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Parte 1

O Ritual

O Ritual do Neófito
do Templo Whare Ra
Grau 0=0 da Primeira Ordem da
Stella Matutina

Oficiais
Imperator, Praemonstrator, Cancellarius
Hierofante — manto vermelho, lámen, cetro-coroa.
Hiereus — manto preto, lámen, espada.
Hegemon — manto branco, lámen, cetro-mitra.
Kerux — lámen, lâmpada, bastão.
Stolistes — lámen, taça de água lustral.
Dadouchos — lámen, turíbulo.
Sentinela — lámen, espada.

Requerimentos
Rosa vermelha, cruz, triângulo, cálice, patena, sal, pão, lâmpada, venda, faixa de
exemplo, alteração química, e pergaminho de afiliação.

Abertura
Quando os membros estiverem reunidos e paramentados, o Hierofante dá uma batida.
O Kerux (Kerukains) vai à direita do Hierofante, volta-se para o Leste, eleva o bastão e diz:-

Kerux: Hekas, Hekas, Este Bebeloi.

O Kerux retorna ao seu lugar no Leste e Sul, dando o Sinal do Grau conforme passa
pelo Trono do Leste. (N.B.: Em todos os movimentos de oficiais e membros o curso do Sol—
o sentido horário—deve ser obedecido, exceto em circumambulação reversa, embora possa não
ser invariavelmente necessário passar imediatamente em frente ao Hierofante; mas, quando
essa última for feita, a Saudação do Grau deve ser dada, como também quando bem dentro do
Portal ou entrando ou deixando o Salão. O Sinal do Grau deve ser feito na direção do
movimento—horário, exceto quando entrando ou deixando o Salão, quando é feito em direção
ao Hierofante.)

O Hierofante se levanta com uma batida.

Hiero: Fratres e Sorores da Ordem da Stella Matutina, auxiliai-me a abrir o Salão dos
Neófitos.
Todos se levantam.

Frater Kerux, vê se o Salão está adequadamente protegido.

O Kerux assegura que o Salão está adequadamente protegido dando uma batida—ou
ele destranca a porta, olha para fora, então novamente fecha e tranca a porta. O Sentinela
responde dando uma batida com o cabo de sua espada. (Isso também se aplica ao fechamento.)
Se o Sentinela não está presente, o Kerux dá uma batida em resposta a si mesmo.

Kerux: Mui Honorável Hierofante, o Salão está adequadamente protegido.

Hiero: Honorável Hiereus, protege o lado de cá do Portal e assegura-te que todos os


presentes contemplaram a Estrela da Manhã.

O Hiereus passa pela porta, fica na frente dela com a espada, o Kerux em sua mão
direita com a lâmpada e bastão.

Hiereus: Fratres e Sorores da Ordem da Stella Matutina, dêem os Sinais do Neófito.

Feito. Hiereus dá os Sinais.

Mui Honorável Hierofante, todos os presentes foram assim honrados. O Hiereus


retorna ao seu lugar. O Hierofante repete os Sinais.

Hiero: Que o número de Oficiais do Grau e a natureza de seus ofícios sejam


proclamados mais uma vez, que os poderes cujas imagens eles são possam ser re-despertados
nas esferas daqueles agora presentes e na esfera desta Ordem, pois por nomes e imagens todos
os poderes são despertados e re-despertados.

Dá o Sinal do Silêncio.

Honorável Hiereus, quantos Chefes da Ordem existem neste Grau?

Hiereus: Existem três Chefes da Ordem: o Hierofante, Hiereus, e Hegemon.


(Hierofantria, Hiereia, e Hegemone, se são femininos.)

Hiero: Há alguma peculiaridade nesses Nomes?

Hiereus: Eles todos começam com a letra ‘H.’

Hiero: E de que esta Letra é símbolo?


Hiereus: Da Vida, porque a letra ‘H’ é nosso modo de representar o grego antigo
aspirado ou respirado, e o Alento é evidência da Vida.

Hiero: Quantos Oficiais menores existem?

Hiereus: Existem três além do Sentinela: Kerux (Kerukaina), Stolistes (Stolistria), e


Dadouchos (Dadouche). O Sentinela guarda o Portal do Salão e porta uma espada em sua
mão para proteger de invasores. É tarefa sua preparar o Candidato.

Hiero: Frater Dadouchos, sua estação e deveres?

Dadouchos: Minha estação é no Sul para simbolizar Calor e Secura, e meu dever é
garantir que a Lâmpada e os Fogos do Templo estejam prontos na Abertura, zelar pelo
Incensário e Incenso, e consagrar o Salão e os Fratres e Sorores e o Candidato com Fogo.

Hiero: Frater Stolistes, sua estação e deveres?

Stolistes: Minha estação é no Norte, para simbolizar Frio e Umidade, e meus deveres
são garantir que os Mantos e Colares e Insígnias dos Oficiais estejam prontos na Abertura, e
zelar pela Taça da Água Lustral e purificar o Salão e os Fratres e Sorores e o Candidato com
Água.

Hiero: Frater Kerux, sua estação e deveres?

Kerux: Minha estação é dentro do Portal; meus deveres são garantir que a mobília do
Salão esteja apropriadamente disposta na Abertura, e guardar o lado interno do Portal, para
admitir Fratres e Sorores, e para supervisionar a recepção do Candidato, e para conduzir
todas as Circumbulações místicas, carregar a Lâmpada de meu Ofício, e fazer todos os
relatórios e anúncios. Minha Lâmpada é um símbolo do Conhecimento Oculto e meu Bastão é
um símbolo de seu poder diretivo.

Hiero: Honorável Hegemon, sua estação e deveres?

Hegemon: Minha estação é entre os Dois Pilares de Hermes e Salomão, e minha face
é em direção ao Altar Cúbico do Universo. Meu dever é vigiar o Portão do Conhecimento
Oculto, pois sou o Reconciliador entre Luz e Escuridão. Supervisiono a recepção do Candidato
e sua preparação, e conduzo-o no Caminho que leva da Escuridão à Luz. A Cor Branca do
meu manto é a cor da Pureza, minha insígnia de ofício é um cetro encimado pela mitra para
simbolizar a religião que guia e regula a vida, e meu Ofício simboliza as Aspirações superiores
da Alma que devem guiar suas ações.

Hiero: Honorável Hiereus, sua estação e deveres?


Hiereus: Minha estação é no Trono do Oeste e é um símbolo do acréscimo da Escuridão
e decréscimo da Luz, e sou o Mestre da Escuridão. Eu protejo o Portão do Oeste e supervisiono
a recepção do Candidato e os Oficiais menores na execução de seu trabalho. Meu Manto negro
é uma imagem da escuridão que estava sobre a face das Águas. Eu carrego a espada do
Julgamento e o estandarte do Crepúsculo do Anoitecer, que é o Estandarte do Oeste, e sou
chamado de Fortitude pelos Infelizes.

Hiero: Minha estação é no Trono do Leste no local onde o Sol nasce, e sou o Mestre
do Salão, governando-o de acordo com as Leis da Ordem, pois Aquele cuja imagem sou, é o
Mestre de todos os que trabalham pelo Conhecimento Oculto. Meu manto é vermelho por
causa do Fogo Incriado e o Fogo Criado, e detenho o Cetro do Poder e o Estandarte da Luz
da Manhã, que é o Estandarte do Leste. Sou chamado Poder e Misericórdia e Luz e
Abundância, sou o Expositor dos Mistérios.

Frater Stolistes, comando-te a purificar o Salão e os membros com Água.

Stolistes vai ao Leste e se volta para o Hierofante, saúda-o, e faz uma cruz com a Taça
e asperge três vezes com os dedos indicador, médio e polegar da mão direita. Passa ao Sul,
Oeste, e Norte, voltando-se a cada ponto enquanto repete a cruz e a aspersão, completa o ciclo
retornando ao Leste onde se volta para o Leste e diz:—

Eu purifico com Água.

Saúda o Trono e retorna ao local no Sul e Oeste.

Hiero: Frater Dadouchos, comando-te a consagrar o Salão e os membros com Fogo.

Dadouchos passa pelo Oeste e Norte para o Leste, volta-se ao Hierofante, saúda-o,
segura a corrente do turíbulo e faz uma cruz, então estende a corrente e incensa com três
balanços para frente, passa o Sul, Oeste e Norte, voltando-se a cada ponto, fazendo uma cruz e
três balanços, completa o círculo retornando ao Leste, volta-se ao Hierofante e eleva o turíbulo
no alto dizendo:—

Eu consagro com Fogo.

Saúda o Trono e retorna ao local direto. Kerux vai ao Norte, próximo ao Stolistes,
voltado para o Leste.

Hiero: Que a Circumambulação Mística ocorra no Caminho de MGM'.

Na seguinte ordem. Hegemon, Hiereus, Membros, Stolistes, Dadouchos, Kerux, e por


último o Sentinela. Na procissão formada, o Kerux passa ao Norte, para; o Hegemon passa pelo
Sul e Oeste onde o Hiereus se junta a ele, carregando o Estandarte do Oeste em sua mão
esquerda e a espada em sua direita; eles passam, Hegemon em frente ao Hiereus, e assumem
seus locais atrás do Kerux; o Dadouchos segue o Hegemon no Sul, unindo-se ao Stolistes;
membros por detrás do Hiereus, Stolistes estando à esquerda do Dadouchos (Se há membros
demais, apenas os oficiais dão a volta). Conforme cada um passa pelo Estandarte do Leste,
saúda na Direção do progresso. O Hiereus passa o Hierofante uma vez, o Hegemon duas vez,
e o resto três vezes, e então todos retornam aos lugares. O Hierofante fica com o Estandarte do
Leste em sua mão esquerda e seu cetro em sua direita.

Hiero: A Circumambulação Mística simbólica da elevação da LUZ está completa.


Adoremos o Senhor do Universo e dos Espaços.

Todos se voltam para o Leste e saúdam, repetindo a saudação a cada adoração, então
dão o Sinal do Silêncio. Permanecem curvados até o Sinal final.

Hiero: Santo és Tu, Senhor do Universo! (Saudação)


Santo és Tu, a Quem a Natureza não formou! (Saudação)
Santo és Tu, o Vasto e Poderoso! (Saudação)
Senhor da Luz e da Escuridão! (Saudação com o Sinal do Silêncio)

Todos os oficiais erguem os Estandartes, Cetros, etc., no alto e então os descem em


saudação.

Hiero: Frater Kerux, em nome do Senhor do Universo, que trabalha em Silêncio, a


Quem nada senão o Silêncio pode expressar, comando-te a declarar que abri o Salão dos
Neófitos.

Kerux passa ao Nordeste em frente ao Trono do Hierofante, volta-se para o Oeste, e


eleva seu bastão.

Kerux: Em nome do Senhor do Universo, Aquele que trabalha em Silêncio e a Quem


nada senão o Silêncio pode expressar, declaro que a Estrela do Dia se elevou e as Sombras
fugiram.

Hiero: (bate)

Hiereus: (bate)

Hegemon: (bate)

Hiero: (bate) KHABS.

Hiereus: (bate) AM.

Hegemon: (bate) PEKHT.


Hiereus: (bate) KONX.

Hegemon: (bate) OM.

Hiero: (bate) PAX.

Hegemon: (bate) LUZ.

Hiero: (bate) EM.

Hiereus: (bate) EXTENSÃO.

Todos fazem os Sinais e retornam aos assentos.

O Kerux remove a Rosa, a Lâmpada, o Cálice e a patena do Altar. Minutas do último


encontro são lidas e confirmadas, Trabalho do Grau feito, resoluções passadas, etc.

Cerimônia de Admissão
Não se deve dizer ao Candidato o nome da Ordem da Stella Matutina até sua admissão.

Hiero: Fratres et Sorores da Ordem da Stella Matutina, recebi uma Dispensação dos
Mui Honoráveis Chefes da Segunda Ordem, para admitir ___________ ao Grau 0=0 de
Neófito. Honorável Hegemon, faz Candidato se preparar para a Cerimônia de sua admissão,
e supervisiona sua preparação.

O Hegemon se levanta, remove a cadeira entre os Pilares, e indo sem o Portal vê que o
Sentinela venda o candidato e amarra uma corda três vezes ao redor de sua cintura. O Hegemon
pega o candidato pela sua mão direita com sua própria esquerda e o faz bater.

Kerux: O Candidato procura entrar. (Apaga as luzes)

Hiero: Dou permissão para admitir, aquele que agora perde seu nome e irá daqui em
diante ser conhecido entre nós como . Que o Stolistes e o Dadouchos auxiliem o Kerux em
sua recepção.

O Candidato está agora dentro do Portal.

Hegemon: Herdeiro de um Mundo Que Morre (ou, Filho da Terra; ou, tu dos nascidos
da Terra), ergue-te e adentra a Escuridão.

Stolistes: A Mãe da Escuridão o cegou com seu Cabelo.

Dadouchos: O Pai da Escuridão o escondeu sob Suas asas.


Hiero: Seus membros ainda estão cansados das guerras que ocorrem no Céu.

Kerux: Não consagrado e Não purificado, não podes adentrar nosso Salão Sagrado.

Stolistes marca testa com uma cruz e asperge três vezes.

Stolistes: Eu te purifico com Água.

Dadouchos faz uma cruz e incensa três vezes.

Dadouchos: Eu te consagro com Fogo.

Havendo mais de um Candidato, o Stolistes e o Dadouchos deve consagrar cada um


alternadamente, de forma a completar um antes de ir para o próximo. O Stolistes e o Dadouchos
retornam aos seus lugares, indo no sentido horário, mas permanecendo de pé.

Hiero: Conduze o the Candidato ao pé do Altar. Herdeiro de um Mundo que Morre,


por que tu buscas entrar em nosso Sagrado Salão? Por que buscas admissão em nossa Ordem?

Hegemon: (para o Candidato) Minha Alma vaga na Escuridão e busca a Luz do


Conhecimento Oculto, e acredito que nesta Ordem, o Conhecimento dessa Luz ancestral pode
ser obtido.

Hiero: Temos sua garantia por escrito de manter secreto tudo o que se relaciona com
esta Ordem. Para confirmá-lo, pergunto a ti, estás disposto a empreender a Obrigação solene
na presença desta Assembléia, de manter os segredos e os Mistérios de nossa Ordem
inviolados? Não há nada incompatível com teus deveres cívicos, morais ou religiosos nesta
Obrigação. Ainda que as virtudes Mágicas possam de fato despertar em Vida momentânea nos
corações perversos e tolos, elas não podem reinar em qualquer coração que não possua as
virtudes naturais para ser seu trono. Aquele que é a Fonte do Espírito do Homem e das Coisas,
não veio para quebrar, mas para realizar a Lei. Estás pronto para assumir esse Voto?

Candidato: Estou pronto.

Hiereus, Hierofante, e Hegemon assumem seus lugares na forma de um triângulo ao


redor do Altar, o Hierofante, do Leste, avançando entre os Pilares com o cetro. O Hiereus, a
Noroeste do Altar com a espada. O Hegemon, a Sudoeste do Altar com o cetro. O Dadouchos
a Leste do Hegemon, e o Stolistes a Leste do Hiereus. O Candidato, a Oeste do Altar. Todos
os membros de pé.

Hiero: Ajoelha-te sobre ambos os teus joelhos. O Candidato é auxiliado.


Dá-me tua mão direita que coloco sobre este Símbolo Sagrado. Coloca tua mão
esquerda na minha, curva tua cabeça, repete teu nome completo pelo qual és conhecido sobre
a terra, e diz depois de mim:

Eu______na Presença do SENHOR do Universo, Que trabalha em Silência e a Quem


nada senão o Silêncio pode expressar, e neste Salão dos Neófitos da STELLA MATUTINA,
regularmente reunidos sob a autorização dos Mui Honoráveis Chefes da Segunda Ordem, por
minha própria vontade, de agora em diante, o mais solenemente prometo manter secreta esta
Ordem, seu Nome, os Nomes de seus Membros e os procedimentos que ocorrem em suas
reuniões, de toda pessoa no mundo que não foi nela iniciado: tampouco os discutirei com
qualquer membro que não tenha a Palavra-passe para o momento em questão, ou que tenha
resignado, sido exonerado ou expulso.
Eu empreendo manter uma relação gentil e benevolente com todos os Fratres e Sorores
desta Ordem.
Eu solenemente prometo manter secreta qualquer informação que possa ter reunido
acerca desda Ordem antes de assumir este Voto.
Eu solenemente prometo que qualquer Ritual ou aula colocada sob meu cuidado ou
qualquer capa contendo-os, deve portar o selo oficial desta Ordem.
Eu nem copiarei nem permitirei que seja copiado qualquer manuscrito, antes de ter
obtido permissão da Segunda Ordem, para que nosso Conhecimento Secreto não seja revelado
através de minha negligência.
Eu solenemente prometo não me submeter a ser colocado em um estado de passividade
tal, que alguma pessoa não-iniciada possa me fazer perder o controle de minhas palavras ou
ações.
Eu solenemente prometo perseverar com coragem e determinação nos trabalhos da
Ciência Divina, even as I sSalão persevere com coragem e determinação através dessa
Cerimônia que é sua Imagem—e eu não rebaixarei meu conhecimento místico no trabalho da
Magia Maligna em qualquer momento desafiado ou sob qualquer tentação.
Eu juro sobre este Símbolo Sagrado observar todas essas coisas sem evasão, equívoco,
ou reserva mental, sob a pena de ser expulso desta Ordem por meu perjúrio e minha ofença, e
ademais submeter-me com meu próprio consentimento à Corrente Mortal de Poder, colocada
em movimento pelos Guardiões Divinos desta Ordem, Que, Vivendo a Luz de sua Justiça
Perfeita, podem, como a tradição e a experiência afirmam, atacar o transgressor desta
Obrigação Mágica com morte ou paralisia, ou sobrepujá-lo com infortúnio. Eles viajam sobre
os Ventos; eles atacam onde ninguém ataca; eles matam onde ninguém mata.

O Hiereus coloca a espada no pescoço do Candidato.

Ao curvar meu pescoço sob a Espada do Hiereus, entrego-me às suas mãos para
vingança ou recompensa. Então ajuda-me minha Alma Poderosa e Secreta, e o Pai de minha
Alma Que trabalha em Silêncio e a Quem nada senão o Silêncio pode expressar.

Hiero: Ergue-te agora Neófito do Grau 0=0 da Ordem da Stella Matutina.


O Hierofante retorna ao Trono.

Honorável tu irás agora colocar o Neófito na porção Setentrional do Salão—o local


do Esquecimento, Silêncio, e Necessidade, e da maior Escuridão simbólica.

O Hegemon assim o faz, voltando o Candidato para o Leste.

Hiero: A Voz da minha Alma Imortal e da Alma Secreta me disse, “Deixa-me adentrar
o Caminho da Escuridão e porventura, lá encontrarei a Luz. Sou o único Ser no Abismo da
Escuridão; de um Abismo de Escuridão eu vim antes de meu nascimento, do Silêncio de um
Sono Primordial. E a Voz das Eras disse à minha Alma—“Eu sou Aquele que formula na
Escuridão, a Luz que brilha na Escuridão, mas a Escuridão não a compreendeu.”
Que a Circumambulação Mística ocorra no Caminho da Escuridão que leva à Luz, com
a Lâmpada do Conhecimento Oculto para nos guiar.

Dadouchos se move ao redor pelo Oeste para o Norte e assim que alcança a mão direita
do Stolistes, o Kerux assume seu lugar em frente ao Hegemon e ao Neófito, e o Kerux,
Hegemon com o Neófito, Stolistes e Dadouchos passam ao redor do Salão. Em usa primeira
passagem, o Hiereus dá uma batida. Em sua segunda passagem o Hierofante dá uma batida.
Depois da segunda passagem do Hierofante, assim que alcançam o Sul, o Kerux vira e impede
a passagem.

Kerux: Impuro e Não-consagrado, tu não podes adentrar o Caminho do Oeste!

Stolistes e Dadouchos vão à frente e o Stolistes marca uma cruz sobre a testa e asperge
três vezes.

Stolistes: Eu te purifico com Água.

Dadouchos move o incensário na forma de uma cruz e balança-o três vezes.

Dadouchos: Eu te consagro com Fogo.

Stolistes e Dadouchos retornam a seus lugares andando para trás.

Hegemon: Filho da Terra (ou Mortal nascido da Terra) duas vezes purificado e duas
vezes consagrado tu podes te aproximar do caminho do Oeste.

O Kerux lidera a procissão ao Trono do Hiereus, que ameça com a Espada.

Hiereus: Tu não podes passar por mim, disse o Guardião do Oeste, a não ser que possas
dizer meu nome.

Hegemon: Escuridão é teu Nome, tu o Grande dos Caminhos das Sombras.


O Kerux retira a venda por um momento.

Hiereus: Temer é fracassar, então sejas sem medo. Pois aquele que treme à Chama e à
Inundação e às Sombras do Ar, não tem parte em DEUS. Tu me conheces agora, então
prossegue.

O Kerux recoloca a venda, a procissão até o Hierofante, que dá uma batida, e pelo
Hiereus, que bate novamente. Chegando ao Norte, o Kerux vira e impede a passagem.

Kerux: Impuro e Não-consagrado, tu não podes adentrar o Caminho do Leste.

Stolistes e Dadouchos consagram como antes.

Hegemon: Três vezes purificado e três vezes consagrado, tu podes se aproximar do


Portão do Leste.

Stolistes e Dadouchos se retiram para trás. O Kerux lidera a procissão até o Hierofante,
que ergue e ameaça com o cetro.

Hiero: Tu não podes passar por mim, disse o Guardião do Leste, a menos que possas
dizer meu nome.

Hegemon: Luz nascente na Escuridão é teu Nome, a Luz de um Dia Dourado.


O Kerux ergue a venda por um momento.

Hiero: Poder desbalanceado é o decaimento da Vida. Misericórdia desbalanceada é


fraqueza e o desvanecimento da Vontade. Severidade desbalanceada é crueldade e a aridez da
mente. Tu conheceste-me agora, então passa pelo Altar cúbico do Universo.

Kerux recoloca a venda e lidera a procissão ao Altar. O Hierofante deixa o Trono e


passa entre os Pilares com o cetro em sua mão direita e o Estandarte do Leste em sua esquerda.
Ele para entre os Pilares ou a meio caminho entre eles e o Altar, ou ainda a leste do Altar,
dizendo, pausando em cada sentença:-

Hiero: Eu venho no Poder da Luz; eu venho na Luz da Sabedoria; eu venho na


Misericórdia da Luz; A Luz possui a Cura em suas Asas.

O Hiereus assume seu lugar a Norte do Altar; o Hegemon no Sul e o Neófito no Oeste.
O Kerux atrás do Neófito, entre ele e o Trono do Oeste. O Stolistes a Oeste do Hiereus e o
Dadouchos a Oeste do Hegemon. Todos os oficiais e membros se ajoelham. O Hierofante se
volta ao Altar, de pé, e diz:—

Hiero: Senhor do Universo—o Vasto e Poderoso; Regente da Luz e da Escuridão;


Nós Te adoramos e nós Te invocamos;
Olhai com benevolência sobre este Neófito que ajoelhou diante de Ti, e concedei Teu
auxílio às aspirações superiores de sua Alma, de forma que ele (ela) possa provar ser um
verdadeiro e fiel Frater (Soror) Neófito entre nós; para a glória de Teu Nome Inefável. Amen!

Invocação Alternativa
Ó Tu a Quem a natureza não Formou;
Ó Tu que em razão Constitui as coisas que são;
Ó Tu a Quem nada senão o Silêncio pode Expressar;
Olhai com benevolência sobre este Neófito; concedei que ele possa trabalhar em coisas
elevadas. Aceitai a pura oferenda de sua razão de coração e alma estendidos a Ti. Que ele se
torne um(a) fiel Frater (Soror) entre nós para a Tua glória e para a glória de Tuas hierarquias.
Amen!

Todos se levantam e permanecem de pé. O Neófito é auxiliado a se levantar. O


Hierofante chega perto do Altar e ergue seu cetro sobre a cabeça do Neófito. O Hiereus ergue
a espada de forma a tocar o cetro do Hierofante. O Hegemon ergue seu cetro como os outros.
O Kerux então remove a venda com a palavra “luz”.

Hiero: Herdeiro de um Mundo que Morre, nós te chamamos para a Beleza Vivente.

Hiereus: Errante na Escuridão Selvagem, nós te chamamos para a Luz Gentil.

O Sentinela acende as Luzes.

Hiero: Por longo tempo habitaste na Escuridão—Deixa a Noite e busca o Dia.

Todos: Nós te recebemos dentro da Ordem da Stella Matutina.

Hiero: (bate) KHABS.

Hiereus: (bate) AM.

Hegemon: (bate) PEKHT.

Hiereus: (bate) KONX.

Hegemon: (bate) OM.

Hiero: (bate) PAX.

Hegemon: (bate) LUZ.

Hiero: (bate) EM.


Hiereus: (bate) EXTENSÃO.

Os Oficiais removem os cetros e a espada da cabeça do Neófito. O Kerux vai ao


Nordeste, erguendo a lâmpada no alto.

Hiero: (aponta para o Kerux) Em toda a tua perambulação na Escuridão, a Lâmpada


do Kerux foi na tua frente, embora não fosse vista por teus olhos. Ela é um símbolo da Luz do
Conhecimento Oculto. Que o Neófito seja levado ao Leste do Altar.

O Hegemon conduz o Neófito ao Norte e Leste, colocando-o entre os Pilares.

Hiero: Honorável Hiereus, dá o Sinal, o Toque e as Palavras Secretas, juntamente com


a presente Palavra-passe do Grau 0=0 da Stella Matutina. Coloca-o(a) entre os Pilares
Místicos e supervisiona sua quarta e última Consagração.

O Hiereus passa pelo Norte ao Pilar Negro e fica a Leste dele, voltado para o Neófito.
O Hegemon assume uma posição similar no Pilar Branco. O Hiereus dá a espada e o estandarte
para o Hegemon e então fica em frente ao Neófito e voltado para ele, passando entre os Pilares
para isso.

Hiereus: Frater (Soror), Irei agora proceder para instruí-lo(a) nos Sinais, aperto e
Palavras secretas deste Grau. Primeiramente, avance teu pé esquerdo um passe como se
entrasse por um portal. Este é o Passo.
Os Sinais são dois. O Primeiro Sinal, da Saudação, é dado assim: inclina-te para frente
e estende ambos os braços assim: Ele alude à tua condição em um estado de escuridão
tateando pela Luz. O segundo Sinal é o Sinal do Silência, e é dado colocando o indicador
esquerdo sobre seus lábio assim: Indicador esquerdo sobre o lábio inferior. É a posição
mostrada em muitas antigas estátuas de Harpócrates e ela alude ao silêncio estrito que juraste
manter sobre todas as coisas conectadas com esta Ordem. O primeiro sinal é sempre
respondido pelo segundo.
O Aperto ou Marca é dado assim: avança teu pé esquerdo tocando o meu, dedo e
calcanhar, estende tua mão direita e segura a minha, falha, tenta novamente, e então consegue
tocar os dedos apenas. Ele alude à busca pela orientação na Escuridão.
A Grande Palavra é Har-Par-Krat, é é sussurrada nesta posição de boca a ouvido, em
sílabas. Ela é o nome egípcio para o Deus do Silêncio, e deve sempre te lembrar do estrito
silêncio que juraste manter.
A Palavra-passe é . Ela é periodicamente alterada a cada Equinócio de forma que
um Membro que resignou, foi exonerado ou expulso possa estar ignorante da Palavra-passe
existente. Agora coloco-te entre os dois Pilares de Hermes e Salomão no portão simbólico da
Sabedoria Oculta.
O Hiereus pega o Neófito pelas mãos e o puxa para frente até que esteja entre os Pilares.
Ele pega de volta a espada e o estandarte do Hegemon, retorna à sua posição ao Norte e próximo
do Pilar Negro, e diz:-

Hiereus: Que a Consagração final seja feita.

Kerux vai ao Norte e permanece lá até que a procissão seja formada. O Stolistes e o
Dadouchos purificam e consagram o Salão como na Abertura, mas no final, ao invés de se
voltarem ao Hierofante e erguerem a taça e o incensário no alto, cada um saúda o Hierofante e
então consagra o Neófito como anteriormente.

Stolistes: Eu te purifico com Água.

Dadouchos: Eu te purifico com Fogo.

Hiero: Honorável Hegemon, comando-te a remover a Corda, o último símbolo


remanescente do Caminho da Escuridão, e a investir nosso(a) Frater (Soror) com a insígnia
desde grau.

O Hegemon passa por trás do Pilar Branco, entrega o cetro ao Hiereus, remove a corda,
e investe o Neófito.

Hegemon: Por ordem do Mui Honorável Hierofante, invisto-te com a Insígnia desse
grau. Ela simboliza a Luz nascendo na Escuridão.

O Hegemon retorna ao Pilar Branco.

Hiero: Que a Circumambulação Mística ocorra no Caminho da Luz.

O Hierofante fica como na Abertura, o Hegemon na frente e levando o Neófito, atrás o


Kerux, o Hiereus e então os membros e finalmente o Dadouchos e o Stolistes. Todos saúdam
ao passar pelo Hierofante. O Hiereus sai quando a procissão chega a seu trono. O Hegemon
passa duas vezes e o resto três vezes. Quando alcançam um local a Noroeste da Estação do
Stolistes, o Kerux e o Neófito param.

Hiero: Assume tua estação a Noroeste do Stolistes.

O Kerux faz o Neófito se sentar, passando-o a um lugar entre os Pilares e o Altar. O


Hegemon recoloca sua cadeira e senta-se. O Kerux recoloca os elementos no Altar, retornado
(no sentido horário). Todos estão sentados.

Hiero: O Cordão Tríplice sobre sua cintura era a imagem do aprisionamento triplo da
mortalidade, que entre os não-iniciados é denominado inclinação Material ou mundana, que
tem prendido em um local apertado a antes viajante Alma; e a Venda era uma imagem da
escuridão, da Ignorância, da Mortalidade que tem cegado os homens para a felicidade e a
Beleza que seus olhos outrora contemplaram.
O Altar Cúbico Duplo no centro do Salão é um emblema da Natureza visível ou o
Universo Material, ocultando dentro de si os mistérios de todas as dimensões, enquanto revela
sua superfície para os sentidos exteriores. Ele é um cubo duplo porque, como disse a Tábua
de Esmeralda, “As coisas que estão abaixo são uma reflexão das coisas que estão acima.” O
mundo dos homens e mulheres criado para a infelicidade é um reflexo do Mundo dos Seres
Divinos criado para a Felicidade. É descrito no SEPHER YETZIRAH ou Livro da Formação
como “Um Abismo de Altura” e como um “Abismo de Profundeza,” “um Abismo do Leste” e
“Um Abismo do Oeste,” “Um Abismo do Norte” e “Um Abismo do Sul.” O Altar é negro
porque, diferentemente dos Seres Divinos que se desdobram no Elemento da Luz, os Fogos dos
Seres Criados se erguem da Escuridão e Obscuridade.
Sobre o Altar está um Triângulo Branco para ser a imagem daquela Luz Imortal, a Luz
Triuna, que se moveu na escuridão e formou o Mundo a partir da Escuridão. Existem duas
Forças antagônicas e uma sempre as unifica. E essas Três possuem sua imagem na Chama
Tríplice de nosso Ser e na onda tríplice do mundo.

O Hierofante se levanta em forma de cruz, segurando o Estandarte do Leste.

Glória a Ti, Pai do imortal. Pois Tua Glória eflui rejubilando até os confins da Terra.

Senta-se novamente.

A Cruz Vermelha sobre o Triângulo Branco é uma imagem Daquele que foi desdobrado
na Luz. Em seus ângulos Leste, Sul, Oeste e Norte estão a Rosa, o Fogo, a Taça de Vinho, e o
Pão e Sal. Eles aludem aos Quatro Elementos, Ar, Fogo, Água, Terra. As Palavras Místicas—
KHABS AM PEKHT—são egípcio antigo, e são a origem do grego “KONX OM PAX,” que
era pronunciado nos Mistérios Eleusinos. Uma tradução literal seria “Luz Corrente em Um
Raio” e elas significam a mesma forma de Luz que a simbolizada pelo Bastão do Kerux.
A Leste do Altar Duplo Cúbico das coisas criadas estão os Pilares de Hermes e
Salomão. Sobre eles estão pintados certos hieróglifos dos capítulos 17 e 125 do Livro dos
Mortos. Eles são os batentes do Portão da Sabedoria Oculta. Eles são símbolos dos poderes
gêmeos do Dia e Noite, Amor e Ódio, Trabalho e Descanso, a força sutil da Magnetita e a
Eterna efusão e infusão do Coração de Deus. As lâmpadas que queimam, embora com uma luz
velada, sobre seus ápices mostram que o Caminho do Conhecimento Oculto, diferentemente
do Caminho da Natureza—que é uma ondulação contínua, a sinuosidade para lá e para cá da
Serpente—é um reto e estreito caminho entre eles.
Foi por causa disso que passei entre eles, quando você veio à Luz, e foi por causa disso
que você foi colocado entre eles para receber a Consagração Final. Duas Forças antagônicas
e uma que as une eternamente. Dois ângulos basais do triângulo e um que forma o ápice. Essa
é a origem da Criação—é a Tríade da Vida.
Meu Trono no Portão do Leste é o local do Guardião do Sol Nascente.
O Trono do Hiereus no Portão do Oeste é o local do Guardião contra as Multidões que
dormem durante a Luz e despertam no Crepúsculo.
O Trono do Hegemon assentado entre as Colunas é o Local do Poder Equilibrado,
entre a Derradeira Luz e a Derradeira Escuridão. Esses significados são mostrados em detalhe
por nossas insígnias e a cor de nossos mantos.
O Bastão do Kerux é o feixe de Luz da Sabedoria Oculta e sua Lâmpada é um emblema
da sempre acesa Lâmpada do Guardião dos Mistérios.
O Assento do Stolistes no Portão do Norte é o Local do Guardião do Caldeirão e a
Fonte de Água—do Frio e da Umidade.
O Assento do Dadouchos no Portão do Norte é o Local do Guardião do Lago de Fogo
e da Sarça Ardente.

Frater Kerux, comando-te a declarar que o Neófito foi iniciado nos Mistérios do Grau
0=0.

O Kerux avança à frente direita do Hierofante, e ergue o bastão.

Kerux: Em nome do Senhor do Universo, Aquele que trabalha em Silêncio e a Quem


nada senão o Silêncio pode expressar, e pelo comando do Mui Honorável Hierofante, ouvi
todos vós, que proclamo que, aquele que doravante será conhecido por vós pelo mote , foi
plenamente admitido ao Grau 0=0 como um Neófito da Ordem da Stella Matutina.

O Kerux retorna ao seu lugar, saudando o Hierofante.

Hiero: Honorável Hiereus, delego-te a tarefa de pronunciar um breve discurso para


nosso(a) Frater (Soror) em sua admissão.

Hiereus: Frater (Soror) , é meu dever entregar-te essa exortação. Relembra tua
Obrigação nesta Ordem para a secretude—pois a Força está no Silêncio, e a semente da
Sabedoria é semeada no Silêncio e cresce na Escuridão e Mistério.
Relembra que manténs todas as religiões em reverência, pois não há nenhuma que não
contenha um Raio da Luz Inefável que estás buscando. Relembra a pena que aguarda o
transgressor de Seu Voto. Relembra o Mistério que recebeste, e que o Segredo da Sabedoria
pode ser discernido apenas a partir do local dos Poderes equilibrados.
Estuda bem o Grande Arcano do equilíbrio adequada da Severidade e da Misericórdia,
pois qualquer deles desbalanceado não é bom. Severidade desequilibrada é crueldade e
opressão; Misericórdia desequilibrada é apenas fraqueza e permitiria ao Mal existir
livremente, tornando-se como que a própria a realização desse Mal.
Relembra que as coisas Divinas não são alcançadas por mortais que entendem apenas
o Corpo, pois apenas somente aqueles que estão levemente armados pode alcançar o cume.
Relembra que somente Deus é nossa Luz e o Doador da Sabedoria Perfeita e que
nenhum poder mortal pode fazer mais do que levar-te ao Caminho dessa Sabedoria, que ele
poderia, se o quisesse, colocar no coração de uma criança. Pois assim como o todo é maior
do que a parte, somos apenas Fagulhas da Luz Insuportável que está Nele.
Os confins da Terra são varridos pelas bordas de sua Veste de Chama—todas as coisas
procedem Dele, e para Ele todas as coisas retornam. Portanto, nós O invocamos. Portanto até
mesmo o Estandarte do Leste se prostra em adoração diante Dele.

