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Lição 1 Falar em público

Lição 2 Medo em falar em público

Lição 3 Preparação da intervenção

Lição 4 Estilo da intervenção

Lição 5 Público

Lição 6 Lugar da intervenção

Lição 7 Duração da intervenção

Lição 8 Discurso

Lição 9 Idéia chave

Lição 10 Introdução

Lição 11 Desenvolvimento

Lição 12 Conclusão

Lição 13 Ensaio

Lição 14 Dia do ato

Lição 15 Apresentação

Lição 16 Intervenção

Lição 17 Voz

Lição 18 Linguagem

Lição 19 O olhar

Lição 20 Linguagem corporal

Lição 21 Imagem

Lição 22 Meios de apoio visual

Lição 23 Fichas de apoio

Lição 24 Captar a atenção do público

Lição 25 Flexibilidade e improvisação

Lição 26 Reação do público

Lição 27 Situações difíceis

Lição 28 Perguntas e respostas

Lição 29 Debate

Lição 30 Críticas
1- Falar em público

Quando vamos falar em público é fundamental conhecer claramente o objetivo da


intervenção.

Queremos transmitir uma informação (por exemplo, resultados da empresa).

Queremos manifestar uma opinião sobre um tema determinado.

Simplesmente queremos entreter, etc.

Por tanto a finalidade desse objetivo deve orientar-se à intervenção.

Falar em publico somente não se limita a pedir a palavra e “soltar” um discurso; falar em
público consiste em conseguir estabelecer uma comunicação efetiva com o mesmo, aonde a
pessoa seja capaz de transmitir suas idéias.

Falar em público é uma oportunidade que temos que saber aproveitar.

Um grupo mais o menos numeroso de pessoas estarão escutando ao orador, quem tem uma
ocasião única de poder transmitir suas idéias com a finalidade de convencer-los.

Por isto, as intervenções se têm que preparar com consciência, o que implica não se limitar
somente em elaborar o discurso, senão também em ensaiar a forma na que vamos expor-lo.

O orador tem que conseguir que o público se interesse pelo que vai dizer e isto exige dominar
as técnicas da comunicação.

Uma coisa é conhecer uma matéria e outra coisa muito diferente é saber falar da mesma.

Conhecer o tema é uma condição necessária, mas não suficiente: tem-se que saber expor-lo
de uma maneira atrativa, conseguir captar a atenção do público e que não se aborreçam.

O orador tem que se demonstrar interessante, sugestivo, convincente, etc.

Quando vamos falar sobre um tema o primeiro que devemos ter em conta é dominar o
assunto. No momento que se tome a palavra deveremos ter um conhecimento sobre o
mesmo, superior do que tem o público. O orador tem que ter algo interessante para dizer.

A pessoa deve evitar a qualquer preço falar sobre um tema que apenas domine, pois correria
o risco de fazer o ridículo.

Escrever o discurso é só uma parte do trabalho e provavelmente não é a mais difícil, nem tão
pouco a mais determinante na hora de alcançar o sucesso.

A maneira de como se exponham as idéias, torna-se um papel fundamental.

O mesmo discurso pode resultar um sucesso total ou um grande fracasso em função da


habilidade do orador em sua exposição.
Embora demonstre estar nervoso quando se vai falar em público, devemos ter em conta que
o público não é o inimigo, que se encontra esperando a mínima falha do orador.

Pelo contrario, quando o público assiste ao ato é porque lhe interessa o assunto a que vai se
tratar e entende que o orador tem o conhecimento suficiente como para lhe poder aportar
algo.

Quando falamos em público devemos prestar atenção não somente no que estamos dizendo,
senão de como o estamos contando, do vocabulário que usamos, dos gestos, dos
movimentos, da forma de vestir, etc. Tudo isto será valorizado pelo público e determinará em
maior ou menor sucesso da intervenção.

2 - Medo em falar em público

Como temos comentado na lição anterior, o público não é o inimigo, muito pelo contrário,
são pessoas que consideram que o orador possa lhes acrescentar algo, que não vão perder o
seu tempo o escutando.

Por isto, não se deveria ter medo desproporcionado em falar em público, ainda que, sem
dúvidas geralmente é bastante habitual.

Ter medo antes de uma intervenção pública é algo natural, pelo que não deveria ser
excessivamente autocrítico consigo mesmo por que aconteça isto, e não por isso ser
considerado uma pessoa débil e insegura.

Temos que analisar este medo que aflige a pessoa e tratar de descobrir as causas que o
originam.

A pessoa se dará conta que grande parte de esse medo é irracional, não obedece a motivos
lógicos (medo de fazer ridículo, de que riam da pessoa, de gaguejar, de afundar o prestigio
profissional, de que o vaiem...).

São situações que não vão acontecer e, portanto esse medo tem que ser rejeitado
definitivamente.

Outro tipo de medo pode ser racional: obedece a situações adversas que podem ocorrer (dar
um branco, não saber responder a uma pergunta, que não funcione um equipamento, etc.).

Frente a este medo racional o que tem que fazer é tomar todas as medidas possíveis para
reduzir ao mínimo as possibilidades de que estas situações aconteçam (por exemplo, levando
papeis de apoio, preparando o discurso em consciência, verificando previamente que os
equipamentos funcionem corretamente, etc.).

Às vezes também preocupa em pensar que o público se possa dar conta do medo que a
pessoa sente (suores, tremer a voz ou as pernas, rosto cansado, etc.), pois é muito difícil que
isto aconteça.

São reações físicas que a pessoa percebe intensamente, mas que apenas são percebidas por
terceiros. No entanto, no caso hipotético que assim seja, o público pensaria que são reações
muito naturais, que a qualquer um poderia passar.
A melhor forma de combater o medo é com uma preparação adequada: tem-se que trabalhar
e ensaiar a intervenção com rigorosidade.

Quando se domina a apresentação se reduzem drasticamente as possibilidades de cometer


erros; isto gera confiança e diminui o nível de ansiedade.

Também resulta muito útil pensar positivo, quer dizer, na satisfação muito grande que lhe
produzirá obter um grande sucesso.

O orador se deve auto-convencer de que com uma boa preparação este sucesso está ao
alcance de suas mãos.

Outro modo de combater o nervosismo é realizar, umas horas antes da intervenção, algum
exercício físico intenso (jogar tênis, correr, etc.).

Isto contribui a queimar energias e gera um cansaço físico que contribui para acalmar os
nervos.

Quando chega o momento da intervenção a pessoa deve ficar tranqüila, especialmente nos
momentos iniciais da mesma.

Se conseguirmos sentir-nos acomodados de principio, é possível que mantenha essa linha


durante o resto da intervenção.

Subir ao palco com tranqüilidade, sem pressa, olhar ao público uns instantes enquanto o
recebem, ajustar o microfone, organizar as notações... e começar a falar calmamente.

Não devemos nunca utilizar pastilhas ou consumir bebidas alcoólicas, pois poderiam gerar
um estado atordoado que dificultasse a exposição.

Em todo caso, um certo grau de nervosismo pode não ser tão mal, pois permite iniciar a
intervenção num estado de certa agitação, de maior energia.

3 - Preparação da intervenção

Na hora de preparar o discurso temos que levar em conta:

a) Público assistente: o discurso tem que ser apropriado para o público que vai assistir. Tem-
se que ver que temas possam interessar, qual pode ser o nível de conhecimento sobre o
mesmo, temos que utilizar uma linguagem adequada, ter em conta se conhecem ou não os
termos técnicos, etc.

Não é o mesmo explicar os resultados do exercício à junta geral de acionistas, que aos
empregados da sociedade. No primeiro caso será um discurso muito mais formal.

Tão pouco é o mesmo falar sobre a mudança climática diante a uma comissão de cientistas,
que num colegial. O nível da precisão e da linguagem técnica que se pode utilizar são muitos
diferentes em ambos os casos.
No entanto, não é o mesmo falar ante 10 pessoas que ante 1000. No primeiro caso existe
mais possibilidades de interação com o público, com mais proximidade. No segundo caso o
discurso terá que ser muito mais formal.

b) Objeto da intervenção. Temos que ter claramente o motivo da intervenção.

Cumprimentar aos empregados pelos bons resultados, comunicar uma redução do quadro de
funcionários, cumprimentar ao um empregado por seus 25 anos na empresa, convencer ao
público para que vote por um determinado partido político, etc.

O discurso pode ter por objeto informar, motivar, entreter, advertir, reclamar, etc., e em
função disso terá que adaptar o estilo do mesmo: formal ou informal, sério ou entretido,
próximo ou distante, monólogo ou participativo, etc.

c) Tema a tratar: segundo o tema que vamos tratar, o estilo do discurso pode ser
radicalmente diferente.

Não é o mesmo falar em plena Prefeitura sobre os orçamentos do ano, que sobre a
organização das festas comemorativas.

Não é mesmo dirigir-se aos empregados para lhes explicar os resultados do ano, que lhes
apresentar os novos objetivos. No primeiro caso buscamos comunicar (linguagem precisa) e
no segundo motivar (discurso mais apaixonado e entusiasmado).

d) Lugar da intervenção. O lugar do ato também condiciona o discurso.

Não é o mesmo falar num auditório, numa sala de reuniões da empresa, numa festa de
aniversário, numa comemoração de bodas, etc.

e) Tempo da intervenção: o tipo de discurso será completamente diferente dependendo de se


vai durar 5 minutos ou se vai durar uma hora e meia. As possibilidades de improvisar, de
aprofundar na matéria, de estruturar o discurso (introdução, desenvolvimento e conclusão),
de utilizar fichas de apoio, de usar transparências, etc., variam de um caso para outro.

Todos estes aspectos deverão ser levados em conta na hora de definir o tipo de intervenção
que se queira apresentar.

4 - Estilo da intervenção

Quando falamos em público, o estilo da intervenção depende de diversos fatores, entre eles
os que se falaram na lição anterior.

