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O Verbo

A Sabedoria Iniciática das Idades, ensina que nosso Universo emerge ciclicamente, do seio do
Eterno, através da ação das vibrações sonoras, conhecidas no seu conjunto, como O Verbo.

Na Índia, esse Verbo era associado ao poderoso mantra Om, considerado o centro supremo de
todos os mantras, a sílaba sagrada, o mais antigo dos mantras. Suas três curvas representam os
estados físico, psico-mental e espiritual, e o ponto situado no alto, sobre o círculo incompleto do
infinito representa a verdade ou realidade que os domina.

Na antiga China, esse som primordial estava associado ao Huang-Chuang, literalmente traduzido como "sino
amarelo", em função disso todas as canções, melodias e músicas chinesas estavam harmonizadas com o Huang-
Chuang. Os artistas da antiga China, quando compunham, tinham sempre em mente, a relação de sua melodia com o
Huang-Chuang. Este último em função dos processos de transformação do universo, mudava constantemente,
obrigando os compositores chineses, a uma busca constante de harmonia com o Huang-Chuang. Caso não
procedessem dessa forma, sua música poderia ter efeitos nocivos sobre o músico e sobre a audiência, promovendo
desequilíbrio e desarmonia no mundo.

Entre os antigos Hebreus, esse poderoso mantra, o Verbo Sagrado, YHVH, estava associado ao nome secretíssimo
de Deus, que era pronunciado uma vez por ano, pelo Sumo Sacerdote dentro do Templo de Jerusalém. Nessas
ocasiões as 7 sílabas sagradas que compunham o nome do Santo dos Santos, com algumas letras que só eram
conhecidas pelo encarregado de pronuncia-las e por um número limitadíssimo de sacerdotes do mais alto grau, eram
entoadas de uma certa forma visando, fortalecer o poder de Deus sobre a Terra.

Na tradição Cristã, o Verbo é ocultamente relacionada aos 7 Anjos diante do Trono, Hierarquias Criadoras, os
Construtores do Universo, associados no ocidente às 7 notas musicais Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. Segundo ainda a
tradição Judaico-Cristã, Adão, nomeou os seres, os animais, emitindo os sons equivalentes aos nomes ou a
vibração de cada um. Assim, pronunciando seus nomes, ele os trouxe a existência.

Os Mestres de Sabedoria, nos ensinam que os cânticos e mantras sagrados, não devem ser profanados, pois
devidamente compostos e pronunciados, mobilizam as energias universais. Porém, no final de ciclo que estamos
vivenciando, contemplamos pasmos, o uso nocivo que as criaturas inconscientes fazem do poder do som. Na
atualidade, se faz largo uso de músicas que estimulam em nós a luxuria, a exasperação da sensualidade, a violência e
a revolta, levando-nos ao culto do prazer e da agressividade animal.

Quando as criações musicais de cada povo se tornaram caóticas, entrando em desarmonia com o Verbo, ou com o
mantra primordial, a decadência se espalhou por toda a estrutura social, promovendo o colapso das antigas
civilizações. Platão o grande iniciado grego, ao contemplar a decadência de sua civilização afirmou "Néscios, iludiram-
se pensando que não havia certo nem errado na Música, a qual seria julgada boa ou má, de acordo como o prazer que
proporcionasse. Através de suas obras e de suas teorias eles infestaram a massa com a presunção de se considerarem
juizes adequados.".

Cientes de que a elevação espiritual é o objetivo de qualquer processo iniciático, e que a música, o cântico, o mantra,
são fundamentais nesse processo; a audição constante de músicas descompromissadas com nosso trabalho de
crescimento, nos impede de conhecer os aspectos mais elevados de nossa consciência.

Alguns expoentes da música clássica ocidental souberam harmonizar suas composições com os elementos primordiais
do universo. Dentre eles se destaca a tríade formada por Bach, Beethoven, Wagner, que através da música, mobilizou
as supra-emoções ou emoções superiores do ser humano.

A Obra de Bethoven está relacionada com o aspecto cosmogênico, da construção do Universo, das Dimensões, dos
Planos e dos Mundos, representa a atuação da Vontade da Divindade, do 1o. Logos, aquele que os cristãos e
gnósticos chamam de Pai.

Bach porém, trabalha em suas composições o elemento devocional, religioso, chamado pelos Teósofos de Bakti,
construindo a ponte de ligação entre o homem e seu Deus. Assim Bach, expressa em sua música o aspecto do 2 o.
Logos, a ação redentora da Mãe Divina, agindo como Amor-Sabedoria.

Wagner manifesta em sua Obra a atuação do 3o. Logos, o Filho, o aspecto Atividade da Divindade. Suas composições
expressam a antropogênese, a construção do Homem, do verdadeiro Templo de Deus, de sua condição evolutiva, dos
desafios que este tem que enfrentar, para que possa objetivar na face da Terra o arquétipo humano. Em sua Obra ele
fala-nos do Ideal que nos move, nosso Dharma, ou Missão, capaz de levar-nos a felicidade real da suprema realização,
mesmo em meio ao mais terrível sofrimento.

Apresentamos a seguir, alguns aspectos terapêuticos relacionados a composições musicais.

Musicoterapia

Desequilíbrio Sinfonia Autor


Circulação sangüínea Abertura de Parsifal R. Wagner

Ciúme e inveja Prelúdio de Os mestres Cantores R. Wagner

Depressão Cavalgada das Valquírias R. Wagner

Febre Murmúrios da Floresta R. Wagner

Loucura Coro dos Peregrinos R. Wagner

Tensão Nervosa Sonata n. 23 em fá. Bethoven

Tristeza Sinfonia n. 5 Bethoven

Conseqüências de Bebidas alcoólicas Músicas de Bach Bach

Cansaço físico e psíquico Concerto n. 1 em Si bemol menor Tchaikovisky

Dificuldade digestiva Netuno de Os Planetas G. Holst

Agressividade Abertura de Guilherme Tell Rossini

Astenia, Fadiga Intelectual e Esgotamento O Moldávia Smetana


Nervoso

Insônia Valsas de Chopin Chopin

Para dissipar o Medo Marchas John Phillip Sousa

Para promover o Otimismo e a Calma, ideal para Clair Lune Sonho de Amor Debussy Liszt
começar bem o dia.

Preguiça Valsas, Polcas e mazurcas J. Strauss

Libertação de Receios e Ansiedades Sinfonia n. 1 em dó J. Brahms

Auxílio para problemas de Surdez Músicas de tons baixos e largos Bachianas H. Villa-Lobos
Brasileiras n. 4 Prelúdio

Quadro explicativo do Dr. Robert Schauffer.

A músicoterapia é um auxílio benéfico para os casos acima mencionados, promovendo muitas das vezes excelentes
resultados. Independente disso, todos os problemas patológicos devem ser acompanhados por um profissional da área
de medicina.

"O Bom é uma coisa; o agradável é outra.


Os dois diferem em suas naturezas, mas ambos estão disponíveis para experimentação.
Abençoados são os que escolhem o Bom, os que escolhem o voluptuosamente agradável erram o alvo.
Tanto um como o outro se apresentam ao homem.
Depois de examina-los, os Sábios distinguem um do outro;
Os Sábios preferem o Bom ao agradável;
o tolo, levado pelos desejos da carne, prefere o agradável ao Bom."
Katha Upanishad

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