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TEMAS LIVRES FREE THEMES


Inserção de profissionais de fisioterapia na equipe de saúde da
família e Sistema Único de Saúde: desafios na formação

Adding physiotherapy practitioners to family health teams and


Brazil’s National Health System (SUS): challenges in training

Daysi Jung da Silva 1


Marco Aurélio Da Ros 2

Abstract This paper presents the role of the phys- Resumo Este trabalho se insere numa proposta
iotherapist in the Family Health Program, par- de desvelar o papel do fisioterapeuta no Programa
ticularly with regard to all-round care, analyzing Saúde da Família, focalizando a integralidade,
the academic education of physiotherapists in objetivando analisar a formação acadêmica do
terms of this Program from the standpoint of the fisioterapeuta em relação ao Programa sob a óti-
players involved, based on an analysis of the Phys- ca dos atores envolvidos, tomando como caso o
iotherapy Course at the Tubarão campus of the curso de fisioterapia da Universidade do Sul de
Southern Santa Catarina State University (UN- Santa Catarina - campus Tubarão. Foi realizada
ISUL). Similar to a case study, a qualitative sur- uma pesquisa qualitativa, tipo estudo de caso, rea-
vey was conducted, interviewing three Family lizando-se entrevistas com três enfermeiras do
Health Program nurses, three teachers, two in- Programa Saúde da Família, três professoras, duas
terns and the Deputy Coordinator of this course. estagiárias e vice-coordenador do curso. Os dados
The data were analyzed through an examination foram analisados através da análise de conteúdo
of the contents of the collected responses. The clos- dos discursos coletados. Nas considerações finais,
ing remarks of this paper stress that the under-
pontua-se que o entendimento das enfermeiras e
standing of the nurses and the students of the role
também das alunas, sobre a atuação do fisiotera-
played by the physiotherapist in the Family
peuta no Programa Saúde da Família, está pau-
Health Program is guided by diseases. This indi-
tado nas doenças, havendo, portanto, necessidade
cates a need for better-informed lecturers and co-
ordination on this matter to avoid this repercus- de esclarecimento dos professores e coordenação
sion, extending experiences in the Family Health sobre o assunto em questão para evitar tal reflexo,
Program built up during the course and prepar- ampliando a experiência no próprio Programa
ing practitioners for working in teams providing Saúde da Família realizada pelo curso, preparan-
all-round care. do o profissional para a atuação em equipe e a
Key words All-round care, Professional educa- prática da integralidade da atenção.
1
Universidade do Sul de tion, Physiotherapy Palavras-chave Integralidade da atenção, For-
Santa Catarina. Avenida
mação de profissionais, Fisioterapia
Pedra Branca 25, Cidade
Universitária Pedra Branca,
88130-430. Palhoça SC.
daysi.ramos@unisul.br
2
Departamento de Saúde
Pública, Universidade
Federal de Santa Catarina.
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Silva, D. J. & Da Ros, M. A.