Hiero: Antes que possas pedir passagem para um Grau mais elevado, deverás aprender
de memória certos rudimentos do Conhecimento Oculto. Um manuscrito didático sobre esses
assuntos será fornecido a ti pelo Chefe encarregado deles. Quando puderes passar por um
exame nesse Conhecimento Cabalístico elementar, informarás o Membro encarregado de ti, e
preparações serão feitas para que tu sejas examinado. Se provar-te perfeito, então requisitarás
admissão no próximo Grau. Lembra, que sem uma Dispensação da Segunda Ordem, nenhuma
pessoa pode ser admitida ou avançar a um Grau da Primeira Ordem.

O Kerux conduz o Neófito até a sua mesa (indo no sentido horário), lhe dá uma solução,
dizendo para derramar algumas gotas no prato diante dele.

Kerux: a Natureza é harmoniosa em todas as suas obras, e aquilo que está em cima é
como aquilo que está embaixo. Assim também, as Verdades que investigamos pela Ciência
material, são apenas exemplos especiais das Leis do Universo que a tudo permeiam. Assim,
dentro deste puro e límpido fluido, jaz oculto e despercebido para os olhos mortais os
elementos portadores da semelhança do sangue, assim como dentro da mente e do cérebro do
iniciado já escondido os Segredos Divinos do Conhecimento Oculto. Mas se o Voto for
esquecido, e o juramento solene quebrado, então aquilo que é secreto será revelado, assim
como fluido puro revela a semelhança do sangue.

O Kerux derrama o líquido no prato.

Que isso te lembre para sempre, ó Neófito, o quão facilmente por uma palavra
descuidada ou impensada, tu podes trair aquilo que juraste manter segredo e podes revelar o
Conhecimento Oculto transmitido a ti, e implantando em teu cérebro e em tua mente. E que a
cor do sangue te lembre que se falhares em teu voto de secretude, teu sangue pode ser
derramado e teu corpo quebrado, pois pesada é a pena aplicada pelos Guardiões do
Conhecimento Oculto àqueles que deliberadamente traem sua confiança.

O Cancellarius supervisiona a assinatura do Pergaminho.

Hiero: Retorna a teu assento, e lembra que tua admissão nesta Ordem não te dá direito
a iniciar qualquer outra pessoa sem Dispensação dos Mui Honoráveis Chefes da Segunda
Ordem.

Fechamento
O Hierofante, ou qualquer outro membro a seu comando, levanta-se para perguntar se
alguém tem algo a propor para o bem da Ordem pela primeira, segunda e terceira vez. Então o
Hierofante pode se dirigir ao Neófito. o Kerux passa para o Noroeste do trono do Hierofante,
erguendo o bastão.
Kerux: HEKAS! HEKAS! ESTE BEBELOI!

O Kerux então retorna ao seu lugar (indo no sentido horário) saudando o Trono.

Hiero: Fratres et Sorores do Templo Smaragdum TSalãoasses da Ordem da Stella


Matutina, auxiliai-me a fechar o Salão do Neófito.

Todos se levantam.

Hiereus: (bate)

Hegemon: (bate)

Kerux: (bate)

Sentinel: (bate)

Hiero: Frater Kerux, vê se o Salão está apropriadamente protegido.

Kerux: (bate como na abertura) O Salão está apropriadamente protegido, Mui


Honorável Hierofante.

Hiero: Honorável Hiereus, assegura-te que todos os presentes contemplaram a Stella


Matutina.

Hiereus: Fratres et Sorores, dai os Sinais.


Mui Honorável Hierofante, todos os presentes foram assim honrados.

Hiero: Que o Salão seja purificado por Água e Fogo.

Stolistes: (purifica como na Abertura) Eu purifico pela Água.

Dadouchos: (consagra como na Abertura) Eu consagro com Fogo.

Hiero: Que a Circumambulação Mística ocorra no Caminho da Luz.

O Kerux passa pelo Oeste para o Sul, o Hegemon pelo Norte para o Oeste e Sul. O
Hiereus direto para o Sul, então os membros. O Stolistes pelo West para o Sul à esquerda do
Dadouchos. O Kerux lidera, todos saudando conforme passam pelo Leste—toda vez. O Hiereus
sai quando passam seu trono. O Hegemon sai quando passam seu trono, o Hegemon duas vezes
ao redor, o resto três vezes.
Hiero: A Circumambulação Mística Reversa está completa. Ela é um símbolo da Luz
Desvanecente. Adoremos o Senhor do Universo.

Todos se voltam para o Leste.

Hiero: Santo és Tu, Senhor do Universo! (Todos saúdam)


Santo és Tu, a Quem a natureza não formou! (Todos saúdam)
Santo és Tu, o Vasto e Poderoso! (Todos saúdam)
Senhor da Luz, e da Escuridão! (Sinal do Silêncio)

Todos se voltam para o centro e saúdam como na Abertura.

Adoração Alternativa
Santo és Tu, Pai dos Seres e Espaços.
Santo és Tu, Que em razão constituiu as coisas que são.
Santo és Tu, a Quem a natureza não Formou.
Santo és Tu, Que trabalhas em Silêncio e a Quem nada senão o Silêncio pode expressar.
(Repetir a saudação a cada adoração)

Hiero: Nada agora resta além partilharmos juntos em silêncio, do Repasto Místico,
composto dos símbolos dos Quatro Elementos, e a repetir nosso juramento de secretude.

O Kerux acende a lâmpada sobre o altar.

O Hierofante sai do Trono sem o cetro ou Estandarte, vai a Oeste do Altar, volta-se para
o Leste e dá o Sinal de Saudação.

Hiero: Eu te convido a inalar comigo o perfume desta Rosa, como um símbolo do Ar.
A sentir do calor deste Fogo sagrado. (Abre a mão sobre ele)
A comer comigo este Pão e Sal como tipos da Terra. (Parte e passa no sal o pão e come)
E finalmente a beber comigo este Vinho, o emblema consagrado da Água Elemental.

Bebe da taça depois de fazer um Sinal da Cruz com ela. Todos subsequentemente fazem
o Sinal da Cruz com a taça antes de beber. O Hierofante passa a Leste do Altar (indo no sentido
horário) e administra o Repasto ao Chefe sênior, erguendo e manuseando os Elementos. O
Sinal de Saudação (primeira parte), é feito por cada um em direção ao altar avançando para
frente, o celebrante respondendo com o Sinal do Silêncio. Os Chefes em sua ordem partilham
primeiro, então os Oficiais (exceto o Kerux), incluindo o Sentinela, do Hiereus até o
Dadouchos.

Hiero: Que todos os membros abaixo do grau de Portal estejam sentados.

Todos os membros 5=6 então comunicam na ordem em que por ventura estejam
sentados, começando com o mais próximo à esquerda do Hierofante e operando ao redor para
o Sul, Oeste e Leste. Cada um ergue e passa os Elementos ao que vem depois dele, retornando
ao seu lugar ao redor do Altar (sentido horário) e então se senta. Quando o último membro 5=6
está a Leste do Altar:-

Hiero: Que todos os membros do grau 4=7 agora se levantem. (Eles se levantam e
partilham como antes)
Que todos os membros do grau 3=8 agora se levantem. (Eles se levantam e partilham
como antes)
Que todos os membros do grau 2=9 agora se levantem. (Eles se levantam e partilham
como antes)
Que todos os membros do grau 1=10 agora se levantem. (Eles se levantam e partilham
como antes)
Que os Neófitos agora se levantem.

Eles se levantam e partilham como antes; quando o último Neófito está no Altar o Kerux
se adianta sem insígnia e partilha. Quando a taça lhe é passada ele finaliza o vinho e o pão e,
segurando a Taça no alto, vira-a de cabeça para baixo, dizendo em voz alta:—

Está terminado.

O Kerux retorna a seu lugar. Todos se levantam.

Hiero: TETELESTAI.

Hiero: (bate)

Hiereus: (bate)

Hegemon: (bate)

Hiero: (bate) KHABS.

Hiereus: (bate) AM.

Hegemon: (bate) PEKHT.

Hiereus: (bate) KONX.

Hegemon: (bate) OM.

Hiero: (bate) PAX.

Hegemon: (bate) LUZ.


Hiero: (bate) EM.

Hiereus: (bate) EXTENSÃO.

Todos fazem os sinais em direção ao Altar.

Hiero: Que aquilo que partilhamos nos sustente em nossa busca pela
QUINTESSÊNCIA, a Pedra dos Filósofos, a Verdadeira Sabedoria, a Felicidade Perfeita, o
SUMMUM BONUM.

Todos tiram os mantos e se dispersam.

Se o Salão não é reservado exclusivamente para os propósitos do Templo, ele deve ser
purificado pelo Ritual Menor do Pentagrama sendo realizado pelo Hierofante com seu cetro
assim que os membros estejam reunidos. No caso do Salão não estar adequadamente orientado,
a seguinte oração deve ser dita pelo Hierofante antes da abertura formal e depois do Ritual
Menor do Pentagrama. O Hierofante se volta ao Leste verdadeiro e entre esse ponto e o Altar
diz:—

Criador do Universo, Senhor do Mundo Visível, que por Tua Vontade Suprema
estabeleceu limites a sua magnitude e conferiu atributos especiais em suas fronteiras, nós Te
invocamos para conceder que qualquer virtude mística e oculta feita residir no Leste
radiante—a Alvorada da Luz—a origem da Vida—possa em resposta a esta nossa oração ser
conferida neste dia sobre o Trono do Hierofante deste Templo, que é o emblema da Aurora da
Luz Dourada que irá iluminar o Caminho do Desconhecido e irá nos guiar ao longo da
realização da Quintessência, a Pedra dos Sábios, a Verdadeira Sabedoria e a Felicidade
Perfeita.
Parte 2
O Comentário

Um Comentário sobre
O Ritual do Neófito
Contendo Z.1, Z.2, e Material Adicional

Requerimento para Unir-se a um Templo

O seguinte é um exemplo de um pedido para unir-se a um Templo da Aurora Dourada.


A todos os requerentes pede-se que assinem e devolvam o formulário (retirado de um antigo
documento da Aurora Dourada) para a consideração de sua elegibilidade para unir-se ao
Templo.

Há alguns anos, foi concedida permissão pelos Chefes Secretos da Ordem a


certos Fratres versados nas Ciências Ocultas para direcionarem o Trabalho
da Ordem Esotérica da G∴ D∴ no Externo, com o objetivo de auxiliar o estudo
do Ocultismo e dos mistérios da Vida e da Morte; e além disso autorizando-os
a manter encontros para os propósitos de Estudo e também para a Iniciação e
Progresso de qualquer pessoa de qualquer Sexo, que possa ser aceita como
um candidato pelos Chefes e que possa ser preparada e disposta a assumir
uma Obrigação do mais solene caráter de manter Absoluto Segredo acerca de
todos os assuntos da Ordem (tal Obrigação sendo de modo nenhum contrário
aos seus deveres Cívicos, Morais ou Religiosos).
A Crença em um Ser Supremo, ou Seres, é indispensável. Ademais, o
candidato, se não for um Cristão, deve estar no mínimo preparado para
empreender interesse no Simbolismo Cristão.
Os Chefes da Ordem se dignam a não aceitar como Candidatos quaisquer
pessoas acostumadas a se submeterem como Médiuns aos Experimentos de
Hipnotismo, Mesmerismo, ou Espiritismo; ou que habitualmente se permitem
colocar uma condição completamente passiva da vontade; eles também
desaprovam os métodos utilizados como regra geral em tais Experimentos.
Esta Ordem não está estabelecida para o benefício daqueles que desejam
meramente um conhecimento superficial da Ciência Oculta:
Compromisso Preliminar a ser Assinado pelo Candidato Pretendente

Eu, o assinante, por este meio solenemente asseguro:


(1) Que estou acima da idade de 21 anos.
(2) Que uno-me a esta Ordem por própria e livre Vontade.
(3) Manter secreta esta Ordem, seu Nome, seus membros, e seus Procedimentos, de
toda pessoa de fora de seus limites; e até mesmo de Iniciados sem a posse real da
Palavra-Passe para o momento em questão. Também prometo manter secreta
qualquer informação relativa a esta Ordem que possa ter sido conhecida por mim
antes de minha admissão; e também juro não divulgar nada que seja para o Mundo
exterior acerca desta Ordem em casa de Resignação, Demissão ou Expulsão dela.
(4) Intenciono executar com zelo o estudo das Ciências Ocultas.
(5) Se aceito como um candidato, encarrego-me de perseverar ao longo da Cerimônia
de Admissão.
(Assinatura por extenso) ___________________
Datado neste _____________________ dia de , 19
Seleciono o seguinte para meu Mote: __ (Latim é preferível)
Desejo que comunicados endereçados a mim sejam entregues em:
(Endereço Completo): ____________________

Aceitação de um Candidato
A aceitação de um Candidato para uma Aurora Dourada, A.O., ou Stella Matutina
variou em certa extensão. Sempre que possível, o candidato era primeiro entrevistado por um
painel de membros. A isso se seguia uma “Investigação Astral,” que era executada por um
membro clarividente do Templo. Usualmente, essa pessoa era um dos Chefes, ou uma pessoa
suficientemente elevada na Ordem e nomeada pelos Chefes, para investigar astralmente o
candidato.

Durante os anos tardios da Stella Matutina, essa prática caiu em desuso. Um bom
exemplo documentado disso é mostrado em A Espada da Sabedoria, onde Ithell Colquhoun
tentou se tornar um membro de um templo da A.O. (que assumo ter sido no começo dos anos
30) sob a Chefia da Sra. Weir. Poucas noites depois de requerer juntar-se ao templo, Colquhoun
sofreu uma experiência que ela chamou de “invasão” onde experienciou uma força impessoal
entrando em contato com ela e que ela chamou de “Poder do Y.” Depois dessa experiência, foi-
lhe recusada a admissão ao Templo da A.O.
Para a maioria das pessoas que compreendem qualquer tipo de atividade psíquica, isso
é relativamente claro o bastante. Considere os experimentos psíquicos empreendidos pela CIA,
onde aqueles que eram suficientemente psíquicos desenhavam mapas de instalações secretas
de mísseis na Rússia. Seria justo comentar para dizer que se alguém possui a habilidade
psíquica, ele ou ela pode mergulhar e investigar qualquer um. A exceção a isso é um Adepto
treinado que possui a habilidade de reconhecer e neutralizar essa força (embora duvidamos que
a CIA tenha estudado esse tipo de pesquisa). Colquhoun também mencionou que essa força
pode ter sido os “Chefes Secretos” (em contraste às matronas idosas que assumiram o ofício
de Chefes na época).
Tem sido nossa experiência que não um mas dois tipos de investigações psíquicas
podem acontecer. O primeiro tipo, uma investigação por um clarividente da Ordem, não pode
ser sempre considerada precisa a menos que seja feita por alguém que tenha uma habilidade
comprovada nesse campo. O segundo é quando pessoas que requisitaram juntar-se à Ordem
experienciam os mesmos sintomas citados por Colquhoun. Isso acontece em uma base
inteiramente involuntária. Tem sido descrito como uma nuvem ou campo de energia descendo
sobre a pessoa. Por “involuntário,” queremos dizer que não é feito em qualquer nível consciente
por algum oficial do templo. A segunda forma de investigação foi notada mais de uma vez em
Whare Ra, e também por vários iniciados de nosso Templo Thoth-Hermes. Se é um efeito dos
“Chefes Secretos” ou não, não podemos dizer; mas, de acordo como o que temos visto, esse
tipo de investigação geralmente ocorre para pessoas que são consideradas desqualificadas para
progredir longe na Ordem e, em visão retrospectiva, geralmente teriam sido consideradas
inadequadas como material para Segunda Ordem.

A maioria das pessoas pode se perguntar por que, se esse tipo de examinação de
candidatos estava disponível, a Golden Dawn passou por tanta turbulência? A resposta é
simples o bastante. Esse tipo de investigação pode ser aplicado apenas à Ordem Externa (por
razões mencionadas acima) onde pessoas não estão em uma posição de ditar termos para a
Ordem Interna. Jack Taylor salientou para nós vários casos em Whare Ra onde alguns eram
membros perfeitos da Ordem Externa e colocaram todos os seus esforços na Ordem. Mas uma
vez admitidos à Ordem Interna, as coisas mudaram para o oposto. Sabemos de uma Chefe de
Templo americana, uma psicóloga treinada, que utiliza seu treinamento e habilidade para ler
os horóscopos de membros em potencial para ver se eles são adequados antes de serem
admitidos. Contudo, indo para o histórico desse templo, a partir daqueles que o deixaram, esse
método não é mais bem sucedido do que os exames astrais dos templos anteriores.
Preparação do Candidato
A preparação do Candidato diferiu até certo ponto de templo a templo dentro da Aurora
Dourada, e posteriormente na Stella Matutina. A descrição seguinte é um exemplo do que
acontece na Ordem da Nova Zelândia.

Uma vez que esteja decidido que um Candidato é adequado para a iniciação pelos
Chefes, o Hierofante então obtém uma carta natal do aspirante. A partir disso, uma carta eletiva
é feita. As duas são então unidas de modo que um momento adequado para que o ritual possa
ser trabalhado.

Tendo sido feito isso, um membro do templo, ou um dos oficiais do templo da


cerimônia iminente, instrui o Candidato a:

(1) Jejuar por pelo menos quatro horas antes do ritual. Isso é feito para assegurar um
estômago vazio, que torna os canais psíquicos mais abertos e receptivos a estímulo.
(2) Banhar-se em ervas da família das liláceas, que se relacionam com Malkuth.
Essas ervas penetram a aura e deixam nela um resíduo que a tornam receptiva à
manipulação áurica que é conduzida durante a cerimônia.
(3) Meditar em um nome adequado por pelo menos vinte minutos antes da cerimônia.
Geralmente essa forma de meditação utiliza o nome hebraico da Ordem (ChBRH ZRCh BQR
AWR—Sociedade da Luz Brilhante da Aurora), que o Candidato é instruído a repetir
continuamente até ser vendado pelo Sentinela. A teoria por trás dessa meditação é que a
repetição constante do nome, pelo aspirante, auxilia a romper as barreiras astrais entre ele
próprio e a Ordem.
Preparação do Salão
A disposição do templo é mostrada na Figura 1. O primeiro oficial a entrar no Salão
antes da cerimônia é o Kerux, cujo dever é montar a mobília do templo. Esse oficial é seguido
pelo Stolistes, que cuida da colocação da Água Sagrada e supervisiona se todos os mantos e
insígnias estão prontos. (Templos como o Whare Ra geralmente fornecem os mantos, mas, em
templos menores, os oficiais individuais geralmente possuem os seus próprios.
Independentemente disso, ainda sim é dever do Stolistes checar cada membro para garantir que
tudo esteja em ordem.) O Dadouchos é o último dos oficiais juniores a entrar no templo. É seu
dever cuidar das lâmpadas, incensários, e velas.

Uma vez que todos os aparatos físicos do templo estejam no lugar, os oficiais
desocupam o templo cerca de uma hora antes do início da cerimônia de forma que o Hierofante
possa entrar. É ele/ela que deve criar os invólucros astrais das várias formas-deus e energizá-
las de acordo com o plano do chão do templo, conforme mostrado na Figura 2. Isso é feito com
cada forma-deus em uma base individual. É extremamente importante que cada invólucro astral
esteja em seu tamanho, formato e cor corretos. Eles são trazidos tão próximo do estágio da
manifestação quanto possível pelo Hierofante. Ele/ela irá, através de sua própria aura, saber
exatamente quanto ativá-los. Isso ainda teria sido considerado em uma baixa escala vibracional.
Acontece através do uso da BBD (Brilho Branco Divino) ou fórmula LVX, como muitas vezes
é chamado, que conecta Nephesch e Ruach do Hierofante. Os invólucros dessas formas-deus
são, nesse ponto, conectadas ao Ruach do Hierofante. Eles podem ser considerados como um
tipo de força cega em um baixo tom vibracional. Eles não estão, na verdade, completamente
ativados e poderiam ser descritos como o Nephesch de si mesmos.

Dentro da Aurora Dourada, a criação e visualização dessas formas-deus era feita em


vários níveis diferentes, e por muitas razões diferentes. Seu uso em rituais como o 0=0 é
principalmente em duas formas. A primeira é a construção da forma-deus de modo que você
possa conectar sua energia a ela, para que você possa partilhar de seu poder pela completa
identificação e absorção de suas qualidades. Um exemplo disso é dado por Israel Regardie em
seu Ritual da Transformação da Aurora Dourada. Dentro do 0=0, outro aspecto é então
abordado com a formação de mais de uma forma-deus no astral para as forças contra
balancearem umas às outras. A fórmula pela qual isso é feito é:

(1) O Ritual de Banimento pelo Pentagrama.


(2) Pelo AHIH (trazendo para baixo o poder) até o centro de Tiphareth onde os nomes
das formas-deus são formulados em branco.
(3) A fórmula Vibratória do nome de cada forma-deus—tantas vezes quanto o número
de letras em seus nomes.
(4) Projetar o raio rosa no astral e então criá-los.

As cores dessas formas-deus do templo são extremamente importantes. Enquanto o


poder de Ruach inicialmente forma seus invólucros astrais, suas cores fulgurantes são
necessárias para atrair o poder que a forma-deus representa. Os artigos de Mathers sobre
“Imagens Telesmáticas” explicam como isso é feito:
Há também uma maneira pela qual, combinando as letras, as cores, as
atribuições e sua Síntese, tu podes construir uma Imagem telesmática de uma
Força. O Sigilo então servir-te-á para traçar uma Corrente que convocará à ação
certa Força Elemental. E saibas que isso não deve ser feito levianamente para
teu divertimento ou experimentação, vendo que as Forças da Natureza não
foram criadas para serem teu joguete ou brinquedo. A menos que faças teus
trabalhos mágicos práticos com solenidade, cerimônia e reverência, serás como
uma criança brincando com fogo ...

Através desse artigo é relatado sobre as figuras telesmáticas, que os mesmos princípios
fundamentais de formulação no astral ainda se aplicam. Os sigilos referidos aqui são aqueles
traçados a partir da rosacruz (veja os Pergaminhos Voadores da Golden Dawn 2 e 6 para o uso
correto desse método). [Esses documentos podem ser encontrados em Projeção Astral, Magia
Ritual, e Alquimia, editado por Francis King, Rochester, VT: Destiny Books, 1987. —Eds.]

Em geral o raio com o nome projetado a partir do centro-Tiphareth realizará muito da


mesma função. Esse procedimento inteiro pode ser bastante exaustivo e é geralmente feito a
partir de um papel com nomes, cores e sigilos das Estações Invisíveis usado como referência.
Em seu livro Energia, Oração, e Relaxamento, Regardie diz,

O antigo costume era imaginar a forma do Deus, um pictograma


relativamente comum, e durante a pronúncia da oração sentir que essa forma-
deus envolve o corpo do invocador.

Esse, é claro, trata-se de outro de método de criar um invólucro astral da forma-deus


pelo uso da oração. O primeiro método, citado acima, foi o ensinado a Taylor, que defendia
que sempre se tenha a forma em papel, diante de si, antes das invocações começarem. Embora
seja esperado que os Hierofantes saibam de coração todas as formas e posições de uma forma-
deus, a formulação da forma-deus geralmente é feita a partir de um diagrama de templo para
que nenhum erro ocorra.

Os mantos dos oficiais também desempenham um papel importante. Quando os


invólucros astrais da forma-deus são criados, eles são conectados aos mantos e insígnias dos
oficiais que são colocados nas posições que eles ocupam ao redor do Salão. Uma vez que o
Hierofante tenha completado essa tarefa (que pode levar de 30 a 40 minutos para ser executada
corretamente) o Dadouchos é então trazido de volta para o templo e realiza a cerimônia do
acendimento das velas, observado pelo Hierofante (no trono). É importante lembrar que uma
vela é colocada no quadrante que ela representa. A vela Amarela para o Leste, contudo é
colocada entre os pilares e pouco atrás da cadeira do Hegemon.

A cerimônia do acendimento das velas é sempre iniciada no Leste, indo em uma espiral
no sentido horário, até que a vela final no altar seja acendida. Dois coisas principais ocorrem
durante esse exercício. A primeira é que o Hierofante estende seu Ruach até o fogo do
Dadouchos. A segunda é que a aura do Dadouchos dá à chama sua conexão que, controlada
pelo Hierofante, traz o primeiro elemento ativo no plano do térreo, pois o fogo é o primeiro
elemento manifestado.

Durante essa cerimônia, o Hierofante deve ter a habilidade de “embalar a aura do


Dadouchos.” Com isso quero dizer que ele/ela deve alcançar e controlar as ações do Dadouchos
no Astral através de um processo de manipulação áurica. (Ela é depois manipulada pelo
Hegemon.)

Depois disso, o restante dos oficiais do Templo são admitidos. Eles vão até suas
respectivas estações e aguardam o Kerux, o último oficial a entrar no Salão, depois que ele/ela
auxiliou o Candidato.

Nesse ponto, devemos mencionar que, na Aurora Dourada e nos primeiros estágios da
Stella Matutina, os oficiais do templo no térreo poderiam ser de Graus da Ordem Externa.
Contudo, os 78 anos adicionais de ritual da Stella Matutina mostraram que os campos de
energia com que esses oficiais juniores precisam trabalhar são muito mais complexos do que
se pensava antes.

Nos anos seguintes da Stella Matutina e da Smaragdum Thalasses, aqui na Nova


Zelândia, pensou-se que esses oficiais do térreo deveriam ser todos membros do Grupo Interno,
quando possível. Antes de sua entrada no Templo, todos os oficiais teriam se sentado
silenciosamente a fim de conectar seus Ruach à Neshamah (que sob circunstâncias normais
não pode ser feito por membros da Ordem Externa). Com isso, suas Esferas de Sensação (auras)
ativadas então se ligam, e alimentam os invólucros astrais das Estações Invisíveis criadas pelo
Hierofante. Isso também, até certo ponto, dá ao Hierofante um elemento de controle sobre as
estações ligadas a cada oficial. Ele/ela pode, na verdade, controlar a ligação pelo aumento, ou
decréscimo, do tom vibracional da forma-deus, onde há um excesso ou falta de energia. Isso
pode acontecer pelo humor do oficial do templo a fim de equilibrar as coisas juntas no plano
do térreo como um todo.

Quando esses oficiais assumem suas posições e conectam seus Ruach com o Nephesch
da forma criada pelo Hierofante, é importante que eles possuam uma imagem mental correta
da forma-deus que estão assumindo. Isso é, na verdade, a assunção de forma-deus em um
formato grupal. Os oficiais no estrado também possuem uma parte a desempenhar nessa
preparação. Eles geralmente entram, com o resto dos oficiais, depois que as velas foram
acendidas pelo Dadouchos. Uma vez sentados em seus respectivos Tronos, eles também
conectam seus Ruach com os invólucros Nephesh criados pelo Hierofante. O artigo que segue
delineia as cores e posições de cada um dos invólucros astrais que o Hierofante tem que criar
ao redor do templo antes do começo da cerimônia. Ele é mais completo do que artigos
previamente publicados, no sentido que notas adicionais foram acrescentadas para explicar as
razões pelas quais algumas das formas-deus são coloridas do jeito que são.
As Formas-Deus egípcias do Grau de Neófito
As estações das formas-deus utilizadas em nosso simbolismo aparecem em dois tipos:

1. Estações Visíveis.
2. Estações Invisíveis.

As Estações Visíveis são os locais dos oficiais, cada uma tem uma forma astral
adequada para as forças que representa. No Estrado estão os locais para os Três Chefes, o
Hierofante Anterior, e Hierofante Atual. A ordem na qual eles sentam (da esquerda para a
direita, de frente para o Leste) é:

Imperator—Nepthys
Cancellarius—Thoth
Hierofante—Osiris
Hierofante Anterior—Aroueris
Praemonstrator—Isis

Os nomes abaixo são das formas-deus que eles representam. O que segue são descrições
das formas-deus dos sete oficiais do Grau de Neófito.

Hierofante: Osíris no mundo inferior. Expositor dos mistérios no Salão da Manifestação


Dual da Deusa da Verdade (Maat). O Hierofante é representado por duas formas-deus, os
aspectos passivo e ativo de Osíris, como mostrado nas Figuras 3 e 4. Sentado no Estrado, como
Hierofante, ele é vestido na forma-deus de Osíris. Como Osíris, ele usa uma alta Coroa Branca
do Sul, flanqueada por penas listradas de branco e azul. Sua face é verde, seus olhos azuis. De
seu queixo pende a barba real da autoridade e julgamento, de cor azul e ponta dourada. Ele usa
um colar em faixas de vermelho, azul, amarelo e preto. Em suas costas há um feixe, amarrado
em seu peito por faixas escarlates. Ele está enfaixado como múmia até os pés. Suas mãos estão
livres para segurar o dourado Bastão da Fênix, um Gancho Azul, e um Flagelo Vermelho. Suas
mãos são verdes. Seus pés repousam em um pavimento branco e preto.

As cores utilizadas para construir essa figura são uma mistura dos ensinamentos da
Golden Dawn e as cores tradicionais da figura. Por exemplo, a coroa azul e branca e a barba
azul mostram ambas a influência de Kether e do Caminho de Samekh, enquanto a ponta
amarela mostra o elemento Ar. As bandas de seu colar representam os quatro elementos,
enquanto que as bandas escarlates que o cruzam aludem ao grau rosacruciano. O Bastão Fênix
é tradicional, enquanto que sua cor dourada mostra que ele vem através de Tiphareth. A
coloração verde da pele vem da cor tradicional. O gancho azul e o flagelo vermelho mostram
que ele mantém juntos os dois poderes, de Geburah e Chesed.

Embora no artigo oficial nunca tenha se tocado na questão da coloração egípcia


tradicional da forma-deus, Jack Taylor disse que a cópia-mestre de Felkin, da antiga Ordem,
era frequentemente consultada durante as discussões 0=0. Essa era uma cópia de Westcott que
foi destruída quando Whare Ra fechou; Pelo máximo de meu conhecimento, nenhuma outra
cópia desse documento existe na Ordem da Nova Zelândia.

A forma-deus de Osíris nunca se move do Estrado. Quando o Hierofante precisa se


mover do Estrado, ele/ela é coberto na forma de Osíris em ação—Aroueris, que é construída
pelo Hierofante Anterior, sentado à esquerda do Hierofante, então os Membros Internos
auxiliam o Hierofante a formular a segunda forma-deus.

Aroueris, ou Hórus o Ancião, é muito vívido de se olhar—como puras chamas. Ele usa
uma Coroa Dupla do Egito, a coroa em forma de cone em vermelho dentro da Coroa Branca
do Norte, com uma pluma branca. Seu nemés é púrpura com bandas douradas nas
extremidades. Sua face e corpo são de escarlate translúcido. Ele tem olhos verdes e usa a barba
púrpura da autoridade. Ele usa uma túnica amarela com uma faixa na cintura amarela listrada
com púrpura, a partir da qual pende uma cauda de leão. Em comum com todas os Deuses
Egípcios, ele tem um saiote de linho branco mostrado como um avental sob a faixa colorida na
cintura. Seus braceletes e tornozeleiras são de ouro. Ele carrega em sua mão direita uma Bastão
Fênix azul e em sua esquerda um Ankh azul. Ele fica sobre um pavimento púrpura e dourado.

Hiereus: Hórus na morada da Cegueira e Ignorância do Vingador Superior dos Deuses


(veja a Figura 5).
Ele usa a Coroa Dupla do Sul e Norte, vermelha e branca, sobre um nemés escarlate
com bandas verde-esmeralda. Sua face é a de um falcão vívido—castanho e preto com olhos
brilhantes e penetrantes; sua garganta é branca. Seu corpo, como o de Aroueris, é inteiramente
escarlate. Ele usa um colar, braceletes e tornozeleiras de esmeralda; uma faixa de esmeralda
listada de vermelho, a partir da qual pende uma cauda de leão, e ele carrega em sua mão direita
um Bastão Fênix Esmeralda e em sua esquerda um Ankh Azul. Ele fica sobre um pavimento
esmeralda e escarlate.

Hegemon: Thmaa-Est “Diante da Face dos Deuses no local do Limiar.”


Thmaa-Est usa um nemés preto preso na testa com uma banda púrpura a partir da qual
se eleva, na frente, uma alta pena de avestruz verde listrada com vermelho em bandas iguais.
(Uma versão dessa deusa é mostrada na Figura 6.) Ela usa um colar vermelho, amarelo, azul e
preto. Sua túnica é verde-esmeralda até os pés, onde é listrada para combinar com o colar. Ela
tem alças de ombro púrpura e verde e um cinto púrpura também delimitado pelas cores acima
mencionadas. Sua face e corpo são de cor natural—ou seja, um leve vermelho-acastanhado
egípcio. Ela usa braceletes esmeralda e vermelho e carrega uma forma combinada do Bastão
Lótus e o Bastão Fênix. Ele tem uma flor alaranjada e um ramo azul e termina e um Sinal do
Binário alaranjado. Em sua mão esquerda, ela carrega um Ankh azul, e ela fica sobre um
pavimento amarelo e púrpura delimitado com blocos vermelho, azul, amarelo e preto, em
sucessão.

Kerux: Anúbis do Leste conforme mostrado na Figura 7. Vigia dos Deuses.


Anúbis tem a cabeça de um chacal negro, muito alerta, orelhas pontudas bem estendidas
para cima. Seu nemés é púrpura com bandas brancas; ele usa um colar de bandas amarelas e
púrpuras e uma túnica amarela salpicada com tufos cabelo preto. Seu corpo é vermelho. Sua
faixa na cintura é amarela listrada com púrpura, e dela pende uma cauda de leão. Seus
ornamentos são púrpura e dourado; seu Bastão Fênix e Ankh são azuis. Ele fica sobre um
pavimento púrpura e amarelo.

Stolistes: Auramo-ooth. “A Luz brilhando através das Águas sobre a Terra” “Deusa dos
Pratos da Balança no Pilar Negro”
Auramo-ooth está principalmente em azul. Sua face e corpo são naturais. (Uma versão
dessa forma-deus é mostrada na Figura 8.) Ela usa uma Coroa do Norte azul da qual se projeta
uma delicada pluma dourada sobre uma touca de abutre alaranjada e azul. Seu colar é laranja e
azul, ela carrega um Ankh azul e um Bastão Lótus, tendo uma lótus laranja sobre um ramo
verde. Sua túnica azul simples chega aos pés. Ela fica sobre preto.

Dadouchos: Thaum-Aesch-Niaeth. “Perfeição através do Fogo manifestando na Terra”


“Deusa dos Pratos da Balança no Pilar Branco”
Thaum-aesch está principalmente em vermelho. Sua face e corpo são naturais. (Uma
versão dessa forma-deus é mostrada na Figura 9.) Ela usa um Coroa do Sul vermelha
flanqueada por duas penas em verde listrado de preto sobre uma touca de abutre em vermelho
e verde. Seu colar é vermelho e verde, e ela carrega um Ankh verde e um Bastão Lótus com a
flor vermelha e o ramo verde. Sua túnica vermelha simples alcança seus pés e ela fica sobre
preto.

Sentinela: Anúbis do Oeste.


Sua forma é a mesma que a do Kerux, mas seu nemés, ornamentos, e roupas são preto
e branco. Ele possui uma cauda de leão e carrega um Bastão Fênix e Ankh pretos. Ele está
sobre preto. O Anúbis do Oeste é mostra na Figura 10.
Os Três Chefes
Imperator: Nephthys
Nephthys tem face e corpo de ouro translúcido (veja Figura 11). Ela está coroada com
um chapéu sobre uma touca preta e branca de abutre, cuja cabeça é vermelha. Seu colar e
ornamentos são preto e branco, e ela veste um manto preto até os pés, debruado em preto e
branco. Ela porta um Ankh Azul e um Bastão Lótus com a flor verde e o ramo azul. Ela fica
sobre um pavimento preto e branco.

