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UFCD_3552
762191 - Agente em
Geriatria
25 Horas
Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa UFCD 3552
Índice
Patologia cardiovascúlar............................................................................................................................................................ 6
Os acidentes.................................................................................................................................................................................. 28
Sinais e sintomas........................................................................................................................................................................ 32
Agúdizaçaã o da doença.............................................................................................................................................................. 36
Os acidentes.................................................................................................................................................................................. 40
Abordagem múltidimensional............................................................................................................................................... 43
Cúidados especíúficos................................................................................................................................................................. 45
Meio hospitalar............................................................................................................................................................................ 45
“Colegas” de qúarto.................................................................................................................................................................... 46
A hospitalizaçaã o ......................................................................................................................................................................... 58
Aspetos negativos: perda do qúadro de refereê ncias; famíúlia e aúmento dos níúveis de dependeê ncia........59
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Aútonomia da pessoa idosa.................................................................................................................................................... 61
Sono................................................................................................................................................................................................. 66
Ocúpaçaã o e conforto.................................................................................................................................................................. 67
Visitas.............................................................................................................................................................................................. 68
O apoio extra-hospitalar.......................................................................................................................................................... 69
O recúrso a oútros recúrsos da sociedade: apoio domiciliaú rio; centro de dia e lar.........................................69
Bibliografia.................................................................................................................................................................................... 74
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Objetivos:
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Conteúdos
Patologia cardiovascúlar
Os acidentes
Sinais e sintomas
Sinais de descompressaã o
Agúdizaçaã o da doença
Os acidentes
As intoxicaçoã es
Abordagem múltidimensional
Cúidados especíúficos
Meio hospitalar
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“Colegas” de qúarto
A hospitalizaçaã o
Aspetos positivos/benefíúcios
o tratamento
o ganhos em saúú de
Aspetos negativos
o famíúlia
o higiene e alimentaçaã o
o sono
o ocúpaçaã o e conforto
As visitas
o apoio
o informaçaã o
o preparaçaã o/ensino
O apoio extra-hospitalar
o centro de dia
o lar
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A alta meú dica e continúidade da prestaçaã o de cúidados
o consúltas
o medicaçaã o
o exames/tratamentos
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Patologia cardiovascular
Fatores de risco
O qúe saã o? São condições que predispõem uma pessoa a maior risco de desenvolver úma
patologia, neste caso doenças do coração e dos vasos sanguíneos.
Existem diversos fatores de risco para as doenças cardiovascúlares, qúe podemos dividir em
imutáveis (aqúeles qúe naã o podemos múdar) e mutáveis (fatores sobre os qúais podemos
inflúir, múdando, prevenindo oú tratando).
HEREDITÁRIOS
Os filhos de pessoas com doenças cardiovascúlares teê m úma maior propensaã o para
desenvolverem doenças deste grúpo.
IDADE
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4 em cada 5 pessoas atingidas por doenças cardiovascúlares teê m mais de 65 anos de idade
SEXO
Os homens têm maior hipóteses de ter úm ataqúe cardíúaco e os seús ataqúes ocorrem núma
faixa etaú ria menor.
Mesmo depois da menopausa, qúando a taxa das múlheres aúmenta, núnca eú taã o elevada
como a dos homens.
TABACO
O risco de ocorrer úm ataqúe cardíúaco núm fúmador eú 2 vezes maior qúe núm naã o fúmador.
Os fúmadores teê m úma hipoú tese 2 a 4 vezes maior de morrer súbitamente do qúe úm naã o
fúmador.
COLESTEROL ELEVADO
Os riscos aúmentam na medida em qúe os níúveis de colesterol estaã o mais elevados no sangúe.
Júntamente com oútros factores como hipertensaã o arterial e fúmo o risco eú ainda maior.
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HIPERTENSÃO ARTERIAL
Para manter a hipertensão arterial, o coraçaã o realiza úm trabalho maior, com isso vai
atrofiando o múú scúlo cardíúaco qúe se dilata e fica mais fraco com o tempo, aúmentando os
riscos de úm ataqúe.
VIDA SEDENTÁRIA
Exercíúcios fíúsicos regúlares e moderados teê m úm papel importante para evitar doenças
cardiovascúlares.
OBESIDADE
O excesso de peso tem úma maior probabilidade de provocar um AVC oú úma doença
cardíúaca, mesmo na aúseê ncia de oútros factores de risco.
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DIABETES MELLITUS
Existem outros fatores qúe podem inflúenciar negativamente os fatores jaú apresentados.
Estar constantemente sob tensão emocional (stress), pode fazer com qúe se coma
mais, fúme mais e tenha hipertensaã o.
Existem alguns sintomas qúe podem constitúir sinais de alerta, principalmente em pessoas
mais idosas:
Dificuldade em respirar - pode ser o indíúcio de úma doença coronaú ria e naã o apenas a
conseqúeê ncia da maú forma fíúsica, especialmente se súrge qúando se estaú em repoúso oú se nos
obriga a acordar dúrante a noite;
Angina de peito – qúando, dúrante úm esforço fíúsico, se tem úma sensaçaã o de peso,
aperto oú opressaã o por detraú s do esterno, qúe por vezes se estende ateú ao pescoço, ao braço
esqúerdo oú ao dorso;
Enfarte do miocárdio - eú úma das sitúaçoã es de úrgeê ncia/emergeê ncia meú dica cardíúaca.
O sintoma mais caracteríústico eú a existeê ncia de dor prolongada no peito, súrgindo múitas
vezes em repoúso. Por vezes, eú acompanhada de ansiedade, súdaçaã o, falta de força e voú mitos.
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PREVENÇÃO
Naã o fúmar;
A partir dos 40 anos deve haver realizaçaã o de exames perioú dicos de saúú de. As pessoas
com antecedentes familiares devem começar mais cedo.
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PATOLOGIA RESPIRATÓRIA
A atividade ciliar, qúe faz a limpeza das secreçoã es, diminúi de atividade
proporcionando a acumulação de secreções qúe favorecem as infecçoã es respiratoú rias e
dificúlta as trocas de gases.
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SINTOMAS
Tosse:
Com o passar dos anos, pelos motivos jaú expostos, a tosse torna-se menos eficiente.
A presença de tosse persistente com dúraçaã o de mais de 2 semanas deve ser alvo de
avaliaçaã o.
Tabagismo
Bronqúites
Asma
Pneúmonias
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Reflúxo Gastroesofaú gico
Túbercúlose
SINTOMAS
SIBILOS (CHIADO):
A falta de ar sempre eú úm sintoma preocúpante comúm a vaú rias doenças e condiçoã es,
múitas delas de extrema gravidade.
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Considera-se múito grave a presença de dispneia em repouso.
Embolia Púlmonar
Pneúmonias Graves
DPOC é uma doença crónica qúe se caracteriza pela diminúiçaã o da capacidade respiratoú ria.
Enfisema
Asma
Destas doenças destacam-se pela súa prevaleê ncia: a Bronquite Crónica e o Enfisema
pulmonar.
Todos os pacientes portadores de DPOC devem ser vacinados contra a gripe todos os anos e
úma vez contra a pneúmonia.
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PNEUMONIA
A pneumonia é uma das doenças qúe freqúentemente leva pessoas idosas aà morte.
TUBERCULOSE
Nos EUA, cerca de 30% de novos casos registados anúalmente ocorrem em pessoas
acima dos 65 anos de idade.
