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Determinação de Rating

de Crédito de Unidades de
Negócios Visando Estimar
o Custo de Capital de
Terceiros

Andrea Maria Accioly F. Minardi


Antônio Zoratto Sanvicente
Rinaldo Artes

IBMEC WORKING PAPER - WPE – 01 - 2006


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Determinação de Rating de Crédito de Unidades de Negócios Visando Estimar o Custo de
Capital de Terceiros

Andrea Maria Accioly Fonseca Minardi


Antônio Zoratto Sanvicente
Rinaldo Artes

Resumo
Esse trabalho apresenta uma metodologia para estimar o rating de crédito de unidades de
negócios e empresas. Para isso foram coletados ratings de crédito de Moody’s e Standard &
Poor’s, além de diversas variáveis contábeis e de mercado de uma amostra de 627 empresas
americanas. Utilizou-se um modelo logístico ordenado para selecionar as variáveis que
melhor explicam os ratings de crédito dessas agências e desenvolver um modelo
classificatório de rating de crédito. O custo de capital de terceiros pode ser associado a cada
um dos ratings de crédito e aos prazos de venc imento. Desta maneira, com base nas
características de cada empresa, unidade de negócios ou projeto, é possível determinar o
rating de crédito e, com base no prazo do empréstimo, o custo de capital de terceiros a valor
de mercado. Esta ferramenta é estrategicamente poderosa, pois contribui para determinar mais
precisamente o custo de capital da empresa, bem como identificar a estrutura de capital que
minimiza o custo de captação e, conseqüentemente, cria mais valor para o acionista. Como o
desempenho dos principais executivos é medido por métricas de criação de valor, das quais
uma variante é o custo médio ponderado de capital, nosso procedimento ajuda a alinhar
melhor a remuneração com a estratégia e a criação de valor para o acionista.

I. Introdução

O custo de capital tem uma importância estratégica bastante grande em administração de


empresas. Projetos são aceitos ou rejeitados pela regra do Valor Presente Líquido (VPL). Se a
taxa de desconto for muito alta, projetos estrategicamente interessantes e que criam valor para
o acionista podem ser rejeitados por apresentarem VPL inadequadamente negativo. Se for
muito baixa, projetos arriscados tenderão a apresentar VPL inadequadamente positivo e serão
indevidamente aceitos, aumentando o risco geral da empresa e podendo comprometer sua
sobrevivência no longo prazo. Os executivos são cada vez mais freqüentemente remunerados
por métricas de criação de valor para o acionista, como, por exemplo, EVA ou lucro
econômico. Um dos componentes dessas métricas é o custo médio ponderado de capital, ou
WACC (Weighted-Average Cost of Capital). Para alinhar o interesse de criação de valor para
os acionistas com a estratégia a ser adotada e a remuneração dos executivos, é essencial que
se apurem custos de capital adequados ao risco a valor de mercado.

O WACC consiste numa média ponderada do custo de capital próprio e do custo de capital de
terceiros. A ponderação é feita com base na estrutura meta de capital, que consiste na
proporção que deveria prevalecer no longo prazo entre capital próprio e capital de terceiros no
financiamento dos ativos da empresa.

A estimação do custo de capital próprio é uma questão bastante polêmica, mas foge do escopo
deste trabalho. O objetivo específico deste trabalho é desenvolver uma metodologia para
estimar o custo do capital de terceiros a valor de mercado, ou seja, a taxa de juros que seria
justa nas condições correntes de mercado. Na prática, geralmente esta taxa é estimada com
base no custo histórico das diversas dívidas já contraídas, e isso pode não refletir a situação
que a empresa enfrentaria hoje se tivesse que captar recursos novamente para financiar novos
projetos.

Para determinar o custo de capital de terceiros de empresas, unidades de negócios e projetos,


foi desenvolvido um modelo que atribui ratings de crédito similares aos das principais
agências de classificação - Standard & Poor’s e Moody’s - com base em um conjunto de
variáveis. Para isso, foram coletados ratings de crédito de Moody’s e Standard & Poor’s e
diversas variáveis contábeis e de mercado de uma amostra de 627 empresas americanas.
Utilizou-se um modelo logístico ordenado para selecionar as variáveis que melhor explicam
os ratings de crédito dessas agências e para desenvolver um modelo classificatório de rating
de crédito. A Bloomberg divulga a estrutura a termo de taxas de juros de índices de títulos de
dívida privada (corporate bonds) agrupados por rating de crédito. A partir dos ratings e do
prazo de vencimento das dívidas é possível estimar o custo de capital de terceiros a valor de
mercado.