Introdução integralidade da assistência e a criação de vínculos


de compromisso e responsabilidade compartilha-
A formação dos “cuidadores” da saúde sempre foi dos entre os serviços de saúde e a população po-
uma preocupação marcante dos grupos huma- dem ser conseguidos através da efetiva implanta-
nos. Desde a época em que a saúde era associada à ção do PSF (Programa Saúde da Família)6. Por-
magia, nas tribos primitivas, os candidatos a “pa- tanto, o PSF passa a ser proposta de consolida-
jés” eram criteriosamente selecionados e “treina- ção do SUS. A proposta do programa vem con-
dos tutorialmente”1. Na fisioterapia, não é dife- quistando adeptos, sendo uma estratégia que des-
rente e a preocupação com a formação de novos taca a abordagem multiprofissional e ações pre-
profissionais tem sido cada vez mais enfatizada. ventivas de doenças e promoção da saúde. A meta
Historicamente, a atuação do fisioterapeuta de implantação de equipes de saúde da família,
é entendida como assistência no nível de atenção segundo o Ministério da Saúde (MS), para o ano
terciária; porém, sabe-se que quando inserido na de 2006 era 26.000 e foram efetivamente implan-
atenção primária, pode ser de grande valia para tadas 26.700 equipes, superando as expectativas7.
ações de promoção da saúde, prevenção de doen- Para Schmidt et al., os profissionais da área
ças e educação em saúde. sejam médicos, enfermeiros, dentistas, fisiotera-
Ceccato et al. dizem que na fisioterapia o pro- peutas ou outros, devem desenvolver ações no
blema de clareza sobre o objeto de trabalho in- modelo de atenção integral à saúde proposto pelo
duz a indefinições do campo de atuação do pro- SUS, participando ativamente de sua constru-
fissional, parecendo estar voltado para uma pe- ção8. Porém, o que se observa é que, desde a for-
quena parcela do objeto: a doença e suas seqüe- mação acadêmica, essa prática não vem sendo
las2. Este problema se reflete no perfil acadêmico contemplada, direcionando o trabalho desses
do fisioterapeuta, onde muitos estão voltados profissionais para atividades predominantemente
apenas para o processo de reabilitação. A capaci- curativas e reabilitadoras, não permitindo a prá-
tação do profissional para a ação preventiva e tica do modelo proposto pelo sistema (modelo
educativa é de extrema importância para a co- biomédico). Contudo, há uma escassez de docu-
munidade em que atua, contribuindo para a mentos tanto oficiais (dos ministérios) como da
melhora da qualidade de vida. própria categoria profissional indicando o espa-
Um documento (além do atual das diretrizes ço de atuação do fisioterapeuta na equipe de saúde
curriculares), cujo conteúdo parece ir além da da família ou mesmo no SUS.
concepção de uma assistência em nível curativo Sobre a formação de pessoal para a saúde,
ou reabilitador, é o Código de Ética Profissional um destaque da 11ª CNS foi o redimensiona-
do Fisioterapeuta, que apresenta além dos ter- mento do papel dos aparelhos formadores em
mos relacionados à recuperação também a pro- saúde (universidades e escolas técnicas) que, para
moção da saúde do indivíduo, bem como a par- o fortalecimento do SUS, devem revisar as estru-
ticipação em programas de assistência à comuni- turas curriculares, enriquecendo-as com debate
dade. Para desenvolver atividades deste nível, os da política, legislação e trabalho no SUS4.
profissionais devem estar bem preparados e in- Na 12ª CNS, ocorrida em dezembro de 2003,
formados sobre as políticas de saúde e particu- o plenário aprovou a composição da equipe
larmente sobre o Sistema Único de Saúde (SUS)3. multiprofissional, incluindo fisioterapeutas,
O SUS é uma forma de organização do siste- como apoio às equipes de Saúde da Família, de
ma de saúde do país, baseado nos princípios da acordo com necessidades locais, aumentando
integralidade, universalidade, equidade e interse- ainda mais as várias oportunidades de trabalho
torialidade. Tem como modelo a atenção inte- com a saúde da comunidade.
gral à saúde, diferenciando-se do modelo de aten- O Projeto de Lei nº 4261/2004 inclui os pro-
ção à saúde anterior, que era centrado na doença. fissionais de fisioterapia no PSF; porém, a forma
O princípio integralidade reapareceu na 11ª de inserção é que se encontra interrogada e uma
CNS (Conferência Nacional de Saúde) com for- tentativa do MS são os Núcleos de Saúde Inte-
ça no debate dos grupos presentes4 e para Denti5, gral (NSI). Esses núcleos são compostos por três
a integralidade supostamente acabou com a su- modalidades: atividade física e saúde, saúde men-
perposição de atividades em saúde. O ser huma- tal e reabilitação e existe inclusive um valor de
no ‘alvo da ação’ é visto de forma integral e não incentivo de custeio para os NSI variando de acor-
fragmentado em aparelhos e sistemas pelo mo- do com a composição e as modalidades de ação
delo clínico5. implantadas9.
Souza complementa dizendo que a busca da O documento estudado pelo MS para a im-
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plantação dos NSI traz à tona o princípio da inte- Por outro lado, o SUS é o grande emprega-