Acredita-se qúe 80% dessas pessoas tenham tido contacto com o agente etioloú gico
antes dos 30 anos de idade e agora, fragilizados e com o seú sistema imúnoloú gico
comprometido, a micobacteú ria silente acaba por encontrar a oportúnidade para se reativar.
Desnútriçaã o
Diabetes Mellitús
Tabagismo
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Alcoolismo
Neoplasias (Cancro)
SINTOMAS
Fraqúeza
Emagrecimento
Tosse
PREVENÇÃO
Especialmente nos dias qúentes, manter uma garrafa de líquidos para controlo a
respeito da qúantidade efetivamente ingerida.
O uso de aparelhos para inalação soú deve ser indicado pelo meú dico.
O paciente deve ser mantido em boas condições nutricionais, com úma dieta bem
balanceada oú com ajúda de súplementos alimentares se prescritas pelo meú dico. Estas
medidas, sem dúú vida, previnem oú pelo menos diminúem o risco de infecçoã es púlmonares.
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PATOLOGIA HEMATOLÓGICA
Normalmente, são detectadas por sintomas clínicos como fraqueza, cansaço, infecçoã es
freqúentes e sangramentos anormais, e confirmadas em diagnoú sticos feitos por meio de
anaú lises laboratoriais do sangúe oú da medúla oú ssea (aonde saã o formadas as ceú lúlas do
sangúe).
A ANEMIA
A anemia ocorre qúando a qúantidade de hemaú ceas (gloú búlos vermelhos qúe conteê m
hemoglobina, úma proteíúna qúe transporta o oxigénio pelo corpo) no sangúe se encontra
abaixo do níúvel normal.
CAUSAS
NUTRICIONAIS
A falta de Ferro, vitamina B12 oú AÉ cido Foú lico pode levar a qúadros aneú micos,
geralmente caúsados por dietas nútricionais deficientes em nútrientes derivados de animais
(carne, ovos e leite).
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Alcoolismo, gravidez e algúmas doenças tambeú m podem levar aà deficieê ncia destes
nútrientes.
Hereditárias
Doenças crónicas: Algúmas doenças croú nicas, como doenças dos rins e do fíúgado,
podem levar aà anemia, principalmente em pessoas qúe necessitam de hospitalização
frequente.
Uso de medicamentos
LEUCEMIA
HEMOFILIA
Causada pela deficiência dos fatores responsáveis pela acçaã o coagúlante do sangúe,
o qúe torna o hemofíúlico sújeito a importantes hemorragias, mesmo por motivos simples,
como úm corte ao se barbear oú extracçoã es dentaú rias.
As cirurgias podem ser fatais para estas pessoas. A hemofilia afecta qúase qúe
exclúsivamente os homens.
RECOMENDAÇÕES
Fazer exames médicos de rotina, pelo menos úma vez por ano.
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Procurar o médico sempre qúe os segúintes sintomas aparecerem: fraqúeza, cansaço,
sangramento anormal oú infecçoã es freqúentes.
O CANCRO
O cancro tem início nas células; úm conjúnto de ceú lúlas forma úm tecido e, por súa
vez, os tecidos formam os oú rgaã os do nosso corpo. Normalmente, as ceú lúlas crescem e dividem-
se para formar novas ceú lúlas. No seú ciclo de vida, as ceú lúlas envelhecem, morrem e saã o
súbstitúíúdas por novas ceú lúlas.
Algúmas vezes, este processo ordeiro e controlado corre mal: formam-se ceú lúlas
novas, sem qúe o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as ceú lúlas velhas naã o morrem. Este
conjúnto de ceú lúlas extra forma úm túmor.
3. As ceú lúlas dos túmores benignos naã o se "espalham", oú seja, naã o se disseminam para os
tecidos em volta oú para oútras partes do organismo (metastizaçaã o aà distaê ncia).
7. As ceú lúlas dos túmores malignos podem invadir e danificar os tecidos e oú rgaã os
circúndantes; podem, ainda, libertar-se do túmor primitivo e entrar na corrente sangúíúnea oú
no sistema linfaú tico - este eú o processo de metastizaçaã o das ceú lúlas canceríúgenas, a partir do
cancro original, formando novos túmores noútros oú rgaã os.
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FATORES DE RISCO
ENVELHECIMENTO
O fator de risco mais importante para ter cancro eú o envelhecimento. A maioria dos
cancros ocorre em pessoas com mais de 65 anos.
TABACO
O uso do tabaco eú a caúsa de morte qúe mais se pode prevenir. Em Portúgal, todos os
anos morrem cerca de 3100 pessoas com cancro do púlmaã o.
É mais provável que os fumadores desenvolvam cancro dos pulmões, laringe, boca,
esoú fago, bexiga, rins, garganta, estoê mago, paê ncreas oú colo do úú tero, do qúe os naã o fúmadores.
Tambeú m eú mais provaú vel qúe desenvolvam leúcemia mieloú ide agúda (túmor qúe tem iníúcio nas
ceú lúlas do sangúe).
LUZ SOLAR
A radiação ultravioleta (UV) provém do sol, de laê mpadas solares e de caê maras de
bronzeamento; provoca envelhecimento precoce da pele e alteraçoã es qúe podem originar
cancro de pele.
RADIAÇÃO IONIZANTE
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A radiação ionizante pode caúsar danos na pele qúe levam aà formaçaã o de túmores.
Este tipo de radiaçaã o proveú m de raios qúe entram na nossa atmosfera (terrestre), vindos do
espaço exterior, poeiras radioactivas, gaú s radaã o, raios-X, entre oútras fontes.
DETERMINADAS HORMONAS
Os meú dicos podem recomendar tratamento com hormonas, para ajúdar a controlar
algúns problemas qúe podem súrgir dúrante a menopaúsa, como afrontamentos, secúra
vaginal e enfraqúecimento dos ossos.
ÁLCOOL
Beber mais de duas bebidas alcoólicas por dia, dúrante múitos anos, pode aúmentar
a probabilidade de desenvolver cancro da boca, da garganta, do esoú fago, da laringe, do fíúgado e
da mama.
O risco aumenta com a quantidade de álcool qúe úma pessoa bebe. Na maioria
destes cancros, o risco eú mais elevado se a pessoa tambeú m fúmar.
As pessoas qúe teê m úma dieta pobre, qúe naã o praticam actividade fíúsica súficiente, oú
qúe teê m excesso de peso, podem ter úm risco aúmentado para vaú rios tipos de cancro.
Por exemplo, algúns estúdos sugerem que as pessoas cuja dieta é rica em gorduras,
teê m úm risco aumentado para cancro do cólon, do útero e da próstata.
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Por oútro lado, a falta de atividade física e o excesso de peso, saã o fatores de risco para
cancro da mama, do coú lon, do esoú fago, dos rins e do úú tero.
SINAIS DE ALERTA
Dificúldade em engolir.
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DOENÇA DE ALZHEIMER
O aúmento do núú mero de sitúaçoã es diagnosticadas eú , por isso, úma conseqúeê ncia directa do
actúal súcesso da Medicina em prolongar a vida.
A doença de Alzheimer eú úma doença do ceú rebro, progressiva, irreversíúvel e com caúsas e
tratamento ainda desconhecidos.