Quer dizer, em função do motivo da intervenção, do objetivo que pretendemos conseguir, do


público assistente, etc., o discurso terá um estilo determinado.

Um mesmo tema pode se apresentar de maneiras bem diferentes (por exemplo, a


apresentação dos resultados de uma empresa pode variar de acordo de quem se trate, uma
coisa é mostrar as contas da empresa aos acionistas e outra é parabenizar aos empregados
pelos objetivos conseguidos).
Não podemos pretender falar em público sempre da mesma forma: temos que ajustar o
estilo da intervenção às características de cada ocasião, pois se não o fazemos a atuação
poderia resultar num grande fracasso (independentemente de que a pessoa seja um
conhecedor na matéria).

As características que definem o estilo da intervenção são numerosas:

Formal ou informal

Sério ou descontraído

Sóbrio ou entusiasta

Próximo ou distante

Rigoroso ou generalista

Monólogo ou participativo

Com apoio visual (projetor) ou não

Etc.

Exemplos:

Discurso num ato oficial: será um discurso formal, sóbrio e rigoroso.

Apresentação de um projeto técnico: será um discurso muito técnico e preciso, o estilo pode
ser mais informal e próximo, se utilizará apoio visual, a possibilidade de perguntar, etc.

Discurso de inauguração das festas locais: informal (não por isso menos preparado),
entusiasta, divertido (com anedotas, toques de humor, ironia, etc.), próximo, etc.

Palavras improvisadas num banquete de casamento: informal, familiar, afetuoso, breve, etc.

O orador procurará lhe dar a sua intervenção aquela orientação com a que possa conseguir
um maior impacto possível com o público.

Se não temos certeza de qual deve ser o enfoque adequado, devemos falar com os
organizadores do ato ou com alguma pessoa experta para conhecer sua opinião.

No caso de ter dúvidas é preferível seguir a opção mais conservadora: resulta menos
chamativo falar de maneira formal num ato informal que falar de maneira informal num ato
formal.

A forma de se vestir também pode estar determinada pelo tipo do ato (não é o mesmo
intervir no Congresso dos Deputados que num ato político).

Se não cuidamos de todos estes detalhes pode acontecer que o orador não consiga captar a
atenção do público, que se irá com a impressão de que o discurso esteve completamente fora
de lugar.
Uma última observação:

Um toque de humor bem utilizado pode complementar um discurso serio e rigoroso (além
disso, ajuda ficar perto da audiência).

5 - Público

Quando falamos em público o primeiro que devemos procurar é captar seu interesse e
atenção, pensando em que a comunicação resulte efetiva.

Falar ao um público que não mostra interesse é perca de tempo.

Se o público assiste ao ato é porque lhe interessa, porque espera obter algo (aprender,
conhecer outros pontos de vista, passar um tempo agradável, etc.), pelo que devemos tentar
não defraudar.

Não devemos ver o público como o inimigo.

Temos que preparar o discurso em função do público que se espera que assista.

Tratando um tema que lhe interesse (se o orador tem a opção de poder escolher).

Utilizando uma linguagem apropriada, compreensível; não devemos utilizar termos que
resultem estranhos (não é o mesmo dirigir-se a universitários que a um grupo de
aposentados).

Um mesmo tema pode se abordar de maneira diferente em função do público objetivo.

Uma apresentação sobre o bom comportamento do desemprego em Brasil será diferente se


for realizado no Congresso dos Deputados ou se tem lugar num meeting político (no primeiro
caso será uma apresentação mais formal, distante e sóbria, enquanto que no segundo caso
pode ser mais informal e apaixonado).

Embora até que comece a intervenção não saberemos exatamente o público que assistirá,
deveríamos falar com os organizadores do ato para que nos indiquem que quantidade de
público eles acham que assistirá.

Um aspecto que devemos levar em conta é saber se vamos tratar com um grupo homogêneo
(por exemplo, alunos da faculdade de direito) ou não (por exemplo, o público das festas
locais), pois o discurso deverá ir dirigido para todos eles.

Não devemos utilizar termos ou expressões que parte do público não conheça, nem entrar
nos níveis de detalhes que uma parte do público não lhe interesse, ou simplesmente não seja
capaz de entender.

Também devemos informar-nos do número previsto de assistentes.

Não é o mesmo dirigir-se a 10 que a 300 pessoas. Isto influirá na capacidade de interagir
(perguntar, debater, etc.), na necessidade ou não de utilizar um microfone, nos possíveis
meios de apoio (quadro, projetores, etc.).
Se o público é numeroso teremos que falar mais alto (com independência de que se utilize
microfone), aspecto que se terá em conta nos ensaios. Com poucos assistentes o estilo pode
ser mais informal, mais próximo, frente a um estilo mais formal quando a audiência é
numerosa.

Devemos levar em conta o possível conhecimento que possa ter o público sobre o tema que
vamos abordar, pois isto determinará até que nível poderemos aprofundar, ou qual
vocabulário mais ou menos técnico podemos utilizar.

Um aspecto que também influirá no discurso é se o orador já conhece o público (tendo


participado em ocasiões anteriores, trabalha na empresa, vive no mesmo povoado, etc.) pois
isto poderia lhe permitir dar ao seu discurso um toque de maior proximidade, mais informal.

Temos que tratar de antecipar se o público vai estar de acordo ou não com o tema que se vai
expor e no caso de que se prevejam discrepâncias, temos que tentar conhecer as rações das
mesmas.

Na exposição podemos fazer referência a outros possíveis pontos de vista, tratá-los com
rigorosidade e respeito, embora indicando que não coincidimos com eles.

Também temos que considerar as perguntas mais prováveis que o público possa expor, o que
permitirá levar preparadas as respostas.

6 - Lugar da intervenção

O lugar da intervenção também determina na maior parte o tipo de discurso:

O lugar mostra ao ato sua própria identidade, dando-lhe uma maior ou menor formalidade.

Não é o mesmo intervir numa sala pequena de reunião, num auditório, ou em uma sacada da
prefeitura.

O orador deve conhecer o lugar no que vai falar e levá-lo em conta na hora de ensaiar.

Conhecer suas dimensões, se poderá contar com proje-tores, quadros, etc.; se o palanque
tem uma dimensão suficiente para poder mover-se por ele; se terá também a possibilidade
de mover-se entre o público (por exemplo, numa aula universitária), etc.

O ideal seria, além do mais de conhecê-lo, realizar ali o último ensaio geral, o dia prévio ao
ato.

Isto lhe permitirá se familiarizar com o lugar, o que também contribui em certa medida em
acalmar um pouco os nervos.

Se a pessoa não tem possibilidades de visitar o local, pelo menos deveríamos entrar em
contacto com os organizadores do ato para que lhe informem sobre suas características.

O que não se deve fazer é não conhecer o lugar onde vamos falar até o momento da
intervenção, poderiam acontecer surpresas de última hora de difícil solução:
Não dispõe de projetor para mostrar os slides que se tinham preparado, não tem um atril
aonde colocar as fichas de apoio, o palanque é demasiado pequeno, etc.

Trata-se, em resumo, de evitar qualquer imprevisto que possa prejudicar a intervenção.

7 - Duração da intervenção

A duração da intervenção condiciona a preparação do discurso.

Não o mesmo preparar uma intervenção de 5 minutos que outra de uma hora e meia.

Quando preparamos um discurso temos que tentar ajustar-nos num tempo algo inferior ao
que tínhamos previsto, pois durante o mesmo é freqüente que a pessoa se estenda
(saudações, agradecimentos, alguma anedota improvisada, etc.).

Sempre é preferível encurtar a que ultrapassar o tempo previsto. O público agradece a


brevidade.

Temos que ter em mente a possibilidade de que no último momento os organizadores do ato
modifiquem a duração da intervenção, bem ampliando-la (porque um conferencista não
pode assistir), bem encurtando-la (porque o ato está com retraso).

O orador deveria levar preparado material adicional (outros argumentos, anedotas,


exemplos, slides, etc.) no caso tivesse que falar mais do tempo previsto.

Também deve ter identificadas partes do discurso que se possam omitir, para ter em conta o
caso contrario aonde se encurte o tempo da intervenção.

Durante o discurso temos que controlar o tempo (ter um relógio a vista que se possa olhar
discretamente), tratando que a intervenção vá evoluindo corretamente de acordo ao
previsto, evitando esgotar o tempo com o discurso ainda pela metade.

Não temos que esquecer que uma das partes principais do discurso é a conclusão, a que
devemos dedicar o tempo necessário para poder expressá-la convenientemente.

Se o discurso é extenso o orador não deveria confiar unicamente em sua memória, pois corre
o risco de esquecer algum ponto fundamental, ou pior ainda, de ficar em branco.

É conveniente neste caso levar preparadas fichas de apoio que lhe possam servir de guia ao
longo da sua exposição.

Por último, uma idéia que devemos levar em conta sempre é:

O orador só se estenderá na medida em que tenha algo interessante para dizer, o que não
deve fazer de jeito nenhum é tratar de “rechear” o tempo com informação carente de
interesse (ao público não devemos lhe aborrecer).

Neste caso é preferível falar com os organizadores do ato e lhes comunicar que o tempo
marcado é demasiado extenso para o tema que vamos tratar.
8 - Discurso

A elaboração do discurso, ainda sendo determinante, constitui somente uma primeira etapa
da preparação do ato (e pode que não seja a mais complicada).

Quando preparamos um discurso devemos ter muito claro qual deve ser o objetivo, o que é
que pretendemos conseguir (informar, motivar, divertir, advertir, etc.).

Em primeiro lugar devemos definir o tema da exposição. Isto pode vir já indicado pelos
organizadores do ato (embora a pessoa sempre poderá dar sua própria orientação) ou que
teremos a liberdade para escolhê-lo.

Uma vez definido o tema, temos que determinar a idéia chave que se quer transmitir e sobre
a qual vai girar toda a argumentação.