O restante deste trabalho está estruturado da seguinte maneira: na seção II são apresentados
conceitualmente o custo de capital médio ponderado (WACC) e a existência de uma estrutura
ótima de capital; na seção III são explicados os ratings de crédito dados por agências de
crédito e discutida sua relação com qualidade de crédito e custo de capital de terceiros; na
seção IV é apresentada a metodologia para estimar os ratings de crédito e é ilustrado como se
pode apurar o custo de capital de terceiros a partir do rating de crédito e do prazo de
vencimento da dívida, e na seção V o trabalho é concluído.

II. Custo médio de capital ponderado (WACC) e existência de estrutura ótima de capital

É comum em Finanças separar as decisões de investimento e de financiamento. Por isso,


descontam-se os fluxos de caixa para a firma (free cash flows), supondo-se que o projeto será
financiado integralmente com capital próprio. A decisão de financiamento é refletida no custo
de capital, o WACC (Weighted-Average Cost of Capital), que corresponde à média ponderada
do custo de capital próprio e do custo de capital de terceiros, líquido do imposto de renda da
empresa. Os pesos, por sua vez, correspondem às proporções dos financiamentos de capital
próprio e capital de terceiros em relação ao total.
O WACC é estimado conforme segue:

D E
WACC = × kd × (1 − Tc ) + × ke (1)
A A

onde:

D = valor de mercado do capital de terceiros


E = valor de mercado do capital próprio
A = valor de mercado do capital total investido (A = D + E)
kd = custo de capital de terceiros antes do imposto de renda da empresa
Tc = alíquota de imposto de renda da empresa
ke = custo de capital próprio

A metodologia do WACC pressupõe que a empresa tenha uma estrutura ideal de capital. No
longo prazo, a empresa ajustará a relação entre capital próprio e capital de terceiros (D/E) à
estrutura ideal. Os fundamentos desta metodologia estão baseados na teoria do trade-off,

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segundo a qual existe uma estrutura ótima de capital (que minimiza o WACC). Como a dívida
diminui o lucro tributável, ela gera um benefício fiscal que aumenta com a proporção de
capital de terceiros. O custo de capital de terceiros também é mais barato do que o custo de
capital próprio, porque o investidor que fornece capital de terceiros assume risco menor, dada
a prioridade que têm tanto a sua remuneração corrente quanto o seu ressarcimento em caso de
falência ou reorganização da empresa. Por outro lado, o aumento da proporção de capital de
terceiros aumenta o risco de falência e o custo para o acionista. O acionista irá elevar seu
retorno exigido e, portanto, o custo de capital próprio, à medida que a relação D/E aumente.
Existe um determinado valor da relação D/E que minimiza o WACC, segundo essa teoria,
também conhecida como Teoria Estática.

A literatura de Finanças também contempla a Teoria Dinâmica, segundo a qual os


administradores não otimizam sua estrutura de capital período a período conforme sugere a
Teoria Estática, mas sim como resultado de um processo dinâmico que leva em conta os
custos associados aos ajustes da estrutura de capital. Neste caso, em qualquer momento
considerado, as empresas podem se desviar de sua estrutura ótima de capital de longo prazo.
Donaldson (1999) e Myers (1977) definiram a maneira como os administradores financeiros
tomam suas decisões financeiras de acordo com a chamada regra de pecking order. São feitas
as seguintes observações:

- As empresas preferem financiar seus investimentos com lucros retidos do que com outras
fontes de fundos.
- Por causa desta preferência, as empresas procuram adaptar suas políticas de dividendos para
refletir esta antecipação de necessidade de investimento.
- Como existe relutância em alterar substancialmente a política de dividendos, e os fluxos de
caixa e as necessidades de investimentos são flutuantes, os lucros retidos podem ser
maiores ou menores que as necessidades de investimento. Se as empresas possuírem
excesso de caixa, tenderão a pagar suas dívidas antes de recomprar ações. Se precisarem
de financiamento extra, tenderão a emitir os títulos mais seguros em primeiro lugar.
Preferem tomar empréstimos regulares, em seguida recorrem a títulos de dívida
conversível, e apenas como último recurso emitem ações.

Existem estudos empíricos que sustentam a Teoria Estática, a qual prevê que as empresas
buscam uma estrutura ótima de capital, e há outros estudos cujos resultados apóiam a teoria
da pecking order, ou Teoria Dinâmica. No Brasil, também existem pesquisas apoiando as
predições das duas correntes.

Nakamura (1992) analisou dados de 427 empresas divulgados nas edições de Melhores e
Maiores da revista Exame no período de 1984 a 1989. Concluiu que as decisões de
financiamento são tomadas levando-se em conta a maximização da riqueza do acionista,
estando fortemente condicionadas à oferta de fundos.