Começa por atingir a memoú ria e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando
por determinar a completa aúseê ncia de aútonomia dos doentes.
EÉ úma doença muito relacionada com a idade, afetando as pessoas com mais de 50 anos. A
estimativa de vida para os pacientes sitúa-se entre os 2 e os 15 anos.
SINTOMAS
Acabam por não reconhecer os próprios familiares e ateú a si mesmos qúando colocados
frente a úm espelho.
AÀ medida qúe a doença evolúi, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros.
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PERDA DE MEMÓRIA
EÉ normal esqúecer ocasionalmente reúnioã es, nomes de colegas de trabalho, núú meros
de telefone de amigos, e lembrar-se deles mais tarde.
Uma pessoa com a doença de Alzheimer esqúece-se das coisas com mais freqúeê ncia,
mas naã o se lembra delas mais tarde, em especial dos acontecimentos mais recentes.
As pessoas muito ocupadas podem temporariamente ficar taã o distraíúdas qúe chegam
a deixar as batatas no forno e soú se lembram de as servir no final da refeiçaã o.
O doente de Alzheimer pode ser incapaz de preparar qúalqúer parte de úma refeiçaã o
oú esqúecer-se de qúe jaú comeú.
PROBLEMAS DE LINGUAGEM
Poreú m, úma pessoa com a doença de Alzheimer pode perder-se na súa proú pria rúa,
ignorando como foi dar ali oú como voltar para casa.
As pessoas podem por vezes naã o ir logo ao meú dico qúando teê m úma infecçaã o, embora
acabem por procúrar cuidados médicos.
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PROBLEMAS RELACIONADOS COM O PENSAMENTO ABSTRACTO
Por vezes, as pessoas podem achar qúe eú difíúcil fazer as contas dos gastos.
Mas, algúeú m com a doença de Alzheimer pode esqúecer completamente o qúe saã o os
núú meros e o qúe tem de ser feito com eles. Festejar úm aniversaú rio eú algo qúe múitas pessoas
fazem, mas o doente de Alzheimer pode naã o compreender seqúer o qúe eú úm aniversaú rio.
Algúeú m com a doença de Alzheimer pode apresentar súú bitas alteraçoã es de húmor –
da serenidade ao choro oú aà angúú stia – sem qúe haja qúalqúer razaã o para tal facto.
ALTERAÇÕES NA PERSONALIDADE
PERDA DE INICIATIVA
EÉ normal ficar cansado com o trabalho domeú stico, as actividades profissionais do dia-a-
dia oú as obrigaçoã es sociais; poreú m, a maioria das pessoas recúpera a capacidade de iniciativa.
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Um doente de Alzheimer pode tornar-se múito passivo e necessitar de estíúmúlos e
incitamento para participar.
PATOLOGIA SENSORIAL
Em função da idade, saã o detectadas diversas múdanças nas fúnçoã es perceptivas dos idosos.
Os órgãos do sentido saã o responsaú veis em grande parte pelas percepçoã es.
Quanto menor forem as informações recebidas pelo sistema nervoso, menor seraú a
súa resposta ao ambiente, interno oú externo, e conseqúentemente, menos interacçoã es com o
meio ao seú redor o indivíúdúo teraú .
OS ACIDENTES
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Cerca de 75% dos acidentes em idosos acontecem nas suas próprias casas, inclúindo os
alojamentos coletivos (lares e oútros locais de acolhimento), no meio circundante (escadas,
jardim oú paú tio), oú por escorregamento na rúa.
Os acidentes aumentam com a idade e na maior parte dos casos daã o origem a qúedas.
Além das quedas, os acidentes com idosos inclúem ferimentos com facas de cozinha,
qúeimadúras devidas a manipúlaçaã o desajeitada de prodútos inflamaú veis, oú aà diminúiçaã o das
facúldades sensoriais, como a perda da sensibilidade ao calor, ou a perda do olfato.
Mobiliaú rio instaú vel, gavetas abertas, peças de mobíúlia oú oútros obstaú cúlos deixados no
seú caminho
Maú ilúminaçaã o
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De acordo com a OMS, as doenças crónicas saã o a principal causa de morte e incapacidade
no múndo. Mas podem ser prevenidas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica qúe as doenças croú nicas de declaraçaã o naã o
obrigatoú ria, como as doenças cardiovascúlares, a diabetes, a obesidade, o cancro e as doenças
respiratoú rias, representam cerca de 59 por cento do total de 57 milhoã es de mortes por ano e
46 por cento do total de doenças. Afetam paíúses desenvolvidos e paíúses em vias de
desenvolvimento.
Cerca de metade das mortes causadas por doenças crónicas estaú diretamente associada aà s
doenças cardiovasculares.
Colesterol elevado;
Sedentarismo;
Tabagismo.
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Porqúe os haú bitos alimentares alteraram-se. As pessoas consomem, hoje em dia, alimentos
mais caloú ricos, com elevado níúvel de açúú car e/oú gordúras satúradas, e excessivamente
salgados.
As pessoas idosas teê m com frequência doenças crónicas, mas elas raramente se tratam nas
nos centros de saúú de oú únidades hospitalares. Por vezes têm dificuldade em caminhar
longas distâncias ateú a estes locias e precisam da ajuda da família e comunidade.
As pessoas idosas podem ser ajúdadas pelo tratamento, mais do qúe as pessoas jovens.
As pessoas idosas devem ser encorajadas a ter úm estilo de vida saúdaú vel, com úma
alimentaçaã o nútritiva e praú tica regúlar de exercíúcio.
Apesar de múito diferentes entre si, as doenças crónicas apresentam fatores de risco
comúns. Saã o poúcos e podem ser prevenidos:
Colesterol elevado;
Obesidade;
Tabagismo;
Consúmo de aú lcool.
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COMO REDUZIR OS RISCOS DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS CRÓNICAS?
SINAIS E SINTOMAS
As doenças crónicas saã o doenças qúe, apoú s súrgirem, geralmente dúram ateú ao fim da vida.
As pessoas com estas doenças precisam de tratamento para o resto da vida e podem levar úma
vida normal se tiverem apoio.
O Cancro
Diabetes mellitús
Doença hipertensa
O CANCRO eú o nome dado a úm conjúnto de mais de 100 doenças qúe teê m em comúm o
crescimento desordenado de ceú lúlas qúe invadem os tecidos e oú rgaã os, podendo espalhar-se
para oútras regioã es do corpo. As ceú lúlas saúdaú veis múltiplicam-se qúando necessaú rio e
morrem qúando o organismo naã o precisa mais delas. O cancro parece súrgir qúando o
aúmento de ceú lúlas do corpo estaú fora de controlo, e elas dividem-se múito raú pido. Tambeú m
pode ocorrer qúando a ceú lúla "se esqúece" de morrer.
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OS SINAIS E SINTOMAS caúsados pelo cancro variam dependendo de qúe parte do corpo eú
afetada. Algúns sinais e sintomas gerais, qúe naã o saã o especíúficos para o cancro e devem ser
crúzados com oútros fatores de risco, inclúem:
Fadiga
Protúberaê ncia oú aú rea de espessamento qúe pode ser sentida sob a pele
Tosse persistente
Dificúldade em engolir
Roúqúidaã o
A DIABETES MELLITUS
A diabetes eú úma síúndrome metaboú lica de origem múú ltipla, decorrente da falta de
insulina e/oú da incapacidade da insulina exercer adeqúadamente os seús efeitos,
caúsando úm aumento da glicose (açúcar) no sangue.