gralidade, que pode ser definida como esforço da dor dos trabalhadores de saúde; portanto, os
equipe de saúde em traduzir e atender da melhor profissionais que queiram trabalhar nele preci-
forma possível às necessidades de saúde, tendo sam conhecê-lo, conhecer sua realidade.
que ser captadas em sua expressão individual. A partir de 2002, foram aprovadas as Dire-
Assim, é fundamental registrar a preocupa- trizes Curriculares Nacionais para os Cursos de
ção com a formação dos novos fisioterapeutas e Graduação em Fisioterapia, que dizem que os
uma experiência é a da Universidade Federal de conteúdos curriculares podem ser diversificados
Juiz de Fora, assim como muitas outras, que já desde que assegurem o equilíbrio de conhecimen-
conta em sua grade curricular com o estágio de to nas diferentes áreas, níveis de atuação e recur-
fisioterapia em saúde coletiva, que se baseia em sos terapêuticos, a fim de assegurar a formação
dois eixos temáticos principais: a inserção do aca- generalista. Além disso, os cursos devem apre-
dêmico de fisioterapia na saúde coletiva amplian- sentar projeto pedagógico que tenha sido cons-
do sua qualificação profissional e a possibilidade truído coletivamente, centrado no aluno como
ao acesso da comunidade mais carente ao serviço sujeito da aprendizagem e apoiado no professor
de fisioterapia na atenção primária à saúde10. como facilitador desse processo12.
Para inserir-se no contexto da formação e da Em proposta viabilizada em 2005, o MS dis-
atenção básica, a competência do fisioterapeuta pôs-se a financiar reformas curriculares nos cur-
precisa ir além da boa técnica; é preciso estar sen- sos de medicina, enfermagem e odontologia em
sível às necessidades e às circunstâncias de vida três eixos, considerando que são fundamentais
das famílias envolvidas e dos colegas de trabalho para ocorrer mudanças na direção do SUS: con-
e embora o próprio mercado de trabalho esteja ceito de saúde-doença, cenários de prática e mo-
mudando na direção de um trabalho integrador, delo pedagógico9.
isso não significa somente buscar equipes com Diante desse contexto, fundamenta-se a preo-
profissionais de diversas áreas, integrados, ace- cupação em escrever um trabalho para discutir a
nando para uma perspectiva que atualmente está formação de novos profissionais da fisioterapia
sendo chamada de interdisciplinaridade11. Deve- voltados para a atuação no PSF/SUS/Atenção Bá-
se considerar que a intervenção não depende da sica, que contemple essa mesma direcionalidade.
atuação de somente um profissional, mas da fle- O objetivo geral deste estudo foi analisar a
xibilidade dos atores sociais envolvidos. formação acadêmica do profissional de fisiotera-
O treinamento participativo de toda a equipe pia em relação ao PSF sob a ótica dos atores en-
de saúde é basilar para que possa haver integra- volvidos nesta formação, tendo como caso o cur-
ção das ações e troca de experiências; logo, a edu- so de fisioterapia da UNISUL (Universidade do
cação em saúde é peça chave para as melhorias Sul de Santa Catarina) - campus Tubarão. Para
na saúde da população. isso, tomou-se como base os seguintes objetivos
De certa forma, nos últimos anos, a educa- específicos: verificar, a partir da ótica das respon-
ção na área da saúde vem sendo muito enfatiza- sáveis por equipes de PSF/enfermeiras, sua con-
da, sendo que não se trata de formar pessoal cepção sobre a fisioterapia nos serviços de aten-
apenas competente tecnicamente, mas profissio- ção básica, sendo que em tais equipes está inseri-
nais que tenham vivido e refletido sobre o acesso do o estágio do curso de fisioterapia da UNISUL;
universal, a qualidade e a humanização na aten- verificar a concepção de professores envolvidos
ção à saúde, com controle social. Os participan- com os estágios de fisioterapia em relação à inte-
tes da 11ª CNS entendem que a formação dos gração da prática de ensino na graduação com a
profissionais não está orientada, hoje, para o aten- prática dos serviços de saúde; verificar a visão dos
dimento da população usuária do SUS4. A defici- estagiários de fisioterapia quanto à sua formação
ência técnica e ética na formação do profissional em relação ao PSF/SUS; e verificar a concepção da
que chega ao serviço são marcantes; portanto, coordenação do curso de fisioterapia em ques-
este precisa ser mais bem preparado quanto à tão, enquanto gestor, sobre o preparo do seu aca-
humanização. O Ministério da Educação precisa dêmico para a atuação no PSF/SUS.
adequar o currículo das escolas de profissionais
de saúde, incluindo como prioridade as ações de
atenção básica. Os profissionais são, hoje, for- Materiais e métodos
mados para o uso intensivo de tecnologia e para
especialização, o que, como já foi dito, não é um Este estudo é constituído de uma pesquisa quali-
perfil adequado para o SUS. tativa do tipo estudo de caso14. A amostra foi
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Silva, D. J. & Da Ros, M. A.