Por exemplo, vamos falar sobre o sector do vinho em Brasil e queremos transmitir a idéia da
sua falta de projeção internacional.

Uma vez selecionada a idéia chave, temos que procurar argumentos nos que apoiá-la. Para
isto o melhor é soltar as asas da imaginação (“chuva de idéias”) é vá anotando a medida que
vão surgindo.

Este processo pode durar alguns dias (temos que dar tempo à imaginação, as idéias não
surgem inesperadamente).

Uma vez que dispomos de uma lista de possíveis argumentos temos que selecionar os 4 ou 5
mais relevantes ( e não mais).

Devemos levar em conta que num discurso a capacidade de retenção que tem o público é
limitada e que dificilmente sejam capazes de assimilar mais de 4 ou 5 conceitos.

Se tratarmos de apoiar a idéia chave com muitos argumentos só consegue como resultado
que o público termine sem captar o essencial (as árvores não deixariam ver o bosque).

Uma vez que tenhamos selecionado estes poucos argumentos que vamos utilizar devemos
desenvolver-los em profundidade. Utilizaremos conceitos, dados pessoais, citações,
anedotas, notas de humor (podemos os incluir embora o tema tratado seja muito serio).

O discurso se estrutura em três partes bem definidas:

Introdução (apresentamos o tema que vamos abordar e a idéia que queremos transmitir).

Desenvolvimento (apresentamos os distintos argumentos que apóiam a idéia).

Conclusão (ressaltamos novamente a idéia e numeramos superficialmente os argumentos


utilizados).

O discurso não tem porque ser uma peça literária, o que sim deve prevalecer é a claridade.

Ao ser escutado (e não lido) o público não tem tempo de analisar minuciosamente a
linguagem utilizada, a estrutura das frases, etc.
Também, no caso de não entender uma frase não terão a possibilidade de voltar sobre ela.

Tudo isto leva a que no discurso devemos usar uma linguagem clara e direta, frases simples e
curtas. Devemos lhe facilitar ao público sua compreensão.

Para terminar, devemos marcar alguns aspetos importantes:

Independentemente do tema que vamos tratar, devemos procurar que o discurso resulte
atrativo, inédito, ágil, bem fundamentado, interessante (embora o tema abordado seja tão
árido como, por exemplo, “A reforma fiscal nos anos 50”).

Deve priorizar sempre a idéia da brevidade (o público o agradece). A brevidade não implica
que o discurso tenha que ser necessariamente curto, senão que não devemos estender-nos
mais do estritamente necessário (ir direto, evitar arrodeios que somente dificultam a
compreensão e terminam aborrecendo).

Sempre é preferível encurtar que estender o tempo

9 - Idéia chave

Como comentamos na lição anterior, o discurso girará sobre uma idéia principal (idéia
chave), a que resume o ponto de vista do orador sobre o tema tratado.

Falar em público constitui uma oportunidade que não podemos desperdiçar:

Um grupo de pessoas, mais o menos numeroso, estão pendentes do que lhe vamos dizer, por
isto é que devemos ser enormemente seletivos na idéia que queremos transmitir.

Não podemos perder esta oportunidade tratando temas marginais o menos relevantes.

O orador tem que ser capaz de ir ao núcleo do assunto.

É preferível centrar-nos numa só mensagem e que fique clara que abordar distintas idéias
que no final só produzirão confusão.

Quando falamos em público devemos ser concisos, evitar a dispersão, pois a capacidade de
retenção do público é limitada.

Para definir a idéia chave devemos passar um período de reflexão e até que não estejamos
convencidos da mesma não começaremos a desenvolver o discurso.

Essa é a idéia principal a expressarmos na introdução (para que o público saiba qual será
nossa posição a defender), logo se argumentará durante o desenvolvimento e finalmente se
destacará novamente na conclusão.

O objetivo do orador é que quando termine sua intervenção, o público conheça


perfeitamente qual é sua opinião e os argumentos nas que se baseia.
10 - Introdução

A introdução é uma parte fundamental do discurso.

Ao iniciar a intervenção o orador “se joga” conseguir ou não a atenção do público.

Se a introdução resulta interessante, atrativa, inovador, sugestivo, e se o orador parece


preparado, agradável, entusiasta, entretido, é possível captar a atenção do público, e uma
vez que se conseguiu é mais fácil manter-la ao longo do discurso.

Se pelo contrario, o orador não consegui na introdução “enganchar” ao público, na medida


em que avance o discurso lhe vai resultar mais difícil lográ-lo (se o público não prestou
atenção no começo, é muito complicado que depois possa captar a linha fundamental,
embora o intente).

Se a introdução parece pesada, a voz resulta monótona, não se escuta bem, não fica claro o
que se está dizendo, a imagem do orador resulta indiferente, etc., é muito fácil que a mente
do público comece a viajar em muitas direções bem diferentes.

Existem mil coisas nas que o público pode se entreter (este orador se parece a meu vizinho,
que feio fica com esse traje, que gravata mais estranha, como pronuncia as “s”, que calor
esta fazendo aqui, ali está aquele já espirrando, etc., etc.).

A apresentação tem que ser breve, é o momento aonde simplesmente vamos introduzir o
tema que vamos tratar, já teremos mais tempo para desenvolvê-lo.

Na introdução tem que ficar bem claro o assunto que vamos abordar e a opinião nossa sobre
ele.

Se a introdução vai ser extensa, na introdução devemos apresentar uma pequena guia
indicando as distintas partes da exposição.

A introdução se tem que preparar com consciência.

Devemos ser capazes de expor-las sem precisar de fichas de apoio (embora se levem
preparadas), pois se ganha em espontaneidade.

Além disso, é no começo da intervenção quando os nervos estão à pele, pelo que uma boa
preparação ajuda a dominá-los.

A introdução deve começar com entusiasmo, com energia. Marca a linha que deve seguir o
resto da intervenção.

Em último lugar, indicar que a introdução deve começar com uma saudação aos assistentes,
agradecendo-lhes sua presença, também agradecendo aos organizadores do ato pelo
convite.

Se alguém tem falado antes se lhe dedicarão umas palavras de reconhecimento (embora
tivesse sido um autentico chato).
11 - Desenvolvimento

Durante o desenvolvimento do discurso se exporão àqueles argumentos principais que


sustentam a idéia defendida pelo orador.

Temos que ser seletivos na utilização de argumentos de apoio (não mais de 4 ou 5).

Neste desenvolvimento não temos que estender-nos mais do necessário. Como temos dito
anteriormente o que deve primar sempre é a brevidade.

Temos que dar exclusivamente aquela informação que seja realmente importante.

O desenvolvimento deve ser ágil, misturando conceitos teóricos, exemplos, dados


estatísticos, citações, comparações, anedotas e inclusive incluindo algum toque de humor
(permite aproximar o discurso ao público).

É conveniente que estes exemplos, anedotas, citações, etc., sejam relevantes, apropriados ao
caso e não se utilizam simplesmente para tratar de impressionar ao público com os
conhecimentos que a pessoa tem (o público rejeita o pedantismo).

O desenvolvimento deve ser equilibrado, repartindo o tempo entre as distintas partes que se
vão expor, evitando se estender demasiado num ponto determinado e passar “por encima”
por outro igualmente importante.

Se utilizarão, se for possível, meios de apoio (quadro, slides, etc.), com idéia de alternar a
palavra com a imagem, dando movimento e dinâmica à apresentação e evitando a
monotonia.

12 - Conclusão

A conclusão é uma recordação do tema tratado, do ponto de vista defendido e dos principais
argumentos apresentados.

A conclusão deve ser breve, destacando unicamente os pontos básicos que se tem exposto.

Quanto mais se diga, menos ressaltarão os aspectos chaves.

A conclusão, como a introdução, é uma parte fundamental do discurso que deve ser
preparada com consciência.

Provavelmente, quando o público abandone a sala somente lembrará a conclusão do que se


tratou na apresentação.

É conveniente decorar a conclusão, de maneira que se possa desenvolver sem ter que
recorrer a fichas de apoio (embora se levem por precaução).

Desta maneira ganhamos em espontaneidade, em frescura, podendo centrar todo nosso


esforço em enfatizar as palavras, gestos, olhando ao publico, sem que estiver consultando as
notas.
Na conclusão o orador deve se esforçar a fundo, utilizando uma linguagem enfática, falando
com determinação, com entusiasmo.

É o momento de sublinhar ao público o ponto central da exposição.

Ao longo do discurso temos que controlar o tempo e assim dispor no final dos minutos
necessários para poder desenvolver adequadamente a conclusão (é o momento de brilhar).

É freqüente que orador se estenda mais da conta e no final tem que fechar seu discurso de
forma atropelada, sem a oportunidade de poder terminá-lo com uma boa conclusão.

Como encerramento da intervenção, agradeceremos novamente ao público pela sua


assistência e pelo interesse mostrado, e nos retiraremos devagar do palanque enquanto se
escutam palmas.

O correto é abandonar o mesmo antes que as palmas finalizem, e claro, nada de voltar ao
palanque com os braços para cima fazendo um sinal de vitória, nem tão pouco convidar à
família para que suba e compartilhar com eles esses momentos de gloria.

13 - Ensaio

Toda intervenção pública exige uma preparação adequada, não se pode deixar nada ao
acaso.

A diferença pode ser um discurso fraco ou um grande discurso.

A regra fundamental é ensaiar, ensaiar e ensaiar.

Ensaiar com seriedade permite chegar a dominar a atuação que vamos realizar, o que
contribui a aumentar a autoconfiança e reduzir a tensão típica dos dias prévios à
intervenção.

Ensaiar não significa simplesmente repassar mentalmente o texto duas horas antes da
intervenção.

Ensaiar implica:

Ler o discurso em voz alta, quantas vezes sejam necessárias ate chegar a dominar ele.

Expor o discurso, recreando em todo o possível as condições nas que se vai desenvolver a
intervenção (de memória, com apoio de notas, utilizando o quadro, com projeção de slides,
com microfone...).