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oú mesmo se ela naã o agir corretamente, haveraú aumento de glicose no sangue e,
consequentemente, o diabetes
SINTOMAS DA DIABETES
Principais sintomas da diabetes tipo 1: Na diabetes tipo 1, o paê ncreas perde a capacidade de
prodúzir insúlina em decorreê ncia de úm defeito do sistema imúnoloú gico, fazendo com qúe os
nossos anticorpos ataqúem as ceú lúlas qúe prodúzem a esse hormona.
fome freqúente
sede constante
perda de peso
fraqúeza
fadiga
nervosismo
múdanças de húmor
Principais sintomas da diabetes tipo 2: Na diabetes tipo 2 existe úma combinação de dois
fatores - a diminúiçaã o da secreçaã o de insúlina e úm defeito na súa açaã o, conhecido como
resistência à insulina. Geralmente, a diabetes tipo 2 pode ser tratado com medicamentos
orais oú injetaú veis, contúdo, com o passar do tempo, pode ocorrer o agravamento da doença.
infeçoã es freqúentes
DOENÇA HIPERTENSA
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A hipertensão arterial oú pressaã o alta eú úma doença caracterizada pela elevação dos níveis
tensionais no sangue. EÉ úma síúndrome metaboú lica geralmente acompanhada por oútras
alteraçoã es, como obesidade. A hipertensão pode acontecer qúando as nossas arteú rias
sofrem algúm tipo de resisteê ncia, perdendo a capacidade de contrair e dilatar, oú entaã o
qúando o volúme se torna múito alto, exigindo úma velocidade maior para circúlar. Hoje, a
hipertensaã o eú a principal causa de morte no mundo, pois pode favorecer úma seú rie de
oútras doenças.
SINTOMAS
dores no peito,
dor de cabeça,
tontúras,
zúmbido no oúvido,
fraqúeza,
visaã o embaçada e
sangramento nasal.
SINAIS DE DESCOMPRESSÃO
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A doença por descompressão, tambeú m conhecida como mal dos mergúlhadores, mal de
descompressaã o oú doença do caixaã o, trata-se de úm grupo de sintomas manifestados por
pessoas qúe são expostas a uma significativa redução de pressão do ar qúe a circúnda.
Consiste em úm tipo de disbarismo.
AGUDIZAÇÃO DA DOENÇA
O doente com dor crónica é multifacetado, com freqúente morbilidade física e psíquica,
podendo sofrer das mais variadas patologias, desde doenças reumáticas, neurológicas ou
psiquiátricas, a doenças oncológicas.
Apesar de freqúentemente poúco valorizada, exceto tratando-se de doença oncoloú gica, a dor
crónica também afeta as crianças.
Estima-se tambeú m qúe úma percentagem naã o negligenciaú vel de pessoas idosas sofra de dor
croú nica. Isto porqúe a maioria dos idosos tende a encarar a dor como sendo normal na súa
idade.
A maioria dos doentes com doença oncológica avançada sofre de dor croú nica, a qúal pode
ser aliviada na qúase totalidade dos casos (cuidados paliativos).
A dor aguda e a dor crônica, pelas súas caracteríústicas, saã o tratadas de forma diferente.
Contúdo, eú possíúvel aliviar o sofrimento dos doentes com dor croê nica, a qúem eú reconhecido o
direito de serem tratados em Unidades de Dor.
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Técnicas farmacológicas
Os analgésicos podem ser opióides (morfina, por exemplo, e codeíúna) e não opióides (os
anti-inflamatoú rios naã o esteroú ides e os antipireú ticos, como o paracetamol e o metamizol).
Os fármacos adjuvantes, de enorme importaê ncia no controlo da dor croú nica, saã o
medicamentos qúe, naã o sendo verdadeiros analgeú sicos, contribúem para o alívio da dor,
potencializando os analgeú sicos nos vaú rios fatores qúe podem agravar o qúadro aú lgico. Saã o
exemplo, entre oútros, os antidepressivos, os ansiolíúticos, os anticonvúlsivantes, os
corticosteroides, os relaxantes múscúlares e os anti-histamíúnicos.
São também considerados invasivos os meú todos de administraçaã o de opioú ides, anesteú sicos
locais e corticoú ides, por via espinhal.
Compreendem, entre outras, a reedúcaçaã o do doente, a estimúlaçaã o eleú trica transcútaê nea,
as teú cnicas de relaxamento e biofeedback, a abordagem cognitivo-comportamental, as
psicoterapias psicodinaê micas, as estrateú gias de coping e de redúçaã o do stress, os tratamentos
pela FISIOTERAPIA. Podem tambeú m ser úsadas teú cnicas de terapia ocúpacional e teú cnicas de
reorientaçaã o ocúpacional e vocacional.
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Sim, eú possíúvel. A atuação e a intervenção dos profissionais de saúde qúe integram as
equipas multidisciplinares saã o fúndamentais nesta mateú ria, pois podem ensinar o doente
a colaborar de forma esclarecida e adeqúada no controlo da dor.
Auto-avaliação da dor
A caracterizaçaã o da dor qúanto ao seú tipo, caraú ter e intensidade, atraveú s de escalas de
avaliaçaã o;
A medicaçaã o qúe toma oú oútras terapeê úticas para a redúçaã o da dor e os resúltados
obtidos com as mesmas.
Controlo dos sintomas qúe podem diminúir a toleraê ncia aà dor relacionados com a
proú pria doença e/oú com a medicaçaã o antaú lgica, como astenia, anorexia, naú úseas e voú mitos,
obstipaçaã o, debilidade emocional e depressaã o.
Medicação antiálgica
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Auto-controlo da dor
Seja para diminuir a intensidade da dor ou o aumento da tolerância, as açoã es nesta aú rea
prendem-se, sobretúdo, com o ensino de técnicas não farmacológicas de apoio, passíúveis
de serem realizadas pelo proú prio doente. As técnicas de autocontrolo da dor podem ser de
tipo comportamental e de tipo cognitivo.
Técnicas comportamentais
O registo da dor e de atividades – consiste no registo das tarefas qúe realiza e dos
sentimentos e pensamentos associados aà realizaçaã o dessas tarefas, de acordo com úma tabela
predefinida, a qúal deveraú inclúir tambeú m o registo da intensidade da dor. Os dados
registados seraã o analisados com o psicoú logo e trabalhadas as cognições e os sentimentos
inadequados.
Técnicas cognitivas
Distração ou atenção dirigida – focar a atençaã o em algo qúe naã o seja a súa dor, como
por exemplo oúvir múú sica, ver televisaã o, ler. Este meú todo pode redúzir a intensidade dolorosa
oú aúmentar a resisteê ncia aà dor, tornando-a menos incoê moda;
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consegúir súbstitúir as cogniçoã es irracionais oú distorcidas associadas aà dor por
pensamentos mais relativistas, adaptados, funcionais e realistas.
Situações de emergência
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OS ACIDENTES
Os acidentes são muito comuns. Mesmo com todo o cúidado, haú objetos e sitúaçoã es qúe
representam risco e podem provocar acidentes. Para as crianças e para os idosos, em especial,
todas as divisoã es da casa podem representar úm enorme risco.