Praemonstrator: Ísis
Ísis tem face e corpo de dourado translúcido (veja Figura 12). Ela é coroada com um
trono sobre uma touca de abutre azul e laranja. A cabeça do abutre é vermelha. Seu manto é
azul debruado com dourado. Seus ornamentos são azul e laranja, e ela carrega um Ankh azul e
um Bastão Lótus com a flor verde e o ramo azul. Ela fica sobre azul e laranja.

Cancellarius: Tho-oth
A forma-deus de Thoth é construída sobre o Cancellarius ou o oficial sentado à direita
do Hierofante. Essa é sua Estação Visível; mas, durante um Grau de Neófito, ele também possui
uma Estação Invisível no Leste enquanto ocorre a Obrigação.
Ele possui uma cabeça de Íbis, bico preto, e garganta branca (veja Figura 13). Seu
nemés é amarelo debruado com malva. Seu colar é amarelo com uma banda central de
quadrados em malva e verde. Sua túnica é malva com faixas amarelas, e ele possui uma cauda
de leão. Seus membros são de cor natural; seus ornamentos são vermelho e verde. Ele porta
um Ankh azul e um stylus e uma tábua de escrever. Ele fica sobre malva e amarelo.

As Estações Invisíveis
Essas caem naturalmente em quatro grupos dados abaixo em sua ordem de importância.
1. Estações no Caminho de Samekh do Pilar do Meio—Hathor, Harparkraat, Persona
Maligna.
2. Kerubim
3. Filhos de Hórus
4. Os Quarenta e Dois Assessores

1. Hathor: Essa Grande Deusa é formulada atrás do Hierofante no Leste (veja Figura
14). Sua face e membros são dourado translúcido. Ela usa um Disco Solar escarlate repousando
sobre chifres negros, de cujas costas se elevam duas penas brancas com faixas azuis. Ela tem
um nemés preto. As cores de seu colar seguem o padrão de azul, vermelho e azul. Faixas azuis
seguram seu manto alaranjado, que é debruado com azul e vermelho. Seus ornamentos são azul
e laranja. Ela carrega um Ankh azul e um Bastão Lótus com flor verde e ramo azul. Ela fica
sobre preto delimitado com azul.

Harparkraat: Ele é formulado no centro do Salão entre o Hegemon e o Altar, onde ele
senta ou fica de pé sobre uma Lótus voltado para Leste (veja Figura 15). Sua face e corpo são
verde esmeralda translúcido. Ele tem olhos azuis e cachos de cabelo azul, denotando juventude,
rodeia sua face pelo lado direito. Ele usa a coroa dupla, vermelha e branca. Seu colar é amarelo
e azul; sua faixa na cintura é amarela e azul com um cinto malva, de onde pende uma cauda de
leão. Sua Lótus possui folhas alternadamente azul e amarelo e descansa sobre um pavimento
malva e laranja. Ele não possui insígnia. Seu indicador esquerdo está sobre seus lábios.

Omoo-Sathan. Typhon, Apophis, Set: A Persona Má é uma figura composta pelos


poderes das Qlippoth (veja Figura 16). Ele se eleva a partir da base do altar, de pé no Leste
voltado para o Oeste, em Sinal de Typhon. Ele é preto é tem uma cabeça animal semelhante à
de um lagarto, corpo e cauda negros. Ele fica sobre preto. Seu nemés é verde-oliva decorado
com castanho-avermelhado, seu colar é castanho-avermelhado e citrino. Ele possui um avental
branco e uma faixa de cintura vermelho fosco listrado com castanho-avermelhado. Ele não
possui ornamentos.

2. Os Kerubim
O Kerub do Ar é formado atrás de Hathor, e ela é um poder de Hathor e tem a mesma
coloração geral dela (veja a Figura 17). Ela tem o semblante de uma jovem garota e atrás dela
se estendem grandes asas fazendo sombra.

O Kerub do Fogo está no Sul atrás do assento do Dadouchos (veja a Figura 18). Ele é
um poder da Grande Deusa Tharpesch, e tem face e forma de um Leão com grandes asas
confrontantes. A coloração é muito vívida e verde brilhante com rubi e chama azul e verde-
esmeralda.

O Kerub da Água é formado atrás do Hiereus e é o Poder do Grande Deus Toum ou


Tmu (veja a Figura 19). Ele tem face e forma de uma grande Águia com grandes asas
reluzentes. As cores são principalmente azul e laranja com algum verde.

O Kerub da Terra está no Norte atrás do assento do Stolistes (veja a Figura 20). Ele é
um poder do Grande Deus Ahapshi e tem face e forma de um Touro com pesadas e
obscurecedoras asas, e as cores são preto, verde, vermelho com algum branco.

Essas formas não são descritas em detalhe. Devemos imaginá-las como grandes forças
estabilizadoras cujas formas variam de acordo com as circunstâncias.

3. Os Filhos de Hórus.
Eles possuem suas estações invisíveis nos cantos do Salão. São os guardiões das
vísceras do ser humano—cada parte do qual vem a julgamento no momento e local corretos.

Ameshet: O deus com rosto de homem está no Nordeste. Ele tem um nemés azul com
faixas em vermelho, azul e preto. Sua face é vermelha e possui uma barba cerimonial preta. Ao
redor dos ombros de sua silhueta branca de múmia estão bandas em vermelho, azul e preto,
repetidas três vezes. Ele fica sobre vermelho, azul e preto com uma borda verde, branca e
amarela. Ele é mostrado na Figura 21.
Tmooathpah: O deus com cabeça de chacal está no Sudeste. Ele tem um rosto preto e o
interior de suas orelhas pontudas amarelo. Ele usa um nemés azul com bordas em preto,
amarelo e azul—as mesmas cores que aparecem em seus ombros. Ele tem uma silhueta de
múmia e fica sobre azul, amarelo e preto com uma borda em verde, amarelo e malva. Ele é
mostrado na Figura 22.

Kabexnuv: O deus com cabeça de falcão fica no Noroeste. Ele tem um rosto negro e
acastanhado e um nemés preto com borda em vermelho, amarelo e preto. As mesmas cores
aparecem três vezes em seus ombros. Ele tem uma silhueta branca de múmia e fica sobre
vermelho, amarelo e preto como uma borda em verde, malva e branco. Ele é mostrado na Figura
23.

Aphepi: O deus com rosto de macaco está no Sudoeste. Ele tem um nemés azul com
borda em vermelho, azul e amarelo. Essas cores aparecem em seus ombros na mesma ordem.
Sua face é vermelha, e ele fica sobre vermelho, azul e amarelo com uma borda verde, laranja e
malva. Ele é mostrado na Figura 24.

Nota: Tmoomathaph é algumas vezes escrito Duamutef. Kabexnuv é algumas vezes


escrito Qebhesenef. Aphepi é algumas vezes escrito Mestri ou Hapi, enquanto que Ameshet é
algumas vezes escrito Mesti.

4. Os Quarenta e Dois Assessores. Eles não recebem nenhuma descrição, exceto para
dizer que fazem o sinal do Entrante conforme o Candidato passa. Eles são Testemunhas no
Salão do Julgamento de Osíris.

Nota: membros Clarividentes da Ordem mostraram que os 42 Assessores estão


colocados ao longo do Caminho de Samekh e acima da estação da tríade maligna. Eles estão
de costas entre si e formam uma extensão de 21 membros. Suas descrições variam, mas eles
são frequentemente vistos com uma variedade de cabeças animais, empunhando e elevando
espadas. Embora colocados ao longo desse Caminho, eles estão longe de serem estacionários
e rotacionam lentamente, mas há sempre duas linhas de 21. Sua real função no ritual é criar um
vórtice em várias partes da cerimônia que os permite julgar diretamente o Candidato e seu Eu
Superior. (Eles não estão colocados no nível do chão, mas em um ponto logo acima da altura
dos Pilares.) Esse vórtice ajuda a manter o Eu Superior seguro uma vez que ele deixou o corpo
do Candidato. Eles também asseguram que ele/ela é julgado corretamente e eles levam à
cerimônia um poder que é muito parecido com o dos Deuses Canópicos, apenas muito mais
detalhado. É sua função examinar melhor o Candidato e testá-lo de forma mais profunda e
duradoura do que o tempo da cerimônia. Diz-se que os 42 Assessores seguem e observam o
Candidato conforme ele avança por cada grau e, se for considerado desejável, eles irão
imediatamente cortar sua conexão com a Ordem com as espadas que empunham. Em teoria,
eles permanecem com o Candidato até sua admissão na Ordem Interna, e são eles que algumas
vezes são responsáveis por pessoas deixarem a Ordem Externa, barrando sua admissão à Ordem
Interna. Cada Assessor está relacionado com cada letra do nome de 42 letras de Deus (que, de
acordo um manuscrito não publicado de Westcott, se relaciona ao Notariqon das 42 virtudes a
partir das 3 consoantes de YHVH soletradas) que governam certa parte do homem. A tabela
seguinte, relacionada à Sephiroth, é a associação de Regardie dos complexos psicológicos com
a Kabbalah.

Os Quarenta e Dois Assessores


Nome de Deus Sephiroth Parte Afetada Assessores

AB Kether Id 1. Usekh-nemtet

2. Hept-seshet

GY Chokmah Animus 3. Fenti

4. Am-khaibitu

ThTz Binah Anima 5. Neha-hra

6. Restau

QROShMN Chesed Ego Consciente 7. Maata-f-em-seshet


(memória)

8. Neba

9. Set-qesu

10. Khemi

11. Uatch-nesert

12. Hra-f-ha-f

KGDYSh Geburah Ego Consciente 13. Qerti (vontade)

14. Ta-ret

15. Hetch-abehu

16. Am-senef

17. Am-besek

18. Neb-Maat

BMRTThG Tiphareth Ego Consciente 19. Thenemi


(imaginação)

20. Anti

21. Tututef

22. Uamemti

23. Maa-ant-f

24. Her-seru
HQMMNO Netzach Ego Consciente 25. Neb-Sekehm (desejo)

26. Seshet-kheru

27. Nekhen

28. Kenemti

29. Kenemti (?)

30. Ser-kheru

YGLPZQ Hod Ego Consciente 31. Neb-hrau (razão)

32. Serekhi

33. Neb-abu

34. Nefer-Tem

35.

36.

ShQY Yesod Endopsíquico 37. Ahi (estrutura)

38. Uatch-rekhit

39. Neheb-nefert

OYTh Malkuth Órgãos dos Sentidos 40. Neheb-kau

41. Tcheser-tep

42. An-a-f
Simbolismo do Templo
O Salão dos Neófitos é chamado de “O Salão da Manifestação Dual da Verdade”; isto
é, “O Salão da Deusa Thmaah.” Seu nome possui três formas, de acordo com a natureza de sua
operação. (Veja a Figura 2 para essas três formas no local do Hegemon.) Isso se baseia em
Capítulos do Livro Egípcio dos Mortos, modificado para o uso na Aurora Dourada.

O segundo conjunto de simbolismo maior no plano 0=0 é cabalístico e considera o


arranjo de acordo com as Sephiroth. O Templo é colocado olhando em direção ao YH do
YHVH em Malkuth de Assiah. (Y e H respondem às Sephiroth de Chokmah e Binah na Árvore
da Vida e também a Abba e Aima, através das quais o conhecimento de Kether pode ser obtido.)
Os Ritos Sagrados do Templo devem gradualmente levar o Neófito ao conhecimento de seu
Eu Superior. Como as outras Sephiroth, Malkuth também possui suas Sephiroth e Caminhos
subsidiários. Dessas dez Sephiroth, o Templo, conforme disposto no Grau de Neófito, inclui
apenas a Sephiroth inferiores na Árvore da Vida; a saber, Malkuth, Yesod, Hod, Netzach, e
lado externo de Paroketh, o Véu. Paroketh forma o Leste do Templo. O simbolismo do Leste é
importância primária aqui.

As bases dos dois Pilares são respectivamente colocados em Netzach e Hod; o Pilar
Branco está em Netzach; o Pilar Negro está em Hod. Eles representam os Dois Pilares da
Misericórdia e Severidade. As bases são cúbicas e pretas para representar o elemento Terra em
Malkuth. As colunas são respectivamente preta e branca para representar a manifestação do
equilíbrio eterno dos Pratos da Justiça. Sobre elas deve estar representado em cor contrária,
quaisquer desenhos egípcios apropriados emblemáticos da alma (veja o Capítulo 3 para um
discussão completa disso).

Os capitéis escarlates tetraédricos representam o Fogo do Teste e da Prova. Entre os


Pilares está a entrada do pórtico para a Região Imensurável. As luzes gêmeas que queimam em
seus topos são “Os Declaradores da Verdade Eterna.” As bases dos tetraedros são triangulares.
A base do Pilar Branco aponta para o Leste, enquanto que a do Pilar Negro aponta para o Oeste.
Eles assim completam o hexagrama de Tiphareth—embora separado, como é adequado em “O
Salão da Manifestação Dual da Verdade.”

O Altar, cuja forma é a de um duplo cubo, está colocado na parte oriental de Malkuth—
tanto quanto diz respeito ao Neófito. Mas para o Adeptus Minor, sua qualidade negra velará no
Leste citrino, no Sul verde-oliva, e no Norte castanho-avermelhado, enquanto que o lado Oeste
e a base serão negros e o topo é uma Brancura Brilhante.

Os símbolos sobre o Altar representam as Forças e a manifestação da Luz Divina. Eles


estão concentrados no Triângulo Branco das Três Supernas como a síntese. Sobre esse Símbolo
sagrado e sublime, é assumida a Obrigação do Neófito. Ela chama para testemunhar as Forças
da Luz Divina.
A Cruz Vermelha de Tiphareth (à qual se refere o Grau 5=6) está colocada sobre o
Triângulo Branco, não como dominante, mas como trazendo-o para baixo e manifestando-o
sobre a Ordem Externa. É como se o Crucificado, tendo erguido o símbolo do auto-sacrifício,
tenha assim tocado e colocado em ação na matéria a Tríade Divina da Luz.

Ao redor da Cruz estão os símbolos das Quatro Letras do Nome Jehovah—o Shin de
Yeheshuah estando apenas implícito e não expressado na Ordem Externa. No Leste está a Rosa
Mística, aliada por seu aroma ao elemento Ar. No Sul está a Lâmpada Vermelha, aliada por
sua Chama com o elemento Fogo. No Oeste está a Taça do Vinho, aliada por seu fluido com o
Elemento da Água. No norte estão o Pão e o Sal, aliados por sua substância ao Elemento da
Terra.

Os Elementos estão colocados sobre o Altar de acordo com os Quatro Ventos. Pois
Osíris on-Nophiris, que é encontrado perfeito diante dos Deuses, disse:

“Esses são Elementos do meu Corpo,


Aperfeiçoados através do Sofrimento, Glorificados através do Teste.
Pois o aroma da Rosa que Morre é como o suspiro reprimido de meu sofrimento:
E o Fogo vermelho-chama como a Energia de minha Vontade Destemida:
E a Taça de Vinho é o derramamento do Sangue de meu Coração:
Sacrificado para a Regeneração, para a Vida Renovada:
E o Pão e Sal são como as Fundações de meu Corpo,
Que eu destruo para que possam ser renovadas.
Pois sou Osíris Triunfante, até Osíris on-Nophris, o Justificado:
Sou Aquele que está vestido com o Corpo de Carne,
Também em quem está o Espírito dos Grandes Deuses:
Sou o Senhor da Vida, triunfante sobre a Morte.
Aquele que partilha comigo se erguerá comigo:
Sou o Manifestador na Matéria Daqueles Cuja Morada está no Invisível:
Sou purificado: estou de pé sobre o Universo:
Sou seu Reconciliador com os Deuses Eternos:
Sou o Aperfeiçoador da Matéria:
E sem mim, o Universo não é.”

Tecnicamente, a Porta do Salão deve estar situada atrás do assento do Hiereus no Oeste.
Contudo, ela pode estar em qualquer parte do Salão, vendo que as paredes representam a
barreira para o exterior. Mas esse não é sempre o caso, pois a barreira é também chamada de
Portal e pode estar situada dentro do Salão, usualmente em uma forma oval.

Os cantos do Salão, que são considerados como exteriores ao Portal e ainda dentro dos
confins dos Quatro Filhos de Hórus, são locais onde todos os membros do Templo que desejam
ver a Cerimônia estão localizados. Eles podem participar na circumambulação e, partilhando
da Eucaristia, eles devem se sentar [os assentos estão noroeste (0=0), nordeste (1=10), oeste
(2=9), sudoeste (3=8), e noroeste (4=7); nenhum assento fica atrás do Estrado para membros
da Ordem Externa, mas os da Ordem Interna podem estar sentados lá]. Quando o Salão é
pequeno, então o Portal pode exceder para as barreiras físicas das paredes. “O Portão dos
Declaradores do Julgamento” é o nome da Porta—sua forma simbólica é a de uma passagem
reta e estreita, entre os Poderosos Pilones. “O Vigia contra os Malignos” é nome do Sentinela
que guarda, e sua forma é a simbólica de Anúbis.

As Estações, Descrições e Significados dos Oficiais

Hierofante
O Hierofante está situado no Leste do Templo, no lado externo do Véu de Paroketh
(mostrado no ritual como uma cortina transparente) para reger sob a presidência dos Chefes.
Ele/ela está colocado no Leste porque é onde o Sol, regente da Vida, surge. Dessa posição,
ele/ela governa o Salão. Nos antigos Mistérios, ela era o oficial que ensinava os Ritos de
Sacrifício e Adoração, e era o Sacerdote Chefe Iniciador em Elêusis e o equivalente ao Pontifex
Maximus romano, ou Sumo Sacerdote. A palavra hierophantos deriva de hieros e phaino, que
significa “mostrar”, “expor”, ou “ensinar”, Ele era o chefe do antigo culto eleusino e escolhido
para toda a vida a partir da família hierática dos Eumolpidae. Uma vez que ele era o expositor
dos Mistérios, era necessário que um homem de voz impressionante fosse escolhido. Esse era
um ofício de grande responsabilidade. Está nos registros que qualquer antigo hierofante que se
mostrou publicamente em seus mantos cerimoniais sofreu pena de morte por sua indiscrição.

O Hierofante ocupa o lugar de um Senhor dos Caminhos do Portal da Cripta dos


Adeptos, agindo como indutor dos Mistérios Sagrados. A Insígnia e os símbolos do Hierofante
são:
(1) O Trono do Leste no Caminho de Samekh, fora do Véu.
(2) O manto da chama brilhante escarlate, portando uma cruz branca no lado esquerdo
do peito e um Robe Escarlate.
(3) O lámen suspenso por colar branco.
(4) O Cetro do Poder.
(5) O Estandarte do Leste.
(6) O nemés listrado de escarlate e branco.

A posição do trono sobre o Caminho de Samekh é adequado para o Indutor aos


Mistérios. Ele se coloca na posição central e equilibrada desse Caminho apenas pelo qual está
a entrada segura para o conhecimento místico da Luz em Tiphareth. Ele se coloca diante de
Paroketh no ponto de sua abertura. Lá ele marca o brilho da Luz através do Véu. A tradução
das Três Supernas para a Ordem Externa está representada pela Cruz Vermelha do Calvário e
o Triângulo Branco sobre o Altar. Então a estação do Trono do Hierofante representa
adequadamente o nascimento do Sol de Vida e Luz sobre nossa Ordem (veja a Figura 2).

O manto ou capa, mais o capuz escarlate, representa a energia flamejante da Luz Divina
brilhando através dos infinitos mundos. Ele é mostrado na Figura 25. Sobre o lado esquerdo do
peito da capa, há uma cruz branca para representar a purificação até a Luz. A cruz branca sobre
o manto é uma Cruz do Calvário, que alude aos Quatro Rios do Éden (Pisom, Ghion, Tigre e
Eufrates) assim como ao sofrimento para causar a redenção. No documento Z.1, existe alguma
confusão quanto aos termos “robe” e “manto” e suas cores. A afirmação de que todos os
membros sobre o Estrado vestem mantos brancos contradiz afirmações anteriores que as cores
dos mantos variam de acordo com a cor do ofício. Na Ordem da Nova Zelândia, os mantos são
da mesma cor que o manto para os oficias sobre o Estrado. Uma versão do Z.1 em Whare Ra,
que foi supostamente copiada de uma cópia de Wynn Westcott, tem a referência aos oficiais
do Estrado vestindo mantos brancos cruzados, com a nota “consultar acima. —S.A”. “S.A.”
era o mote de Westcott na Ordem. Taylor era da opinião que os que estavam sobre o Estrado
funcionavam muito melhor através de cores totais do que de parciais.

O lámen do Hierofante, mostrado na Figura 26, é parcialmente explicado na Cerimônia


do Portal assim:

O Lámen do Hierofante é uma síntese de Tiphareth, à qual a Cruz do Calvário


de seis quadrados, formando o cubo aberto, está adequadamente representada.
As duas cores, vermelho e verde, a mais ativa e a mais passiva, cuja conjunção
salienta a aplicação mais prática do conhecimento do equilíbrio, são simbólicas
da reconciliação do Fogo e da Água. Pois o amarelo reconciliador se une com o
azul em verde, que é a cor complementar ao azul. O pequeno círculo interno
colocado sobre a Cruz alude à Rosa que lhe está conjunta no simbolismo da Rosa
e da Cruz de nossa Ordem.

Mas, em adição a isso, representa o luz resplandecente do Fogo do Sol trazendo ao ser
a vegetação verde da Terra, que de outra forma seria estéril, e também o poder do auto-
sacrifício necessário àquele que aspira a iniciação nos Mistérios sagrados. O lámen afirma a
qualificação necessária para aquele que o utiliza. Portanto, está suspenso a partir de um colar
branco para representar a pureza do Brilho Branco de Kether. Portanto, deve sempre ser usado
pelo Hierofante.

O cetro, mostrado na Figura 27, representa a Autoridade e Poder da Luz. É o menor dos
cetros portados pelos oficiais sobre o Estrado, tendo não mais do que 51 centímetros em
comprimento. Ele representa as forças do Pilar Central. É escarlate em cor, com três bandas
douradas no eixo. Elas representam as Sephiroth de Daath, Tiphareth, e Yesod. O pomo
dourado na base representa Malkuth. O bastão em si representa os Caminhos de Gimel,
Samekh, e Tau. O punho, pelo qual ele é segurado, é o Caminho de Tau (a porção mais baixa
do eixo), representando o Universo governado pelas forças da Luz e atraindo-as.

Os Nomes das Sephiroth e Caminhos não estão marcados nele, mas o Hierofante
Iniciado da Segunda Ordem deve lembrar a sublimidade do simbolismo enquanto o segura. Ele
representa tocar a Luz Divina de Kether e atraí-la pelo Caminho do Meio até Malkuth. É
chamado de “Cetro do Poder” e o investe com o poder de declarar o Templo Aberto ou Fechado
em qualquer Grau da Ordem Externa. Se o tempo é curto, então isso é feito ao dizer, “Pelo
Poder em mim investido por este Cetro, declaro este Templo devidamente Aberto (ou
Fechado).” Esse método de Abertura e Fechamento pelo Cetro só deve ser utilizado em grandes
emergências, quando o tempo é apertado. Ele não deve ser usado em uma Cerimônia onde os
Espíritos Elementais foram invocados.

O uso do cetro durante o ritual não é meramente um gesto vazio de apontá-lo até o
objeto desejado para um efeito. O cetro se torna uma extensão da ligação entre o Hierofante e
a Segunda Ordem. E ele representa o poder de Osíris, mesmo quando toma a forma de Aroueris.
Uma vez que tenha assumido o Invólucro Astral de Osíris, ele então invoca esse poder de agir
através do cetro. Ele se torna uma extensão viva e uma fusão de Osíris. Quando o cetro é
apontado ou direcionada durante a cerimônia 0=0, o poder é dirigido através da Sephirah de
Malkuth (na base do eixo); ele então se eleva pelo eixo, emitindo os 12 raios através da cabeça
de mitra de 12 pontas no topo. Elas estão na cor da Escala da Rainha de Briah que, quando
unidas, formam um Luz Branca Brilhante.

Em alguns Templos, esse cetro tinha uma coroa de dez pontas, cada uma representando
uma Sephirah. Contudo, os raios que elas emitiam não eram considerados equilibrados o
suficiente e, embora poderosos, descobriu-se por membros clarividentes que eles eram um
tanto erráticos. Algumas vezes exigia uma grande dose de esforço do Hierofante para controlá-
los. Utilizando uma mitra de 12 pontas, uma mudança definida foi sentida, e o poder do cetro
foi definitivamente aumentado a um nível mais elevado e direcionável.

J. W. Brodie-Innes escreveu uma carta a Felkin sobre o desequilíbrio do cetro de dez


pontas em 1896, mas nenhuma solução foi oferecida. Taylor e outras em Whare Ra fizeram
comentários similares. Depois de muita experimentação pelos membros de Thoth-Hermes, uma
mitra de 12 pontas foi considerada ideal.

O método pelo qual o Hierofante utiliza essa força é através de seu centro Tiphareth.
Para ser capaz de fazer isso corretamente, sua esfera de sensação (aura) deve ser unificada (a
união de Ruach e Neshamah) antes do começo do ritual, através do cetro (utilizado para chamar
o poder para baixo) a partir da Segunda Ordem. Conforme afirmado acima, ele não deve ser
portado para a invocação de Espíritos Elementais. Sua função principal é preparar um caminho
para a Luz. Sua ação é literalmente baseada em uma carga magnética (daí o bastão magnetizado
ao longo de seu eixo—como o Bastão Elemental dos Adeptos) para abrir um caminho. Usar
isso para invocações Elementais seria desastroso, pois as cerimônias perfazem uma função
completamente diferente de uma Invocação através do Ritual do Pentagrama.

Para dar um exemplo, um mal uso de um cetro seria utilizá-lo na brilhante cerimônia
de Regardie “Abertura pela Torre de Vigia” (que foi baseada na Cerimônia de Consagração da
Cripta dos Adeptos). Nesse exemplo, a pessoa teria uma Arma da Primeira Ordem sendo usada
através de uma Estrutura de Invocações Elementais da Segunda Ordem, através do Ritual do
Invocação do Pentagrama—exatamente o que o Z.1 original alerta contra (as armas corretas
para utilização durante a Abertura pela Torre de Vigia são as Armas Elementais ou o Bastão
da Segunda Ordem do Chefe dos Adeptos).
O resultado dessa cerimônia seria que o poder do cetro não faria nada além de inflar ou
falsificar o Ego, tendo pouco ou nenhum efeito no resultado real. Uma descrição clarividente
disso seria ter raios vermelhos de energia emitidos a partir do cetro—diretamente a partir da
própria carga áurica do Chefe—e não a partir da Luz Divina. Esse cetro, através do uso
repetido, seria desastroso (para o usuário) como se estivesse brincando com uma pilha atômica
sem proteção—com um efeito direto sobre a saúde do usuário.

Quando vendo o uso correto do cetro pela clarividência, pode-se ver a forma dos raios
coloridos em uma luz branca. Clarividentes da Ordem tais como Jack Taylor frequentemente
nos informam que o poder da cerimônia pode ser julgado pelo efeito gerado através do uso do
cetro. Quando cores tais como vermelho ocorrem, é porque as emanações magnéticas do
usuário não estão vindo através da Segunda Ordem. (Isso não deve ser confundido com o raio
vermelho de Tiphareth que é algumas vezes emitido a partir desse centro, mas esse raio passa
por uma mudança de cor quando operado através do Cetro.)

O Estandarte do Leste, mostrado na Figura 28, é parcialmente explicado no Ritual do


Portal:

O fundo do Estandarte do Leste é Branco, a cor da luz e da pureza. Como no


caso anterior, a Cruz do Calvário de seis quadrados é o número seis de
Tiphareth, a cruz amarela do Ouro Solar, e a pedra cúbica sustentando em seu
centro o sagrado Tau da Vida, e tendo unida sobre ela a forma do Hexagrama
Macrocósmico, o triângulo vermelho do Fogo e o triângulo azul da Água—o
Ruach Elohim e as Águas da Criação.

Em adição a essa explicação, ele afirma o Modo de Ação empregado pela Luz Divina
em sua operação pelas Forças da Natureza. Sobre ele está o símbolo do Macrocosmo, que é
colorido para afirmar a ação do Fogo do Espírito através das Águas da Criação sob a harmonia
da Cruz de Ouro do reconciliador. Dentro do centro do Hexagrama está uma Cruz Branca para
representar sua ação como uma Tríade. O conjunto está colocado em um fundo branco
representando o oceano de Ain Soph Aur.

O estandarte é suspendido a partir de uma barra cor de ouro por cordões vermelhos. O
mastro e a base devem ser brancos. A base representa a pureza da fundação—o eixo, a Vontade
Purificada dirigida ao Superior. A barra cruzada dourada é onde repousa a Lei da Perfeição
manifestada; o estandarte em si representa a perfeita Lei do Universo, os cordões e borlas
vermelhos a auto-renúncia divina, os testes e sofrimentos que formam, como se fosse, o
Ornamento da Obra Completa. O conjunto representa a ascensão do iniciado ao Conhecimento
Perfeito da Luz. Portanto, na fala do Hiereus, o Neófito ouve, “Mesmo o Estandarte do Leste
se prostra em Adoração diante d’Ele,” como se esse símbolo, embora grande e potente, não
fosse senão um pressentimento inferior do Superior, adequando à nossa compreensão.

Em termos simples, o Estandarte do Leste ajuda a fundir a ligação do Hierofante ao


Candidato. Ele também ajuda a prevenir a obstrução a essa ligação pelo seu uso como um
escudo que é projetado para banir os aspectos negativos à sua frente absorvendo-os em si. Uma
vez que apenas a obra aperfeiçoada pode ser absorvida, as influências negativas são deixadas
de lado. Novamente, isso não é realizado meramente pela ação de segurar o estandarte diante
de alguém, mas sim através do uso do Ruach do Hierofante que o ativa (por ABM) para fazer
a luz atravessar e cegar as forças negativas. Ele ajuda o Candidato a se aprofundar em seu self
e obter maior benefício da cerimônia. Meramente como símbolo, contudo, ele ainda tem um
grande efeito e ajuda a contrabalancear o Estandarte do Oeste, que é mostrado na Figura 29.

O nemés listrado vermelho e branco vestido pelo Hierofante é colorido em uma mistura
da Chama Divina através do Brilho Branco Divino, ambos em igual mistura (veja figuras 30,
31, e 32). Ele cobre a cabeça do Hierofante e as Supernais Cabalísticas (as três Sephiroth de
Kether, Chokmah, e Binah) no homem o Microcosmo. O nemés se torna a ligação do
Hierofante com seu Ruach ao Invólucro Astral de Hórus e Aroueris que ele criou. A cobertura
das Três Supernais Superiores de Kether, Chokmah, e Binah impede que esse invólucro ativado
assuma totalmente a personalidade do Hierofante durante a conexão com a forma-deus, mas o
faz sem a repelir. Normalmente, esse influxo de energia impulsionaria os centros etéricos até o
ponto em que os próprios chakras do Hierofante, em suas costas, seriam conectados
diretamente aos da forma-deus, mas o nemés impede isso. A longa cauda do nemés, que vai
até logo abaixo da base da coluna e é larga o suficiente para cobrir o vórtice do chakra, também
age como um tipo de proteção contra a possessão durante a cerimônia e impede a kundaliní de
subir esse caminho.

Alguns Adeptos, da Aurora Dourada e da Stella Matutina, tinham um medo de


possessão tão forte que eles tinham talismãs costurados nos forros de seus neméses, nas bases
de suas caudas, para impedir isso. Embora a Aurora Dourada seja reconhecida como uma
Tradição Ocidental, seus membros tinha bastante ciência do efeito dos chakras. As notas de
Felkin mostram que esse tipo de ensinamento foi dado tão cedo quanto 1897 aos Adeptos da
Aurora Dourada.

Quando as formas-deus se conectam ao Hierofante, isso é feito pela frente do corpo e


não pelas costas, através do lámen, que também age contra a possessão através dos símbolos
da Rosa Cruz e tem controle sobre as faculdades do Hierofante. Em Whare Ra o lámen do
Hierofante era algumas vezes colorido de branco ao invés de verde que, de acordo com Taylor,
ajudava a manter pura a conexão com a forma-deus astral e evitava obsessão melhor do que o
verde, e ainda mantendo sua função e tornando a ligação e a forma-deus mais poderosas. O uso
do branco ou verde no lámen dependia inteiramente do Hierofante, e ambos foram utilizados
por muitos anos.
O Hierofante e a Corrente de Osíris
A Corrente Osiriana no Ritual do Neófito é representada na Ordem Externa pelo
Hierofante. Ela é essencialmente uma corrente de morte e renascimento. A influência Osiriana
foi uma das primeiras maiores culturas a elevar o homem ao status de deus. Ele era o regente
de toda a eternidade. No antigo Egito, o centro principal de adoração a Osíris era em Abydos
(Alto Egito).

Osíris era o “Senhor de Abydos” e o “Senhor de Tuat”. O último título se refere ao local
do limbo para o qual o morto vai antes de ser julgado. A descrição disso é mostrada no Livro
dos Mortos, nos capítulos “Saindo ao Dia”. A partir disso, pode-se ver que a corrente de Osíris
é iniciática. As várias paradas e lições dadas pelo Hierofante são a versão da Golden Dawn dos
capítulos “Saindo ao Dia”.

Dentro do antigo sistema Heliopolitano, Osíris foi colocado em uma posição


subordinada a Ra, o Deus Sol. Contudo, na cerimônia 0=0, ele é análogo a Ra, da mesma forma
como Cristo é subordinado a seu Pai no Céu. Na influência Osiriana, na cerimônia 0=0, é como
o “Livro dos Pilones” que foi considerado por Budge como um companheiro aos capítulos
“Saindo ao Dia” do Livro dos Mortos.

A Corrente Osiriana é utilizada para estabelecer um Portal ou mini-universo dentro da


cerimônia 0=0. Ela é usada para mostrar o Eu Superior, através de um ataque em massa virtual
na psique, durante este ritual. Além disso, ele mostra a “Senda” ou Caminho correto que deve
ser tomado. A Corrente Osiriana também mostra a reverência dos segredos mágicos.

A influência solar de Osíris é uma que é imitada na circumambulação do Candidato ao


redor do Altar. Aqui, ela encena a passagem do Sol conforme vista da Terra. O Eu Superior do
Candidato inconscientemente se identifica com isso e solidifica o kavanah (intenção) do
Candidato. A Luz Divina dessa circumambulação focaliza a energia do Eu Superior do
Candidato, no sentido macrocósmico, do Sistema Solar. O Eu Superior então ativa uma
corrente similar dentro do corpo do Candidato. Essa fase da Corrente Osiriana é uma forma de
realização da existência dessa corrente dentro do Self, que então tenta imitá-la. Também, a
influência Osiriana permite que o Candidato “lave-se até a limpeza” que, nos termos da Aurora
Dourada, se relaciona com a consagração do Candidato.

De acordo com a tradição, o corpo de Osíris foi cortado em 16 pedaços. Cada uma
dessas 16 partes se relaciona com o sistema da Aurora Dourada das 16 subdivisões elementais.
Essas se tornam partes do corpo do Candidato que são depois purificadas nos quatros rituais de
grau elementais (depois do 0=0).

Dentro da Cerimônia do Neófito, é dado para nós um vislumbre do que irá acontecer
na “Partilha da Eucaristia” quando os quatro Elementos sobre o altar (rosa, luz, vinho, e pão e
sal) são sentidos através dos sentidos físicos do Candidato para dar-lhe um sentido de unidade.
A Corrente Osiriana afeta o Ruach do Candidato durante o 0=0. Apesar de não
precipitar, nesse ponto, a conexão com o Nephesch, ela de fato provoca um despertar através
do próprio desejo inconsciente do indivíduo—o ímpeto para a conexão com o Ruach que é
levada a cabo no ritual 5=6. O estímulo da Corrente Osiriana afeta o Candidato através das
faculdades de Ruach: memória, vontade, imaginação, desejo, e razão. Todas essas partes do
self são igualmente estimuladas. Esse é o “processo equilibrador do 0=0,” tão frequentemente
descrito pelos Adeptos da Aurora Dourada.