Praticar a voz, os silêncios, os olhares, os movimentos, as mãos, os gestos do rosto, etc.

Ser capaz de mostrar tranqüilidade, transmitir entusiasmo, saber enfatizar, se


mostrar convincente, etc.

Em definitiva, ensaiamos não só para dominar o texto (evitar ficar em branco), senão com
vista a tirar todo proveito, de conseguir conectar com o público, de motivá-lo, de entusiasmá-
lo, etc.
Temos que ensaiar mesmo pretendendo improvisar o discurso.

Somente o domínio do mesmo nos permitirá realizar uma boa improvisação.

Resulta muito útil se gravar em vídeo e analisar com sentido crítico a atuação:

Permite detectar falhas e poder corrigir-las.

Também resulta interessante ensaiar com o público:

Convencer algum familiar ou amigo para que esteja presente em algum ensaio e que realize
um analises crítico, marcando aquilo que tinha saído correto e aquilo outro que precise ser
melhorado.

Deveríamos realizar um último ensaio (o ensaio geral) no lugar aonde se vai a celebrar o ato,
e se for possível com participação da equipe técnica de luz e som.

O objetivo e se familiarizar com o entorno e coordenar todos os aspetos da intervenção.

Ensaiaremos até o dia anterior ao ato.

O dia da atuação é preferível descansar, pois um ensaio de última hora e sem tempo para
corrigir os falhos, só serve para aumentar o estado de nervosismo.

14 - Dia do ato

O dia do ato o orador deve procurar estar em boa forma.

Na noite anterior devemos dormir as horas necessárias. Temos que chegar ao discurso
sossegados, com a mente tranqüila, 100% de capacidade.

Deve ser um dia relaxado.

Temos que evitar atividades que resultem cansativas ou que possam gerar nervosismo.

Temos que procurar ter uma agenda livre: nada de numerosas reuniões, comitês,
apresentação de resultados, jantares de trabalho, etc. A pessoa chegaria ao ato
praticamente “acabado”.

Como se explicou na lição anterior, no dia da intervenção não se deve ensaiar.

Nas horas previas ao discurso é conveniente estar relaxado, como muito podemos dar uma
olhada rápida ao texto ou as notas de apoio.

É conveniente comer varias horas antes da intervenção, com a finalidade de realizar a


digestão.

A comida deve ser leve, que não produza peso no estômago.


Devemos evitar abusar do café (aumenta o nervosismo) ou do álcool (atonta), nem tampouco
tomar remédios tranqüilizadores (adormecem). Quaisquer destas sustâncias podem provocar
reações inesperadas no palco.

Também devemos evitar, se possível, deslocamentos fora da cidade, pode acontecer que nos
vejamos implicados em engarrafamentos, avarias do carro, etc. e assim ficar numa situação
desesperante.

Se a intervenção tem lugar numa localidade distante é preferível deslocar-nos no dia anterior
com o fim de amanhecer em dito lugar e poder descansar ate o momento da intervenção.

Se viajamos no mesmo dia podem surgir imprevistos de difícil solução (o avião se atrasa,
perdemos o trem, o carro não liga, etc.).

Podendo, viajaremos com o tempo suficiente (nada de presas de último momento) e se


podemos, evitaremos dirigir (produz cansaço).

É conveniente se aproximar ao ato com o tempo suficiente, evitando presas de última hora
(não encontramos táxi, a rua está engarrafada, etc.).

Podemos usar estes minutos para comprovar que todo está em ordem (palanque, projetor,
microfone, luzes, etc.).

Por último, sublinhar que pode resultar proveitoso realizar umas horas antes da intervenção
alguma atividade física (correr, jogar ao tênis, etc.), pois contribui a queimar energia e
acalmar os nervos.

15 - Apresentação

É oportuno que a pessoa responsável de levar o ato seja quem se encarregue de apresentar
ao orador, aportando alguns dados básicos de sua biografia.

Dita apresentação, sendo como é de esperar, elogiada, não deve cair em exagerações que lhe
restem credibilidade.

“Tenho o gosto de apresentar-lhes a D. Vitor Santana, autentico experto na matéria, uma


eminência mundial de prestigio reconhecido, um farol que ilumina a caminho do progresso,
claro exemplo do saber fazer, um grande profissional, amigo de seus amigos, defensor das
causas justas... bla, bla, bla”.

Na apresentação devemos facilitar unicamente aquela informação sobre o orador que tenha
relação com o tema que vamos tratar, o que ajudará ao público a se situar.

Por exemplo, se vamos falar sobre os transplantes de órgãos resulta oportuno comentar a
possível experiência que tenha o orador neste terreno e não limitar-se simplesmente em dizer
que é médico.

Se o orador recebeu prêmios importantes, reconhecimentos, etc. que tenham relação com a
matéria para abordar, é conveniente oferecer esta informação para que o público possa ter
uma valoração mais exata da pessoa que lhes vai falar.
Uma vez que o orador toma a palavra, começará agradecendo ao apresentador de forma
simples suas palavras de elogio, olhando para ele.

Por exemplo: “muito obrigado, D. Roberto, por suas palavras tão cordiais de boas-vindas”.

Devemos evitar a falsa modéstia: “obrigado por essas palavras tão imerecidas”

A continuação, saudaremos ao público, tratando de abraçar com o olhar toda a sala (se
saudamos sem olhar a audiência enquanto ajeitamos as notas de apoio, resultará uma
saudação bem fria e meramente protocolada).

Temos que evitar um comportamento muito típico que consiste em subir ao palanque e
tomar-se um tempo (que resulta uma eternidade) em organizar as notas, o microfone, beber
água, etc., sem ter cumprimentado previamente (resulta pouco elegante).

Se ninguém introduz ao orador, ele mesmo terá que fazê-lo.

Após saudar ao público, a pessoa se apresentará aportando alguns dados básicos de sua
biografia (não se trata de ler o currículo).

Por exemplo, se vamos falar de política internacional, resulta oportuno dizer que é professor
de dita matéria em tal universidade, ou que é membro do comitê de assuntos exteriores de
tal partido político, etc., o que não vem no caso é dizer, por exemplo, que é sócio fundador da
torcida do Corinthians “gaviões da fiel”.

O que não devemos fazer é mencionar os possíveis diplomas, condecorações ou títulos que
tínhamos recebido, pois pode resultar pretensioso (colocando ao público em contra).

“Sou catedrático da Universidade Federal de Pernambuco, premio extraordinário da minha


carreira, tenho muitas publicações em revistas cientificas muitos importantes, reconhecido
internacional-mente...”.

Não devemos esquecer que o público premia a humildade e se chateia com a ostentação.

16 - Intervenção

O discurso não consiste simplesmente em ler um texto (para isto seria mais fácil repartir
xérox aos assistentes), senão em expor de maneira convincente umas idéias.

No discurso temos que interpretá-lo, temos que tirar-lhe todo seu proveito, temos que
enfatizar, entusiasmar, motivar, convencer, persuadir, etc.

A intervenção tem que ir encaminhada a captar (e manter) a atenção do público e facilitar a


compreensão da mensagem.

Não se trata de maravilhar ao público com o que a pessoa sabe, com a riqueza do
vocabulário que usamos, com a originalidade do estilo que utilizamos.

Temos que tratar de chegar ao público da maneira mais direta, mais fácil, e no mesmo
tempo, mais sugestivo.
O orador tem que cuidar o ritmo de sua intervenção, tratando de manter a emoção e atenção
do público durante toda a intervenção, evitando atravessar por momentos de grande
intensidade, seguidos por momentos de pouco interesses (se arriscaria a perder a atenção da
audiência).

A pessoa que participa tem que ser muito consciente que, além disso, de utilizar uma
linguagem verbal (o que se diz, como se diz, vocabulário utilizado, entonação, volume de voz,
ênfases, etc.), utilizar uma linguagem corporal que o público capta com igual claridade
(gestos, movimentos, expressões, posturas, posição na palanque, etc.).

A maioria das vezes a pessoa não é consciente desta linguagem corporal pelo que resulta
muito difícil controlá-lo. Não obstante, dada sua importância é um aspecto que temos que
trabalhar nos ensaios.

Desde o momento em que o orador sobe ao palanque o público começa a olhar e analisar
multidão de fatores (como se move, seu grau de nervosismo, como vai vestido, seu tom e
volume de voz, seus gestos, seriedade ou sorriso, etc.) e com tudo isso se vai formando uma
imagem do orador que pode considerar interessante, sem graça, sugestiva, sem importância,
atrativa, patética, ridícula, etc.

Esta imagem que o público se forma influi decisivamente no interesse que vai prestar à
intervenção, assim como em sua predisposição em aceitar ou não as idéias apresentadas.

Se esta imagem é positiva, o público será muito mais propenso a aceitar os argumentos
apresentados, enquanto se é negativa tenderá a rejeitar-los ou a não dar-lhes atenção.

O orador deve projetar uma imagem de profissionalismo, de desenvoltura, de domínio da


matéria, etc.

O orador deve mostrar entusiasmo: é uma maneira de reforçar suas idéias, por outro lado o
entusiasmo é contagioso e dispõe ao publico a favor.

Tem que mostrar um rosto amável, um sorriso (ajuda a ganhar-se ao público) e evitar gestos
antipáticos (provocam rejeição).

Na valoração global do discurso o público não só terá em conta as idéias expostas e a solidez
dos argumentos, senão também a imagem do orador.

Por isto, não resulta lógico trabalhar intensamente no texto do discurso e ao mesmo tempo
descuidar outros detalhes igualmente importantes.

Dentro da comunicação verbal tem-se que destacar a importância dos silêncios.

O silencio joga um papel fundamental em toda comunicação verbal, pelo que devemos saber
utilizá-lo de forma adequada.

O silencio se deve utilizar de forma consciente (para estabelecer pausas, destacar idéias, dar
tempo à audiência em assimilar um conceito, romper a monotonia da exposição, etc.).

