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PROTOCOLOS
DE
CONDUTAS OBSTÉTRICAS
PR O T O C O LO D E C O N D U TAS O B S T É T R I CAS
0
Diretor da MEJC. Prof. Dr Kleber de Melo Morais
COORDENADORES:
COLABORADORES:
1
I.3. Ginecologia
II. Ambulatórios
II.01. Pré-natal de Baixo e Médio Risco
II.02. Pré-natal de Alto-Risco
II.03. Ginecologia Geral
II.04. Ginecologia Infanto-Juvenil
II.05. Patologia Mamária
II.06. Esterilidade Conjugal
II.07. Anticoncepção e Planificação Familiar
II.08. Uro-Ginecologia
II.09. Oncologia
II.10. Endocrinologia
II.11. Climatério
II.12. Dor Pélvica
II.13. Cardiologia
B. Setores
01. Centro de Recepção e Triagem
02. Centro de Partos I
Posto de Plantão
Enfermaria de Pré-Parto
2
Salas de Partos
Posto de Enfermagem
Enfermaria de Puerpério Imediato
S. O. Infectada
03. Centro Cirúrgico
Salas de Cirurgia
Unidade de Recuperação de Operados
04. Alojamento Conjunto
05. Enfermaria de Puerpério
06. Enfermaria Pós-cirurgia
07. Centro de Treinamento Intensivo
08. Berçário I
09. Berçário II
10. Apartamentos
11. Centro de Partos do 20 andar
NORMAS GERAIS
Das Internações
1. A internação nas enfermarias do D.T.G. será feita através de solicitação específica dos
Setores ambulatoriais, obedecendo-se a critérios de urgência e ordem cronológica de
procura.
2. Poderão ser internadas diretamente na Maternidade parturientes ou gestantes para
tratamento clínico e/ou propedêutica especial.
3. Poderão ser internadas diretamente na Enfermaria de Ginecologia casos de urgência
em ginecologia, atendidos no Serviço de Emergência.
4. Toda paciente, exceção feita às do item 3, no ato da internação deverá vir
acompanhada de seu prontuário com o Resumo do caso e indicação da internação
assinada pelo responsável do Setor de onde provém a paciente, devidamente revisado
e autorizada pela Junta Médica.
5. A solicitação de internação só será atendida se as condições acima expostas, firmadas
pelo Docente Responsável forem devidamente preenchidas.
Das Consultas
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1. As consultas nos diferentes Setores Ambulatoriais serão marcadas no SAME,
obedecendo a critérios de urgência e/ou ordem cronológica de procura.
Das Interconsultas
1. Os pedidos de interconsultas a especialistas de outros Departamentos serão
encaminhados em formulários adequados, firmados pelo responsável pelo setor ou
pelo Residente do 20 Ano.
2. Os pedidos de interconsultas de outros Departamentos deverão ser prontamente
atendidos pelo Residente do 20 Ano que deverá dar ciência da ocorrência ao Docente
Responsável pelo Setor.
das altas
1. Critérios especificados de cada Setor.
2. Serão preenchidos convenientemente o Boletim de Internação e Alta e o Sumário de
Alta. Este Sumário será conferido e assinado pelo responsável. Nenhum prontuário
poderá ser devolvido ao SAME sem que esse requisito esteja devidamente cumprido.
3. Todas as pacientes com alta deverão ser orientadas convenientemente pelo Residente
do 10 Ano.
Das Cirurgias
1. Todo caso encaminhado à cirurgia por qualquer Setor do Departamento, deverá ser
acompanhado por um resumo clínico e a proposição da terapêutica cirúrgica, assinada
pelo responsável pelo Setor (São exceções as cirurgias de urgência) e visado pela
Junta Médica.
2. Após a cirurgia a paciente não poderá sair do Centro Cirúrgico, sem a descrição
completa do ato operatório, detalhando os diversos tempos da cirurgia, o registro
minucioso das complicações e/ou acidentes, e o diagnóstico pós-operatório. Essa
descrição é tarefa do residente e na sua ausência, do auxiliar.
3. Nenhuma paciente operada poderá sais do centro cirúrgico sem a prescrição pós-
operatória.
4
do fluxo vaginal a fresco. Caso contrário deverá ser medicada e marcada nova
consulta para colheita da citologia.
2. Todos os casos de óbito deverão ser solicitados exames de necrópsia.
3. Todo o pessoal de serviço deverá comparecer ao seu setor obrigatoriamente
uniformizado.
Das Reuniões
As reuniões Clínicas e Administrativas do Departamento obedecerão rigorosamente ao
calendário estabelecido pela Chefia do Departamento.
Da Investigação
1. Todas as pesquisas a serem realizadas no Departamento deverão ter um Projeto
detalhado e aprovado pela Comissão de Ética da Maternidade Escola Januário Cicco
e pela Plenária do Departamento de Toco-Ginecologia.
2. As pesquisas serão Orientadas por Professores do Departamento, dando-se
preferência a aqueles titulados (Mestrado ou Doutorado) ou que apresentem larga
experiência em pesquisa.
3. Em todos os Trabalhos realizados no Departamento, a publicação ou a apresentação
em Congressos ou reuniões Científicas, deverá conter os nomes dos responsáveis pelo
setor bem como a aprovação da Plenária do Departamento.
Das Visitas
1. As visitas às Enfermarias serão procedidas pelo responsável designado (R2, R1 e
Doutorando estagiário) sob supervisão docente como primeira atividade diária.
2. Duas vezes por semana os Professores Chefes das Disciplinas de Ginecologia e
Obstetrícia farão visitas detalhadas aos setores de sua disciplina, acompanhado de sua
equipe.
3. Eventualmente o Chefe do Departamento, a seu critério, fará uma visita geral aos
setores, acompanhado pelos chefes de Disciplinas e equipe.
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
I. CENTRO DE ADMISSÕES
Da Enfermagem
1. Identifica a paciente (nome, idade, cor, procedência).
2. Retira dados antropométricos (peso, altura).
5
3. Verifica dados vitais (pulso, pressão arterial e temperatura).
4. Prepara adequadamente a paciente para exame obstétrico ou ginecológico.
5. Comunica ao responsável pela realização do exame.
6. Permanece na sala durante a execução do toque.
Da Equipe De Plantão
1. Faz exame clínico geral e especializado
2. Realiza história clínica.
3. Redige o prontuário
4. Recusa ou admite a paciente, anotando convenientemente sua atitude, após discussão
com o Docente.
Ii. Ambulatório
1. Todas as pacientes que procurarem assistência dos diferentes Setores dos
Ambulatórios da Maternidade Escola prestados pelo Departamento de Toco-
Ginecologia, deverão passar, previamente, pelo S.A.M.E. (Serviço de Arquivo Médico e
Estatística).
2. De posse do registro serão encaminhadas aos Setores Especializados onde terão
anotados: dia, hora e local da consulta.
DISTRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE
I. ENFERMARIA DE OBSTETRÍCIA
Residente Do 20 Ano
O residente do 20 ano, sob a supervisão direta dos chefes de setores desenvolverá
atividades clínicas e administrativas. Para tanto, Executará as seqüentes funções:
1. Realiza o disposto no Anexo I;
2. Reconhece situações passíveis de soluções cirúrgicas e as discute com o Docente
responsável antes de sua execução;
3. Participa de todas as atividades cirúrgicas realizadas por residente do 1 0 Ano e
Doutorando;
4. Supervisiona a realização de história clínica, evoluções e tarapêuticas propostas;
5. Revisa descrição de atos cirúrgicos realizados pelos residentes do 1 0 Ano e
Doutorandos;
6. Apresenta diariamente, as fichas de altas ao Docente responsável;
7. Propõe junto ao Docente responsável pelo setor a internação de casos clínicos à
Enfermaria após discussão com o Residente do 10 Ano e Doutorando;
8. Participa das visitas clínicas diárias à Enfermaria;
6
9. Apresenta os casos de Enfermaria durante a visita realizada pelo Chefe do
Departamento;
10. Auxilia na organização e participa de reuniões e seminários propostos pelos
responsáveis pela Maternidade;
11. Responsabiliza-se diariamente pela passagem de plantão, fazendo relato
pormenorizado de pacientes internadas no Centro de Partos e das que necessitam
cuidados especiais;
12. Substitui o Residente de 10 Ano, nas tarefas que lhes são atribuídas, quando do
seu impedimento justificado;
13. Faz resumo do caso nos encaminhamentos referenciados a outros serviços, após
comunicação.
Anexo I
1. Realiza cesáreas;
2. Realiza fórceps;
3. Partos vaginais;
4. Versão interna;
5. Cerclagem;
6. Embriotomia;
7. Histerectomias intra-cesárea;
8. Amniocentese;
9. Vácuo Extrator;
10. Participa das monitorizações bioquímica e eletrônica do parto.
Residente Do 10 Ano
O Residente de 10 Ano, sob a supervisão direta dos Residentes do 2 0 Ano e Chefes dos
Setores, desenvolve as seguintes funções:
1. Realiza o disposto no Anexo II;
2. Reconhece situações passíveis de soluções cirúrgicas e as discute com o
Residente do 20 Ano e docente responsável, antes de sua execução;
3. Participa de todas as atividades cirúrgicas realizadas pelos Doutorandos;
4. Orienta a realização de historia clínica e evoluções executadas pelos
Doutorandos;
7
5. Propões terapêutica e supervisiona sua execução após discussão com o Residente
do 20 Ano;
6. Acompanha o Doutorando à sala de Admissão e decide pela internação de
parturientes;
7. Comunica à chefia do plantão qualquer desvio de normalidade na evolução do
trabalho de parto;
8. Participa das visitas diárias à Enfermaria;
9. Assiste à visita realizada pelo Chefe do Departamento;
10. Participa de reuniões e seminários propostos pelos responsáveis pela
Maternidade;
11. Substitui o Doutorando, nas tarefas que lhe são atribuídas, quando de seu
impedimento justificado.
Anexo Ii
Doutorandos
1. Realiza o disposto no anexo III;
2. Realiza história clínica e evolução diária dos pacientes internados;
3. Solicita exames complementares após discussão com o Residente e diligencia sua
execução;
4. Examinam pacientes na sala de admissão, discutindo a conduta a ser adotada com
o Residente do 10 Ano;
5. Comunica ao Residente do 10 Ano qualquer desvio de normalidade na evolução
do trabalho de parto;
6. Mantêm em ordem as fichas das pacientes internadas;
7. Participa das visitas diárias à enfermaria e apresenta os casos sob sua
responsabilidade;
8. Assiste à visita realizada pelo Chefe do Departamento;
8
9. Participa de reuniões e seminários propostos pelos responsáveis pela
Maternidade;
10. Substitui o Acadêmico Quintanista, nas tarefas que lhe são atribuídas, quando do
seu impedimento justificado.
Anexo III
1. Controle clínico de pacientes em trabalho de parto;
2. Realiza partos normais;
3. Participa de partos operatórios sob orientação;
4. Auxilia cesáreas;
5. Realiza curetagem uterina.
Acadêmicos Quintanistas
1. Realiza o disposto no anexo IV;
2. Realiza histórias clínicas na admissão juntamente com o Doutorando;
3. Comunica ao Doutorando ou Residente qualquer desvio de normalidade do
trabalho de parto;
4. Examina pacientes da sala de Admissão, discutindo com o Residente a conduta a
ser tomada;
5. Participa das atividades didáticas do plantão;
6. Mantêm em ordem as fichas das pacientes internadas;
7. Participa de reuniões e seminários propostos pelos responsáveis pela
Maternidade.
Anexo IV
1. Controle clínico do trabalho de parto;
2. Realiza partos normais;
3. Instrumenta cesárea;
4. Auxilia o Doutorando ou residente responsável na execução do fórcipe.
II - ENFERMARIA DE GINECOLOGIA
Residente Do 20 Ano
O Residente de 20 Ano terá a seu cargo todo o funcionamento da Enfermaria de
Ginecologia, sob a supervisão direta do Responsável pelo setor.
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Desenvolve para tanto as seguintes funções:
1. Supervisiona todas as atividades desenvolvidas na enfermaria;
2. Realiza o disposto no Anexo I;
3. Assiste a todas as atividades cirúrgicas realizadas por residentes de 10 Ano;
4. Supervisiona realização de histórias clínicas, evoluções e terapêuticas propostas,
escrevendo suas anotações;
5. Revisa descrição de atos cirúrgicos, realizados pelos residentes do 10 Ano;
6. Apresenta diariamente as fichas em ordem das pacientes de alta ao Docente
responsável;
7. Promove a internação de casos clínicos à Enfermaria, após autorização do
Docente e discussão com o Residente do 10 Ano e Doutorando;
8. Participa das visitas clínicas diárias à Enfermaria;
9. Apresenta casos de Enfermaria durante a visita realizada pelo Chefe do setor, o
Chefe da Disciplina ou do Departamento;
10. Substitui o Residente do 10 Ano, nas tarefas que lhe são atribuídas, quando do
seu impedimento justificado;
11. Seleciona os casos para cirurgia, marcando no Centro Cirúrgico, data hora e
equipe;
12. Redige o boletim operatório;
13. Requisita os exames especiais;
14. Providencia exames especiais;
15. Providencia as transfusões sangüíneas quando necessário;
16. Realiza os curativos específicos e supervisiona a aplicação de medicamentos;
17. Retira pontos e prepara pacientes para a alta que será assinada pelo Docente
responsável;
Anexo I
Realiza:
1. Himenotomia;
2. Exêrese de lipomas e fibromas vulvares;
3. Ureterocistopexia retropúbica;
4. Correção de enterocele;
5. Correção de rotura de 30 grau do períneo;
6. Miomectomia;
7. Histerectomia abdominal;
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8. Histerectomia vaginal;
9. Salpingectomia;
10. Esterilização cirúrgica abdominal;
11. Esterilização cirúrgica por Mini-laparotomia;
12. Laparotomia por gravidez ectópica;
13. Laparotomia por abscesso tubo-ovariano;
14. Amputação do colo uterino;
15. Traquelorrafia;
16. Mastectomia simples.
Residente Do 10 Ano
11
7. Responsabiliza-se pelo Follow-up das pacientes;
8. Requisita os laudos e pareceres quando necessário, acompanhando as pacientes
até o setor especializado.