Couto (1995) realizou análises estatísticas com dados de 1980 a 1993 de 13 empresas do setor
de papel e celulose, além de entrevistas com administradores financeiros, e não chegou a uma
conclusão sobre as variáveis que determinam o end ividamento das empresas. Confrontando os
resultados obtidos nas regressões com as entrevistas, verificou que existe uma preferência por
capitais de terceiros subsidiados e recursos gerados internamente. Inexiste uma meta de
endividamento e a busca de recur sos é efetuada de acordo com as necessidades de caixa para
capital de giro e novos investimentos. A seleção de fontes de financiamento é feita pelo
critério de menor custo e maior prazo de pagamento. Observou também que, quanto maior o

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grau de imobilização dos ativos, maior o endividamento, pois os ativos fixos geralmente são
dados como garantia real. Aparentemente, existe um grau de hierarquização na decisão de
estrutura de capital.

Eid (1995) pesquisou o comportamento de empresas brasileiras no tocante a custo e estrutura


de capital através de um questionário respondido por 161 empresas. Aparentemente, as
empresas buscam as fontes de recursos economicamente mais vantajosas do momento, e
existe uma hierarquização das fontes de captação. Esta hierarquização, entretanto, não está de
acordo com o previsto pela teoria da pecking order. A fonte prioritária é a obtenção de
empréstimos bancários, seguindo-se ações ordinárias, e por último lucros retidos.

Carrete (2001) testou se as empresas brasileiras procuram uma estrutura ótima de capital ou
seguem uma hierarquização das fontes. Sua amostra era composta por 42 empresas,
analisadas de 1988 a 1999. O endividamento não explicou os movimentos esperados da
estrutura de capital agregada; as empresas apresentaram aumento de endividamento no início
da década de 90, com o acesso ao mercado de capitais, e esse aumento foi ainda mais
expressivo a partir de 1995, com a estabilização do processo inflacionário. As empresas
utilizam prioritariamente recursos gerados internamente, em seguida endividamento e como
última prioridade a emissão de ações.

A utilização do WACC está condicionada à existência de uma estrutura meta de capital. Caso
a estrutura meta de capital não seja adequada à política de financiamento da empresa em
questão, a metodologia indicada pela literatura é o APV (Adjusted Present Value) ou Valor
Presente Ajustado. O APV corresponde à soma do VPL dos fluxos de caixa da firma
descontados pelo custo de capital que prevaleceria se a empresa financiasse os projetos
unicamente com capital próprio, somados aos benefícios e custos decorrente da utilização de
capital de terceiros (veja-se a equação (2)):

APV = VPLfinanciado_ unicamente_ capital _ próprio + VPbenefícios _ dívida − VPcustos _ dívida (2)

O principal benefício decorrente da utilização de capital de terceiros é o benefício fiscal. Este


pode ser apurado como sendo:
n

∑J
t =1
t * TC
BF = (3)
kd

onde:

BF = benefício fiscal da dívida


Jt = despesas de juros no ano t, decorrentes da dívida
TC = alíquota de imposto de renda da empresa
kd = custo de capital de terceiros
n = número de anos para os quais foi contratado o financiamento

Portanto, desde que o uso crescente de capital de terceiros não eleve o custo do
endividamento, sempre será vantajoso para a empresa aumentar seu endividamento, porque o
benefício fiscal é crescente com a alíquota do imposto, um dado exógeno à empresa.

III. Ratings de crédito: relação com qualidade de crédito e custo de capital de terceiros

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As avaliações de crédito atribuídas por agências de classificação são largamente utilizadas
pela comunidade financeira como medida de risco de títulos privados. Novas emissões de
títulos dificilmente ocorrem sem a avaliação de uma das principais agências. Os ratings
representam o julgamento de analistas financeiros presumidamente bem informados e
competentes. Os yields (taxas de mercado) de títulos privados também estão fortemente
correlacionados com os seus ratings. Títulos com ratings bons possuem yields
substancialmente mais baixos do que títulos com ratings ruins, pois estes representam
julgamentos de risco de crédito mais elevado. Maltzan e Reisen (1999) encontraram
evidências de que os yields de títulos de dívida soberana reagem significativamente na
iminência de uma promoção para ratings melhores pelas três maiores agências de crédito:
Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch, e na efetivação de um rebaixamento.

A definição de ratings de emissores pela Standard & Poor’s (2003) é uma opinião corrente a
respeito da capacidade financeira geral do emissor para saldar suas obrigações financeiras. A
opinião se concentra na capacidade e na disposição de um emissor de cumprir suas obrigações
financeiras à medida que elas vençam. Não se refere a nenhuma obrigação financeira
específica, pois não considera a natureza e as cláusulas específicas de qualquer título, e nem a
qualidade de crédito dos garantidores, seguradores ou outras formas de garantia de crédito da
obrigação específica. Os ratings de emissores podem tanto ser corporativos, no caso de
empresas emissoras, como soberanos, no caso de países. Para dar ratings aos títulos, as
agências levam em conta, além das características do emissor, as garantias, a qualidade da
entidade que concedeu a garantia, seguradoras em caso de existência de seguros, e a moeda na
qual a emissão é denominada.

