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FACULDADES BATISTA DO PARANÁ

● MESTRADO PROFISSIONAL EM TEOLOGIA

LIDERANÇA
2019
Dr. L . Roberto Silvado

Relatório de aplicação dos princípios de liderança de filme

ALUNO: Rogério Marques de Souza

DADOS GERAIS DO FILME: O filme, gravado em 2009, é a história de como


Nelson Mandela, recém-eleito Presidente da África do Sul, incentiva o capitão e o
time de Rugby do país a conquistarem o campeonato mundial daquele esporte,
realizado em seu próprio país no ano de 1995, pois via na torcida nacional a força
apta a promover a superação das diferenças raciais oriundas do regime do
Apartheid, bem como para promover a união da África do Sul. O filme teve John
Carlie como autor, e a direção de Clinton Eastwood.

1. Identifique as etapas que sejam possíveis de identificar na vida do líder


INVICTUS. Cite os princípios de liderança que ele usou para aquela situação na
sua vida. Vemos dois líderes que poderiam ser chamados de “Invictus” no filme:
Nelson Mandela e François, o capitão do time.

FASE I FUNDAÇÕES SOBERANAS


Nelson Mandela nasceu em um país dividido pelo regime do Apartheid, no
qual o ódio imperava entre brancos e negros. Enquanto aqueles desfrutavam da
prosperidade, estes viviam em meio à pobreza e opressão. Eram segregados
cultural, econômica e socialmente. Esses fatores alimentaram em Mandela a
contrariedade ao regime, à opressão e à segregação social. Não há narrativa que
permita extrair princípios que tenha extraído desse período da vida. O contexto
apenas é abstraído do próprio contexto social da narrativa do filme.
François, por seu turno, filhos de pais brancos, nasceu em uma família
materialmente bem sucedida, cujo pai estava insatisfeito com a eleição de Nelson
Mandela. Gozou de ampla liberdade social e teve acesso a tudo a que a situação
materialmente próspera da sua família permitiu, ao contrário de Mandela, que
cresceu na pobreza e opressão.

FASE II CRESCIMENTO INTERIOR


Os anos na prisão foram aproveitados por Nelson Mandela para estudar a
cultura dos povos europeus que colonizaram a África do Sul. Assim, pôde entender
a sua visão de mundo e explorá-la para o crescimento pessoal e preparação para
a vida. O princípio, aqui, é que não se deixou vencer pelo ressentimento e pela
amargura, mas aproveitou o momento de adversidade para crescer – inclusive
aprendendo com os adversários seus e do seu povo. Não se deixou vencer pelo
ódio dos seus adversários, mas tratou-os com compaixão, perdoando-lhes.
François, por seu turno, teve a sua visão de mundo e do Rubgy transformada
com as lições de liderança que aprendeu pelo contato com o presidente Mandela.
Aprendeu que sua equipe era mais do que um time de Rubgy, mas um símbolo
nacional por meio do qual a unidade poderia ser trabalhada em seu país. Percebeu
que para o presidente Mandela ninguém no palácio era invisível, mas se importava
igualmente com todos e os tratava pelo nome. Foram lições sobre o valor pessoal
que cada um possui, independente de sua condição. O reconhecimento do valor de
todos foi o principal valor aprendido por François e o forte simbolismo da sua
liderança foram as principais lições (princípios) aprendidos por François.

FASE III AMADURECIMENTO DO MINISTÉRIO


Nelson Mandela, segundo o enredo do filme, amadureceu em sua missão
ao reafirmar a compaixão pelos que outrora o oprimiram e prenderam. Ao
estabelecer dentre o seu pessoal mais próximo, inclusive seguranças, a
miscigenação racial, fixou as estacas dos novos horizontes que pretendia alcançar
para o país: o fim do Apartheid e a unidade. Teve que incentivar sua própria equipe
a perseguir o valor da unidade social. Para isso, ensinou à sua equipe que não se
pode reforçar o círculo do medo, que afasta as pessoas, mas que era necessário
acabar com o medo das outras pessoas do outro grupo social, para não ser
destruído por ele.
Outro fato importante é que Mandela reconheceu que a divisão social
poderia tornar o país ingovernável, já que a polícia e o exército (principais agentes
do Apartheid), e também a economia, eram dominados por brancos. Entendeu que
era necessário vencer a hostilidade por meio de valores comuns. Daí o lema,
presente no filme: “Um time. Um país”.
François, capitão do time, por seu turno, aprendeu o valor da aceitação e da
união ao incentivar os demais jogadores do seu time a aprender o valor e o sentido
de um hino caracteristicamente cantado pelos negros. Sua carreira de capitão foi
transformada quando desafiado por Mandela a descobrir como inspirar os que
estão perto do líder a dar o seu melhor: incentivando todos a darem a sua
colaboração e reconhecendo a sua importância para o sucesso do todo, e que é
necessário não se acomodar, mas a buscar superar as próprias limitações e
expectativas. Com isso, o capitão do time aprendeu que “as coisas mudam, e temos
que mudar com elas”, e que o apego ao passado pode ser desastroso.