Anexo II
Realiza:
1. Curetagem de prova;
2. Punção de fundo de saco;
3. Drenagem de Bartholinite aguda; Bartholinectomia e Marsupialização da
Glândula de Bartholin;
4. Cauterização de condiloma;
5. Colporrafia anterior;
6. Colpoperineorrafia;
7. Conização do colo uterino;
8. Exérese de nódulo mamário;
9. Salpingectomia;
10. Auxiliar como 10 assistente os Residentes do 20 Ano em todas as suas cirurgias e
como 20 assistente auxiliando cirurgia de Docentes;
Doutorandos
1. Realiza o disposto no Anexo III;
2. Realiza histórias clínicas e evoluções diárias;
3. Solicita exames complementares após discussão com o residente e apressa sua
execução;
4. Atende à sala de admissão junto ao Residente do 1 0 Ano, para avaliação dos
casos a serem internados;
5. Realiza junto ao Residente do 20 Ano, curativos nas pacientes internadas;
6. Mantêm em ordem as fichas das pacientes internadas;
7. Participa das visitas diárias à Enfermaria e apresenta os casos sob sua
responsabilidade;
8. Assiste à visita realizada pelos Chefes da Disciplina e do Departamento;
9. Auxilia o residente do 10 Ano na realização do disposto no Anexo II.
Anexo III
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1. Auxilia como 10 assistente os Residentes do 10 Ano em todas as cirurgias e como
20 assistente as cirurgias dos Residentes do 20 Ano;
IV - PLANTÃO DE OBSTETRÍCIA
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE
I - Chefe Do Plantão
1. Supervisiona as atividades médicas, didáticas e administrativas do plantão;
2. Atende com a colaboração da equipe de plantão as ocorrências médicas do
plantão;
3. Decide em última instância, acerca das ocorrências médicas do plantão, quando
solicitado pela equipe;
4. Intervem, quando julgar necessário, nas atividades didáticas e administrativas do
plantão, corrigindo os desvios porventura encontrados;
5. É responsável pela disciplina da equipe de plantão, do pessoal auxiliar, dos
pacientes e visitantes;
6. Confirma a indicação de cirurgias durante o plantão;
13
7. Ministra, no início de cada período letivo, aulas teóricas-práticas aos alunos do
Curso de graduação, sobre propedêutica Obstétrica e mecanismo do parto;
8. Realiza sessões didáticas acerca dos casos obstétricos ocorridos no plantão, com
Residentes, Estagiários, Doutorando e alunos de plantão;
9. Delega aos médicos Residentes, tarefas de orientação didática;
10. Distribui entre os membros da equipe de plantão, as tarefas e responsabilidades,
exercendo fiscalização quanto ao desempenho;
IV - Residente Do 10 Ano
1. Auxilia o Residente do 20 Ano na execução direta das atividades do Plantão;
2. Colabora com o Residente do 20 Ano nas tarefas administrativas;
3. Participa ativamente de todas as cirurgias e partos operatórios de plantão;
4. Orienta os alunos Plantonistas na realização de partos eutócicos e curetagens
uterinas;
5. Supervisiona o Centro de Admissão, orientando os estudantes na propedêutica e
confecção dos prontuários, responsabilizando-se pela internação das pacientes;
6. Supervisiona as enfermarias da clínica Obstétrica prestando assistência às
pacientes internadas;
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7. Responsabiliza-se pela orientação aos familiares acerca da doação de sangue
para admissão das pacientes.
Doutorandos
1. Realiza sob a supervisão do residente os parto eutócicos e curetagens uterinas;
2. Auxilia o Residente na realização dos partos operatórios e cirurgias;
3. Responsabiliza-se pela propedêutica obstétrica das parturientes e seu registro,
relatando ao residente as ocorrências e distócias;
4. Realizar os exames obstétricos das pacientes admitidas e confecciona ou orienta
o aluno-plantonista na confecção dos prontuários;
5. Dirige-se ao Residente, durante o plantão, a fim de receber orientação acerca das
tarefas médicas e administrativas;
6. Revisa e responsabiliza-se pelos prontuários das pacientes admitidas
VI - Aluno-Plantonista
1. Realiza a propedêutica das pacientes admitidas, juntamente com o Doutorando e
sob a supervisão dos Residentes;
2. Redige os prontuários das pacientes admitidas;
3. Realiza a propedêutica das pacientes, anotando todos os dados clínicos no
Partograma;
4. Realiza, sob supervisão, os partos eutócicos;
5. Assiste atos obstétricos e cirúrgicos do plantão;
6. Assiste: aulas e sessões didáticas, ministradas por docente ou pela equipe de
plantão.
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ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
I - CONCEITO:
Avaliação inicial e periódica das condições de saúde da gestante e especial atenção aos
fatores de risco que constituem aspectos relevantes da assistência à mulher grávida. É o
período apropriado que a equipe de saúde tem para fornecer educação à gestante em
assuntos relacionados à saúde e ao parto.
II OBJETIVOS:
1. Preparar a mulher para a maternidade;
2. Prestar assistência psicológica à gestante;
3. Orientar hábitos de higiene pessoal e ambiental;
4. Identificar riscos para a mãe e para o concepto;
5. Diagnosticar e tratar enfermidades intercorrentes concomitantes com a
gestação, que possam afetar a vida da mãe e/ou do feto;
6. Fazer a profilaxia, diagnóstico e tratamento das enfermidades próprias da
gravidez e do parto;
7. Educar a gestante para o aleitamento materno.
Primeira Consulta
- Após constatação do atraso menstrual (o mais precoce possível). Deverá ser feita a
triagem do risco obstétrico (formulário apropriado anexo), anamnese, exame físico,
solicitação de exames complementares de rotina colheita de material para citologia
oncótica.
- Após 4 semanas, quando se analisarão os resultados dos exames complementares e
serão realizados o controle ponderal e o exame obstétrico.
Consultas subsequentes
- Não sendo constatado risco obstétrico, a gestante deverá comparecer ao pré-natal a
cada 4 semanas até a 32ª semana, passando para intervalos menores, de 2 semanas até a
38ª semana. A partir de então, as consultas deverão ser realizadas semanalmente até que
ocorra o parto.
IV - ANAMNESE:
a) Identificação
Nome completo
Idade
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Cor
Profissão
Estado civil
Procedência
Escolaridade (curso mais elevado)
b) Antecedentes familiares
Cardiopatias
Pneumopatias (tuberculose)
Hipertensão arterial
Diabetes
Epilepsia
Neoplasias
Gemelaridade
Doenças psíquicas
Malformações (anotar doenças e o grau de parentesco entre os genitores)
c) Antecedentes pessoais:
Cardiopatias
Pneumopatias
Nefropatias
Psicopatias
Hipertensão arterial
Diabetes
Transfusões de sangue ou derivados
Cirurgias
Anemias
Epilepsia
Infecções sistêmicas (sífilis, rubéola, toxoplasmose, sarampo, varicela, herpes,
hepatite e AIDS)
Uso de medicamentos
Hábitos e vícios (especialmente álcool, fumo e drogas)
d) Antecedentes ginecológicos:
Idade da menarca
História dos ciclos menstruais (intervalo, duração, quantidade, regularidade)
Antecedentes sexuais (idade da 1a relação sexual, freqüência e disfunções)
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Cirurgias ginecológicas
Uso de métodos anticonceptivos
Infertilidade e/ou esterilidade
Enfermidades da mama
Colpocitologia oncótica (data e resultado do último exame)
Doenças sexualmente transmissíveis (promiscuidade e multiplicidade de parceiros
impõe a pesquisa de HIV).
e) Antecedentes obstétricos:
História menstrual e data da última menstruação
Número de gestações
Número de partos (Interrogar tipos de partos e peso do RN)
Número de abortamentos (espontâneos e/ou provocados, idade gestacional)
Número de nativivos e de filhos vivos
Número de natimortos e de neomortos
Peso e estatura dos recém-nascidos anteriormente
Intercorrências em gestações anteriores
Investigar aleitamento materno
Intervalo interpartal.
f) Data provável do parto (acrescentar 10 dias e 9 meses). Cálculo da idade gestacional
atual (em semanas) Data do início dos primeiros movimentos fetais.
V - EXAME FÍSICO
a) Geral:
Estatura
Determinação do peso (avaliar o ganho ponderal - usar o Normograma).
Avaliação do estado nutricional (Utilizar normograma com altura e peso e
percentagem ideal altura/peso).
Marcar no gráfico o ponto que corresponde ao percentual encontrado para a idade da
gravidez. (O gráfico permite a identificação de déficit ou excesso de peso).
Inspeção de pele e mucosas.
Verificação da tensão arterial.
Medida da Freqüência Cardíaca Materna (usar o pulso radial).
Palpação da tireóide.
Ausculta Cardiopulmonar.
Pesquisa de edemas e varizes.
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b) Ginecológico/obstétrico:
Exame das mamas.
Medida da altura uterina - (Utilizar gráfico do Centro Latino-Americano de
Perinatologia). Valores normais entre os percentis 10 e 90 do gráfico.
Ausculta fetal - Com o sonar Doppler acima da 10ª - 12ª semana e com o Pinard
acima da 20ª semana.
Inspeção dos genitais externos
Exame especular - Inspeção das paredes vaginais e do colo uterino, realização de
exame à fresco do fluxo vaginal, teste do Hidróxido de Potássio e colheita de material
para colpocitologia oncótica - ectocérvice.
Toque vaginal -
1º Trimestre: Avaliar as dimensões, orifício e consistência do colo uterino.
2º Trimestre: Detectar sinais de incontinência istmo-cervical.
3º Trimestre: Avaliação clínica da pelve, seus principais diâmetros e a maturidade
do colo.
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a) Hemoglobina ou hematócrito:
Considera-se anemia na gravidez quando: os índices de Hemoglobina se encontram
abaixo de 10g/dl e/ou o hematócrico inferior a 32%.
Hemoglobina maior ou igual a 11 g/dl = sem anemia. Suplementação de Ferro a partir
da 20ª semana com uma drágea de sulfato ferroso (300mg = 60mg de Fe
elementar) ao dia.
Hemoglobina menor que 11 g/dl e maior que 8 g/dl = anemia leve ou moderada.
Solicitar parasitológico de fezes e tratar parasitoses, se presentes, após o 1º
trimestre. Prescrever sulfato ferroso (3 drágeas /dia) + ácido fólico (5 a 10
mg/dia). Repetir dosagem após 30 dias (Se os níveis estiverem subindo manter o
tratamento, caso contrário encaminhar para o pré-natal de alto risco).
Hemoglobina igual ou menor que 8 g/dl = anemia grave, encaminhar para o pré-natal
alto risco.
b) Tipagem sanguínea e fator Rh:
Paciente com fator Rh negativo com antecedentes de transfusões e/ou com parceiro
Rh positivo ou desconhecido - Solicitar teste de Coombs indireto: se negativo,
repeti-lo a cada 4 semanas. Sedo o teste positivo, com valor igual ou superior a
1:16, encaminhara paciente para pré-natal de alto risco.
c) VDRL:
1. VDRL positivo maior ou igual a 1:8 - Tratar com penicilina benzatina
2.400.000 UI IM (3 doses) a intervalos de 1 semana (total 7.200.000 UI).
2. VDRL positivo menor que 1:8 (Cicatriz sorológica ou exame falso positivo).
Fazer o teste de anticorpos treponêmicos (FTA-ABs) ou repetir o VDRL com
30 dias.
3. VDRL negativo - Repetir no terceiro trimestre.
d) Urina tipo I:
Proteinúria: É fundamental para diagnóstico da infecção urinária, uropatias, afecções
sistêmicas, DHEG, etc.
“Traços” - solicitar dosagem com 15 dias.
“Traços” - associados à hipertensão e/ou edema - Encaminhar para o alto risco.
“Maciça” - encaminhar para o alto risco.
Piúria: Solicitar urocultura com antibiograma. Resultado acima de 100 mil
colônias, tratar de acordo com o antibiograma (avaliar o conteúdo vaginal através
de exame especular para afastar possível contaminação durante a colheita).
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Hematúria: Associada a piúria, solicitar cultura. Isolada, consultar nefrologista.
Cilindrúria: Cilindro hialino considerar normal. Cilindros granulosos e células
considerar comprometimento dos túbulos renais (consultar nefrologista).
Glicosúria: Pode resultar de comprometimento dos túbulos renais. Solicitar
glicemia de jejum.
e) Parasitológico de fezes: Identificado o parasita, discutir seu tratamento. Caso haja
necessidade de tratar, fazê-lo de preferência no segundo trimestre. Se não houver
comprometimento do estado geral deixar para tratar no puerpério.
Vacina Antitetânica
Situação vacinal Conduta
Não vacinada ou não sabe informar passado Aplicar 3 doses da vacina com
vacinal intervalos de 2 meses a partir do 50
mês
Com vacinação incompleta (tendo recebido 1 dose) Completar o total de 3 doses iniciando
no 50 mês
Vacinada com esquema completo. Última dose há Aplicar uma dose de reforço
mais de 5 anos
Vacinada com esquema completo. Última dose há Gestante imunizada, nenhuma dose a
menos de 5 anos aplicar
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Obs: O feto só é considerado imunizado após aplicação de duas doses. Se não der tempo fazer
com intervalo de 2 meses, faz-se com intervalo de 1 mês.
X - ORIENTAÇÃO HIGIENO-DIETÉTICA:
1 - DIETA: Hiperproteica, hipoglicídica e hipolipídica.
Alimentos de maior importância: frutas, verduras, legumes, carne, ovos, leite e
derivados.
Orientar a ingestão de menores quantidades de alimentos em cada refeição,
recomendar intervalos de aproximadamente 3 horas. (café, lanche, almoço, lanche,
jantar, lanche e, se acordar na madrugada comer alguma coisa, fruta ou doce).
Suplementação de ferro, ácido fólico e vitaminas a partir da 20 a semana, se
necessário.
2 - Asseio corporal:
Incentivo aos banhos diários e higiene dos dentes e gengivas.
Proscritas as saunas e duchas vaginais.
3 - Vestuário:
Roupas confortáveis. Evitar sapatos com saltos muito altos e finos para evitar quedas.
Preferência por saltos médios e largos.
Dar preferência às roupas feitas com tecidos finos, delicados e arejadas.
4 - Exercícios e esportes:
As caminhadas e a natação são os exercícios mais recomendados. As ginásticas
aeróbicas e de impacto bem como os esportes que possam provocar traumatismos
devem ser desaconselhados.
.5 - Atividade sexual:
As relações sexuais estão liberadas durante toda a gestação desde que não haja
enfermidades (obstétricas ou não) que contra-indiquem (sangramentos, ameaça de
abortamento, trabalho de parto prematuro e/ou bolsa rota, etc), desde que sejam
do agrado da gestante.
6 - Atividades domésticas:
Os trabalhos domésticos não estão contra-indicados, pelo contrário devem ser
estimulados.
7 - Viagens:
Devem ser evitadas no primeiro trimestre e após a 32ª semana. Apesar de não
interferirem na evolução da gravidez, entretanto, diante da necessidade de
assistência obstétrica torna-se mais difícil com a gestante fora de sua região
22
domiciliar. As viagens aéreas não são prejudiciais quando o avião possuir cabine
pressurizada, não sendo permitida pelas empresas aéreas a partir do 7º mês.
8-Tratamento odontológico:
Recomendado desde que sejam utilizados anestésicos locais sem adrenalina.
Deve ser evitado o uso de radiografias, porém, quando for indispensável, deve ser
feita uma boa proteção do abdome da gestante, com aventais de chumbo.
9- Uso de drogas:
O uso de medicamentos deve ser utilizado levando-se em conta os critérios do risco e
benefício. Utilizar, de preferência, drogas que sejam comprovadamente inócuas para a
mãe e seu concepto.
O fumo deve ser totalmente proscrito.
O álcool pode ser utilizado em pequenas doses (etilismo social). O alcoolismo é
altamente prejudicial.
O uso de drogas que causam vícios deve ser totalmente proscrito.
TRATAMENTO DOS PEQUENOS DISTÚRBIOS DA GRAVIDEZ:
Náuseas E Vômitos:
Orientar alimentação freqüente e em pequenas quantidades, preferindo alimentos
secos (bolachas, pão, torradas, etc.) e evitar condimentos e frituras.
Medicamentos: Dimedinidrato + piridoxina (Dramin-B6), Bromopride (Plamet e
Emepride) ou em última instância a Metoclopramida (Plasil). 3 a 4 comprimidos
VO ao dia uma hora antes das refeições.
Em casos de hiperemese encaminhar para internamento.