Para atribuir um rating de crédito, as agências baseiam-se em informações correntes −


quantitativas e qualitativas − disponibilizadas pelos emissores de títulos ou obtidas junto a
outras fontes consideradas confiáveis. Os ratings de crédito podem ser alterados, suspensos
ou retirados como resultado de mudanças ocorridas ou de falta de disponibilidade de tais
informações.

A atribuição de rating a um título de dívida é um evento importante. Portanto, entender os


determinantes do rating é um exercício útil. Considerações sobre o risco país fazem parte da
análise de risco de crédito tanto de emissões como de emissores. A moeda dos pagamentos é
um fator chave nesta análise. A capacidade de um emissor de pagar uma obrigação em moeda
estrangeira pode ser menor do que sua capacidade de pagar obrigações em sua moeda local,
devido à possibilidade de que um governo soberano seja menos capaz de pagar dívidas
externas do que dívidas internas. Em caso de moratória de um país, o Banco Central pode
bloquear fluxos de capitais em moeda estrangeira, impedindo o envio de um pagamento dos
serviços de uma obrigação em moeda estrangeira. As considerações sobre risco soberano são
incorporadas aos ratings atribuídos a emissões específicas. Os ratings de crédito de emissores
em moeda estrangeira também são distintos dos ratings de crédito em moeda local, para
identificar situações nas quais o risco soberano os torna diferentes para o mesmo emissor.

A Figura I contém o significado de cada rating. De acordo com Altman, Caouette e


Narayanan (1998), para dar um rating de crédito a Standard & Poor’s se concentra no risco de
negócio (características da indústria, posição competitiva, administração) e no risco financeiro
(características financeiras, política de financiamento, lucratividade, estrutura de capital,
proteção em termos de fluxo de caixa, flexibilidade financeira).

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Dessas categorias, a Standard & Poor’s diz que o risco da indústria (análise da atratividade e
estabilidade da indústria na qual a firma opera) possui o maior peso na decisão de atribuição
de rating. A Moody’s alega que também enfatiza os fundamentos do negócio, como
características de oferta e de demanda, liderança do mercado e posição de custo. Ao analisar o
risco financeiro, a S&P calcula diversos índices financeiros (cobertura de juros, alavancagem
e fluxo de caixa) e os acompanha no tempo. Embora existam algumas divergências entre os
ratings concedidos pela Standard & Poor’s e pela Moody’s, na maior parte dos casos existe
concordância, pelo menos no nível da letra, se não dos qualificadores apostos às letras. As
taxas de inadimplência entre os ratings também são bastante similares.

A Figura II contém a taxa acumulada média de inadimplência por rating de crédito divulgada
pela Moody’s (2004) por grande letra (AAA, AA, A, BBB, BB, B, CCC). Observa-se que a
taxa de inadimplência é inversamente proporcional à qualidade do emissor e cresce
significativamente para os ratings especulativos.

As taxas de juros estão relacionadas aos ratings de crédito. Isso pode ser observado nas
Figuras III e IV. Essas figuras foram elaboradas a partir dos dados da Bloomberg em outubro
de 2005, levantando-se a estrutura a termo de índices de obrigações emitidas por empresas
americanas de uma determinada categoria de rating. Observa-se que, quanto melhor o rating
de crédito, menor é a taxa (yield to maturity) em qualquer prazo. A estrutura a termo também
mostra que a taxa de juros aumenta com o prazo até o vencimento.

É interessante observar também o comportamento da estrutura a termo dos títulos de dívida


soberana do Brasil. Para prazos menores que um ano, os yields são inferiores aos de títulos
corporativos classificados como BBB, porém, para prazos acima de 15 anos, os yields de
títulos do governo brasileiro superam o yield médio de títulos de empresas americanas
classificados no nível B, sendo que a classificação dos títulos soberanos brasileiros é BB.
Pode-se interpretar que o mercado considera muito improvável a inadimplência do governo
brasileiro no curto prazo, mas o mesmo não acontece para prazos muito longos.

IV. Metodologia

IV.1. Revisão da literatura

O primeiro trabalho desenvolvido para estimar e prever ratings de títulos de dívida com base
nas características dos títulos e das firmas emissoras foi Horrigan (1966). Este autor utilizou
uma abordagem de regressão e codificou a variável dependente – rating de títulos - em uma
escala de 9 pontos, sendo 9 o rating mais alto (AAA ou Aaa), e 1 o mais baixo (C). As
variáveis selecionadas foram: ativo total, patrimônio líquido sobre exigível total, lucro
operacional líquido sobre vendas, capital de giro sobre vendas, vendas sobre patrimônio
líquido. Além disso, utilizou uma variável dummy para representar o status de subordinação
do título. As variáveis mais significativas foram a dummy e as variáveis de ativo total. As seis
variáveis independentes explicaram 65% das variações da variável dependente e o modelo foi
capaz de acertar 55% dos ratings de novas emissões. Apenas poucos títulos foram
classificados em categorias de rating muito distantes das categorias verdadeiras.

