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Deu 15,
então vai 1, que a gente soma com 4 mais 3. Dá 85." Eis o conjunto de ações da
conta armada, também chamada de conta em pé ou continha nas diferentes
regiões do Brasil. O termo matemático que nomeia essa técnica, você sabe, é
algoritmo - sequência de instruções em ordem determinada para resolver um
cálculo. Ao ouvir uma criança recitar a tal série de ações, muita gente respira
aliviado e conclui: "Que bom, esse aluno já sabe somar". Será mesmo? O
resultado pode estar certo, mas o pequeno consegue explicar o que significa o tal
"vai 1"? É capaz de entender o raciocínio por trás da técnica que memorizou?
O campo aditivo é um conteúdo muito mais rico e complexo do que uma simples
técnica de cálculo. Para mostrar isso, é fundamental levar as crianças a ter
contato com diversas estratégias para, só então, ensinar a conta armada (confira a
sequência didática). "Quando os professores partem dos procedimentos
individuais e introduzem o algoritmo formal pouco a pouco, eles permitem que
os alunos construam as relações necessárias à compreensão das formas possíveis
de solução e evidenciam que existem diferentes caminhos a ser escolhidos",
afirma Gilda Lisbôa Guimarães, professora de Educação Matemática e
Tecnológica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Uma opção que respeita a pesquisa autônoma do estudante e a experimentação de
estratégias pessoais e em grupo é começar pelo cálculo mental. Ele coloca o
aluno diante de vários caminhos para se chegar ao resultado: estimativa,
empréstimo e devolução de unidades para resolver as contas e por aí vai.
Utilizando essas estratégias, um aluno poderia seguir o seguinte raciocínio para
realizar 49 + 36, soma que abre esta reportagem: