1 – O PROBLEMA DA ESCASSEZ
A escassez é o problema econômico central de qualquer sociedade. Se não houvesse escassez, tampouco
haveria a necessidade de se estudar economia.
Mas, por que existe a escassez?
A escassez existe porque as necessidades humanas a serem satisfeitas através do consumo dos mais diversos
tipos de bens (alimentos, roupas, casas etc.) e serviços (transporte, assistência médica etc.) são infinitas
e ilimitadas, ao passo que os recursos produtivos (máquinas, fábricas, terras agricultáveis, matérias-primas
etc.) à disposição da sociedade e que são utilizados na produção dos mais diferentes tipos de produtos são
finitos e limitados, ou seja, são insuficientes para se produzir o volume de bens e serviços necessários para
satisfazer as necessidades de todas as pessoas.
É preciso não confundir escassez com pobreza. Pobreza significa ter poucos bens. Escassez significa mais
desejos do que bens para satisfazê-los, ainda que haja muitos bens. É preciso também não confundir
escassez com limitação. Um bem pode ter sua oferta limitada. Entretanto, se esse bem não for desejado,
se não houver procura por ele, ele não será escasso.
Assim, o fenômeno da escassez está presente em qualquer sociedade, seja ela rica ou pobre. E verdade que
para países como os Estados Unidos e a Suécia ela não é um problema tão grave como para países como a
Somália e a Etiópia, em que sequer as necessidades básicas da população são satisfeitas. Mesmo assim, a
escassez continua sendo um problema, uma vez que as aspirações por bens e serviços em geral superam
a quantidade de bens e serviços produzidos pela sociedade.
Da dura realidade da escassez decorre a necessidade da escolha. Já que não se pode produzir tudo o
que as pessoas desejam, devem ser criados mecanismos que de alguma forma auxiliem as sociedades a
decidir quais bens serão produzidos e quais necessidades serão atendidas.
2 - DEFINIÇÃO DE ECONOMIA
Uma vez entendido o sentido econômico da escassez, podemos passar para a definição de Economia.
Em termos etimológicos a palavra “economia” vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). Teríamos,
então, a palavra oikonomia que significa “administração de uma unidade habitacional (casa)”, podendo
também ser entendida como “administração da coisa pública” ou de um Estado.
Em Economia estudamos as maneiras pelas quais os diferentes tipos de sistemas econômicos administram
seus limitados recursos com a finalidade de produzir bens e serviços, objetivando satisfazer as ilimitadas
necessidades da população.
“Se o objetivo é atender ao máximo as necessidades da população e se os recursos são limitados,
então a administração desses recursos tem de ser feita de maneira cuidadosa, econômica (parcimoniosa),
racional e eficiente.” Em outras palavras, temos de “economizar” recursos.
Podemos, então, definir Economia como “a Ciência Social que estuda como as pessoas e a sociedade
decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na produção de bens e
serviços de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as
necessidades humanas”.
3 - SISTEMA ECONÔMICO
Um “Sistema Econômico” pode ser definido como a forma na qual uma sociedade está para desenvolver
as atividades econômicas de produção, troca e consumo de bens e serviços.
Toda economia opera segundo um conjunto de regras e regulamentos. Exemplificando, as firmas devem ter
licenças específicas a fim de que possam produzir e vender seus produtos; os trabalhadores devem ser
registrados em carteira. Essas são apenas algumas das regras existentes em nossa economia. Assim, todas
as leis, regulamentos, costumes e práticas tomados em conjunto, e suas relações com os componentes de
uma economia (firmas, famílias e governo), constituem o que denominamos “Sistema Econômico”.
• Trabalho
É o nome dado a todo esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços.
Assim, constitui trabalho no sentido econômico o serviço prestado por um médico, o trabalho de um
operário empregado na construção civil, a supervisão de um gerente de banco, o trabalho de um agricultor
no campo.
O tamanho da população estabelece para esse fator de produção um limite em termos de quantidade.
Entretanto, importa também a qualidade do trabalho. Todos sabem que duas pessoas que trabalham oito
horas por dia não são, necessariamente, igualmente produtivas. Por essa razão, em qualquer país, a
qualidade e o tamanho da força de trabalho são limitados, isto é, a quantidade total do recurso denominado
Trabalho também o é.
• Capacidade Empresarial
Alguns economistas consideram a “Capacidade Empresarial” também como um fator de produção. Isto
porque o empresário exerce funções fundamentais para o processo produtivo. É ele quem organiza a
produção, reunindo e combinando os demais recursos produtivos, assumindo, assim, todos os riscos
inerentes à elaboração de bens e serviços. E ele quem colhe os ganhos do sucesso (lucro) ou as perdas do
fracasso (prejuízo). Em algumas firmas o empresário pode ter uma dupla função e ser também o gerente;
em outras, tal fato não ocorre. De qualquer maneira, a função empresarial é necessária na economia.