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ALUNO: Nº:
DISCIPLINA: Filosofia PROFESSOR: Dermeval
ANO ESCOLAR: 2º
TURMA: DATA: NOTA:
Após promover inúmeras mutações no vírus H5N1, causador da gripe aviária, as equipes
conseguiram fazer com que o micro-organismo, antes transmitido ao homem somente pelo contato direto
com aves, circulasse entre humanos pelo ar. Conseguiram, com isso, entender os possíveis caminhos da
evolução do micro-organismo. Mas também aumentaram, inegavelmente, os riscos de uma pandemia de
proporções catastróficas.
O propósito dos estudos, obviamente, não era criar uma espécie mais letal do vírus. Os cientistas
precisavam entender a evolução do micro-organismo para desenvolver vacinas e remédios mais eficazes.
A possibilidade, no entanto, de que os dados caíssem em mãos erradas, ‘ensinando’ bioterroristas a criar
um vírus altamente letal e de fácil transmissão, por exemplo, fez com que o Painel Científico Consultivo para
a Biossegurança dos Estados Unidos (NSABB, da sigla em inglês) questionasse a sua divulgação. O comitê
pediu que a pesquisa fosse publicada sem os detalhes que explicam como a mutação do vírus foi alcançada.
Por mais difícil que seja reproduzir os resultados, e apesar de genomas inteiros de vírus já tenham sido
publicados antes, o trabalho comandado pelo médico holandês Ron Fouchier reacendeu a velha discussão
sobre os limites da ciência. Os exemplos dessa disputa são inúmeros. Até hoje há quem defenda o fim de
pesquisas que modificam geneticamente embriões animais, embora os benefícios práticos já sejam
usufruídos pelo homem em seu dia-a-dia.
O projeto Genoma Humano, iniciado na década de 1990, também foi duramente criticado. Na época,
virou clichê dizer que os cientistas tentavam “brincar de Deus”. O tempo mostrou, no entanto, que a liberdade
da ciência em escolher o estudo dos genes estava certa. Embora os benefícios diretos ao homem ainda
estejam em estágio inicial, terapias gênicas já curaram em cobaias doenças como daltonismo, distrofia
muscular e cardiomiopatia. E os cientistas preveem um futuro promissor para muitos outros tratamentos.
“A ciência deve ser livre”, afirma José Roberto Goldim, professor da Faculdade de Medicina da PUC
do Rio Grande do Sul, chefe do Serviço de Bioética do Hospital das Clínicas de Porto Alegre e pesquisador
sobre ética na ciência. “A pesquisa científica deve ter liberdade para escolher seu foco de estudo, seja ele
qual for.” Em outras palavras, não importa o quão perigoso seja o organismo, a substância ou o meio
estudado. A liberdade de conhecimento é e deve permanecer um bem inexorável.
1. É possível afirmar que a ciência é neutra, de acordo com os positivistas? Explique. (1,0)
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