Pirose:
Orientar refeições em pequenas quantidades e freqüentes. Evitar doces, alimentos
condimentados e refrigerantes.
Não deitar após as refeições, quando for dormir manter cabeceira da cama mais
elevada.
Medicamentos: Caso a sintomatologia não desapareça com as medidas anteriores,
podem ser usados os antiácidos (a base de Magnésio e/ou Alumínio) uma hora
após as refeições.
Obstipação:
Orientar a paciente para aproveitar melhor o reflexo orto ou gastrocólicos, utilizar
uma alimentação rica em resíduos: aveia, verduras, frutas (mamão, laranja, ameixa,
etc.).
Medicamentos: laxantes suaves e fibras sintéticas.
23
Exercício para melhorar o peristaltismo e estimular a defecação.
Hemorróidas:
Banhos de assento com água aquecida.
Contra-indicar o tratamento cirúrgico.
Medicamentos: Castanha da índia, pomadas (Ultraproct), supositórios (Proctium).
Encaminhar ao proctologista quando estas medidas não forem suficientes.
Varicosidades:
Evitar posição ereta prolongada.
Deitar com as pernas elevadas.
Meias-elásticas de média compressão.
Fazer caminhadas.
Usar sapatos com salto médio largo (favorecem a contração dos músculos da
panturrilha).
Medicamentos: derivados da castanha da índia
O tratamento cirúrgico deve ser contra-indicado na gravidez.
Edema:
Proscrever o uso de diuréticos.
Orientar dieta normossódica.
Orientar repouso em decúbito lateral esquerdo.
Evitar longa permanência em uma mesma posição (sentada ou em pé).
Cãimbras:
Orientar a ingestão de cálcio (leite, peixes, aveia, couve, etc.)
Ingestão de potássio e magnésio (batata, banana, carne, cereais, folha verde, vagem,
etc.)
Evitar a ingestão de fósforo (amendoim, castanha do Pará e grão de bico...)
Durante a crise orientar a flexão do pé sobre a perna para alongar o tríceps.
Corrimentos Vaginais:
Monilíase: Banhos de assento (bicarbonato de sódio). Evitar roupas molhadas,
grossas e de fibras sintéticas.
Medicamentos: Somente os de uso tópico a base de nistatina (Micostatin), nitrato
de isoconazol (Gyno-Incaden), miconazol (Gynodaktarin). Fazer o tratamento, de
preferência a partir do 20 trimestre. Na crise aguda em qualquer época.
Gardnerella vaginalis e Trichomonas vaginalis: O tratamento oral está contra-
indicado.
24
Durante o 10 trimestre fazer apenas acidificação vaginal com banhos de assento
com água e ácido acético (1 a 2 colheres de vinagre/litro de água).
No 20 e 30 trimestres o tratamento local deve ser feito com creme vaginal à base de
Metronidazol (Flagyl), tinidazol (Gino-Pletil, Facyl M, Fasigyn), além de acidificar
o meio vaginal.
O tratamento oral do parceiro sexual é mandatório. Deve ser feito com:
Metronidazol (flagyl), Tinidazol (Pletil, Facyl, Fasigyn).
Proscrever a atividade sexual e a ingestão de bebidas alcoólicas durante o
tratamento.
INTRODUÇÃO
A assistência ao parto deve ser iniciada no momento em que a parturiente procura
o Serviço de Pronto Socorro Obstétrico e é examinada. A partir deste momento a equipe
médica passa a ser responsável pelas ocorrências que acometam a paciente. Firmado o
diagnóstico de trabalho de parto, exige-se da equipe de saúde medidas na sua maioria
expectante, que permita detectar todas e quaisquer intercorrência, que exija a
intervenção obstétrica.
TRABALHO DE PARTO
I - Conceito: É o esforço realizado pelo útero com a finalidade de expulsar o produto
conceptual, estando a gestação com idade superior a 22 semanas.
II. - Diagnóstico De Trabalho De Parto - A gestante deve ser submetida a anamnese,
palpação abdominal e toque vaginal. O diagnóstico de trabalho de parto deve ser
firmado quando as condições abaixo forem verdadeiras:
1. Contrações uterinas de boa intensidade com uma freqüência mínima de 2 a 3 em
10 minutos e duração de pelo menos 30 segundos.
2. Eliminação de tampão mucoso.
3. Protrusão (Formação) da bolsa das águas.
25
4. Apagamento e dilatação do colo uterino (2 cm nas nulíparas e 3 cm nas
mulheres que tenham parido mais de uma vez por via vaginal.).
IV - Internação - Emergência:
A gestante só deverá ser internada se o trabalho de parto estiver bem caracterizado ou
se houver alguma complicação (ameaça de parto pré-termo, Amniorexes prematura,
hemorragia, etc). Quando houver indicação de internamento, a admissão, a abertura e
o preenchimento do prontuário deverão ser feitos de forma cuidadosa. Todas as
informações deverão ser anotadas em seus devidos locais e as informações
importantes que não constam na folha padrão, deverão ser anotadas na folha de
evolução. Solicitar ao SAME os prontuários de pacientes que foram acompanhadas
pelo Serviço de Assistência Pré-Natal da MEJC. Quando a parturiente tiver sido
acompanhada em outro Serviço Médico, solicitar o cartão do acompanhamento pré-
natal do outro Serviço e anexá-la ao seu prontuário.
Cuidados gerais na internação:
Higiene corporal - a paciente deverá tomar banho antes de ser transferida para a
expectação
Vestiário. - Deverá ser fornecida roupa do serviço após o banho e as da paciente serão
devolvidas ao acompanhante.
Esvaziamento intestinal - até a dilatação de 6 cm, usar supositório de glicerina via
retal (introdução feita pelo examinador).
26
Pesquisar situação de risco (DHEG, Amniorexes prematura, trabalho de parto
prematuro, cardiopatia, apresentação pélvica, etc.) e tratá-las de acordo com os
respectivos protocolos, tendo o cuidado de comunicar ao chefe da equipe.
27
3. Tipo de apresentação, variedade de apresentação, situação, posição e variedade
de posição.
28
A. Locoregional - é a conduta rotineira nos casos em que houver necessidade de
episiotomia. Deve ser realizada com 20 ml de xilocaina a 2%, sem vasoconstrictor,
bloqueando-se o nervo pudendo interno ao nível das espinhas ciáticas. Antes da
infiltração, palpar cuidadosamente o local. A seguir distribuir o anestésico na
metade inferior da vulva, em movimentos de avanço e recuo, em forma de leque,
verificando sempre se não houve punção acidental de vasos sangüíneos. A agulha
deve ser longa.
B. Bloqueio peridural - Estará indicado quando houver:
- na aplicação de fórcepe;
- em cardiopatas;
- em com cesárea anterior;
- na inversão do tríplice gradiente descendente sem resposta ao uso da meperidina.
7. Episiotomia - Médio lateral direito: é a adotada no serviço. Deve ser feita partindo-
se da fúrcula vaginal, com tesoura reta, utilizando-se a outra mão cujos dedos
(indicador e médio) introduzidos na vagina servirão de guia. Deve ser ampla e
executada antes que os planos músculos-aponeuróticos já tenham sido distendidos. O
momento ideal é aquele no qual a apresentação começa a solicitar o períneo.
Principais indicações da episiotomia:
Todas as primigestas
Todos os partos prematuros
Fetos macrossômicos
Períneos rígidos
Episiotomia anterior
Aplicação de fórcepe
Cesareadas anteriormente
V - ASSISTÊNCIA AO 3º PERÍODO
Secundamento ou delivramento se processa após o desprendimento do feto e se
caracteriza pelo descolamento (dequitação ou dequitadura), descida e pela expulsão
da placenta e de suas páreas (membranas corioamnióticas).
Mecanismos de Descolamento Da Placenta:
I - Baudelocque-Schultze - Corresponde às placentas de inserção alta, ocorre em cerca
de 75 % dos casos, o desprendimento é em forma de guarda-chuva, a placenta ao sair
fica invertida (aparece, inicialmente, a face fetal) e a perda sangüínea só é visível após
a saída da placenta.
29
II - Baudelocque-Duncan - Corresponde às placentas de inserção baixa ou prévia,
ocorre em cerca de 25 % dos casos, o desprendimento começa pelo bordo da placenta
que não sofre inversão e a perda sangüínea é visível antes da saída da placenta.
Conduta Expectante: A conduta diante do delivramento deverá ser expectante até
aproximadamente 20 minutos após o parto do concepto, acompanhando-se os
fenômenos fisiológicos do parto da placenta. O obstetra deverá, a intervalos de 5
minutos, verificar se ocorreu o descolamento, recorrendo a uma das manobras abaixo,
caso o descolamento não ocorra no intervalo de tempo recomendado.
30
Massagear o fundo uterino após o delivramento para melhorar a formação do globo
de segurança de Pinard.
31
cuidado de não deixar espaços vazios nem sangramentos. A pele deverá ser coaptada
com pontos separados e o cat-gut cromado amarrado com um terceiro nó apertado.
Retrator Uterino -
Não deve ser usado de rotina e é contra-indicado antes do delivramento, por provocar
encarceramento da placenta.
A profilaxia dos sangramentos no puerpério imediato deverá ser feita nas pacientes
consideradas de alto risco para sangramento pós-parto.
Os derivados do ergot não devem ser usados quando a paciente apresentar qualquer
forma de hipertensão.
Obs: A utilização da ocitocina ou de derivados do Ergot deverá ser rotina nas pacientes
de risco para sangramento pós-parto. A droga e a via dependem do caso em questão.
Não havendo contra-indicações a rotina será o Methergim ou Ergotrate, 1 ampola IM
imediatamente após o delivramento. O uso posterior, se necessário (exceto nas
emergências) será por via oral. Lembrar que os derivados do Ergot têm ação
vasoconstrictora, estando contra-indicados nas parturientes com enfermidades
hipertensivas.
32
finalmente, anormalidades no sangramento transvaginal. Proceder às devidas suturas
quando necessário.
Será considerado 4º Período a primeira hora¨ após o delivramento. Durante este período
a paciente deverá ser observada cuidadosamente. O obstetra responsável, deverá fazer
o preenchimento correto e completo do prontuário da paciente, anotando
cuidadosamente todas as ocorrências do parto. Valorizar não só os dados maternos
como também os fetais e placentários.
Sinais Vitais - Ao final desta hora, fazer exame clínico cuidadoso, verificar e anotar
sinais vitais antes de encaminhar a paciente para enfermaria.
ABORTAMENTO
1. CONCEITO:
33
É a expulsão ou a extração do concepto pesando menos de 500g ou com menos de 22
semanas de gestação, calculadas após a data da última menstruação (OMS, 1976) ou
avaliação ecográfica prévia.
2. INCIDÊNCIA:
Cerca de 10 a 15 % de todas as gestações terminam espontaneamente entre 4 e 20
semanas (abortamentos).
3. ETIOLOGIA:
Anomalias cromossômicas: Trissomias, Monossomias, Poliploidias, e outras
anomalias mais raras.
Malformações Ovulares: de origem ovular, de origem genética, influências do meio
ambiente, infecções.
Alterações Placentárias: placenta circunvalada, placenta marginada.
Fatores Endócrinos: Insuficiência lútea, diabetes melitus, hipo e hipertiroidismo
Doenças Cardiovasculares.
Doenças do tecido conjuntivo: Lúpus eritematoso sistêmico.
Infecções Maternas: rubéola, citomegalovírus, Clamydia, herpes, sífilis,
toxoplasmose, varíola, varicela.
Fatores Uterinos: Malformações uterinas, sinéquias, miomas, endometriose,
incompetência istmo-cervical.
4. FORMAS CLÍNICAS:
4.1.AMEAÇA DE ABORTAMENTO
Diagnóstico Clínico:
Anamnese - Amenorréia, sangramento, dor pélvica e/ou lombossacra, tipo cólica.
Exame Físico - útero aumentado de volume, consistência gravídica, compatível
com o tempo de amenorréia, colo impérvio, ausência de membranas na luva de exame.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E ULTRA-SONOGRÁFICO:
Teste imunológico de gravidez (usar teste de baixa sensibilidade): = positivo.
Exame ultra-sonográfico: (na 5a. semana saco getacional, na 7a. presença dos
batimentos cardiofetais, na 8a. observa-se o embrião) = Sinais de vitalidade fetal.
. CONDUTA:
Repouso no leite;
Abstinência sexual;
Antiespasmódicos;
34
Hormonioterapia quando houver suspeita de insuficiência lútea (Supositórios vaginais
com 25 mg de progesterona natural, 2 vezes ao dia até a 18 a semana de gestação. Após
35
Quando as perdas sangüíneas são volumosas e rápidas o paciente poderá apresentar
anemia, hipotensão ou choque hipovolêmico.
. Diagnóstico Laboratorial e Ultra-Sonográfico
Teste imunológico para gravidez, quase sempre negativo ou com níveis de -hCG
muito baixos.
Exame ultra-sonográfico: Ecos intra-uterinos proeminentes (restos ovulares).
Obs: Solicitar ultra-sonografia apenas quando houver dúvidas no diagnóstico clínico.
Hemograma: Deve ser solicitado para verificar o grau de anemia e a possibilidade de
resposta a um processo infeccioso.
. Conduta
Reposição volêmica quando necessária.
Na gestação com menos de 14 semanas, proceder à curetagem uterina. Na gestação
com mais de 14 semanas, em virtude do risco elevado de perfuração uterina,
promover a indução/estimulação da atividade uterina com Misoprostol ou instalar
soro com ocitocina. Imediatamente após a anestesia, proceder, se possível, curagem
digital para avaliar a cavidade, eliminar restos abortivos e permitir retração uterina. A
necessidade de curetagem deve ser bem estudada, e, se indispensável, fazer o
procedimento com bastante cuidado visto que úteros com mais de 12cm têm risco
elevado para perfuração.
IV. ABORTAMENTO INFECTADO
Conceito: Definido com sendo aquele que apresenta infecção da cavidade uterina
conseqüente a abortamento espontâneo, induzido ou provocado. Caracteriza-se por
ser polimicrobiana, iniciando-se por bactérias aeróbicas, com posterior predomínio de
germes anaeróbicos que proliferem em tecidos desvitalizados. Há predomínio dos
Gram-negativos, porém positivos também se fazem presentes.
. Diagnóstico Clínico
Anamnese: Antecedentes de gravidez, perdas sangüíneas, febre alta (38 o C ou mais),
calafrios, sudorese são os dados mais presentes. Frequentemente sucede à interrupção
criminosa, provocada por sondas ou outros instrumentos contaminados. A omissão de
informações sobre a provocação do abortamento decorre da ilegalidade, do medo das
conseqüências legais e da descriminação social.
Exame Físico: Queda do estado geral, palidez cutânea, hipertermia, dor à palpação
abdominal com sinais de irritabilidade peritoneal, taquicardia, diminuição de ruídos
hidroaéreos. Útero não compatível com a amenorréia (diminuído) e de consistência
36
amolecida, lóquios piosanguinolentos e fétidos. Pode haver sinais de pelviperitonite,
peritonite, septicemia ou até choque septicêmico. O aparecimento de hipotermia
indica infecção grave por Gram-negativos. Tensão arterial normal ou hipotensão são
freqüentes.
. Diagnóstico Laboratorial Radiológico e Ultra-Sonográfico
Cultura: do material do canal cervical e hemocultura com antibiograma.