West (1970) utilizou as mesmas variáveis dependentes de Horrigan, mas estimou a equação
em forma logarítmica. As variáveis testadas foram: variabilidade dos lucros (coeficiente de
variação dos lucros nos 9 anos anteriores), confiabilidade (número de anos sem prejuízo aos

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credores), estrutura de capital (valor de mercado das ações em relação ao exigível financeiro)
e valor de mercado. O poder de previsão do modelo de West foi similar ao de Horrigan.

Pinches e Mingo (1973) utilizaram a técnica de análise discriminante múltipla para analisar os
ratings de títulos de dívida. Selecionaram uma amostra de estimação de 132 títulos e uma
amostra de teste de 48 títulos emitidos entre 1967 e 1968, nas categorias de Aa a B da
Moody’s. Uma análise fatorial foi realizada para identificar as variáveis financeiras e
contábeis que mais agregavam explicação à variável dependente. Foram identificados sete
fatores: tamanho, alavancagem, intensidade de capital de longo prazo e de curto prazo,
retorno sobre o investimento, estabilidade dos lucros e índice de cobertura de juros. Os fatores
de intensidade de capital de curto prazo e de longo prazo foram inexpressivos na explicação
dos ratings. O modelo de previsão utilizou os seguintes fatores: tamanho da emissão, exigível
financeiro de longo prazo sobre ativos (média de 5 anos), lucro líquido sobre ativo total, anos
consecutivos de pagamento de dividendos, razão de lucro líquido mais despesas de juros
sobre despesas de juros, e uma variável dummy para o status de subordinação, ou seja, para o
grau de prioridade do investidor no recebimento dos fluxos de caixa. A dummy de
subordinação foi a variável mais importante na função discriminante, seguida pelos anos
consecutivos de dividendos e pelo tamanho da emissão. Na amostra de teste, 65% dos títulos
foram corretamente classificados e nenhum deles foi classificado em categoria de rating mais
distante do que a categoria mais próxima.

Altman e Katz (1976) utilizaram análise discriminante múltipla em ratings de títulos de


companhias concessionárias de serviços de eletricidade. As variáveis que aparentemente mais
contribuíram para a função discriminante foram os índices de cobertura, variabilidade dos
lucros, variabilidade da cobertura dos juros, retorno sobre os investimentos e despesas de
manutenção e depreciação sobre receita operacional. O modelo classificou corretamente 80%
a 90% dos títulos na amostra de estimação.

Segundo Kaplan e Urwitz (1979), tanto a técnica de mínimos quadrados ordinários (OLS)
quanto a de análise discriminante múltipla apresentam limitações. As regressões por OLS
pressupõem que os ratings representam intervalos iguais numa escala de medidas, enquanto
que na realidade não se pode esperar essa igualdade. A técnica de análise discriminante evita
essa premissa ao supor que os ratings são medidos em uma escala nominal, o que também é
insatisfatório de acordo com o processo de rating. Conforme a visão dos autores, ao atribuir
um rating o analista procura medir o risco ou probabilidade de inadimplência. Devido às
técnicas inadequadas de medição, os analistas não podem medir o risco de inadimplência num
intervalo de escala, e apenas fazem um ranking ordinal das emissões. Isso significa que títulos
classificados como Aaa são menos arriscados que títulos Aa, e assim por diante. Esperam que
nas classes de pior rating ocorram mais inadimplências que nas classes de melhor rating. Por
isso, é pouco provável que o processo de rating resulte em intervalos iguais, como
pressuposto pela técnica de OLS. O problema da análise discriminante, por sua vez, é supor
que os ratings contêm apenas informações nominais, além de exigir normalidade multivariada
para as variáveis independentes e não fornecer testes convenientes de significância. Por isso,
recomendam o uso da técnica logística ordenada.

Kaplan e Urwitz (1979) utilizam o modelo logístico ordenado, que trata a variável dependente
como latente. Isto é, observa-se o rating, mas não se observa a variável teórica de interesse,
ou seja, a qualidade de crédito ou probabilidade de inadimplência. Por esse motivo, os autores
consideram o modelo logístico ordenado superior às técnicas de OLS e análise discriminante
múltipla. As variáveis analisadas pelos autores são:

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Índices de cobertura : fluxo de caixa antes de juros e impostos/despesas financeiras; fluxo de
caixa antes de juros e impostos/endividamento total;
Índices de capitalização: endividamento de longo prazo/ativo total; endividamento de longo
prazo/patrimônio líquido;
Índices de rentabilidade : lucro líquido/ativo total;
Variáveis de tamanho: ativo total; tamanho da emissão;
Estabilidade das variáveis: coeficiente de variação do ativo total; coeficiente de variação do
lucro;
Subordinação: variável dummy indicando o status de subordinação;
Variáveis de mercado : beta e resíduo da regressão obtida com o modelo de mercado. Os
autores alegam que o risco específico ou resíduo da regressão pode ser interpretado como
indicador da habilidade da gestão da empresa.