Praemonstrator
O Praemonstrator é oficial mais velho sobre o Estrado e representa Chesed e o Grau de
7=4. A palavra em si “praemonstrator” vem do latim praemonstratrare, “expor.” Esse chefe
ensina os membros da Ordem Externa, seja pessoalmente ou através de membros sêniores
designados. O ofício do Praemonstrator pode ser identificado pelo seguinte:
(1) Trono.
(2) Manto.
(3) Lámen.
(4) Cetro.
(5) Nemés.

O trono azul do Praemonstrator está situado no Caminho de Kaph. Esse Caminho passa
através do Véu no lado do Pilar da Misericórdia e, como tal, se relaciona com o título de
“Inteligência de Conciliação.” É aqui que as energias passivas devem ser equilibradas pelo
Praemonstrator; caso contrário a receptividade absorveria demais desse tipo de energia. O
poder de Chesed deve ser formulado e direcionado pelo Praemonstrator, que representa sua
influência abaixo do Véu. A exaltação da consciência que essa energia representa recebe forma
aqui. O trono é dito tanto absorver quanto conciliar em uma massa ou forma governável.

O manto apropriado do ofício do Praemonstrator é o Manto Azul Brilhante da Água,


representando a reflexão da sabedoria e conhecimento de Chesed. A Cruz Branca e Triângulo
representam a purificação da Ordem Externa pela Água. A cruz sobre o manto do
Praemonstrator é na verdade a Cruz Piramidal, que é a cruz dos elementos representando a
descida das forças divinas e angélicas no símbolo da pirâmide (isso senta sobre o triângulo,
representando o símbolo da Aurora Dourada). Essa ação se relaciona com as Forças Superiores
trabalhando através do Simbolismo Elemental. Sob o manto, o Praemonstrator veste um robe
azul. O robe é mostrado na Figura 33.

O Praemonstrator pode usar um lámen como o do Hierofante, mas azul sobre um fundo
alaranjado e sustentado por um colar azul. A conexão que o Praemonstrator forma com a forma-
deus Ísis é feita através de seu centro Tiphareth. O símbolo da Rosa Cruz afunila o poder de
forma que a ligação é formada através de certas condições. Sua cor atrai Ísis, e o laranja
complementar cria o efeito reluzente que fará a conexão em dois níveis distintos.

O cetro do Praemonstrator tem um eixo azul como uma única banda dourada a um
quarto do caminho para cima no eixo, e uma em sua base (ver Figura 34). Sobre isso é montada
a Cruz Maltesa nos cores das Tábuas Elementais, a partir do Norte e indo no sentido horário:
Amarelo, Azul, Preto e Vermelho. A primeira banda amarela, na base do cetro, representa
Malkuth. A próxima, Netzach, o segmento acima de Netzach é Kaph. O resto do eixo representa
Qoph. A empunhadura é sobre o caminho de Kaph, que expõe a influência sobre o Véu e
representa o poder da “Roda” e a natureza cíclica de sua existência. Uma vez que o poder desse
Ofício está acima de Malkuth, a empunhadura inferior nunca é usada para que não interfira
com as ações do Hierofante. A Cruz Piramidal montada no topo do cetro mostra os elementos
consolidando a influência da Água (com a Terra, o elemento mais denso tocando o eixo) para
que ela possa ser controlada e direcionada.

Uma vez que o Cetro do Hierofante opera através de Malkuth, o do Praemonstrator


opera através de Netzach (a partir de Kaph). O uso do Cetro é principalmente para receber o
poder do Véu e para ativar a Esfera de Chesed do Praemonstrator sobre o Estrado. Ele também
ativa a de Netzach, que é o Pilar da Misericórdia no Chão do Templo, e mantém o poder fluindo
através dele para que o templo seja adequadamente equilibrado.

(5) O nemés do Praemonstrator é Azul como faixas complementares em Laranja. A


função dele é a mesma do nemés do Hierofante, exceto que as cores representam o azul da água
equilibrado com a cor reluzente a partir do plano astral.

O Praemonstrator e a Corrente de Ísis


A Corrente de Ísis é ativada pelo Praemonstrator. No chão do Templo, sua influência é
na forma do Pilar da Misericórdia, na estação de Netzach. Ísis era a epítome da maternidade
para os antigos egípcios. Ela era a irmã/esposa de Osíris. Ela utilizou sua fórmula mágica para
dar vida a seu marido morto. Sua função era preparar o caminho para seu falecido marido
através de oração. Além de suas funções gerais, a especialidade de Ísis era a vibração. Foi ela
que disse as palavras para resgatar Osíris e trazê-lo de volta à Vida. Ísis representa Sabedoria
e Conhecimento, que foram dados nas falas dos oficiais do Templo durante a cerimônia 0=0.

Dentro da cerimônia do Neófito, as energias de Ísis são de natureza jupiteriana. Ela


instila no Candidato a causa de sua própria ignorância dos Mistérios Sagrados. Nisso, ela lhe
dá direção e motivação. Isso se relaciona diretamente com o crescimento da alma e fornece a
sintonia com o Ruach do Candidato para combiná-lo com as outras energias trazidas para baixo
durante a cerimônia. Sua função é vincular junto ao Candidato a energia da Alma grupal da
Ordem. Ele faz isso conectando o Ruach do Candidato dentro do Ruach do ritual, para que o
plano macrocósmico gradualmente comece a ser revelado para ele.

A faculdade particular pela qual ela trabalha, no Candidato, é a memória—o fator mais
vinculante associado com Ruach. Ela imprime na mente inconsciente do Candidato os pontos
chave da cerimônia que irão prepará-lo para o próximo nível. A Corrente de Ísis permite que o
Ruach do Candidato tenha acesso à simbologia oculta do Inconsciente Universal, pois Ísis faz
o Candidato “sentir-se” parte da Ordem. É seu dever unir todas as cerimônias básicas 0=0 em
um labirinto coesivo que soma à fundação da Ordem básica em si.
A Corrente de Ísis age para fazer o indivíduo trocar a qualidade do “Eu” para “nós”
para participar no plano global. Ela é também a instigadora que desencadeia as “habilidades
criativas” do Candidato dentro da estrutura da Ordem.

O Livro Egípcio dos Mortos diz de Ísis: “Ó Ísis, Tu a Deusa, Tu a Gloriosa, que tens o
conhecimento de como usar Tua boca.” Isso especificamente se relaciona com o intento e as
aspirações da invocação. Ele deve suprir cada um dos oficiais sobre o Chão do Templo com o
suficiente de seu tipo de energia para chegarem fundo dentro de si mesmos de forma que
possam dar pronunciamentos autênticos; isto é, pronunciamentos que são tanto intencionados
quanto sentidos, e não meramente lidos como palavras vazias. Em outros termos, ela ajuda os
oficiais a alcançarem o tom vibracional correto para que todas possam agir em uníssono e com
fervor ao falarem durante a cerimônia. Quando alguém se atrapalha nas palavras durante as
falas neste ritual, então a Corrente de Ísis não está se manifestando corretamente.

A energia de Ísis também auxilia com a consagração do Templo e também do


Candidato. Ela reforça a Corrente de Osíris nessa função. Também, é ela que instila a
solenidade da ocasião quando o Candidato é impedido e questionado durante o ritual. É também
através de seus esforços que permite-se ao Candidato passar para o próximo ponto.

Dentro da Aurora Dourada, Stella Matutina, e Smaragdum Thalasses, as palavras “ar


morto” são utilizadas para se referir ao ritual quando pareceu não acontecer nada. Isso se
relaciona diretamente de volta aos deveres do Praemonstrator, cuja função é ativar e direcionar
extrinsecamente a Corrente de Ísis durante o ritual. Quando esse Oficial não está executando
sua função corretamente, o “ar morto” se arrasta para dentro do ritual. Direcionar e utilizar a
Corrente de Ísis requer muito trabalho por parte do Praemonstrator, pois ele ou ela devem
reforçar o Hierofante o tempo todo (através de Ruach).

Imperator
O Imperator é o Chefe que detém o IMPERIUM, a regra, o comando, ou encargo sobre
a Ordem Externa. É ele que está encarregado do Templo. Ele conduz as cerimônias e é
responsável pela disciplina geral da Ordem. O Imperator se relaciona com a Sephirah Geburah,
a forma-deus de Hórus, e o grau de 6=5 dentro da Ordem. Esse oficial pode ser identificado
pelo seguinte:
(1) Trono
(2) Manto, robe
(3) Lámen
(4) Espada
(5) Nemés

O trono vermelho do Imperator repousa no Caminho de Mem, tem o título de


“Inteligência Estável,” e se relaciona ao crescimento através de uma da dada estrutura. Sua
posição é na extrema esquerda do Templo. Como tal, representa o Pilar da Severidade, que se
relaciona diretamente com as qualidades marciais da força masculina. É aqui que a pessoa vem
através do sofrimento da Iniciação Espiritual—o primeiro passo no caminho da iluminação.
Esse caminho é o oposto a Kaph, pois aqui se está virtualmente em julgamento—enquanto que
em Kaph esse estado foi transcendido. O Trono do Imperator é o local onde a competência do
indivíduo é testada.

O manto do Imperator é um robe escarlate-chama—o manto do Fogo e da Severidade.


A energia e estabilidade do Templo dependem do Imperator (veja a Figura 35). O manto e robe
são os símbolos da Autoridade inflexível, compelindo a obediência do Templo a todos os
comandos emitidos pela Segunda Ordem. Sobre o peito esquerdo do robe está a Cruz Maltesa
sobre um triângulo. A Cruz Maltesa de quatro pontas de flecha representa o impacto preciso e
ligeiro da Luz vindo por detrás do Véu.

O lámen do Imperator é similar ao do Hierofante (e performa as mesmas funções)


exceto por estar suspendido por um colar verde. Isso mostra que ele assume um papel de
comando, mas passivo, comparado ao do Hierofante.

A espada do Imperator possui um punho vermelho com uma guarda dourada (veja a
Figura 36). O punho representa o Caminho de Shin, enquanto que o ouro é Tiphareth, e a lâmina
é Mem com Geburah como a ponta. Segurando-a a partir do poder de Shin mostra o poder da
“Inteligência Perpétua,” pois essa é uma arma utilizada com a lâmina apenas. O Imperator
senta-se com a espada parcialmente girada de forma que o fio da lâmina fique em direção ao
Templo. Ela age como um aviso para qualquer força elemental ou superior que essa essa é a
Espada do Julgamento que irá infligir retribuição em qualquer coisa que interfira com a
cerimônia. O nemés é vermelho com faixas verdes e tem uma função similar ao do Hierofante.

O Imperator e a Corrente de Nepthys (ou Nephthys)


Sobre o Estrado, a Deusa Nepthys é representada pelo Imperator e, no chão do Templo,
pelo Pilar Negro na Estação de Hod. Na mitologia egípcia, Nepthys era a irmã de Ísis e Osíris
e foi considerada por muitos como a sombra de Ísis, sempre no fundo—pronta para que se
conte com ela em necessidade. Foi Nepthys que ajudou Ísis a reconstruir o corpo de Osíris. Foi
ela que foi instrumental em ajudar Hórus depois que ele foi picado pelo escorpião. Seus muitos
centros de adoração ficavam em Senu, Hebet, Per-mert, e Re-nefert. Suas funções são descritas
no Livro dos Mortos, onde ela diz, “Eu vou ao redor e atrás de Osíris. Eu vim para que eu possa
proteger a Ti, e minha força que protege estará atrás de Ti para sempre.” Nepthys era
considerada a extremidade das coisas—que se refere às fronteiras. Ela também era associada
com a morte e renascimento.

A função de Nepthys na cerimônia 0=0 é estabilizar as correntes de Norte a Sul e de


Leste a Oeste. Como tal, ela tem uma influência sobre o Altar, o ponto onde todos eles se
encontram. Ela também tem o controle dos Deuses Canópicos (ou Quatro Filhos de Hórus,
como são algumas vezes chamados) situados em cada canto do templo. Com o Imperator como
ferramenta, a Corrente de Nepthys é uma de poder, ao operar no Altar, no qual ela auxilia a
Corrente Osiriana. Enquanto iniciar a corrente no Templo é uma coisa, mantê-la é outra ainda.
Equilibrar essas correntes em um fluxo constante é a responsabilidade do Imperator e da
Corrente de Nepthys.
Durante a cerimônia 0=0, quando o Eu Superior do Neófito é colocado entre os Pilares,
é função da Corrente de Nepthys mantê-lo, ou vinculá-lo nessa posição, para que ele não
vagueie durante o ritual. Se Nepthys relaxasse sua vigilância, Typhon poderia então tentar
capturar o Ruach do Neófito. Toda posição de toda forma-deus deve sua estabilidade à Corrente
de Nepthys. Se ela não estivesse presente, o Portal, ou fronteira do ritual, estaria aberto. Uma
das maiores funções de Nepthys é conter os limites do Portal durante a cerimônia. Ela realiza
isso através do Imperator. Ela vincula as formas-deus para que permaneçam em suas estações
corretas através do poder que emana do Altar e da Corrente Osiriana.

Quando as formas-deus se movem ao redor do chão do Templo, Nepthys tem que


manter o equilíbrio correto de energia, que opera através dos Pilares. É Nepthys que guarda e
esconde o Ruach do Neófito de Typhon no local de Harpócrates. Quando Typhon tenta se
mover, Nepthys auxilia Hórus/Aroueris para mantê-lo sob controle. Quando o Neófito entra no
Templo, é Nepthys que o impede de se desviar do caminho designado durante o ritual. Na parte
final da cerimônia, quando os membros partilha na Eucaristia para ajudar a aterrar as energias
variáveis em suas auras, a Corrente de Nepthys é responsável por assegurar que nenhuma
energia negativa é ingerida junto com as boas.

É o dever da Corrente de Nepthys impedir qualquer influência negativa na habilidade


do Imperator de criar e assumir uma forma-deus. Se isso não for feito adequadamente. o Portal
permanece fraco e pode ser penetrado. Na conclusão da cerimônia, é ela que deve dissolver o
Portal e quaisquer formas nele e assegurar que não sobre nenhum traço de resíduo.

Cancellarius
O Cancellarius é o oficial que representa a Esfera de Tiphareth. A etimologia real da
palavra cancellarius é derivada da palavra latina (tardia) significando “porteiro” ou
“secretário.” Ela é a origem da palavra inglesa “chancellor,” originalmente um porteiro em uma
corte legal, depois um guardião dos registros, um secretário (nesse sentido que ela é utilizada
em Shakespeare). Nos anos posteriores, essas palavra se referia especificamente ao secretário
do rei, o oficial a quem petições para a mitigação do rigor da lei comum eram enviadas. Ele se
tornou o “Guardião da Consciência do Rei” e adquiriu funções judiciais que se desenvolveram
na Corte da Chancelaria. Até próximo do fim do século XVI, ele era um eclesiástico, depois,
um advogado.

A derivação geralmente aceita de seu nome é da posição de seu assento próximo aos
cancelli ou partição em grade rodeando o Assento do Julgamento. Outros sugeriram que ela é
derivada (como a palavra “cancelar”) de cruzar palavras com uma linha em forma de grade. O
numeral romano X, para “dez,” originado na prática de cruzar todo décimo risco, a parte
superior do X sendo tomada para representar metade disso, o V romano, que significa “cinco.”

Na Ordem, o Cancellarius é o Secretário do Templo que mantém o Rol de Associação,


que é encarregado dos manuscritos, e de seu lançamento, e que mantém um registro do
progresso de todos os membros. No evento da resignação ou expulsão de um membro, o
Cancellarius cancela seu nome nos registros oficial do Templo. Ele, mais imediatamente do
que ambos os Chefes precedentes, o Representante da autoridade executiva da Segunda Ordem
sobre a Externa. O Cancellarius é identificado pelo seguinte:
(1) Trono
(2) Manto e robe
(3) Lámen
(4) Cetro
(5) Nemés

O trono amarelo-ouro do Cancellarius representa a Sephirah de Tiphareth e fica no


Caminho de Samekh, que leva a Yesod, a Sephirah do Ar.

O manto e robe do Cancellarius são coloridos no amarelo-ouro do Ar e da Sephirah de


Tiphareth (veja a Figura 37).

A Cruz Branca (situada acima do triângulo) sobre o manto é uma equilátera que
representa a Cruz do Elementos e simboliza sua purificação pela Luz do nome de quatro letras,
YHVH, em Tiphareth. A Cruz sobre o Triângulo se relaciona com a purificação da Ordem
Externa pelo Ar.

O Cancellarius usa um lámen como o Hierofante, mas amarelo sobre um fundo púrpura
e sustentado por um colar púrpura. A função disso é exatamente a mesma do lámen dos outros
oficiais sobre o Estrado.

O cetro do Cancellarius é encimado por um hexagrama de âmbar e ouro (veja a Figura


38). O hexagrama se refere a Tiphareth, o segmento principal do cetro a Samekh, o anel branco
acima da empunhadura a Yesod, a empunhadura a Resh, e o pomo a Malkuth. Operando através
do caminho de Resh, através de Yesod, o Cancellarius é capaz de utilizar a energia solar ao
fazer atravessar a Luz Divina de Thoth o Entrante, sem o qual nenhuma conexão com a
Segunda Ordem pode ser feita.

(5) O nemés é dourado com faixas mauva ou púrpura e possui a mesma função dos
outros nemeses.

O Cancellarius e a Corrente de Thoth


A forma-deus de Thoth é representada pelo Cancellarius sobre o Estrado. Thoth sempre
foi considerado o Escriba dos Deuses. Era de seus registros que o destino dos falecidos
dependia. Thoth se auto-criou. Ele ensinou as ciências e deu ao mundo a fala divina. Diz-se
que seu nome derivou da palavra “peso.” No antigo Egito, seu principal centro de adoração era
em Khemennu.

Dentro do ritual 0=0, Thoth detém uma posição única, pois ele é o representante pessoal
da Segunda Ordem. É ele que assegura que a Corrente de Thoth (da Segunda Ordem) seja dada
à pessoa certa. Também, é ele julga se essa corrente deve ser instilada no Candidato. Todas as
invocações no mundo não funcionarão a menos que a forma-deus de Thoth seja formulada
corretamente pelo Cancellarius para que os poderes possam encontrar o local correto para se
estabelecer. É ele quem deve julgar a performance anterior do Candidato antes da admissão na
Ordem.

Se o Candidato for considerado inadequado por essa forma-deus, então a energia


impregnada em sua aura é meramente nada além do resíduo das outras correntes do ritual. Se
o indivíduo atravessando o 0=0 for considerado inapropriado por Thoth, então quaisquer gestos
futuros produzirão apenas algum efeito psicológico (isso inclui posições da Ordem Interna
também). Thoth é o representante da Ordem Interna, enquanto que o Hierofante meramente
age em seu nome. Thoth deve ser corretamente formulado e suas energias dirigidas ao
Candidato pelas ações do Ruach do Cancellarius, pois sem isso o ritual não pode funcionar.

Hierofante Passado
Os deveres do Hierofante Passado, ou Hierofante Anterior, na cerimônia 0=0 é
principalmente um papel de suporte. Ele veste a mesma indumentária que o Hierofante (em
alguns Templos o Hierofante Passado veste um nemés de puro escarlate para distinguir entre
seu ofício e o do Hierofante). Ele usualmente carrega o cetro do Hierofante enquanto o novo
Hierofante está aprendendo. Ele está lá para apoiar e treinar o novo Hierofante e, se esse último
fizer um erro de julgamento, intervir e ajudar. Ele deve, de tempos em tempos, dar algum
conselho ao Hierofante durante o ritual também. Quando o Hierofante deixa o Estrado para
trabalhar no chão do Templo, o Hierofante Passado então ocupa a posição vaga e assume
durante a ausência do Hierofante.

O Hierofante Passado e a Corrente de Aroueris


A forma-deus de Aroueris em seu contexto na Aurora Dourada representa Hórus o
Ancião. Ele era análogo à “Luz do Dia,” a que combateu Set (como Noite). Seu assento de
poder no antigo de Egito era em Makenut e Sakhemat. No ritual 0=0, ele é representado pela
estação do Hierofante Passado, cuja função é ativar essa forma-deus sobre o Estrado quando o
Hierofante está no chão do Templo.

Sua real tarefa no chão do Templo é proteger o Eu Superior do Candidato de ser tomado
em pontos críticos da cerimônia. Ele encara seu antigo adversário, Typhon, quando ele tenta
deixar sua estação do Maligno para prejudicar e causar estrago no ritual. Esse tipo de tarefa
protetora que Aroueris realiza é também compartilhada sutilmente com a forma-deus de
Harpócrates, cuja Estação Invisível impede que o Maligno tome o poder da Circumambulação.
Aroueris é o guardião sobre o chão e protege não apenas o Candidato como também os Oficiais.

Enquanto opera sobre o chão do Templo, Aroueris tem o dever de controlar o poder ou
corrente que o Hierofante iniciou no Leste também. Ele não cria de fato a corrente, mas a
protege para assegurar que funcione corretamente. Em termos modernos, sua tarefa sobre o
Estrado é como a de um encarregado de manutenção; enquanto que sobre o chão é um tipo de
tropa de choque. Enquanto a Corrente de Aroueris vem do Trono do Hierofante, a forma astral
de Aroueris lhe dá um impulso adicional tanto em força como em direção. O Hierofante
Passado deve controlar o poder de sua estação (além do Hierofante) através de seu Ruach que
está conectado com o Ruach da cerimônia em si. Quando o Hierofante utiliza o poder no chão
do Templo, é através da forma de Aroueris sobre o Estrado, e a forma astral de Aroueris então
o envolve.

Por causa da posição tipo-marcial de Aroueris no chão do Templo, sua posição de poder
no 0=0 é uma de extremos. De um ponto de vista, ele sustenta o poder do Hierofante e, em
outras áreas, pisa em Typhon, contendo-o assim. Ele é bem como a combinação sacerdote-
guerreiro. A Corrente de Aroueris é uma de transformações e mudanças. Ela é uma que leva os
centros sutis do Candidato ao limite de suas habilidades (dentro dos termos de referência 0=0)
e também acelera a vibração do Candidato para que possa assimilar as informações, que são
recebidas mais rapidamente em uma completa sublevação por uma atitude revolucionária. O
Candidato então se torna o ponto focal para a Consciência Cósmica da Ordem influir. Se esse
toque de Aroueris não for retribuído pelo Candidato, ele simplesmente irá recolhê-lo. É então
que ele implanta um sentido de mudança radical no Candidato através de Ruach.

Hiereus
A Estação do Hiereus é no extremo Oeste do Templo e no ponto mais baixo de Malkuth,
onde ele está entronizado em sua parte mais escura no quadrante representado como preto na
figura do Minutum Mundum. Representando um deus terrível e vingador nos confins da
matéria, nas fronteiras das Qlippoth, ele é entronizado sobre a matéria e vestido em Escuridão,
e sobre seus pés estão o trovão e o relâmpago—o impacto dos Caminhos de Shin e Qoph, Fogo
e Água, terminando respectivamente nos quadrantes ferrugem e oliva de Malkuth. Lá, portanto,
ele está colocado como um guardião poderosos e vingador dos Mistérios Sagrados. Os
símbolos e insígnias do Hiereus são:
(1) O Trono do Oeste no negro de Malkuth, onde faz fronteira com o Reino das
Conchas.
(2) O Robe Preto da Escuridão, portanto a Cruz Branca no peito esquerdo.
(3) A Espada da Força e Severidade.
(4) O lámen suspenso por um colar escarlate.
(5) O Estandarte do Oeste.

Nota: Os nemeses dos oficiais sobre o chão do templo são pretos com listras brancas,
com exceção do Hegemon, cujo nemés é em branco puro. Eles executam as mesmas funções
dos nemeses dos Oficiais sobre o Estrado.

A posição do Trono do Oeste, nos Limites de Malkuth, é adequada para o Vingador dos
Deuses, pois está colocado lá em eterna afirmação contra o Maligno—“Até tu vens e não mais
adiante.” O Trono é também colocado como um assento de testemunho e de punição decretada
contra o Mal.

Basicamente, o Trono tem duas funções: prevenir a entrada das Qlippoth e impedir que
qualquer pessoa de fora dessa área entre por curiosidade.
A posição do Trono é a de acesso mais fácil para quaisquer traços negativos—pois essa
é a área onde o Sol, ou Luz do Dia, desce ao esquecimento. O Trono do Hiereus contém isso
ao manter as forças da Luz (diretamente do Hierofante) focalizadas no portão de entrada
trancado do Oeste.

O robe e manto do Hiereus simbolizam a Escuridão, ameaçadora e terrível para o


Externo, ocultando uma força vingadora sempre pronta para romper contra os Malignos (veja
a Figura 39). Sobre o peito esquerdo está uma Cruz Branca para representar a Purificação da
Matéria até a Luz. Taylor sempre ensinou que, embora o robe e o manto fossem da mesma cor,
eles trabalhavam em princípios diferentes. O manto ou capa era a parte ativa do Hiereus
enquanto o robe, como os de todos os oficiais no chão do Templo (exceto o Hegemon), era
preto por causa de seu princípio absorvedor. O preto restringe o crescimento da negatividade,
que o atola para baixo por condensação. Antes que qualquer negatividade possa operar nos
Oficiais do Templo, ela deve tentar assumir a forma-deus que o oficial representa, e o robe
preto impede isso ao absorver toda a sua energia e restringindo-a—que é geralmente mantido
sob controle pela forma-deus sobre ele. Embora não sejam um Grau da Terra, os robes dos
Oficiais do Templo tiram da parte mais densa de Malkuth sua força. Taylor ligou o princípio a
ser pego em um pântano sem escapatória para qualquer força negativa que não conseguiu
penetrar o Portal do Templo. Existem é claro checagens e contra-checagens com as várias
outras energias, para que exista redundância de fatores de proteção caso uma ou mais forças
falhe em manter sua função de proteção durante o ritual.

A espada representa as forças do Pilar da Severidade como um todo (veja a Figura 40).
A guarda representa Hod e é geralmente feita de bronze; o punho é o Caminho de Shin que
representa o Universo governado pelas forças flamejantes da Severidade e que representa
Hiereus como segurando as forças da Severidade Divina. “A Espada da Vingança é seu Nome.”
A lâmina mostra esse conceito de Hod a Binah, envolvendo Geburah através dos caminhos de
Mem e Cheth.

O lámen (mostrado na Figura 41) é particularmente explicado na Cerimônia do Portal:

O Círculo Externo inclui as quatro Sephiroth, Tiphareth, Netzach, Hod, e


Yesod, das quais as primeiras três marcam os ângulos do triângulo inscrito
dentro, enquanto que os Caminhos conectantes Nun, Ayin e Peh formam seus
lados. No centro extremo está o Caminho de Samekh no qual está a passagem
para a Abertura do Véu. É portanto um Lámen adequado para o Hiereus como
representante da conexão entre a Primeira e a Segunda Ordem, enquanto que o
triângulo branco estabelecido na Escuridão circundante está circunscrito por
sua vez pelo Círculo da Luz.

Em adição a essa explicação, o lámen representa “A Luz que brilha na Escuridão


embora a Escuridão não a compreenda.” Ele afirma a possível Redenção do Mal, e mesmo do
Mal em si, através de auto-sacrifícios. Ele é suspendido por um colar escarlate representando
sua dependência das Forças da Severidade Divina, atemorizando o mal. É um símbolo de
tremenda Força e Fortitude, e é uma síntese do Ofício do Hiereus, com relação ao Templo, em
oposição a seu Ofício com relação ao Mundo Exterior. Por essas razões, ele deve ser sempre
usado pelo Hiereus.

O Estandarte do Oeste (veja a Figura 29) completa os símbolos do Hiereus. Ele é


explicado assim no Grau de Zelator:

O Triângulo Branco se refere aos três Caminhos conectando Malkuth com as


outras Sephiroth; enquanto que a cruz vermelha é o Conhecimento Oculto da
Natureza Divina que deve ser obtido através de seu auxílio. A Cruz e o
Triângulo juntos representam Vida e Luz.

Adicionalmente a essa explicação do Grau de Zelator, ele representa eternamente a


possibilidade de Resgate do Mal; mas, nele, a cruz de Tiphareth é colocada dentro do Triângulo
Branco das Supernais para com isso representar o sacrifício feito apenas para o Superior. A
Cruz Vermelha pode ser delimitada com ouro, nesse caso, para representar o metal perfeito
obtido nas Trevas da Putrefação, e através delas. Negro é seu fundo, que representa assim a
Escuridão e Ignorância do Externo, enquanto que o Triângulo Branco é novamente a Luz que
brilha na Escuridão mas que não é compreendida. Portanto é o Estandarte do Oeste o símbolo
do Crepúsculo—como se fosse a equação de Luz e Escuridão. O mastro e base são negros, para
representar que mesmo nas profundezas do Mal esse símbolo pode permanecer. O cordão é
preto, mas a barra transversal e ponta-de-lança podem ser dourados ou bronze, e as borlas
escarlates, como no caso do Estandarte do Leste e pelas mesmas razões.

O Estandarte do Oeste, quando muda sua posição no Templo, representa aquilo que
barra e ameaça e demanda (um simbólico) novo sacrifício para que o caminho levando ao
Superior possa ser alcançado. “Vingador dos Deuses” é o nome do Hiereus, e ele é “Hórus na
Morada da Cegueira até, e ignorante de, o Superior.” Hoor é seu nome.

Hegemon
O Hegemon é um dos três Oficiais Chefes do Templo. Ele vem de fora do Portal e
instrui o Candidato a manter-se em prontidão para a Cerimônia de Admissão—e também
supervisiona sua preparação para isso pelo Sentinela. O nome desse Oficial é simplesmente
uma tradução do grego que significa “um líder” ou “guia”—“alguém que tem autoridade sobre
outros,” e “alguém que mostra o caminho,” “uma pessoa que faz algo primeiro”—“um
Comandante.” É também encontrado com adjetivos femininos desde tempos muito remotos.
Se tomarmos o verbo ago da raiz AG ele significa “carregar,” “transmitir,” e “trazer”
(sobretudo com criaturas vivas e objetos), “levar consigo,” “conduzir.” Essa palavra também
se refere “treinar” ou “educar” e a “pesar em uma balança.” Em sua forma adjetiva, ho
hegemononios tem o significado de guiar e era um epíteto de Hermes como o Guia das Almas
que Partiram (em cuja capacidade esse Deus era conhecido como Pompaios ou
Psychopompos). Como se pode ver, sua base etimológica é altamente complexa—guiar as
criaturas viventes em direção a um objeto desejado, ao mesmo tempo treinando e pesando-o na
balança.
A Estação do Hegemon está entre os dois Pilares cujas bases—estão em Netzach e Hod,
na intersecção dos Caminhos de Peh e Samekh no portão simbólico das Ciências Ocultas—
como se fosse, na Base da Balança no Equilíbrio dos Pratos da Justiça, no de ponto de
intersecção do Caminho recíproco mais baixo com o de Samekh, que forma uma parte do Pilar
do Meio.

Essa é uma posição onde as energias femininas e passivas são geralmente manuseadas
melhor por uma mulher do que por um homem. Em Whare Ra, essa posição era usualmente
assumida por uma mulher, e acredito que ocorria o mesmo na Aurora Dourada. Ela está
colocada lá como a Guardiã do Limiar da Entrada e a Preparadora do Caminho do Entrante—
portanto a reconciliadora entre a Luz e a Escuridão e a mediadora entre as Estações do
Hierofante e do Hiereus.

O Hegemon possui na verdade três formas coptas: 1.Thma-As-St (com relação ao Pilar
do Meio e a influência de Kether), 2. Thma-aesh (sua influência mais Ígnea relacionada com o
Pilar da Severidade), e 3.Thmaa-ett (mais Fluídica acerca de sua influência relativa ao Pilar da
Misericórdia). Os símbolos e insígnias do Hegemon são:
(1) O robe, nemés e Manto de Pura Brancura, portando no peito esquerdo uma Cruz
Vermelha.
(2) O cetro com cabeça de mitra
(3) O lámen suspendido por um colar preto.

O robe, nemés, e manto representam a cor da pureza espiritual que é necessária no


aspirante aos Mistérios e sem cuja qualificação ninguém pode passar entre os Pilares Eternos.
Ela representa a Luz Divina que é atraída com isso e trazida para o auxílio do Candidato. Ela
simboliza o auto-sacrifício que é oferecido para outro—para auxiliá-lo na realização da Luz.
Também significa a expiação do erro, o Preparador do Caminho até o Divino. Sobre o peito
esquerdo está uma Cruz, usualmente a Cruz do Calvário, vermelha para representar a energia
da Vontade inferior purificada e sujeitada à que é Superior—e assim o Ofício do Hegemon é
especialmente o do Reconciliador.

O cetro com cabeça de mitra (veja Figura 42) é o sinal distintivo do Ofício do Hegemon.
Na Árvore da Vida, ele representa as forças do Pilar da Misericórdia. Ele deve ser escarlate
com bandas douradas e um pomo. As duas bandas representam Chesed e Netzach—o eixo
sendo formado pelos Caminhos de Vau, Kaph, e Qoph, a empunhadura com o pomo em
Malkuth. A mitra é dourada com suportes vermelhos, e cada ponta termina em uma bola. A
mitra é carregada com a Cruz do Calvário de seis quadrados. Essa mitra representa a sabedoria
de Chokmah como um aspecto duplicado de Kether, atraído pelo símbolo do auto-sacrifício. O
cetro é manejado pelas forças do Fluxo e Refluxo, mostradas pela empunhadura sendo referida
ao Caminho de Qoph, e representa a atração para o Universo das Forças da Misericórdia
Divina. As Sephiroth e Caminhos são marcados apenas como bandas e, devido ao seu
significado, deve ser carregado pelo Hegemon em toda a condução do Candidato representando
para esse último a atração das forças de seu Eu Superior. Ele é chamado de “Cetro da
Sabedoria.” Uma vez que o Hegemon é o portador do Cetro da Sabedoria Dual de Chokmah, a
cabeça de mitra é dividida em duas e não fechada, para indicar a Manifestação Dual da
Sabedoria e Verdade—da mesma forma que o Salão do Neófito é chamado de “Salão da
Manifestação Dual da Deusa da Verdade.”

O lámen do Hegemon (veja a Figura 43) é explicado em parte no Grau de Philosophus:

O emblema peculiar do Hegemon é a Cruz do Calvário de Seis Quadrados


dentro de um Círculo. Essa Cruz engloba Tiphareth, Netzach, Hod, e Yesod, e
repousa sobre Malkuth. A Cruz do Calvário de Seis Quadrados também forma
o cubo e com isso está relacionada com as Seis Sephiroth do Microprosopus
que são Chesed, Geburah, Tiphareth, Netzach, Hod, e Yesod.

Adicionalmente a essa explicação, ela representa a Cruz do Calvário Negra do


Sofrimento, como o Iniciador pelo Provação e Auto-Abnegação e o Abridor do Caminho até a
Compreensão das Forças da Luz Divina. Ele é, portanto, suspendido por um colar negro para
mostrar que o sofrimento está na Purgação do Mal.

Os próximos três oficiais inferiores não vestem capas ou mantos, mas apenas lámens
suspendidos por colares negros. Os desenhos estão em branco sobre um fundo preto para
mostrar que eles são Administradores das Forças da Luz agindo pela escuridão, sob a
presidência dos Oficiais Superiores.

