =0,51o
t =1 [mm] KG
θ d =0,31o τ d =6,91 [ MPa]
G=80,8 [GPa ]
CONCLUSÕES:
● Seções circulares fechadas são mais eficientes que seções não-circulares fechadas;

● Seções abertas são (geralmente) “piores” que seções planas de mesma dimensão;

● Boa prática de projeto é utilizar seções fechadas para minimizar o giro e tensões de

cisalhamento em componentes submetidos a torção. 76


Tópicos avançados
● Torção de seções vazadas com multi-compartimentos;
● Torção elasto-plástica;
● Torção de seções não circulares engastadas em suporte rígido.

Referências

I. S. Sokolnikoff. Mathematical Theory of Elasticity McGraw Hill, 1946.


S. TIMOSHENKO, J. N. G. Theory of Elasticity McGraw Hill, 1951.
J. P. Den Hartog. Advanced Strength of Materials Dover Publications, 1952.
Arthur P. Boresi, R. J. S. Advanced Mechanics of Materials - 6ed John Wiley & Sons,
2003.

77
Flexão
pura

78
Flexão pura

Mc M : momento fletor
σf = − I : momento de inércia de área
I c : distância entre o ponto e a linha neutra
Principais hipóteses:
● Material homogêneo, isotrópico, linear elástico;

● Seções inicialmente planas permanecem planas;

● Linha neutra passa pelo centróide da seção transversal;

● Pequenas deflexões.
79
Flexão pura

Mz c
σ f =−
Iz
M z >0 M z <0
c 2< 0 c 1> 0 c 1> 0 c 2< 0

σ f =σ T >0 σ f =σ C < 0 σ f =σ T >0 σ f =σ C < 0


80
Distribuição de tensão

Considerando esta distribuição, qual Considerando esta distribuição, qual


é o eixo atuante do momento fletor? é o eixo atuante do momento fletor?
81
Distribuição de tensão

82
Distribuição de tensão

Linha neutra

83
Tópicos avançados

● Flexão de materiais compósitos


● Flexão de vigas não prismáticas
● Flexão elasto-plástica

Referências

I. S. Sokolnikoff. Mathematical Theory of Elasticity McGraw Hill, 1946.


S. TIMOSHENKO, J. N. G. Theory of Elasticity McGraw Hill, 1951.
J. P. Den Hartog. Advanced Strength of Materials Dover Publications, 1952.
Arthur P. Boresi, R. J. S. Advanced Mechanics of Materials - 6ed John Wiley & Sons,
2003.

84
Cisalhamento simples

85
Cisalhamento simples

Equacionamento utilizado V F
em componentes onde o τ= τ=
efeito de flexão é
inexistente ou desprezível A A 86
Cisalhamento duplo

V
F
V=
2
V

V F
τ= τ=
A 2A 87
Cisalhamento duplo

P
V=
2

V P
τ= τ=
A 2A
88
Cisalhamento em vigas

89
Cisalhamento em vigas
● Equacionamento utilizado em componentes onde o efeito de flexão deve ser
considerado em conjunto com a cortante !
● Nestes casos, a distribuição da tensão de cisalhamento devido a cortante não
é uniforme.

90
Seção retangular

VQ V h 2
2 3V
τ= τ= ( −y 1 ) τ max =
Ib 2I 4 2A
Localização da máxima tensão:
Linha de pontos sobre a linha neutra!

91
Seção circular maciça

2
VQ 4V y
1 4V
τ= τ= (1− ) τ max =
Ib 3π r 2 2
r 3A
Localização da máxima tensão:
Linha de pontos sobre a linha neutra!
92
Seção circular vazada

Tubo de parede fina


2 2
VQ 4 V r + r 2 r 1 +r
2 1 2V
τ= τ max = ( ) τ max≃
Ib 3A 2
r 2 +r 1
2
A
Localização da máxima tensão:
Linha de pontos sobre a linha neutra!
93
Perfil I

V
τ max≃
A alma

Alma

94
Distribuição de tensão

Obs.:
-Qualquer modelo é uma aproximação do real !
-O modelo de elementos finitos fornece resultados aproximados.
95
Distribuição de tensão

Obs.:
-Qualquer modelo é uma aproximação do real !
-O modelo de elementos finitos fornece resultados aproximados.
96
“Outras” tensões

97
Tensão de rasgamento
Recomendação de projeto para o
posicionamento de furos (minimizar
efeito de rasgamento):

δmin = D
δ

Cisalhamento duplo da área do suporte na região do furo:

P
Arasg ≃ δ t τ rasg =
2 A rasg 98
Tensão de esmagamento

Pb
σb =
Ab

π dt
Área projetada: Ab =dt Furo com folga: Ab =
4

Bearing stress 99
Tensões de contato
Contato cilíndrico

100
Tensões de contato
Contato esférico

101
Cilindros sob pressão

102
Discos em rotação
Discos em rotação estão submetidos a carregamentos inerciais os quais
geram componentes de tensão na direção radial e tangencial:

 : densidade
 : rotação
 : poisson

Hipóteses:
● Material isotrópico elástico linear

● Raio externo muito maior que a espessura do disco (ro >= 10t)

● Espessura constante

● Tensões constantes ao longo da espessura

103
Transmissão de potência

104
Transmissão de potência
Uma das principais funções de sistemas
mecânicos compostos por eixos e
acessórios é a transmissão de potência.
A quantidade de potência transmitida é
função do torque e da velocidade angular
do eixo.
Principais “sistemas”:
-Engrenagens
-Polias + correias
-Rodas dentadas + correntes
-Roda de atrito
-Embreagens / acoplamentos