Ultra-sonografia: De preferência a transvaginal. É recomendada na busca e
localização de possíveis abscessos
Laboratório: Hemograma completo com contagem específica de leucócitos e
plaquetas., Dosagem de uréia, creatinina,..
Nos casos graves, para avaliar o comprometimento sistêmico, solicitar: transaminas,
bilirrubina, tempo de tromboplastina parcial ativado, produtos de degradação da
fibrina, eletrólitos e gasometria arterial.
Radiografia abdominal – deve ser feita em casos de suspeita de perfuração uterina.
. Conduta
Internação da paciente.
Reposição volêmica: eletrólitos e sangue, se necessário.
Antibioticoterapia: endovenosa nas primeiras 24 horas, usar um dos esquemas abaixo
de acordo com a gravidade do caso até resultado da cultura e antibiograma.
1º Cefalotina 1g EV de 6/6 horas.
2º Penicilina Cristalina - 5 milhões de UI EV de 4/4 horas, diluídos em 100 ml de
SF injetados lentamente.
3º Ampicilina - 1g EV de 6/6 horas.
4º Nos casos mais graves usar o esquema tríplice: Cefalosporina (Keflin) 1grama
EV de 6/6 horas, Aminoglicosídio (Gentamicina) 80 mg de 8/8 horas e
Metronidazol (Flagyl EV) 100 ml (500mg) EV de 6/6 horas.
Medir e anotar a diurese.
Curetagem uterina imediatamente após instalação da antibioticoterapia e ocitocina (10
UI de ocitocina em 500 ml de soro glicosado 5%).
Após curetagem, manter o útero retraído com derivados do esporão do centeio
(Methergin ou Ergotrate, uma ampola IM de 6/6 horas).
Em pacientes RH negativas não esquecer a Imunoglobulina Anti-RhD.
.Critérios Para Histerectomia / Pan-Histerectomia
Os critérios abaixo são indicações para prevenir o choque séptico e a coagulação
intravascular disseminada: 1) falha no tratamento clínico e curetagem; 2) sinais de
37
choque endotóxicos; 3) oligúria e anúria; 4) plaquetopenia (de 90.000 a 50.00, sinal
de alerta; menos de 50.000, indicar a cirurgia); 5)hiperbilirubinemia; 6)hipotermia e
pele acobreada. Eventualmente, achados cirúrgico tais como trompas infectadas,
abscessos tubovarianos e pelviperitonite, podem indicar a ampliação para Pan-
histerectomia.
V. ABORTAMENTO RETIDO
.Conceito: É a morte do concepto antes da 22a semana de gravidez com a permanecia
do feto na cavidade uterina por um período superior a quatro semanas.
. Diagnóstico Clínico
Anamnese:
Atraso menstrual ou amenorréia com o desaparecimento dos sinais e sintomas de
gravidez e ausência de cólica. Queixa de regressão do volume abdominal e das mamas
e, ocasionalmente, perdas sangüíneas discretas.
Exame Físico:
Útero pode ter consistência gravídica ou não e apresenta tamanho menor que o
esperado para o tempo de amenorréia
A perda sanguínea vaginal pode ou não estar presente.
Colo impérvio.
. Diagnóstico Laboratorial E Ultra-Sonográfico
Teste imunológico para gravidez (-hCG) negativo.
Ultra-sonografia apresenta ecos difusos intra-uterinos com perda da estrutura normal.
. Conduta
Expectação por um período de até quatro semanas, na maioria das pacientes o
processo expulsivo espontâneo ocorre na maioria dos casos. È importante lembrar
que os distúrbios de coagulação decorrente da morte do concepto só ocorrem após
este período.
Solicitar tempo de protrombina e tempo de coagulação.
Indução com análogos das prostaglandinas (Misoprostol intravaginal, 200mcg de 4/4
horas). Após a expulsão do concepto, curetagem uterina sob anestesia. A dilatação do
colo uterino com velas de Hegar pode ser necessária quando houver falha do
processo indutivo. Quando a paciente for Rh negativa deve receber a Imunoglobulina
anti-RhD.
38
VI. ABORTAMENTO RECORRENTE (Também chamado de habitual,
recidivante, de repetição, seqüencial ou múltiplo).
.Conceito
É a perda espontânea e consecutiva de 03 ou mais conceptos pesando menos de 500
gramas ou com menos de 22 semanas de gestação.
.Incidência
Varia de 0,4 a 0,6% na população geral.
.CLASSIFICAÇÃO
Com relação à cronologia:
Precoce: quando ocorre antes da 12a semana
Tardio entre a 12a e a 22a semanas
Com relação à pré-existência de gestação a termo:
Primário quando não precedido de gestação a termo
Secundário em caso contrário.
Fatores Etiológicos:
1-Anatômicos
2-Endócrinos
3-Genéticos
4-Imunológico
VI.1. Anatômicos:
VI.1.1.INSUFICIÊNCIA ISTMO-CERVICAL
Incidência
Corresponde a aproximadamente 25 % dos abortamentos
Etiologia:
Adquirida: Fórcepe laborioso, lacerações cervicais, cesáreas com apresentações
baixas que provoquem laceração, dilatações bruscas ou intempestivas do colo do
útero.
Congênita.
Funcional (ao exame pré-gravídico o istmo mostra-se normal)
Diagnóstico Clínico
39
Anamnese: História de abortamentos anteriores. Sensação de peso e desconforto
hipogástrico.
Súbita expulsão de saco gestacional com fetos vivos, geralmente acima da a 14ª
semana de gravidez.
Contrações uterinas dolorosas sem metrorragia.
Exame Físico: Especular - Colo entreaberto e/ou protusão da bolsa das águas.
Toque vaginal - permeabilidade do orifício cervical interno.
40
Abstinência sexual durante o período de inibição.
O fios da cerclagem deverão ser seccionados na 37 a. semana de gravidez ou antes
disso se ocorrer amniorexe prematura, óbito fetal ou trabalho de parto incontrolável,
hemorragias ou infecções vaginais.
41
VI.2.2. Hipotireoidismo:
Diagnóstico:
Anamnese - Fraqueza, fatigabilidade, letargia, sonolência, obstipação intestinal,
sensibilidade aumentada para o frio, pele seca e descamativa, raciocínio lento.
Dosagens hormonais: T4 e TSH ultrasensível.
Tratamento:
Puran T4: dose inicial de 50 mcg/dia e manutenção de acordo com a necessidade
VI.2.3 Hipertireoidismo:
Diagnóstico:
Anamnese - Nervosismo, palpitações, intolerância ao calor, fadiga fácil, dispnéia,
aumento do apetite, exoftalmia, queda de cabelos, hipercinesia, diarréias e perda de
peso. Estes sinais e sintomas, freqüentemente, são mascarados pelas modificações
próprias da gravidez.
Dosagens hormonais - T3 e T4 elevados para a gravidez
Tratamento:
Propiltiouracil (PTU) - em média 300mg/dia (100mg de 8/8h), durante 15 dias;
reavaliar e fazer a manutenção de acordo com as necessidades da gestante, não
ultrapassando 600mg/dia e procurando manter os níveis dos hormônios tireoideanos
normais para a gestação
VI.2.4. Hiperprolactinemias:
Diagnóstico:
Anamnese - galactorréia, irregularidade menstrual (polimenorréia, oligomenorréia),
insuficiência lútea, anovulação, cefaléia, hipoestrogenismo.
Raios X da sela túrcica - Fora da gravidez.
Dosagem da prolactina plasmática ( normal de 5 a 25 ng/ml) aumentada.
Campimetria.
Tratamento:
Bromocriptina (Parlodel) - 1,25 a 5,0 mg/dia.
42
Laboratório - Glicemia de jejum > de 90 mg/100ml
Tratamento:
Fazer a compensação do diabetes tanto pré como pós-concepção.
VI. 4. Imunológicos:
Diagnóstico Laboratorial
Grupo ABO e Fator Rh
Coagulograma
Anticoagulante lúpico
Anticorpo anticardiolipina
Sistema HLA do casal (antígenos leucocitários (humano) - HLA-A, HLA-B, HLA-C
e HLA-D)
VI. 5. PSICOLÓGICOS:
Numerosos trabalhos têm demonstrado a importância dos fatores psicológicos na
gênese do abortamento habitual.
DIAGNÓSTICO: Considerar este diagnóstico depois de esgotada a propedêutica
para as demais enfermidades acima apontadas.
Tratamento - Psicoterapia.
I - CONCEITO:
São fetos que têm peso estimado (US) abaixo do percentil 10 da curva de peso
esperado para aquela idade gestacional.
TABELA DE PESO DO RECÉM-NASCIDO NORMAL (em g) SEGUNDO PERCENTIS PARA CADA SEMANA DE
GESTAÇÃO.
Percentil 30 32 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
43
10 1202 1400 1300 2000 2050 2425 2330 2575 2725 2750 2775 2728
25 1525 1550 1800 2250 2181 2500 2650 2802 3100 2950 3038 3130
50 1687 1785 1875 2500 2700 2850 2875 3077 3280 3300 3290 3450
75 1750 1975 2075 2725 2675 3150 3200 3371 3580 3550 3600 3960
90 1980 2050 2490 2900 2950 3500 3350 3725 3750 3780 3900 4155
II – INCIDÊNCIA
É FUNÇÃO DA POPULAÇÃO AVALIADA: 1 – nos países desenvolvidos 2 a 4
%; 2 – Nos países em desenvolvimento >10%. Na Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – USP é de 9,8%.
V - DIAGNÓSTICO:
44
ver figura 2.
1 - Valorização dos fatores de risco, se presentes.
2 - Acompanhamento da altura do fundo uterino (AU): Se a AU < que o percentil
10 da curva de Belison, considera-se a hipótese de RCIU.
3 - Realizar ultra-sonografia entre 8a. e a 12a. semana ou o mais precoce possível
para as pacientes de risco (verificar o mais precoce possível a idade gestacional).
4 - Solicitar ultra-sonografia sempre que a AU estiver abaixo do esperado para o
tempo de amenorréia.
5 - O diagnóstico ultra-sonográfico deve ser baseado em:
a. Comparação entre a idade cronológica e ultra-sonográfica
b. Peso fetal esperado e o peso fetal estimado
c. Relação entre o comprimento do fêmur e a circunferência abdominal.
d. Relação entre a circunferência cefálica e a circunferência abdominal.
e. Núcleos de ossificação.
f. Quantidade de líquido amniótico.
10 a 20 % 05 a 10 % 35 a 40 %
Fatores Anomalias congênitas Desnutrição grave Doenças maternas
Etiológicos Malformações congênitas Drogas Gestação múltipla
Infecções congênitas Fumo Fatores Placentários
Álcool Fatores Desconhecidos
Cafeína
Crescimento
Celular Hiperplásico Hipertrófico
00 08 16 24 32 40
IG em semanas
45a fase da gestação em que atuam os fatores
Figura 1 – Classificação do CIUR, de acordo com
etiológicos (Lins e Evans, 1984).
SIMÉTRICO ou TIPO I: O CIUR simétrico é de difícil diagnóstico sempre que não se
disponha da idade cronológica da gestação bem estabelecida ou haja um estudo da idade
gestacional ultra-sonográfica verificada no início da gestação. O diagnóstico deve ser
suspeitado sempre que a paciente com uma história menstrual correta, apresente altura
uterina abaixo do percentil 10, feto bem proporcionado e com idade gestacional
ecográfica abaixo do esperado (principalmente quando houver fatores de risco
associados).
ECOGRAFIA
CONTINUAR O CONTROLE
PRÉ-NATAL PERÍMETRO ABDOMINAL
32, 34 E 36 SEMANAS
NÃO
46
CONFIRMA CIUR? SIM.. VER ESQUEMA DE
CONDUTA
Tratamento clínico
Medidas gerais:
1 -Repouso no leito.
2 -Reposição alimentar
3 -Tratamento clínico das enfermidades responsáveis pelo RCIU.
3 -Proscrever o uso do tabaco
5 -Usar o AAS 1 mg/Kg de peso à partir da 14 a. semana de gestação (nos casos de
recidiva do RCIU).
6 -Hiperhidratação nos casos de oligoâmnio.
47
- CONDUTA OBSTÉTRICA: ver figura 2
DIABETES E GRAVIDEZ
I - CONCEITO:
É um distúrbio endócrino conseqüente à deficiência de insulina, decorrente de produção
pancreática reduzida, de inadequada liberação em resposta ao aumento de glucídios ou
por resistência periférica à insulina.
48
II - CLASSIFICAÇÃO:
49
A => Diabetes gestacional =>não requer uso de insulina
B => Diabetes com início acima de 20 anos e menos de 10 anos de evolução ou
diabetes gestacional que fez uso de insulina. **
C => Diabetes com início entre 10 e 19 anos ou com duração entre 10 e 19 anos.
**
D => Diabetes com início antes dos 10 anos ou com duração maior que 20 anos ou
com retinopatia benigna. **
F => Nefropatia diabética. **
H => Cardiopatia diabética. **
R => Retinopatia diabética proliferativa. **
T => Transplante em decorrência da doença. **
FR => Nefropatia e Retinopatia. **
Para todas as grávidas com diabetes ** insulino-dependente.
IV - RASTREAMENTO:
A) - CLÍNICO - PACIENTES DE RISCO
História prévia de diabetes gestacional;
História familiar de diabetes;
Glicosúria ou sintomas de diabetes;
Obesidade;
Recém-nascido com mais de 4 Kg;
Natimorto ou Neomorto inexplicado;
Polidrâmnio e/ou malformação fetal;
Hipertensão na gravidez e idade materna acima de 35 anos.
B - LABORATORIAL - GLICEMIA: ver figura 4
50
V - CONDUTA:
A equipe de assistência tanto ambulatorial quanto de enfermaria deve ser multidisciplinar,
constituída por obstetra, Endocrinologista, enfermeira, nutricionista, psicólogo e
assistente social.
1ª Consulta:
Procedimentos rotineiros de assistência pré-natal;
Analisar:
idade do aparecimento do diabetes; .
duração da enfermidade; .
sistema cardiovascular e renal (fundo de olho, ECG, uréia, creatinina,
clearance de creatinina e proteinúria de 24 horas)
Classificar sob os critérios de Priscila White
Avaliar o perfil psicológico da paciente;
Fazer o controle dietético;
Fazer uso de insulina quando necessário;
Analisar os antecedentes obstétricos da paciente;
Fazer o trabalho educativo através de:
. Informações sobre a doença, prognóstico materno- fetal e exames solicitados;
. Orientação sobre a dieta, administração de insulina e sua importância;
VI - ORIENTAÇÃO DIETÉTICA: (sempre encaminhar a paciente para a
nutricionista)
51
A dieta básica obedece aos critérios abaixo, devendo ser fracionada em 6 (seis)
refeições (desjejum, lanche, almoço, lanche, jantar, ceia):
30 a 40 Kcal/Kg/dia;
45 % de carbohidratos;
30 a 35 % de lipídios;
20 a 25 % de Proteínas;
A paciente deve ser submetida à dieta estabelecida por um período de 2 a 3 dias,
quando será feito um perfil glicêmico (jejum, pós-café, pós-almoço, pós-jantar). Na
dependência dos resultados proceder:
1 -Manter a dieta quando os valores da glicemia de jejum não ultrapassarem 90
mg/100ml e as pós-prandiais estiverem iguais ou abaixo de 120mg/100ml.