Kerux
O Kerux está estacionado dentro do Portal do Salão, e suas tarefas são verificar se a
mobília do Salão está apropriadamente disposta antes da abertura e proteger o Lado Interno do
Portal. O simbolismo desse oficial irá, como no caso dos outros, gradualmente se desdobrar
para o Neófito conforme ele passa de grau em grau. Ele também admite os Fratres e Sorores e
ajuda na recepção do Candidato ao comando do Hierofante, de cujo Arauto ou Mensageiro ele
é. A palavra grega kerux significa “um Arauto,” “Passavante” ou “Mensageiro Público,” e era
equivalente à palavra latina caduceator (portador do Caduceu), pois Hermes era um Arauto
dos Deuses. Sua função na Grécia Antiga era convocar a Assembléia (gr. ecclesia), que era
originalmente política e só depois se tornou uma assembléia religiosa ou igreja) e manter a
ordem nela. Eles eram encarregados dos sacrifícios e carregava bastões de ofício (skeptron, de
onde veio “cetro,” ou kerukeion, o último sendo geralmente como o Caduceu). Suas pessoas
eram sagradas e estavam sob a proteção de Zeus, e eles eram também mensageiros entre
inimigos em guerra. O verbo kerusso significava “oficiar como um Arauto,”
consequentemente, “proclamar” (em vários sentidos—e.g., a notícia do nome de uma pessoa
como criminosa, como vencedora de uma competição, etc.), convocar uma pessoa, e então
invocar os Deuses ou poderes espirituais. O Kerux da Ordem usa sobre seu peito um lámen (do
latim lamina, “uma placa” ou “peça fina de metal”) sobre o qual está representado o Caduceu
de Hermes, que se relaciona com seu significado grego original. O Kerux é o Arauto, o
Guardião e Vigia dentro do templo, como o Sentinela é o Vigia de fora—e portanto é seu
encargo a disposição adequada da mobília e estações do templo. Ele também é o proclamador.
As insígnias peculiares do ofício são:
(1) Lâmpada Vermelha
(2) Bastão
(3) Lámen

A Lâmpada Vermelha significa o Fogo Oculto que ele vigia. A lâmpada também
representa o centro de Ruach, Tiphareth, com o qual o Neófito aspira se unir de forma que o
Conhecimento Oculto além do véu possa ser revelado.

O Bastão Mágico do Poder (veja a Figura 44) representa um raio da Luz Divina que
acende o Fogo Oculto. Em sua forma da Ordem Externa, esse pequeno bastão (sem asas)
lembra uma vara de professor e é colorido nas três cores (do topo à ponta) vermelho, amarelo
e azul, que representam as três Letras-Mãe. Em sua forma na Ordem Interna, esse é o Bastão
do Adepto-Chefe e é então mostrado como um Caduceu Alado, pois quando colocado sobre a
Árvore da Vida as asas superiores tocam Chokmah e Binah—as três Supernas. As sete
Sephiroth inferiores são englobadas pelas serpentes gêmeas cujas cabeças repousam sobre
Chesed e Geburah. Quando portada pelo Kerux, o bastão é segurado pela cor amarela de Aleph
e sua associação com o Ar, que é análogo à natureza do Kerux.

O lámen do Kerux (veja a Figura 45) possui sobre ele o símbolo do Caduceu Alado
(cuja significância histórica já foi explicada), cujas asas simbolizam a transcendência ou
elevação do espírito, enquanto que a serpente dupla mostra o dualismo de opostos que o Neófito
precisa superar, pois a serpente é obstáculo do homem. Pois é aqui no 0=0 que o Kerux precisa
guiar o Neófito através da Circumambulação Mística passando pelos vários guardas,
checagens, e equilíbrios nela contidos.

Stolistes
O Stolistes é aquele que equipa ou veste, e é uma palavra grega tardia equivalente a
hierostolos—um Sacerdote Egípcio encarregado das vestimentas sagradas. Nenhuma forma
dessa palavra é encontrada no período do grego clássico ou em conexão com os Mistérios
Gregos. Ambas pertencem ao primeiro século d.C. O verbo styello, e sua derivação stolizo,
significam “colocar em treino,” ou “vestir.” Stolis significa “uma veste” ou “robe,” enquanto
stole (do mesmo radical) significa “equipar” ou “adequar com roupas” (originalmente “um
exército”, portanto, “uma vestimenta” ou “robe.” Essa é a origem da palavra “estola,” no
sentido de um veste eclesiástica (compare com a palavra alemã Bestellen), embora a palavra
stolisterion fosse a sacristia de um templo.

O Stolistes está estacionado na parte setentrional do Salão, à noroeste do Pilar Negro,


cuja base está em Hod. Ele está lá como um Afirmador dos Poderes da Umidade ou da Água
refletidos através da Árvore em Hod. Esse ofício é identificado pelas seguintes insígnias:
(1) Taça
(2) Lámen
A taça é o receptáculo preenchido com a Água de Hod de forma a transmitir suas forças
para dentro de Malkuth, restaurando e purificando as forças vitais ali pelo frio e umidade (veja
a Figura 46). “Deusa do Prato da Balança do Pilar Negro” é o nome, e ela é “A Luz Brilhando
através das Águas da Terra.” No grau 3=8 ele diz:

A Taça do Stolistes partilha em parte do Simbolismo da Bacia de Moisés e o


Mar de Salomão. Sobre a Árvore da Vida, ela engloba nove das Sephiroth,
excluindo Kether. Yesod e Malkuth formam o triângulo abaixo, a primeira o
ápice, a última a base. Como o Caduceu, ela representa ainda os Três Elementos
da Água, Ar e Fogo. A Crescente é a Água que está acima do Firmamento, o
Círculo é o Firmamento, e o Triângulo o Fogo Consumidor abaixo, em
contraste ao Fogo Celestial simbolizado pela parte superior do Caduceu.

Sobre o Lámen está o símbolo da taça (veja a Figura 47).

Dadouchos
O Dadouchos, significando, um “portador da tocha,” era um oficial hereditário nos
Mistérios de Deméter Eleusina, cuja tocha simbolizava sua busca pela filha Perséfone, o
Espírito da Juventude e Primavera. O verbo daio significa “acender,” e a palavra dadouchos é
composta de dais (ou, em grego ático, das, acusativo de dada), “uma tocha,” especialmente
uma tocha de pinha, e echo, “segurar” ou “carregar.” O Dadouchos, portanto, está posicionado
no Sul e simboliza calor e secura. Ele cuida do incensário e consagra o Salão, os membros, e
os Candidatos com Fogo. É uma parte importante de suas tarefas estar pronto e cuidar de todas
as luzes, fogo, e incenso utilizado nas cerimônias. O Dadouchos está estacionado em direção
ao meio da parte meridional do Salão, ao sudoeste do Pilar Branco cuja base está em Netzach,
e está lá como um Afirmador dos Poderes do Fogo refletidos Árvore abaixo até Netzach. Esse
ofício é identificado pelo seguinte:
( I) O Incensário que ele segura
(2) Lámen

O Incensário do Dadouchos é “o Receptáculo dos Poderes do Fogo” e “o transmissor


do Fogo de Netzach para Malkuth," restaurando e purificando a força vital lá pelo calor e
secura. “Deusa do Prato da Balança do Pilar Branco” é o nome do Dadouchos.

O lámen do Dadouchos (veja a Figura 48) é explicado no grau de Zelator:

A Cruz Hermética, que é também chamada de Fylfot, Martelo de Thor, e


Suástica, é formada por 17 quadrados tirados de um quadrado de 25 quadrados
menores. Esses 17 representam o Sol, os Quatro Elementos, e os Doze Signos
do Zodíaco.

Sentinela
O último oficial é o Sentinela, ou Phulax, como é algumas vezes chamado. Acredita-se
que seu nome tenha derivado do francês, scentinelle, ou do italiano sentinella. Alguns pensam
até mesmo que veio do francês sentier, “uma trilha,” que por sua vez deriva do latim, semita,
“um caminho estreito.” Esse oficial fica encarregado do Candidato no Portal, ou abertura
externa do caminho reto e estreito que ele está prestes a adentrar. A palavra grega phulax
significa “um Vigia,” “guarda” ou “sentinela”—“guardião” ou “protetor.” Uma forma mais
completa da palavra é naophulax, significando “guardião do templo.” O verbo, phulasso,
significa, “vigiar e cuidar,” especialmente à noite—e podemos pensar que no Phulax como
“vigia” armado com uma arma letal para deter invasores e preparar o Candidato enquanto ele
fica na escuridão externa.

A palavra grega phulacterion significa “um local protegido,” “um forte,” ou, nesse
significado secundário, “uma salvaguarda” ou “preservador,” “um amuleto” para proteção,
familiar para nós pelos filactérios dos Judeus, que eram tiras de pergaminho inscritas com
textos da Lei e usados como amuletos sobre a testa durante a oração. A palavra latina
correspondente ao grego phulax em um sentido geral é custos. O oficial é identificado pelo
seguinte:
(1) Espada
(2) Lámen

A Espada do Sentinela possui empunhadura preta e guarda dourada. O preto representa


a parte mais escura da matéria, enquanto que a guarda dourada é um reflexo dos Mistérios
Ocultos da Ordem. O tempo todo, a espada está desembainhada e mantida para cima na mão
esquerda (ao longo da duração da cerimônia) como um lembrete da seriedade da ocasião.
Mesmo quando o Sentinela permanece sentado ao lado da porta (e fora do Portal, mas ainda
dentro do Salão), a espada ainda está desembainhada.

O símbolo do Olho no Lámen é o do Observador e é bastante simples comparado a


alguns simbolismos da Aurora Dourada. O lámen é mostrado na Figura 49.
Os Pilares

De um Artigo por Wynn Westcott

Na explicação dos Símbolos do Grau de Neófito, sua atenção foi dirigida ao significado
místico geral dos Dois Pilares no Ritual os “Pilares de Hermes” de “Seth” e de “Salomão.” No
9º capítulo do Ritual dos Mortos eles são citados como os “Pilares de Shu,” os “Pilares dos
Deuses da Luz Nascente,” e também como “As Colunas Setentrional e Meridional do Portão
do Salão da Verdade.” No 125º Capítulo, eles são representados pelo portão sagrado, a porta à
qual o aspirante é trazido ao completar a confissão negativa. As pinturas arcaicas em um Pilar
são pintadas em preto sobre um fundo branco, e as do outro pilar em branco sobre um fundo
preto, a fim de expressar o intercâmbio e reconciliação de forças opostas e o equilíbrio eterno
da luz e escuridão que dá força à natureza visível.

As bases cúbicas pretas representam a escuridão e a matéria onde o Espírito, Ruach


Elohim, começa a formular o Inefável NOME, aquele Nome que os antigos Rabbis disseram
“correr por todo o universo,” aquele Nome diante do qual a Escuridão se recolhe ao nascimento
do tempo.

Os capitéis triangulares vermelhos flamejantes que coroam o ápice dos Pilares


representam a manifestação Triuna do Espírito da Vida, as Três Letras-Mãe do Sepher
Yetsirah, os Três Princípios Alquímicos da Natureza, o Enxofre, o Mercúrio e o Sal.

Cada Pilar é encimado por seu próprio porta-luz velado do mundo material.

Da base de ambos os Pilares se elevam as flores de Lótus, símbolos de regeneração de


metempsicose. As ilustrações arcaicas são tiradas das vinhetas dos capítulos 17 e 125 do Ritual
dos Mortos, o Livro Egípcio do Pert-em-Hru ou o Livro da Saída ao Dia, o livro mais antigo
do mundo já descoberto [conforme o escrito de Westcott. O Épico sumério de Gilgamesh é
agora considerado muito mais antigo.—Ed.]. A Recensão dos Sacerdotes de ON encontra-se
nas paredes das Pirâmides dos Reis da 5ª e 6ª Dinastias em Sakarah, a recensão da 11ª e 12ª
Dinastias nos sarcófagos desse período, e a recensão tebana da 18ª Dinastia em diante é
encontrada nos papiros, tanto lisos quanto nos iluminados. Nenhuma tradução satisfatória
desses livros está disponível, nenhuma ainda tendo sido tentada por um estudioso com as
qualificações de místico e também de egiptologista.

O Ritual dos Mortos, de um modo geral, é uma coleção de hinos e orações na forma de
uma série de Rituais cerimoniais para permitir que o homem se una com Osíris o Redentor.
Depois dessa união ele não é mais chamado o homem, mas Osíris, com quem ele está agora
simbolicamente identificado. “QUe ele também possa ser Um de nós,” disso o Cristo do Novo
Testamento. “Eu sou Osíris” disso o homem purificado e justificado, sua alma luminosa e
lavada do pecado na luz imortal e incriada, unida a Osíris, e desse modo justificada, e o filho
de Deus; purificado pelo sofrimento, fortalecido pela oposição, regenerado através do auto-
sacrifício. Tal é o assunto do grande Ritual Egípcio.
O 17º Capítulo da recensão tebana consiste de um texto muito antigo com vários
comentários, também extremamente antigos, e algumas orações, nenhuma das quais veio no
esquema do texto original. Ele tem sido, junto com o 12º capítulo, cuidadosamente traduzido
para o propósito dessa aula pelo M.H. Frater M.W.T. [Marcus Worsley Blackden], e M.H.
Soror S.S.D.D. [Florence Farr] tem feito muitas sugestões valiosas com relação à interpretação.
No Título e Prefácio do 17º Capítulo lê-se:

Acerca da exaltação dos Glorificados, da Vinda e Avanço no Domínio Divino,


dos Gênios da Bela terra de Amentet. Da saída na luz do Dia em qualquer forma
desejada, da audição das Forças da Natureza sendo entesourado como um Bai
vivo.

E a Rúbrica é:

O unido com Osíris deve recitá-lo quando tiver entrado no Porto. Que com isso
gloriosas coisas possam ser feitas sobre a terra. Que todas as palavras do
Adepto sejam realizadas.

Devido ao uso complexo de símbolos, a tradução do ritual do Capítulo só pode ser


compreendida pela referência perpétua aos antigos comentários egípcios, e portanto a seguinte
paráfrase foi colocada junto para transmitir às mentes modernas tão próximo quanto possível
as idéias concebidas pelos antigos egípcios nessa gloriosa canção triunfante da Alma do
Homem feito um com Osíris, o Redentor.

Eu sou Tum feito Um com todas as coisas.


Eu me tornei NU. Eu sou RA em sua elevação por direito de seu Poder. Eu
sou o Grande Deus auto-gerado, e ainda NU, que pronunciou Seus Nomes, e
assim o Círculo dos Deuses foi criado.
Eu sou o Ontem e conheço o Amanhã. Eu nunca mais posso ser superado. Eu
conheço o segredo de Osíris, cujo ser é perpetuamente reverenciado de RA. Eu
finalizei a obra que foi planejada no Princípio, eu sou o Espírito feito manifesto,
e armado com duas imensas plumas de águia. Isis e Nephthys são seus nomes,
feitas Um com Osíris.
Eu reclamo minha herança. Meus pecados foram desenraizados e minhas
paixões superadas. Eu sou Puro Branco. Eu habito no Tempo. Eu vivo através
da Eternidade, quando os Iniciados fazem oferendas aos Deuses Perpétuos. Eu
passei pelo Caminho. Eu conheço os Pilares do Norte e do Sul, as duas Colunas
no portão do Salão da Verdade.

Estendei a mim vossas mãos, Ó vós habitantes no centro. Pois eu sou


transformado em um Deus no meio de vós. Feito Um com Osíris, eu preenchi a
órbita ocular no dia da manhã quando o Bem e o Mal lutaram juntos.
Eu levantei o véu de nuvens no Céu da Tempestade. Até que vi RA nascido
novamente a partir das Grandes Águas. Sua força é minha força, e minha força
é Sua Força. Homenagem a vós, Senhores da Verdade, chefes que Osíris
governa. Concedendo a libertação do Pecado, seguidores de Ma onde o descanso
é Glorioso. Cujo Trono Anúbis construiu no dia quando Osíris disse:
“Eis que um homem conquista seu caminho para Amentet. Eu venho diante
de ti, para afastar minhas faltas. Como fizeste para os Sete Gloriosos que seguem
seu Senhor Osíris. Eu sou aquele Espírito de Terra e Sol.”
Entre os Dois Pilares de Chama, eu sou RA quando ele lutou sob a Árvore
Ashad, destruindo os inimigos do Antigo dos Dias. Eu sou o Habitante no Ovo.
Eu sou aquele que gira no Disco. Eu brilho a partir do Horizonte, como o ouro a
partir de mim. Eu flutuo pelos Pilares de SHU no éter. Sem um par entre os
Deuses. O Hálito de minha boca é como uma chama. Eu ilumino a Terra com
minha glória. O olho não pode contemplar meus feixes penetrantes, conforme
eles atravessam os Céus e lambem o Nilo com línguas de chama. Eu sou forte
sobre a Terra com a Força de Ra. Eu vim ao Porto como Osíris tornado perfeito.
Que oferendas sacerdotais sejam feitas a mim como um no séquito do Antigo
dos Dias. Eu gero como o Espírito Divino. Eu me movo na firmeza de minha
Força. Eu ondulo como as Ondas que vibram através da Eternidade. Osíris foi
afirmado com aclamação, e ordenado a reger entre os deuses. Entronizado no
Domínio das Horas onde o Espírito e o Corpo são unidos na presença do Antigo
dos Dias. Apagados são os pecados seu corpo em paixão. Ele passou o Portão
Eterno, e foi recebida a Festa de Ano Novo com Incenso, no casamento da Terra
com o Céu.
TUM construiu sua câmara nupcial. RURURET encontrou seu santuário. A
procissão está completa. HÓRUS foi purificado, SET foi consagrado, SHU
tornado um com OSÍRIS entrou em sua herança.
Como TUM ele entrou no Reino para completar a união com o Invisível. Tua
Noiva, Ó Osíris, é Ísis, que chorou por Ti quando Te encontrou morto. Em Ísis,
Tu nasces novamente. De Nephthys vem teu alimento. Elas te limparam em teu
Nascimento Celestial. A Juventude te aguarda, o ardor está pronto em tua mão.
E seus braços deve te segurar por milhões de anos. Iniciados Te circundam e
Teus inimigos são derrubados. Os Poderes da Escuridão são destruídos. Os
Companheiros de Tuas Alegrias estão contigo. Tuas Vitórias na Batalha
aguardam sua recompensa no Pilar. As Forças da Natureza obedecem a Ti. Teu
Poder é excedentemente grande. Os Deuses amaldiçoam aquele que Te
amaldiçoa. Tuas Aspirações são realizadas. Tu és Amante do Esplendor. São
destruídos aqueles que barram Teu caminho.

O 125º Capítulo se ocupa da entrada do Iniciado no Salão das Duas Colunas da Justiça,
e começava com uma bela e simbólica descrição da Morte, como uma jornada das regiões
ermas e estéreis da Terra, para a Terra Gloriosa que jaz além. A tradução literal das linhas
iniciais é como segue:
Eu vim de longe para ver tuas belezas. Minhas mãos saúdam Teu Nome de
Justiça. Vim de longe, onde a Árvore Acácia não cresce. Onde a árvore grossa
com folhas não nasceu. Onde não há ramos de erva ou relva. Eu adentrei o
Local do Mistério. Eu comunguei com Set. O Sono veio sobre mim, fui
envolvido por ele, curvando-me para baixo ante as coisas ocultas. Fui
conduzido para dentro da Casa de Osíris. Vi as maravilhas que estavam lá. Os
Príncipes dos Portões em sua Glória.

As ilustrações nessa seção representam o Salão da Verdade conforme visto através das
folhas abertas de sua porta. O Salão é presidido por um Deus que mantém sua mão direita sobre
a gaiola de um falcão, e sua mão esquerda sobre a comida da eternidade. Em cada lado do Deus
há uma cornija coroada por uma linha de penas alternadas com uraeus simbolizando justiça e
poder ígneo. A folha da porta que completa a mão direita de uma baia é chamada “Possuidor
da Verdade controlando os Pés,” enquanto que na esquerda está o “Possuidor da força,
vinculando os animais machos e fêmeas.” Os 42 Juízes dos Mortos são representados como
sentados em uma longa fileira, e cada um deles teve que ser nomeado, e o Pecado sobre o qual
preside ter sido negado.

Esse capítulo descreve a introdução do iniciado no Salão da Verdade por Anúbis, que,
tendo questionado o aspirante, recebe dele um relato de sua iniciação, e é satisfeito por seu
direito de entrar. Ele afirma que foi levado à antecâmara do Templo e lá despido e vendado,
ele teve que tatear pela entrada do Salão, e tendo encontrado-a, ele foi vestido novamente e
ungido na presença dos Iniciados. Ele é solicitado a dar as palavras-passe e que sua alma Thai
seja pesada na Grande Balança do Salão da Verdade, onde ANÚBIS novamente o interroga
acerca do simbolismo da porta do Salão, e suas respostas estando corretas, ANÚBIS diz: “Passa
adiante, tu a conheces.”

Entre outras coisas, o Iniciado afirma que foi purificado quatro vezes, o mesmo número
de vezes que o Neófito é purificado e consagrado na cerimônia do Neófito. Ele então faz a
longa Confissão Negativa, afirmando a cada Juiz em sequência que ele é inocente da forma de
Pecado sobre a qual ele julga. Então ele invoca os Juízes para fazer-lhe justiça, e depois disso
descreve como ele foi lavado no lavatório do Sul, e descansou no Norte, o local chamado “Filho
dos Entregadores” e ele se torna o habitante sob a Oliveira da Paz, e ele recebeu uma alta chama
de fogo e um cetro de nuvem que preservou no tanque de salga no qual as múmias eram
enfaixadas. E ele encontrou lá outro cetro chamado “Doador do Alento” e com ele extinguiu a
chama e despedaçou o cetro de nuvem, e fez um lago com ele. O iniciado é então levado sob o
símbolo dos Pratos de uma Balança. Ele também deve nomear o Guardião do Portão, que
impede sua passagem, e quando tudo isso foi propiciado, o pleito do Salão em si clama contra
seus passos, dizendo “Porque eu sou silencioso, porque eu sou puro,” e deve saber que suas
aspirações são puras o bastante e altas o suficiente para ser autorizado a trilhar sobre ela. Ele é
então autorizado a anunciar para Thoth que está limpo de todo mal, e superou a influência dos
planetas, e THOTH lhe diz: “Quem é Aquele cujos Pilones são de Chama, cujas paredes são
de Uraei Viventes, e as chamas cuja Casa são correntes de Água?” E o iniciado responde
“Osíris.”
E é imediatamente proclamado: “Tua carne será do Infinito, e tua bebida do Infinito.
Tu estás pronto para avançar às festas sepulcrais sobre a terra, pois tu superastes.”

Assim, esses dois capítulos que são representados por suas ilustrações sobre os Pilares,
representam o progresso e purificação da Alma e sua união com Osíris, o Redentor, na Aurora
Dourada da Luz Infinita, na qual a Alma é transfigurada, conhece tudo, e pode fazer tudo, pois
ela é tornada Uma com o Deus Eterno.

KHABS AM PEKHT
KONX OM PAX
LUZ EM EXTENSÃO

O documento Z.1 afirma, “Sobre eles [os Pilares] devem ser representados em cores
trocadas quaisquer desenhos egípcios apropriados, emblemáticos da Alma.” [itálicos meus]. O
ponto de partida era que a maioria dos templos tinha seus próprios desenhos egípcios nos
Pilares. De muitas formas, eles eram similares às Criptas de vários templos que escolheram sua
própria versão dos esquemas de cor, mas mantiveram o desenho básico.

Tem existido um equívoco que os desenhos dos Pilares publicados por Robert Wang
em O Templo Secreto e também por Regardie em O Sistema Completo de Magia da Aurora
Dourada foram os únicos utilizados pela Aurora Dourada. O objetivo dos desenhos dos Pilares
era mostrar a procissão da alma no pós-vida e ainda tentar relacioná-los com a jornada do
Candidato no ritual 0=0. O que nunca foi discutido em publicações é que apenas o Pilar Branco
se relaciona com o ritual 0=0. O Pilar Negro se refere à Ordem Interna e, assim, apenas o Pilar
Branco será discutido aqui. O Pilar Negro será abordado elaboradamente em um volume
separado.

Os desenhos para o Pilar Branco foram comumente aceitos como para o 0=0. Parece
que, quando Mathers escreveu o Ritual do Portal, ele mudou de idéia e igualou os Pilares
Branco e Negro com as faixas da Ordem. Em Whare Ra, eles resolveram o problema colocando
o desenho de Ani entrando no Salão de Maat no Pilar Negro—uma inversão daquilo que foi
escrito, tal como J. W. Brodie-Trines. Eu o apresentei à maneira de Brodie-Innes porque ela se
encaixa com os ensinamentos iniciais. Fui informado que não importa aos do primeiro Templo
A.O, Ísis-Urânia, porque nenhuma figura egípcia aparecia neles.

Os desenhos mostrados nas Figuras de 50 a 53 são tirados dos dois Pilares do Templo
Thoth-Hermes da Nova Zelândia. Eles são um pouco mais completos do que os desenhos
anteriores (incluindo os de Whare Ra, que são levemente mais expansivos que os desenhos
previamente publicados). As Figuras 50 e 51 mostram 12 painéis do Pilar Branco, enquanto
que as Figuras 52 e 53 mostram 7 painéis do Pilar Negro. Vários estudantes da Aurora Dourada
perguntaram porque as chapas originais do Papiro de Ani não foram deixadas intactas nos
desenhos dos Pilares do Templo Inglês. Tanto Jack Taylor quanto Israel Regardie eram da
opinião que, quando as chapas dos desenhos do Livro Egípcio dos Mortos foram pareadas com
o 0=0, partes foram deixadas de fora porque, na opinião dos chefes, elas não se encaixavam
plenamente nos pontos pertinentes do 0=0. A Figura 50, por exemplo, é tirada de uma aula do
Thoth-Hermes.

Painel 1. Essa chapa mostra tanto homens como mulheres como candidatos (análogo a
Ani e sua esposa) aguardando na antecâmara do templo antes de entrar. Eles são mostrados
jogando xadrez, pois esse significado é sutil e oculto. O xadrez é um jogo de estratégia e
pensamento, então o casal raciocinou cuidadosamente os movimentos de decidir entrar na
Ordem. O falcão e a pena fora da ante-sala representam Ament (Amentet), uma Deusa do Oeste,
o local do Sol poente e o caminho de entrada para o Salão dos Neófitos, que é sinônimo do
Local de Habitação dos Mortos. Ament foi considerada aquela que dá boas-vindas aos mortos.
Esse conceito como um todo, relacionado de volta à Ordem, mostra o candidato deixando para
trás os antigos valores. O pão e cerveja também mostram que será fornecido alimento na
jornada do candidato.

Painel 2. Os falcões com cabeça humana sentados no telhado da tumba se referem aos
dois Eus Superiores dos Candidatos, que assumem seu local apropriado no Salão dos Neófitos.
A figura em oração ao lado deles representa Ani (desse ponto em diante, seguimos um único
indivíduo na jornada) e mostra que os ritos corretos de iniciação estão sendo aplicados. Os dois
leões de costas entre si são Set e Tau, que sustentam o horizonte. Eles se relacionam com os
dois Pilares do Templo, o caminho de entrada para a Morada dos Bem-aventurados, que se
refere ao conceito da Ordem da Unificação de Osíris—nosso Eu Superior.

Painel 3. Aqui temos o corpo de Ani com Nepthys à esquerda e Ísis à direita de um
ataúde funerário, guardado por Anúbis. Essa era chamada de Morada do Oeste. É o ponto na
circumambulação onde o Hiereus impede o caminho do Candidato e o informa da tênue linha
que ele caminha entre a Luz e a Escuridão. Na extrema direita dessa chapa, Ani (como o
Candidato) está diante de Osíris (como o Hierofante), e é sua recepção no Leste, a primeira
parte maior da transformação, sua revelação.

Painel 4. Nessa chapa, o corpo de Osíris foi transformado no Pássaro Benu pelo
processo de purificação. A aceitação do Candidato na Ordem é mostrada através de “Khabs
Am Pekht, Konx Om Pax—Luz em Extensão.” A lótus, o vaso de libação e as oferendas sobre
o altar representam símbolos adicionais do processo de transformação conforme representado
na simbologia da Ordem pela cruz sobre o triângulo pela qual o Candidato deve jurar a fim de
transformar-se plenamente. O próximo aspecto dessa chapa mostra Ani deitado no esquife com
as figuras de Nepthys e Ísis (em forma de falcão) em cada ponta enquanto sua Alma paira sobre
ele com dois ankhs de poder. As duas Deusas do Uraeus também estão presentes (representando
Norte e Sul). Isso se refere à Fala do Hierofante e a colocação do Neófito entre os Pilares, onde
ele é instruído nos sinais secretos etc, e é aprontado para sua consagração final. A alma sobre
ele é o Eu Superior avançando para cima.

Painel 5. Nesse local, temos Ani se aproximando do Deus da Água ou a consagração


final do Neófito. O bastão portado pelo Deus da Água é o símbolo do ano, que é a palavra-
passe do Equinócio. O processo inteiro é uma continuação da alma ou Eu Superior do Neófito,
que voou para cima, passou o Olho vigilante de Hórus até sua recepção nas Lagoas das Duas
Verdades, que são mantidas unidas por Uatch-ura. O lago à direita é a “Piscina de Natrão,” e
que o lago à esquerda é a “Piscina de Sal” (outro conceito dos dois Pilares). Isso mostra as
ações do Eu Superior no ritual, embora o Neófito, no físico, não tenha se movido desde o
diagrama anterior e as ações sejam todas em um Nível Superior. O desenho final nessa chapa
é o Rasta, o Portão Sul de Anrutef, parte de Herakleópolis e a Entrada Norte para a Terra dos
Mortos através da qual o Neófito passa na circumambulação.

Painel 6. O Olho de Rá, como Osíris, sobre o edifício funerário mostra o efeito sol
nascente feito ocorrer no ritual 0=0 pela Circumambulação Mística no Caminho da Luz. Aqui
o sol (que é também a alma do Neófito) apareceu e petições ao Guardião para dar-lhe acesso e
força porque ele é da mesma substância que os próprios deuses--imortal. A próxima figura é
Thoth elevando o Olho de Osíris, mostrando que a alma ou Eu Superior do Neófito está
imaculada (isso é omitido na descrição de Brodie-Innes do Pilar Branco). A inferência é que o
Eu Superior do Neófito retornou ao seu local apropriado, como a história de Thoth que assaltou
Set e restaurou o Olho a seu local correto no céu—mostrado como a Deusa do Céu, Mehurt,
Filha de Ra e simbolizando o Paraíso.

Painel 7. Essa mostra uma arca funerária com a Cabeça de Ra, que está segurando ankhs
gêmeos emergindo do pastos. Ela se refere a Osíris como Ra tomando parte de si mesmo—
morte e ressurreição, com os quatro filhos de Hórus em pé. Essa é a proclamação do mote pelo
qual o Neófito será agora conhecido entre os membros da Ordem, que se relaciona com um
renascimento.

Painel 8. Os Quatro Deuses Canópicos se referem aos quatro oficiais sobre o Estrado
(excluindo o Hierofante), os Chefes atrás de Osíris, que controlam o 0=0 a partir de seus tronos.
Suas ações foram explicadas previamente (que nunca antes foram dadas aos graus 5=6 ou
inferiores).

Panel 9. Os sete deuses (que são formados a partir dos que estão acima) se relacionam
com os oficiais do chão do templo (excluindo o Sentinela).

Painel 10. Essa chapa tem Dois Pilares com duas formas de falcão entre eles. O falcão
com o Disco Solar é Ra, enquanto que o outro é Osíris. Os Pilares em si representam Tet ou
sacrifício humano (do culto de Tetu). Dentro do 0=0, isso é mostrado quando o sangue é
mostrado ao Neófito para lembrá-lo de seu juramento. O próximo símbolo, de um gato cortando
uma serpente próxima a uma acácia, se refere à vitória das forças de Osíris sobre Typhon-Set
(a cobra) conforme os últimos vestígios de impureza foram removidos. Isso se relaciona à
circumambulação reversa no ritual 0=0.

Painel 11. Essa chapa mostra Osíris-Ani em adoração diante do deus Kephera,
passando em sua Barca Solar. Isso se refere à Adoração Final no Ritual. Kephera é um símbolo
do Criador a quem a Adoração foi feita.
Painel 12. Essa mostra Tern em sua barca e o deus Rehu em forma de leão. Embora
essa chapa seja difícil de explicar na melhor das hipóteses, a Ordem considera-a a reunificação
com Osíris e o seguir sua doutrina pela Partilha da Cerimônia Eucarística no final do ritual 0=0,
onde sua essência é recebida e com a qual é unida.

As Tábuas Enoquianas e o Ritual do Neófito

O sistema enoquiano e sua associação com o ritual 0=0 foi um tipo de enigma por
muitos anos já que, no projeto do diagrama do templo, nenhuma de tais tábuas é mostrada ou
mencionada. Contudo, dentro da Ordem Interna, sobreviveram vários documentos que atrela
as associações Elementais que compõem os quadrados-pirâmide enoquianos às formas-deus
que as governam, e suas associações com os oficiais do templo (com exceção do Cancellarius,
Hegemon, Stolistes, e Dadouchos). O que vários estudantes não percebem é que, apesar de não
haver Tábuas Enoquianas indicadas no ritual 0=0, nos templos permanentes tais como Ísis-
Urânia, Bristol-Hermes, Whare-Ra, e assim por diante, as quatro Tábuas foram deixadas nas
paredes do templo e foram cobertas por uma cortina da cor do elemento que elas representam.
Quando as cerimônias de grau Elemental eram feitas, a cortina da tábua particular necessária
era recolhida durante a cerimônia.

As cortinas abafavam as energias corpóreas das tábuas. Sua forma incorpórea afetava
positivamente a cerimônia, e é essa energia etérica que os oficiais do templo utilizavam. Se
Mathers originalmente pretendia que isso acontece, ninguém sabe. A maioria dos primeiros
rituais foram feitos em salas desenhadas e similares, e muito provavelmente, se era essa a sua
intenção, as tábuas teriam sido indicadas. Contudo, nos templos permanentes, pessoas como
Jack Taylor (que assumiu o ofício de Hierofante ora sim ora não por mais de 35 anos em Whare
Ra) notou que as cortinas mal conseguiam barrar as energias etéricas das tábuas de emanarem
durante a cerimônia 0=0. Elas emanavam ainda mais durante as cerimônias elementais, quando
as energias incorpóreas e corpóreas tinham que ser corretamente equilibradas para o ritual ser
bem-sucedido. Não é nossa intenção nos envolvermos profundamente com a semântica
enoquiana no 0=0. Contudo, uma vez que esse livro é tanto para o Adepto quanto para o
Neófito, é impossível separar um do outro. Pediríamos a nossos leitores que não estão
familiarizados com a versão da Aurora Dourada do sistema enoquiano para consultarem as
obras de Aleister Crowley e Regardie, que cobriram esse assunto mais do que adequadamente.
A seguinte divisão dá a associação do Quadrado Enoquiano com os oficiais do 0=0:

Quadrados Enoquianos e os Oficiais 0=0

Elementos do Quadrado Forma-Deus Oficiais 0=0


Pirâmide
ESPÍRITO, ou um triângulo de cada Osíris Hierofante
elemento
ÁGUA, ou 3 de 4 Água Ísis Praemonstrator

TERRA, ou 3 de 4 Terra Nepthys Imperator

FOGO, ou 3 de 4 Fogo Hórus Hiereus

AR, ou 3 de 4 Ar Aroueris Hierofante Passado

2 Água, 2 Terra Athor Estação Invisível: Kerub do Leste

2 Fogo, 2 Água Sothis Estação Invisível: Kerub do Oeste

2 Ar, 2 Água Harpócrates Estação invisível entre o Altar e o


Hegemon

2 Fogo, 2 Terra Apis Estação Invisível: Kerub do Norte

2 Ar, 2 Terra Anúbis Kerux

2 Fogo, 2 Ar Pasht Estação Invisível: Kerub do Sul

Fogo/Água/Terra Ameshet Estação Invisível: Filho de Hórus do NE

Fogo/Água/Ar Ahephi Estação Invisível: Filho de Hórus do SO

Terra/Água/Ar Tmoumathph Estação Invisível: Filho de Hórus do SE

Terra/Ar/Fogo Kabexnuv Estação Invisível: Filho de Hórus do NO


Simbolismo da Abertura
Geral
Dentro do documento Z.1, o Exórdio Geral diz:
1. O Pronunciamento no Silêncio;
2. As Palavras contra o Filho da Noite;
3. A Voz de Thoth diante do Universo na presença dos Deuses eternos;
4. As Fórmulas de Conhecimento;
5. O Sopro de Sabedoria;
6. A Raiz da Vibração;
7. A Agitação do Invisível;
8. A Rolagem para Longe da Escuridão;
9. O Surgimento Visível da Matéria;
10. A Perfuração das Voltas do Dragão Encurvado;
11. O Irromper da Luz: Todos esses estão no Conhecimento de Tho-oth.