composta por atores sociais envolvidos com a Primeiramente, o projeto deste trabalho foi
formação de profissionais de fisioterapia, sendo submetido à apreciação do comitê de ética em
alguns da própria instituição UNISUL e outros pesquisa da UNISUL, sendo aprovado confor-
extra-institucionais. Dentre eles: três enfermei- me parecer nº 04.072.4.06.III. Na seqüência, pas-
ras–gerentes, atuantes no PSF do bairro Três de sou pelo processo de qualificação em 15/junho/
Maio e da Vila Paraíso (município de Capivari 2004. Feitas as correções necessárias, partiu-se
de Baixo) e no bairro Passagem (município de para coleta de dados (junho a dezembro/2004).
Tubarão) – equipes com acompanhamento fisi- Inicialmente através de contato telefônico ou pes-
oterapêutico através do estágio da UNISUL (par- soal, o entrevistado recebeu esclarecimentos so-
ticipação dos estagiários da sétima fase do curso bre a pesquisa e foi convidado a participar, sen-
de fisioterapia), atuando especificamente na saúde do então a entrevista agendada e aplicada pela
da mulher; vice-coordenador do curso de fisio- própria pesquisadora.
terapia da UNISUL/Tubarão; três professoras Na ocasião do encontro, cada integrante da
supervisoras de estágio do referido curso; duas amostra foi informado sobre os cuidados éticos,
estagiárias do curso de fisioterapia da UNISUL/ assinando um termo de consentimento esclare-
Tubarão que já passaram pela experiência do es- cido (autorizando a entrevista, sua gravação em
tágio (cursando a oitava fase). fita K-7 e o uso das informações para fins de
O critério para eleger o número de pessoas pesquisa), todas as perguntas e respostas foram
foi intencional, tratando-se de uma amostra não gravadas. Além disso, foi ainda utilizado um di-
probabilística. ário de campo para que fossem realizadas ano-
Quanto ao critério de seleção, para selecio- tações sobre atitudes e interferências16.
nar as alunas, levou-se em conta o rendimento Todas as entrevistas foram transcritas fiel-
das mesmas no estágio de ginecologia e obstetrí- mente, sendo os dados submetidos a uma pré-
cia que era a ocasião de realização das atividades análise (fase de organização), categorizados (por
no PSF; a primeira obteve nota mais alta do gru- exaustão e surpresa) e na seqüência analisados
po de estagiários nas atividades do PSF e a se- através do método qualitativo de análise de con-
gunda obteve a nota mais baixa em tais ativida- teúdo dos discursos coletados17.
des. Para a seleção das professoras, uma delas já No caso deste estudo, após a leitura flutuante
havia trabalhado na supervisão do estágio (PSF), fez-se uma leitura mais precisa, pontuando-se as
a segunda estava prestes a assumir a supervisão unidades de registro (palavras-temas e frases re-
da atividade e a terceira era professora na área de cortadas das entrevistas) para a limitação das ca-
Unidade de Terapia Intensiva intencionalmente tegorias discutidas. Para eleição destas, utilizou-
escolhida por desenvolver atividade bastante es- se regras de numeração levando-se em conta a
pecializada e em ambiente intra-hospitalar. Para presença, a freqüência (sabendo-se que a impor-
a seleção das enfermeiras, as três eram responsá- tância de uma unidade de registro aumenta com
veis pelas equipes de PSF onde eram realizadas as a freqüência de sua aparição) e a co-ocorrência
atividades do estágio de Fisioterapia. (presença simultânea de duas ou mais unidades
Foram utilizados roteiros para entrevistas de registro numa unidade de contexto).
focalizadas15. Cabe registrar que foi realizado um Cabe registrar que os atores sociais envolvi-
piloto com os instrumentos através da aplicação dos são apresentados neste trabalho como nu-
dos mesmos em dois sujeitos, direcionando al- merais, garantindo o compromisso ético de não
gumas modificações. Pode-se perceber que o ro- revelar a identidade dos integrantes da amostra.
teiro proposto inicialmente continha questões
que não estavam suficientemente claras, pois as
entrevistadas solicitaram esclarecimento antes de Resultados e discussão
iniciar suas respostas.
Para o vice-coordenador do curso, foi utiliza- Tendo em vista que as entrevistas foram basea-
da uma entrevista semi-estruturada sobre o tema das em perguntas semelhantes para todas as ca-
proposto. Já para as supervisoras de estágio, es- tegorias de entrevistados (alunas, professoras,
tagiárias e responsáveis pela rede, foi utilizado o profissionais da rede e vice-coordenador do cur-
roteiro, contendo temas e subtemas a serem abor- so), fez-se uma análise geral das respostas, sem a
dados de acordo com os objetivos da pesquisa; preocupação de comparação entre cada uma de-
porém, sem proporcionar formulações fechadas las. Por retratar a opção metodológica qualitati-
de perguntas nem sugerir opções de respostas, a va, as categorias de análise que foram evidencia-
fim de buscar maior relevância nas informações. das são as que seguem destacadas em negrito.