O silencio não se pode usar aleatoriamente, sem um fim determinado, pois o único que
faríamos seria interferir na comunicação, dificultando-a.
Temos que vencer o medo que sentem muitos oradores que evitam o silêncio a toda custa
(pensam que rompe a comunicação).

Uma regra que dever presidir toda intervenção é da naturalidade.

O público gosta de ver no orador uma pessoa normal, próxima.

O público costuma se mostrar tolerante com os erros normais que possam se cometer (os
atribuirá aos nervos típicos do momento), mas se tem algo que rejeita é a artificialidade, a
ostentação, a antipatia e o aborrecimento.

Por último, sublinhar algumas coisas que o orador deve ter disponível quando sobe no palco:

Copo de água (para clarear a voz).

Relógio (para controlar o tempo, o situará num lugar visível aonde possa olhar-lo de forma
discreta).

Lenço (para secar os lábios depois de beber ou por se espirramos – imagine um ataque de
tosse, um nariz que coriza... e o orador sem lenço!).

17 - Voz

Durante a intervenção temos que cuidar a voz:

Uma voz monótona, desagradável, um volume baixo, etc. leva à audiência a desconectar.

Normalmente a pessoa não conhece sua própria voz, daí que se surpreenda quando se escuta
numa gravação.

Ouvir-se numa gravação é muito útil, pois permite se familiarizar com a voz, ouvi-la como a
ouvem os demais. É a maneira de conhecer como soa, como resulta que defeitos tem que
corrigir.

Dominar a voz só se consegue com ensaio:

Gravando o discurso e ouvindo-lo, o que permite detectar falhos (se fala muito rápido, não se
vocaliza o suficiente, se falas muito baixo, se tende a unir as palavras, etc.) e poder tratar de
corrigi-los.

Também é interessante perguntar-lhe alguém sua opinião.

Uma vez detectados os falhos trabalharemos sobre eles com vistas a melhorar a qualidade
da voz.

Embora a voz seja difícil de mudar, podemos melhorar alguns defeitos que dificultam sua
compreensão ou que a fazem pouco atrativa (uma voz nasal, uma voz excessivamente finca o
ronca, etc.).
Temos que saber modular a voz: subir e baixar o volume, mudar o ritmo, acentuar as
palavras; tudo isso ajuda a captar a atenção do público.

Temos que jogar com a voz para enfatizar os pontos importantes do discurso, destacar idéias,
introduzir novos argumentos, contar anedotas, ressaltar as conclusões, etc.

Por exemplo, se realizamos uma afirmação temos que falar com determinação (voz firme,
alta, sem hesitar); em outras partes do discurso (uma explicação, uma anedota, etc.)
podemos utilizar um tom mais distendido, mais relaxado.

Temos que falar claro, esforçar-nos em vocalizar com maior precisão que de costume,
reforçar os finais de palavras, etc.

Um aspecto que temos que cuidar especialmente é o volume:

Na vida cotidiana a pessoa costuma falar com pessoas muito próximas. O que determina que
a pessoa se acostume a falar baixo.

Quando falamos em público temos que fazer um esforço por falar mais alto (aspecto que
temos que cuidar nos ensaios).

Temos que conseguir que a voz chegue com claridade a toda a sala.

Um falho que cometemos quase sempre é começar as frases com um volume elevado e ir
diminuindo-o na medida em que avançamos, de maneira que no final da frase parecesse
como se não tivesse importância.

Nos ensaios temos que vigiar este problema e tratar de corrigi-lo.

Também é freqüente falar demasiado rápido, tendência que se intensifica quando falamos
em público (devido aos nervos).

Dificulta a compreensão e projeta uma imagem de nervosismo.

Nos ensaios temos que olhar este aspecto. Falar devagar facilita a compreensão, projeta
uma imagem de firmeza e ajuda a acalmar os nervos.

Temos que estar bastante atentos ao começo da intervenção: se começamos falando


pausadamente é possível que consigamos manter esta linha ao longo de toda a intervenção.

Quando a audiência é medianamente numerosa (mais de 50 pessoas) é conveniente utilizar


microfone, o que exige certa pratica:

O microfone temos que manter-lo sempre à mesma distância da boca (se o aproximamos ou
se o distanciamos aparecerão oscilações).

Temos que ter certeza de que o volume do microfone é o adequado e que a voz chega com
claridade a toda a sala (o melhor é perguntar ao público no começo da intervenção se
escutam com claridade).

Se a pessoa fala baixo não deve recorrer a elevar o volume do microfone, senão que terá que
se esforçar em falar mais alto.
Uma regra de ouro quando se fala em público é a naturalidade:

O público agradece a naturalidade e aborrece a afetação.

Se a pessoa tem acento não tem porque ocultar-lo (espontaneidade), mas tão pouco
exagerá-lo (dificultaria a compreensão).

18 - Linguagem

Temos que utilizar uma linguagem apropriada para o público ao que nos dirigimos, pois o
primeiro que devemos procurar é que nos entendam. Daí a importância de ter certa idéia do
tipo de público que se espera que assista ao ato.

Por isso, não se deve utilizar termos e expressões que parte do público não entenda.

Unicamente utilizaremos termos técnicos só se a audiência conhece o significado.

Se usamos abreviaturas ou acrônimos temos que estar seguros de que o público sabe o que
significa, senão temos que explicá-los.

Não se devem utilizar palavras estrangeiras a não ser que não existisse um equivalente em
português, em cujo caso temos que saber pronunciá-las corretamente.

Temos que evitar a toda custa resultar pedante (isso chateia ao público).

O objetivo do discurso é ganhar-se ao público com as idéias, não tratar de surpreendê-lo com
nosso vasto domínio de idiomas. Temos que fugir duma linguagem rebuscada ou frases
complicadas.

Temos que evitar usar “aditamentos” que as vezes se intercalam continuamente na


conversação sem que a pessoas seja consciente (entendem, está claro, está bem, etc.).

O efeito que produzem é terrível (bastaria que a pessoa se ouvisse numa gravação para se
dar conta disto).

A regra que deve presidir todo discurso é a da simplicidade.

Enquanto num texto escrito o leitor pode voltar sobre um parágrafo que não entendeu, num
discurso não existe essa possibilidade, pelo que temos que lhe facilitar à audiência sua
compreensão.

A linguagem deve ser precisa e direta, com frases simples e curtas, utilizando tempos verbais
simples.

Em resumo, o público aprecia a simplicidade e aborrece o pedantismo.


19 - O olhar

Quando falamos em público o olhar joga um papel fundamental.

É um excelente meio de conexão entre a pessoa que fala e o público.

O público gosta que a pessoa que fala lhe dirija o olhar.

O orador que não olha ao público da à impressão de ter medo ou de falta de interesse.

Quando olhamos ao público temos que tentar apresentar uma imagem aberta, agradável,
otimista, sorridente.

A simpatia conquista o coração do público.

Ao subir num palanque o primeiro que temos que fazer é cumprimentar ao público, lhes
olhando aos olhos.

Temos que tratar de abranger com o olhar toda a sala, enfocando as distintas partes (mas
evitando olhar de um lado a outro como se fossemos a luz de um farol).

Em lugar de olhar difusamente à massa, temos que tratar de individualizar rostos concretos,
movendo a mirada entre o público e fixando-a em pessoas determinadas, tratando de dar
cobertura a todo o público.

Às vezes, de maneira inconsciente, cometemos um falho de dirigir o olhar perfeitamente


numa zona determinada da sala (por exemplo, ao público que está sentado nas primeiras
filas, ou na parte direita do auditório).

O resto do público pode chegar pensar que não lhe está dando atenção como se merece.

A vantagem de improvisar o discurso, utilizando notas de apoio, em lugar de ler-lo, nos torna
muito mais fácil de olhar para o público.

Em todo caso, embora o discurso seja lido, temos que tratar de manter um contato visual
com o público (a pessoa não pode concentrar-se na leitura e não levantar a vista do papel,
pois resulta pouco elegante e o público terminaria desligando-se).

Nos momentos de silêncio temos que olhar ao público.

Permite intensificar a conexão “orador–audiência”.

Enquanto alguém forme uma pergunta se lhe dirigirá o olhar, mas quando se responda se
deve olhar a todo o público (todos podem estar interessados em conhecer a resposta).

20 - Linguagem corporal

Já comentamos em uma lição anterior que além de linguagem verbal, existe uma linguagem
corporal (movimentos, gestos, atitudes, etc.) do que muitas vezes a pessoa não é consciente,
nem sabe muito bem como funciona.
Através desta linguagem corporal, o orador transmite também mensagens: nervos, timidez,
segurança, confiança, domínio, entusiasmo, dúvidas, etc.

Desde o momento no qual a pessoa entra ao cenário, o movimento das mãos, a expressão do
rosto, a postura, os movimentos no palanque, o olhar, etc. Tudo isso transmite diversas
mensagens.

O público as capta com total nitidez.

Às vezes pode acontecer que estas mensagens sejam contrarias ao que o orador está
tratando de comunicar com a linguagem verbal.

Por exemplo, o presidente da companhia está dizendo a seus empregados que o que mais lhe
preocupa é o bem-estar deles, mas em momento algum toma a moléstia de olhar-lhes ao
rosto.

A melhor maneira de perceber esta linguagem corporal é gravando-se em vídeo.

Muitos ficariam surpresos: tics nervosos, mãos inquietas que não param de se mover, gesto
contrariado, olhar para o teto, rigidez, etc.

Por tanto, dada a importância que tem na comunicação, é um aspecto que temos que
trabalhar convenientemente nos ensaios.

Desde que a pessoa sobe ao palanque deve ser capaz de utilizar esta linguagem corporal em
sentido positivo, facilitando a conexão com o público, reforçando sua imagem.

Temos que transmitir serenidade e naturalidade, evitando gestos, altitudes ou movimentos


que resultem afetados.

Temos que subir ao palanque com segurança, com tranqüilidade (as presas denotam
nervosismo e inseguridade).