P=T ω
Potência [W] Torque [N.m] Velocidade angular [rad/s] 105
Relação de transmissão

N : rotação
Dp : diâmetro primitivo
m : módulo da engrenagem Dp2 Z 2 N 1
i= = =
Z : número de dentes Dp1 Z 1 N 2
i : relação de transmissão

Dp=m ⋅Z 106
Rendimento de Transmissões
● Em sistemas de transmissão de potência parte da energia é dissipada
devido ao atrito entre as superfícies, arrasto do óleo lubrificante, ruído
etc…
● Assim, a potência de entrada do sistema (Pe) pode ser decomposta
em duas parcelas, uma representando a potência útil (Pu) e outra a
potência dissipada (Pd).
P e= P u + P d
● Assim, o rendimento do sistema é dado por:
Pu
η=
Pe
Faixa de valores de rendimentos em alguns sistemas mecânicos:
● Correias planas : 0,96-0,97
● Correias em V : 0,97-0,98
● Correntes : 0,95-0,99
● Rodas de atrito : 0,95-0,98
● Engrenagens fundidas : 0,92-0,93
● Engrenagens usinadas : 0,96-0,98
● Mancais Rolamento : 0,98-0,99
● Mancais Deslizamento : 0,96-0,98
107
* Valores de referência. Para valores mais “exatos” testar / consultar dados específicos dos sistemas.
Exemplo

Dados
Potência do motor Pm 18,5 [kW]
Rotação do motor Nm 1170 [rpm]
Z1 25 [-]
Z2 65 [-]
Número de dentes
Z3 35 [-]
Z4 63 [-]
Rendimento do par
de engrenamento ηeng 0,98 [-]
Rendimento do par
de mancais ηrol 0,99 [-]

Determine:
● A potência útil e o torque de cada eixo;

● A potência dissipada;
Obs.: Desenho ilustrativo!
● A rotação e redução de cada eixo;

● A redução total;

● O rendimento total de transmissão; 108


Exemplo
Redução total it 4,68 [-]
Rotação de saída Ns 250 [rpm]
Potência de saída Ps 17,2 [kW]
Potência total dissipada Pdtot 1,3 [kW]
Rendimento total da
transmissão ηtot 0,93 [-]

i tot =i m 1∗i 12∗i 23 η tot =η 2eng∗η 3rol


N P
i tot = entrada η tot = saida
N saida P entrada

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3


Potência de entrada Pe1 18,5 [kW] Potência de entrada Pe2 18,3 [kW] Potência de entrada Pe3 17,8 [kW]
Potência útil Pu1 18,3 [kW] Potência útil Pu2 17,8 [kW] Potência útil Pu3 17,2 [kW]
Potência dissipada Pd1 0,2 [kW] Potência dissipada Pd2 0,55 [kW] Potência dissipada Pd3 0,53 [kW]
Relação de transmissão im1 1 [-] Relação de transmissão i12 2,6 [-] Relação de transmissão i23 1,8 [-]
1170 [rpm] 450 [rpm] 250 [rpm]
Rotação N1 Rotação N2 Rotação N3
122,5 [rad/s] 47,1 [rad/s] 26,2 [rad/s]
Torque T1 149 [N.m] Torque T2 377 [N.m] Torque T3 659 [N.m]

P e 1=P m P e 2 =P u 1 P e 3= P u 2
P u 1 =P m∗η rol P u 2=P u 1∗η eng∗η rol P u 3 =P u 2∗η eng∗η rol
P d 1= P e 1−P u 1 P u 2=P m∗η eng∗η 2rol P u 3 =P m∗η 2eng∗η 3rol
i m 1 =1 P d 2 =P e 2−P u 2 P d 3 =P e 3−P u 3
P Z2 N1 Z N
T 1= ωu 1 i 12= = i 23= 3 = 2
1 Z1 N2 Z2 N3
Resumo da P P
T 2 = ωu 2 T 3= ωu 3
transmissão 2 3
109
Estudo de caso

110
Estudo de caso
PARTE 1
Objetivos:
● Determinação do resumo da
transmissão;
● Determinação das forças de
reação nos mancais do eixo
intermediário;
● Determinação dos diagramas de
esforços do eixo intermediário;

Dados gerais:
● Potência motor: 50 [HP]
● Rotação motor: 1185 [rpm]
● Rendimento pares de rolamento: 0.99
● Rendimento engrenamento: 0.98

1 hp = 745,7 W
1 cv = 735,5111W
Estudo de caso
Rotação
de entrada
D
A

C
B

250 mm 500 mm 250 mm

Dados das engrenagens:


● Engrenagens cilíndricas de dentes retos
● Ângulo de pressão: 20o
● Diâmetros primitivos:
Dp A=300 mm
Dp B=600 mm
DpC =250 mm
Dp D =750 mm

112
Referências
Teoria da Usinagem dos Materiais – Álisson R. Machado, Alexandre M. Abrão,
Reginaldo T. Coelho e Márcio B. da Silva. Blucher. 2015.

J. T. Black, Ronald A. Kohser. DeGarmo’s MATERIALS AND PROCESSES IN


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Norton, R.L. Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. 2ed. Porto Alegre:
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