2 -Quando a glicemia de jejum for maior 90mg/100ml e um ou mais dos valores pós-
prandiais estiverem acima de 120mg/100ml, fazer reajuste da dieta (nutricionista).
Mantendo-se alterado o perfil glicêmico após reajuste da dieta, internar a paciente
para iniciar a insulinoterapia
VII - CONTROLE DA INSULINOTERAPIA:
Iniciar com doses pequenas ( 2 a 4 U) de insulina NPH em jejum. De acordo com o
nível do perfil glicêmico após início da insulina, aumentar gradativamente a dose
fracionando-se a injeção de insulina (pós-jantar) ou usando-se a insulina simples.
OBS:É importante a supervisão de diabetólogo e de obstetra experientes no manuseio
de gestantes diabéticas.
VIII - CUIDADOS ESPECIAIS:
1. Consultas quinzenais ou mesmo semanais;
2. Combater a emese gravídica;
3. Urocultura mensais;
4. Controle ponderal rigoroso (sobre-peso ou baixo-peso);
5. Controle ultra-sonográfico (1ª consulta, 2º e 3º trimestres).
52
1 - Avaliação da vitalidade fetal (ver protocolo de vitalidade)
2 - Avaliação da MATURIDADE FETAL (ver protocolo de maturidade)
PARTO:
1 -Pacientes da classe A e aquelas com bom controle e sem complicações
materna ou fetal, aguardar o parto vaginal. Nunca ultrapassar 40 semanas.
2 -Paciente com controle clínico difícil ou com mal passado obstétrico, o parto deve
ser antecipado de acordo com a maturidade fetal, gravidade do quadro clínico e
viabilidade no berçário.
53
2 -Fazer antibiticoterapia em todas as pacientes que tiverem parto operatório.
3 -O uso de corticóide e ß-agonistas (hiperglicemiantes) é contra-indicado, exceto
quando indispensáveis.
INTRODUÇÃO:
As Síndromes hipertensivas da gravidez compreendem várias entidades clínicas
associadas ao aumento pressórico, que podem preceder à concepção, surgir durante a
gravidez ou puerpério imediato. Freqüentemente são acompanhadas de edema e/ou
proteinúria e, ocasionalmente, culminam com convulsões e/ou coma.
CLASSIFICAÇÃO:
Será utilizada a classificação de Chesley, aceita pela Sociedade Internacional
de Estudos de Hipertensão e Gravidez, com algumas modificações.
CLASSIFICAÇÃO DE CHESLEY
I - DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ (DHEG)
A - PRÉ-ECLÂMPSIA
A.1 - LEVE
A.2 - GRAVE
B - ECLÂMPSIA
54
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
HIPERTENSÃO:
1-Aumento de 15 mmHg ou mais na pressão diastólica.
2-Aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica.
3-Aumento de 20 mmHg ou mais na pressão arterial média (PAM)
Estes critérios citados anteriormente só podem ser usados quando se conhece o
nível tensional da paciente desde o início da gravidez
4-Tensão arterial sistólica de 140 mmHg ou maior.
5-Tensão arterial diastólica de 90 mmHg ou maior.
Os valores citados nos itens 4 e 5 são convencionais para quando os níveis
pressórios da paciente não são conhecidos desde o início da gravidez.
Todas estas cifras devem ser confirmadas 2 vezes, decorrido período de pelo
menos 6 horas de intervalo, estando a paciente em repouso.
A PAM é a melhor maneira de avaliar a perfusão dos vasos sangüíneos, órgãos e
placenta (Page e Christiason,1972).
Obs: Ver equação abaixo
P. SISTÓLICA + (2 x P. DIASTÓLICA)
PAM =
3
EDEMA:
O edema é um achado comum até na gestação normal. Seu aparecimento, mesmo
discreto, em mãos e face, bem como o ganho excessivo de peso acima de 500 gramas
por semana, associados à hipertensão devem ser valorizados. Sua generalização
(anasarca) e a falta de diminuição com o repouso, apontam para um agravamento da
enfermidade.
PROTEINÚRIA:
É sinal importante e tem grande valor quando alcança teores acima de 0,3 g/l na urina
de 24 horas ou quando atinge concentrações maiores que 1g/l em duas coletas com
intervalo de pelo menos 6 horas.
PRÉ-ECLÂMPSIA:
I - PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE:
A - QUADRO CLÍNICO:
55
Tensão arterial de até 160/105 mmHg
Edema geralmente discreto
Proteinúria de 24 horas de até 1,9g/l (acima de 0,3 até 1,9g/l)
B - CONDUTA CLÍNICA:
Acompanhamento ambulatorial
Repouso no leito em decúbito lateral esquerdo durante duas horas por dia
(melhora o retorno venoso, aumenta o débito cardíaco e a perfusão placentária).
Dieta:
Rica em vitaminas e sais minerais
Hipoglicídica e hipolipídica
Hiperproteica (120g/dia)
Normossódica (2g/dia)
Sedação (só usar quando for necessária): Proporciona tranqüilidade, diminui a
labilidade vásculo-emocional da paciente.
Em casos especiais usar benzodiazepínicos (5 a 10 mg VO de 8/8 ou de 12/12
horas).
Tratamento da Hipertensão:
Medidas gerais higiênico-dietéticas
O uso de drogas hipotensoras deve ser restrito aos casos de TA diastólica igual ou
maior que 90 mmHg, que não respondeu ao tratamento higiênico-dietético.
Quando usar drogas evitar a hipotensão, procurando manter a TA diastólica em níveis
ideais (80 a 85 mmHg).
Hipotensor de primeira linha: alfa-metildopa. Iniciar o tratamento com 250mg VO de
8/8 horas aumentando de acordo com a resposta terapêutica. O retorno ao
ambulatório deverá ocorrer após uma semana.
Acompanhamento ambulatorial deve ser feito de 3/3 semanas até a 30a., de 2/2
56
Creatinina: normal até 0.8 mg%
Proteinúria: normal abaixo de 0,3 g na urina de24 horas
Avaliação Cardiovascular:
Eletrocardiograma
Raios X de tórax
Fundoscopia
Obs: Os exames devem ser repetidos de acordo com a evolução do caso.
C - PROPEDÊUTICA OBSTÉTRICA:
Cardiotocografia Anteparto a partir da 3Oa. semana, repetir a cada 2 semanas se
o feto for reativo; caso contrário, avaliar a conduta repetindo o exame
semanalmente, a cada 3 dias ou até mesmo diariamente de acordo com as
necessidades do caso.
Ultra-sonografia Obstétrica: deve ser feita pelo menos uma vez a partir da detecção
da enfermidade
D - CONDUTA OBSTÉTRICA: Ver figura 5.
PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE
TRATAMENTO CLÍNICO
VITALIDADE FETAL
CONSERVADA COMPROMETIDA
AGUARDAR O PARTO
TERMO
57
PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE
58
04. Sedação: (em casos especiais) levomepromazina 3 mg (3 gotas) via oral de 8/8
horas, ou à noite, conforme quadro clínico.
05. Hidratação: 2.000 a 3.000 ml/dia (usar soro glicosado a 5% e ringer lactato).
Obs: A administração de fluidos deve ser feita numa velocidade de 60 até um
máximo de 125 ml/hora (1.440 a 3.000 ml/dia), respeitando-se a redução do
espaço vascular decorrente do vasoespamo arterial intenso e generalizado fato
que torna a paciente extremamente sensível a uma administração vigorosa de
fluidos. Lembrar ainda, a existência de excesso de líquido no extracelular,
distribuído de maneira inapropriada entre os espaços intra e extravascular, com
predominância neste último. Estes fatores contra-indicam a instituição de
fluidos de form vigorosa, pois pode contribuir para intensificar a má distribuição
de fluido extracelular, aumentando apreciavelmente os riscos de Edema
Cerebral e do Edema Agudo de Pulmão.
06. Terapêutica antihipertensiva: deve obedecer aos critérios e objetivos abaixo:
Tratar a emergência hipertensiva. O controle da TA diminui a incidência dos
acidentes vasculares cerebrais, uma das principais causas de morte materna.
Diminuir o risco de eclâmpsia, reduzir a tensão arterial diastólica em cerca de 20 a
30%
Drogas Utilizadas nas Emergências Hipertensivas:
Hidralazina - 5 mg IV a cada 20 min até controle desejado, no máximo 4 doses
contínuas.
59
1.ALFA-METILDOPA (Aldomet) - Iniciar com 750 mg/dia, aumentando a
dose em 250 a 500 mg a cada 24 horas, se a resposta terapêutica não for
satisfatória, até a dose máxima de 2 g/dia. Se, ao atingir a dose máxima, a
resposta não for satisfatória, associar uma segunda droga hipotensora:
2.PINDOLOL (Visken) - Iniciar com 5 mg VO de 12/12 horas,
aumentando 5 mg/dia , até a dose máxima de 30 mg/dia.
3.VERAPAMIL (Dilacoron) 80 mg VO de 12/12 hs (Dose máxima de 320
mg/dia)
4.ATENOLOL (Atenol) 50 mg/dia (Dose máxima 100 mg/dia).
II) fazer uso de hipotensor de ação rápida até controle da diastólica
1. Hidralazina ou
2. Nifedipina
Após controle da diastólica, manter o hipotensor de ação lenta.
07. Terapêutica anticovulsivante:
Nos casos de DHEG grave com iminência de Eclâmpsia estabelecer a
terapêutica anticonvulsivante (Ver protocolo de Eclâmpsia).
08.Exames complementares:
Exames de rotina do pré-natal de baixo risco.
Avaliação da função hepática (TGO, TGP, Bilirrubinas).
Avaliação da Coagulação (Plaquetas, Fibrinogênio, TP, TT, TTPA).
Avaliação da Função Renal (Uréia, creatinina, ácido úrico, proteinúria de 24 horas)
Avaliação Cardiovascular (Eletrocardiograma).
Fundoscopia
Eletrólitos e Gasometria arterial (nos casos graves)
OBS: repetir exames conforme evolução do caso.
C. CONDUTA OBSTÉTRICA: Ver figura 6.
ECLÂMPSIA
É o aparecimento de convulsões ou coma em portadora de DHEG. Resulta
basicamente da hipóxia cerebral provocada pelo arteríolo-espasmo. Trata-se de grave
complicação com comprometimento de múltiplos órgãos (rins, fígado, pulmões, coração
e cérebro). As pacientes acometidas devem receber tratamento em regime de terapia
intensiva, por equipe médica multidisciplinar, coordenada pelo obstetra.
A - CONDUTA CLÍNICA:
60
1 - OXIGENAÇÃO:
Manter o controle da permeabilidade das vias aéreas.
Proteger a língua com cânula de Guedel.
O2.úmido sob catéter nasal
2 -MEDIDAS GERAIS:
Pulso e pressão sangüínea.
Sonda vesical de permanência.
Sonda nasogástrica.
Cateterização venosa central.
Monitorização cardíaca contínua.
Coleta de material para exames de urgência.
Exame físico.
61
Coleta de material para exames de rotina.
3 -TRATAMENTO ANTICONVULSIVANTE:
Manutenção:
1 a 2 gramas de MgSO4 EV por hora, durante 24 horas ou até 24 horas após a
última convulsão ou resolução da gestação (o que ocorrer por último).
Cuidados durante o uso do MgSO 4
4 - TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO:
OBS: Ver esquema de uso em DHEG grave.
5 -TERAPÊUTICA COMPLEMENTAR:
62
Correção da volemia (Hipovolemia):3000 a 3500 ml de Soro Glicosado 5% e Ringer
lactato (Incluindo o soro que serve de veículo ao sulfato de magnésio.)
Correção do desequilíbrio ácido/básico e dos distúrbios hidroeletrolíticos, orientada
por exames laboratoriais (Gasometria). O distúrbio mais freqüente é a acidose
metabólica.
7 -SUPORTE NUTRICIONAL:
Estados de coma prolongados - estabelecer alimentação parenteral.
8 -ANTIBIOTICOTERAPIA:
63
HIPERTENSÃO ARTERIAL:
I - CONCEITOS:
HIPERTENSÃO: Considera-se hipertensão a tensão arterial igual ou maior que 140/90
mm Hg.
HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA: Hipertensão arterial crônica (HAC) é
aquela diagnosticada antes da 20a. semana de gestação e/ou que permanece por mais
de 42 dias após o parto.
HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA COM DHEG SUPERPOSTA: O
diagnóstico deve ser firmado quando, em paciente hipertensa crônica ocorre aumento
nos níveis pressórios (30 mmHg nos sistólicos e/ou 15 mmHg nos diastólicos),
64
HIPERTENSÃO ARTERIAL TRANSITÓRIA: É a elevação da pressão sangüínea
durante a gravidez ou nos primeiros 10 dias após o parto, sem a presença de
alterações bioquímicas.
II - INCIDÊNCIA:
As doenças hipertensivas crônicas representam entre 1/3 e1/6 dos casos de
hipertensão na gravidez.
III - CLASSIFICAÇÃO:
1 -QUANTO A ETIOLOGIA:
Hipertensão arterial primária
Hipertensão arterial secundária
IV PROGNÓSTICO:
O prognóstico é em geral adverso e depende de:
a - desenvolvimento da DHEG superposta;
b - descolamento prematuro de placenta;
c - encefalopatia hipertensiva
d - falência cardíaca;
e - piora da insuficiência renal;
f - retardo do crescimento intra-uterino;
g - morte fetal intra-útero.
V - TRATAMENTO CLÍNICO:
1. Repouso no leito em decúbito lateral esquerdo -
2. Dieta - Deve ser do tipo hipossódica
3. Sedação - Usar apenas em casos especiais:
Levomepromazina (Neozine) 3 a 5 gotas (1gota = 1mg) até de 8/8 hs ou
Benzodiazepínicos (5 a 10 mg de 12/12 horas ou até de8/8)
4. Tratamento Hipotensão:
Formas leves e moderadas - PADiastólica entre 90 e 100 mmHg (Ver conduta
DHEG leve)
Formas severas - PADiastólica igual ou maior que 110 mmHg (Ver conduta
antihipertensiva do DHEG Grave)
OBS1: Pacientes que já faziam uso de drogas hipotensoras para HAC, manter o
tratamento desde que ajustadas às condições clínicas do momento e que as drogas
não sejam contra-indicadas na gravidez.
65
Drogas que podem ser continuadas: Alfa-metil-DOPA, Pindolol, Atenolol,
Hidralazina e Prazosin.
Dragas que devem ser retiradas: Diuréticos, Inibidores do Sistema
Renina/Angiotensina/Aldosterona.
OBS2: Os diuréticos só devem ser utilizados em casos especiais como:
Insuficiência Cardíaca congestiva, Edema Agudo de Pulmão, Iminência de Falência
Renal e Hipertensão arterial crônica de difícil controle. Obs: A clortalidona
(Higroton) é teratogênica no primeiro trimestre.
5. Exames Complementares: ECG e demais exames solicitados no DHEG.
6. Propedêutica Obstétrica Especializada:
Cardiotocografia anteparto:
Pacientes de ambulatório => iniciar na 34 a semana.
IV - CONDUTA OBSTÉTRICA:
A - Hipertensão Arterial Crônica sem Crescimento Intra-Uterino Retardado ( figura 8).
B - Hipertensão Arterial Crônica com Crescimento Intra-Uterino Retardado (figura 9)
66
AMNIOREXE PREMATURA
CONCEITO
Amniorexe prematura é a rotura das membranas âmnio-coriais pelo menos uma hora
antes do início do trabalho de parto.
