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RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE

‘’Tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem é conhecer o homem que tem a doença (Osler).’’

SEMIOLOGIA:
- Estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas;
- Meio e modo de examinar um paciente;
- Sinônimo: propedêutica;

RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE:
- Constitui a parte fundamental da prática médica;
- Deve ser foco de atenção e estudo a partir do momento em que o estudante orienta-se com seu paciente, permanecendo por toda a vida
profissional;
- A relação ultrapassa o âmbito dos fenômenos biológicos... conhecimento de Humanidades;
- Não é uma relação habitual comum... carregada de angústia, medo, amor, ansiedade, incerteza, ódio, insegurança, confiança;
- TRIPÉ DA MEDICINA: ANAMNESE + EXAMES DE IMAGEM + EXAMES LABORATORIAIS;
- Quem o procura é o paciente, não uma doença;
- Antes de orientar  ESCUTAR, OBSERVAR e COMPREENDER o paciente;
- Podemos ao curar sempre, mas podemos CUIDAR e DIMINUIR O SOFRIMENTO.

PRINCÍPIOS BÁSICOS:
- Beneficência;
- Não maleficência;
- Justiça- o pilar da equidade;
- Autonomia (possibilitar que o paciente decida sobre o tratamento).

VALORES:
- Alteridade  respeitar a diferença no outro;
- Sigilo  respeitar o segredo sobre as informações do paciente;

ANTIGAMENTE... paternalismo ou autotarismo;


ATUALMENTE... consentimento informado - o médico e o paciente tomam decisões juntos; ventilação mecânica, procedimentos invasivos
dolorosos ou extenuantes, reanimação em caso de parada  estabelecidos na relação médico-paciente  registro formal em prontuário;

*Nova regra da Resolução 1995


Os pacientes poderão registrar em prontuário a quais procedimentos querem ser submetidos;
***Respeito pela autonomia do paciente como ser humano e cidadão  núcleo central do relacionamento médico-paciente;***

TESTUMANHA DE JEOVÁ:
- PACIENTE FORA QUE NÃO CONFIGURA PERIGO DE VIDA  respeitar a decisão dele ou da família, de não ser submetido à transfusão;
- PACIENTE COM PERIGO DE VIDA  médico amparado para realizar a transfusão;
> O médico é orientado a compartilhar as decisões com outros membros da equipe médica (intensivista, hematologista...);
> O médico deve registrar todas as circunstâncias que fundamentaram suas decisões;
> Deve ser orientado e acompanhado pela comissão ética do hospital;
***** RISCO DE MORTE  MÉDICO OBRIGADO A REALIZAR O PROCEDIMENTO*****
**O uso desse recurso deve ser MODERADO e com BOM SENSO, apenas para RETIRAR O PACIENTE DE PERIGO, e não para conduzi-
lo a níveis hematimétricos tradicionais;**

MÉDICO:
- Conhecimento;
- Postura;
- Sacerdócio (dedicar-se de corpo e espírito).

*Padrões de comportamento:
Agressividade  medicamentos injetáveis, podendo ser orais; prescreve regimes alimentares desnecessários; proíbe atividades sexuais;
Insegurança  o paciente perde a confiança;
Frustação  quase sempre pessimista, podendo se tornar agressivo; frio com o paciente; trabalha com má vontade, pressa;
Paternalista  atitudes protetoras; paciente como criança indefesa; aconselha como se só ele soubesse o certo;
Especialista  não consegue enxergar o paciente como um todo; interesse por um órgão/sistema;
Sem vocação  inibe e hostiliza o paciente;
Rotaludor  tem sempre um diagnóstico rotulado; transmite segurança; inventa fisiopatologias;
Pessimista  vê maior gravidade; expressa desânimo e desesperança; agrava a angústia do paciente;
Otimista  não vê dificuldades; tudo lhe parece simples e sem gravidade; falta-lhe preocupação; pensa que é um heroi;
Autoritário  impõe suas decisões; não aceita analisar suas prescrições; ‘’dono da verdade’’;

PALAVRAS ESTIGMATIZADAS DEVEM SER EVITADAS  câncer, AIDS, incurável, fatal, óbito, tuberculose, hanseníase;
CONFIANÇA, EMPATIA e COMPAIXÃO  mantém os vínculos efetivos na profissão médica;
*RELATÓRIO FLEXER  os cursos médicos tornara-se tecnicistas e houve pouca ênfase no ensino das humanidades;
*Atualmente, a relação médico-paciente começa a tomar corpo baseado na ética e na bioética.

NÍVEIS/ TIPOS DE RELACIONAMENTO:

1- Médico ativo/paciente passivo: o paciente aceita passivamente os cuidados do médico, sem necessidade/vontade de compreendê-
lo; característica da medicina de urgência e emergência;
2- Médico direciona/ paciente colabora: o profissional assume seu papel de forma ‘’autoritária’’, o paciente compreende e aceita,
procurando colaborar; característica da relação médico-paciente em que o paciente se encontra internado em regime hospitalar;
3- Médico age/paciente participa ativamente: clínico define caminhos e procedimentos, o paciente compreende e atua
conjuntamente; troca de idéias e análise de alternativas (aliança terapêutica); característica da Estratégia de Saúde da Família;

‘’O médico sempre desempenha um papel ativo: o paciente pode manter-se passivo, embora cooperativamente passivo. (M.Balint)’’

*MÉTODO BALINT  percebeu semelhanças nas atitudes dos médicos e em suas angústias; descreveu a teoria sobre a relação médico-
paciente e criou uma metodologia própria (grupos Balint) para treinar os médicos a terem uma boa relação com os pacientes;
‘’O médico como uma droga’’  importância do efeito terapêutico que o comportamento do profissional pode exercer na consulta;

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