Durante a intervenção é conveniente mover-se polo cenário, não ficar quieto, mas
controlando os movimentos, evitando deambular sem sentido. A mobilidade rompe a
monotonia e ajuda a captar a atenção do público.

Se o discurso é lido não cabe a possibilidade de movimento, mas sim devemos manter
uma postura cômoda, erguida, embora natural, não forçada, sem se aferrar ao atril
(sensação de inseguridade).

Se o orador está sentado tratará de se incorporar de maneira de poder realçar sua figura e
não ficar perdido trás a mesa (para estabelecer uma comunicação com o público é
fundamental o contato visual).

Se for possível (por exemplo, numa aula) é aconselhável mover-se entre o público, ajuda a
romper as distâncias, transmitindo uma imagem de proximidade.

Temos que tratar de superar a timidez, transmite inseguridade e dificultar a conexão com o
público.
Os gestos do rosto devem ser relaxados: um sorriso serve para ganhar ao público, enquanto
que uma expressão crispada provoca rejeição.

O movimento das mãos deve estar ensaiado. Tão má impressão produz umas mãos que não
param de mover-se, como umas mãos que ficam quietas.

Os movimentos devem ser sóbrios. As mãos se utilizarão para enfatizar aquilo que se está
dizendo, de maneira que voz e gestos atuem coordenadamente, remarcando os pontos
cruciais do discurso.

A própria situação do orador no cenário transmite também mensagens subliminais:

Em pé, no centro do cenário: autoridade.

Sentado, num lateral do cenário: atitude mais relaxada, menos solene.

21 - Imagem

Além da linguagem verbal e corporal, o orador também transmite uma imagem pessoal que
será valorada positiva ou negativamente pelo público.

Temos que tratar de projetar uma imagem positiva.

Uma imagem agradável, aberta (embora a pessoa seja tímida), atrativa, etc., é valorada
favoravelmente pelo público e ajuda a ganhar sua estima.

Uma imagem descuidada, fosca, antipática, coloca ao público em contra (embora comparta
idéias opostas).

O orador deve vestir de forma apropriada para a ocasião.

Se for um ato formal, vestirá com traje.

Se for um ato informal, poderá vestir de maneira cômoda, esportiva, etc.

Temos que tratar de não desentoar com o público assistente.

Tão chamativo resulta vestir de maneira atrevida num ato formal, como ir de fraque quando
o público se veste de maneira simples.

O orador tem que se informar de como deve ir vestido. Em caso de dúvida é preferível adotar
a opção mais conservadora.

Uma vez definido o estilo (formal ou casual), o orador tratará de vestir algo melhor que a
media do público assistente (não em vão é o protagonista).

Tem que se sentir cômodo, à vontade com sua aparência. Isto acrescenta sua autoconfiança
e lhe permite lutar contra a inseguridade.
Não obstante, devemos evitar todo excesso (não se trata de ser o máximo). A imagem deve
realçar sua figura, mas sem chegar a eclipsá-la (o público tem que prestar atenção ao
discurso e não se distrair com umas roupas espetaculares).

A imagem também deve estar em consonância com a mensagem que se quer transmitir:

Se nos encontramos numa reunião festiva, por exemplo, para comemorar os bons resultados
do exercício, o orador pode vestir com certo excesso (embora dentro duma ordem).

Pelo contrario, o diretor da companhia vai comunicar um redução de pessoal deveríamos


vestirmos de maneira mais sóbria.

Detalhes que a pessoa cuida na vida cotidiana, devem receber uma especial atenção quando
vamos falar em público.

Cabelos penteados, a barba bem feita, dentadura brilhante, sapatos limpos, os botões bem
abrochados, gravata bem colocada, etc.

Antes de subir ao palanque é conveniente realizar uma última revisão, por se acaso (zíper da
calça baixado?).

Temos que evitar qualquer detalhe que possa concernir negativamente à imagem.

Por exemplo, se o orador é de baixa estatura deve cuidar que a palanque que utilize seja
apropriado (que não fique oculto detrás).

Intervém-se duas pessoas ao mesmo tempo com diferencias de estatura consideráveis, é


conveniente que se situem algo separadas para evitar ressaltar o contraste.

22 - Meios de apoio visual

O orador pode apoiar o discurso utilizando distintos meios visuais: quadro, slides, projetor,
etc.

Servem para captar a atenção do público (rompem a


monotonia).

Facilitam a compreensão.

Enriquecem a apresentação.

Ajudam a transmitir uma imagem de profissionalismo.

Dão segurança ao orador (conta com material de apoio).

O orador tem que saber quando e como utilizar estes meios visuais.

Podem servir de apoio ao discurso (ajudam a captar a atenção


do público) ou podem impor um obstáculo (distraem).
Em seu uso deve priorizar a simplicidade:

Utiliza-se para esclarecer e fazer mais compreensível a


exposição; isto só se consegue com imagens simples (se são
complexas e difíceis de interpretar, em lugar de esclarecer,
confundem mais).

Devem-se utilizar imagens a cores: permitem ressaltar o mais


relevante, remarcar as diferencias e fazem que a imagem
resulte mais atrativa.

Este material de apoio deve ser isso mesmo, um apoio ao discurso, e não se converter na
base da apresentação.

Nos ensaios temos que recriar as condições que vamos


desenvolver a intervenção.

O uso deste material de apoio requer uma prática que somente se consegue com ensaio.

Pode acontecer que o orador conte com material de apoio, e se


sinta mais tranqüilo e isso lhe leve a desatender o ensaio: não
podemos cair nesse erro.

Temos que ter prevista a possibilidade de que no momento da


intervenção não funcione o projetor.

Para evitar uma situação tão difícil como esta (por remota que pareça), o orador, além de
preparar o discurso contando com estes elementos de apoio, deve ensaiá-lo também sem
ajuda dos mesmos.

Quer dizer, tem que estar preparado para, se for necessário, desenvolver seu discurso sem
utilizar estes apoios visuais.

A tela ou quadro se situará no centro do cenário para facilitar


sua visão a todos os ângulos.

Enquanto explica a imagem, o orador se situará do lado da tela


para que o público possa lhe ver ao mesmo tempo em que segue
a explicação, sem ter que estar olhando de um lugar para outro
(poderia chegar a perder a atenção no orador).

O orador, enquanto explica a imagem, estará olhando ao público e não de costas


contemplando o quadro ou a tela.

Se forem projetar slides ou se vão realizar demonstrações no quadro, devemos indicar ao


público ao começo da intervenção que ao saírem vão receber cópia deste material.

Trata-se de evitar que se passem toda a sessão tomando


apontes, pois isto lhes impediria prestar atenção.

Vejamos alguns elementos de apoio.


a) Quadro

Permite desenvolver uma explicação passo a passo.

Só se utilizará com grupos reduzidos (até 40 pessoas no máximo).

Quando se utiliza temos que ter em conta:

Escrever com letra clara e grande, que seja fácil de entender.

É conveniente utilizar varias cores: por exemplo, azul e vermelho


(um para escrever e outro para sublinhar).

Enquanto se escreve, temos que situar-nos nas laterais para


tapar o menos possível.

Uma vez que se termine de escrever, a pessoa se voltará


rapidamente para o público, se colocando ao lado do quadro.

b) Slides

Entre suas vantagens podemos marcar:

Podem-se utilizar com públicos mais numerosos (70-100


pessoas).

A diferença do quadro permite ter o material já preparado.

Ao servir de apoio ao orador lhe ajuda a eliminar uma de suas


principais preocupações (a possibilidade de ficar com a mente
em branco).

Na preparação de slides deve primar a simplicidade, temos que ir “direto ao assunto”.

Somente se recolherão as idéias principais (máximo 3 / 4 linhas


por slide), que o orador se encarregará de desenvolver.

O slide não é um resumo do discurso. Temos que evitar os slides


complicados que não comunicam nada e só atrapalham na hora
de lhes seguir.

Letra clara e grande, que seja de leitura fácil.

Utilizar cores para destacar as idéias principais.

Não se pode deixar de comentar nenhuma idéia que apareça no slide, pois se não
automaticamente a atenção do público ficará nela (se existe uma coisa que não é importante
é melhor eliminá-la do slide).

Se projetarmos um gráfico, temos que explicá-lo ao público que significa, como se interpreta
(as vezes são difíceis de seguir).
Nos gráficos temos jogar com as escalas para ressaltar a
mensagem que se quer transmitir.

Antes de começar a sessão temos que conhecer como funciona o projetor, comprovar que
está bem enfocado e que os slides possam ver-se desde toda a sala.

O projetor se colocará de maneira que não dificulte a visão a ninguém do público.

Só se acenderá no momento em que for projetar os slides se desligará cada vez que se
produza uma pausa (um projetor ligado produz um ruído molesto e sua luz resulta
incômoda).

Os slides estarão perfeitamente ordenados para que o orador possa localizar facilmente
aquele que precise.

Na medida em que se vão projetando se irão juntando com cuidado por se mais tarde se
quiser voltar a projetar alguma delas.

c) Projeção da tela do computador

Oferece um grande potencial de comunicação.

Transmite uma imagem profissional.

Pode-se utilizar com um número indeterminado de pessoas, pois a imagem se pode projetar
em diferentes monitores ou telas repartidas pela sala.

A capacidade de jogar com as formas, fundos, as cores, a animação, etc. É incrível.

Deve primar a simplicidade: projetar imagens fáceis de entender (evitar imagens cansativas).

O orador deve conhecer perfeitamente seu uso, com vistas a que durante a intervenção não
encontre dificuldades e possa se concentrar no discurso.

A explicação deve desenvolver-se a uma velocidade que permita ao público seu fácil
seguimento.
Com este sistema se corre o risco de ir projetando imagem trás imagem, sem que ao público
lhe dê tempo de se situar.

Também se corre o risco de preparar uma intervenção profissional, mas no mesmo tempo fria
e distante.