FASE IV AMADURECIMENTO DA VIDA


O trabalho social ajudou os jogadores de Rubgy a verem os negros pobres
como seus semelhantes e com compaixão. Também ajudou os negros pobres a se
identificarem com a equipe de Rubgy. O princípio, aqui, talvez seja que o trabalho
em comum, assim como a solidariedade, une as pessoas.
O pedido da bênção de Deus para a África, contido no hino, de certo modo
ensinou a François – e por ele aos demais – que os valores nobres nem sempre
estão só do nosso lado, e que é preciso aceitar o outro, o diferente, que pode der
algo (ou muito) a contribuir para a nossa vida ou para a vida em comum. O líder
respeita os valores (bons) dos outros e reconhece valor nas pessoas, mesmo que
diferentes de si.
O amadurecimento de Mandela aconteceu na prisão, onde aprendeu a não
permitir que as desventuras fossem donas do seu destino, mas que ele tinha a
responsabilidade sobre si mesmo, seus pensamentos e suas emoções. O líder
deve ter domínio próprio e serenidade perante as adversidades.
FASE V CONVERGÊNCIA
Na vida de Mandela, os valores que desenvolveu nos anos da prisão
levaram-no a entender que antes de resolver os problemas econômicos do seu
país, precisava unificá-lo. A sua experiência passada, o seu isolamento na prisão
que o forçou a refletir sobre as relações antagônicas entre as pessoas e grupos,
convergiram para uma fase de pacificação e perdão. O seu exemplo arrastou outros
atrás de si.

FASE VI CELEBRAÇÃO
Para François, a celebração ocorreu com a vitória na final do
campeonato mundial de Rubgy, mas também em perceber que a unidade
nos permite superar desafios de maneira inimaginável (tal ocorreu na última
partida, inclusive).
Para Mandela, a celebração foi a fase de contemplar os frutos que a
paciência, a perseverança, a influência sobre outros líderes e o perdão
levaram ao seu país. O princípio é que a alegria do objetivo alcançado pela
liderança compensa as dores e os desafios do caminho.

2. Cite três situações ministeriais que você está vivendo e como alguns dos
princípios de liderança encontrados no filme poderão ser utilizados.

Uma situação ministerial que estou vivendo é o isolamento. Devido a


discordâncias com os valores da igreja da qual era membro, me retirei para procurar
um outro ministério ou iniciar um novo. O contexto do isolamento me tem feito
refletir muito sobre o valor da comunhão, da unidade, da pregação fiel da palavra e
dos pequenos grupos. Creio que estou passando por um processo de
amadurecimento para servir a Deus na próxima etapa do meu ministério, ou de
preparação negativa, segundo a nomenclatura de Robert Clinton (quando uma
experiência negativa te prepara para aceitar uma situação nova).
Observando a minha comunidade eclesiástica de origem, onde havia muitos
conflitos não tratados e perda constante de membros, tenho refletido muito sobre o
valor da união, e o quanto a desunião pode destruir um grupo. O medo do outro
deve ser vencido, não pela derrota dele, mas pelo trabalho conjunto em prol de um
objetivo maior. Como se diz em teoria de liderança: para por fim a conflitos grupais
é importante reconhecer que há um trabalho comum a ser feito, um inimigo em
comum e, no caso da igreja, um Senhor em comum. O conflito permanente não
pode ser visto como normal. É necessário pregar sobre isso e administrar bem as
relações entre as pessoas na igreja.
Em minha igreja de origem, poucas vezes fui mentoreado (atitude tomada por
Mandela em relação a François, o capitão do time). Porém, nas poucas vezes em
que isso (ou algo semelhante) aconteceu, pude perceber um claro avanço no
desempenho do ministério. Isso me faz concluir que o mentoreamento é um papel
essencial do líder, inclusive do pastor, ao qual ele não pode se furtar se quiser
inspirar outros a serem melhores do que são e a serem frutíferos em seus
ministérios.

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