As variáveis de subordinação e tamanho foram bastante significativas. O índice de cobertura


de juros não foi significante. O beta foi significante, enquanto que o resíduo da regressão foi
insignificante. O modelo classificou corretamente 74% da amostra.

IV.2. O modelo logístico ordenado

O modelo logístico ordenado é um modelo de variável latente, no qual não se observa o


verdadeiro valor da variável dependente de interesse Y, mas apenas a variável dependente Z,
que contém informação sobre a variável Y. Supõe-se que a variável de interesse (risco de
inadimplência) está num intervalo de escala e, se fosse possível medi- la, iria satisfazer um
modelo linear. É possível observar apenas uma versão ordinal de Y, denominada Z (rating de
crédito), para a qual o modelo linear não é satisfeito. Formalmente, tem-se que:

Y = Xβ + ε (4)

Sendo ε um vetor dos termos de erro que se supõe serem independentes e identicamente
distribuídos normalmente, ou seja, ε ~ N(0, σI). Supõe-se que Z seja uma variável categórica
com M categorias de resposta (cada M corresponde a uma categoria de rating), denominadas
R1 , …, RM, derivadas da variável não observada Y. São postulados M + 1 números, µ0 , µ1 , …,
µM, com µ0 = -∞ e µM = +∞ e µ0 ≤ µ1 ≤ ... ≤ µM de tal maneira que µk-1 ≤ Yj ≤ µk ↔ Zj∈ Rk
para 1 ≤ j ≤ N. Sendo Xj o vetor (k+1) × 1 das variáveis independentes da empresa j (X0j = 1),
tem-se que:

µ k −1 − β X j εj µ k − βX j
µ k −1 < Y j ≤ µ k ⇔ µ k −1 < βX j + ε j ≤ µ k ⇔ < ≤ (5)
σ σ σ
e
 µ k − βX j   µ − βX j 
Pr( µ k −1 < Y j ≤ µ k ) = Φ  − Φ k −1  (6)
 σ   σ 

Sendo Φ (.) uma função de distribuição cumulativa para uma variável aleatória padronizada.
O modelo é super- identificado, pois qualquer transformação linear da variável de escala
subjacente Y, se também for aplicada aos parâmetros, µ0 , µ1 ,…, µM, resultará no mesmo
modelo. Para identificar o modelo, será suposto, sem perda de generalidade, que µ1 = 0 e σ =
1. O modelo estimado será:

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Pr( µ k −1 < Y j ≤ µ k ) = Φ (µ k − βX j ) − Φ (µ k −1 − βX j ) (7)

Será necessário estimar os M + K - 1 parâmetros: µ1 , …, µM-1 e β 0 , β1 , …, βk .


Supondo-se que Φ (.) é uma distribuição logística, obtém-se que:

Pr(Yj = µk )=1/(1+e Xβ-µk ) (8)


Pr(Yj > µk )=1-1/(1+e Xβ-µk ) (9)
Pr(µk-1 < Yj =µk )=1/(1+e Xβ-µk ) - 1/(1+e Xβ-µk-1 ) (10)

A função de log-verossimilhança é:

n m
ln L = ∑∑ Z jk ln( 1 /(1 + e Xβ − µ k ) −1 /(1 + e Xβ − µ k −1 )) (11)
j =1 k =1

IV.3. Amostra e resultados

Foram coletados dados de dezembro de 2004 de 627 empresas americanas do setor industrial,
com ratings atribuídos pela Moody’s e pela Standard & Poor’s, bem como as seguintes
variáveis:

- Tamanho:
- ln(ativo)
- ln(patrimônio líquido)
- Alavancagem financeira:
- Exigível total/Ativo total
- Exigível total/Patrimônio Líquido
- Patrimônio Líquido/Ativo total
- Dívida Financeira Bruta/Ativo total
- Dívida Financeira Bruta/Patrimônio Líquido
- Capacidade de Pagamento:
- Lucro operacional (EBIT)/Dívida Financeira Líquida
- (Lucro operacional + Depreciação + Amortização (EBITDA))/Exigível total
- (Ativo Circulante – Passivo Circulante)/Ativo total
- Lucro operacional (EBIT)/Ativo total
- Desempenho operacional:
- Retorno sobre o ativo (ROA) = Lucro líquido/Ativo total
- Giro do Ativo = Receita Líquida/Ativo total
- Margem operacional = Lucro operacional (EBIT)/Receita Líquida
- Estabilidade:
- Coeficiente beta (β ), relativo à sensibilidade dos retornos da ação em relação aos
retornos do índice de mercado
- Volatilidade dos retornos das ações (σi) = desvio padrão dos retornos da ação nos 12
últimos meses
- Desvio padrão dos 12 últimos valores anuais do lucro líquido
- Erro específico = σi2 - β i2 × σM2 , sendo σM igual ao desvio padrão dos retornos do
índice S&P500 nos últimos 12 meses
- Beta desalavancado = β ação /(1-D/E*(1-TC)) sendo D/E a razão entre capital de terceiros
e capital próprio e TC a alíquota de imposto de renda da empresa