Incidência
Ocorre em aproximadamente 12% das grávidas e destas 1/3 ocorre no pré-termo
podendo tratar-se de situações difíceis, nas quais as condutas podem ser controvertidas
com repercussões que podem ensombrecer a morbilidade e a mortalidade tanto materna
quanto fetal e, até mesmo a neonatal, além poder comprometer o futuro obstétrico da
grávida.
Diagnóstico Clínico
Anamnese: Perda de líquido amniótico por via vaginal, geralmente abundante,
capaz de molhar as vestes íntimas da gestante. Quase sempre a gestante refere
que o líquido corre nas pernas.
67
Exame Genital: À ectoscopia da vulva é possível observar a presença de líquido
na região gênito-perineal.
Exames Complementares:
Teste de Iannetta: Consiste em fazer um esfregaço do conteúdo ístimo-cervical
m uma lâmina de vidro e, a seguir, aquecê-la em lamparina de álcool. O
aparecimento de coloração marrom indica bolsa íntegra: coloração branca
transparente, sugere bolsa rota.
68
2- Aumento de sensibilidade uterina sugere corioamnionite
3- A temperatura axilar deve ser verificada a cada 6 horas. Valores superiores a 37,5 o
C, na ausência de outros fatores determinantes de febre.
4- Hemograma: Desvio à esquerda, contagem de leucócitos > 20.000/mm3 ou
contagem menor que 20.000 porém com um aumento de 100% do valor basal (1 o
hemograma). Pacientes em uso de corticosteróides o nível basal será aquele apresentado
48horas após o início da corticoterapia.
5- Avaliar a freqüência cardíaca fetal: a taquicardia fetal leve pode ser indicativa de
infecção materna. De forma idêntica a ausência de movimentos respiratórios fetais está
associada à infecção intraútero.
Conduta obstétrica
69
hospitalar e transtornos na dinâmica familiar. Esta é a razão de se
proceder uma seleção de pacientes para a conduta expectante familiar.
Seleção de pacientes:
-Feto em apresentação cefálica.
-Vitalidade fetal preservada.
-Dilatação cervical menor que 3 cm.
-Cultura para streptococcus agalactiae negativa ou após
tratamento.
-Aderência da paciente após entendimento das informações e
objetivos da conduta de expectação domiciliar.
Conduta a ser seguida pela paciente
-Repouso físico e sexual.
-Controle da temperatura axilar (2 vezes ao dia).
-Avaliação dos movimentos fetais .
-Retorno ao serviço duas vezes por semana para avaliação clínica
e colheita de sangue para hemograma.
-Ultra-sonografia semanal para observar o volume do líquido
amniótico e sinais ecográficos de maturidade fetal.
-Cardiotocografia semanal para controle da vitalidade fetal.
2- Contrações presentes
2.1-Contrações eficientes – Deixar que haja evolução espontânea do parto.
2.2-Contrações deficientes – estimular o trabalho de parto com ocitócicos.
2.3-Cesárea – Em casos de apresentação pélvica, principalmente se o peso
estimado do feto for inferior a 1500g.
70
1 - Com perspectiva de que o parto ocorra nas próximas 48 horas
Opção 1 – Penicilina cristalina - por seu limitado espectro sobre bactérias
Gram-negativas e sua excelente ação conta o Streptococcus agalactiae. Esquema: Dose
de ataque = 5 milhões de UI EV. Dose de manutenção = 2.500 mil UI EV a cada 4
horas. O esquema deve ser feito durante 48 horas ou até o parto, o que ocorrer primeiro.
Opção 2 – Ampicilina – Dose de ataque – 2 grama EV. Dose de manutenção –
1 grama EV a cada 6 horas, durante 48 horas ou até o parto, o que ocorrer primeiro.
Obs: A opção 3 deveria ser a Eritromicina, porém, como no Brasil não dispomos
desta droga para uso endovenoso, em casos de alergia à Penicilina, usar a Clindamicina.
Opção 3 – Clindamicina – Dose 900miligramas EV de 8/8horas, durante 48
horas ou até o parto, o que ocorrer primeiro.
AMNIOREXE PREMATURA
Contrações Contrações
Ausentes Presentes Ausentes Presentes
Induzir o Ausência de
Parto contrações e de
Evolução infecções
Espontânea Interrupção da
Estimular o gravidez após
71 discutir com os
Trabalho de Conduta
Parto pais
Expectante
ANOMALIAS DA IMPLANTAÇÃO DA PLACENTA
ACRETISMO PLACENTÁRIO
Conceito:
acretismo placentário ocorre quando as vilosidades coriais ultrapassam a camada
esponjosa da decídua.
Formas clínicas:
1– Placenta acreta – quando as vilosidades coriais ultrapassam a decídua,
observa a ausência total ou parcial da decídua basal e da esponjosa.
2– Placenta increta - quando as vilosidades coriais ultrapassam a camada basal e
a esponjosa, invadindo o miométrio.
3– Placenta percreta ou hipercreta – Quando as vilosidades coriais atingem ou
ultrapassam a serosa,podendo invadir órgãos vizinhos como a bexiga, reto, ovários, e
etc.
Classificação:
1-Parcial - quando apenas parte do tecido placentário ultrapassa a decídua.
2-Total – quando toda a superfície placentária ultrapassa a decídua ou invade o
miométrio.
É Freqüência:
72
bastante variada e está na dependência da população estudada e do cuidado no
diagnóstico. Nas populações com menores condições socioeconômicas é mais elevada.
Têm sido encontradas freqüências entre 1:2000 e 1:70000 partos.
Etiologia:
Lesões prévias da mucosa uterina – (curetagens que atingem o miométrio,
descolamento manual da placenta, Injeção de substâncias corrosivas intrauterina).
Decidualisação deficiente devida insuficiência luteínica.
Miomatose uterina submucosa, placentação prévia ou justa orifícios tubários.
Multiparidade e endometrites prévias.
Diagnóstico Clínico:
A placenta permanece retida após o parto. No acretismo parcial o sangramento
pós-parto é o sinal mais importante de todas as formas clínicas de acretismo. Quando o
acretismo é completo o sangramento está ausente, entretanto não se observam os sinais
clínicos de descolamento da placenta. No hipercretimo placentário podem estar presentes
sinais e sintomas de reação peritonial determinado pela presença de sangue na cavidade
abdominal.
Diagnóstico Ultra-songráfico
A ultra-sonografia convencional comprova apenas alguns casos de anormalidade
de implantação placentária, em virtude de não ter capacidade de delimitar
adequadamente a cavidade uterina.
O mapeamento placentário com o Doppler colorido, permite visualizar a
vascularização da placenta no sítio de sua invasão no miométrio. A investigação se torna
imperiosa quando a inserção da placenta se encontra na projeção de cicatrizes uterinas.
No diagnóstico de implantação normal da placenta a ressonância magnética não
apresenta vantagens quando comparada com a ultra-sonografia.
Diagnóstico Hitopatológico
Nos casos tratados pela cirurgia é possível determinar a presença das vilosidades
coriais. Na ausência de clivagem entre a placenta e a parede uterina, a dequitação se faz
por descolamento de fragmentos placentários quando a anormalidade é parcial, enquanto
que nas totais não existe nenhum descolamento.
73
Conduta:
Nos casos excepcionais em que é possível retirar todo o tecido placentário com
uma curagem, ou mesmo uma curetagem, a utilização de uterotônicos (derivados do
ergot) pode evitar o tratamento cirúrgico. Nos demais casos é importante fazer o
controle cirúrgico do sangramento. Quando o acretismo é parcial a conduta pode
depender da paridade da paciente. Na paciente com desejo de aumentar a prole pode
optar por manter o mínimo de tecido placentário in loco e controlar o sangramento com
uterotônicos, tendo-se o cuidado de fazer o controle posterior do tecido placentário
residual e a antibioticoterapia. Na falha do controle hemorrágico tem que ser feito o
tratamento cirúrgico. O controle da possível permanência da atividade do tecido corial
pode ser feito através loqueação acima da esperada para o dia do puerpério, do exame
ecográfico da vascularização do miométrio e de dosagens semanais do -HCG. Espera-
se que haja queda do -HCG até ocorra sua negativação, a permanência ou aumento é
indicativo de atividade corial. O tratamento da permanência da atividade corial é feito
pelo uso do Methotrexate. A antibioticoterapia recomendada é a cefazolina, 500mg de
6/6hs durante 10 dias ou a Gentamicina 80mg IM de 8/8 hs associada a Clindamicina,
900mg de 8/8hs durante 10 dias.
Nas pacientes com prole constituída se opta pela histerectomia ou pela retirada
do miométrio atingido.
Naqueles em que a acretização é total está indicada a histerectomia.
Complicações:
Hemorragia – pode variar de discreta até ao choque hipovolêmico.
Perfuração ou rotura uterina no momento da tentativa de descolamento manual
da placenta, curagem ou curetagem do tecido placentário.
Lesão de órgãos vizinhos e abdomem agudo, nos casos de hipercretização.
Infecção do leito placentário.
Síndrome de Sheehan, pode ocorrer naqueles casos em houver sangramento
volumoso.
Prognóstico:
Está na dependência da extensão e profundidade da acretização e também da
conduta tomada. Pode ocorrer rotura uterina em gestações subseqüentes, nos caso de
74
conduta conservadora. Na placenta acreta parcial o prognóstico pode ser pior do que na
total..
PLACENTA PRÉVIA
75
IV - QUADRO CLÍNICO: Hemorragia geralmente no último trimestre, de início e
cessar súbitos na ausência do toque vaginal, quase sempre sem causa aparente,
indolor, reincidente e progressiva, associada a apresentações altas e freqüentemente
anômalas. O sangue é rutilante.
V - DIAGNÓSTICO:
QUADRO CLÍNICO - Avaliar a intensidade da hemorragia, o tipo de sangue
(rutilante ou não), o número de episódios de sangramento, o grau de
comprometimento materno, a idade gestacional, tipo da apresentação fetal e de
placenta prévia e da presença ou não de trabalho de parto.
O EXAME ESPECULAR: deve anteceder qualquer tentativa de toque vaginal.
O TOQUE VAGINAL: se necessário, só deve ser realizado pelo chefe do plantão,
após cuidados prévios de internamento, instituição de via parenteral para infusão
de fluidos, solicitação de tipagem sangüínea e hematócrito, fazer a reserva de
sangue e verificar se há condições no centro cirúrgico e da equipe para uma
cirurgia imediata.
ULTRA-SONOGRAFIA: avaliar a localização da placenta, idade gestacional,
apresentação e perfil biofísico do feto.
VI - CONDUTA:
1. EXPECTANTE: É possível tratar desta forma cerca de 70% das pacientes
(idade gestacional menor que 36 semanas e hemorragia leve a moderada).
1. Internar a paciente.
2. Instituir a via parenteral para infusão de fluidos;
3. O repouso no leito até que cesse a hemorragia; quando isto ocorrer a atividade
física deve ser restringida e as relações sexuais não serão permitidas.
4. Solicitar tipagem sangüínea e hematócrito; nas hemorragias mais vultosas
solicitar contagem de plaquetas, tempo de coagulação (TC), tempo de
tromboplastina parcial (TTP).
5. Transfusões sangüíneas se o hematócrito estiver igual ou menor que 20% .
6. Ultra-sonografia e monitorização fetal.
7. Corticoterapia em gestações com mais de 28 e menos de 34 semanas (ver
esquema para acelerar maturidade pulmonar fetal).
76
8. Só empregar agentes tocolíticos em casos muito bem selecionados (discutir o
caso com o chefe da equipe e ver esquema para inibir atividade uterina..).
9. A conduta expectante não pode ser instituída ou deve ser interrompida sempre
que houver hemorragia profusa, rotura da bolsa e/ou más condições de
vitalidade fetal.
10. Uma vez atingida a maturidade fetal ou idade gestacional de 36 semanas deve
ser feita uma avaliação do caso pala equipe do alto risco, que decidirá pela
interrupção ou não da gestação.
VII - PROGNÓSTICO:
MATERNO: a mortalidade materna por placenta prévia nos últimos anos é de
0,2% e a principal causa de morte é a hemorragia.
FETAL: varia de 15 a 20%; a principal causa de morte é a prematuridade, seguida
pelos traumatismos devidos a anomalias de apresentação, anomalias e prolapsos do
cordão, anomalias de apresentação e de posição e amniorexe prematura.
VIII.-.COMPLICAÇÕES:
MATERNAS: decorrem do choque hemorrágico, da acretização placentária, da
terapêutica transfusional e da cesárea.
FETAIS: decorrem da prematuridade, dos traumas, da anóxia e do crescimento
intra-uterino retardado.
77
DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA (DPP)
78
Classificação: Ultra-sonográfica:
- DPP Leve - até 30% de área placentária descolada.
- DPP Moderada - de 30 a 50% de área placentária descolada.
- DPP Grave - Mais de 50% de área placentária descolada.
1.4. Cardiotocografia: A análise do traçado cardiotográfico revela
Sinais de sofrimento fetal:
. Taquicardia persistente
. Bradicardia persistente
. Desacelerações variáveis e tardias.
Sinais tocográficos:
. Taquissistolia com ou sem relaxamento.
. Metrossístoles de baixa amplitude e alta freqüência
VI - TRATAMENTO: O internamento hospitalar é medida primária.
1 -DPP LEVE - É a única indicação para o tratamento expectante.
a- Se o feto for prematuro e o sangramento parar. Fazer o acompanhamento
que deve ser rigoroso, monitorando através de:
Ultra-sonografia seriada.
Cardiotocografia diária.
Hemoglobina, hematócrito e coagulograma seriados.
b- Se o sangramento persistir ou o feto for maduro, interromper a gravidez pela
via mais favorável.
2 - DPP MODERADO E GRAVE:
Fazer monitorização permanente e cuidadosa da paciente para evitar
complicações graves e permanentes.
Interrupção da gravidez pela via mais adequada.
O parto vaginal será o de escolha quando houver condições favoráveis:
Feto vivo: se o parto for imediato e o feto não estiver em sofrimento.
Feto morto: colo fino, com pelo menos 6 cm de dilatação e a apresentação
encaixada.
Amniotomia para acelerar o parto vaginal e diminuir a penetração de
tromboplastina na circulação materna.
O emprego de ocitócicos pode ser instituído em alguns casos
A cesárea está indicada quando houver:
DPP grave
Hemorragias graves com risco de vida materna.
79
Quando as condições obstétricas não forem favoráveis ao parto vaginal.
80
Necrose isquêmica da hipófise anterior. Trata-se de uma complicação tardia
caracterizada por pn-hipopituitarismo
INTRODUÇÃO
São tumores funcionantes potencialmente metastáticos que se originam do cito e do
sinciciotrofoblasto com capacidade de elaborar gonadotrofina coriônica (hCG),
estrogênio, progesterona, lactógeno placentário e outro hormônio com atividade
semelhante a da tireotropina.
CLASSIFICAÇÃO
Com base histopatológica
I - Mola hidatiforme
II - Mola invasora
III - Coriocarcinoma
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICO-PATOLÓGICA
I - Não metastática - Título elevado de hCG por mais de 60 dias após esvaziamento
molar, abortamento, parto ou prenhez ectópica e não se consegue detectar
metástase com os métodos propedêuticos disponíveis.
A - Mola hidatiforme:
simples
invasora
B - Coriocarcinoma
II - Metastático - Há metástases antes mesmo de completar 60 dias de
seguimento.
