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EIRENE do Brasil

Drogas:
como evitar
DROGAS: COMO EVITAR?
PRINCÍPIOS PARA PAIS E EDUCADORES
Categoria: Aconselhamento | Família | Vida cristã

Título do original em alemão: Was Tun Gegen Sucht – 7 Vorschläge für Eltern und Erzieher
Copyright © 1993, Deutschen Behindertenhilfe Aktion Sorgenkink 

1ª Edição impressa: Outubro de 1996 


1ª Edição eletrônica: Julho
eletrônica: Julho de 2014 
Capa: Ana
Capa:  Ana Cláudia Nunes 
Diagramação: Bruno
Diagramação:  Bruno Menezes
Tradução: Dagmar F. Grzybowski 
Revisão: Carlos T.
T. Grzybowski e Délnia M. C. Bastos 

PUBLICADO COM AUTORIZAÇÃO E COM TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

EIRENE DO BRASIL
ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ASSESSORAMENTO E PASTORAL FAMILIAR
WWW.EIRENE.COM.BR
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
“O que fazer se meu filho...?”
Agindo contra o vício – o mais cedo possível
Algumas informações importantes

SETE PRINCÍPIOS CONTRA A DEPENDÊNCIA DE DROGAS


[1] As crianças precisam de segurança emocional
[2] As crianças precisam de reconhecimento e aprovação
[3] As crianças precisam de liberdade de ação e constância
[4]  As crianças precisam de exemplos realistas
[5]  As crianças precisam de exercícios físicos e alimentação adequada
[6]  As crianças precisam de amigos e um ambiente compreensivo
[7]  As crianças precisam de sonhos e alvos de vida

Sinais de alerta nas crianças


 APRESENTAÇÃO

DROGAS: COMO EVITAR é o segundo livro da série “Um livro,


Uma Causa”, projeto da Editora Ultimato que celebra o
conteúdo bíblico e os diferentes campos de ação ministerial
e engajamento da igreja.
Com o lançamento da série “Um Livro, Uma Causa”, Ul- 
timato coloca a disposição dos leitores um instrumento para a
criação e o desenvolvimento de grupos de trabalho e reflexão,
bem como divide com a igreja sua prática e vocação editorial,
relacionadas a meio ambiente, criança em vulnerabilidade
social, arte, presidiários, unidade da igreja, evangelização trans-
paroquial, ação social, missão integral, entre outras.
 A publicação de Drogas: Como Evitar – princípios para pais
e educadores acontece graças à parceria da Editora Ultimato
com Eirene do Brasil, uma associação internacional, de raízes
latino-americanas, de profissionais cristãos que trabalham em
favor do desenvolvimento, fortalecimento e defesa da saúde
PREFÁCIO

O USO INADEQUADO de substâncias psicoativas é fenômeno


difundido em nossa sociedade. Constata-se que a idade em
que ocorrem as primeiras exposições é cada vez mais precoce.
É verdade que a maioria dos jovens passa por algumas experi-
ências e não se tornam dependentes químicos. Mesmo quando
isso acontece, sempre existem possibilidades de recuperação,
podendo-se recorrer aos recursos da ciência e da fé cristã. O
melhor, porém, é não correr riscos.
Muito se fala em prevenção, mas pouco se faz de efetivo.
Eis aqui uma iniciativa feliz! O livro tem enfoque claramente
preventivo e sugere uma abordagem honesta e realista dos pro-
blemas da educação infantil. Sua tradução para o português é
iniciativa de uma enfermeira educadora e mãe cristã cuidadosa.
 Vejo muito benefício no uso desta literatura de orientação.
Não se resolvem todas as dúvidas por esta via. No entanto, estou
certo de que este livro terá múltiplos usos nas famílias, escolas,
creches, igrejas, servindo de alerta e apontando caminhos.
[3]

 AS CRIANÇAS PRECISAM


DE LIBERDADE DE AÇÃO
E CONSTÂNCIA 

 AS CRIANÇAS precisam fazer suas próprias experiências. Isso


parece simples no papel, mas é difícil de concretizar. Muitas
 vezes não sabemos se devemos deixar nosso filho pequeno
subir na escada mais alta do escorregador do parquinho, ou se
devemos tirá-lo dali rapidamente para que não se machuque.
Obviamente nessas horas ninguém pode tomar essa decisão
por nós; temos que nos apoiar em nossos próprios sentimentos
e na nossa “voz interior”.
Este conselho, porém, vale somente para situações de
perigo real.
20 DROGAS: COMO EVITAR?