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Diferentemente de Kaplan e Urwitz (1979), optou-se por coletar o rating de emissores, que
considera apenas emissões subordinadas. Em virtude de garantias e graus de prioridade
superiores, é possível que algumas emissões possuam ratings superiores aos dos próprios
emissores. Os ratings também se referem unicamente a emissões em moeda doméstica.
Conforme discutido, emissões em moedas estrangeiras podem estar sujeitas ao piso soberano
de rating, e por isso ter ratings inferiores aos dos emissores em moeda doméstica.

A Figura V contém a atribuição da variável categórica Z a cada rating de crédito. Z é a


variável dependente. Como os ratings foram consolidados na grande letra, não houve nenhum
caso de divergência entre os ratings das duas agências.

Através de uma análise stepwise, foram selecionadas as seguintes variáveis:

Tamanho: ln(ativo)
Alavancagem financeira: Dívida bruta/ativo total
Capacidade de pagamento: EBIT/dívida financeira líquida
Desempenho operaciona l: ROA e EBIT/Receita líquida
Estabilidade: volatilidade

Pode-se observar na Figura VI que ln(ativo), dívida bruta/ativo total, ROA e volatilidade são
significativas e apresentam o sinal esperado. Quanto maior o tamanho medido por ln(ativo),
menor é o valor da variável dependente, e conseqüentemente melhor o rating. Quanto mais
endividada a empresa, ou seja, maior a alavancagem financeira medida por dívida bruta/ativo
total, maior é o valor da variável dependente, e conseqüentemente pior o rating. Quanto maior
a eficiência operacional medida pelo ROA, menor é a variável dependente Z e melhor é o
rating de crédito. Quanto maior a volatilidade, ou seja, menor a estabilidade dos resultados,
maior é Z e conseqüentemente pior é o rating de crédito. As variáveis relativas à capacidade
de pagamento e margem operacional não foram significativas. Kaplan e Urwitz (1979)
também observaram que a capacidade de pagamento não foi significativa em seu estudo.

O resultado do modelo foi bastante satisfatório, pois 58,14% da amostra foram classificados
no rating correto. Do total, 19,30% foram classificados no rating imediatamente superior (por
exemplo, se o rating correto era A, a observação foi classificada em AA) e 19,30% foram
classificados no rating imediatamente inferior (por exemplo, se o rating correto era A, a
observação foi classificada em BBB). Apenas em 3,26% da amostra o erro pode ser
considerado grave, ou seja, porque a classificação ocorreu em categorias distantes da
observada.

V. Conclusão

O estudo apresentado mostra que é possível, a partir de variáveis contábeis e de mercado,


determinar com uma precisão razoável os ratings de crédito de empresas, unidades de negócio
e até projetos.
A partir das equações (8), (9) e (10), das variáveis de cada observação e dos coeficientes
apresentados na Figura VI, é possível determinar qual é a probabilidade de que a observação
pertença a cada um dos 7 níveis de ratings. Atribui-se à observação o rating cuja
probabilidade seja a mais elevada.
O rating de crédito de um título pode ser associado a uma taxa de juros de acordo com o seu
prazo de vencimento. Uma maneira de fazer isso é utilizar as curvas de yields por categorias
de rating divulgadas pela Bloomberg (Figuras III e IV). Por exemplo, um título com rating de

10
crédito A que vence em 10 anos teria, em novembro de 2005, uma taxa de juros próxima a
5,30%, enquanto que um de categoria BBB com o mesmo prazo de vencimento teria uma taxa
de juros de aproximadamente 5,85%. As curvas de yields por categorias de ratings utilizadas
para essa finalidade devem ser constantemente atualizadas, para captar valores correntes de
mercado.
Embora não previsto pelo modelo, as taxas de juros de emissões em moeda estrangeira devem
ser ajustadas pelo risco país e por garantias dadas na emissão. Por exemplo, se as emissões
forem em moeda estrangeira e subordinadas, sem nenhuma garantia contra risco país, o rating
deverá ser ajustado pelo prêmio de risco do país.

VI. Referências bibliográficas

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de março de 2003.
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Accounting Research 7, primavera 1970, p. 118-127.