23 - Fichas de apoio

Quando a pessoa fala em público, e só se limita a ler o discurso resultará muito chato (falta
de espontaneidade e de improvisação).

É recomendável improvisar, embora neste caso corramos o risco de nos dar um branco
(situação temida por qualquer orador).

Isto se pode evitar levando fichas de apoio.

Por uma parte se dispõe de uma guia que recolhe os pontos que a pessoa quer tratar,
reduzindo ao mínimo a possibilidade de esquecer alguma coisa. Dá segurança ao orador e lhe
ajuda a acalmar os nervos.

Por outra parte, lhe permite desenvolver o discurso sobre um caminho (improvisar). Isto lhe
facilita introduzir novas idéias, resultar mais espontâneo.

O uso de fichas de apoio é especialmente aconselhável em intervenções de certa duração


(mais de 30 minutos).

Confiar unicamente na memória implica correr um risco excessivo (ficar em branco, perder a
linha argumental, esquecer de tratar alguns pontos principais, etc.).

Na preparação das fichas de apoio convêm levar em conta:

Utilizar letra grande, clara, que seja fácil de ler com uma simples olhada.

Devem ser breves, recolhendo palavras chaves, idéias básicas, etc., que sirvam de guia ao
orador. Temos que evitar ficha muito pesada que dificultem uma rápida consulta.

Se escreverão por uma cara só, para não ter que lhes dar a volta (resulta mais discreto).

É conveniente utilizar papel duro, de tamanho aproximado a metade de uma folha A4 ou


menor, pois são mais fáceis de usar e se amassam menos.

As fichas se disponibilizarão de maneira ordenada e irão numeradas para evitar que se


desordenem e o orador não saiba qual é a que têm a continuação.

Nos ensaios devemos utilizar as fichas de apoio que usaremos adiante na intervenção
(permite se familiarizar com seu uso).

Não temos que esconder as fichas de apoio, fingindo que não se utilizam.
O público entende perfeitamente que é natural que o orador utilize uma pequena guia para
desenvolver seu discurso.

Iremos passando discretamente e empilhando de lado (sem precisar virar a folha)

Embora se preparem fichas de apoio para introdução e a conclusão, deveríamos procurar não
ter que recorrer a elas.

São as duas partes mais importantes do discurso e é preferível desenvolver-las de memória


para poder colocar toda a ênfase em sua exposição (olhar uma nota, embora seja um
instante, resta espontaneidade).

24 - Captar a atenção do público

O orador deve tratar de aproximar o discurso ao público, de romper as distâncias.

Tem que tentar conquistar ao público, com independência de que este coincida ou não com
as teses defendidas.

Isto ajuda captar sua atenção e a predispor favoravelmente para os pontos de vista do
orador.

Ao público agradamos com amabilidade e simpatia.

Saudar ao público logo de subir no palanque, olhando, agradecendo sinceramente sua


presença.

Agradecer publicamente a presença de alguma pessoa ou grupo que tenha vindo de longe.

Mostrar uma imagem amável (na expressão, na voz).

Olhar ao público (permite fortalecer a comunicação).

Contar anedotas que sejam comuns (que afetem pessoas que o público conhece, que tinham
acontecido em dita localidade, etc.).

Introduzir no discurso toques finos de humor (humaniza o discurso, e aproxima ao público);


tem lugar no discurso, embora se tratando de um tema sério (ajuda a tirar o dramatismo).

Se o ato tem uma pausa tem que aproveitá-la para conversar com o público ouvinte.

No final da intervenção voltamos a agradecer pela atenção prestada.

Também o orador pode ganhar ao público dando-lhe participação, evitando que o discurso
seja um mero monólogo.

Formulando perguntas ou dando-lhe a possibilidade de perguntar.


O orador deverá estar permanentemente vigilante da reação do público, tratando de
detectar imediatamente qualquer sinal de perda da atenção (olhar o relógio, ler um papel,
falar com a pessoal do lado, etc.).

Se a distração se mantém, será cada vez mais difícil voltar a captar sua atenção (ao público
lhe resultaria muito difícil pegar o fio do discurso embora quisesse), daí a necessidade de
reagir imediatamente.

Mudando o tom, enfatizando, contando uma anedota, projetando um slide, formulando uma
pergunta ou inclusive fazendo uma pausa (se a intervenção vai ser muito longa).

25 - Flexibilidade e improvisação

Nas lições anteriores se comentou a importância de ensaiar para poder levar o discurso
perfeitamente preparado e não deixar nada ao acaso.

No entanto, isto não significa que o orador não possa improvisar se afastando um pouco do
texto (o discurso ganha liberdade).

Podem ocorrer novas idéias, lembrar de anedotas curiosas, etc.

Pode tratar de conectar seu discurso com as idéias expostas por


outro orador que já falou anteriormente.

Às vezes as coisas não saem como estavam previstas e o orador tem que ser capaz de reagir
com rapidez.

Existem situações que a pessoa não pode antecipar para as


quais deveria estar preparado.

Preparando material adicional pelo fato de no último momento


lhe comunicam que foi ampliado o tempo de sua intervenção.

Identificando partes do discurso que poderiam apagar, para o


caso que precise encurtar o tempo de sua intervenção.

Preparando anedotas, exemplos alternativos, etc., para sair do


caso aonde outro orador se “adiantou” contando coisas que
você estava pensando contar.

No caso que pense usar material visual de apoio (slides,


computador, etc.), além de preparar o discurso pensando nestes
apoios, deveria ensaiá-lo também sem nenhum tipo de apoio,
por se chegado o momento o projetor não funciona ou não
existe computador para usar, etc.

Em outras ocasiões, surgem imprevistos que temos que


solucionarna carreira (um ataque de tosse, um soluço
persistente, um copo de água que se derrama sobre as folhas,
etc.).
O orador deve reagir com naturalidade, o público é
compreensível e entende a situação.

Pode resultar muito útil recorrer ao sentido do humor para tirar


importância ao acontecido.

O mais importante é não perder a calma e não se alterar (a


irritação é contagiosa).

Pode acontecer que durante a intervenção surja um imprevisto que obrigue a interrompê-la
momentaneamente (o microfone se quebra, soa um alarme, etc.).

O orador interromperá sua exposição até que as condições lhe


permitam continuar.

Não deve seguir lutando contra tudo como se nada tivesse


acontecido, pois levaria a que o público perca uma parte do
discurso (além disso, a imagem do orador lutando contra os
elementos resulta um tanto patética).

Nestas situações o orador deve reagir com naturalidade,


interrompendo sua exposição, mas sem mostrar contrariedade.

Enquanto a situação se mantenha, tratemos de encher o tempo


com alguns comentários, tirando importância ao acontecido,
contando alguma anedota sobre alguma situação parecida que
já tivesse vivido, etc.

Se não fizer, começaremos a escutar os comentários do público,


então o orador irá perdendo seu papel de protagonista e com
isso a atenção do público.

Se a situação se prolonga, mais do que razoável, o adequado é


interromper o ato, abandonando o palanque até que as
circunstancias permitam continuar.

Por último, se nos convidam a falar sem ter nada preparado pode sair da situação com
espontaneidade, dirigindo umas breves palavras (saudar aos presentes, agradecer pela
oportunidade de dirigir umas palavras, fazer alguns comentários sobre o tema da reunião e
voltar agradecer; o público não esperará mais nada).

26 - Reação do público

Ao longo de toda a intervenção o orador tem que estar atento em como reagirá o público
(com interesse, com aborrecimento, com simpatia, com aprovação, com rejeição, etc.).

O pior que pode acontecer é não conseguir captar sua atenção (é pior ainda que o público
manifeste seu desacordo com a opinião apresentada).

Se o público não mostra interesse, não é possível a comunicação.


Temos que captar a atenção do público no primeiro momento da intervenção. Se não
conseguimos, então dificilmente vamos conseguir mais tarde.

Por tanto, temos que esforçar-nos ao máximo: saudar amavelmente preparar uma
introdução sugestiva, adequando o tom da voz, com os gestos, olhares, anedotas, etc.

No primeiro indício de que o público perde a atenção devemos reagir com rapidez.

Se o público se dispersa definitivamente vai ser muito difícil voltar a lhe conquistar (embora
quisesse, lhe resultaria difícil captar o fio argumental).

Ao público que está mais distante resulta mais difícil de ganhá-lo, daí a conveniência, se for
possível, de se mover entre o público, aproximando sua presença à audiência.

A extensão do discurso joga em contra da atenção do público.

Importância da brevidade

Isto não quer dizer que o discurso tenha que ser necessariamente curto; durará o que tenha
que durar, mas não deve se estender se não for necessário.

É possível que o público manifeste sua discrepância com a tese do discurso.

Quando o orador prepara sua intervenção deveria antecipar sua possível reação
(normalmente a pessoa sabe quando suas idéias possam resultar polêmicas), e no caso
possível de que tenhamos desacordo tratar de conhecer os motivos.

Isto permite ao orador levar preparadas as respostas às possíveis criticas.

Se a reação contraria do público tivesse sido totalmente imprevista e que o orador ignorasse
suas razões, o melhor é lhe perguntar diretamente o porquê de sua rejeição.

Temos que dar ao público a oportunidade de que exponha suas questões; escutar-lhe com
atenção, comentando a continuação que se trata de um raciocínio respeitável, embora
diferente ao ponto de vista que a pessoa mantém.

O que não podemos fazer é aceitar as críticas assim como vem, pois debilitaria a posição do
orador (perderia autoridade).

Tão pouco não devemos nos prender em nossas posições, criticando duramente os
argumentos expostos pelo público e iniciando uma discussão que termine irritando ainda
mais os ânimos.

Um ato público não é um lugar mais oportuno para uma discussão acalorada. Muitas vezes
uma atenção ao público é mais que suficiente para ganhar sua simpatia e respeito, embora
siga discrepando dos argumentos expostos.