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Algumas frases ou termos mereceram destaque, os estágios, pois uma metodologia de ensino que
ou porque surgiram de forma inesperada ou desvincule a teoria da prática desmotiva o aluno e
porque foram ditas com certa freqüência: dificulta o processo de ensino-aprendizagem18.
Assim, a mesma pergunta quando feita às
Estágio professoras e ao vice-coordenador do curso sur-
tiu também a referência de insuficiência do pre-
Dentre as respostas, a palavra estágio foi bas- paro para a atuação na saúde coletiva e ao está-
tante repetida. O momento do estágio deve ser gio como principal momento para tal prática.
visto como a oportunidade de vivenciar a reali- Para complementar, o depoimento do vice-co-
dade da profissão numa diversidade de cenári- ordenador vem confirmar que na prática há uma
os13, sendo bastante valorizado como fundamen- tentativa de iniciar a vivência do aluno na saúde
to para o processo pedagógico da nova Lei de coletiva, mas o próprio Projeto Político Pedagó-
Diretrizes Curriculares12. Quando perguntadas gico que rege o curso atualmente não contempla
sobre a preparação que o curso de fisioterapia tal atividade, constituindo-se de disciplinas vol-
da UNISUL do campus Tubarão ofereceu para a tadas ao ambiente ambulatorial e hospitalar,
atuação enquanto profissional no campo da saú- como já dito e qualquer modificação ainda de-
de coletiva, pode-se perceber nas respostas das pende do esforço de alguns professores.
alunas que somente na fase do estágio (último
ano da graduação) é que entraram em contato Equipe
com a realidade relacionada ao campo da saúde
coletiva, porém de forma insuficiente, conforme O termo equipe foi repetido muitas vezes, de-
a fala da Aluna 01: monstrando uma potência não imaginada na dis-
Bem, eu tive contato com essa área somente no cussão teórica e aparentemente não estimulada
sétimo semestre, durante o estágio de ginecologia nas perguntas do roteiro, mas diretamente en-
e obstetrícia e eu acho que o curso deveria se preo- volvido com integralidade (tema da pesquisa).
cupar mais ainda em estar preparando o profissio- Sobre o papel do fisioterapeuta dentro do SUS
nal [...]. e no PSF, as respostas relacionaram sua atuação
Ao que parece, somente na área de saúde da com a inserção na equipe e, por sua vez, o envol-
mulher havia preocupação em levá-los para o vimento com as atividades de cunho preventivo.
contato, ainda que extremamente limitado, com Para a Aluna 01, o fato de estar presente na
o PSF e a prática da educação em saúde. equipe de alguns serviços já representa uma situ-
Retoma-se, portanto, a preocupação sobre a ação positiva; porém, não é realidade que se tra-
formação acadêmica e o número reduzido de balhe em equipe. Para isso, sabe-se que é neces-
profissionais fisioterapeutas interessados a in- sária uma organização, um amadurecimento do
gressar no campo da saúde coletiva, percebendo grupo para partilhar conhecimentos, trabalhar
que a Aluna 01 se identifica com a área, mas apon- de forma articulada, um esclarecimento sobre
ta a insuficiência na sua formação. como cada profissional pode ser útil no objetivo
Outro ponto importante de ser ressaltado comum de melhorar a atenção à saúde da popu-
está na fala da Aluna 02, quando diz que apenas lação, conforme o que preconiza o MS19. Ainda
uma disciplina isolada na fase inicial do curso sobre equipe do PSF, os profissionais devem ser
tratou teoricamente de assuntos relacionados à preparados para o trabalho multiprofissional
saúde coletiva e que aulas práticas foram desen- através da adequação dos programas educacio-
volvidas durante o curso quase que somente em nais, sendo um grande desafio a capacitação dos
hospitais e clínicas. atuais profissionais, assim como a formação dos
Aluna 02: “[...] na quarta fase se eu não me futuros.
engano ou terceira, a gente tinha uma matéria Cabe apontar para a discrepância entre a res-
sobre saúde pública, eu achei que ficou vago, assim posta da Professora 02 e a resposta da Profissio-
não teve tanta explicação, não teve tanta ênfase, nal da rede 01, pois a professora assume sua
tanta, tanta realidade mesmo sobre o que era saú- posição em relação à falta de atualização sobre o
de coletiva”. assunto. Isso leva a perguntar: Será que o docen-
A Carta de Vitória pode auxiliar no encami- te está preparado para a tentativa de despertar
nhamento de tal situação, deliberando que os cur- no aluno o interesse pela saúde coletiva? É co-
rículos devem passar por uma adequação regio- mum que alguns colegas tenham mais afinidade
nal, incluindo experiências práticas desde as fases com o ambiente hospitalar, aliás, isso é até neces-
iniciais do curso, a fim de preparar o aluno para sário, mas salienta-se que tal professora, na oca-
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Silva, D. J. & Da Ros, M. A.

