A Servidão Moderna é um documentário francês lançado no ano de 2009 sob a
direção de Jean François Brient e Victor Leon Fuentes. O documentário trata de
forma polêmica e meio apocalíptico, como se encontra o ser humano e seu estado de escravidão na modernidade. O foco principal do documentário é fazer um alerta de como anda e como ainda continuamos escravos no mundo atual em decorrência do capitalismo e do mundo comerciário. O termo “servidão moderna” baseia-se na ideia de que a servidão não terminou, apenas evoluiu. Da sua escravidão inconsciente ao sistema, ao trabalho, aos meios de comunicação, alimentação, tecnologia, enfim, de maneira geral engloba tudo. De acordo com o documentário, o “sistema totalitário mercantil” nos induz cada vez mais a consumir e para isso dedicamos toda a nossa vida em trabalho e mais trabalho para acumular bens materiais, tendo em vista que o dinheiro é cultuado ainda nos dias de hoje. Podemos entender que, como trabalhamos para adquirir essas riquezas, e elas foram produzidas por outros trabalhadores que também estão em buscas de riqueza e bens, dar – se a entender que escravos trabalham para escravos num ciclo perpetuado pelo sistema capitalista. Isso tudo é trabalhado em nossa mente, mexendo com desejos nossos pessoais de cada vez mais obter mercadorias e o que nos instiga são principalmente veículos de comunicação, despertando assim nossos desejos mais consumistas. O documentário muitas vezes nos faz reconhecer que fazemos parte do fator do problema no contexto, vivendo em uma vida de apenas servidão para o capitalismo. Dizemos que vivemos em uma democracia onde todos tem os mesmos direitos, mas vemos que realmente as coisas não são assim, somos dominados por um sistema neoliberal onde nos encontramos como reféns dos interesses dos poderosos. O sistema atual coloniza a consciência dos escravos, por isso as forças de repressão são precedidas pela discussão, que desde a infância realiza sua obra de formação de escravos. Os escravos enganam sua insatisfação permanente com o reflexo manipulado de uma vida sonhada, feita de dinheiro. Podemos concluir que a humanidade caminha a passos largos, mas conserva traços do homem primitivo, uma vez que a “onda” do capitalismo é acumular. Ainda fazendo alusão ao passado, a sociedade atual tem também seus “escravos”, é a chamada escravidão moderna, ou ainda escravidão voluntária, não há expressão mais perfeita para se referir à nossa condição, uma vez que somos domados pelo sistema através de sua ideologia dominante; dominados a tal ponto que achamos não haver saída dessa ordem. Nesse contexto de escravidão, a questão do desemprego só assegura a dominação da elite, pois um cenário desses tornará o trabalhador agradecido à empresa pelo mantimento de seu cargo. Em outras palavras, nos tiram a capacidade de nos conscientizarmos; só enxergamos o que “eles” querem e dançamos conforme sua música, não desenvolvemos nosso senso crítico e nosso meio não nos dá condições para isso, para todo lado que olhamos só vemos extensões do Estado, suas ideias estão em todo lugar e a última coisa que querem é que retiremos o véu que nos impede de ver as coisas como realmente são.