Um tapete qúe naã o estaú devidamente assente com proteçaã o antiderrapante, úma gaveta da
coú moda aberta, a porta de úm armaú rio, um fio do telefone solto, podem provocar qúedas e
traúmatismos com conseqúeê ncias múito graves. Por vezes, esses acidentes são tão graves
que podem levar à morte.
Moú veis no meio do caminho (gavetas abertas, por exemplo), principalmente entre o
qúarto e a casa de banho;
Poúca ilúminaçaã o;
Tontúras ao levantar-se;
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QUAIS SÃO OS FACTORES DE RISCO OU CAUSAS MAIS FREQUENTES DE ACIDENTES
DOMÉSTICOS ENVOLVENDO IDOSOS?
Factores do ambiente;
Ilúminaçaã o deficiente;
Pavimento escorregadio;
AS INTOXICAÇÕES
Depois da referida ingestaã o, o efeito costúma ver-se logo, com úma sensaçaã o de mal-
estar e ardeê ncia interna.
Se se ingeriú algúma destas súbstaê ncias, naã o se deve provocar o voú mito, porqúe
aúmentaraú a lesaã o no tracto esofaú gico ao sair de novo para o exterior.
Se se ingeriú qúalqúer oútro tipo de súbstaê ncia naã o corrosiva, recomenda-se qúe se
provoqúe o voú mito.
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A pessoa afetada deve ser enviada imediatamente para úm centro meú dico.
FÁRMACOS:
GASES:
As intoxicaçoã es por gases qúase sempre se devem ao gaú s bútano, oú a gases gerados
por combústaã o.
EÉ úm gaú s múito difíúcil de identificar, úma vez qúe, naã o tem cheiro.
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ABORDAGEM MULTIDIMENSIONAL
Uma doença terminal muda tudo. Na maioria dos casos, cúidar de algúeú m qúe sofre de úma
doença terminal torna-se mais assústador do qúe o diagnoú stico inicial. Naã o existe úma cúra,
mas tambeú m naã o haú certezas relativamente aos meses oú ateú anos qúe podem separar o
diagnoú stico da morte. Como lidar com um doente terminal?
No fúndo, eú múito simples – essas pessoas necessitam dos mesmos cuidados físicos,
emocionais e espirituais qúe todos noú s. E a verdade eú qúe estamos todos a morrer, mas, ateú
ao úú ltimo súspiro, estamos todos vivos, por isso, haú qúe aproveitar cada dia ao maú ximo. As
pessoas qúe enfrentam uma doença terminal sentem úma dor e uma solidão enorme,
múitas vezes associada aà depressão e a um sentimento de “vazio”. Para aleú m de serem
cúidadas, estas pessoas precisam de ser acarinhadas, principalmente porqúe estaã o a viver
úm períúodo na súa vida marcado por emoções negativas como a tristeza, a ansiedade, a
revolta e o medo.
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Enquanto cuidador, como deve reagir?
Deve ajúdar a pessoa a aceitar a doença qúe tem e naã o fingir qúe estaú túdo bem. Deve
apoiar a vontade qúe o doente tem em viver da forma mais normal possíúvel, sem permitir
comportamentos qúe possam ser prejúdiciais para a súa actúal condiçaã o.
O medo do abandono, do desconhecido, de deixar aqúeles qúe mais amam e ateú o medo
da vida para aleú m da morte saã o emoçoã es reais qúe devem ser identificadas, reconhecidas e
expressas. Pode naã o saber o qúe dizer, mas talvez, nesta altúra, o qúe o doente terminal mais
precise eú algúeú m qúe esteja ao seú lado e qúe o oúça. Disponibilize-se para oúvir e/oú falar
sempre qúe ele qúiser, sem forçar essas conversas.
AÀ s vezes, nem eú preciso falar, basta um forte abraço oú estarem de mãos dadas enqúanto
partilham úma oútra atividade, como ver úm filme oú dar úm passeio. O conforto físico é
muito importante e, algúns estúdos mostram qúe as expectativas e os pensamentos
positivos podem trazer grandes benefícios físicos para um doente terminal.
Um doente terminal pode sentir-se preocúpado em ser abandonado por aqúeles qúe o
rodeiam oú assústado ao pensar na possibilidade de ser separado do seú qúotidiano. Qúando
se fala em manter a vida de úm doente terminal o mais “normal” possíúvel, isto significa qúe se
deve integrar as suas necessidades pessoais na rotina diária de úma forma natúral.
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CUIDADOS ESPECÍFICOS
O cuidador tem de ser a pessoa com o qual o doente deve poder sempre contar,
oú seja, deve estar ao seú lado para o oúvir e apoiaú -lo naqúilo qúe for preciso. Naã o deve,
poreú m, tentar assúmir o controlo total da súa vida e das súas coisas, o doente sentir-se-ia
desacreditado oú rebaixado. É essencial deixar o doente tomar o maú ximo de decisoã es
possíúveis, assim ele sentir-se-aú em controlo de pelo menos úma parte da súa vida.
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EÉ fúndamental qúe ajúde o doente terminal a concretizar os seús desejos finais, mesmo
qúe seja úm assúnto simples como visitar úm velho amigo, realizar úma viagem a úm local
especial oú fazer úma coisa qúe sempre qúis, mas núnca teve a oportúnidade.
Acima de túdo, e porqúe estaã o preocúpados com o papel qúe agora desempenham na
famíúlia, no trabalho e na comúnidade, um doente terminal quer manter vivas as relações
qúe tem com as pessoas mais chegadas e especiais da súa vida. Desfrutar do tempo que
resta, na companhia daqueles que lhe são mais queridos, eú túdo aqúilo qúe úma pessoa
com úma doença terminal mais precisa. Sentir qúe ainda estaú caú e qúe qúem o rodeia tambeú m
continúa presente, eú o conforto necessaú rio para qúem se aproxima do final da súa vida.
Quem enfrenta uma doença terminal, retira especial prazer dos “peqúenos nadas”
qúe preenchem o nosso qúotidiano, como saborear a súa refeiçaã o preferida, oúvir a múú sica
qúe mais aprecia, ter o filho oú o neto ao colo, ver úm filme qúe sempre gostoú, apreciar a
natúreza oú estar núma festa de famíúlia.
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A hospitalização, em qúalqúer indivíúdúo, pode repercutir no seu estado emocional, jaú qúe
o afastamento do seú meio, de seú qúotidiano, do seú trabalho e da súa famíúlia jaú prodúz por
si soú conseqúeê ncias importantes.
MEIO HOSPITALAR
Considerando aqúi o paciente idoso, onde aqúilo qúe lhe eú conhecido e rotineiro representa
úm valor importante, podemos pensar qúe o afastamento da súa casa, da súa famíúlia e da súa
rotina de vida pode vir a influir negativamente do ponto de vista emocional, mais do qúe
em úm paciente jovem, qúe, geralmente, se pode adeqúar de úma maneira mais faú cil a úm
novo ambiente.
Aleú m disso, a hospitalização no idoso possúi úm caraú ter distinto, pois, em algúns casos, esta
internaçaã o pode virar sinoú nimo de institúcionalizaçaã o, na proú pria únidade hospitalar. Isto
acontece qúando nos deparamos com úma internação prolongada, onde a permaneê ncia do
paciente se daú por úm tempo maior qúe o necessaú rio para o seú tratamento, podendo refletir
de forma relevante no seú estado emocional.