sião da entrevista, já havia feito parte do projeto pia na atenção básica, a formação de profissio-
que levava os alunos para atividades no PSF. nais e as políticas de educação em saúde que têm
Professora 02: [...] “Eu não tenho um conhe- avançado e com certeza daqui a algum tempo
cimento aprofundado sobre [...] sobre PSF e o que esta forma de pensar será menos freqüente, prin-
eu sei, não sei se eu não tô desatualizada, é que cipalmente em se tratando de professores, que
fisioterapeuta não [...] não faz parte da equipe são formadores dos profissionais que estarão no
básica” [...] mercado de trabalho.
Na fala da Professora 02, notou-se certa dis-
Pessoas de baixa renda tinção entre o fisioterapeuta da unidade básica
de saúde e o fisioterapeuta do SUS ou do PSF,
A relação entre o SUS e pessoas de baixa ren- como se estes últimos não tivessem como local
da foi mais freqüente do que o esperado, sendo de trabalho aquele espaço e que a unidade básica
mencionada por professores, alunos, pelo vice- de saúde é algo desvinculado do SUS/PSF. Apa-
coordenador do curso e até por profissionais da rentemente, há uma confusão e a própria pro-
rede. Tais colocações levam a refletir por que as fessora aponta sua falta de atualização no assun-
ações de saúde do SUS são tidas como concessão to, situação que deve ser repensada pelo curso
aos pobres, que o governo age no que não inte- estudado, pois fica complicado formar alunos
ressa ao setor privado e, por exemplo, se o PSF para a atenção básica quando os professores (tal-
for tratado como um programa único para todo vez baseados em sua própria formação) não di-
país com atendimento básico para os pobres sem recionam suas atividades para a área.
procedimentos de alta e média complexidade tem Já sobre as entrevistas com os profissionais
muito para dar errado; vai ao contrário das pre- da rede, os termos relacionados à integralidade
missas do SUS que falam de equidade/universa- surgiram quando foi abordada a inclusão do fi-
lidade. sioterapeuta no PSF e SUS.
O próprio serviço de fisioterapia no âmbito A Profissional da rede 02 relaciona o traba-
do SUS foi abordado nas entrevistas como sen- lho em grupo com a integração, onde exploran-
do assistência para pessoas de baixa renda. do os conhecimentos dos integrantes do grupo,
estimulando-os a reagir aos agravos e incenti-
Integralidade vando a partilha de suas vivências pode-se cola-
borar com o coletivo. Sua fala corresponde tam-
Embora seja uma palavra-chave e mesmo bém ao que diz o documento sobre os Núcleos
uma categoria à priori, uma vez que ela estava de Saúde Integral, onde profissionais como o fi-
contida no roteiro das entrevistas, o termo inte- sioterapeuta (na modalidade reabilitação) e o
gralidade surge nas respostas diversas vezes. Foi professor de educação física (na modalidade ati-
uma das mais trabalhosas categorias para a aná- vidade física) oferecem suporte à equipe de saúde
lise, pois integralidade é um termo com significa- da família na atenção à saúde da comunidade9.
dos diversos, sendo que sua interpretação exige Numa postura mais condizente com a docên-
observação criteriosa do contexto no qual está cia, para a mesma pergunta o vice-coordenador
inserido. A pergunta se referia ao entendimento coloca sua preocupação com a formação do pro-
do entrevistado sobre integralidade da atenção à fissional, integrando o aluno, iniciando-o na re-
saúde. lação com o SUS, pois os programas de forma-
Outras palavras relacionadas à integralidade ção profissional devem estar integrados com es-
surgiram no corpo das respostas (exemplo: inte- paços experimentais de aprendizagem, onde os
gral, multiprofissional, integrar, integradas, in- alunos não sejam somente observadores, mas que
tegração) e seus sentidos abordam o trabalho se engajem nas ações da atenção básica à saúde,
em equipe, integralidade na formação profissio- preocupando-se com a ética e com as políticas de
nal, totalidade e não somatório de fragmentos20,21. saúde, tendo integralidade nas ações, intercomu-
Percebe-se na fala da Professora 03, de certa nicação e interação com a equipe, além ainda da
forma, um descrédito ao fisioterapeuta em rela- importante relação com a comunidade22.
ção à possibilidade de sua integração numa equi- Enfim, as respostas dos entrevistados de al-
pe, principalmente ao observar a parte final da guma forma apontam para as ações de saúde
sua resposta, quando diz que outros profissio- voltadas para práticas assistenciais e preventi-
nais atuam na integralidade, mas que o fisiotera- vas; o que deve ser pontuado é a simultaneidade