Em todo caso, o orador não deve confundir a reação contraria de uma pessoa concreta com
uma opinião contraria generalizada.

Quando finaliza a intervenção o público costuma aplaudir. O orador agradecerá


sinceramente, olhando ao público e se retirará discretamente.
Nada de esperar até que finalizem as palmas, nem de voltar ao palanque para receber uma
nova ovação como se fosse um artista.

Temos que evitar gestos do tipo levantar as mãos em sinal de vitória, levar as duas mãos ao
coração, etc., nem se devem fazer comentários do tipo “que exagero”, “não é para tanto”,
“gosto muito de vocês”.

Uma vez finalizada a intervenção resulta interessante pedir a alguém que tenha assistido e
que nos diga sua opinião sincera de como resultou o mesmo (pontos fortes e pontos para
melhorar).

Cada intervenção é um ensaio geral da seguinte.

27 - Situações difíceis

Embora não é normal que aconteça, em ocasiões poderia suceder que uma pessoa do público
ataque com dureza ao orador.

Se este ataque acontece na metade do discurso, interrompendo-o, o correto é solicitar que


espere o momento das perguntas para expor seu ponto de vista.

Se esta pessoa mantém sua atitude, deveremos indicar-lhe educadamente que tenha
amabilidade de abandonar a sala, desculpando-se ao público pela interrupção.

Se o ataque ocorre uma vez finalizada a intervenção, no momento das perguntas, deveremos
indicar educadamente que o estilo utilizado não é o admissível e que por tanto não lhe
responderá até que não utilize um tom correto.

Se essa pessoa mantém sua atitude podemos lhe oferecer a possibilidade de discutir o tema
pessoalmente uma vez concluída a sessão, e se ele insiste deveremos pedir que abandone a
sala.

O orador deve estar disposto em aceitar críticas, o que não tem que admitir de jeito nenhum,
e ainda menos em público, é que lhe falte o respeito.

Diante ao público ficaria numa situação desagradável, perdendo totalmente sua autoridade.

O importante, em momentos tão delicados e desagradáveis, é manter a calma e a educação,


evitando responder com ironia ou desrespeito. Não temos que dar ao ofensor a mínima
oportunidade para que persista em sua atitude.

Temos que tratar de não perder a calma e ainda menos iniciar uma briga em público (embora
tenha razão).

Em situações deste tipo o público costuma reagir a favor do orador (quem foi verbalmente
agredido), ainda quando discorde de seus argumentos.

Se na sala se produz uma situação tumultuosa temos que apelar à audiência para que se
tranqüilize.
Se persistir a situação se suspenderá a intervenção alguns minutos, esperando que chegue a
calma (durante este tempo o orador abandonará o palanque).

Se a situação se prolonga será suspensa definitivamente a intervenção.

28 - Perguntas e respostas

O público agradece a possibilidade de poder fazer perguntas sobre aqueles aspectos que não
tenham ficado claros ou sobre os que discordam.

A opção de perguntar enriquece a intervenção, consegue envolver mais a audiência e


transmite uma imagem de segurança e de domínio da matéria.

Se não dominamos suficientemente o tema tratado, devemos evitar a todo custo o turno de
perguntas, pois se corre o risco de não sair-se bem da situação.

No começo de intervenção se indicará se podem interromper quando surja alguma dúvida ou


se haverá no final um turno de perguntas.

A possibilidade de interromper pode ser preferível quando se está tratando de um tema


técnico, resolvendo as dúvidas logo que apareça, o que permite ao público seguir com maior
facilidade o raciocínio exposto.

Esta opção mostra como é inconveniente que as interrupções possam impedir que o
raciocínio se desenvolva com fluidez, o que pode prejudicar a parte do público, além disso, as
interrupções dificultam controlar o tempo da intervenção, com o perigo de chegar a esgotá-
lo sem ter finalizada a intervenção.

Um turno de perguntas ao finalizar a apresentação permite que esta se desenvolva com


continuidade, sem interferência, e facilita ao orador a controlar melhor seu tempo.

Se optamos por um turno de perguntas ao final da sessão:

Se indicará o tempo disponível.

Convidaremos a audiência para que apresente suas dúvidas. Se ninguém intervém, e trás
uma espera adequada, o orador pode realizar alguma pergunta geral (por exemplo, se um
ponto ficou claro, ou se a exposição foi fácil de seguir) com vistas de animar a audiência para
que participe.

Temos que evitar que umas poucas pessoas monopolizem o turno de perguntas, tratando de
que intervenha o maior número possível de pessoas.

Enquanto se formula a pergunta o orador olhará à pessoa que está falando, mas quando
responder olhará a toda a audiência.

As perguntas devem ser respondidas com clareza, com precisão, evitando desvariar (permite
aproveitar melhor o tempo e que se possam formular mais perguntas).

Quando se responde uma pergunta, podemos perguntar ao público se alguém quer agregar
algo (desta maneira se dá mais participação, mais protagonismo).
O orador deve responder sempre com educação, embora a pergunta formulada não tenha
interesse nenhum ou já tenha sido formulada.

Se alguém formula uma pergunta que não tem nada a ver com o tema tratado, se indicará
amigavelmente que a pergunta não é pertinente.

Quando se responde uma pergunta, se dará a oportunidade à pessoa que a fez em insistir
sobre o tema (por se algo não ficou claro ou por não estar conformado com a resposta).

Se este intercambio de pontos de vista começa a se prolongar, deveremos tratar de cortar,


oferecendo a possibilidade a dita pessoa de continuar analisando o tema uma vez finalizada
a sessão (se trata de evitar esgotar o turno de perguntas discutindo um ponto só).

Se o orador não sabe como responder uma pergunta deve evitar mostrar nervosismo ou
contrariedade.

Indicará com total naturalidade que desconhece a resposta e solicitará ao público assistente
se alguém pode responder.

Se ninguém responde, o orador se comprometerá analisar o tema exposto e dar uma


resposta na maior brevidade possível.

O que não pode fazer de jeito nenhum é se inventar a resposta (poderia pagar mico).

O público valoriza a sinceridade e compreende que o orador pode desconhecer algum


aspecto determinado do tema tratado.

Quando o tempo disponível está esgotando, o orador anunciará que somente resta tempo
para mais duas perguntas.

Uma vez finalizado o turno de perguntas se agradecerá novamente ao público sua


assistência e se dará por concluído o ato.

Se por falta de tempo não é possível um turno de perguntas, o orador pode se oferecer a,
uma vez finalizado o ato, ficar a disposição do público para responder qualquer pergunta que
possam ter.

29 - Debate

Uma vez finalizada a intervenção pode se organizar um debate entre o público assistente
para analisar o tema tratado.

Enquanto que no turno de perguntas o público pergunta e o


orador contesta, no debate todos podem participar expondo
seus pontos de vistas.

Para que o debate se desenvolva de forma eficaz é necessário que o número de assistentes
seja reduzido (não mais de 20 ou 25 pessoas).

O público deve estar situado de forma que facilite a participação de todos.


Ao redor de uma mesa (se o número é reduzido) ou em
semicírculo (se o número é maior).

Antes de iniciar o debate, o moderador introduzirá às pessoas assistentes ou lhes pedirá que
o façam.

De cada um deles se proporcionará aquela informação que


resulte relevante (títulos, experiência, etc.) e que permita ao
resto dos assistentes terem uma idéia sobre os demais
participantes.

O moderador pode iniciar o debate fazendo alguma pergunta genérica ou pedindo aos
assistentes que dêem sua opinião sobre o tema tratado.

O moderador deve controlar o andamento do debate com vistas a que no tempo previsto
possam abordar a maioria dos aspectos relevantes (daí a importância de ter um esquema
elaborado com os pontos que se querem tratar).

Também deve se preocupar por manter sua intensidade, intervindo se for necessário
(lançando novos temas, realizando perguntas, etc.).

Em seu papel de moderador, o orador deve mostrar máxima correção e educação, mas
atuando com firmeza se for necessário (reconduzindo o debate se ele se desvia do tema
tratado, corrigindo a algum assistente que utilize um tom inadequado, solicitando
moderação se o debate fora subindo de tom, etc.).

Tratará de repartir o tempo entre os presentes de forma eqüitativa, evitando que uns poucos
possam monopolizá-lo.

Quando faltarem 5 minutos para sua conclusão se avisará aos participantes.

Se pedirá a cada um deles que brevemente resuma seu ponto de


vista.

O moderador concluirá fazendo um breve resume dos temas tratados e dos pontos de vistas
expostos.

Se finalizará dando por concluída a sessão e agradecendo ao público sua presença.

30 - Críticas

Depois de falar em público, resulta muito útil pedir a opinião a alguém dos assistentes sobre
como foi a intervenção.

Temos que tratar de procurar opiniões sinceras, objetivas, nas que se destaquem os pontos
fortes e aqueles outros que necessitem ser melhorados.

Também resulta muito útil gravar em vídeo a intervenção.


Permitirá analisar em detalhe todos os aspectos da mesma: voz, linguagem, gestos,
movimento, entusiasmo mostrado, segurança, etc.

Temos que ser rigorosos nas analises (embora sem chegar a ser auto-destrutivos) e detectar
as falhas cometidas, suas possíveis causas (falta de ensaio, imprevistos, nervos, pouco
domínio da matéria, etc.) e ver as possíveis medidas a adotar para evitar que voltem a
ocorrer.

Temos que analisar a naturalidade e a desenvoltura mostrada, pois são aspectos chaves para
captar o interesse do público.

Se usamos meios visuais de apoio temos que valorizar como têm resultado (se enriqueceram
a intervenção, se ajudaram a captar a atenção do público, se usamos com naturalidade).

Também resulta muito útil falar com gente experta procurando que nos dêem bons
conselhos.

Cada participação em público é como um ensaio geral da seguinte, e em cada uma delas
temos que tratar de evitar cometer os mesmos erros que na anterior.

Só podemos corrigir estes erros se conhecermos quais foram.

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