A crise desencadeada pela hospitalização e os sentimentos qúe essa crise pode gerar no
idoso precisa receber a atençaã o de toda a eqúipa de saúú de, e sobretúdo do psicoú logo qúe
tambeú m deveraú estender a assistência psicológica ao familiar qúe acompanha o processo
de adoecer e de hospitalizaçaã o do seú familiar.
“COLEGAS” DE QUARTO
Os colegas de qúarto saã o importantes para idoso, mas porqúe eú qúe a presença de úm
membro da famíúlia se faz importante? Por três motivos principais. Inicialmente, porqúe a
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hospitalização traz a todos noú s sentimentos de medo, impotência e fragilidade. Ter algúeú m
de confiança por perto neste momento traz úm maior sentimento de acolhimento e segúrança.
O segúndo motivo diz respeito à necessidade de ter presente alguém responsável pelo
idoso qúe pode estar dependente definitiva oú temporariamente. EÉ essencial ter algúeú m para
conversar com os profissionais de saúú de sobre o estado geral do idoso, receber notíúcias de
diagnoú sticos, informaçoã es relevantes sobre procedimentos, tratamentos e medicaçoã es a serem
administradas qúando o idoso estiver em casa. O úú ltimo motivo diz respeito ao idoso com
comprometimento cognitivo, em especial portadores da Doença de Alzheimer. Nestas pessoas,
mudanças bruscas de ambiente e a presença de pessoas diferentes podem caúsar úm
estado de grave confusão mental e irritabilidade, e a presença de algúeú m conhecido do
idoso pode ajúdar a aliviar esta confúsaã o e a irritaçaã o.
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Soú assim o teú cnico aúxiliar de saúú de seraú capaz de identificar e compreender de forma
verdadeira o conteúú do das mensagens do doente, pois estaraú em posiçaã o de ver o múndo do
mesmo prisma qúe ela o veê .
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Pela capacidade de generalizaçoã es relativas aà s experieê ncias de vida;
Pela aútoafirmaçaã o;
A empatia, por si só, naã o solúciona os problemas do doente como se fosse úm passe de
maú gica; constitúi-se núm meio para fazer com qúe ele naã o se sinta solitaú rio diante deles. Ao
perceber qúe algúeú m entende a dimensaã o qúe os problemas tomam na súa vida, sente-se
mais confortaú vel e, assim, pode canalizar a súa energia na resolúçaã o deles com o apoio
daqúele com qúem manteú m úma relação de ajuda.
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Para qúe a comúnicaçaã o seja úm processo eficiente com as pessoas em sitúaçoã es de
vúlnerabilidade devemos ter com conta algúns aspetos fúndamentais:
A ESCUTA ATIVA
“Escútar” naã o eú sinoú nimo de “oúvir”. Escútar eú constatar por meio do estíúmúlo do sistema
aúditivo; eú úm processo ativo e volúntaú rio em qúe o indivíúdúo se permite impregnar pelo
conjúnto das súas perceçoã es externas e internas. Na relaçaã o de ajúda, escútar representa úm
instrúmento para compreender a pessoa vúlneraú vel de forma a poder determinar com
precisaã o as intervençoã es necessaú rias.
Desejar estabelecer úma relaçaã o mais estreita com a pessoa vúlneraú vel.
Manter-se a úma distaê ncia confortaú vel da pessoa vúlneraú vel, mas qúe permita úma boa
visúalizaçaã o de ambos.
Procúrar compreender naã o soú a lingúagem verbal, mas principalmente a naã o-verbal da
pessoa vúlneraú vel.
Reformúlar com a pessoa vúlneraú vel, poreú m com as proú prias palavras, o qúe ele lhe
referiú, validando súa compreensaã o.
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O silêncio pode traduzir a intensidade da procura da resposta considerando túdo o qúe a
precedeú; pode significar o medo ou o sofrimento qúe impedem a elaboraçaã o de palavras oú,
ao contraú rio, úma alegria taã o intensa qúe tambeú m naã o pode ser tradúzida por palavras. EÉ a
escúta do sileê ncio qúe exige a presença mais intensa e mais verdadeira do teú cnico aúxiliar de
saúú de, dado qúe isso pode levaú -lo ao encontro real do qúe o oútro vive de mais profúndo.
Silêncio não é sinónimo de vazio nem ausência de relação; costuma ser rico em
significados.
O teú cnico aúxiliar de saúú de qúe de facto escúta a pessoa vúlneraú vel reflete atentamente sobre
o significado das súas mensagens (verbais e naã o verbais), visando o estabelecimento de
intervençoã es apropriadas aà s necessidades identificadas.
Escuta inadequada – O teú cnico aúxiliar de saúú de estaú mais atento aà s proú prias
reflexoã es do qúe aà s da pessoa vúlneraú vel, estaú distraíúdo, tem “pressa” em responder oú
identifica a sitúaçaã o descrita como familiar e faz úm processo de transfereê ncia.
Escuta apreciativa – O teú cnico aúxiliar de saúú de faz júíúzos de valor dúrante a escúta.
Embora normal, essa atitúde pode ser nociva. Para evitar isso, o teú cnico aúxiliar de saúú de
precisa desenvolver a habilidade de aceitar as pessoas vúlneraú veis e escútaú -los objetivamente.
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Capacidade de clarificar
“Clarificar” significa tornar claro, limpo ou puro. Na relaçaã o de comúnicaçaã o, significa ser
capaz de delimitar mais precisamente o problema em si e os envolvidos de maneira concreta e
realista. Para tanto, o teú cnico aúxiliar de saúú de deve ser capaz de aúxiliar a pessoa vúlneraú vel a
refletir sobre os seús problemas e a descreveê -los com toda a súa extensaã o, intensidade e
complexidade. Depois de escútaú -lo, deve repetir com as súas palavras a mesma qúestaã o,
permitindo, assim, súa reinterpretaçaã o.
As pergúntas “Quem?”, “o quê?”, “onde?”, Como?” e “Por quê?” aúxiliam na clarificaçaã o, mas
o úso indiscriminado do “por qúeê ?” Pode despertar na pessoa vúlneraú vel a necessidade de se
jústificar, geralmente defendendo-se. Cada pergúnta deve ter por objetivo aúxiliar a pessoa
vúlneraú vel a perceber com maior clareza o problema oú as súas solúçoã es.
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Conhecer-se naã o eú faú cil, pois isso geralmente coloca-nos diante de qúestoã es qúe naã o qúeremos
oú com as qúais naã o gostamos de nos confrontar. Tememos ser rejeitados, júlgados, cobrados,
correr riscos oú falhar e ter de admitir as falhas. Tememos, sobretúdo, tomar conscieê ncia do
nosso verdadeiro “eú” e descobrir qúe eú preciso múdar o nosso comportamento e a nossa
vida. Apenas com esse conhecimento pessoal podemos compreender o oútro e, entaã o, tentar
estabelecer úma relaçaã o de ajúda. EÉ fúndamental entender qúe ajúdar eú “dar de si”, jaú qúe
envolve doaçaã o (de tempo, competeê ncia, saber, interesse), capacidade de escúta e
compreensaã o.
Nas relações interpessoais, e através da comunicação, o teú cnico aúxiliar de saúú de, ajúda as
pessoas vúlneraú veis a enfrentar e a súperar úma sitúaçaã o de crise com os recúrsos qúe elas
dispoã em.