peuta está bem defasado. Vários eventos nacio- dessas ações. Se pensarmos na polissemia do ter-
nais e internacionais discutem sobre a fisiotera- mo, as categorias equipe e promoção da saúde
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estavam também incluídas nos sentidos de inte- do curso atividades voltadas especificamente para
gralidade. a área da saúde coletiva. Sabe-se da importância
Na metodologia qualitativa, além das cate- de os profissionais de saúde conhecerem as polí-
gorias por exaustão, existem também aquelas que ticas de saúde e o SUS já na graduação para ter
chamam a atenção pelo inusitado, por se encon- uma visão mais ampla da sua função como pro-
trarem fora das perspectivas, de certa forma in- fissional de saúde23. No documento Políticas de
duzidas pelo roteiro. Na seqüência, uma reflexão Educação e Desenvolvimento para o SUS, encon-
sobre as que surgiram nas entrevistas: tra-se registrada a abertura para profissionais
da fisioterapia na equipe do PSF, embora não
PSF – SUS como serviços diferentes seja realidade geral24. A 12ª CNS (em 2003) apro-
vou a composição da equipe multiprofissional
A Aluna 02, quando perguntada sobre o que incluindo o fisioterapeuta25; na seqüência, o Pro-
conhece em relação ao PSF-SUS, foi taxativa afir- jeto de Lei nº 4261/2004 incluiu o fisioterapeuta
mando que são serviços, estruturas diferentes. oficialmente no PSF e o MS tem trabalhado na
Isso possivelmente é o reflexo dos próprios pro- criação dos Núcleos de Saúde Integral na tentati-
fessores que também não demonstraram enten- va de efetivação desta inclusão9. Está claro que
dimento quanto à diferença. Mesmo tendo pas- muitas mudanças estão ocorrendo e a universi-
sado por uma experiência anterior à data da cole- dade deve acompanhá-las, pois as oportunida-
ta dos dados desta pesquisa, como foi o caso das des de emprego para os alunos, que serão os
Professoras 01 e 02, que participaram do projeto novos profissionais, surgirão e estes devem estar
desenvolvido durante o estágio de ginecologia e preparados para ingressar na realidade.
obstetrícia junto à três equipes de PSF da região
de Tubarão, as idéias explicitadas mostraram-se Tem que começar para poder
confusas e isso tende a refletir nos alunos.
É possível ainda pensar que, por ser até hoje A Professora 02, quando responde como o
chamado de programa, tal atividade (PSF) seja fisioterapeuta pode ajudar a construir o SUS-PSF,
percebida como diferente do SUS. Ou seja, há novamente adota uma postura transparente em
possibilidade de que a confusão possa ser indu- relação ao seu desconhecimento sobre tal prática
zida, pelo menos em parte, pelas próprias políti- e afirma que uma postura ativa do profissional
cas do MS. pode ser a base para a conquista do espaço den-
tro do programa. Algumas experiências da fisio-
Passar informações terapia no PSF/SUS na atenção básica têm sido
divulgadas e justamente por estes esforços é que a
Uma surpresa em relação ao entendimento fisioterapia é uma das áreas mais avançadas e acei-
da Aluna 02 sobre a atuação do fisioterapeuta no tas dentre as que não estão presentes nos progra-
PSF foi a ênfase na prática de “passar informa- mas de saúde pública e que está tendo sua atua-
ções”, pois quando se refere às atividades desen- ção reconhecida oficialmente, podendo-se citar a
volvidas no estágio junto a uma equipe de PSF, criação dos NSI como o exemplo mais recente.
aponta para a tendência da prática professoral, Outras categorias localizadas foram: promo-
ligada ao modelo tradicional de educação, onde ção da saúde, prevenção, postinho de saúde, dis-
alguns sabem e devem ensinar (os profissionais criminação por médicos, que por motivo de ele-
de saúde) e outros não sabem e devem aprender ger eixos principais de análise para este artigo e
(os pacientes/a comunidade). Essa atitude é co- por terem sido pouco exaustivos não serão ana-
mum no dia-a-dia do profissional de saúde e lisados.
também dentro das equipes, mas muitas vezes é o
próprio usuário quem adota a posição passiva,
não tendo consciência de seu poder como ator Considerações finais
social.
Após a realização deste trabalho, que pretende
Se tivesse incentivo funcionar como subsídio aos que trabalham por
mudanças na saúde, convidando à reflexão, al-
A Professora 02, quando perguntada sobre gumas considerações surgiram, principalmente
seu conhecimento em relação ao PSF e SUS, le- durante a análise e discussão dos dados, sendo
vanta a questão da falta de incentivo, enfatizan- agora apontadas para a possibilidade de apro-
do o fato de não estarem previstas no currículo fundamento deste tema.
1680
Silva, D. J. & Da Ros, M. A.