Para alguns, o verso acima pode parecer incompreensível, mas ele é um código para
dividir a Cerimônia 0=0. O significado geral do verso acima se refere ao Grande Great Thoth,
o aspecto mais elevado do Hermes dos Mistérios Egípcios mais antigos, e praticamente
corresponde ao Grande Anjo Metatron. Ele é o Arcanjo de Kether no Mundo Briático. O
Mercúrio dos romanos não deve ser confundido com esse Grande Hermes. As doutrinas do
Gnosticismo e de Valentinus os abordaram da pura Qabalah. Neles, descobrimos Fala e
Silêncio. Atravessando o Abismo de Silêncio vem o Pronunciamento Primordial. Os Divinos
citados aqui são os Aeons do Mundo Atzilútico. Essas fórmulas de conhecimento são
projetadas em termos compreensíveis para nós no mundo inferior. Tomando como um
exemplo, temos Eheieh, um som implícito e explícito. “Todo ser pronuncia sua existência, o
Nome do Senhor da Vida, pela inspiração e expiração.”

O Macroprosopus é Aima e Abba, Mãe-Pai. As duas narinas deixam passar para dentro
e para fora os dois sopros, como que através de dois Grandes Pilares. Esses colocam todas as
coisas em vibração; compare o Rashith ha-Gilgalim “Perfurando as Voltas do Dragão” sugere
a libertação de Malkuth, que também é referido como a Lavagem das Vestes da Rainha, a Mãe
inferior. Então vem o Irromper da Luz. Sobre Malkuth, como Guardiões, estão Metatron e
Sandalphon, como os Dois Pilares, e Nephesch ha-Messiah, a alma animal do Messias, a
Shekinah ou Presença entre os Kerubim.

Comentário sobre o Exórdio Geral


1. O Pronunciamento no Silêncio
Isso se refere à batida que o Hierofante dá para iniciar a cerimônia e anunciar o começo
de uma vibração na Esfera de Sensação (aura) do Candidato. Essa batida pode ser feita com o
pé. Alguns Hierofantes usam a base de seu cetro contra o trono.

2. As Palavras Contra o Filho da Noite


Aqui temos a Exclamação do Kerux, o Vigia Interno, com as palavras “HEKAS,
HEKAS, ESTE BEBELOI” (que a grosso modo significam que qualquer um que não devesse
estar presente deve sair!). O Kerux pronuncia essas palavras quando ele vai à direita do
Hierofante e ele seu Bastão. Isso é um símbolo do Raio da Luz Divina a partir do Triângulo
Branco das Supernas, que então desce para dentro da Escuridão e avisa os Maus e os não-
iniciados para se retirarem para que o Triângulo Branco possa ser formulado sobre o Altar
através do efeito combinado da fórmula da Cerimônia de Abertura.

3. A Voz de Thoth diante do Universo na presença dos Deuses eternos


Isso é análogo à fala de abertura do Hierofante, onde ele pede ao Kerux para conferir
se o Salão está apropriadamente guardado, pois isso assegura que o Portal está protegido e que
a energia da corrente de Thoth agora se manifestou dentro da cerimônia.

4. As Fórmulas de Conhecimento
Nesse caso, o Hierofante convoca o Hiereus a testar os membros presentes pelos “Sinais
de Conhecimento,” que mostram que eles, embora na Terra da Cegueira e Ignorância, já viram
que o Triângulo da Luz Divina das três Supernas está formulado na Escuridão. Você notará
que o Hierofante dá o Sinal do Entrante em direção ao Oeste, que não é imediatamente seguido
pelo Sinal do Silêncio. Pois aqui o Hierofante enviou a corrente de Luz para o Hiereus, mas
não pode liberá-la (através do Sinal do Silêncio) antes de ela se ligar diretamente ao trono do
Hiereus—pois então o eixo central está estabelecido através de Samekh e Tau. Depois de dar
as palavras para reativar as imagens ou invólucros das formas-deus, ele então libera sua
corrente com o Sinal do Silêncio; caso contrário iria desperdiçá-la e exaurir-se.

5. A Sabedoria do Sopro
É notado que os nomes dos três chefes oficiais começam com a letra “H,” a letra da
respiração. Essa letra se refere a seu significado copta, que até certo ponto é a letra H do inglês
e apenas pode transmitir seu significado em parte. Tomando dois exemplos, temos 2 escondidos
no nome de Osíris pelo H, a letra grega eta maiúscula. No nome Hórus, ele é manifestado e
violentamente aspirado, enquanto que no nome Thmaest, ele é parcialmente um e parcialmente
o outro pois é composto com a letra “T” na letra grega theta, ϴ (H, “Ae,” é atribuído a Chesed—
2 e 0 à Terra e Saturno. Pretende-se com isso afirmar a Vida Desconhecida, que é inspirada a
partir do Além, enviada a Áries, o começo da primavera do ano, a vida que, depois de ser
inspirada, é expirada novamente. Também é possível usar esse alento, entre a inspiração e
expiração, em combinação entre ele as forças do microcosmo.)

6. A Raiz da Vibração
O conjunto é um ensaio sobre as propriedades da reflexão do elemento Ar para baixo
ao longo do Pilar do Meio das Sephiroth. Ele representa a reflexão do Ar a partir de Kether,
através de Tiphareth para Yesod, e então para a parte citrina de Malkuth. Pois o Éter sutil é, em
Kether, inspirado a partir da Luz Divina além; dali refletido para Tiphareth, onde é combinado
com os reflexos a partir dos princípios alquímicos nesse grande receptáculo das forças da
Árvore. Em Yesod, ele afirma a fundação de uma fórmula, e a partir de Malkuth ele é expirado
ou refletido de volta. Essa fórmula pode ser usada pelo Adepto. De pé em sua Esfera de
Sensação, ele pode, pelo seu conhecimento dos ritos sagrados, elevar-se à contemplação de seu
Yechidah e a partir de lá aspirar (no sentido do adspirare; isto é, atrair para si na respiração)
para baixo em si próprio o Gênio Inferior como que para temporariamente habitar como seu
templo (veja O Pilar do Meio de Regardie para uma explicação mais completa disso).

Outra fórmula de vibração está escondida aqui. Que o Adepto, em posição ereta em pé,
braços estendidos para fora na forma de uma Cruz do Calvário, vibre um Nome Divino,
trazendo com a formulação dele uma profunda inspiração para dentro dos pulmões. Que o
alento seja retido, mentalmente pronunciando o Nome no coração, de forma a combiná-lo com
as forças que deseja despertar por ele; e dali enviado-o para baixo ao longo do corpo passando
por Yesod, não repousando ali, mas tomando sua vida física para uma base material, enviado-
a aos pés. Lá momentaneamente formule o Nome—então, traga-o correndo para cima nos
pulmões, daí expire-o vigorosamente enquanto vibra esse Nome Divino. Ele ou Ela irá enviar
o alento firmemente para frente no Universo de forma a despertar as forças correspondentes ao
Nome no Mundo Externo. De pé com os braços para fora em forma de uma cruz, quando alento
foi enviado com a imaginação para os pés e de volta, trazendo os braços para frente no “Sinal
do Entrante” enquanto vibra o Nome para fora no Universo. Ao completar isso, faça o “Sinal
do Silêncio” e fique parado, contemplando a força que você invocou.

Esse é o modo tradicional secreto de pronunciar os Nomes Divinos por vibração, mas
que o Adepto cuide para aplicá-lo somente aos Nomes Divinos dos Deuses. Se isso for feito
ignorantemente no trabalho com Nomes Elementais ou Demoníacos, o Adepto pode trazer para
si forças terríveis de Mal e Obsessão. O método descrito é chamado “Fórmula Vibratória do
Pilar do Meio.”

7. A Agitação do Invisível
Isso se refere ao “Despertar das Imagens—as Estações Invisíveis.” Aqui os oficiais do
templo precisam conectar suas Esferas de Sensações com as Imagens Invisíveis das formas-
deus através da fórmula vibratória.

8. O Rolar para Longe da Escuridão


Essa frase particular do Exórdio se relaciona com o simbolismo da Circumambulação
Mística no templo Externo—o Macrocosmo. Aqui temos a Procissão dos Oficiais se formando
no Norte em prontidão para a “Circumambulação Mística no Caminho da Luz.” Ela formada
no Norte, começando a partir da Estação do Stolistes, o símbolo das Águas da Criação atraindo
o Espírito Divino, e portanto aludindo à Criação do Mundo pelo Espírito e as Águas. A Ordem
da Circumambulação Mística é como segue: Primeiro vem Anúbis, o Vigia de Dentro. Depois
vem Thmaest, a Deusa do Salão da Verdade. Então vem Hórus. Então vem a Deusa dos Pratos
da Balança. Depois vêm os membros, se o Salão for grande o suficiente e, no fim, o Vigia de
Fora, o Sentinela. É como se uma Roda imensa estivesse revolvendo e expandindo, como é
dito: “Uma Roda sobre a Terra junto ao Kerub." O nome da Esfera do Primum Mobile, Rashith
ha-Gilgalim, significa as cabeças ou começos dos movimentos turbilhonantes ou revoluções.
Dessa roda na Circumambulação Mística, o lado ascendente começa por baixo do Pilar de
Nepthys, e o lado descendente por baixo do Pilar de Ísis.
9. O Surgimento Visível da Matéria
A frase acima ainda se refere à Circumambulação Mística, mas especialmente ao efeito
do Surgir a Luz no indivíduo. Elas, é claro, ocorrem simultaneamente com 8, mas são colocadas
aqui para afirmar que os centros do corpo sutil despertam dentro dos oficiais e do Candidato.
Aqui, as auras dos oficiais são inundadas com a luz e o poder da cerimônia, que para muitos
são bem visíveis. O eixo dessa roda fica próximo à Estação Invisível de Harpócrates—como
se esse deus, em Sinal de Silêncio, estivesse lá colocado afirmando a Ocultação do Átomo
centro da Roda, que é o único a não girar.

10. A Perfuração das Voltas do Dragão Encurvado


Isso é melhor explicado pela citação da Aula da Aurora Dourada, “A Lei da Revolução
Convoluta das Forças Simbolizadas pelos Quatro Ases ao Redor do Pólo Norte,” que por sua
vez pode ser referida à “Fórmula do Dragão Encurvado.” Ela é extremamente complexa e foi
originalmente reservada para o Grau de Theoricus Adeptus Minor, mas a fórmula citada acima
se aplica ao Microcosmo. A Circumambulação Mística simboliza o Surgir da Luz, e disso é
tirada outra fórmula para a circulação do alento. É a Fórmula para as Quatro Revoluções do
Alento (esse, é claro, não significa que o ar inspirado de fato pode ser assim circulado, mas
apenas o Éter sutil que pode ser tirado dele, e do qual é o veículo). Essa fórmula deve ser
precedida pela do Pilar do Meio. Por esse método, tendo invocado o Poder que você deseja
despertar em si próprio, e contemplá-lo, comece sua circumambulação assim: Preencha os
pulmões e imagine o Nome vibrando no ar contido. Imagine essa vibração indo para baixo da
perna esquerda até a sola do pé esquerdo—de lá passando para a alma do pé direito—para cima
da perna direita até os pulmões novamente onde ela é expirada. Faça isso quatro vezes ao ritmo
da Respiração Quádrupla.

11. O Irromper da Luz


O objetivo da Circumambulação Mística é atrair e fazer a conexão entre a Luz Divina
acima e o templo. Portanto, o Hierofante não deixa sua posição para tomar parte nela, mas
permanece lá para atrair, por seu cetro, a Luz a partir do Véu. Cada membro, ao passar, dá o
Sinal do Entrante, projetando assim a Luz para frente sobre seu Caminho de Leste a Oeste, pois
ele é o Filho de Osíris e herda dele a Luz por direito de nascimento. Portanto, ele vai direto até
sua estação para fixar a Luz lá. Thmaest, a Deusa da Verdade, passa duas vezes porque seu
governo é sobre a Balança de Dois Pratos, e ela se retira para sua estação entre os Pilares para
completar o reflexo da Coluna do Meio. O Vigia de Dentro e o restante circumambulam três
vezes, para afirmar a conclusão da reflexão de aperfeiçoamento do Triângulo Branco das Três
Supernas sobre o Altar. Depois segue Adoração a Deus, o Imenso, o Senhor do Universo—na
qual novamente todos dão o Sinal do Entrante, o Sinal de Projeção da Força da Luz. Apenas
então o Vigia declara que o sol nasceu e que a Luz brilha na escuridão. Agora vem a bateria do
Grau 0=0—uma batida pelo Hierofante que é repetida pelo Hiereus e Hegemon. Isso afirma o
estabelecimento de um Triângulo Branco e portanto a Conclusão da Cerimônia de Abertura.
As palavras místicas “Khabs Am Pekht” que acompanham as batidas selam a imagem da Luz.
Seu significado implica, pelos vários métodos cabalísticos de análise, assim como por certas
leituras dos hieróglifos coptas e egípcios, “Luz em Extensão” ou “Possa a Luz ser estendida
em Abundância sobre ti.” Konx Om Pax é corruptela grega disso, colocada aqui para conectar
à origem correta.

Simbolismo da Abertura—Particular

Desde a primeira batida, uma corrente é ativada no Hierofante. Ela é levada até o
Hiereus, através do Hegemon, então do Dadouchos, para o Stolistes na forma de uma cruz com
o altar como centro. Essa é uma combinação da energia de todas as quatro cruzes usadas pelos
oficiais sobre o Estrado. O Kerux, você notará, não é o recipiente de nenhum dos braços devido
ao fato que sua posição não é fixa, mas fluida.

A Consagração
A consagração é um padrão de movimento extremamente preciso onde, uma vez que
os oficiais conectaram a Luz entre eles, movem-se em uníssono, como o ponteiro dos minutos
de um relógio. Cada um para e começa novamente. Você também irá notar que, em cada
posição em que eles a consagram, é feito em uma tríade que representa as Supernais
Cabalísticas do imanifesto. O uso dos dois primeiros dedos Stolistes ao consagrar foi uma coisa
passada para nós por Whare Ra. Foi considerado muito importante. Os dois dedos eram ditos
(por um Adepto de Whare Ra de grau 8=3) representar os Chifres do Maligno, que apresentam
uma imagem espelhada para qualquer negatividade espreitando nos arredores. Considera-se
que nulifique e confunda qualquer coisa com má intenção. O Dadouchos também usa esses
mesmos dois dedos para trabalhar com a corrente no incensário. Muito disso, contudo, foi uma
variação do antigo tema da igreja de banimento e excomunhão. Todavia, se alguém projeta
com os dedos através de Ruach tem-se um resultado mais efetivo enquanto o Nome apropriado
é silenciosamente vibrado em cada quadrante; ele pode clarear o ar muito rapidamente. Essa
efetividade está baseada no poder da forma-deus assumida durante a cerimônia.

Uma das coisas que nos foi ensinado é que, sempre que possível, duas pessoas que são
harmoniosas entre si devem assumir os papéis de Stolistes e Dadouchos. Quando existe
antagonismo, ele irá por fim aparecer, e geralmente irá prejudicar a cerimônia. Esses dois
oficiais são controlados pelo Hegemon como a ponta da tríade. É seu dever (de modo geral, o
papel do Hegemon era assumido por uma mulher para ajudar a se identificar mais rapidamente
com o princípio de Maat) conectar sua aura com a dos Pilares, então deles para o Stolistes e
Dadouchos enquanto eles se conectam. Ele/ela deve tirar de um e dar para o outro (em termos
de energia empática) através do poder dos Pilares. Alguns anos atrás, uma amiga nossa que
detinha o ofício de Hegemone no Templo de Whare Ra ora sim ora não ao longo de um período
de 20 anos nos deu um exemplo de um casal de cônjuges que tinha os ofícios de Stolistes e
Dadouchos e que chegaram a uma cerimônia logo depois de uma discussão amarga. Ela, como
Hegemone, teve que testar e balancear suas energias, o que provou ser uma tarefa bastante
formidável durante a cerimônia. Também tem sido nossa experiência que é muito importante
conferir as posições elementais da carta natal da pessoa para ver se ela é adequada para posições
tais como Stolistes e Dadouchos. O pivô do Stolistes e Dadouchos é como a posição de meia-
hora de um relógio—os dois oficiais deve estar diretamente opostos entre si durante o
movimento. Aquele que termina primeiro a consagração aguarda o outro terminar antes de se
mover. Os documentos publicados de Regardie mostram uma posição de um quarto de hora.
Isso foi alterado pelos membros do Templo de Bristol.

A Circumambulação
Quando os Rituais da Aurora Dourada foram primeiro redigidos por Mathers, a
circumambulação do Surgir a Luz foi sempre circular e ao redor do lado de fora dos Pilares.
Contudo, conforme a proficiência ritual se desenvolveu dentro da Stella Matutina, vários
Adeptos se conscientizaram de espirais de energia emanando do Altar. Apesar de ser verdade
que o poder iniciático vem do Hierofante, o Altar também gera poder. Essa é uma das razões
pelas quais ele está situado onde está e não no Leste. Por analogia, o trono do Hierofante é
como um interruptor para ligar a corrente, enquanto que o Altar é análogo ao bulbo de luz
situado no centro da sala para espalhar a luz igualmente em todas as áreas.

Embora os Adeptos na Stella Matutina (incluindo Dion Fortune, de acordo com


Regardie) estivessem cientes desses anéis de energia durante o ritual, muito pouco foi explicado
nos documentos Z quanto a porque eles existiam quando o Portal era aberto no 0=0. Na Nova
Zelândia, começamos experimentos traçando esses padrões de energia. Descobrimos que eles
não eram “anéis” como originalmente se pensava, mas espirais de exatamente três voltas e
meia, o mesmo número de voltas na circumambulação. A ponta externa das espirais iam tão
longe quanto os Pilares, e então cessavam. Ocorreu-nos fazer a circumambulação dentro dos
Pilares ao invés de fora, e isso trouxe uma mudança imediata no ritmo para toda a cerimônia.

Os membros deveriam começar muito próximos ao Altar, então gradualmente abrir o


caminho para fora a cada volta. Alguns membros se tornaram muito bons em detectar a espiral
rastreando os padrões de energia com seus joelhos; ela era sentida como uma corrente morna
de ar ou sensação de calor. Essa foi a maior mudança moderna nos rituais pelos membros de
Thoth-Hermes, mas sugerimos aos leitores que estão ativos no ritual da Aurora Dourada tentar
esse método e ver por si mesmos os resultados obtidos. A espiral, é claro, não interfere de modo
algum com a essência básica de suas origens, mas sim honra-a e transcende-a.

Um dos principais problemas ritualísticos que os Adeptos da Stella Matutina, e depois


da Smaragdum Thalasses, reclamaram era o “ar morto” durante a antiga circumambulação,
pois algumas vezes eles conseguiram conectar e outras não. Descobriu-se que, na
circumambulação original, os oficiais escolheram e tentaram utilizar o último círculo da
espiral. As posições dos Pilares se tornaram de suma importância porque, em templos como
Whare Ra, estarem um pouco mais próximos ao Altar do que o normal permitiu que a espiral
final vinda do Altar os englobasse. Duas coisas foram agora evidenciadas. A primeira foi que
o tamanho do altar gerava espirais de diferentes tamanhos. A segunda foi que os Pilares
detinham ou interferiam com as espirais, que estavam completamente exauridas depois das três
e meia circumambulações. Se os Pilares fossem colocados perto demais do Altar, então as
espirais ou até mesmo a antiga forma de circumambulação se fechavam em um laço e
emanavam formas muito erráticas de energia. Outro ponto notável é que as espirais assumiam
diretamente a estação do Maligno a estação do Maligno, que dava à circumambulação mais
controle e poder (o que será discutido depois). A circumambulação utilizada é mostrada na
Figura 54.

O Exórdio Particular
No Documento Z.1, o Exórdio Particular afirma:
1. No Fim da Noite: Nos Limites da Luz: Tho-oth ficou em pé diante dos Não-Nascidos
do Tempo!
2. Então foi formulado o Universo;
3. Então vieram os Deuses dali;
4. Os Éons do Não-Nascido Além:
5. Então a Voz foi vibrada;
6. Então o Nome foi declarado.
7. No Limiar da Entrada,
8. Entre o Universo e o Infinito,
9. No Sinal do Entrante, ficou Tho-oth,
10. Conforme diante dele os Éons foram proclamados.
11. No Sopro ele os vibrou:
12. Nos símbolos ele os registrou:
13. Pois entre a Luz e a Escuridão ele permanece.

Os Não-Nascidos do Tempo se referem às coruscações da Luz Divina que estão acima


de Kether de Atziluth. Em tais reinos Supernos, Ain Soph, embora negativo para nós, lá é
intensamente positivo. De lá vieram os Deuses, a Voz, os Éons, e o Nome. Os Deuses Egípcios
eram em geral diferenciados por sua Coroa (por exemplo, Amen-Ra pelas penas). Mo-oth
(Maut) possui a mesma touca que Hórus. Ela corresponde a Aima Elohim. O elevado Hermes-
Tho-oth possui a mesma touca que Amoun Kneph, o Espírito Sagrado. Tho-oth, Verdade,
possui dois aspectos—o superior e o inferior. O superior é absoluto; o inferior é adequado à
compreensão humana. Dizer da forma superior de verdade a alguém que não pode compreendê-
la, é mentir para ele, porque, embora corretamente formulado, não será corretamente recebido.

Aplicado diretamente ao 0=0, o Exórdio Particular é a forma de ADORAÇÃO.

“Santo és Tu, Senhor do Universo!” (linhas 1-2) Santo és Tu, Que a Natureza não
Formou! (linhas 3-6) Santo és Tu, o Imenso e Poderoso! (linhas 7-12) Senhor da Luz e da
Escuridão.” (linha 13)

A Adoração é feita imediatamente depois da circumambulação. Há três Sinais do


Entrante e um Sinal de Silêncio e eles são direcionados ao trono do Hierofante. O objetivo
disso era para o Hierofante empurrar o Véu de Paroketh para longe com a energia auto-contida
no templo, agora firmemente se conectando à energia da Segunda Ordem através do Hierofante.
O templo realmente demora três fases para abrir corretamente. A primeira é a batida e trocas
pelos oficiais. A segunda é a circumambulação, e a terceira é a Adoração. Nesse ponto, o Altar
é o ponto focal de energia, mas a Adoração conecta o portal firmemente com os poderes além
do Véu. Nesse exemplo, existem três Sinais do Entrante antes do Sinal do Silêncio. Com o
Sinal do Entrante, a energia é direcionada ao Trono do Hierofante, que, como Osíris, absorve
essa energia vindo para ele a partir de um equilíbrio de todos os oficiais. Nesse exemplo, ele é
como um condutor elétrico. A energia se liga dos oficiais no chão através do Hierofante até os
pontos além do Véu. A razão para os três Sinais do Entrante é que eles emulam o poder das
Supernas mostrado pelo triângulo sobre o Altar. O Sinal final do Silêncio age como uma forma
de proteção contra qualquer rebote de corrente impelida pero Hierofante. Isso evita que um
resíduo volte, o que poderia destruir o portal criado.

Com as palavras, “Khabs Am Pekht, Konx Om Pax—Luz em Extensão” o Hierofante


então sela a ligação com o portal que a Adoração atravessou para receber. Conforme cada
oficial bate, a energia volta através do Hierofante e se liga a eles. O Kerux, Dadouchos, e
Stolistes, como oficiais menores, não estão incluídos. O Hegemon, por exemplo, cuida da
energia do Stolistes, Dadouchos, e Kerux, pois o Hegemon precisa regular a energia para os
outros três.

Para finalizar essa parte da cerimônia, o Kerux remove a Lâmpada, a Rosa, a Taça e a
Patena de pão e sal do Altar (veja as Figuras 55 até 59). Começando no Leste e se movendo no
sentido horário, esses itens trabalham juntos em muitos níveis diferentes. Em sua forma mais
básica, eles representam os órgãos do corpo do falecido e são colocados nas quatro direções
com os órgãos do sistema alimentar (o mais material e terreno) no Norte, os do circulatório no
Sul, o sistema receptivo no Leste (a Fonte de Vida e Luz), e os órgãos que expulsam no Oeste
(que faz fronteira com as Qlippoth). A relação com esses órgãos do corpo pode parecer
simbólica no primeiro momento, mas eles são realmente trabalhados através do processo
magnetizado do ritual. Dion Fortune, em seu livro Auto-Defesa Psíquica, alegou que o ritual
0=0 que ela vivenciou reparou de fato sua vitalidade. Muitos outros fizeram alegações similares
aqui na Nova Zelândia e na Inglaterra. QUando os implementos são tirados do Altar, o processo
correspondente ocorrendo no Candidato é fundamentalmente de remoção—dos bloqueios
etéricos na aura, para que ele se sintonize com a da cerimônia; pois o Candidato é controlado
pelos oficiais do templo muito antes de ele entrar no Salão. A corrente sob a qual eles trabalham
é a Osiriana, através das imagens do Salão das Duas Verdades, pois isso permite à Ordem
acessar o Eu Superior, que deve ficar separado do Candidato, durante parte da cerimônia.
Taylor frequentemente afirmou que a colocação dos implementos é vital para o sucesso ou
falha da cerimônia. Não apenas eles devem ser colocados em suas respectivas direções, como
também precisam ser conectados corretamente às Formas-Deus que representem. Embora os
Deuses Canópicos estejam nos cantos do Salão, deve-se lembrar que eles cobrem uma área
inteira, entre cada ponto cardeal, e assim são colocados centralmente entre os dois.

As espirais iniciadas pelo Kerux são extremamente importantes, pois, quando feitas
corretamente, elas extraem poder do Altar central e o conectam aos pontos cardeais. Isso não
deve ser confundido com as ações da circumambulação que faz Surgir a Luz. É distintamente
diferente, pois a circumambulação permite à Luz, ou ao tom vibracional corrente, adentrar o
corpo dos oficiais, estimular o corpo etérico do Candidato, e manter o templo aberto. As
espirais expandem a consciência do Candidato através da corrente ou influência Osiriana para
que as partes simbólicas do Candidato possam ser removidas corretamente e sem dano. Taylor
citou um caso onde o Kerux em Whare Ra, durante uma cerimônia 0=0, acidentalmente deixou
cair a Patena no Sul. Depois da cerimônia, o Neófito um problema inflamatório no intestino
que foi um mistério para os médicos. Quando Felkin ouviu isso, ele fez uma pequena cerimônia
envolvendo a substituição da Patena e, dentro de uma hora depois da cerimônia, a dor e o
desarranjo intestinal cessou.

Além das influências etéricas diretamente sobre o corpo do Candidato, os implementos


sobre o Altar representam as partes componentes de Ruach, análogas à Vontade (Rosa),
Memória (Taça), Razão (Patena & Sal), Desejo (Lâmpada), e a Imaginação como o
componente que mantém todos juntos (o Altar). Esse é o começo do desmantelamento da
escravidão que Ruach tem sobre o Candidato, permitindo à Luz de Neshamah iluminar a mente.
Simbolismo de Admissão
do Candidato
Preparação do Candidato

O Candidato está aguardando fora do Portal sob os cuidados do Sentinela—“O Vigia


de Fora”—isto é, sob os cuidados da forma de Anúbis do Oeste, simbolicamente chamado
assim para que ele1 possa manter afastados os “Demônios Com Face de Cachorro,” os
oponentes de Anúbis, que se erguem dos confins onde a matéria acaba para enganar e arrastar
para baixo a alma. O Ritual do 31º Caminho diz:

... já que, sempre arrastando para baixo a Alma e afastando-a das Coisas
Sagradas, dos confins da Matéria se erguem os terríveis Demônios com Face
de Cachorro, nunca mostrando uma imagem verdadeiro ao olhar mortal.

A conexão real do Candidato, com a Ordem, vem através de sua solicitação para se unir
à Ordem. Essa fina linha etérica se torna uma conexão, com o Candidato, que permite que os
centros sutis sejam manipulados pela cerimônia ocorrendo dentro do Salão principal.

O Hegemon, o representante da Deusa da Verdade e Justiça, supervisiona a preparação


e o simbolismo. Ela é a Presidente do Equilíbrio e administra o processo de equilíbrio no
Candidato em si através de símbolos de retidão e auto-controle.

A preparação de fato do Candidato deve ser feita pelo Sentinela—o “Vigia de Fora”—
para assegurar que essa preparação é realizada para que o estabelecimento do equilíbrio possa
ocorrer. Portanto, o Hegemon supervisiona a preparação ao invés de executá-la diretamente.

Um cordão triplo é amarrado ao redor do corpo do Neófito, simbolizando o prisão e


restrição da natureza inferior. Ele é triplo em referência ao Triângulo Branco das três Supernas.

Os olhos são vendados para simbolizar que a Luz do mundo material não é senão
Escuridão e ilusão comparada com o brilho da Luz Divina. A preparação também representa
certa prisão e restrição do corpo natural.

A Entrada do Candidato no Salão


A batida única dada pelo Hegemon do lado de fora da porta representa a vontade
consentida do humano natural de receber a força formulada pelo Hierofante. Ela é respondida
pelo Kerux do lado de dentro, como se uma testemunha estivesse confirmando o mesmo. Tendo
isso sido feito, o Kerux, como uma testemunha, solicita a autoridade do Hierofante para admitir
o Candidato dentro do Salão da Verdade e Justiça. O Hierofante, concedendo permissão, sela

1
Ao longo de todo capítulo, o pronome masculino é usado em seu sentido genérico para indicar ambos os sexos.
a aura do Candidato com um novo nome dado ao corpo físico do homem externo mas
satisfazendo as aspirações de sua alma.

Quando o Candidato entra no Salão (normalmente pelo Oeste), ele se torna um vértice
de um triângulo. O Hegemon está oposto e alinhado com ele. O Sentinela está atrás deles
fazendo a ponta do triângulo. Nessa conjuntura, é importante recordar que o Portal da cerimônia
não se estende às quatro paredes do Salão, mas lembra uma forma esférica. O tamanho exato
dele depende do Salão, mas normalmente está há uns poucos pés ao redor da borda onde os
membros não participantes sentam-se e assistem à cerimônia. Em frente ao triângulo fora do
Portal, um triângulo idêntico logo dentro do Portal é formado pelo Kerux, Stolistes e
Dadouchos, conforme mostrado na Figura 60.

O Portal se torna o ponto separador entre os dois triângulos. Deve-se dar atenção
especial à margem do Portal, pois nenhum oficial deve atravessar para fora dele. Romper o
Portal durante a cerimônia a faz vulnerável a influências negativas. Cruzar de um lado para o
outro de ser feito corretamente. O Hegemon é o único que pode fazer isso durante a cerimônia,
porque ele é outra das formas de Maat, parte da essência básica da formulação do Salão em si.
Só se pode afirmar exatamente onde o Portal está pela experiência, embora na prática seja
facilmente encontrado e detectado por uma sensação de calor que tem geralmente cerca de 12
polegadas de diâmetro.

Para trazer o Candidato pelo Portal, o Hegemon deve primeiro tê-lo consagrado
enquanto ele próprio fica sobre a faixa do Portal. Isso altera sua já sintonizada aura para que
ela se equilibre com a energia de dentro do Portal.

O Kerux instantaneamente impede a passagem do Candidato para salientar que, embora


ele tenha sido admitido, o homem natural de desejos não purificados não pode ser um habitante
no Salão da Verdade. A consagração imediatamente coloca em ação os Pilares da Esfera de
Sensação do próprio. Essa é a primeira de quatro consagrações consecutivas porque, quando
os Pilares da Árvore são projetados na Esfera de Sensação, existem quatro Pilares, dos quais o
Pilar do Meio é o eixo. Os Pilares externos representam as fronteiras da aura. O Pilar central
representa os centros do corpo sutil, ou chakras menores, situados na frente do corpo (os quais
são agrupados cabalisticamente), mas os sete chakras principais não são diretamente
estimulados.

O Hegemon usa seu Ruach para estimular o do Candidato. Nesse ponto da cerimônia,
a aparência astral do Candidato é a de uma forma envolta em Escuridão, como se fosse
extinguida por ela, e tendo à sua direita, e à sua esquerda, a tênue semelhança de dois Grandes
Pilares de Fogo e Nuvem a partir dos quais saem tênues raios para dentro da Escuridão que o
cobre.

Imediatamente acima de sua Esfera de Sensação, aparecerá um raio de Luz brilhante,


como se estivesse se preparando para penetrar a Escuridão que o cobre. O resultado disso será
que o Candidato, durante toda a Cerimônia de Admissão, geralmente parecerá estar um tanto
automático e vago. Isso não é diferente do guru Indiano ajudando o estudante ao dar-lhe alguma
energia para que certos bloqueios possam ser removidos, mas em uma escala muito menor.

A quebra do Portal, causada conforme o Candidato e o Hegemon atravessam, é mantida


sob controle pelo Kerux com a ajuda do Stolistes e Dadouchos, que usam sua energia para
fechar a abertura após a travessia.

Outro ponto significativo é evidenciado pelo Candidato, vestido em preto,


representando o Caminho escuro não trilhado, e o Hegemon, em branco, representando o
caminho iluminado. O Candidato e o Hegemon entram na parte mais escura de Malkuth e
caminham à parte mais Luminosa, citrina. A doutrina é que, em Malkuth, existem quatro
Árvores da Vida Cabalísticas, cada uma relacionada a uma letra do YHVH—ou simplesmente
os Quatro Mundos aplicados a Malkuth. O Candidato precisa ir de Malkuth de Assiah (Heh)
para Malkuth de Atziluth (Yod).

Agora o Hegemon, ao longo de toda a cerimônia, age como um guia, motivador, e


respondente pelo Candidato. Seu ofício com relação ao Candidato é análogo ao da Alma
Superior do Candidato—portanto também o Hegemon porta em sua mão o cetro com ponta de
mitra, para atrair, já que é o Cetro da Sabedoria, o Eu Superior do Candidato.

Nesse momento, conforme o Candidato fica em pé diante do Altar, conforme o


simulacro do Eu Superior é atraído, também se ergue a forma da Persona Má do Candidato—
e não fosse pelo poder do nome de 42 letras nos Palácios de Yetzirah (os deuses geralmente
chamados de “Grandes Assessores do Julgamento”), a real Persona Má iria imediatamente
formular e ser capaz de apoderar-se do Ruach do Candidato. Pois, vendo que nesse momento
o simulacro da Alma Superior está atraindo a Neschamah do Candidato, a vontade humana não
é tão poderosa em Ruach no momento porque o Aspirante dos Mistérios está agora dividido.
Ou seja, sua Neschamah é dirigida para a contemplação de seu Eu Superior, atraído pelo
Hegemon. Seu corpo natural está amarrado e cegado, seu Ruach ameaçado pelo simulacro da
Persona Má atraída por Omoo-Szathan, e uma espécie de sombra de si mesmo projetada à
frente até o local dos Pilares, onde os Pratos do Julgamento estão colocados. Ao mesmo tempo
em que a primeira consagração estabelece uma imagem dos Pilares em sua direita e esquerda,
ela também extrai dele uma imagem de si próprio e leva até o local deixado vago pelo Hegemon
entre os Pilares.

Aqui, então, fica a sombra do Candidato enquanto os Pratos da Balança oscilam


invisíveis. Invisível e colossal, há diante dele a imagem de Tho-oth, como Metratron, em sinal
do Entrante do Limiar. Ele está pronto, de acordo com a decisão da vontade humana, para
permitir ou recusar a descida do Gênio Inferior do Candidato.

O Juramento do Candidato
O Juramento do Candidato possui três funções principais. A mais óbvia é em relação à
preservação do anonimato da Ordem através do segredo. O próximo nível é o processo de
vinculação que submete o Candidato como parte da recém-encontrada Ordem, que de muitos
modos é uma forma de disciplina esotérica. A fase final e mais profunda é a ação ou efeito que
o Juramento tem sobre o Candidato através das ações do Ruach.

Quando a mão direito é colocado dentro do triângulo sobre o Altar, o Ruach é então
controlado pela Vontade—embora a operação de Geburah (através de Elohim Gibor e o
Arcanjo Kamael), e a vibração dessa Sephirah dentro do Candidato. A Vontade, sob a direção
desse Arcanjo, então ajuda com a força à qual o Candidato se vinculou. Em termos simples, a
Vontade age como um tipo de força policial subconsciente.