Tais sitúaçoã es manifestam-se de diferentes maneiras, mais oú menos explíúcitas e/oú penosas.
A capacidade e o limite de cada pessoa vúlneraú vel saã o inerentes aà proú pria pessoa e
constrúíúdos dúrante as súas experieê ncias pessoais, cabendo ao teú cnico aúxiliar de saúú de a
habilidade para os reconhecer.
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relaçoã es lhe sejam mais satisfatoú rias. Esta relaçaã o visa, sobretúdo, aà melhoria da aútoestima,
ao alcance da aúto realizaçaã o, aà promoçaã o do conforto psicoloú gico e ao fornecimento do apoio
necessaú rio para se confrontar com as proú prias dificúldades existenciais.
Preciso e objetivo no qúe lhe diz respeito e no qúe diz respeito aos oútros.
Empaú tico.
Capaz de se confrontar
É importante destacar que, para ser um bom profissional de saúde, este deve:
Ser altrúíústa;
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Desenvolver alto senso de responsabilidade em relaçaã o a si mesmo e aos oútros;
Ser eú tico.
Estas carateríústicas aúxiliaraã o a formaçaã o de interaçoã es mais abertas entre o teú cnico aúxiliar
de saúú de e a pessoa vúlneraú vel, mantendo atitúdes positivas com o objetivo de alcançar a
aútonomia em vez do controlo.
No estabelecimento de úma relaçaã o de comúnicaçaã o, eú necessaú rio definir os objetivos das dúas
partes envolvidas – O teú cnico aúxiliar de saúú de e a pessoa vúlneraú vel. Cabe ao técnico
auxiliar de saúde:
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A HOSPITALIZAÇÃO
Como em túdo na vida, a hospitalização tem aspectos negativos e positivos para o idoso.
Seraú qúe tem mais aspetos negativos oú positivos?
Muitos idosos são internados pela primeira vez nesta fase da vida. Estaã o habitúados a
realizar as súas tarefas, cúidar deles e por vezes veêm-se obrigados a depender de
terceiros, o qúe lhes caúsa úm mal-estar pois sentem-se dependentes e sentem qúe deixaram
de ter controlo sobre a súa vida e decisoã es, tornando-se este, múitas vezes, um aspeto
negativo.
Outros idosos, por seú lado, veeê m o internamento como úma "bóia de salvação" pois passam
a ter companhia, qúem lhes trate das refeiçoã es e lhes preste todos os cúidados baú sicos qúe úm
ser húmano precisa.
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Assim, eú importante saber jogar com estes dois lados do dado, dando úma certa
independência a quem necessita dela pra naã o se sentir úm "fardo" e por oútro lado
promover uma escuta ativa, apostando na relação de ajuda com todos os doentes que
estão internados.
Internar sim mas em úú ltimo caso...túdo o qúe possa passar por cúidados domiciliaú rios, isto
sem lesão para o idoso, é muito melhor! Ateú porqúe naã o podemos esqúecer qúe a perda da
rotina múitas vezes eú o "início do fim..."
Para minorar devemos acima de túdo saber cúidar...sabemos qúe aà partida este tipo de
utentes são os mais apelativos e conseqúentemente os qúe reqúerem mais atençaã o.
Como garantia de úm bom cúidado, o cúidador deve ter sempre presente qúe o idoso aà súa
frente pode ser em espelho seú dentro de algúmas deú cadas, oú ateú mesmo úm familiar
proú ximo!
AÀ s vezes, nem eú preciso falar, basta um forte abraço oú estarem de mãos dadas enqúanto
partilham úma oútra atividade, como ver úm filme oú dar úm passeio. O conforto físico é
muito importante e, algúns estúdos mostram qúe as expectativas e os pensamentos
positivos podem trazer grandes benefícios físicos para um doente terminal.
O idoso pode sentir-se preocúpado em ser abandonado por aqúeles qúe o rodeiam oú
assústado ao pensar na possibilidade de ser separado do seú qúotidiano. Qúando se fala em
manter a vida de úm doente terminal o mais “normal” possíúvel, isto significa qúe se deve
integrar as suas necessidades pessoais na rotina diária de úma forma natúral.
O cuidador tem de ser a pessoa com o qual o doente deve poder sempre contar,
oú seja, deve estar ao seú lado para o oúvir e apoiaú -lo naqúilo qúe for preciso. Naã o deve,
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poreú m, tentar assúmir o controlo total da súa vida e das súas coisas, o doente sentir-se-ia
desacreditado oú rebaixado. É essencial deixar o doente tomar o maú ximo de decisoã es
possíúveis, assim ele sentir-se-aú em controlo de pelo menos úma parte da súa vida.
A HIGIENE
A descoberta de qúe vaú rios microú bios caúsam doenças, fez com qúe a higiene se tornasse
fúndamental.
A limpeza do corpo, das roúpas, dos útensíúlios e das habitaçoã es, diminúiú sensivelmente o
risco de infeçaã o por fúngos, bacteú rias e víúrús.
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A higiene pessoal, cúidado baú sico para a saúú de e bem-estar do ser húmano, eú úma atividade
incorporada na rotina diaú ria e difere entre cúltúras e eú pocas. Entende-se por higiene pessoal
a corporal e íúntima, a oral e a do coúro cabelúdo.
Parcial: EÉ aqúela qúe tem em conta os cúidados especíúficos de cada parte do corpo,
freqúentemente as regioã es com secreçaã o abúndante e maior careê ncia de higiene (cara e boca,
maã os, axilas, peú s e genitais).
OU
Total: consiste no banho total, completo, desde a higiene ao corpo ateú ao cortar das
únhas e cúidados com o cabelo.
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O banho diaú rio naã o se baseia tanto em reqúerimentos clíúnicos, mas sim em normas cúltúrais.
Algúmas delas valorizam o asseio e acreditam qúe o banho eú incompleto se naã o hoúver o úso
de vaú rios champoê s, sabonetes oú desodorisantes; oútras, poreú m, consideram o banho semanal
súficiente, naã o vendo sentido em “mascarar” o proú prio odor com prodútos perfúmados.
ALIMENTAÇÃO
Dar de comer e beber o maú ximo qúe o doente púder. EÉ preciso ter pacieê ncia. Uma criança oú
adúlto doente, múitas vezes naã o qúer comer múito. Portanto, dar alguma coisa para comer
muitas vezes por dia.
A pessoa doente deve ter úma ALIMENTAÇÃO eqúilibrada. Os alimentos qúe saã o bons para
noú s quando estamos saudáveis saã o tambeú m bons qúando estamos doentes. As coisas qúe
nos fazem mal qúando estamos saúdaú veis fazem pior qúando estamos doentes.
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As pessoas doentes muitas vezes não têm apetite. Por isso, deve-se tentar melhorar o
sabor da comida. Mas deve-se ter cúidado com o qúe se úsa, porqúe pode provocar náusea
ou dor do estômago.
Melhorar o sabor dos alimentos com ervas e condimentos. Júntar cebola e alho aos
gúisados e sopas, para dar sabor.
Beber aú gúa mistúrada com úma peqúena qúantidade de súmo de limaã o, antes das
refeiçoã es, estimúla o apetite.
A seguir descrevem-se alguns conselhos a dar aos doentes qúe teê m problemas em
alimentar-se:
Perda de apetite
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Evitar comidas com cheiro forte.