Numa análise geral, foi constatado que prá- integralidade. Notou-se que todos demonstra-
ticas de integralidade ocorreram pontualmente ram certa compreensão sobre o que seja integra-
no estágio de ginecologia e obstetrícia do curso lidade, mas não de sua totalidade.
estudado, conforme afirmações dos entrevista- Não foi analisada a inter-relação entre as cate-
dos, deixando descobertos três anos do curso gorias de entrevistados (professores/alunos/coor-
(sem atividades neste sentido). Percebe-se, por- denador/enfermeiras), mas é necessário registrar
tanto que há certa tendência à prática tecnicista. que foram observadas situações em que ainda se
Esta deve abrir espaço para atividades na aten- fez presente o modelo tradicional, valorizando o
ção básica, pouquíssimo exploradas. Não se deve modelo hospitalocêntrico, intervencionista.
perder de vista que a escola tem poder estrutura- Algo que não poderia deixar de citar é que,
dor, forjador de estilos de pensamentos e é a res- com a saída da pesquisadora do grupo de do-
ponsável pelo perfil do profissional que forma, centes do curso de fisioterapia de Tubarão, os
sendo que o ensino-aprendizagem deve ser enca- projetos junto às equipes de PSF foram extintos
rado como um ativo e contínuo processo de duas e no término da coleta de dados deste trabalho
vias entre aluno e professor, permitindo o ensino as atividades retornaram para os ambientes am-
das ciências a partir de uma visão integradora. bulatorial e hospitalar, ou seja, depende de um
Os resultados demonstram ainda a necessi- professor, e desta forma constata-se que não é
dade de inserção de atividades voltadas à atenção institucional a proposta.
básica, aproximando os alunos da realidade, ain- É importante citar que os atores sociais en-
da que de forma gradual, no decorrer do curso. volvidos com a formação de novos profissionais
Para isso, talvez seja necessária a realização de devem ser estimulados à construção participati-
capacitação dos professores, uma vez que não va do conhecimento, vendo cada um e principal-
foram originalmente capacitados para propor- mente o aluno como co-autor da formação.
cionar tais práticas a seus alunos. A discussão sobre o tema integralidade tem
Pontua-se também que o entendimento da sido freqüente por retomar este princípio dos SUS
maioria das enfermeiras entrevistadas (chefes de que, de forma geral, foi o menos explorado se
equipes do PSF) sobre a atuação do fisiotera- comparado à equidade e à universalidade. A in-
peuta no PSF está pautado apenas em atividades tegralidade é fundamental na discussão das polí-
curativas e de prevenção de doenças. As profes- ticas públicas de saúde porque por meio dela
soras e as alunas também expressaram tal idéia. pode-se viabilizar a saúde na perspectiva da vi-
Isto aponta para a necessidade de esclarecimento são ampliada da mesma; é necessário compre-
dos professores e da coordenação para modifi- endê-la e executá-la em todos os seus sentidos,
car a ênfase biomédica ainda presente. Sugere-se ou a prática biomédica hegemônica persistirá.
que a única experiência no PSF realizada no cur- As diretrizes curriculares e o NSI apontam
so, na fase de estágio, possa ser ampliada, prepa- para modificações e reinserções, mas é preciso
rando o profissional para a atuação em equipe e assumir de frente as dificuldades. Talvez uma saída
a prática da integralidade da atenção. seja, de posse deste trabalho, buscar a coordena-
Chama a atenção que as três professoras en- ção do curso de fisioterapia da UNISUL (cam-
trevistadas desconhecessem os conceitos estru- pus Tubarão) e propor capacitação aos profes-
turantes do SUS/PSF (como integralidade, equi- sores, como no SUS/PSF. Acredita-se ainda que
dade, promoção da saúde), o que naturalmente tais dificuldades não sejam características exclu-
reflete nos alunos. Percebeu-se também uma di- sivas desta universidade, provavelmente tal refle-
ferença entre o pensamento do pessoal da rede e xão servirá também para outros cursos com pro-
dos professores, pois de certa forma está mais blemas semelhantes.
claro para os primeiros o papel do fisioterapeuta Sabe-se que o assunto não se esgota e espera-
no PSF, o que preocupa, pois como preparar os se que outros pesquisadores explorem mais re-
profissionais para ocupar o espaço que está sen- sultados para que se tenha na prática a integrali-
do conquistado para a fisioterapia se os profes- dade inserida na formação de novos profissio-
sores não estão conscientes desta necessidade? nais de saúde. Espera-se que este trabalho tenha
Há uma reforma curricular em andamento contribuído no sentido de abrir caminhos e des-
na UNISUL e 2007 deve ser um ano de muitas pertar os atores envolvidos com a formação de
mudanças. Este pode e deve ser um momento novos profissionais de fisioterapia para discus-
importante para mudar esse eixo formador de são e a prática da integralidade.
um modelo ultrapassado para um modelo de
1681

Ciência & Saúde Coletiva, 12(6):1673-1681, 2007


Colaboradores

DJ da Silva foi responsável pela coleta e trata-


mento dos dados, redação do artigo. MA Da Ros
foi responsável pelo resumo, concepção e reda-
ção final.

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