11
Figura I. Ratings de Crédito de Emissores

Rating de Grau de Investimento Rating de Grau Especulativo


S&P e Moody’s Interpretação S&P e Moody’s Interpretação
outras outras
agências agências
AAA Aaa A maior qualidade de BB+ Ba1 Provavelmente irá pagar
crédito. Capacidade de BB Ba2 juros e principais.
pagamento de juros e BB- Ba3 Representa o menor grau de
principal extremamente especulação
elevada.
AA+ Aa1 Capacidade muito forte B+ B1 Obrigações de alto risco.
AA Aa2 de pagamento de juros e B B2
AA- Aa3 principal. B- B3
A+ A1 Capacidade forte de CCC+ Caa1 Vulnerabilidade corrente a
A A2 pagar juros e principal CCC Caa2 inadimplência
A- A3 CCC- Caa3
CC
BBB+ Baa1 Capacidade adequada de C Ca Reservado a “income
BBB Baa2 pagar juros e principal. bonds” quando não são
BBB- Baa3 pagos juros.
D Inadimplente

Figura II. Taxa Acumulada Média de Inadimplência por Rating Consolidado na Letra (1970-
2004)
Moody's Anos após a emissão
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aaa 0 0 0 0.04 0.12 0.21 0.3 0.41 0.52 0.63
Aa 0 0 0.03 0.12 0.2 0.29 0.37 0.47 0.54 0.61
A 0.02 0.08 0.22 0.36 0.5 0.67 0.85 1.04 1.25 1.48
Baa 0.19 0.54 0.98 1.55 2.08 2.59 3.12 3.65 4.25 4.89
Ba 1.22 3.34 5.79 8.27 10.72 12.98 14.81 16.64 18.4 20.11
B 5.81 12.93 19.51 25.33 30.48 35.1 39.45 42.89 45.89 48.64
Caa-C 22.43 35.96 46.71 54.19 59.72 64.49 68.06 71.91 74.53 76.77
Fonte: Moody’s.

12
Figura III – Yields de títulos em função de rating e prazo até o vencimento (novembro 2005)

10.00%

9.00%

8.00%

7.00%

T-Strip
6.00% AAA
AA
A
5.00%
BBB
BB
4.00% B
Securities

3.00%

2.00%

1.00%

0.00%
0 5 10 15 20 25 30 35

Figura IV – Dados de yields de títulos de dívida em função de rating e prazo de


vencimento
Yields
Prazo US US Ind. US Ind. US Ind. US Ind. US Ind. US Ind. Brazil Gov.
anos T-Strip AAA AA A BBB BB B Securities
0.25 3.91% 4.26% 4.36% 4.49% 4.82% 5.30% 5.91% 4.64%
0.5 4.26% 4.39% 4.50% 4.60% 4.91% 5.33% 6.08% 4.77%
1 4.36% 4.69% 4.70% 4.77% 5.02% 5.44% 6.40% 4.77%
2 4.36% 4.71% 4.74% 4.86% 5.12% 5.81% 6.75% 5.78%
3 4.43% 4.72% 4.76% 4.87% 5.25% 6.16% 7.09% 6.20%
4 4.46% 4.75% 4.81% 4.93% 5.35% 6.40% 7.39% 6.65%
5 4.47% 4.83% 4.89% 4.99% 5.39% 6.62% 7.54% 6.90%
7 4.52% 4.93% 5.00% 5.11% 5.56% 6.91% 7.73% 7.34%
8 4.60% 4.99% 5.05% 5.18% 5.64% 7.05% 7.79% 7.59%
9 4.63% 5.04% 5.11% 5.24% 5.72% 7.11% 7.78% 7.77%
10 4.69% 5.11% 5.17% 5.30% 5.83% 7.23% 7.77% 7.57%
15 4.85% 5.37% 5.40% 5.58% 6.10% 7.39% 8.08% 8.61%
20 4.86% 5.47% 5.51% 5.68% 6.21% 7.40% 8.04% 8.44%
25 4.79% 5.43% 5.52% 5.69% 6.20% 7.33% 8.00% 8.99%
30 4.66% 5.30% 5.54% 5.70% 6.25% 7.34% 8.03% 8.26%
Fonte: Bloomberg.

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Figura V – Variável categórica Z e ratings de crédito
Rating S&P Moody’s Variável Z
AAA Aaa 1
AA Aa 2
A A 3
BBB Baa 4
BB Ba 5
B B 6
CCC Caa 7

Figura VI – Resultados da regressão logística ordenada

Variável Coeficiente Estatística t


ln(ativo) -0,6899 -7,23
Dívida bruta/ Ativo total 4,4294 6,40
EBIT/ Dívida Financeira Líquida 0,0013 1,25
ROA -13,3429 -7,18
EBIT/ Receita Líquida 0,2938 0,84
Volatilidade 9,3877 11,14
µ1 -12,7225
µ2 -10,7605
µ3 -7,9505
µ4 -5,0147
µ5 -1,5903
µ6 2,2964
Ln(máxima verossimilhança) -432,0123
LR 369,6700

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