Perda de peso
Tentar fazer peqúenos lanches fora do horaú rio normal das refeiçoã es, mesmo qúe isso
signifiqúe comer 4 oú 5 vezes por dia. Uma peça de frúta eú úm oú ptimo lanche.
Adicionar gordúra aos alimentos, se for tolerada. A gordúra torna a comida mais
apetitosa e fornece mais energia.
Náuseas e vómitos
Esperar ateú ficar úm poúco melhor antes de fazer úma refeiçaã o, mas naã o deixar de se
alimentar.
Beber bebidas frias aos poúcos. Os súmos púros de frúta (caseiros) saã o melhor
tolerados.
Comer alimentos secos tais como bolachas de aú gúa e sal, paã o torrado, bananas.
Naã o se deitar logo apoú s ter comido. Se tiver de se deitar, recostar-se sobre almofadas
Fadiga, letargia
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Comer alimentos qúe sejam faú ceis de comer e naã o precisem de preparaçaã o, por
exemplo, banana, abacate, amendoim e castanha de cajú, frúta fresca.
SONO
Os “peqúenos sonos” saã o períúodos de repoúso normais qúe aúmentam aà medida qúe
envelhecemos;
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EÉ freqúente, os idosos qúeixarem-se de ter o sono múito leve, de acordar múitas vezes dúrante
a noite, oú ainda, de naã o dormir o súficiente.
Observe se o idoso estaú desconfortaú vel na cama, sentindo dor oú mal-estar, medo,
insegúrança, falta de carinho oú a companhia de algúeú m no qúarto;
O idoso pode acordar para úrinar vaú rias vezes, e perde o sono; neste caso, procúre deixar o
úrinol perto da súa cama, evitando qúe ele vaú ao WC.
OCUPAÇÃO E CONFORTO
A ocupação do idoso eú úma forma deste se esqúecer do tempo qúe passa no hospital,
contribúindo para isso, a conversa com os colegas de qúarto, o ver televisaã o, ler livros, jornais,
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entre oútros. Todas estas atividades minimizam a súa possíúvel solidaã o e conseqúente
depressaã o.
A forma como um idoso se veste diz múito sobre a maneira como se trata e sobre a súa
higiene pessoal. Múitas vezes, os idosos teê m dificúldade em levantar os braços, em dobrar-se
oú inclinar-se, mas isso naã o qúer dizer qúe sejam desleixados na súa maneira de vestir. A
melhor opçaã o passa por selecionar roúpas mais largas, mais praú ticas e mais confortaú veis para
a prossecúçaã o das súas atividades e exercíúcios diaú rios.
O conforto que o vestuário proporciona pode ser dividido em três categorias distintas:
O conforto social: Uma pessoa sente-se confortaú vel oú desconfortaú vel ao útilizar úm
determinado tipo de roúpa núm determinado evento oú acontecimento social. EÉ normal qúe
úma pessoa qúeira deixar úma boa impressaã o atraveú s do vestúaú rio qúe útiliza e os idosos naã o
saã o exceçaã o.
AS VISITAS
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A família eú úma únidade baú sica da organizaçaã o social e eú nela qúe o indivíúdúo se forma como
ser húmano. No caso de ser hospitalizado, toda a famíúlia eú confrontada com sentimentos de
ansiedade, de medo e de stress, os qúais os enfermeiros devem estar atentos, dúrante e apoú s
o períúodo de visita.
O APOIO EXTRA-HOSPITALAR
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O RECURSO A OUTROS RECURSOS DA SOCIEDADE: APOIO DOMICILIÁRIO; CENTRO DE
DIA E LAR
Higiene Pessoal
Higiene Habitacional
Tratamento de Roúpas
Açoã es de Sensibilizaçaã o
Açoã es de Informaçaã o
Atividades sociocúltúrais
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o convíúvio e todo úm conjúnto de atividades ligadas à ocupação do idoso, facilitando ainda
o transporte de casa para o CA e vice-versa.
Serviços Prestados
Alojamento;
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Serviço de Cabeleireiro;
Serviço de manicúra/pedicúra;
Fisioterapia;
Oútros serviços
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CONSULTAS; MEDICAÇÃO; EXAMES/TRATAMENTOS
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados sitúa-se núm níúvel intermeú dio de
cúidados entre os de internamento hospitalar e os de base comúnitaú ria, pretendendo a
prestaçaã o de cúidados núma perspetiva de reabilitaçaã o e/oú satisfaçaã o de necessidades aà
pessoa dependente, assim como a participaçaã o e coresponsabilizaçaã o da famíúlia na prestaçaã o
de cúidados enqúanto núú cleo privilegiado para o eqúilíúbrio e bem-estar da pessoa idosa oú em
sitúaçaã o de dependeê ncia
Na conjuntura atual de crise económica e austeridade, cada vez mais súrgem políúticas de
saúú de orientadas para a assistência domiciliária em detrimento da hospitalização
tradicional, preconizando-se internamentos mais cúrtos, pelo qúe os doentes víútimas de
doenças croú nicas saã o encaminhados para o cúidado das súas famíúlias independentemente das
súas condições sociais, económicas, psicológicas, físicas, conhecimentos oú condiçoã es
habitacionais adeqúadas.
Por oútro lado, referem ainda qúe a própria dependência dos idosos eú condiçaã o bastante
para dificúltar a preparação da alta para domicílio nomeadamente no qúe diz respeito aà
incapacidade para o aútocúidado resúltante de limitações físicas e mentais irreversíveis,
assim como a acomodaçaã o oú falta de motivaçaã o dos idosos em participar no seú processo de
recúperaçaã o.
AS CONSULTAS
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A comunicação empática na relação médico-paciente estaú sendo novamente valorizada na
atúalidade, definida como úma habilidade cognitiva, passíúvel de ser ensinada e aprendida, e
qúe envolve a compreensaã o dos sentimentos do paciente. Na relação médico-paciente idoso
existem expectativas claramente definidas. De úm lado, os idosos precisam da ajúda dos
meú dicos; reciprocamente, os médicos comportam-se de maneira altruísta e dispoã em de
conhecimentos especializados qúe permitem atingir o objetivo comúm de ambos: a cura. O
papel do meú dico caracteriza-se, antes de túdo, pela sua preocupação com o bem-estar do
paciente, em oposiçaã o a oútras profissoã es orientadas primeiramente pela procúra do lúcro.
Nas consúltas, o idoso deve sentir-se completamente aà vontade com o medico para qúe possa
expor túdo aqúilo qúe sente, receia, as súas insegúranças, sendo qúe dessa forma o meú dico
pode medica-lo, oriatenta-lo e trata-lo da melhor forma possíúvel. Neste campo de
tratamento inclúem-se os medicamentos, os TRATAMENTOS indicados e os EXAMES, qúando
necessaú rios.
Bibliografia
Manúal do formador: Apoio a idosos em meio familiar – Maria do Carmo Cabeê do
Sanches e Faú tima Joaã o Pereira, Projecto Delfim, s.d.
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MURRAY, M.E.; ATKINSON, L.D. Fúndamentos de Enfermagem –introdúçaã o ao processo
de enfermagem. Rio de Janeiro: Gúanabara Koogan, 1989.
SCHULL, P. D. Enfermagem baú sica – teoria e praú tica. Saã o Paúlo: Rideel, 2000.
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