criança porque ali ela vai aprender, a partir de suas próprias


experiências, a perceber a realidade e, pela primeira vez, ter
sucessos próprios.
Esses dois pontos, experiências próprias da realidade e su-
cessos, ninguém pode tirar duma criança - nem os pais, nem
outro adulto qualquer e muito menos a TV. Por isso, sempre
que possível, você deve deixar seu filho agir conforme o gosto
dele, o mais livremente possível. Se nestas ocasiões ele pedir
sua ajuda, dê o seu apoio.
Mas é errôneo ficar sempre corrigin- Liberdade de ação
é muito importante
do e mostrando “como se faz correta-
para a criança
mente”. Por exemplo: se ele quiser pegar porque permite que
justamente o pote que fica na parte ela aprenda, a partir
mais alta da prateleira, coloque o pote de suas próprias
um pouco mais para baixo. A solução experiências, a
melhor você mesmo deve descobrir. perceber a realidade e,
Pais que protegem demais os seus pela primeira vez, ter
sucessos próprios.
filhos não permitem que eles se tornem
adultos. Essas crianças tornam-se vítimas de um exagerado
instinto de proteção e futuramente terão muitas dificuldades
de se firmarem nas próprias pernas e agir independentemente.
 Alguns pais argumentam que a educação moderna é muito
liberal. Que as crianças têm demasiada liberdade, podendo fazer
o que desejam, e que não se colocam mais limites. “Por isso
não é de se admirar que mais tarde se tornem viciados”, dizem.
Porém, os especialistas consideram esta visão equivocada
e irrealista. Se dermos uma olhada em como as crianças hoje
crescem, realmente não podemos falar em excessos de liberdade
de ação. É certo que a educação antigamente era mais rígida.
 AS CRIANÇAS PRECISAM DE LIBERDADE DE AÇÃO E CONSTÂNCIA  21

das vezes, nem suspeitavam. E hoje? A Hoje em dia as


grande maioria dos nossos filhos cresce crianças estão sendo
de forma diferente. Sua infância está vigiadas, limitadas e
“domesticada” e muitos, desde peque- organizadas. Ter um
espaço próprio onde
nos, já têm uma agenda determinando possam com calma
onde passarão suas tardes ou manhãs. desenvolver suas
Sempre em espaços diferentes, mas próprias experiências
igualmente limitados e apertados. é vital como nunca
Na realidade, hoje em dia as crianças antes.
estão mais vigiadas, limitadas e organi-
zadas do que antes. Assim sendo, ter um espaço próprio onde
possam com calma desenvolver suas próprias experiências é
 vital como nunca antes.
Sem dúvida as crianças necessitam de limites. A liberdade
delas termina onde começa a liberdade dos outros. Colocar
limites exige dos pais firmeza - mesmo arriscando entrar em
conflito com seu filho. Mas esses limites não devem ser para
podá-lo, e sim para dar segurança. Não existe motivo para
proibir tudo. Antigamente cria-se que as proibições ajudavam
as crianças. Hoje temos opções melhores. O melhor recurso
é a constância. Por exemplo: a família tomar as refeições em
conjunto e ter tempo uns para os outros, ou todas as noites
contarmos uma história na cama para nosso filho. Ou, aos
sábados, o pai levar as crianças para passear. Tudo isto pode
parecer óbvio e até tedioso. Talvez, por isso mesmo, frequen-
temente nos esquecemos de fazê-lo.
Liberdade de ação e constância proporcionam às crianças
experiências de sucesso e orientação positiva. Além de protegê-
-las de, quando jovens ou adultas, procurarem satisfação em
 AS CRIANÇAS PRECISAM DE EXEMPLOS REAL ISTAS 23

