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FACULDADE DEVRY FACI

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MURILO REZENDE VERAS

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA: TRATAMENTO CONVENCIONAL DA


ÁGUA

BELÉM – PA
2018
MURILO REZENDE VERAS

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA: TRATAMENTO CONVENCIONAL DA


ÁGUA

Trabalho de apresentado à Professora Ms.


Heline Santana Modesto Neves, para o SIDA de
Saneamento Básico, do curso de Engenharia
Civil, da Faculdade Devry Faci, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil.

BELÉM – PA
2018
1 INTRODUÇÃO

A água é um recurso necessário para o desenvolvimento social, político e


econômico da sociedade. Para tanto, é indispensável que se faça manejo correto
deste recurso, uma vez que a água pode vir a ser contaminada durante seu ciclo
hidrológico, sendo necessário que este recurso passe por um processo de tratamento
que permite a potabilidade da água.
O processo de tratamento da água, muitas vezes requer altos investimentos,
podendo se tornar mais complexo e de custo elevado devido a quantidade e os tipos
de impurezas presentes nos mananciais contaminados. Assim, nos últimos anos, as
políticas governamentais brasileiras vêm aumentando a cobertura das redes de
abastecimento de água potável, mas a parcela da população que carece destes
serviços ainda é grande, cerca de 12 milhões de brasileiros (IBGE, 2008).
No tratamento convencional da água, são diversas as etapas, onde se emprega
a sedimentação com uso de coagulantes e é compreendido pelas seguintes
operações unitárias: Coagulação, Floculação, Decantação, e Filtração para a
Clarificação da água, seguida da correção do pH, Desinfecção e Fluoretação.
O presente trabalho tem por finalidade promover uma revisão bibliográfica
acerca das etapas que compõe o tratamento convencional de água para
abastecimento humano.
2 TRATAMENTO DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO

2.1 Conceito

No Brasil, os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para


consumo humano e seu padrão de potabilidade são estabelecidos pela Portaria n°
2914/2011 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). De acordo com esta portaria, a
água tratada é aquela submetida a processos físicos, químicos ou combinação destes,
visando atender ao padrão de potabilidade estabelecido por essa legislação, que se
trata do conjunto de valores adotados como parâmetro da qualidade da água para
consumo humano, tais como o monitoramento microbiológico da água, os percentuais
de turbidez ou o controle de determinados componentes químicos já presentes ou
adicionados durante o processo de tratamento da água.
O tratamento da água costuma ser realizado dentro de uma Estação de
Tratamento de Água (ETA), composta por diversas instalações e equipamentos
destinados a tornar a água apta para o consumo, prevenindo doenças veiculadas por
meio hídrico e trazendo qualidade de vida à população. O processo de tratamento de
água pode ser dividido em 5 etapas principais (MACEDO, 2007):

a) Avaliação da água bruta: a água que chega a estação de tratamento se


encontra cheia de impurezas e com uma coloração bem amarelada, está agua
é analisada, acrescenta-se alguns produtos químicos e passa por processos
físicos para que possa ser feito os processos seguintes.

b) Coagulação: nessa etapa do tratamento, são adicionadas algumas


substâncias químicas, como o sulfato de alumínio, que desempenham a
função de formar pequenos coágulos de sujeira na água bruta;

c) Floculação: a água fica em movimento dentro de tanques específicos, gerando


flocos de sujeira que se misturam aos coágulos e tornam-se maiores e
pesados;
d) Decantação: a força da gravidade faz com que os flocos formados nas etapas
anteriores se acumulam nos fundos do tanque, separando-se da água;

e) Filtração: a água que chega para essa etapa pode conter pequenas partículas
de sujeira e para maior eficácia do tratamento passa por filtros que contém
várias camadas, uma de área, uma de brita, carvão e brita mais grossa. Esse
processo é conhecido como filtragem biológica e retira todas as impurezas da
água.

As próximas etapas se caracterizam pela adição de materiais químicos como cal


que corrige a acidez da água, o flúor que é adicionado para diminuir o problema de
cáries da população e o cloro que elimina totalmente os germes nocivos à saúde da
água já tratada.
Depois que a água já passou pelos principais processos de tratamento dentro da
ETA ela é testada para corrigir seu pH e evitar corrosões nas tubulações e evitar danos
à saúde, esse teste é feito a cada duas horas e se a água não estiver dentro dos
padrões permitidos é feita a descarga da água, que costuma ir direto o processo que
tratamento novamente. A porcentagem de cloro, cal, sulfato de sódio e alumínio que
permanece na água após o tratamento não é prejudicial à saúde.