Muito tem sido dito atualmente sobre o Juramento do Neófito da Aurora Dourada.
Taylor nos ensinou que um Voto como esse estava na verdade acima dos ditados da própria
consciência da pessoa. Alguns consideraram o Juramento como um símbolo do Raio
Lampejante descendo pela Árvore da Vida, que desce na aura, mas, na verdade, nada disso
acontece. O Juramento vincula o Candidato a seu Eu Superior. Como Aleister Crowley
explicou, o Juramento afirma a própria existência do devoto, e isso é inerente em nossos
instintos de sobrevivência; isto é, não nos colocar à mercê de ninguém, esteja a pessoa na
Ordem ou não. O Juramento ativa a afirmação do homem de sua própria existência, estando
ligado a uma forma que está além do sentido de eu para ser plenamente compreendido,
empurrando fundo para dentro das camadas do eu.

A observação clarividente do Candidato durante o Voto mostra que um raio vermelho


de Geburah é produzido na Esfera de Sensação do Candidato. Essa é uma combinação de medo
e disciplina marcial. O Juramento do Neófito usa a vontade, através da faculdade da
imaginação, para reunir e conectar outras partes do Ruach. Também, quando a Juramento é
feito, o Eu Superior fica em pé na Estação de Harpócrates, o Deus do Silêncio, cuja forma deve
proteger o Candidato contra o Maligno à sua frente. Quando o silêncio é quebrado, o Maligno
pode então avançar conforme a proteção de Harpócrates é recolhida.

Enquanto isso, os Grandes Assessores do Julgamento examina a verdade das acusações


formuladas pela antítese má e aversa. Os Assessores do Julgamento não vêm sob a égide das
Estações Invisíveis, mas, durante o Juramento e Circumambulação do Candidato, até que ele
seja trazido à Luz, pairam imediatamente acima dos limites do Portal, com sua antítese maligna
imediatamente abaixo. Portanto, quando o Candidato fica em pé diante do Altar antes do
Juramento, a decisão é de fato tomada pela vontade humana do Candidato. Ele vê uma
desintegração de suas partes componentes. O processo do julgamento simbólico ocorre durante
a fala do Hierofante para o Candidato, a resposta do Hegemon, e o consentimento do Candidato
de em fazer o Juramento.

No momento em que o Candidato consente, o Hierofante avança entre os Pilares como


que para declarar que o julgamento foi concluído. Ele avança pela Estação Invisível de
Harpócrates à da Tríade Maligna. Ele simbolicamente pisoteia para baixo para que, como
Aroueris, fique em pé sobre seu opositor. Ele então vai a Leste do Altar, interpondo-se entre o
local da Tríade Maligna e o Candidato. Ao mesmo tempo, o Hierofante avança à esquerda do
Candidato. O Hegemon, à sua direita, formula sobre ele o símbolo da Tríade Superior antes de
colocar sua mão sobre o símbolo das Três Supernas repousando sobre o Altar. Novamente,
antes de fazê-lo, ele foi feito ajoelhar em adoração a esse símbolo, como se o homem natural
abdicasse de sua vontade diante da Consciência Divina.

Conforme ele ajoelha na presença da Tríade de Aroueris, Thmaa-est, e Hórus, ele coloca
sua mão esquerda na de seu iniciador para afirmar sua recepção passiva do ritual. Sua mão
direita está sobre o triângulo branco como um símbolo de sua aspiração passiva em direção a
seu Eu Superior. Sua cabeça está curvada para baixo para representar a submissão voluntária
da vontade humana à divina—e por essa última razão ele repete no Juramento seu nome no
Mundo Externo.

Uma parte muito importante do Juramento é o uso da espada pelo Hiereus. Nas mãos
de um oficial destreinado, pode ser causado mais mal do que bem. Essa é ainda outra razão
para os oficiais do templo no chão serem todos membros da Ordem Interna.

Houve pelo menos três pessoas no Templo de Whare Ra que tiveram suas habilidades
clarividentes removidas depois que a espada tocou a parte de trás do pescoço. Uma pessoa que
podia ver auras com elevada clareza perdeu imediatamente essa habilidade e foi-lhe dito pelos
mais antigos que ela voltaria ainda melhor que antes—coisa que não aconteceu. Vinte anos
depois, outro caso idêntico aconteceu. Taylor lembrou seu acontecimento várias vezes. Uma
vez que a disciplina em Whare Ra com respeito a excelência era bem estrita, pode-se apenas
concluir que o oficial do Hiereus não executou sua função corretamente, no campo da
manipulação magnética, nesse momento vital na cerimônia. Enquanto alguns poucos perderam
habilidades clarividentes, um bom número ganhou-as; e, quando a espada do Hiereus foi
colocada na nuca, um a clique distinto pôde ser ouvido pelos que estavam ao redor do
Candidato. Isso era considerado um sinal de que essa parte da cerimônia foi bem feita.

Taylor sustentava que um bom Hierofante deveria sempre encontrar o Candidato


informalmente e estudar sua aura para ver se havia quaisquer anormalidades nela para que
incidentes de clarividência perdida pudessem ser evitados. Em um incidente lembrado por
Taylor, ele de fato recusou fazer um cerimônia 0=0 porque leu indicações de desequilíbrio
mental na aura do Candidato. (Isso causou grande agitação na época.) O indivíduo foi colocado
para dentro algum tempo depois por outro Hierofante, e as predições de Taylor se provaram
corretas alguns meses depois quando o indivíduo foi colocado sob cuidados psiquiátricos.
Quando indivíduos mostravam habilidades clarividentes naturais durante o Juramento, Taylor
sempre reforçava a aura do Candidato com seu próprio magnetismo para evitar o uso incorreto
da espada nas mãos de um Hiereus inexperiente.

O Hierofante dá uma batida, afirmando que a submissão ao Eu Superior está perfeita.


Apenas nesse momento a figura invisível e colossal de Tho-oth cessa de estar no Sinal do
Entrante e dá o Sinal do Silência, permitindo a primeira descida real do Gênio do Candidato,
que desce à Estação Invisível de Harpócrates como uma testemunha do Juramento.
O Hiereus e o Hierofante retornam a seus tronos, e portanto não é Aroueris, mas o
próprio Osíris, que faz o pronunciamento ao Candidato—“A Voz de Meu Eu Superior,” etc.,
que confirma a ligação estabelecida entre a Neschamah e o Gênio ao formular sua concepção
dentro de Ruach. Para isso, Osíris fala ao caráter da Alma Superior, cuja forma simbólica está
em pé entre as colunas diante dele. A Afirmação da Alma Superior como o deus do ser humano
não significa que é o único Deus. Ao contrário, indica que é apenas o pressentimento d’Ele que
o humano natural pode chegar a apreender. Tampouco é justo dizer que a Alma Superior é uma
com Deus, vendo que a parte não é de modo algum o todo; nem o todo pode ser descrito com
acurácia e suficiência como um conjunto de partes. Que a reverência pelo Deus de ti mesmo
não te faça por equívoco perder tua reverência pelos Deuses que vivem para sempre—os Éons
dos Anos Infinitos. Nisso está um grande erro, e um que pode, em seu ultimato, acarretar a
queda do gênio. Esse é um pecado que implica, não obstante, implica consequências terríveis
porque ele é um sinal do Plano Superior, onde a escolha não é entre o bem e o mal, mas entre
as forma inferiores e superiores de bem.

A Circumambulação do Candidato
Na primeira espiral da Circumambulação, batidas são dadas apenas no Leste e no Oeste.
O conceito aqui é instilar no Candidato um sentido de equilíbrio, pois essas batidas que
significam o Pilar do Meio de equilíbrio representam o eixo central da Árvore da Vida na
cerimônia. Mais importante, contudo, ele ativa a realização do Pilar do Meio dentro do corpo
do próprio Candidato. Essa sutileza ensina ao Candidato a focalização (essa forma de
consciência nunca foi pretendida ser instantânea, mas deve se desenvolver nos meses
subsequentes entre os graus de Neófito e Zelator). Portanto, a Circumambulação Mística no
Caminho da Escuridão liderada pelo Kerux com a Luz simbólica formula a Alma Superior, que
não é a única Luz Divina, mas uma centelha da Chama Inefável. O Kerux, por sua vez, é apenas
o Vigia dos Deuses.

Depois do Kerux vem o Hegemon, o tradutor do Eu Superior, levando o Candidato.


Depois as Deusas dos Pratos da Balança, o Stolistes e o Dadouchos. Eles se movem uma vez
ao redor: a formação na Escuridão do ângulo de Binah do Triângulo Branco das Três Supernas.
O Hierofante bate uma vez quando passam por ele, em afirmação da Misericórdia—o Hiereus
em afirmação da Severidade; e os Assessores invisíveis dão cada um o Sinal do Entrante
conforme o Candidato passa pelo caminho. Na segunda passagem do Hierofante, a batida
afirma o começo do ângulo de Chokmah.

A primeira parada do Candidato, na segunda espiral, pelo Kerux, é extremamente


importante, pois enquanto ele barra o portão no Oeste, ele na verdade o faz no Sul. Isso
representa uma divisão a mais da espiral. A parte vermelha (Shin) do bastão do Kerux está
firmemente colocada no centro Tiphareth do Candidato, trabalhando diretamente através de
seu Ruach para estimular e atrair a corrente de Chiah para a operação direta. Para executar essa
função corretamente, ela não pode ser feita por alguém na Ordem Externa (ainda outro
argumento para membros da Ordem Interna como oficiais do chão do templo). O Kerux, de
acordo com o Z.3, utiliza seu Bastão Mágico de Poder para representar um raio da Luz Divina
que acende o Fogo Oculto. O Raio Vermelho do Kerux, através de seu Ruach, atravessa
diretamente ao Ruach do Candidato pelo poder da parte ígnea do Bastão. O Kerux segura o
Bastão na banda amarela (aérea). Isso mostra que ele está no controle de seu próprio Ruach;
então ele o direciona para o Chiah pelo poder do Fogo Secreto.

O lámen de caduceu que ele porta também tem um papel a desempenhar que vai além
do mero simbolismo. Sua função é balancear a energia direcionada pelo Kerux, e e ele é
colocado diretamente sobre o centro Tiphareth do Kerux, análogo ao seu Ruach. Qualquer força
emotiva de natureza disruptiva é mantida sob controle por isso. Ele também controla a
quantidade de energia com a qual o Candidato é estimulado.

A consagração por Fogo e Água é mais do que uma simples consagração. O


posicionamento desses oficiais em relação ao Candidato é sempre na forma de um triângulo.

O impedimento e mostrado na Figura 61. A Figura 62 mostra a Consagração pelo Fogo.

O Kerux mantém sua posição enquanto o Stolistes e o Dadouchos se movem juntos


para que ambos estejam ao lado do Candidato. Então eles giram 180 graus para encará-lo, ainda
mantendo a posição triangular ao redor dele. Durante a consagração pelo Fogo, o Dadouchos
gira levemente em direção a ela, mas não o suficiente para quebrar a pressão do

O Selamento da Aura do Candidato


Depois da Circumambulação, o Candidato passa ao Altar do Universo, que recebe as
influências dos três Pilares. Deve ser como se o raio do Divino descesse na escuridão da mente,
pois então, mas não antes, ele está pronto para perceber quais são as primeiras coisas
necessárias para a “Busca pela Luz Brilhante.”

Conforme o Hierofante avança ao longo do Caminho de Samekh, ele representa a Luz


Divina vindo pelo Ruach do Candidato. Ele pára brevemente entre os Pilares, e sua forma é
estabilizada pela Deusa dos Pratos, pois ela também representa o Sagrado Anjo Guardião (um
título algumas vezes análogo ao Arcano do Tarô “Temperança” em sua representação
arquetípica), o homem aperfeiçoado. Quando o Hierofante chega a Yesod, ele novamente pára.
Aqui o Hierofante, como a Luz descendente da Ordem, entra no Nephesch do Candidato por
uma ligação magnética direta. Conforme fica na estação do Maligno, ele toma o controle de
Nephesch e empurra para longe qualquer negatividade, de forma que a Luz atrai a Luz de cima
para o Candidato enquanto o Estandarte do Leste a reflete no templo (Figura 63).

A forma de Harpócrates agora formula um envelope protetor ao redor do Candidato,


que atrai seu Eu Superior, para que as influência negativas (agora sob o controle do Hierofante)
não possam lhe causar dano. O Hierofante dá uma única batida para selar a matéria e então
invoca o Senhor do Universo. Só então a venda é removida. O Hierofante, Hiereus e Hegemon
unem os cetros e espada acima da cabeça do Candidato, assim formulando a Tríade Superna, e
afirmam sua recepção dentro da Ordem. Eles então recitam as palavras místicas para selar a
corrente da Luz Fluente. Esse é o ponto onde as influências magnéticas dos três oficiais
trabalham juntas, e eles direcionam sua influência para a aura do Candidato. A energia de cada
implemento vibra de forma que, nesse ponto, um triângulo de Luz pode ser visto (com
clarividência) sobre a cabeça do Candidato. Isso é levado a um ponto ótimo com as palavras
“KHABS AM PEKHT—KONX OM PAX—LUZ EM EXTENSÃO.”

O Hierofante agora chama à frente o Kerux, alertando o Candidato que a luz o precedeu
sem o seu conhecimento. Ela representa para ele aqui uma vaga formulação de idéias que ele
ainda ainda não podem apreender nem analisar. Essa luz não é um símbolo do Eu Superior,
mas um raio dos próprios Guardiões da Ordem.

Só depois de ter sido trazido assim à Luz, o Candidato é levado ao Leste do Altar—o
local da Estação da Tríade Maligna—para afirmar que com essa Luz ele será capaz de expulsar
e sobrepujar sua Persona Má, que, quando for colocada em seu lugar, tornar-se-á um suporte
para si. É do Hiereus, “Vingador dos Deuses,” portanto, a tarefa de confiar ao Candidato os
Sinais Secretos, e assim é delegado. É ele que o coloca pela primeira vez entre os Pilares e
supervisiona sua consagração final—trazendo assim a força peculiar manipulada pelo Hiereus
para o auxílio do Candidato, de forma que ele possa mais segura e resolutamente combater as
tentações da Persona Má.

O Hierofante retornou ao seu trono enquanto o Hegemon segura a insígnia do Hiereus


enquanto ele confere os Sinais, etc. Ele então afirma ao Candidato a necessidade da força
representada pelo Hiereus.

O Hierofante sobre o trono, o Hiereus a Leste do Pilar Negro, e o Hegemon a Leste do


Pilar Branco formam novamente uma Tríade, que aqui representa o reflexo das Três Supernas.
A Alma Superior é formulada entre os Pilares no Local do Equilíbrio. O Candidato está no
lugar da Tríade Maligna, e o Hiereus agora avança ao local de Harpócrates entre os Pilares para
dar as palavras.

A Instrução do Candidato
O simbolismo e o significado do Passo, Sinais, Aperto, ou Gesto, e as Palavras possuem
tripla interpretação:
1. Significado aparente.
2. Referência espiritual ou mística.
3. Aplicação prática.
Cada um é considerado sob três égides.

Primeiro, o pé avança cerca de seis polegadas (aproximadamente quinze centímetros).


Isso representa o pé do lado de Chesed sendo colocado à frente e dando um passo hesitante nas
Trevas. O pé esquerdo é usado para representar o poder de Ísis, ou o começo da ação, ao invés
de Nepthys como o final dela. A distância de “seis polegadas” é empregada aqui apenas para
torná-la mais inteligível para os iniciados modernos. Ela significa uma medida conveniente de
seis, e preferivelmente seis vezes a medida da falange do polegar—o Espírito e Vontade.
Segundo, ele simboliza o começo do pisoteamento da Persona Má. O pé é avançado
seis distâncias métricas, respondendo ao número seis de Tiphareth—Osíris—aludindo portanto
ao auto-sacrifício necessário para realizar isso.

Terceiro, ele representa a aplicação prática do começo de uma força mágica. Que o
Adepto, ao usar o Sinal do Entrante, dê o passo ao começar o Sinal, e que dê esse passo como
se carimbasse a Terra abaixo, que estremece e balança. Como é dito, “Nuvens e Escuridão
estão ao Seu redor—Relâmpagos e Trovões as Habitações de Seus pés.” Seu nome secreto é
“O Passo do Vingador.”

O Sinal de Saudação
1. O de tatear à frente em busca da verdade.
2. Ele representa a involução e trazer a Luz ao material para ajudar a vontade do
Candidato em sua busca e aspiração em direção ao Superior.
3. De pé como descrito antes, na forma do deus, e elevando a mente à contemplação de
Kether, dê o passo como uma batida com o pé, trazendo os braços para cima sobre a cabeça
como se tocasse Kether, e conforme o passo é completado levar as mãos sobre a cabeça para
frente. Impulsione-as diretamente e horizontalmente para fora a partir da altura dos olhos—
braços estendidos, dedos retos, palmas para baixo, as mãos dirigidas em direção ao objeto que
se deseja carregar ou afetar. Ao mesmo tempo, desça a cabeça até que os olhos olhem
exatamente entre os polegares. Desse modo, os raios que partem dos olhos, de cada dedo, e dos
polegares deve todos convergir sobre o objeto atacado. Se qualquer um deles dispersar, é uma
fraqueza.

Assim realizado, esse Sinal é um símbolo de tremenda força de ataque e de projeção da


força de vontade, e ele deve ser empregado em todos os casos onde seja necessária força de
ataque—especialmente ao carregar talismãs e similares. Geralmente, é melhor ter os polegares
e todos os dedos estendidos—mas se um efeito particular é desejado, você pode estender apenas
os dedos apropriados para isso, mantendo os outros dobrados para dentro na mão. Pode-se
combinar com isso também a atribuição dos planetas à cabeça (Marte à narina direita, Mercúrio
à boca, etc., conforme explicado na aula sobre o Microcosmo), enviando ao mesmo tempo um
raio imaginário da cor do planeta desejado a partir da parte da cabeça atribuída a ele. Mas,
quando terminar, tenha o cuidado de recolher novamente os raios, ou eles permanecerão como
como vertedouros de força astral e assim exaurir você. O melhor jeito de se proteger contra
isso é dar o Sinal do Silêncio imediatamente. Pois o primeiro Sinal deve sempre ser respondido
pelo segundo. Os nomes secretos do Sinal de Saudação são “o Sinal de Ataque” ou “o Sinal do
Entrante do Limiar.”

O Sinal do Silêncio
1. Esse é simplesmente o da secretude com relação aos Mistérios.
2. É a afirmação da estação de Harpócrates, onde a Alma Superior do Candidato é
formulada em parte da cerimônia de admissão. É o símbolo do centro e o da “Voz do Silêncio,”
que responde em segredo o pensamento do coração.
3. O Sinal do Silêncio recolhe a força colocada para fora pelo Sinal do Entrante. Assuma
sobre si mesmo conforme ensinado antes a figura colossal do deus Harpócrates. Traga o pé
esquerdo bruscamente de volta, ambos os calcanhares juntos. Bata no chão uma vez com o pé
esquerdo quando ele for colocado ao lado do direito. Leve a mão esquerda à boca e toque o
centro do lábio inferior com indicador esquerdo. Feche os outros dedos e polegar e solte a mão
direita para o lado. Imagine um vapor aquoso envolvendo você. Esse é o refluxo da corrente.

Esse Sinal também usado como proteção contra ataques. O Sinal representa a
concentração de Luz Astral sobre a pessoa. Tendo dado o Sinal como acima, ele é uma proteção
contra todo ataque e perigo de obsessão. Para fazê-lo, a forma do deus deve ser assumida. Caso
seja necessária força espiritual, formule como se estivesse em pé sobre uma lótus ou se
erguendo dela. Para força em contemplação e meditação, formule como sentasse sobre uma
lótus. Mas para força mais material, imagine de pé sobre um dragão ou uma serpente como
algumas estátuas de Harpócrates. Como uma defesa e proteção, o Sinal é tão forte quanto o
Pentagrama de Banimento, embora diferente em natureza. E como o Sinal do Entrante
representa ataque, fazer esse Sinal representa defesa a isso, como um Escudo é uma defesa
contra a Espada. A partir desse Sinal uma fórmula de invisibilidade é derivada. Há uma história
contada pelo Dr. Edmund William Berridge, que foi um membro proeminente da Aurora
Dourada:

Alguns anos atrás eu notei que invariavelmente depois de uma entrevista prolongada
com certa pessoa eu me sentia exausto. A princípio pensei que era apenas o resultado natural
de uma longa conversa com um velho, inquieto e enfadonho cavalheiro, mas depois me ocorreu
que sendo um homem de vitalidade nervosa exaurida, ele estava realmente me espoliando. Não
suponho de forma alguma que ele estivesse externamente cônscio de possuir um organismo
vampírico, pois ele era um velho homem benevolente e de bom coração que teria se contorcido
de horror com tal sugestão. Não obstante, ele estava, em era, em sua personalidade interna, um
vampiro intencional, pois ele reconheceu que estava para se casar com uma esposa mais jovem
para, se possível, recuperar seu sistema exaurido. A próxima vez, portanto, que ele foi
anunciado, fechei-me para ele antes dele ser admitido. Imaginei que formava ao meu redor uma
armadura completa de fluido ódico, rodeando-me por todos os lados mas sem me tocar, e
impenetrável a quaisquer correntes hostis. Esse processo mágico foi imediatamente e
permanentemente bem-sucedido—Eu nunca precisei repetí-lo.

O “fluido ódico” que o Dr. Berridge menciona é o mesmo que “um vapor aquoso
circundante e envolvente.” Isso pode ser feito efetivamente no astral, assim como fisicamente.

Os Nomes Secretos desse Sinal são “O Sinal do Deus do Silêncio” ou o “Sinal de Defesa
ou Proteção.” Ele pode ser executado com qualquer dedo ou qualquer mão, mas a máxima
proteção ocorre quando o indicador esquerdo é usado, a Água de Chesed, pois os dedos da mão
direito representam ação mais violenta, e os da esquerda ação mais aquosa. Com relação a
assumir mentalmente as formas dos deuses, pode-se notar aqui que o processo é de grande
ajuda e utilidade em toda operação mágica, seja de invocação ou evocação, contemplação,
meditação, clarividência na visão espiritual, alquimia, e assim por diante. Pois as formas dos
deuses de fato representam aqui certa ação material simbólica das forças divinas.

O Sinal do Silêncio é feito depois do Sinal do Entrante porque ele detém a força que foi
ativada no Sinal inicial. A razão para três Sinais serem feitos é acumular mais poder, mas todos
eles são detidos quando o Sinal do Silêncio é dado.

Durante a Circumambulação, quando o Sinal do Entrante é dado, ele até certo ponto é
uma força cega, pois aqui a energia é gasta apenas para fortificar a espiral externa (sob o antigo
regime, era o círculo; indo fora dos Pilares o mesmo princípio foi aplicado) e a energia é
despendida aqui emanando pela aura conforme o indivíduo anda ao redor do altar, mas não
recebe impulso ou direção enquanto não se chega ao trono do Hierofante. O Sinal de
Harpócrates, dado logo depois disso, sela sua força de volta para sua aura para que não ocorra
nenhum vazamento. Isso é feito de vários modos diferentes, mas a Estação Invisível de
Harpócrates é sua fonte de poder. Pois ela é onde a primeira Circumambulação é feita, a mais
próxima do Altar, e ela se expande para fora a cada volta.

Em nosso próprio treinamento no Sinal do Silêncio e seus usos, Taylor nos deu um
exemplo de um indivíduo que fez o Sinal do Entrante e, durante a Circumambulação, teve sua
energia vazando como uma peneira (que Taylor observou através de sua notável habilidade
clarividente). Isso só foi retificado quando o Sinal do Silêncio foi feito. Taylor descobriu depois
que o indivíduo havia sofrido uma perda pessoal naquele mesmo dia, mas decidiu fazer a
cerimônia para ganhar força dela.

Deve-se ressaltar aqui que os membros do templo observando a cerimônia, mas não
participando dela, devem se juntar à Circumambulação dos oficiais do templo. O Sinal do
Silêncio é feito na Forma Astral de Harpócrates a partir de sua posição original. O poder dessa
forma-deus se projeta em direção ao Leste, impulsionada até lá pela kavanah, ou “intento,” da
primeira Circumambulação. Nas outras vezes que é feita, essa forma-deus se expande e
empurra a espiral da Circumambulação. A energia para isso vem do Altar, pois é dele vem que
o poder (dentro da Circumambulação). O trono e o Estrado do Hierofante e dos outros oficiais
sentados estão limitados aqui. Seu poder já carregou o templo e ativou o Altar. O conceito
como um todo é um exemplo da corrente de Hórus trabalhando com a de Osíris.

O Aperto
1. Os passos são dados e o Aperto é trocado simultaneamente. Conjuntamente, isso
significa procurar orientação na Escuridão e silêncio dos Mistérios.
2. Ele mostra que uma vontade firme e resoluta, agindo em união com o bem, realizará
aquilo que deseja não importa o quão frequentemente falhe no começo. Ele inculca a
necessidade de harmonia amor fraterno—de livrar-se de mesquinharia e egocentrismo
excessivo—de tolerância com as fraquezas dos outros dentro de certos limites—de fugir
resolutamente de qualquer coisa de natureza difamatória. Para que, no Aperto do Neófito, os
Iniciados toquem mão com mão e pé com pé no verdadeiro com cumprimento de irmão e irmã,
e não na hostilidade velada de um inimigo. Pois, no trabalho Interno, onde todos invocam as
mesmas forças da mesma maneira, se ele se torna antipático com o resto e com isso se separa
deles, apesar de enfraquecer a combinação da operação, mais certamente ainda atrairá sobre si
uma corrente reflexa dos Vingadores do Mal.

O nome do Silêncio, que é a Grande Palavra desse Grau, também representa o Silêncio
dos Mistérios Sagrados a ser observado com relação à Ordem Externa. Também mostra a
necessidade de respeito para com os segredos que qualquer Frater ou Soror colocar sob seus
cuidados, não tentando descobri-los para fins de curiosidade, não os repetindo quando
descobertos, nem de qualquer modo se referindo a eles como meio de causar humilhação, mas
guardando-os com confiança sagrada e não ser desviado por eles de agir ao mesmo tempo justa
e harmoniosamente.
3. Em qualquer cerimônia mágica ou outra operação, se mais do que um membro está
desempenhando um papel, todos os presentes se colocando dentro da forma do deus conforme
ensinado devem trocar Sinal, Aperto, e Palavras, para estabelecer assim uma corrente de
harmonia e a afirmação de um direcionamento mútuo da vontade para o mesmo objetivo.

A Palavra-passe
1. A palavra-passe meramente guarda os Segredos da Ordem contra quaisquer membros
resignados ou inativos; por isso ela é trocada a cada Equinócio.
2. Ela é uma afirmação das diferentes constituições espirituais, assim como físicas, dos
Candidatos—que todas as naturezas não podem ser as mesmas sem que mal e dano resulte
disso—mas que cada natureza deva ser levada a seu próprio Kether—o melhor de seu tipo.
Isso, também, pode ser feito em todas as coisas. É a base da Alquimia.
3. Ela deve ser pronunciada para atrair a força solar, a Luz da Natureza, durante os seis
meses seguintes ao Equinócio em que foi emitida, como uma ligação com a força solar, entre
ela e a da Ordem. Essa palavra-passe, portanto, também pode ser usada em uma cerimônia
mágica para atrair o apoio da Luz da Natureza agindo sobre as forças naturais.

Depois de dar as palavras e sinais, Hiereus leva o Candidato para frente entre os Pilares
e, pela segunda vez na Cerimônia, a Alma Superior fica próxima e pronta para tocar o
Candidato. O Hiereus retorna para seu lugar a Leste do Pilar Negro para que os três chefes
oficiais possam formular e atrair para baixo para o Candidato, por suas insígnias e outras
influências de seus símbolos, as forças da Tríade Superna. É importante, portanto, que, nesse
ponto, eles estejam em seus lugares.

O Candidato está agora de pé entre os Pilares, preso com uma corda como a forma
mumificada de Osíris entre Ísis e Nepthys. A consagração final agora ocorre pela Deusa dos
Pratos da Balança. O Candidato agora fica, pela primeira vez durante a cerimônia, no ponto
representando o equilíbrio da balança. Enquanto isso, o Kerux vai ao Norte, pronto para a
Circumambulação, para conectar isso com a consagração final do Candidato.

A consagração final também é demandada pelo Hiereus-Hórus, o poderoso Vingador


de Osíris, como ainda ameaçador a Persona Má do Candidato. Seu efeito é selar
definitivamente, em formação balanceada, os quatro Pilares na Esfera de Sensação do
Candidato. Isso não implica que eles antes não estavam lá naturalmente, mas, no ser humano
natural, os símbolos estão desbalanceados em força—alguns mais fracos e alguns mais fortes.
O efeito da cerimônia é fortalecer os fracos, purificar os fortes, e então começar a equilibrá-
los, e ao mesmo tempo fazer uma conexão entre eles e as forças correspondentes do
Macrocosmo.

O Efeito da Cerimônia sobre a Esfera de Sensação


Anteriormente, tocamos brevemente no assunto ao lidar com a remoção dos
implementos do Altar e a Admissão do Candidato. Os quatro Pilares então referidos devem ser
nesse momento distinguidos do Pilar do Meio do Candidato—que se relaciona com os centro
do corpo sutil na frente do corpo (que, para fins de uma explicação simples, poderiam ser
descritos como grupos de chakras menores que foram agrupados cabalisticamente), devendo-
se evitar confundi-los com os chakras maiores que estão ao longo da coluna. Os quatro Pilares
representam a Aura do Candidato. Taylor sempre nos ensinou que esse é o que é mais afetado
(a exceção é o chakra da garganta na parte de trás do pescoço, que é tocado diretamente pela
espada do Hiereus durante o Juramento).

A Aurora Dourada, de acordo com Taylor, em seus ensinamentos “boca a boca”,


considerava que o corpo tinha sete auras básicas e que cada grau estimulava uma aura. O grau
de Neófito afeta principalmente a aura física, que também é chamada de duplo etérico. Também
deve-se lembrar, contudo, que várias partes da alma que são consideradas distintas das auras
também são afetadas.

O Hierofante então ordena a remoção da corda, que até agora foi propositalmente
mantida. Simbolicamente, a corda restringe as ações do humano natural, cujas tentações estão
em direção à Persona Má.

Os quatro Pilares estando assim firmemente estabelecidos, o Candidato é investido com


a divisa do Triângulo Branco das Três Supernas formuladas na Escuridão. O Eu Superior na
verdade está habilitado a também consentir. O livre arbítrio do humano natural nunca é violado,
seja pela Alma Superior ou pela cerimônia, mas, a vontade consentindo, o todo da cerimônia é
direcionado para fortalecer suas ações. Conforme a divisa é colocada sobre ele, é como se as
duas Grandes Deusas, Ísis e Nepthys, estendessem suas asas sobre Osíris para restaurá-lo
novamente à vida.

A divisa citada não é uma divisa física, mas um símbolo colocado simbolicamente na
aura do Candidato, sobre sua testa.

A Circumambulação Final no Caminho da Luz


A Circumambulação Mística segue o Caminho da Luz para representar a Luz nascente
no Candidato, através da operação do auto-sacrifício. Quando ele passa pelo trono do
Hierofante, a Cruz do Calvário vermelha é formada astralmente sobre o triângulo branco astral
em sua testa, para que, enquanto ele pertencer à Ordem, possa portar o potente e sublime
símbolo como uma conexão com seu Eu Superior e como um auxílio na procura pelas forças
da Luz Divina—caso queira.

A Recolocação dos Implementos sobre o Altar


O modo de recolocá-los é o oposto das figuras acima, que mostram como eles foram
tirados do Altar. Eles representam as partes componentes do Candidato, que agora foram
purificadas, e sua Esfera de Sensação, que agora foi equilibrada.

O Pronunciamento ao Candidato
A Alma Superior ou Gênio agora retorna à Estação Invisível de Harpócrates, o local do
Centro Oculto, enquanto continuando a reter a conexão formada com o Candidato. O
Pronunciamento do Hierofante tem simplesmente a intenção de efetivar a formulação distinta
dos símbolos do Grau 0=0 de Neófito no Candidato, e é portanto apenas quando isso termina
que o Vigia Anúbis anuncia que o Candidato foi propriamente admitido como o Neófito
iniciado. O Hiereus é encarregado com um pronunciamento de alerta, para novamente
confirmar a vontade do Candidato e dirigir a ameaça final à Persona Má. O Hierofante afirma
claramente que os símbolos devem ser equilibrados na Esfera de Sensação antes que uma
conexão possa ser formulada entre eles e as forças do macrocosmo. Insiste-se sobre a
necessidade de exame para que isso possa ser completamente realizado.

Misturando os Fluidos
O Kerux derrama os dois fluidos para fazer a semelhança de sangue. Isso é para fixar
na esfera do Candidato os símbolos das forças de transmutação na natureza, e também para
fazer uma ligação astral entre elas e a vida física do Candidato, como uma proteção do segredo
dos Mistérios. Essa forma particular de transmutação é usada para mostrar o efeito de uma
mistura de forças na produção de uma terceira aparência totalmente diferente delas. A cor
vermelha é simbólica do sangue do Candidato.

Nos antigos Mistérios, o sangue do Candidato era de fato tirado nesse momento e
preservado como uma ligação vingadora caso ele se mostre indigno (considere a teoria
Radiônica moderna e seu efeito em uma amostra de sangue). Efeitos de transmutação importam
bastante, visto que a ligação astral é formalmente estabelecida.

A fala final do Hierofante intenciona, além de seu significado aparente, afirmar que
uma pessoa apenas parcialmente iniciada não é nem adequada para ensinar nem para instruir
mesmo os mais externos e mais ignorantes no Conhecimento Sublime. Ele certamente, através
da má compreensão dos princípios, formulará erro ao invés de verdade.

Fechando o Grau de Neófito


Com a batida do Hierofante, a corrente geradora que ele criou para manter a Luz através
do Portal começa a fechar. A exclamação “Hekas, Hekas, Este Bebeloi” anuncia para todas as
forças presentes no Portal para que vão embora. As quatro batidas dos oficiais então recolhem
a Luz, que então se recolhe através do Hierofante—o segundo estágio do recolhimento. Nesse
ponto, o Kerux deve estar sempre vigilante para qualquer força elemental criada durante a
cerimônia, que pode ter permanecido. Houve várias ocasiões no passado onde esse tipo de
resíduo foi deixado que, se notado, deve ser imediatamente banido pelo Hiereus com a espada.
A cerimônia de purificação assegura duplamente que nenhum efeito colateral negativo
permaneça dentro do Salão.

Circumambulação Reversa
A Circumambulação reversa tem a intenção de formular o recolhimento da Luz da
Tríade Superna do Altar para que ela não seja profanada pela permanência sem a devida guarda.
Não que a Luz Divina sofreria com isso, mas porque ela pode iniciar uma Corrente Vingadora
caso seja profanada. Isso é o que é implicado pela Lei de Moisés na proibição de oferecer Fogo
não consagrado diante ou dentro do Véu do Tabernáculo. Como uma fórmula vibratória, a
Circumambulação reversa representa a inversão da corrente e a restauração do operador para a
condição ordinária. A Circumambulação reversa mística forma sua procissão no Sul,
começando na Estação do Dadouchos, como simbólica do Julgamento Final do Mundo pelo
Fogo.