próprios vícios. Dizemos a nossos filhos (com razão!) que o álcool


é prejudicial à saúde – mas o bebemos, de variadas formas, em
toda oportunidade que se oferece. Falamos mal do cigarro, mas
não podemos nos livrar dele. Falamos de vida sadia e corremos
para tomar comprimidos assim que surge um pequeno mal-estar.
Os pais não precisam se iludir, pensando que podem es-
conder seus próprios vícios de seus filhos. O que fazer, então,
em relação aos nossos próprios vícios? Naturalmente podemos
negá-los, de acordo com o lema: “eu fumo e bebo, mas viciados
são os outros”. Só que, na melhor das hipóteses, nossos filhos
não acreditarão, e, na pior delas, cairão também nas garras
do vício. Vendo as coisas desta maneira é melhor controlar
nossos próprios vícios.
Mas, se não conseguimos?
Neste caso só nos resta a honestidade. É melhor explicar-
mos ao nosso filho que fumar é prejudicial à saúde, do que
fazer de conta que não é tão ruim assim. O mesmo serve para
o álcool. É claro que logo surgirá a pergunta: “Por que, sendo
prejudicial, vocês usam?” Nesta hora nada adiantará, senão o
reconhecimento de que temos falhas e fracassos. Certamente,
ninguém gosta de admitir isso, especialmente para o próprio
filho. Mas qualquer outra atitude seria desonesta.
 As crianças precisam de exemplos.
E estes devem ser realistas, porque Em nenhum outro caso
a contradição entre
só exemplos realistas produzem uma boas palavras e maus
concepção correta de nosso mundo. atos é tão grande
Tempo e esforços não são suficientes quanto em relação aos
para preparar uma criança para a vida. nossos próprios vícios.
 Às vezes é necessário admitir que não
[5]

 AS CRIANÇAS PRECISAM


DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
E ALIMENTAÇÃO ADEQUADA 

SABE-SE POPULARMENTE que as crianças necessitam de exercícios


físicos. Todos sabem, todos afirmam e todos concordam. Só
que, não pela primeira vez, é possível descuidarmos facilmente
das coisas óbvias em relação aos nossos filhos.
Um dos motivos por que está cada vez mais difícil ir ao en-
contro da necessidade de livre movimentação e exercício físico
de nossos filhos é como já mencionamos anteriormente, o as-
pecto da “domesticação” da infância. As crianças querem fazer
bagunça, movimentar-se, e têm real satisfação no esforço físico.
Mas para isso, é necessário espaço. A maioria das resi-
 AS CRIANÇAS PRECISAM DE EXERCÍCIOS FÍSICOS 25
E ALIMENTAÇÃO ADEQUADA 
acabam por restringir a necessidade de movimentação das
crianças. Felizmente, a maior parte das pré-escolas de hoje
tem lugar para brincar, bagunçar e gritar.
O que tudo isso tem a ver com o vício?
Para citar um simples exemplo: quem faz esforço físico
fica tão naturalmente cansado que não necessita de sedativo
para dormir.
 As crianças devem viver experiências que conjuguem o
bem-estar físico e a satisfação emocional. Não cremos que um
corpo sadio por si só resolva o problema do vício. Existem
as questões emocionais. Não devemos subestimar a estreita
relação entre corpo e alma.
Também para uma boa constituição física, além do exercí-
cio corporal, é decisiva uma alimentação adequada.
Todavia, ramos inteiros da indústria alimentícia vivem da
 venda de alimentos e guloseimas elaborados especialmente
para crianças. A propaganda desses
produtos – chocolates, alimentos vita- As crianças querem
minados e biscoitos – promete saúde fazer bagunça,
e aumento de rendimento. Isto é, movimentar-se, e têm
real satisfação no esforço
falando com delicadeza, puro exagero. físico.
O aumento de rendimento prometido
nos leva a crer que, com esses produtos, acabaríamos com a falta
de concentração e o stress. Se fosse permitido fazer propaganda
da heroína, elas seriam formuladas nos mesmos conceitos.
Quem conhece as crianças e sua vontade louca por doces,
dificilmente aceitaria a hipótese de que é por esse meio que elas
aprendem o vício, mas isso acontece. De qualquer forma, os
adultos devem ter um comportamento responsável em relação
SINAIS DE ALERTA NAS CRIANÇAS 35

último caso quem sabe discernir é um psicólogo ou um médico


especialista nesse assunto.
O que fazer, então?
De maneira alguma entrar em pânico. Mas também não
“tapar o sol com a peneira”. Se você tem a impressão de que
tem algo errado com seu filho, procure ajuda.
Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos
www.cppc.org.br

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