2.2 Importância do tratamento

O tratamento de água permite que a população tenha acesso a este recurso dentro
dos padrões de potabilidade necessários ao consumo humano, influenciando
diretamente na qualidade de vida das pessoas. Isto porque a água não tratada
(contaminada) é um veículo poderoso de doenças Segundo Santos (2016), as
principais patologias que mais atingem a população são:
 Diarreia infecciosa;
 Coléra;
 Lepstospirose;
 Hepatite;
 Esquistossomose.
Considerando tais fatores, o processo de tratamento visa livrar a água de
qualquer tipo de contaminação, evitando a transmissão de doenças e dando maior
qualidade de vida à população.

2.3 Tratamento Convencional

2.3.1 AERAÇÃO

A aeração consiste em colocar a água em contato estreito com uma fase


gasosa, geralmente ar, com objetivo de estabelecer a transferência de substâncias
solúveis do ar para água e, aumentando seus teores de oxigênio e nitrogênio, e a
transferência de substâncias voláteis da água para o ar, removendo o excesso de
substâncias como o gás carbônico, o metano e gás sulfídrico, e causando a
precipitação de compostos indesejáveis, como o ferro o manganês.
Os principais tipos de aeração são por aspersão, gravidade, difusão de ar ou
forçada. Os principais tipos de aeradores são os por difusão de ar os aeradores
mecânicos, que podem ser de eixos verticais, inclinados e horizontais. Existem ainda
aeradores mecânicos submersíveis. Aeradores de eixo vertical podem ser rápidos ou
lentos (em relação a rotação), sendo que os aeradores rápidos (eixo vertical ou
inclinado) podem ser de fluxo descendente (que introduzem o ar na mistura) ou de
fluxo ascendente (apenas eixo vertical - que geram aerossóis). Aeradores de eixo
horizontal são aqueles compostos por vários conjuntos de pás que quebram a tensão
superficial da água, produzindo como efeito a introdução de ar na mistura
(METCALF&EDDY, 2003).

2.3.2 DECANTAÇÃO

A decantação é o processo onde as partículas de densidade maior que a da


água são depositadas em uma superfície ou zona de armazenamento, por gravidade.
Os principais tipos decantadores são os decantadores convencionais de escoamento
horizontal e os laminadores. Esta etapa, conforme já mencionado, tem por objetivo
separar as partículas de sujeiras e resíduos mais pesados presentes na água em
processo de tratamento (MACEDO, 2007).

2.3.3 FILTRAÇÃO

Esta etapa é responsável pela remoção das impurezas presentes na água bruta
(filtração lenta), coagulada ou floculada (filtração rápida direta) ou na água decantada
(filtração rápida). Nesta fase, a água passa por um meio granular poroso, geralmente
de camadas de pedregulhos, areia e antracito (nos filtros rápidos), onde ficam retidas
as impurezas. A filtração pode ser classificada quanto ao seu sentido de escoamento
e velocidade de transação pela camada filtrante como filtração lenta, rápida de fluxo
ascendente ou rápida de fluxo descendente, e direta quando não houver unidade
prévia de remoção de impurezas.

2.3.4 DESINFECÇÃO

A desinfecção consiste na remoção de micro-organismos, patogênicos ou não,


presentes na água, podendo ser principalmente por processo de cloração, onde
utiliza-se o cloro como desinfetante; ozonização, onde o ozônio é o agente
desinfetante; ou exposição da água à radiação ultravioleta e íons de prata.
3 CONCLUSÃO

O tratamento adequado da água para abastecimento é de grande importância,


pois trata-se de um recurso fundamental para a sobrevivência humana e o
desenvolvimento da sociedade, além do fato de que são inúmeras as doenças
transmitidas pela água imprópria para o consumo. Segundo o relatório do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA, 2015), 323 milhões de pessoas
no mundo correm o risco de contrair doenças veiculada pela água contaminada em
locais como África, América Latina e Ásia, e pelo menos 3,4 milhões de pessoas
morrem ao ano por falta de tratamento adequado da água destinada a consumo.
Também deve-se ressaltar que o tratamento envolve alto consumo de energia
elétrica, produtos químicos e o trabalho de técnicos especializados, processo que
pode ter altos custos. Logo, é importante que se faça uso de forma correta deste
recurso, evitando desperdícios e realizando a manutenção periódica das instalações
hidráulicas.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Portaria n° 2419/2011. Ministério da Saúde.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE (2008).


Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro. Brasil.

MACEDO, J. A. B. Águas & Águas. 3º Ed. Minas Gerais: CRQ – MG, 2007.

METCALF&EDDY. WastewaterEngineering – Treatment and Reuse, 4 ed., Ed.


McGraw-Hill, 2003.

PNUMA. Addressing the Role of Natural Resources in Conflict and Peacebuilding.


Nairóbi: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 2015.

SANTOS, D. C. Saneamento para a gestão integrada das águas urbanas, ed. 1.


Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2016.

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