Partilhando a Eucaristia
O Repasto Místico é a comunhão no corpo de Osíris. Seu Nome Místico é “A Fórmula
do Justificado.” O ponto importante para lembrar é que, através do processo da cerimônia, tanto
a Patena quando o Vinho e o Sal são magicamente transmutados através da influência mágica
do ritual em si. Isso é feito através do conceito osiriano que é direcionado pelo Hierofante. O
Kerux, ao completar, inverte a Taça, como o Vigia do Deus, para mostrar que os símbolos do
auto-sacrifício e da regeneração estão concluídos. A proclamação é confirmada pelo
Hierofante, e os chefes oficiais dão três batidas, emblemáticas da Tríade Mística, e repetem as
Palavras Místicas. O Hierofante, em sua fala final, sela a conexão, primeiro formulada entre os
membros da Tríade Superna para cada um presente, para que ela possa ser para ele ou ela um
guia para realização última da iniciação suprema—se quiser.
Do Templo Whare Ra

Aula sobre o Grau 0=02

Como eu disse anteriormente, a cerimônia 0=0 é uma das mais importantes de nossa
Ordem. Você verá, penso, a razão para isso em um instante, se considerar pelo que é que
estamos associados. Pois estamos aqui, um grupo reunido a partir de todas as condições. Se
você considerar a Ordem como um todo, incluindo os Templos Ingleses, Franceses e Orientais,
o caso é ainda mais notável. Pessoas de todos os graus da sociedade, de todo grau de opinião
sobre política, religião, sobre todos os assuntos sobre os quais as pessoas mais diferem, pessoa
que, se não fossem membros desta Ordem, provavelmente estariam voando um na garganta do
outro, se encontram em perfeita harmonia e absoluta confiança, porque elas estão todas à
procura da mesma coisa. Elas a abordam, contudo, a partir de todo tipo de diferentes pontos.
Homens da ciência esperam encontrar as realidades que jazem por trás de suas mais sutis
investigações. Políticos, homens e mulheres que estão ansiosos de um jeito ou de outro para o
benefício da humanidade, esperam aprender os segredos e razões de alguns dos infortúnios que
assolam a humanidade, e como esses infortúnios podem ser retirados. Médicos, esperam
encontrar a chave para alguns dos mais profundos mistérios da vida humana, e do sofrimento,
doenças, e a morte. E assim, partindo de todos os pontos de vista, homens e mulheres são
atraídos para a Ordem, na esperança de que poderão encontrar a chave para alguns dos mistérios
que mais os intrigam. E cada um deles encontra algo que é até certo nível repugnante. Alguns
dos que nos chegam recebem treinamento com um desdém, talvez uma distante desconfiança
em algum grau, por toda cerimônia, símbolo, e observância ritualística. Outros chegam com
grande apreço por essas coisas. Outros, ainda, chegam com grande aversão pelo aprendizado
dos símbolos, letras hebraicas, e os aparentemente insignificantes objetos do estudo Arcaico.
Alguns chegam com grande deleite e todo o estudo arcaico e místico. Mas dentro dessa Ordem
todos são tratados exatamente como iguais e do mesmo modo. Se ele ou ela deseja progredir,
deve frequentar as cerimônias, deve entender as cerimônias, o ritual, a simbologia. Todos
devem aprender as aulas e o conhecimento arcaico. Todos deve passar pela disciplina, porque
justamente esse ponto que é repugnante a cada um revela o ponto onde se está fora de sintonia
com a Irmandade; mostra um ângulo que deve necessariamente ser raspado antes de estar
realmente pronto para a construção do Templo.

Agora, as cerimônias que lhe foram, por assim dizer, mostradas e colocadas em prática
física real e na forma visível são o Caminho, e as cerimônias que você terá que atravessar
mentalmente, psiquicamente e espiritualmente em seu treinamento futuro e em sua vida oculta
futura. E portanto a mais importante é a primeira entrada nela.

2
Desconheço quem escreveu essa aula, mas provavelmente foi a Sra. R. W. Felkin.
O ritual do 0=0 é, como eu disse, cheio de simbologia, e a simbologia é a da primeira
emergência da alma e da consciência a partir do material, e sua entrada na percepção espiritual
mais ampla. É algo nesse sentido: como se um professor começasse a treinar uma classe sobre
um vasto assunto, parcialmente mostrando-lhes um diagrama em um quadro negro, talvez, ou
em uma folha de papel, de todo o programa de estudo que deverão atravessar, mapeando o
caminho para eles. Mas isso, em um assunto como o nosso, não pode ser plenamente feito por
um diagrama. Existe tanto de mudança, de crescimento e progresso que deve ser indicado, que
seria preciso um número infinito de diagramas no papel para indicar o que podemos mostrar
por nosso ritual e cerimônia dentro de uma hora. E todo ponto nesse ritual e cerimônia tem sua
correspondência no desenvolvimento mental futuro do Neófito. E portanto todo ponto deve ser
cuidadosamente considerado, já que por ele o Neófito pode saber se está no caminho correto
ou não em seu futuro progresso. Seria impossível para mim dizer-lhe o todo da simbologia e
dos mistérios contidos na cerimônia do grau 0=0; porque, mesmo quando você chega na
Segunda Ordem, e até mesmo quando você alcança o grau de Adeptado Menor, você deve
aguardar por considerável tempo antes de receber a explicação completa dos mistérios e
simbologia da cerimônia 0=0. Mesmo se me fosse permitido expô-los mais completamente
agora, as palavras chegariam a todos vocês como ecos estéreis. Elas não transmitiriam nenhum
significado. Mas um pouco disso eu posso dizer a vocês e um pouco disso vocês podem
compreender, e essa quantia será mais do que suficiente para dar muita coisa para pensar.

Considere então, quando você primeiro entra no Templo no grau 0=0. Você está, como
um Neófito, vendado, mas depois que a venda é retirada, você vê. Agora considere, qual é a
disposição do Templo quando você chegou nele? A primeira coisa que irá notar é o Altar no
centro. Essa Altar significa o Universo. A primeira coisa que você deve aprender é—que ao
primeiro entrar no ocultismo suas mentes devem perceber que existe muita coisa além do
universo material. Pelo universo material, quero dizer o universo inteiro, não apenas tão longo
quanto o olho alcança, à mais distante estrela, mas tão longo quanto você possa conceber. O
todo disso é simbolizado pelo Altar cúbico, o duplo cubo, que fica no centro da sala. Esse é o
lugar que o universo material deve ocupar em seus pensamentos quando estiver pensando em
alguma questão de ocultismo. Até aqui ele reinou supremo em suas mentes, provavelmente. O
porquê de um duplo cubo, explicarei depois. Mas saiba que o universo está sujeito a leis fixas.
Tanto quanto se pode dizer pela ciência ou por indução, o universo está sujeito a leis fixas,
algumas das quais você pode formular, e a partir dessa formulação pode deduzir outras,
mostrando que em toda a sua ciência e em todos os seus empreendimentos você postula leis
fixas. Então essas leis fixas estão fora e além do universo, portanto sobre o universo operado
por leis fixas você fixa seus pensamentos. Então você vê ao lado do Altar dois assentos, um
ocupado pelo Stolistes no Norte e outro pelo Dadouchos no Sul, o Stolistes portando a Taça e
o Dadouchos o Incensário. Esses são os poderes da Água e do Fogo, os poderes do frio e do
calor, o receptivo e o energizante, o negativo e o positivo, o feminino e o masculino. E entre
eles repousa o universo. Essa é a primeira lição que você deve aprender.

Então você vê no Leste o trono do Hierofante, e no Oeste o trono do Hiereus. O Hiereus


está em um robe preto e segurando uma espada. O Hierofante está em um robe vermelho e
segurando um cetro com ponta de coroa. Isso simboliza os poderes da Luz e da Escuridão.
Novamente vemos o conceito do positivo e energizante e do negativo ou receptivo. A Escuridão
absorve todas as coisas. A Luz se manifesta e revela todas as coisas. Entre a escuridão e a luz
vibra o Véu de Cores da Terra. Essas novamente estão operando sobre o Altar cúbico, e então
você tem, por assim dizer, quatro vigorosas correntes de força direcionadas ao universo; e esse
é o primeiro pensamento que deve ocupar a mente do estudante recém saído do mundo externo,
partindo da condição de escuridão material, para dentro do estudo do ocultismo. Não apenas
isso; de seu estudo do universo ele encontra certas leis prevalecendo,3 e portanto assume que
essas leis operam mais e mais amplamente ainda, raciocinando do menor para o maior. Ele
deve ver, como se fosse, pela Visão do Olho de DEUS, e ver o universo como um pequeno
grão sobre o qual operam os quatro poderes, que se apresentam ao pensamento do estudante
como quatro Anjos, ou como quatro Deuses de acordo com o sistema anterior. Os Anjos dos
sistemas Egípcios, Gnósticos e Cristãos são todos personificações das Quatro Forças operando
sobre o universo, que você pode ver personificadas pelos oficiais principais Salão do Neófito—
Raphael, Gabriel, Michael, Auriel. Então, logo além do Altar, você vê dois Pilares. Esses dois
Pilares representam a mesma idéia em uma outra forma; eles são os Pilares da Luz e da
Escuridão, Pilares de Fogo e de Nuvem dos israelitas vagando no deserto. Eles são os Pilares
Jachin e Boaz do Templo de Salomão. E entre eles está outro chefe oficial, o Hegemon, com
um robe branco e um cetro com ponta de mitra; o manto branco também significa a síntese de
todas as cores. Eu lhe disse que entre a Luz cegante e a Escuridão absoluta vibra o Véu de Cor,
e a síntese, a combinação, de todas as cores é o branco. O robe do Hierofante é vermelho chama
porque a luz cegante que é emitida pelo Leste radiante é aquela que nenhum olho humano pode
olhar incólume, e portanto é escolhida uma cor simbólica. Agora, fixando a atenção por um
momento no Hegemon, você vê que ele representa a síntese e o equilíbrio de todas as forças
que agem sobre o universo. Portanto o Hegemon senta-se entre os dois Pilares, representando
o equilíbrio perfeito; entre eles está o universo. E levando o pensamento além do universo até
o ponto de equilíbrio você vê os dois Pilares formando, como se fosse, um portão. É entre eles
que o Hegemon deve receber o estudante de ocultismo. Essa então deve ser a postura mental
do estudante, quando ele vê o diagrama, quando é levado por ele em sua iniciação. E a intenção
é que depois dessa cerimônia o plano global habite sua mente e esteja sempre presente nela,
para que ele possa chegar a uma atitude mental adequada para avançar e aprender o segredo do
universo. Bem na abertura do próximo grau, passando do grau 0=0 de Neófito para o 1=10, as
primeiras palavras que o Neófito ouve são: “Prepara-te para adentrar as regiões imensuráveis.”
Agora lembre-se, o Altar cúbico é o mensurável. Você deseja aprender o segredo e os
significados das forças que operam sobre o universo, portanto você deve primeiro entrar nas
regiões imensuráveis. Você nunca os aprenderá enquanto estiver dentro de limites e medidas.
Mas eleve mentalmente o pensamento acima e além da região que é mensurável, e você começa
a ver as forças que formam o infinito agirem sobre o universo finito. Agora, avançaremos um
pouco mais nos particulares. Esse Altar é um duplo cubo; ou seja, ele tem dez quadrados que
são visíveis se você caminhar ao redor dele e examiná-lo totalmente. Mas, mas se você estiver
de pé sobre a Terra e olhando para o universo, como um homem da ciência fica sobre a Terra
e contempla o universo, como o materialista de qualquer tipo contempla o universo, o Altar

3
Ao longo de todo esse capítulo, o pronome masculino é usado em seu sentido genérico para indicar ambos os
sexos.
cúbico está, por assim dizer, elevado imediatamente acima da cabeça, de forma que ele só pode
ver o quadrado de baixo sobre o qual se apóia. Escondidos dele pelo quadrado do fundo estão
outros nove quadrados. Agora o quadrado do fundo do Altar cúbico representa tudo o que é
possível aprender pela lógica e dedução, ou pelos cinco sentidos, por qualquer instrumento
científico, por qualquer descoberta científica. Uma familiarização pequena e perfeita com o
quadrado do fundo do Altar cúbico é tudo o que se pode obter. Portanto o Neófito deve primeiro
de tudo aprender a colocar as coisas em seu lugar apropriado. Nesta Ordem nenhuma realização
ou descoberta científica é desprezada ou subestimada. Pelo contrário, elas são o mais altamente
valorizadas e estimadas. O Neófito, contudo, desejando adentrar o caminho da Ciência Oculta,
deve lembrar que o universo como um todo é representado pelo Altar cúbico no centro, e que
a investigação científica como um todo está representada por um décimo desse Altar cúbico. E
note também que o Altar fica sobre seu quadrado de baixo. O quadrado de baixo está portanto
fora de vista nas cerimônias da Ordem. Por quê? Não porque menosprezamos o quadrado do
fundo. Pelo contrário, reconhecemos que ele é a fundação. É a base sobre a qual fica nosso
Altar. Mas nos estudos e nas cerimônias desta Ordem, são outras coisas que devemos investigar
e considerar. Nosso Altar precisa ter sua base e precisamos permanecer firmes sobre essa base.
Essa é a posição, não apenas da ciência, mas de todas as coisas que podem ser conseguidas por
descoberta, pelos cinco sentidos do cérebro lógico.

Assim, as mesmas idéias estão resumidas nos implementos e ornamentos que repousam
sobre o Altar. Na extremidade Leste do Altar repousa uma ou duas rosas. Na extremidade Norte
está a Patena com pão e sal. Na extremidade Sul está a Lâmpada de Fogo. Na extremidade
Oeste está a Taça. Também há a Cruz Colorida e o Triângulo Branco.

De acordo com nossos ensinamentos, e de acordo com a idéia que quero que todo
estudante pegue, e segure em sua mão, esses resumem as idéias, mostrando as forças que,
operando a partir dos quatro Anjos de fora do universo, estão refletidas no próprio universo. E,
portanto, podemos rastrear as operações desses Anjos que estão fora dos fenômenos observados
no universo material. Então, quando o Neófito é levado ao Salão, todas essas coisas estão
dispostas ao seu redor, mas ele não as vê. Ele é levado para dentro vendado e com uma corda
ao redor de sua cintura, e essa é também a condição mental em que o Neófito precisa continuar
seu estudo oculto. Ele não deve imaginar que irá ver mentalmente o que significa aquilo tudo.
Verá, mas não antes de estar do lado de dentro por algum tempo. Imediatamente ao começar o
Caminho do Estudo Oculto ele terá consciência de coisas que conhece o significado, certos
pensamentos estranhos, idéias estranhas, e questionamentos estranhos quanto a se pode ou não
haver algo a descobrir por trás do véu da matéria, que até aqui considerou como impenetrável,
mas serão apenas vozes vagas, sons vagos, pistas vagas, assim como quando chega vendado
dentro do Templo ele ouve sons vagos, vozes vagas, talvez algumas delas vozes familiares,
algumas delas não, movimento de pés, e assim por diante. Ele é levado por um caminho que
não conhece. Mas por que ele prossegue? Porque tem certa dose de fé. Porque acredita que
algo ou alguma coisa lhe será mostrada eventualmente, e que a venda será tirada de seus olhos.
Ele deve então aprender a não ser impaciente, porque no começo do estudo oculto é incapaz de
ver o que tudo isso significa, e para onde está tendendo. Mentalmente ele está vendado,
mentalmente ele está limitado pelas condições finitas das quais acabou de emergir. E, portanto,
sua atitude mental não pode ser impaciente com a venda e com a corda, e com as condições
das limitações finitas sob as quais ainda está, mas sim acreditar que está sob os cuidados de
alguém que sabe que, eventualmente, essas limitações serão removidas. Então na cerimônia
completa no Templo há um Sentinela do lado de fora da porta armado com uma espada. Na
prática, na maioria de nossas cerimônias o Sentinela é dispensado, mas, não obstante, o
Sentinela possui uma simbologia importante. Porque, você notará, um dos chefes oficiais sai
do Templo para trazer o Neófito para dentro. Esse oficial é conhecido pelo Sentinela, e o
Sentinela permite ao Neófito, vendado, passar para dentro, na companhia do iniciado que lhe é
conhecido. Caso contrário, o Sentinela está armado com uma arma letal para atacar qualquer
intruso imprudente o suficiente para tentar adentrar os Portais. Esse é um símbolo
absolutamente verdadeiro daqueles que tentam, eles próprios, sem iniciação, forçar um
caminho para dentro dos Mistérios Ocultos. É um fato bem conhecido, creio que todo médico
irá confirmar, que todos os que tentaram fazê-lo falharam miseravelmente, sendo repelidos
pelo Sentinela, ou pagaram a pena no sanatório ou no túmulo. A iniciação vem de dentro. A
mensagem é enviada de dentro para trazer o Neófito ao Templo onde ele pode ser instruído. A
arma do Sentinela é baixada e ele é autorizado a passar. Traduzindo isso para a linguagem
material cotidiana, todos conhecem o miserável fim que geralmente recai sobre os aspirantes a
médium ou estudante de fenômenos espiritualistas, caso consigam qualquer nível de
desenvolvimento psíquico sem o treinamento adequado. Ao passo que, em nossa Ordem, todos
possuem diante si o exemplo de outros que já trilharam o mesmo caminho, e que devem
testemunhar, não apenas com suas vozes, mas mostrar pelo exemplo que o caminho é seguro.
Mas para todos vocês, como acontece, sou o mais avançado entre vocês, como o único que
passou para a Segunda Ordem, e posso lhes assegurar tanto pela minha palavra quanto pelo
meu exemplo que o caminho é absolutamente seguro para o cérebro e para o corpo. E para
mim, onde estou, existem outros muito mais avançados que são capazes de me dar a mesma
garantia da perfeita segurança do caminho, e que são capazes de me instruir, como sou capaz
de instruir vocês, em cada passo da estrada. Assim o Neófito é levado a passar pelo Sentinela,
cuja arma é tão letal para aqueles que lutam para forçar sua entrada.

Então dentro das portas fica o Kerux, carregando o bastão e a lâmpada. Assim que o
estudante adentra mentalmente o Caminho da Sabedoria Oculta, existe uma lâmpada que
sempre vai diante dele. Mas no começo ele não a vê, no começo ele parece para si mesmo estar
vagando na escuridão. Quero realmente enfatizar com força esse ponto, porque é a experiência
de todo estudante que entra no Caminho do Conhecimento Oculto. Nos primeiros passos ele
parece estar vagando na escuridão, parece estar indo para onde não conhece e sem guia por
uma estrada traiçoeira. É por essa razão que ele é levado em várias circumambulações, todas
tendo seu significado, mas cujo significado é cuidadosamente escondido do Neófito. Sua
atitude mental é exatamente a mesma, e deve permanecer a mesma por algum tempo ainda.
Então o Kerux o leva no caminho ao redor e pelo Templo, mas note, não até o ponto de
equilíbrio por um longo tempo. Primeiro de tudo ele tem que mostrar seu interesse se
comprometendo com os deveres da Ordem à qual está prestes a se unir, com a busca diligente
da Ciência Oculta, a secretude e a Irmandade. E esse compromisso é uma tradução absoluta em
palavras do caráter mental que ele deve cultivar. Observe portanto que sua postura mental deve
ser aquela que você assumiu como um Neófito no Salão dos Neófitos no Templo. O Neófito é
auxiliado em vários pontos pelos vários oficiais. Por exemplo, o Hiereus o ameaça com a
Espada da Escuridão, e o Hierofante o ameaça com o Cetro da Luz. Ele tem que conhecer
ambos os extremos antes de poder conhecer o equilíbrio, novamente uma imagem absoluta do
estado mental. Esse estado deve vibrar, ele deve tocar o extremo da escuridão e deve encarar a
luz cegante, mas não sendo capaz de suportar nenhum deles, descobre que não há descanso
neles antes que possa alcançar o ponto de equilíbrio. E além disso ele deve empreender a
purificação pelo fogo e a purificação pela água, deve ser consagrado pelo Stolistes e o
Dadouchos. Deve, isto é, ser purgado da influência tanto do negativo quanto do positivo, para
que as limitações e os princípios malignos dessas duas qualidades possam ser desenraizadas de
sua mente, e para que sua mente possa atingir um equilíbrio absoluto. Três vezes essa
consagração mística precisa ser repetida, e por fim ele pode ser considerado purificado das
limitações dos males relativos a essas duas qualidades da água e do fogo. Finalmente então ele
é levado entre o Pilar Místico, dentro do portão simbólico da Ciência Oculta. Então o
Hierofante avança de seu trono para encontrá-lo e o coloca entre os Pilares, reconhecendo assim
que ele atingiu o equilíbrio. Então essa é a condição da mente que o estudante precisa obter
primeiro, vindo do vagar na escuridão, por sua fé, passando ao redor sob a influência de todos
os quatro Anjos que trabalham sobre o universo e cujas operações produzem todos os
fenômenos que conhecemos e vemos. No fim a fé se transforma em visão. Ele é levado até o
equilíbrio da mente, e o alcança. Esse é apenas o primeiro passo, e é um passo que o estudante
provavelmente irá levar um longo tempo para conseguir dar. Portanto, que o estudante examine
seu próprio estado e postura mental e de tempos em tempos, e tente ver onde ele está
mentalmente na Cerimônia de Iniciação.

A Lâmpada do Kerux sempre irá à sua frente. Que ele então compreenda que a Luz está
diante dele, embora não a veja. Ele irá vê-la eventualmente, e portanto que entenda que com a
mente sendo estabelecida corretamente, desejando avidamente a verdade e desejando
avidamente a bondade absoluta, é impossível dar errado. Todo passo que ele dá é guiado,
mesmo que não saiba. E se for de qualquer ajuda ou consolo para aqueles que ainda acham
difícil perceber isso, posso dizer de meu próprio conhecimento que chega um momento em
que, após certo progresso, é possível ver. Para cada um de vocês isso é possível. Apenas avance
longe o suficiente e a venda será removida de seus olhos, e você irá de fato ver e conhecer a
Orientação Divina do Kerux do universo guiando o passo de todo Neófito. O Neófito está
vendado e não o conhece, mas você irá conhecê-lo e você irá vê-lo, embora você possa no
momento não ser capaz de lhe contar. Aqueles de nós que avançaram longe o suficiente podem
dizer de nosso próprio conhecimento que, para todo estudante que está realmente se esforçando
com a máxima sinceridade pela Ciência Oculta, é realmente um fato absoluto que a Lâmpada
o Kerux vai diante dele e nenhum único passo em falso pode ser dado. Então você percebe que
conforme passa pelas diferentes cerimônias da Ordem que esses Pilares estão em partes
diferentes do Salão, representando para você seu progresso na Ordem. O portão da Ciência
Oculta está atrás de você em alguns casos, diante de você em outros. Está em uma direção ou
em outra direção de acordo com o seu progresso. Firme sobre sua base quádrupla está o
quadrado preto, simbólico da materialidade sobre a qual todos estamos, mas portando em seu
ápice o triângulo simbólico da água e o triângulo simbólico do fogo. Os dois triângulos e a
lâmpada significam a Essência Divina no topo. Observe agora, há o assento do Stolistes, há o
triângulo do fogo, há a travessa de sal significando a Terra. Portanto, você não deve concluir
que toda a materialidade vem de uma direção, ou que toda a espiritualidade vem de uma
direção. Em todas as direções no Salão você descobrirá, caso estude os símbolos, que todos os
elementos estão unidos, mas alguns são mais proeminentes se você fixar sua atenção em um
ponto ou outro. A posição dos Grandes Anjos governando o universo não os faz lançar sua
influência apenas e imediatamente sobre aquele ponto do universo que está oposto a seus pés,
pois isso de pronto causaria discórdia e falta de equilíbrio; e, de novo, as influências dos
elementos estão contrabalanceadas, não anuladas em tal regularidade e simetria absoluta como
pôde ser explicado agora, mas de acordo com um método complexo de contra-alternância, cujo
efeito é produzir o equilíbrio que o tom principal do ensinamento do grau.

De agora em diante você deve compreender que os sinais de grau precisam ser dados
cuidadosamente. Os sinais de grau não são formas convencionais, não meramente sinais de
tatear, apesar de esse ser o seu primeiro significado. Esse também é o sinal de emitir força. É
o sinal de adentrar o Portal, a ainda um sinal de humildade, e o curvar a cabeça a uma luz maior
e a um poder maior. Para dar esses sinais adequadamente, você sempre deve lembrar de dar o
passo do pé esquerdo, que deve ser dado firmemente, e as mãos deve ser elevadas acima da
cabeça e baixadas ao nível dos olhos e as mãos devem estar esticadas e alinhadas apontando.
A força vital emana dos olhos e das mãos, e elas devem todas estar na mesma linha, com o pé
firmemente plantado no chão. Esse sinal não é meramente um sinal de tatear ou de respeito ao
passar pelo trono do Hierofante, mas é um sinal oculto de grande poder cujo significado você
aprenderá daqui em diante quando entrar no estudo da magia prática.

Mais uma coisa agora, a respeito deste grau. Você deve lembrar que o Salão do Neófito,
e na verdade o Templo inteiro da Ordem da S∴ M∴ , representa, por assim dizer, o pórtico do
Templo. Quando seus pés estão bem plantados no pórtico, vocês está bem em seu caminho para
adentrar o Templo. Você portanto deve olhar para ele como se, no fim do Templo, e atrás do
trono do Hierofante, houvesse um véu estendido separando o Externo do Interno, e que através
do véu, como um sacerdote emergindo do Templo, vem o Hierofante para instruir, iniciar, para
realizar cerimônias que são realmente de importância mágica. Mas você não deve olhar assim
para quaisquer outros Adeptos presentes. Na Ordem você não pode saber nada sobre eles ou
seus graus, você meramente sabe que eles são membros da Segunda Ordem e que alcançaram
o grau 5=6. Eles podem ser Menores, Maiores, ou ainda mais elevados, mas, passados para
dentro do véu, estão fora de vista para você. Eles chegam às cerimônias do Templo como
figuras veladas de cujo avanço no Externo você não pode saber nada. Esse é o modo em que
você deve mentalmente olhar para seu próprio futuro mental. Quando tiver passado pelo grau
0=0, você terá para estudar uma lição, a primeira lição de conhecimento, e sem dúvida todos
vocês que tiveram essa primeira lição de conhecimento irão considerá-la uma massa bastante
heterogênea de conhecimento arcaico de vários tipos, nenhum dos quais importando muito, e
a maioria dos quais você já tinha familiaridade anterior. Mas há na verdade muito mais do que
isso. É claro que qualquer um que estudou assuntos místicos está provavelmente familiarizado
com coisas tais como os símbolos dos signos do Zodíaco, os Planetas e as letras hebraicas. Mas
esses símbolos não foram escolhidos ao acaso, e sim porque eles são absolutamente necessários
para o progresso subsequente. E posso mencionar aqui que é especialmente desejado pelos Mui
Honoráveis Chefes que nos guiam na Segunda Ordem que todos os estudantes devam ser o
mais exatamente particulares no desenho dos símbolos e na forma das letras hebraicas.
Obviamente existe um hebraico contemporâneo que alguns de nós podem escrever e que é
frequentemente mal escrito. Isso não tem mais a ver com o antigo do que escrever uma palavra
em inglês. Porém todo mundo deve saber a forma exata de cada símbolo e cada letra, e ser
capaz de eventualmente desenhá-los com clareza, beleza e precisão matemática, porque esses
símbolos não são meramente símbolos convencionais.

Todos possuem um significado. Se você tomar como exemplo o símbolo do Fogo (🜂)
e o símbolo da Água (🜂) , eles são como eu disse a vocês os símbolos dos Grandes Deuses, e
símbolos particularmente apropriados porque a aspiração do Fogo sempre tendendo para cima
é bem mostrada pelo triângulo apontando para cima, enquanto que a instabilidade, mas
superfície perfeitamente horizontal, da Água é bem mostrada pelo triângulo apontado para
baixo. E a barra que atravessa (🜂) e a barra que atravessa (🜂) nos dão o Hexagrama, o equilíbrio
dos elementos, a expiação, e portanto lhes dão esses elementos conforme estão no universo.
Consequentemente a Terra e o Ar são as representações mais materiais e físicas das mesmas
formas que o Fogo e a Água. E esse é o significado da barra transversal que converte a Água
em Terra e o Fogo em Ar. Tome então o símbolo ordinário de Áries (♈); talvez você irá dizer
que ele é um símbolo muito ordinário da cabeça de um carneiro e seus chifres. E assim o é.
Então qual foi a simbologia do “animal” de acordo com o esquema egípcio e o cabalístico? O
“animal” significava a parte inferior da natureza do homem que deviam ser sacrificadas. O que
significa então esse carneiro? Sensualidade em todos os sentidos. Isso significa então o
Pentagrama, mas o Pentagrama maligno, o Bode de Mendes. Como pode então o Carneiro ou
Cordeiro ser o símbolo divino? O símbolo do Equinócio Vernal? O símbolo da Luz Nascente?
Porque o carneiro deve ser morto, sua cabeça invertida; as paixões malignas subjugadas e
sacrificadas, a sensualidade expulsa. O Cordeiro que foi morto, o símbolo da luz nascente do
universo, o símbolo da Aurora Dourada. Como você vê, existe muita coisa nesse símbolo de
Áries (♈) lido apropriadamente. E então novamente o símbolo de Touro (♉); o símbolo da
Terra une para nós as duas grandes luzes: a luz maior que rege o dia, e a menor que rege a
noite. Elas simbolizam para nós a luz e a escuridão, ambas iluminadas pelos raios divinos e,
portanto, o equilíbrio, que é a chave do progresso no plano da Terra. E assim podemos ir por
cada símbolo dos signos do Zodíaco se houvesse tempo. Podemos deduzir muitas grandes
lições deles, mas a lição que quero enfatizar agora é que acima de tudo, os símbolos devem ser
aprendidos com precisão.

Penso que disse anteriormente para muitos de vocês que os símbolos planetários são
formados a partir do círculo, da crescente e da cruz; a cruz significando corrosão, o círculo
significando os metais vermelhos, e a crescente os brancos, dando-lhe então os metais de todos
o planetas, e dando-lhe, quando você avançar o suficiente para entender, o significado e a
influência de cada planeta. Dando-lhe também, quando avançar ainda mais, uma chave para a
cor, uma chave para a simbologia daquele véu de cor que vibra entre a luz e a escuridão. Não
é à toa que o ferro, cuja cor é esverdeada, em sua corrosão se torna vermelho, e que o cobre
cuja cor é vermelha em sua corrosão se torna verde. Tudo isso possui uma simbologia. Todo
planeta tem sua cor; todo signo do Zodíaco tem sua cor; todo elemental tem sua cor. Todo
símbolo no mundo tem sua cor apropriada, e toda cor no mundo tem seu significado. E os
significados corretamente interpretados dão a chave para muito do físico e da ciência material
que é absolutamente obscuro no presente porque o significado e a cor não são conhecidos.

Então, o agrupamento dos planetas, e dos signos do Zodíaco, de acordo com suas
triplicidades, e de acordo com os signos que governam, é extremamente importante porque dá
uma chave para as influências que estão mais fortemente dirigidas sobre essa parte do universo,
efluindo dos Quatro Grande Anjos, e que vimos operar sobre o universo material, onde são
concentradas e somadas. O anel do Zodíaco está ao redor do mundo, e o mundo gira e mostra
uma face diferente a cada signo ao longo do giro. E das diferentes direções dessa roda várias
forças estão constantemente fluindo para o mundo. Não exatamente em equilíbrio, pois o
equilíbrio exato para o mundo significaria a cessação da vida. A vida presente material e finita
do mundo depende de certa ânsia por equilíbrio. O progresso do estudante do finito para o
Conhecimento Infinito depende de seu conhecimento das forças que fluem sobre o mundo, que
de fato são todas iguais e em harmonia exata, mas que, como não caem todas ao mesmo tempo,
estão levemente fora de equilíbrio em cada ponto particular, e através esse leve desejo de
equilíbrio produzem uma leve mudança transiente. Portanto, a influência e a conexão de
elementos, planetas, e signos deve ser cuidadosamente estudada para que se torne
absolutamente uma parte componente de si próprio, e então quando as correspondências são
aprendidas a fundo no mental, psíquico e espiritual, os resultados serão imediatamente
percebidos. Então, finalmente, na primeira lição de conhecimento você recebe o estudo do
alfabeto hebraico, e a formação das letras hebraicas é o mais essencial. Posso apenas lhe dar
uma idéia muito tênue de um ou dois pequenos pontos indicando onde a grande importância
entra. Se você considerar o alfabeto hebraico como formado a partir do Yod (‫)י‬, que é o primeiro
começo, o primeiro pensamento do alfabeto. E se você olhar para ele, penso que irá lembrar-
lhe primariamente de uma língua de fogo espiralando para cima a partir de um fogo, uma língua
de fogo que escapou e não queima centralmente como uma lâmpada ou chama, mas voa afora
sem qualquer material para alimentar sua chama. Existem muitos outros simbolismos
conectados com esse Yod, muitos muito mais profundos, mas será o bastante para o presente
porque lhe darei a idéia raiz do Yod em uma forma fácil e simples. Assim, o Yod (‫ )י‬trazido
para baixo até o plano da Terra (o Yod fica acima da linha na escrita) como um fogo queimando
sobre a Terra, ou um fogo influenciando a Terra, torna-se a letra Vau (‫)ו‬. Aqui então temos
duas letras do Grande Nome Quádruplo de Deus (‫ )יהוה‬e dois deles indicam o Fogo. Passamos
agora do Yod à primeira letra do alfabeto hebraico, Aleph (‫)א‬. Ele consiste de três Yods—um
alongado bem similar ao Vau entre dois outros, e assim você tem Três em Um: os Três Espíritos
do Fogo, os Três Espíritos Energizantes de quem procedem todas as coisas; isto é, a Grande
Unidade.

Então a próxima letra, Beth (‫)ב‬, é o Binário, o Dois. Se eu colocar um Beth ao lado de
um arcaico ?, você verá que eles são muito parecidos em forma entre si, tão parecidos que é
toleravelmente certo que um foi tirado do outro. O Binário é o grande ponto que estivemos
considerando até agora, as duas forças, a positiva e a negativa, a Severidade e a Misericórdia
que estão unidas em equilíbrio. Portanto AB ou ABBA representa o Pai. Outra simbologia no
Binário é que ele é praticamente idêntico à figura de um cisne navegando sobre a água, o cisne
sendo simbólico dos elementos Ar e Água. Como o Aleph (‫ )א‬é simbólico dos três Yods do
Fogo, Ar e Água, os elementos que são a causa da Terra são os três que estão sintetizados na
Terra. Também, Beth (‫ )ב‬é uma casa, e é a representação de um alpendre inclinado contra uma
parede ou uma seção. Eu lhe dou isso para mostrar que as formas das letras hebraicas são de
grande importância. Então Gimel ‫ ג‬é a terceira letra, a letra da produção ou emergência. Um
plano, um emergir ou travessia, que foi o glifo de Hórus, um glifo de nascimento também. Mas
no esquema cabalístico não havia o feminino representado entre as causas do universo. A
primeira grande Causa Causans foi o Pai-Mãe, mas Ísis era a Natureza. Osíris era macho-
fêmea, portanto o Espírito, que de acordo com alguns esquemas não era tão místico quanto o
hebreu, era feminino, é representado como masculino pela adição do Yod. Agora portanto você
tem o primeiro glifo do:
Aleph ‫ א‬Três em Um
Beth ‫ ב‬Dois, a Casa
Gimel ‫ ג‬Emergência, o Nascimento
E os três juntos representando a origem do alfabeto, a origem do Verbo, a origem das
coisas.
O Daleth, o quadrado (‫ )ד‬ou na forma, ┬, um esquadro Maçônico. Ou você pode colocar
uma cruz em um quadrado em forma de diamante e então precisa de apenas uma linha para
representar um quadrado. Você tem a cruz que representa o mundo e uma indicação do
quaternário ou quadrado além dele ( )+ ). Então ‫ ד‬e ♃ são o mesmo símbolo.

Não proponho ir adiante com o alfabeto hebraico. O que indiquei foi apenas para
mostrar a enorme importância de ser absolutamente preciso com o formato. Lembre-se, acima
de tudo, quando fizer suas letras hebraicas, faça-as retas. Evite toda cursividade ao escrever
qualquer coisa para inscrições ou trabalho místico de qualquer tipo. Você ainda não está apto
a usar as letras hebraicas para cerimônias mágicas ou qualquer coisa desse tipo, mas daqui em
diante estará, e você descobrirá que, se assumir um estilo descuidado ao escrever em hebraico,
e não entender plenamente a forma exata de cada letra (e falo como alguém que tentou e sabe),
irá falhar em sua cerimônia e irá falhar absolutamente como se tivesse feito uma reação química
como reagentes falsos ou como se você tivesse feito uma pintura com cores sujas lamacentas.
Precisão absoluta é a única via para o sucesso. Toda letra deve ser desenhada com forma e
intenção perfeitas como se você estivesse fazendo uma operação matemática para um
engenheiro fazer uma máquina a partir dela. Abandone a noção de que está escrevendo em uma
linguagem atual quando estiver fazendo símbolos e palavras místicas.

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