A - Baixo risco: Metástases limitadas aos pulmões e à pelve e/ou títulos de
hCG inferiores a 100.000 UI/l/24 horas e/ou duração da doença antes da
quimioterapia menor do que 4 meses.
B - Médio risco: Metástases limitadas aos pulmões e a pelve e/ou título de
hCG urinário superior a 100.000 UI/l/24 horas e/ou duração da doença
maior do que 4 meses.
C - Alto risco: Metástases cerebrais e/ou hepáticas (irrelevantes os títulos de
hCG urinários e duração da doença) ou quimioterapia anterior sem êxito.
INCIDÊNCIA
81
No Brasil ------------------- 1/1000 gestações
Nos EEUU ---------------- 1/1500 gestações
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Toxemia precoce
Hemorragia uterina
Volume uterino aumentado para a idade gestacional
Ausência de batimentos cardiofetais (na mola embrionada cuja incidência é de 3 a 4 %
o óbito fetal ocorre geralmente antes da 11ª semana).
LABORATORIAL
Dosagem de hCG urinário nas 24 horas (se possível dosagem da fração ß no plasma).
ULTRA-SONOGRAFIA
Presente sangramento no primeiro trimestre da gestação, solicitar ultra-sonografia,
que revela imagens em flocos de neve e possíveis cistos tecaluteínicos.
EXAME HISTOPATOLÓGICO
Todo o material retirado da cavidade uterina, principalmente o retirado por último
deverá ser examinado.
CONDUTA TERAPÊUTICA - ESVAZIAMENTO UTERINO
Administração de ocitócicos (20 a 30 UI/500 ml de soro glicosado a 5%, 25 gotas
por minutos) até a expulsão da mola e redução do volume uterino ou indução com
Misoprostol (1 comprimido intracervical a cada 6 horas).
O esvaziamento uterino deverá ser realizado sob analgesia ou bloqueio peridural.
Dilatação do colo uterino com velas de Hegar até o número 11 e curetagem uterina
quando o útero for pequeno e não oferecer risco de perfuração. Fazer uso de
ocitócicos durante a curetagem e usar rotineiramente retrator uterino após a
curetagem.
Histerotomia em casos excepcionais.
Encaminhar o material para anatomia patológica.
Histerectomia imediata diante de sangramento profuso.
Histerectomia total profilática em caso de pacientes com mais de 35 anos, com prole
constituída e com útero menor que 10 cm. Em caso de útero acima de 10 cm
primeiro realizar o esvaziamento e proceder a histerectomia total após 6 a 8 dias.
SEGUIMENTO
82
Exame pélvico há intervalos semestrais, quinzenais e mensais até remissão definitiva.
Objetivo: verificar a involução uterina, involução dos cistos ovarianos e/ou
ocorrência de metástases vaginais.
Dosagem de hCG urinária de 24 horas com intervalos semanais após esvaziamento
uterino até obtenção de 3 dosagens negativas consecutivas. Repetir com quinze
dias e prosseguir com intervalos mensais até completar 6 meses após o primeiro
resultado negativo. Quando há remissão espontânea e quando submetida a
quimioterapia prosseguir até um ano.
Raios X de pulmão com intervalos quinzenais até alcançar a remissão. Daí em diante
RX mensal até um ano.
Anticoncepção - iniciar imediatamente após o esvaziamento uterino. Usar
anticoncepcionais orais de baixa dosagem (30 mcg de estrogênio).
A expectativa de remissão espontânea não deve ultrapassar 6 a 8 semanas. Não
ocorrendo remissão, ou quando os níveis de hCG nivelem-se em duas dosagens
consecutivas, e/ou elevem-se, e/ou surjam metástases, o caso deve ser reavaliado
com objetivo de tratamento. A reavaliação deve contar com investigação clínica,
ultra-sonográfica, cintilográfica, radiológica (arteriografia pélvica seletiva,
tomografia computadorizada “TAC”) e laparoscopia.
Remissão espontânea: 80 % dos casos de NTG curam espontaneamente; os demais
evoluem para as formas invasoras, seqüelas proliferativas e/ou malignização.
Considerar remissão espontânea quando houver:
Decréscimo progressivo dos níveis de hGC ou negativação ao final de 6 a 8 semanas;
Rápida melhora do estado geral;
Involução uterina e imediata cessação das hemorragias;
Ausência de infiltração ou metástases.
Obs: Considerando que os cistos ovarianos regridem espontaneamente, está
formalmente contra-indicada a laparotomia para remoção cirúrgica dos ovários,
salvo quando sobrevier quadro de abdome agudo por complicações das
tumorações ovarianas.
TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
As pacientes que não obtiveram remissão espontânea no prazo estabelecido e as que
foram submetidas à histerectomia total profilática e não alcançaram remissão, devem
ser tratadas mediante quimioterapia.
QUIMIOTERAPIA PROFILÁTICA:
Deve ser utilizada em pacientes que apresentarem fatores de riscos tais como:
83
Níveis de hCG > 100.000 UI/l/24 hs ou 40.000 mUI/ml no plasma antes do
esvaziamento uterino;
útero grande para a idade gestacional;
Cistos ovarianos com mais de 6 cm;
Idade da paciente superior a 40 anos;
Histopatologia: trofoblasto compacto, infiltração linfoplasmocitária e depósito
(1956)
fibrinóide escasso ou ausente; classificação de Hertig e Mansell
“Potencialmente maligna”;
Mola de repetição;
Hipertireoidismo;
Toxemia precoce;
Embolização trofoblática.
Deverá ser indicada imediatamente após o esvaziamento uterino de acordo com o
abaixo proposto:
REGIME TERAPÊUTICO:
Estádio I-A e I-B: Não metastático: Mola simples e mola invasora (Corioadenoma
Destruens).
Quimioterapia por agente único - Actinomicina D (ACT-D) ou Methotrexate
(MTX)
Estádio II-A: Metastático - Baixo risco.
Quimioterapia por agente único em tratamento seqüencial: ACT-D e MTX
convencional ou MTX-FC.
Estádio II-B: Metastático - Médio risco.
Poliquimioterapia: Regime MAC I e MAC III.
Estádio II-C: Metastático - Alto risco.
Quimioterapia idêntica a do estádio II-B.
INTOXICAÇÃO
O tratamento quimioterápico causa intensas repercussões tóxicas ao organismo
feminino e podem ser assim catalogadas:
1. Lesões cutâneas: Ulcerações, exantemas, pruridos, etc.
2. Lesões ulcerosas na orofaringe e aparelho digestivo.
3. Alterações da função renal.
4. Alopécia.
5. Inapetência, náuseas, vômitos, enjôos, diarréias.
6. Otite e blefarite.
84
7. Alterações de funções hepáticas. Interromper e/ou retardar o início da
quimioterapia quando as provas de função hepática revelar grave
comprometimento do órgão. Em casos especiais mudar para agentes que
tenham menor repercussão hepática.
8. Alterações da crase sanguínea: leucopenia, plaquetopenia. Interromper e/ou
adiar o reinício da quimioterapia quando os leucócitos se reduzirem a 2.000/ml
ou os neutrófilos caírem a 1.500/ml ou quando as plaquetas baixarem a
100.000/ml ou menos.
INDICAÇÕES DE HISTERECTOMIA
Pacientes idosas ou que completaram sua prole, devem ser submetidas à histerectomia
total profilática. Nos casos de risco, fazer quimioterapia pré-operatória.
Nos casos de seqüelas proliferativas, resistentes à quimioterapia, no curso da terceira
série.
Hemorragia incoercível ou de repetição.
Perfuração uterina pela tumoração.
Útero excessivamente volumoso, sangrante e resistente à quimioterapia.
ISOIMUNIZAÇÃO
CONCEITO:
85
É um distúrbio imunológico da gestante Rh negativa que está gerando um filho Rh
positivo. O sistema imunológico materno é estimulado a produzir anticorpos contra
os antígenos Rh, que atravessam a placenta e vão destruir as hemácias fetais.
INCIDÊNCIA:
Mulheres Rh negativas
ETIOLOGIA:
A exposição a antígenos eritrocitários não compatíveis, que pode ocorrer por três
mecanismo (figura 11):
Transfusão com
sangue Rh(+)
Mãe Rh (-) Placenta Feto Rh(+) Mãe Rh(-) sensibili- Placenta Feto Rh(+)
zada
íntegra
lesão
placenta
Imunoglobulina Anti-Rh-D
Mãe Rh(-) Mãe Rh(-) não sensibili Feto Rh (+)
zada Placenta
86
Figura 11: Fatores etiológicos e mecanismo etiopatogênico da isoimunização materno-fetal pelo fator Rh
3 - TRANSFUSÕES FETO-MATERNAS - A gestação de um feto Rh(+) em
gestante Rh(-) é o principal mecanismo de sensibilização nos dias atuais. A
transfusão feto-materna decorre em virtude de pequenas lesões que podem ocorrer
durante a gravidez e/ou o parto. Na maioria das vezes esta transfusão é de cerca de
0,1 ml. Quase sempre é necessária a ocorrência de mais de uma transfusão para
que aconteça a sensibilização, a não ser que a transfusão seja de grande volume.
Embora a incidência de hemorragia transplacentária seja bastante comum, nem
sempre ela provoca sensibilização. Os riscos de sensibilização, determinados por
estudos cuidadosos para uma paciente Rh negativa que nunca esteve exposta ao
antígeno Rh(D), são mostrados na tabela abaixo:
O contato com sangue incompatível leva a uma resposta imune primária contra o
antígeno Rh determinando a formação de IgM anti-D num prazo de 8 semanas a 6
meses. A resposta imunitária secundária segue-se a uma nova exposição de sangue
incompatível, com rápida produção de IgG anti-D. Este anticorpo cruza facilmente a
membrana placentária e adere às hemácias Rh(+), provocando hemólise fetal.
87
Os produtos da hemólise são carreados através da placenta e metabolizados no fígado
materno.
IDENTIFICAÇÃO DO RISCO:
1- Antecedentes de fetos que apresentaram icterícia, Kernicterus, anemia intensa,
hidropsia.
2- Determinação do grupo sangüíneo e fator Rh de todas as gestantes.
3- Se a gestante for Rh (-) classificar o sangue do pai do bebê.
4- Titulação de anticorpos anti-Rh através do COOMBS indireto qualitativo e
quantitativo (valor igual ou maior que 1:16).
Na dependência do resultado do teste de Coombs podemos classificar as gestantes em:
1- Pacientes Rh(-) não imunizadas: quando o resultado do teste for negativo ou
positivo com valores abaixo de 1:16
2- Pacientes Rh(-) imunizadas, quando o resultado do Coombs for positivo e superior
a 1:16
I CONDUTA NAS PACIENTES NÃO IMUNIZADAS:
88
A conduta nestas pacientes visa evitar a sensibilização ou, pelo menos detectar
precocemente sua isoimunização.
I.1. CONDUTA NO PRÉ-NATAL:
Mulher Rh(-), cujo parceiro é Rh(+) cujo teste para anticorpos (Coombs negativo) for
negativo, deverá realizar novas determinações do Coombs, entre a 28a e 30a semana e
entre a 34a e a 36a.
Fazer uso profilático de imunoglobulina anti-Rh (D) nos seguintes casos:
1- Se a paciente apresentar abortamento espontâneo ou induzido, prenhez ectópica,
mola hidatiforme (50 a 300 mg).
2- Se for submetida a amniocentese (50 a 300 mg).
3- Se apresentar sangramento decorrente de PP ou DPP (300 mg)
4- se for transfundido com sangue incompatível (Rh (+) usar 300 mg para cada 30 ml
de sangue total transfundido.
I.2. CONDUTA NO PARTO:
O parto que apresenta menor índice de sensibilização é o vaginal. Como o feto não
apresenta anemia o parto transvaginal é o melhor desde que não haja outras
complicações. Na assistência ao parto devem ser evitadas manobras que possam
aumentar a passagem de sangue do feto para a mãe (Manobra de Kristeler) ou da
placenta (manobra de Credê). O parto da placenta também deve ser o mais
espontâneo possível. Imediatamente após a expulsão fetal, proceder a abertura da
pinça colocada para laquear o cordão, colher sangue do cordão para fazer as
dosagens necessárias (grupo sangüíneo, fator Rh, etc.). Esta conduta permite uma
redução da pressão na circulação fetal da placenta, diminuindo a possibilidade de
transfusões feto-maternas volumosas.
Quando o recém-nascido for Rh (+) a paciente deve receber pelo menos 250 a 300 mg
de imunoglobulina anti-Rh(D). Se houver suspeita de macrotranfusão fazer o teste de
Kleihauer-Betke para determinar o volume da transfusão. Após o uso da
imunoglobulina pode ser feito um Coombs direto. Se o teste for positivo significa que
a quantidade de imunoglobulina foi suficiente para neutralizar todas as hemácias fetais
transfundidas e ainda sobrou o suficiente para positivar o Coombs.
89
II.1. AMNIOCENTESE: A amnicentese orientada ultra-sonicamente é de pouco risco
tanto para o feto como para a mãe. Realizar exame ultra-sônico para localizar um
bolsão de líquido amniótico (LA) distante do feto e da placenta. Fazer anti-sepsia
cuidadosa da região a ser puncionada com PVP-I. Puncionar com agulha espinhal
calibre 20 ou 22, retirar o mandril e colher 10 ml do (LA). Transferir o líquido para
um tubo de ensaio escuro para evitar deterioração provocada pela luz. O líquido
servirá para estudo da bilirrubina e determinação da maturidade fetal.
II-5 CARDIOTOCOGRAFIA:
90
A cardiotocografia anteparto identifica com segurança os fetos gravemente
comprometidos. Os recém-nascidos com padrão anormal FCF têm concentração de
hemoglobina, no cordão, inferior a aqueles com traçado normal. Na isoimunização, o
padrão sinusoidal e/ou desacelerativo são indicativos de grave comprometimento
fetal. Dados da literatura mostram que este padrão está quase sempre associado a
hidropsia fetal e a anemia grave, ocorrendo o óbito do comcepto em mais 50% dos
casos.
Rh (neg) Rh (pos)
AMNIOCENTESE
< 1:16
IMATURO OU < 34 SEMANAS MADURO 34 SEMANAS
91
Tem por finalidade injetar eritrócitos frescos do grupo zero, Rh negativo, na cavidade
peritonial do feto ou endovenosamente na veia umbilical ou hepática.
O sangue a ser injetado deve ser irradiado (1.500 rads), lavado de tal maneira que esteja
livre dos leucócitos, plaquetas e componentes dos plasmas, para reduzir o risco
potencial dos problemas enxertos versus hospedeiro. Testes sorológicos devem ser
realizados para afastar: sífilis, hepatite, doença de Chagas, citomegalovirus e AIDS.
As transfusões devem ser repetidas a intervalos de 1 a 3 semanas, podendo ser
iniciada na 20a semana e a última na 32 a. Realiza-se o parto quando o feto estiver
maduro (Clement’s positivo), peso fetal pelo ultra-son 2.000 g e a via deverá ser a
alta, através de operação cesariana, pois os fetos muito anêmicos não suportam o
estresse do trabalho de parto.
Técnica -
1- Esclarecer o casal sobre os riscos do procedimento.
2- Jejum de pelo menos 4 horas.
3- Sedação - visa tranqüilizar a paciente e diminuir os movimentos fetais. Pode ser feita
uma injeção de curare na coxa do feto para imobilizá-lo.
4- Fazer a assepsia do abdome com PVP-I, proteger a área com campos esterilizados e
fazer a anestesia local do ponto de punção
92
5- Sob orientação ultra-sonográfica em tempo real, insere-se uma agulha espinhal calibre
20 através do abdome da gestante, até atingir a cavidade peritonial do feto. O
posicionamento correto da agulha é indicado pela injeção de pequena quantidade de
solução salina normal com dióxido de carbono, que é facilmente visualizada ultra-
sononograficamente. Os eritrócitos são injetados lentamente, em quantidades de 10
ml, por meio de um catéter de extensão preso à agulha espinhal.
6- Durante a transfusão controla-se a FCF e a distensão abdominal. O procedimento
deve ser interrompido se ocorrer bradicardia fetal. A taquicardia pós-transfusão é de
bom prognóstico enquanto que a bradicardia prenuncia morte fetal.
7- Em casos de ascite fetal, aspira-se o equivalente ou 20 a 30 ml do líquido ascítico a
mais do que o volume transfundido.
8- Na retirada da agulha, colher amostra de LA para verificar a ausência de sangue na
cavidade âmnica, o que confirma se a transfusão foi correta.
Hematócrito: O hematócrito do sangue a ser injetado deve variar em torno de 85 a 90
%.
Volume de sangue injetado: é calculado pela equação abaixo.
V = [IG - 20]. 10
93
rápidas por via intravenosa, com a vantagem de colher-se uma amostra do sangue
fetal antes e após a transfusão.
Complicações: semelhantes as da TIP
Volume de sangues injetado: O volume oscila entre 30 e 50 ml de concentrado de
hemácias (hematócrito de 85 a 90%) por quilograma de peso corporal fetal, calculado
ultra-sonograficamente.
INDICAÇÕES:
I - INSUFICIÊNCIA UTEROPLACENTÁRIA
01. Posdatismo
02. Hipertensão arterial crônica
03. Diabete melitus
04. Doença Hipertensiva Específica da Gravidez
05. Crescimento Uterino Retardado
06. Descolamento Prematuro da Placenta (estáveis)
07. Placenta Prévia
08. Sangramentos inexplicáveis no terceiro trimestre
09. Perda Fetal anterior
10. Neonato PIG anterior
11. Idade Materna acima dos 40 anos
12. Prenhez múltipla
13. Colagenoses
14. Doença renal crônica
15. Doença pulmonar grave
16. Oligo e Polidrâmnios
17. Hiper e Hipotiroidismo
18. Cardiopatias Cianóticas Maternas
19. Hemoglobinopatias
II- DISTÚRBIOS FETAIS:
01. Transfusões gêmeo a gêmeo
02. Isoimunização materno-fetal
03. Movimentação fetal diminuída
94
04. Infecções congênitas
PROPEDÊUTICA DA VITALIDADE
I - CLÍNICA:
01. Mobilograma: contagem diária dos movimentos fetais, pela mãe. A paciente deve
ser instruída a ficar em decúbito lateral esquerdo depois de uma refeição e registrar
o tempo decorrido para que o feto apresente 10 movimentos fetais. O tempo gasto
está em torno de 15 a 30 minutos. Caso seja maior que duas horas a prova deve ser
repetida. Obs: Trata-se de um método apenas para triagem, devendo-se proceder
outros exames de vitalidade.
02. Batimentos Cardiofetais: Ausculta da freqüência cardíaca fetal tem valor
relativamente pequeno.
03. Medida da altura uterina: É um parâmetro de grande importância, reflete o estado
de nutrição fetal, tem valor no diagnóstico do RCIU, conseqüente a uma
insuficiência placentária.
II - PROPEDÊUTICA ÂMNICA:
01. MECÔNIO: A presença de mecônio na cavidade amniótica, conferindo ao líquido
uma coloração verde musgo, deve ser considerada como sinal suspeito de
sofrimento fetal. O mecônio deve ser investigado por:
AMNIOSCOPIA - Consiste na visualização da coloração do líquido amniótico através
das membranas, utilizando-se o amnioscópio de acrílico ou outros modelos.
95
3. A bexiga deve ter sido esvaziada previamente
4. Ultra-sonografia para localizar os bolsões de LA.
5. Anti-sepsia com PVPI em todo o abdomem.
6. Anestesiar o local escolhido para punção.
7. Punção com a agulha longa até obtenção do líquido amniótico.
8. Aspirar cerca de 10 a 20 ml de LA.
9. Fazer nova monitoragem obstétrica.
I - CONCEITOS:
1 - INDUÇÃO: Forma eletiva de desencadeamento das contrações uterinas para
promover a cérvico-dilatação e a descida da apresentação fetal através do canal
parturitivo, semelhante ao que ocorre no trabalho de parto espontâneo.
2.- CONDUÇÃO: Forma de corrigir ou de suplementar a atividade uterina
ajustando-a aos padrões adequados à fase do trabalho de parto já instalado.
II - INDICAÇÕES:
1.- INDUÇÃO: Em todas as situações onde o término eletivo da gravidez é mais
benéfico à mãe e/ou ao concepto do que sua continuação (exemplos: posdatismo,
amniorexe, diabetes melitus, síndromes hipertensivas).
2.- CONDUÇÃO: Distúrbios da atividade uterina tais com: Hipoatividade, hipotonia,
hipossistolia, bradissistolia, incoordenação de I e II graus e inversão do tríplice
gradiente descendente.
III - CONTRA-INDICAÇÕES:
ABSOLUTAS RELATIVAS
1- MATERNAS: Vícios pélvicos Multiparidade
Cesárea anterior Mioma uterino
2- FETAIS: Tumorações prévias Síndromes hemorrágicas
Apresentações anômalas Prematuridade
Baixo peso / ascite
Insuficiência placentária
Sofrimento fetal
Macrossomia/hidrocefalia
Gemelidade/isoimunização
Tumores fetais volumosos
96
IV - CONDIÇÕES NECESSÁRIAS:
1 - AVALIAÇÃO CLÍNICA PRÉVIA:
História clínica
Diagnóstico correto da apresentação e situação
Medida da altura uterina
Avaliação do peso fetal
Volume do líquido amniótico
Condições do colo uterino
2 - DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE BISHOP: *, **
PONTOS
FATOR 0 1 2
Dilatação < 1 cm 1 cm > 1 cm
Esvaecimento grosso médio fino
Consistência rígido médio amolecido
Posição Do Colo posterior médio anterior
Altura Da Apresentação 1º plano 1º plano 1º plano
Considerar favorável à indução índice de Bishop 5. Modificado por Ulmsten et Al, 1983.
V - PRINCIPAIS CUIDADOS:
Checar a indicação;
Ausculta fetal periódica ou
Fazer cardiotocografia (antes e/ou durante a indução);
Soro com ocitócico EV = gotejamento e contrações controladas;
Fazer amnioscopia prévia e repeti-la durante a indução.
VI - COMPLICAÇÕES:
Hipertonia uterina;
Descolamento prematuro da placenta;
Sofrimento fetal agudo;
Arritmias cardíacas e/ou hipotensão (infusão rápida);
Hemorragia por hipotonia uterina pós-parto (usar derivado do esporão do centeio
imediatamente após o parto).
VII - SOLUÇÕES E TÉCNICA:
Preconiza-se o uso de ocitocina sintética EV;
97
Preparo da solução MÃE (1 UI de ocitocina/ml): tomar 1 ampola de ocitocina
sintética (syntocinon = 5 UI de ocitocina) e diluir o conteúdo com 4 ml de água
bidestilada.
Iniciar a indução com 1 mU/min aumentando gradativamente até um máximo de 20
mU/min.
Aumentar a dose em 1 mU/min a cada min. até obtenção do trabalho de parto
efetivo.
Para evitar uma infusão grande de líquido e proceder a um controle melhor do
ocitócico seguir o esquema abaixo:
SOLUÇÃO I (2 mU/ml): Associar 1 ml da solução MÃE (1 UI) a 500 ml de soro
glicosado a 5 % e aplicar EV conforme esquema abaixo:
1os 30 min -------> 10 gotas/min (1 mU/min)
98
ATENÇÃO: Fazer ausculta fetal e dinâmica uterina a cada 30 minutos, antes de
aumentar o gotejamento ou a concentração.
I - INDICAÇÕES:
1- Ameaça de parto prematuro;
2- Hemorragia discreta por placenta prévia;
3- Iminência de rotura uterina;
4- Sofrimento fetal agudo (grave).
II - TRATAMENTO CLÍNICO:
1-REPOUSO NO LEITO: Paciente deverá permanecer em repouso absoluto por um
período mínimo de 48 horas após o desaparecimento das contrações uterinas. Após
esse prazo permitir a mobilização, estando proibidos esforços físicos de qualquer
natureza.
2 - TOCÓLISE: Tratamento a base de substâncias inibidoras da contração uterina.
2.1 ÍNDICE DE TOCÓLISE:*
FATOR PONTUAÇÃO
0 1 2 3 4
CONTRAÇÃO UTERINA Ausente Irregular (1 cont. /10min) >1 cont/10min|
AMNIOREXE Ausente Ausente Alta ou duvidosa Baixa Baixa franca
PERDAS SANGÜÍNEAS Ausente Leve > 100 ml
DILATAÇÃO CERVICAL Ausente 1 cm 2 cm 3 cm 4 cm
Somar a pontuação de cada um dos fatores e verificar na tabela abaixo a chance de
inibição
99
ÍNDICE % DE INIBIÇÃO ÍNDICE % DE INIBIÇÃO
1 100 5 10
2 90 6 7
3 80 7 ZERO
4 40
CASTLE & TURNBULL (Lancet, 27: 471, 1983) verificaram que a presença
de movimentos respiratórios fetais, observados ao ultra-som, é fator favorável à
inibição das contrações uterinas, enquanto que a ausência destes movimentos é
sinal de impossibilidade de obter a inibição.
2.3 - DROGAS UTILIZADAS:
100
e - na ausência de controle correto pode ocorre cetoacidose materna e morte fetal.
2.3.6 CONTROLE DURANTE O USO DE ß-MIMÉTICO:
a.- Controle rigoroso do pulso que não deverá exceder a 120 bat/min
b.- Tensão arterial -não permitir queda acentuada (máxima 15%).
c.- Controle da FCF deverá permanecer abaixo de 200 bpm.
2.4- ANTINFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES:
2.4.1 INDOMETACINA (Indocid):
a.- DOSE DE ATAQUE: 4 comprimidos de 25 mg de Indocid (100 mg de
indometacina) Via Oral.
b.- DOSE DE MANUTENÇÃO: 25 mg de indometacina (1 comprimido de
Indocid) VO de 6/6 horas.
2.4.2 EFEITOS COLATERAIS E COMPLICAÇÕES DA INDOMETACINA:
a - Oclusão do ductus arteriosus pode ocorrer em fetos com 34 semanas ou mais;
antes dessa idade os fetos são resistentes ao fechamento;
b - problemas gastrintestinais.
Absolutas Relativas
hipertensão da gravidez hipertensão materna
dpp c/hemorragia severa hemorragia discreta
corioamnionite diabetes
morte fetal hipertireoidismo
anomalia fetal cardiopatia
ciur (grave) neoplasia maligna
maturidade fetal atingida isoimunização
dilatação cervical > 5 cm polidrâmnios
Obs: utilizar folha padrão para inibição do trabalho de parto.
3- SEDAÇÃO:
Dose de Ataque: Benzodiazepínicos 1 ampola de 10 mg IM.
101
Dose de manutenção: 1 comprimido de 10mg VO de 12/12 horas.
OBS: A sedação não tem grande valor na obtenção da inibição do trabalho de parto.
Só deverá ser feita em pacientes muito tensas.
102
POSSÍVEL CAUSA DE TRABALHO DE PARTO:
_____________________________________________
RESPONSÁVEIS:
1º________________________2º______________________
103
I -ANTIBIOTICOPROFILAXIA EM OBSTETRÍCIA
104
proveniente de outros Serviços
Obs: Quando houver comprovação de contaminação durante o ato cirúrgico, a profilaxia deverá se
enquadrada na classificação de médio risco obstétrico, exceto se já pertencer ao grupo de alto risco.
II - ANTIBIÓTICOPROFILAXIA EM GINECOLOGIA
105
pedículo de cisto de ovário, Corpo curetagem uterina, colpoperineoplastia e outras.
lúteo hemorrágico e Cisto de ovário de
grande porte).
Cistopexia
Obs: Quando houver comprovação de contaminação durante o ato cirúrgico, a perfilaria deverá ser
enquadrada na classificação de porte médio, exceto se já for de considerada de alto risco.
106
- Preparar dietas para berçários; solução anti-séptica de álcool iodado a 0,5 ou 1% com ou sem
- Preparar soluções parenterais ou enterais; álcool iodado a 0,5 ou 1 glicerina por um minuto, mantendo a
- Instalar solução parenteral (antes de %, por um minuto. mesma técnica.**
manusear equipamentos para ministrar a
solução);
- Instalação de hemodiálise;
- Instrumentação e sondagem através de
orifícios naturais (cistoscópio, broncoscópi,
laringoscópio, e cateterismo vesical);
- Punções biópsias;
- Punção lombar;
107
Obs: Pode-se empregar o anti-séptico detergente nas instituições que assim preferirem.
A glicerina evita o ressecamento das mãos. O álcool etílico a 70% é uma opção
secundária.
108
____________________________________
Assinatura do responsável pela colheita
Por revisar
Por Fazer
ANEMIA NA GRAVIDEZ
ASMA E GRAVIDEZ
AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL
AVALIAÇÃO DA VOLUMETRIA DO LÍQUIDO AMNIÓTICO –OLIGOÂMNIO -
POLIDRÂMNIO
CA E GRAVIDEZ
CIRURGIAS NÃO OBSTÉTRICAS NA GRAVIDEZ
CÂNCER E GRAVIDEZ
CARDIOPATIA E GRAVIDEZ
CESÁREA
CHOQUE SÉPTICO EM OBSTETRÍCIA
CARDIOTOCOGRAFIA
PERFIL BIOFÍSICO FETAL
DOPLERVELOCIMETRIA
DESPROPORÇÃO CÉFALO-PÉLVICA
DISPOSITIVO INTRAUTERINA E GRAVIDEZ
EPILEPSIA E GRAVIDEZ
109
FÓRCIPE
GESTAÇÃO PROLONGADA
HIDROCEFALIA
HIPEREMESE GRAVÍDICA
INCONTINÊNCIA CERVICAL
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO E GRAVIDEZ
MORTE FETAL
PRENHEZ ECTÓPICA
TIREÓIDE E GRAVIDEZ
TRABALHO DE PARTO PREMATURO
SÍNDROMES ANTIFOSFOLIPÍDICA E GRAVIDEZ
LÚPUS E GRAVIDEZ
A. SERVIÇOS:
I. Enfermarias
II. AMBULATÓRIOS
III. SERVIÇOS COMPLEMENTARES
B. SETORES
110
RESIDENTE DO 20 ANO
RESIDENTE DO 10 ANO
DOUTORANDOS
III - SETOR AMBULATORIAL
IV - PLANTÃO DE OBSTETRÍCIA
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE
I - CHEFE DO PLANTÃO
IV - RESIDENTE DO 10 ANO
DOUTORANDOS
VI - ALUNO-PLANTONISTA
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
111